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Apostila de Epistêmicos 2

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Fundamentos Epistêmicos
Capítulo II- Kant e a Revolução Copernicana do Conhecimento
Immanuel Kant é considerado um dos últimos filósofos da Era Moderna. Escreveu a importante obra “A Crítica da Razão Pura”.
O pensamento da época era articulado a valores ligados à burguesia.
Kant propõe uma solução aos problemas do racionalismo e do empirismo. Ele era racionalista.
Antes de Kant, os filósofos da época buscavam um centro, uma verdade absoluta, assim como era considerada a Terra na época de Copérnico. Kant percebe que então que está aí um grande erro: a questão não se tratava de buscar uma verdade, um centro absoluto, e sim estudar a razão, o que ela pode conhecer, seus limites; assim como estudar a experiência, compreender quais seus benefícios e suas contribuições, bem como seus limites. Não se trata portanto, de buscar “uma” verdade absoluta.
De acordo com Kant, a estrutura da razão é a priori. A priori nos diz que algo vem em um momento anterior, ou seja: para Kant, a estrutura da razão é a priori, se dando antes da experiência. De acordo com Kant, a estrutura da razão vem a priori, ou seja, se encontra antes da experiência do sujeito.
Mas a razão possui elementos. Estes elementos dependem da experiência. A experiência fornecerá, portanto ao sujeito a matéria, e esta irá dar a forma ao conhecimento. Deste modo, a matéria do conhecimento vem após a experiência, ou seja, a posteriori.
Deste modo, a experiência não é a causa das ideias, como pensavam os empiristas, mas é a oportunidade para que a razão receba este conteúdo e assim, formule as ideias. A experiência é a oportunidade para a razão receber este conteúdo e formular as ideias, segundo a teoria de Kant.
A razão realiza uma síntese entre uma ideia maior ou universal, e uma ideia particular que se dá apenas através da experiência.
Kant propõe a ideia da menoridade humana, ou seja, o próprio indivíduo deve ser o responsável pelo seu crescimento e a utilização de suas ideias. O ser humano, caso não busque o conhecimento, o entendimento e o pensamento, irá permanecer na menoridade, delegando a responsabilidade a outro, não realizando assim suas próprias escolhas na vida e tomando suas decisões ao longo de sua existência
Possibilidade do indivíduo se autogovernar: A ideia da qual parte Kant está relacionada a um elemento já encontrado nos gregos, que vem a ser: a autarquia, ou a possibilidade do indivíduo se autogovernar, de modo que seu agir esteja completamente desvinculado de uma imposição externa. 
A proposta kantiana para a moral não está vinculada ao estabelecimento do certo ou errado, mas de demonstrar que toda a ação moral, em sentido estrito, é conseqüência de uma razão livre e autônoma
Só se é livre aquele que age sem coação externa ou sem interesse nos efeitos da ação. pressupõe uma livre escolha acerca do certo e do errado (sempre tendo como referência a lei moral); se houver influência ou manipulação para a tomada de decisões morais o agir deixa de ser livre e passa a ser condicionado
Portanto, pode-se compreender que para Kant, a moral da autonomia é estabelecida propondo ao homem, e não à matéria ou a Deus, a total determinação de suas atitudes tornando a própria moral absoluta, condicionando-a como efeito de uma razão livre concebida como fundamento para sua determinação.
A felicidade não é possível como fundamento para determinação do agir moral, se assim o fosse a liberdade estaria comprometida.
Se a ação visa um fim que seja o próprio dever, em outras palavras, se ação não se estabelecer como fim em si mesma, a motivação para a deliberação provém de outra fonte que não é a própria razão. Se não é a própria razão o fundamento do agir moral esta ação está comprometida por interesses externos; deste modo o agir não é livre.
“Age bem e terás uma vida futura em paz”
O motivo do agir se torna a paz na vida futura e não o próprio dever moral de agir bem. O fim desejante compromete a intenção. Deste modo, quando a felicidade é tomada como fundamento, não há liberdade, pois o fundamento é condicionado e não condição. Eis uma filosofia que não busca a felicidade, mas adquire a dignidade que condicione tal finalidade.
Ação -> Objetivo para o futuro -> Não o próprio dever de agir bem = Fim influencia a intenção
Imperativo Categórico: O Imperativo pode ser definido como qualquer princípio em que um agente racional age com base em fundamentos ou razões. É Categórico na medida em que a obrigação é não condicional.
Os imperativos categóricos possuem uma principal característica que é a inflexibilidade. Se for adotado o princípio “não mentir” este jamais admitirá exceções. Entretanto, todo imperativo não será categórico se violar o princípio de liberdade, ou seja, se for estabelecido de modo condicionado tendo em vistas um fim desejado. Kant considera que pode haver exceções deste gênero na medida em que as regras não são princípios universais.
Esquematismo transcendental: Ele é o responsável em mediar/ homogeneizar “sensível” e “inteligível”, permitindo, assim, que as categorias sejam passíveis de aplicação aos fenô- menos em geral.
Podemos dizer, então, que a própria preocupação da Crítica está dada, na medida em que há a necessidade em se entender os limites do conhecimento. Este limite se estende aos fenômenos. Só há conhecimento fenomênico, intuído via sensibilidade e organizado via categorias graças ao esquematismo
Um elemento a mais neste processo é destacado: o tempo como síntese pura dentro da estética transcendental possibilita a determinação das categorias aos fenômenos, por ter, enquanto forma a priori a mesma natureza das categorias, e como forma da sensibilidade, também da mesma natureza dos fenômenos. Este esquema por sua vez é produto da imaginação
A primeira (imaginação reprodutiva) é vinculada à necessidade de se representar a priori determinada intuição, através da memória ou predição. Por outro lado, a segunda (imaginação produtiva) para nós neste momento é a que mais interessa.
A imaginação produtiva seria a responsável por traçar o esquema pelos quais os fenômenos são arranjados pelas categorias. Pelo fato da imaginação trabalhar sobretudo com imagens, Kant nos chama a atenção para entendermos que o esquema não é uma imagem, mas uma regra para a constituição de imagens
O esquema criado pela imaginação não é o conteúdo, ou o próprio conhecimento em si, mas algo que torna possível o conhecimento, algo sem o qual seria impossível a aplicação das categorias aos fenômenos.
Todo o processo de efetivação do conhecimento somente é válido para um sujeito pensante na medida em que tomamos como pressuposto algo que é implícito à modernidade filosófica: se algo há na minha mente, então eu tenho acesso total e esse algo.
Quando pensamos no trabalho das categorias e nessa síntese da imaginação, estamos falando diretamente do nascimento de um objeto, enquanto investigado. O objeto nasce como cognoscível somente em âmbito transcendental, enquanto há a concordância entre fenômeno e categoria. Esta validade objetiva somente me permite chamar as percepções como minhas, se parto do pressuposto que o objeto é o correlato da consciência, e um não pode ser sem o outro
Há uma diferença aqui entre pensar e conhecer. Através da percepção pura o objeto da experiência é pensado. Na medida em que a intuição sensível confere conteúdo a este pensamento e a imaginação cria o esquema correspondente dentro de uma determinação temporal, o entendimento sintetiza um saber próprio.

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