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1 3ª SÉRIE ENSINO MÉDIO – 3º BIMESTRE A questão energética no mundo contemporâneo SUMÁRIO UMA CONVERSA INICIAL 3 REVISITANDO 4 FONTES RENOVÁVEIS NO BRASIL E NO MUNDO 4 ENERGIA HIDRÁULICA 7 BOXE ENRIQUECIMENTO 7 BIOMASSA 9 ENERGIA SOLAR 10 BOXE ATENÇÃO 10 FONTES NÃO RENOVÁVEIS NO BRASIL E NO MUNDO 12 CARVÃO 13 PETRÓLEO 14 GÁS NATURAL 15 ENERGIA NUCLEAR 16 BOXE FIQUE DE OLHO 17 GEOPOLÍTICA E ENERGIA 17 AS IMPLICAÇÕES ECONÔMICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DAS MATRIZES ENERGÉTICAS BRASILEIRAS 19 HIDROCARBONETOS E O AMBIENTE 20 HIDROELETRICIDADE E AMBIENTE 21 ENERGIA NUCLEAR E AMBIENTE 22 A BIOMASSA E O AMBIENTE 23 REPENSANDO 24 ENERGIA, POLÍTICA E AMBIENTE 24 Texto 1: Crise energética: economia de baixo carbono 25 Texto 2: O maior desafio da ação coletiva é a mudança do clima – economia e meio ambiente 26 2 AMARRANDO AS IDEIAS 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 3 Uma conversa inicial O crescimento econômico é movido por inovação e invenção. Certas inovações são incrementais, enquanto outras revolucionam. Uma furadeira melhor pode ser uma de muitas inovações pequenas que tornam as economias mais produtivas. A descoberta da eletricidade, porém, foi realmente revolucionária; ela transformou as economias nos últimos dois séculos, permitindo o uso de novos tipos de máquina. Há pouco tempo, os economistas começaram a pensar nesses saltos. Os norte-americanos Timothy Bresnaham e Manuel Trajtenberg chamam a eletricidade de “tecnologia de uso geral”. Uma furadeira melhor ajuda os construtores; a eletricidade torna as empresas mais produtivas. No entanto, os efeitos positivos desses avanços evolucionários podem demorar a ser sentidos (Abbott et al., 2013, p. 311). Mas qual a relação entre a ideia central do parágrafo acima com o título deste item? O ponto fundamental é que, se as inovações e as invenções potencializam as transformações econômicas e, consequentemente, sociais, a energia, ou melhor, o seu emprego, do mesmo modo, possui peso relevante para essas mudanças. Entretanto, as formas de geração, transmissão e uso de energia não possuem exclusivamente efeitos positivos socialmente. Consequências no ambiente que prejudicam sobretudo os grupos em condições sociais mais delicadas são verificadas, ao mesmo tempo que favorece novas questões e representações políticas de cunho socioambiental. 4 Revisitando Fontes renováveis no Brasil e no mundo Juliana Menezes Em 2012, a participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira manteve-se entre as mais elevadas do mundo (Figura 1), com pequena redução devido à menor oferta de energia hidráulica e de etanol (EPE, 2013b). Figura 1: Participação de renováveis na matriz energética. Fonte: https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2013.aspx. Acesso em: 07 dez. 2013. Como pode ser visto na Figura 2, a repartição da oferta interna de energia se dá da seguinte forma: 42% provenientes de fontes renováveis e 58% de fontes não renováveis. A oferta oriunda de fontes renováveis está dividida, de acordo com a Figura 3, entre: 15,4% de biomassa, 13,8% de hidráulica e eletricidade, 9,1% de lenha e carvão vegetal e 4,1% de lixívia1 e outras renováveis. 1 Obtida a partir do processamento da madeira. 5 Figura 2: Repartição da oferta interna de energia – Ano base 2012. Fonte: https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2013.aspx. Acesso em: 07 dez. 2013. Figura 3: Repartição das fontes de energia renováveis no Brasil. Fonte: https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2013.aspx. Acesso em: 07 dez. 2013. Em relação à matriz elétrica brasileira, percebe-se, em 2012, queda em relação a 2011 na participação de renováveis devido às condições hidrológicas desfavoráveis e ao aumento da geração térmica (Figura 4). No Brasil, a maior parte da energia consumida é proveniente do petróleo e seus derivados, o que contribui para o aumento da poluição atmosférica e de doenças respiratórias, incremento do efeito estufa e dispêndio de divisas para aquisição do petróleo. Outras formas de energia abundantes no Brasil podem ser utilizadas para Biomassa Hidráulica e eletricidade Lenha e Carvão Vegetal Lixívia e outras renováveis 15,4% 13,8% 9,1% 4,1% Fonte: Empresa de Pesquisa Energética. 2013. Balanço Energético Nacional - ano base 2012. Disponível em: https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2013.aspx 6 pelo menos mitigar o isolamento social e econômico de municípios e pequenos consumidores distantes da rede integrada nacional e não atendidos pelas concessionárias de energia elétrica. A energia de fonte solar, eólica, hídrica, térmica, biomassa e outras estão disponíveis no Brasil e precisam ter seu uso incentivado por meio de políticas públicas que fortaleçam seu desenvolvimento (Barreto et al., 2008). Figura 4: Participação de fontes renováveis na matriz elétrica brasileira. Fonte: https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2013.aspx. Acesso em: 07 dez. 2013. A matriz de geração elétrica brasileira é majoritariamente renovável; a geração hidráulica corresponde a 76,9%, seguida pela biomassa com 6,8% (Figura 5). O benefício das grandes hidrelétricas não atinge grande parte da população brasileira, especialmente no norte do País, onde as linhas de transmissão passam sobre vilarejos sem expressão econômica, deixando seus moradores às escuras, desassistidos, sem perspectiva de crescimento como cidadãos (Barreto et al., 2008). Apesar da tendência de aumento de outras fontes, devido a restrições socioeconômicas e ambientais de projetos hidrelétricos e aos avanços tecnológicos no aproveitamento de fontes não convencionais, tudo indica que a energia hidráulica continuará sendo, por muitos anos, a principal fonte geradora de energia elétrica do Brasil, mesmo que os maiores potenciais remanescentes estejam localizados em regiões com fortes restrições ambientais e distantes dos principais centros consumidores (CERPCH, 2014). 7 Figura 5: Matriz elétrica brasileira: distribuição das fontes. 1 Inclui gás de coqueria. 2 Inclui importação. 3 Inclui lenha, bagaço de cana, lixívia e outras recuperações. Fonte: https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2013.aspx. Acesso em: 10 dez. 2013. Agora, professor, professora, vamos detalhar um pouco mais as principais fontes renováveis de energia. Energia hidráulica A energia hidráulica resulta da irradiação solar e da energia potencial gravitacional, que provocam a evaporação, condensação e precipitação da água sobre a superfície terrestre. Ao contrário das demais fontes renováveis, esta representa uma parcela significativa da matriz energética mundial e possui tecnologias de aproveitamento devidamente consolidadas (ANEEL, 2005). __________________________________________________________________ BOXE DE ENRIQUECIMENTO O caminho da água na produção de eletricidade (ANEEL, 2005) 8 Para produzir energia hidrelétrica, é necessário integrar a vazão do rio, a quantidade de água disponível em determinado período de tempo e os desníveis do relevo, sejam eles naturais (como as quedas d’água) ou criados artificialmente. A estrutura da usina é composta basicamente por barragem, sistema de captação e adução de água, casa de força e vertedouro, que funcionam em conjunto e de maneira integrada. A barragem tem por objetivo interromper o curso normal do rio e permitir a formação do reservatório. Além de “estocar” a água, esses reservatóriostêm outras funções: permitem a formação do desnível necessário para a configuração da energia hidráulica, a captação da água em volume adequado e a regularização da vazão dos rios em períodos de chuva ou estiagem. Algumas usinas hidrelétricas são chamadas “a fio d’água”, ou seja, próximas à superfície, e utilizam turbinas que aproveitam a velocidade do rio para gerar energia. Essas usinas a fio d’água reduzem as áreas de alagamento e não formam reservatórios para estocar a água, ou seja, a ausência de reservatório diminui a capacidade de armazenamento de água, única maneira de poupar energia elétrica para os períodos de seca. Os sistemas de captação e adução são formados por túneis, canais ou condutos metálicos que têm a função de levar a água até a casa de força. É nessa instalação que estão as turbinas, formadas por uma série de pás ligadas a um eixo conectado ao gerador. Durante seu movimento giratório, as turbinas convertem a energia cinética (do movimento da água) em energia elétrica por meio dos geradores que produzirão a eletricidade. Depois de passar pela turbina, a água é restituída ao leito natural do rio pelo canal de fuga. Os principais tipos de turbinas hidráulicas são: Pelton, Kaplan, Francis e Bulbo. Cada turbina é adaptada para funcionar em usinas com determinada faixa de altura de queda e vazão. A turbina tipo Bulbo é usada nas usinas fio d’água por ser indicada para baixas quedas e altas vazões, não exigindo grandes reservatórios. Por último, há o vertedouro. Sua função é permitir a saída da água sempre que os níveis do reservatório ultrapassam os limites recomendados. Uma das razões para a sua abertura é o excesso de vazão ou de chuva. Outra é a existência de água em quantidade maior que a necessária para o armazenamento ou a geração de energia. Em períodos de chuva, o processo de abertura de vertedouros busca evitar enchentes na região de entorno da usina. 9 Figura 6: Perfil esquemático de usina hidrelétrica. Fonte: ANEEL, 2005. __________________________________________________________________ Biomassa Chamamos de biomassa materiais de origem orgânica que geralmente são desperdiçados em processos industriais. A biomassa pode ser aproveitada para produzir tanto calor como eletricidade (Eletrobrás, 2013). Atualmente a biomassa é uma alternativa energética de vanguarda; historicamente, tem sido pouco expressiva na matriz energética mundial. Ao contrário do que ocorre com outras fontes, como carvão, energia hidráulica ou petróleo, a biomassa não tem sido contabilizada com precisão. A pequena utilização e a imprecisão na quantificação são decorrências de uma série de fatores. Um deles é a dispersão da matéria-prima – qualquer galho de árvore pode ser considerado biomassa. Outro é a pulverização do consumo, visto que ela é muito utilizada em unidades de pequeno porte, isoladas e distantes dos grandes centros (ANEEL, 2005). Existem projetos de geração termelétrica que utilizam como combustível o bagaço da cana – antes desprezado pela indústria do álcool e do açúcar – e outros que produzem energia a partir da queima da casca do arroz e dos resíduos da indústria do papel. O biogás, obtido na decomposição do lixo orgânico, é outro exemplo de biomassa que pode ser utilizada na produção de energia. Desenvolvido em propriedades rurais dedicadas à suinocultura no sul do país, numa região na divisa do Brasil com a Argentina, o Projeto Alto Uruguai tem como objetivo promover o uso de dejetos de suínos para alimentar biodigestores e, com o gás gerado, produzir energia elétrica. O biodigestor é um equipamento que transforma materiais diversos, como dejetos animais e resíduos vegetais, em biogás e adubo (Eletrobrás, 2013). 10 Energia solar A energia solar pode ser aproveitada para a produção de eletricidade e de calor. Coletores solares para o aquecimento de água são um dos exemplos mais bem- sucedidos da aplicação de energia solar em todo o mundo. No caso do Brasil, que recebe incidência muito grande de raios solares, esse tipo de aproveitamento pode ter papel importante, principalmente na substituição de chuveiros elétricos, que estão entre os aparelhos que mais consomem energia (Eletrobrás, 2013). __________________________________________________________________ BOXE ATENÇÃO O que é a energia solar? (ANEEL, 2005). A energia solar chega à Terra nas formas térmica e luminosa. Segundo o estudo sobre outras fontes constante do Plano Nacional de Energia 2030, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética, sua irradiação por ano na superfície da Terra é suficiente para atender milhares de vezes o consumo anual de energia do mundo. Essa radiação, porém, não atinge de maneira uniforme toda a crosta terrestre. Depende da latitude, da estação do ano e de condições atmosféricas como nebulosidade e umidade relativa do ar. Ao passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da energia solar manifesta-se sob a forma de luz visível de raios infravermelhos e de raios ultravioleta. É possível captar essa luz e transformá-la em alguma forma de energia utilizada pelo homem: térmica ou elétrica. Os equipamentos utilizados nessa captação determinam qual será o tipo de energia a ser obtida. Se for utilizada uma superfície escura para a captação, a energia solar será transformada em calor. Se forem utilizadas células fotovoltaicas (painéis fotovoltaicos), o resultado será a eletricidade. Os equipamentos necessários à produção do calor são chamados de coletores e concentradores – pois, além de coletar, às vezes é necessário concentrar a radiação em um só ponto. Esse é o princípio de muitos aquecedores solares de água. Para a produção de energia elétrica, existem dois sistemas: o heliotérmico e o fotovoltaico. No primeiro, a irradiação solar é convertida em calor, que é utilizado em usinas termelétricas para a produção de eletricidade. O processo completo compreende quatro fases: coleta da irradiação, conversão em calor, transporte e armazenamento e, finalmente, conversão em eletricidade. Para o aproveitamento da energia heliotérmica, é necessário um local com alta incidência de irradiação solar direta, o que implica pouca intensidade de nuvens e baixos índices pluviométricos, como ocorre no semiárido brasileiro. No sistema fotovoltaico, a transformação da radiação solar em eletricidade é direta. Para tanto, é necessário adaptar um material semicondutor (geralmente o silício) para que, na medida em que for estimulado pela radiação, permita o fluxo eletrônico (partículas positivas e negativas). Segundo o Plano Nacional de Energia 2030, todas as 11 células fotovoltaicas têm pelo menos duas camadas de semicondutores: uma carregada positivamente e outra carregada negativamente, formando uma junção eletrônica. Quando a luz do sol atinge o semicondutor na região dessa junção, o campo elétrico existente permite o estabelecimento do fluxo eletrônico, antes bloqueado, e dá início ao fluxo de energia na forma de corrente contínua. Quanto maior a intensidade de luz, maior o fluxo de energia elétrica. Um sistema fotovoltaico não precisa do brilho do sol para operar. Ele também pode gerar eletricidade em dias nublados. __________________________________________________________________ A instalação de painéis fotovoltaicos para absorver a energia solar é uma solução para levar eletricidade para residências, escolas e postos de saúde em regiões que ainda não possuem serviço regular de distribuição de energia elétrica (Eletrobrás, 2013). Assim como ocorre com os ventos, o Brasil é privilegiado em termos de radiação solar. O Plano Nacional de Energia 2030 reproduz dados do Atlas solarimétrico do Brasil e registra que essa radiação varia de 8 a 22 MJ (megajoules2) por metro quadrado durante o dia; as menores variações ocorremnos meses de maio a julho, variando de 8 a 18 MJ/m2. O Nordeste possui radiação comparável às melhores regiões do mundo nessa variável, como a cidade de Dongola, no deserto do Sudão, e a região de Dagget, no deserto de Mojave, Califórnia. Isso não ocorre, porém, com outras localidades mais distantes da linha do Equador, como as regiões Sul e Sudeste, onde está concentrada a maior parte da atividade econômica. A Figura 7 ilustra essa variação (ANEEL, 2005). 2 Joule: unidade de energia, trabalho ou quantidade de calor. Um MJ equivale a 106 J. 12 Figura 7: Variação da radiação solar no Brasil. Fonte: EPE, 2007. Fontes não renováveis no Brasil e no mundo Carlos Marclei Arruda Rangel As fontes de energias não renováveis são aquelas que se encontram na natureza em quantidades limitadas e que se extinguem com a sua utilização. Quando são esgotadas, as reservas não podem ser renovadas. São consideradas fontes de energia não renováveis os combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, que é a matéria-prima necessária para obter a energia resultante dos processos de fissão ou fusão nuclear. Essas fontes energéticas possuem reservas finitas, devido ao fato de que é necessário muito tempo para repô-las, e a sua distribuição geográfica não é homogênea, diferentemente das fontes de energia renováveis, originada graças ao fluxo contínuo de energia proveniente da natureza. Geralmente, as fontes de energia não renováveis são conhecidas como fontes de energia convencionais. Isso ocorre porque o sistema energético contemporâneo está baseado na utilização de combustíveis fósseis. Essas fontes são também 13 consideradas energias sujas, já que sua utilização proporciona sérios danos para o meio ambiente e para a sociedade. O crescimento do consumo energético observado, com todos os problemas associados ao atual modelo energético baseado nas energias não renováveis, mostra a necessidade de criar um novo modelo baseado na eficiência energética e na implementação das energias renováveis. É importante ressaltar que os impactos ambientais resultantes do modelo vigente têm grande custo social e econômico para a sociedade. Devido a um modelo energético insustentável, o homem está sujeito às consequências econômicas resultantes dos impactos negativos da deterioração do meio ambiente. Estas são as fontes de energia não renováveis utilizadas no nosso planeta: carvão, petróleo, gás natural e termonucleares. Carvão O carvão é uma rocha orgânica com propriedades combustíveis, constituída em grande parte por carbono. A exploração de jazidas de carvão é feita em mais de 50 países, o que demonstra a sua abundância. Essa situação contribui, em grande parte, para que esse combustível seja também o mais barato (Figura 8). Inicialmente, o carvão foi utilizado em todos os processos industriais e em utensílios domésticos, como fornos e fogões. Foi o primeiro combustível fóssil a ser utilizado para a produção de energia elétrica em termelétricas. Em 1950, o carvão cobria 60% das necessidades energéticas mundiais, mas atualmente essa percentagem sofreu significativa redução. Nos dias de hoje, devido ao petróleo e seus derivados, deixou de ser utilizado na indústria, com exceção da metalúrgica, e no setor doméstico. Estima-se que, com o atual ritmo de consumo, as reservas disponíveis durem pelo menos por mais um século. O carvão mineral em uso no Brasil tem duas origens: o carvão vapor (energético), que é nacional e tem cerca 90% do seu uso na geração elétrica, e o carvão metalúrgico, importado para produzir o coque, especialmente usado na indústria siderúrgica. O carvão nacional é de baixa qualidade, com impurezas de óxido de enxofre que podem atingir até 7%. O carvão mineral manteve, em 2004, participação de 6,7% na matriz energética brasileira, sendo um quarto desse total de origem nacional (Goldemberg; Lucon, 2007). 14 Figura 8: Carvão mineral. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?pagina=espaco%2Fvisualiz ar_aula&aula=5282&secao=espaco&request_locale=ES. Acesso em: 10 mar. 2014. Petróleo O petróleo é um óleo mineral de cor escura e cheiro forte, constituído basicamente por hidrocarbonetos. A refinação do petróleo bruto consiste na sua separação em diversos componentes, permitindo obter os mais variados combustíveis e matérias-primas. As primeiras frações da refinação, ou seja, os primeiros produtos obtidos são os gases butano e propano, que são separados e comercializados individualmente. No entanto, podem também ser misturados com o etano, constituindo assim os gases liquefeitos de petróleo (GLP). Um dos principais objetivos das refinarias é obter a maior quantidade possível de gasolina. Essa é a fração mais utilizada do petróleo e a mais rentável, tanto para a indústria refinadora como para o Estado. Todos os transportes, em nível mundial, dependem da gasolina, do óleo diesel e do jet fuel (usado pelos aviões). Por essa razão, as refinarias estão desenvolvendo os processos de transformação das frações mais pesadas do petróleo bruto em gasolina. Estima-se que, com o atual ritmo de consumo, as reservas de petróleo se esgotem nos próximos 30 ou 40 anos (Figura 9). No Brasil, no setor de petróleo, o controle continua basicamente nas mãos da Petrobras (apesar da presença de empresas multinacionais no setor), e os esforços se concentram na busca da autossuficiência na produção, explorando os recursos nas profundidades da plataforma continental brasileira. O investimento em petróleo consome boa parte da renda disponível no país, e uma redução nesse investimento poderia liberar recursos para outros fins economicamente mais produtivos e que poderiam gerar produtos e serviços para exportação (Goldemberg; Lucon, 2007). 15 Figura 9: Estoque de petróleo. Fonte: http://energy.gov/fe/services/petroleum-reserves. Acesso em 10 mar. 2014. Gás natural O gás natural é um combustível fóssil de origem muito semelhante à do petróleo bruto, pois se formou durante milhões de anos a partir da deposição e conservação de restos de animais de procedência marinha acumulados no fundo de oceanos primitivos e cobertos por sedimentos. Tal como o petróleo, encontra-se em reservatórios subterrâneos, de onde é extraído. A principal diferença está na possibilidade de ser usado como é extraído em sua origem, ou seja, sem necessidade de refino. O gás natural é constituído por pequenas moléculas de carbono e hidrogênio; possui combustão mais limpa do que qualquer outro derivado do petróleo. É importante ressaltar que, em relação à emissão de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio), a combustão do gás natural origina apenas o dióxido de carbono e uma quantidade de óxidos de nitrogênio muito inferior à que resulta da combustão de gasolina. No Brasil, com a descoberta de novos reservatórios de petróleo e gás natural, a comercialização desse produto passou a ser bastante intensa, devido à sua rápida extração e comercialização (Figura 10). Mais recentemente, a Petrobras passou a valorizar também o gás natural, antes um subproduto da exploração do petróleo que era lançado na atmosfera em queimadores (flares) (Goldemberg; Lucon, 2007). 16 Figura 10: O consumo de gás natural no Brasil cresceu na última década. Fonte: http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=2329. Acesso em: 10 mar. 2014. Energia nuclear A energia nuclear é produzida mediante as reações de fissão ou fusão dos átomos, durante as quais são liberadas grandes quantidades de energia que podem ser utilizadas para produzir energia elétrica. A fissão nuclear utiliza como combustívelo urânio, mineral presente na Terra em quantidades finitas; consiste na partição de um núcleo pesado em dois núcleos de massa aproximadamente igual. Ainda que a quantidade de energia produzida pela fissão nuclear seja significativa, esse processo apresenta problemas de difícil resolução. A energia nuclear pode ser produzida também pelo processo de fusão nuclear, que consiste na união de dois núcleos leves para formar outro mais pesado e com menor conteúdo energético; pelo processo se liberam grandes quantidades de energia. Esse processo envolve átomos leves, como os de deutério ou hidrogênio, que são substâncias muito abundantes na natureza. Na Figura 11 pode-se observar a proporção de consumo de energia nuclear no mundo em 2007. No Brasil, a expansão do parque nuclear faz parte do Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2006/2015. O país apresenta duas vantagens competitivas nesse segmento: as boas reservas do mineral e o domínio da tecnologia de enriquecimento do urânio – que, no entanto, ainda não é aplicada em escala comercial. A instalação de usinas nucleares em território nacional foi decidida no final da década de 1960. Com elas, o Governo Federal pretendia adquirir conhecimento sobre a nova tecnologia, que se expandia rapidamente pelo mundo, e, ao mesmo tempo, resolver um problema localizado: a necessidade de complementação térmica para o suprimento de eletricidade ao Rio de Janeiro. Esses planos, porém, não se consolidaram no Brasil. Em 2007, Angra I e Angra II responderam por apenas 2,5% da produção total de energia elétrica no país, que foi de 12,3 TWh (terawatts-hora). 17 Figura 11: A energia nuclear com parcela significativa da oferta mundial. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=41373. Acesso em: 10 mar. 2014. __________________________________________________________________ BOXE FIQUE DE OLHO Você pode acessar o vídeo Fontes de Energia, disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=lPIrgIzHjpQ. Nesse vídeo, você poderá obter mais informações sobre as principais fontes de energia. __________________________________________________________________ Geopolítica e energia Saulo Cezar Guimarães de Farias A questão energética é tão antiga quanto a história da humanidade. A descoberta de elementos da natureza que produzem energia, como o fogo, pelas primeiras sociedades primitivas, foi um acontecimento que revolucionou a forma como os humanos passaram a conviver com o meio e com os demais seres vivos. O domínio das fontes energéticas primitivas também passou a fazer diferença na disputa pelo território, na defesa de um reino e na sobrevivência em um meio natural mais hostil; determinava também o prolongamento da existência de um grupo. Com o passar do tempo, as fontes energéticas se diversificaram e adquiriram valor quanto ao seu uso. Seu valor era determinado pela sua ocorrência na natureza e pela importância no período histórico. As fontes de energia estão presentes na natureza basicamente em três grupos (estados físicos): sólidas, líquidas e gasosas. Na Geologia, muitas fontes energéticas são 18 minérios e não ocorrem com a mesma regularidade em todos os continentes. Algumas são praticamente endêmicas, ou seja, são encontradas somente em uma região, o que se apresenta como um problema para a atual configuração político-econômica mundial, sendo usada como moeda de poder político por alguns países. Assim acontece com o carvão mineral desde sua formação na natureza (há mais de 300 milhões de anos) até seu descobrimento como fonte energética, e é até hoje a segunda fonte energética mais usada. A produção do carvão e a sua ocorrência foram alvo de inúmeros conflitos na Europa e na Ásia; o auge da sua importância remete à primeira Revolução Industrial, no século XVIII, como fonte de energia para movimentar os motores a vapor e servir de matéria-prima para a fabricação de metais como o aço. Segundo a história, o aço era produzido em pequenos fornos, na forma de torrões ou pedaços sólidos, denominados tarugos. Estes, em seguida, eram forjados a quente na forma de barras de ferro trabalhado, possuindo maleabilidade, mas contendo pedaços de escória e carvão. O teor de carbono dos primeiros aços fabricados variava de 0,07% até 0,8% sendo este considerado um aço de verdade (O Aço, 2014). Os egípcios, por volta de 900 a.C., já dominavam processos relativos a tratamentos térmicos nos aços para fabricação de espadas e facas. Como sabemos, o aço é um material de extrema importância para a fabricação de inúmeros bens de consumo e possui importância estratégica muito grande, concomitantemente com o carvão mineral. A versão líquida do carvão mineral, conhecida como petróleo, rapidamente superou a importância do carvão. A facilidade de manipulação e de transporte fez com que o hidrocarboneto fosse considerado o “ouro negro” e, graças à sua produção e a seu emprego, a revolução tecnológica se desenvolveu velozmente. No início do século XX, iniciou-se uma corrida em direção à pesquisa e à produção de petróleo nos quatro cantos do mundo. Muitos países “abençoados” pelas reservas desse minério se tornaram ilhas de prosperidade e alvo de interesse das maiores potências econômicas do período. A ocorrência de petróleo de boa qualidade no Oriente Médio, na Venezuela e no Leste Europeu fez com que essas regiões fossem alvo dos mais variados conflitos de interesses; muitos deles se manifestaram em invasões e guerras. Para tentar organizar a produção do petróleo, foi criada a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), composta pelos maiores produtores do minério no mundo. A OPEP adquiriu poder geopolítico tão grande que em 1973 (crise do petróleo, durante a Guerra dos Seis Dias, quando Israel invadiu países árabes em retaliação aos ataques sofridos) fez com que o mundo capitalista ocidental entrasse em colapso, quando decidiu parar a produção do minério. Na década de 1990, vimos o maior conflito envolvendo o produto: a primeira Guerra do Golfo, no Iraque, desencadeada pela invasão de um dos maiores produtores mundiais, o Kuwait, pelo ditador iraquiano Saddam Hussein. 19 Nesse conflito, os países ocidentais, liderados pelos EUA, expulsaram as tropas iraquianas do país invadido; mais tarde, na segunda versão do conflito, depuseram o ditador e tomaram o controle do território iraquiano. Simultaneamente à ampliação da exploração e produção do petróleo pelo mundo, as consequências do seu uso foram sentidas pela humanidade. A liberação de gases e outros resíduos dos combustíveis fósseis foi responsável por provocar uma série de distúrbios naturais, entre eles o aumento da temperatura atmosférica. Mesmo com as comprovações científicas dos males que seu uso causa ao planeta, a humanidade ainda não conseguiu um substituto tão completo e tão perfeito para as atividades industriais. Desvencilhar-se rapidamente da sua produção pode gerar um colapso no sistema capitalista mundial. No Brasil Na segunda metade do século XX surgiram as primeiras descobertas dos hidrocarbonetos no Brasil, a maior parte delas em extensas bacias sedimentares em grandes profundidades na plataforma continental, de difícil extração. Para realizar a tarefa, o governo de Getúlio Vargas criou a estatal Petrobras, que seria responsável pela pesquisa, exploração e refino do produto no país, tendo o monopólio das etapas de produção; o produto era considerado estratégico e de grande importância econômica para o Brasil. Já na primeira década do século XXI foram descobertos grandes volumes do combustível fóssil nas camadas do pré-sal, situação que colocaria o país em pouco tempo entre os 10 maiores produtores de petróleo do mundo e com sua importância político-econômica ampliada no cenáriomundial. Contemporaneamente, já são conhecidas dezenas de outras fontes energéticas menos poluentes e mais eficazes que os hidrocarbonetos. Uma nova corrida energética já se iniciou, e a detenção dessas fontes proporcionará ao país importância estratégica (política, econômica e militar) frente aos seus vizinhos. As implicações econômicas, políticas, sociais e ambientais das matrizes energéticas brasileiras Denizart da Silva Fortuna Vimos na seção anterior que algumas razões compreendem a significativa participação do petróleo como fonte de energia não só no Brasil como no mundo. Em nosso caso, em relação à transição energética brasileira da lenha para o consumo de hidrocarbonetos e hidroeletricidade ao longo do século XX, podemos considerar como fator de maior importância e responsável por essa mudança a intensificação do processo de industrialização e urbanização, principalmente a partir da década de 1960. 20 No panorama global, nosso país se distingue pela participação muito elevada das fontes renováveis na estrutura de oferta de energia. A média mundial é de pouco mais de 13% de fontes renováveis no consumo energético total; nos países desenvolvidos, essa parcela situa-se em torno de apenas 6%. No Brasil, as fontes renováveis representam perto de 45% do consumo total (Magnoli, 2009). O setor industrial brasileiro apresenta elevado consumo energético relativo, em virtude das formas assumidas pela própria industrialização. O peso determinante dos ramos energointensivos (com destaque para a siderurgia e a metalurgia) demonstra a importância da transformação dos recursos minerais na indústria brasileira e solicita oferta de energia abundante e barata. É a partir disso que podemos iniciar o estudo das implicações ambientais, a começar pela utilização da matriz energética relacionada aos hidrocarbonetos. Hidrocarbonetos e o ambiente Os danos socioambientais não são registrados apenas pelo vazamento de petróleo bruto. Nos processos de industrialização e refino também são verificados sérios impactos nas paisagens geográficas. De início, destacamos que o dióxido de enxofre (SO2) e os hidrocarbonetos são os poluentes liberados pelas refinarias de petróleo que provocam os maiores problemas na saúde das pessoas e a contaminação dos ecossistemas. O dióxido de enxofre, responsável pelas chuvas ácidas, favorece a destruição da vegetação, com efeitos negativos e multiplicadores para o ambiente, entre os quais a desnudação do solo, além da erosão e deslizamentos, que podem, por sua vez, desencadear o soterramento dos rios, córregos e vales, causando muitas vezes inundações desastrosas. No ar atmosférico, é possível causar irritações das mucosas e das vias respiratórias nos seres humanos e consequências danosas para os organismos terrestres e aquáticos. Os hidrocarbonetos lançados no ar atmosférico pelas refinarias de petróleo como resultado da combustão incompleta de derivados de carbono causam distúrbios do sono, alterações no sistema nervoso e irritação das mucosas (Adas, 2007; Branco, 2004). No que diz respeito à relação do carvão mineral com o ambiente, devemos relembrar que, quando queimado, o carvão emite gases poluentes na atmosfera. O resultado abrange diversos problemas, como a ocorrência do efeito estufa em maior intensidade. Há que se ressaltar que, no momento de sua extração, a paisagem torna- se desoladora; na fase de extração, tanto a céu aberto como em galerias subterrâneas construídas nas minas, a destruição é marcante, com contaminação das águas com seus sais e ácidos. O carvão mineral extraído nos estados meridionais brasileiros possui grandes quantidades de sulfeto de ferro (FeS2) em sua composição. Uma vez trazido à superfície terrestre, em contato com oxigênio e a umidade do ar, dá origem ao ácido sulfúrico (H2SO4), bastante tóxico e corrosivo, um dos principais responsáveis pelos estragos causados pelas chuvas ácidas (Adas, 2007). 21 Finalmente, a não autossuficiência brasileira em gás natural, considerado menos poluente no que diz respeito ao lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera, faz com que importemos da Bolívia esse hidrocarboneto, que é fundamental para as indústrias instaladas no centro-sul brasileiro. No processo de nacionalização desse setor industrial-energético, o governo boliviano usou o gás como instrumento de pressão política sobre o Brasil, tornando-o mais caro. Hidroeletricidade e ambiente A crescente demanda por energia por parte das indústrias instaladas no território brasileiro, além do consumo comercial e de serviços, e as crises do petróleo na segunda metade do século XX levaram os governos que se sucederam nesse período a investir significativamente na construção de usinas hidrelétricas, muitas delas de grande porte: Itaipu (12.600mW), Tucuruí (4.200mW), Ilha Solteira (3.230mW), Paulo Afonso (3.885mW), Itumbiara (2.280mW) e São Simão (1.710mW), entre outras. O fornecimento de energia proveniente da hidroeletricidade aumentou de forma expressiva no período citado para atender a grande parte das necessidades de uso; entretanto, ao tratarmos das consequências socioambientais, não podemos negligenciar os efeitos negativos para diversos grupos sociais e a natureza. Tomando a sociedade e a natureza como indissolúveis e indivisíveis, não foram pequenos os impactos dessas construções, de acordo com as observações e os estudos das usinas e reservatórios existentes. Como exemplo, podemos tomar as grandes represas construídas na Amazônia, como a Hidrelétrica de Tucuruí, construída para atender os estados de Tocantins e Maranhão, mas principalmente para fornecer energia elétrica para o complexo mineral de Carajás e para a indústria de alumínio da Albrás. O fechamento das comportas de sua barragem formou um grande lago de 2.430km², cobrindo a floresta, que entrou em processo de putrefação. Nesse processo foi consumido o oxigênio da água e ocorreu a produção de gás sulfídrico, que, sendo tóxico, prejudica os peixes e outros organismos vivos com seu poder de corrosão. Não é à toa a realização da substituição periódica das turbinas da usina (Branco, 2004). E não só isso: em face do represamento (aproximadamente a 270km da foz do Rio Tocantins), constata-se a diminuição da vazão das águas fluviais, o que acaba por possibilitar a penetração maior das águas do oceano no “interior” do Vale do Tocantins. Logo, a salinização de suas águas torna-se inevitável, comprometendo o abastecimento de água potável para a cidade de Belém e para as populações ribeirinhas, além da degradação dos ecossistemas. Outra hidrelétrica de grande monta que gera consequências desastrosas para o ambiente é a Usina de Sobradinho, no Rio São Francisco, na Região Nordeste. Até o momento, o represamento de suas águas é considerado o maior do país (4.200km²) e inundou dezenas de povoados, quadro cidades e forçou o deslocamento de cerca de 70 mil pessoas. Esse contingente populacional foi reassentado a 700km de distância de 22 onde viviam, contrariando a vontade dos indivíduos e encerrando forçosamente as relações de afeição entre as pessoas e o lugar e suas histórias de vida nesses lugares (Adas, 2007). No mesmo vale, em 1988, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) inaugurou a Hidrelétrica de Itaparica, mais tarde denominada Luiz Gonzaga, com capacidade de 1.500mW de capacidade total. Para isso, a Luiz Gonzaga possui um lago de aproximadamente 834km². Mais de 10 mil famílias moravam nessa área e tiveram que ser transferidas para a realização da inundação, que, por sua vez, fez submergir parte da história do Velho Chico: desaparecimento das ruínas de missões jesuíticas e franciscanas, igrejas antigas e muitos vestígios de sua ocupação histórica (Magnoli; Araújo, 2002). Energia nuclear e ambienteEm 1969, o Brasil comprou da empresa americana Westinghouse sua primeira usina termonuclear, instalada no sul fluminense, precisamente no município de Angra dos Reis. As obras de construção da usina começaram em 1971, mas uma série de problemas técnicos em seu gerador retardou a inauguração, que só aconteceu em 1982. Antes disso, em 1975, o governo militar brasileiro já havia assinado um acordo com o governo alemão para a construção de reatores nucleares que gerariam mais de 10 mil mW em 1990 (com oito reatores) e aproximadamente 75 mil mW (com 58 reatores) ao final do século XX. Em função da crise financeira da década de 1980, o projeto não foi finalizado e muitos dos equipamentos já adquiridos sucatearam no canteiro de obras. Todavia, em 1991, o governo civil brasileiro resolveu retomar as obras de Angra II, que finalmente foram concluídas quase dez anos depois. A segunda usina termonuclear brasileira tem capacidade para gerar cerca de 1.200mW, o dobro de sua antecessora. Em um quadro de fornecimento contínuo, Angra I e II, juntas, têm capacidade para produzir cerca de 40% da eletricidade consumida no Estado do Rio de Janeiro, ou 3% do consumo nacional (Magnoli; Araújo, 2002). O problema é que, além da energia, as usinas geram também imensa quantidade de resíduos radiativos, isto é, lixo atômico. A propósito, esse é um dos principais motivos das críticas dos ambientalistas às usinas nucleares brasileiras: ainda não se resolveu o que fazer com o material radiativo, estocado em depósitos com espessas camadas de concreto no subsolo (também chamados de “piscinas nucleares”). A questão é a falta de garantia de que esses compartimentos não venham a sofrer deterioração com o passar do tempo ou que venham a ser violados, uma vez que o material continuará emitindo quantidades consideráveis de radiatividade por milhares de anos. Vale ressaltar que o atual Programa Nuclear Brasileiro prevê a implantação da Usina Nuclear Angra III. 23 A biomassa e o ambiente Embora no Brasil predomine a geração hídrica em sua matriz energética e o país dependa do petróleo (gasolina e óleo diesel) para movimentar sobretudo pessoas e mercadorias em seu território, vale destacar o aumento da participação da biomassa, principalmente da cana-de-açúcar, para esse fim. A biomassa também serve para obtenção de energia elétrica quando se utiliza o calor resultante da sua queima nas termelétricas. Diferentemente de outros países – como os Estados Unidos da América e a Argentina, que produzem a energia oriunda da biomassa a partir do milho e da soja, respectivamente –, as políticas energéticas nacionais priorizam o bagaço da cana que sobra dos processos de produção de álcool e açúcar para a geração de energia elétrica. Na sua maior parte, a eletricidade produzida é utilizada nas próprias usinas sucroalcooleiras. As centrais elétricas desse tipo são classificadas como usinas térmicas, pois também utilizam a força do vapor para movimentar turbinas. Porém, comparando com as usinas convencionais, essas centrais baseiam-se em recursos renováveis e emitem quantidades bem menores de gases de efeito estufa. No tocante aos veículos automotores, a obtenção da energia proveniente dos “canaviais” tem registrado acréscimos importantes desde o início do século atual. O álcool da cana-de-açúcar, um agrocombustível, empregado em motores especiais ou misturado à gasolina, tem sua origem no Programa Nacional do Álcool (Proálcool), lançado pelo governo brasileiro em meados da década de 1970. Uma medida econômica e geopolítica cuja finalidade era reduzir a dependência brasileira do petróleo importado do Oriente Médio e de outros países veio coincidir com um combustível de caráter “positivo” em termos ambientais: os veículos automotores que usam álcool em sua combustão acabam por emitir menos gases do efeito estufa, daí o aumento da produção de carros flex, enquanto se elevava a cotação dos preços do barril de petróleo em 2003. Contudo, no que diz respeito à dinâmica social, há críticas contundentes sobre a produção dos agrocombustíveis no Brasil. Dependendo dos preços estipulados pelo mercado dos combustíveis, os preços dos produtos alimentícios podem subir, já que a área plantada dedicada à produção canavieira pode aumentar, em detrimento das áreas de outros cultivares, e, por extensão, o seu avanço sobre propriedades rurais de pequenos e médios produtores, causando a sua “expulsão” do campo brasileiro, que já possui inúmeros problemas de cunho social, forte concentração fundiária e êxodo rural. Demonstramos como a questão energética e a questão ambiental estão entrelaçadas. Pensar em crescimento econômico é pensar na ampliação da oferta de energia sem comprometer de maneira irreversível nosso patrimônio ambiental e o desenvolvimento social. Portanto, como o processo de produção energética envolve elevados investimentos financeiros e é potencialmente danoso ao meio ambiente, é preciso evitar o desperdício. 24 Repensando Denizart da Silva Fortuna Professor, professora, consideramos que seja muito importante problematizar em sala de aula a relação entre energia, política e ambiente. A sugestão é contemplar uma análise que não se restrinja à correlação entre os “impactos” ambientais provocados pelo emprego ou uso de determinadas fontes energéticas. É necessário politizar essa questão e incorporar a análise entre as diferentes escalas de atuação dos atores políticos. Neste momento, apresentamos (ainda que de maneira breve) algumas considerações sobre os movimentos organizados no seio das sociedades civis que, embora com diferentes questionamentos, inclusive das formas de desenvolvimento econômico assumidas, dizem respeito a enfrentamentos e propostas alternativas interessantes. Energia, política e ambiente Podemos considerar que o momento da tomada de consciência quanto aos problemas ambientais, ao menos nos países ocidentais considerados desenvolvidos, foi a década de 1970. O marco foi o aparecimento de muitos movimentos sociais cujos objetivos eram combater a degradação ambiental e levantar questionamentos sobre os modelos econômicos implementados, ou seja, aqueles que têm exigido o aumento do uso de elementos da natureza e produzido volume crescente de resíduos inorgânicos impossíveis de serem absorvidos pelos ciclos naturais. Grande parte desses movimentos era desdobramento dos movimentos pacifistas que se constituíram nos anos 60 do século passado. Esses movimentos, colocando-se contra a ameaça de destruição potencial do planeta, rapidamente incorporaram as bandeiras ecológicas, ampliando o espectro de sua atuação. O melhor exemplo é o Greenpeace (Paz Verde), formado originalmente por ex-soldados americanos e canadenses. Tornou-se célebre por atitudes como impedir ações de governos ou empresas que prejudicavam os diversos grupos sociais e seus ambientes. Nos dias de hoje, é uma organização de atuação mundial que combate práticas consumistas e empreende defesas dos modelos socioeconômicos alternativos (Oliva; Giansanti, 2000). Em função das pressões políticas não apenas desses movimentos sociais como de representações governamentais e de parte da opinião pública, além do agravamento da situação dos recursos naturais, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu dois grandes encontros de caráter global, ambos no século XX: a primeira e a segunda Conferências Mundiais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – em Estocolmo em 1972 e no Rio de Janeiro em 1992, respectivamente. As duas conferências oficiais contaram com representações de Estados e com a presença de diversas organizações não governamentais (ONGs). 25 A partir desses encontros, muitas decisões foram tomadas; algumas se tornaram efetivas (pelo menos em alguns países) e divergências permaneceram. Emverdade, uma das mais acaloradas discussões reside na pauta de questões apresentada pelos países, grosso modo, divididos entre “mundo subdesenvolvido” e o “desenvolvido”: os altos valores das dívidas externas e a extrema pobreza que atingem a maior parte das populações dos primeiros, impossibilitando a adoção de diversas resoluções definidas nas conferências por conta própria; e o elevado custo econômico (e político) da adoção de modelos alternativos de produção econômica, sobretudo no tocante à geração de energia por parte dos últimos. Depreende-se daí que o “problema ambiental” tornou-se um problema político para as sociedades no mundo contemporâneo, especificamente em relação à geração de energia. Tome os textos abaixo como referência à problemática. Texto 1: Crise energética: economia de baixo carbono Prof. Cláudio Antônio Gonçalves Egler A economia mundial defronta-se com uma questão crucial, que incide diretamente em seus fundamentos dinâmicos. Trata-se da questão energética, isto é, o padrão global de oferta e consumo das distintas fontes de energia que mantêm a produção e garantem a reprodução social. A matriz energética herdada da segunda Revolução Industrial é fortemente ancorada no petróleo, que em 2010 ainda representa um terço da oferta mundial de energia primária. Considerando o conjunto dos hidrocarbonetos (carvão mineral, petróleo e gás natural), o valor atinge a marca de 81% do suprimento mundial de energia primária, demonstrando a formidável dependência que a economia mundial tem do carbono. Como já exposto, a distribuição desigual das fontes de hidrocarbonetos fósseis e os elevados custos de sua produção são responsáveis por paisagens degradadas e pela concentração de renda nas áreas onde são exploradas em todos os continentes e, mais recentemente, nos mares e oceanos do planeta. O progressivo esgotamento das reservas convencionais de petróleo e gás natural está forçando o avanço da fronteira energética na direção de fontes não convencionais, como o petróleo ultrapesado da Bacia do Orinoco, na Venezuela, a extração de óleo das areias betuminosas na Província de Alberta, no Canadá, e a produção de gás natural por meio da fratura hidráulica do xisto (shale gas), principalmente no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. O avanço na produção de hidrocarbonetos de fontes não convencionais certamente prolongará a permanência do carbono fóssil na matriz energética mundial. No entanto, terá efeitos diretos sobre a estrutura de financiamento dos investimentos no setor de petróleo e gás natural e sobre as condições ambientais, não apenas nas áreas de onde foram extraídos, mas também nos sistemas de circulação atmosféricos e oceânicos globais. 26 Do ponto de vista ambiental, a exploração de petróleo e gás natural de fontes não convencionais e em situações extremas deixa marcas indeléveis na paisagem, ampliando a pegada ecológica em dimensões preocupantes. O incidente com a plataforma da British Petroleum (BP) no Golfo do México, que resultou no maior derrame de óleo já registrado, ocorreu em uma zona costeira particularmente sensível e expôs os riscos associados à exploração e produção em águas profundas (adaptado de autor?, 2012, p. 32-33). Texto 2: O maior desafio da ação coletiva é a mudança do clima – economia e meio ambiente Professores George Abbot, John Farndon, Marcus Weeks, James Meadway, Frank Kennedy e Christopher Wallace Desde a Revolução Industrial, o desenvolvimento econômico e a prosperidade ocorreram por causa da tecnologia, sustentada principalmente por combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás. Porém está cada vez mais claro que a prosperidade tem um custo: não só estamos esgotando rápido os recursos como também a queima de combustíveis fósseis polui a atmosfera. Um conjunto crescente de provas aponta como causa do aquecimento global as emissões de gases de efeito estufa, em particular o dióxido de carbono (CO2), e hoje o consenso entre cientistas de todo o mundo é de que sofreremos uma mudança climática devastadora se não cortarmos as emissões rápida e drasticamente. As implicações são econômicas e ambientais, mas economistas e governos estão divididos quanto às medidas a tomar. Até recentemente, muitos argumentavam que os custos do combate às mudanças climáticas mais ameaçam a prosperidade econômica que criam benefícios eventuais. Alguns ainda contestam as evidências de que a mudança do clima deve-se ao homem e outros dizem que o aquecimento da Terra até pode ser benéfico. Um número crescente admite hoje que se deve avaliar a questão e encontrar soluções econômicas. Nesse sentido, consideramos que analisar e discutir as repercussões das matrizes energéticas no Brasil é levar em consideração as decisões políticas mediadas pelos atores sociais, governos (em diferentes escalas) e instituições associadas às dinâmicas socioeconômicas. Fatos econômicos Em 1982, o economista americano William Nordhaus publicou How fast should we graze the global commons?, analisando em detalhe o impacto econômico da mudança climática e as possíveis soluções. Ele assinalou que certas características do problema do clima o tornam singular quanto às soluções econômicas: a longa escala do tempo, as incertezas, a internacionalidade da questão e a distribuição desigual de benefícios e custos pelo planeta. 27 Em 2006, o governo da Grã-Bretanha pediu ao economista britânico Nicholas Stern um estudo sobre a economia da mudança climática. A resenha de Stern teve conclusões claras, com argumentos sólidos em favor de ação imediata para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Stern estimou que o custo eventual da mudança do clima seria de até 20% do produto interno bruto (PIB, a renda nacional total), em comparação com o custo de cerca de 1% do PIB caso se tornasse uma atitude imediata. Em 2009, Nordhaus estimou que, sem intervenção, os danos econômicos com a mudança climática seriam em torno de 2,5% da produção mundial por ano até 2099. Os maiores danos seriam suportados por regiões tropicais de baixa renda, como a África tropical e a Índia. [...] Nações desiguais O primeiro obstáculo para economistas como Nordhaus e Stern foi convencer os governos a adotar medidas nocivas à economia no curto prazo, mas que atenuariam consequências mais danosas no longo prazo. O segundo foi encontrar o modo mais eficiente de instituir diretrizes sobre as emissões. Nem todos os governos se convenceram facilmente. As economias mais desenvolvidas, que são maioria em áreas temperadas, provavelmente não sofrerão as piores consequências do aumento da temperatura mundial. As prováveis mudanças do clima atingirão os países pobres com mais intensidade. Isso significa que, em muitos casos, os países com maior incentivo para atenuar os efeitos da mudança climática são aqueles que geram menos poluição. Os piores poluidores – EUA, Europa Ocidental e Austrália – têm relutado em aceitar que os governos imponham políticas caras. Mesmo que o fizessem, a poluição não se restringe aos seus territórios. O problema é mundial e exige ação coletiva de escala internacional. A necessidade de ação coletiva foi reconhecida primeiro na Cúpula da Terra, da ONU, em 1992, que exigiu de todos os seus membros que coibissem as emissões de gases de efeito estufa. Muitos governos elaboraram políticas ambientais e estratégias para implantá-las. Uma solução é a regulamentação na forma de punição, como multas por produção excessiva de poluentes, mas é difícil determinar cotas de emissão que sejam justas com todas as empresas envolvidas. Outra opção, sugerida primeiro pelo economista britânico Arthur Pigou em 1920, é a imposição de impostos de poluição. A cobrança de impostos de empresas que emitem gases de efeito estufa e de fornecedores e produtoresde energia sobre o volume de carbono liberado na atmosfera funcionaria como um desincentivo à poluição. Impostos sobre combustíveis fósseis desencorajariam seu consumo excessivo. A ideia de Pigou é fazer os indivíduos arcarem com todos os custos sociais de seus atos para “internalizar” a externalidade. Créditos de carbono Pode-se entender a poluição como falha de mercado, porque normalmente não há mercado para ela. Os economistas afirmam que, se houvesse, o ótimo social seria o 28 volume emitido, porque os poluidores arcariam com o custo total de seus atos. Assim, outra proposta de solução do problema do clima é criar um mercado para a poluição com créditos de emissões. Isso implica que o governo (ou um grupo de governos trabalhando juntos) determinasse um nível aceitável de emissões de CO2, por exemplo, e depois leiloar as permissões a empresas cujos negócios necessitam lançar dióxido de carbono. Como as permissões são negociáveis, se a empresa precisa aumentar as suas ela pode comprar créditos de outra que não tenha usado a sua cota. Esse plano tem a vantagem de premiar as empresas que cortam suas emissões e vendem seu excedente. Isso pode desestimular as empresas a superar a sua cota e ter de comprar créditos a mais. O volume total de emissões, todavia, continua o mesmo e é controlado por uma autoridade central. Protocolo de Kyoto Se os créditos de emissão são, sem dúvida, um passo na direção certa, o problema precisa ser enfrentado mundialmente para afastar o risco de mudança climática. Todavia, acordos internacionais, como o Protocolo de Kyoto, não obtiveram ratificação universal. Em 1997, participaram dos debates 141 países, mas em 2012 apenas 37 haviam concordado em aplicar suas metas de emissão de gases. Os EUA têm sempre rejeitado os termos do acordo e o Canadá retirou-se em 2011 – aliás, esse país passou, em menos de uma década, de um dos mais progressistas em relação às causas ambientais para um dos mais atrasados, ao não ratificar tal acordo em virtude das pressões dos lobbies do carbono fóssil (Egler, 2012, p. 33). Mesmo os países que se comprometeram a conter as emissões não têm cumprido suas metas. Países desenvolvidos, como EUA e Austrália, afirmam que adotá- las prejudicaria sua economia. Economias em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, dizem que não devem pagar pela poluição causada pelo Ocidente (muito embora elas próprias venham se tornando grandes poluidoras). Por outro lado, países mais avançados ecologicamente, como Alemanha e Dinamarca, concordaram em reduzir suas metas em 20%. Fonte: ABBOT, George; FARNDON, John; WEEKS, Marcus; MEADWAY, James; KENNEDY, Frank; WALLACE, Christopher. O livro da economia. Trad. Carlos S. Mendes Rosa. São Paulo: Globo, 2013 (trecho adaptado de p. 348-351). Amarrando as ideias Professor, professora, sugerimos que desenvolva, com base nesses textos, uma discussão que ressalte o viés político das questões que relacionam desenvolvimento, energia e qualidade de vida da população mundial. Para tanto, sugerimos que um debate seja suscitado levando em consideração as escalas de atuação dos Estados governos e suas limitações, assim como as formas de atuação das organizações não governamentais frente à problemática ambiental nos dias de hoje. 29 Sugerimos também que os discentes argumentem a partir de dados concretos ou fatos que possam sustentar suas ideias/opiniões. A construção dos discursos devidamente embasados para expressar o posicionamento diante das questões postas indica o desenvolvimento de competências fundamentais, como a comunicação e a representação, a investigação e a contextualização. Algumas questões que podem servir como orientação a essa atividade 1) Por que os governantes dos países, sobretudo os denominados desenvolvidos e os “em desenvolvimento”, encontram dificuldades para implementar medidas políticas no âmbito econômico e energético menos danosas ao ambiente? O que os impede ou o que torna essas medidas tão tímidas? 2) Qual o papel da sociedade civil e de sua organização política para o enfrentamento dessas questões, principalmente no Brasil? 3) Qual a nossa responsabilidade e quais práticas podemos realizar em nosso dia a dia para reduzir o consumo energético e evitar o desperdício? Proposta de atividade Solicite aos alunos uma visita a uma loja de eletrodomésticos com a finalidade de equipar seu “novo” lar conforme suas necessidades. Peça que selecionem alguns aparelhos, de fabricantes diferentes, e levantem algumas informações presentes nas respectivas fichas técnicas, como: tipo, modelo, preço e consumo energético. Após esse levantamento, peça que organizem essas informações em uma tabela e estabeleçam quais produtos (modelos e marcas) seriam de menor consumo de energia e menos onerosos para os seus bolsos. (Adaptado de Araújo et al., 2013, p. 121). 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