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MESTRADO EM ECONOMIA E POLÍTICA DA ENERGIA E DO AMBIENTE 2006/2007 2º TRIMESTRE ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAIS E DO AMBIENTE ISABEL MENDES I ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAIS 1. Recursos Naturais e Conceito de Capital Natural 2. A Gestão dos Recursos Naturais Renováveis 2.1 Análise Económica do Uso dos Recursos Renováveis de Propriedade Comum e de Livre Acesso 2.2 Análise Económica e Ecológica do Uso dos Recursos Renováveis de Propriedade Comum e de Livre Acesso 2.3 A Gestão dos Recursos Renováveis 3. A Gestão dos Recursos Naturais Não- Renováveis 3.1 A afectação Óptima Intertemporal dos Recursos Não- Renováveis 3.2 Análise Económica do Uso dos Recursos Naturais Não- Renováveis 3.3 A Gestão dos Recursos Não-Renováveis: A Economia de Reciclagem ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 1 LEITURAS - Pearce, D. W. and Turner, R. K. 1990. Economics of Natural Resources and the Environment, Cap 16, 17, 18, 19. Harvester Wheatsheaf: Exeter; - Hardin, G. 1968. The Tragedy of Commons. Science vol 162: pp1243-1248; - Perman, R. e tal. 2003. Concepts of Sustainability in Natural Resource and Environmental Economics, Cap 4, pp 82 - 104. Pearson: Essex; ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 2 1. RECURSOS NATURAIS E CONCEITO DE CAPITAL NATURAL RECURSOS NATURAIS = dotação total de todos os recursos ambientais = terra (espaço) + terra (fértil) + ar + água + florestas + espécies piscatórias + minerais + sistemas de suporte da vida ecológica. USOS DOS RECURSOS NATURAIS PELA SOCIEDADE: 1. Pelas empresas (sector produtivo agrícola, industrial e serviços) → inputs ou factores de produção + sistema de prestação de serviços (de acomodação e tratamento de resíduos; controle de cheias; produção de solo fértil; produção e manutenção de biodiversidade; manutenção da qualidade do ar e das funções vitais básicas; …) + investigação e inovação; 2. Pelos consumidores → bens de consumo directo (ar, água, flora, fauna, ….) + inputs ou factores de produção de auto- consumo (recreio e lazer; agricultura de subsistência; …) + consumo indirecto de serviços ecológicos (controle de cheias; produção de solo fértil; produção e manutenção de biodiversidade; manutenção da qualidade do ar e das funções vitais básicas; …) + consumo de bens vigários + educação; ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 3 3. Pelo Estado → bens de consumo directo (ar, água, flora, fauna, ….) + consumo indirecto de serviços ecológicos (controle de cheias; produção de solo fértil; produção e manutenção de biodiversidade; manutenção da qualidade do ar e das funções vitais básicas; …) + educação + investigação e inovação. DISTINÇÃO ENTRE STOCK E FLUXO DE RECURSOS NATURAIS • STOCK de Recursos Naturais é a quantidade de recursos que existem num determinado período temporal = quantidade agregada de massa de material biológico – a biomassa em questão (quantidade total de peixe de uma espécie; metros cúbicos de floresta; número de populações); • FLUXO de Recursos Naturais é a variação do stock num intervalo de tempo, devida ou a alterações dos processos biológicos ou à actividade económica de exploração. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 4 CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS QUANTO À SUA OFERTA A oferta dos recursos naturais está fisicamente limitada pela escala dimensional do Planeta Terra; + O processo de produção ecológico destes bens e serviços naturais é feito a uma escala temporal muito mais longa do que a escala temporal das actividades económicas; + Existe Incerteza e Falhas de Informação quanto à dimensão dos stocks de alguns recursos naturais (ferro, petróleo, gás, cobre, ouro, ….) e quanto aos limites da capacidade produtiva e de regeneração do sistema ecológico (capacidade de recepção e regeneração de resíduos e afluentes; produção e manutenção de flora e fauna; manutenção da sustentabilidade ecológica dos sistemas de suporte da vida, …); ⇓ RECURSOS RENOVÁVEIS /RECURSOS NÃO – RENOVÁVEIS ↓ ↓ ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 5 Recursos que não se regeneram a uma escala temporal compatível com a da da actividade humana Recursos que se regeneram a uma escala temporal compatível com a da actividade humana, mesmo se forem objecto de exploração RECURSOS RENOVÁVEIS: • Populações de organismos biológicos com capacidade natural de crescimento: recursos piscícolas e florestas; • Água e sistemas atmosféricos, reproduzidos por processos físicos e químicos; têm capacidade natural de assimilarem a poluição; • Terra arável e pastagens naturais; a reprodução e o crescimento são feitos a partir de uma combinação de processos biológicos (reciclagem de nutrientes orgânicos) e físicos (irrigação, exposição ao vento, etc); • Ecossistemas – áreas naturais, mangais, florestas tropicais; • Fluxos de recursos: energia solar, ventos, ondas, energia geotérmica. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 6 RECURSOS NÃO-RENOVÁVEIS: • Recursos energéticos de origem fóssil (petróleo, carvão, gás); Minerais (cobre, níquel, ferro, …)- são produzidos por processos geológicos ao longo de milhões de anos. A característica de limite físico destes recursos ⇒ diferenciar os conceitos de Oferta no sentido Económico (OFERTA ECONÓMICA) e Oferta no sentido Ecológico (OFERTA FÍSICA): OFERTA ECONÓMICA ≠ OFERTA FÍSICA ↓ ↓ Só interessam os recursos geologicamente identificados cuja exploração seja rentável Inclui a totalidade das reservas existentes A OFERTA FÍSICA é finita e não é totalmente conhecida. A OFERTA ECONÓMICA refere-se apenas às reservas economicamente utilizáveis (são a medida mais comum utilizada nos cálculos das disponibilidades da oferta intertemporal do recurso): ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 7 ) É considerada variável com os seguintes factores: • Extracção e uso do recurso ao longo do tempo ⇒ ↓ das reservas; • Descoberta de novos depósitos ao longo do tempo ⇒ ↑ das reservas; • Variações do preço de mercado e das condições tecnológicas ⇒ ↑ das reservas economicamente viáveis. Os RECURSOS NÃO-RENOVÁVEIS são classificados segundo uma combinação de medidas geológicas e económicas. RECURSOS NÃO-RENOVÁVEIS: • Recursos energéticos de origem fóssil (petróleo, carvão, gás); Minerais (cobre, níquel, ferro, …)- são produzidos por processos geológicos ao longo de milhões de anos. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 8 Classificação Geológica dos Recursos Não-Renováveis baseada na OFERTA FÍSICA: é feita pelo critério das quantidades disponíveis: REFEREN IADAS C QUANTIFI CADAS CONFIR MADAS INFERIDAS RESERVAS IDENTIFICADAS RESERVAS GEOLÓGICAS DE RECURSOS NÃO- RENOVÁVEIS HIPOTÉTICAS (EM LOCAIS CONHECIDOS) ESPECULATIVAS (EM ZONAS AINDA DESCONHECIDAS) RESERVAS NÃO IDENTIFICADAS FONTE: Classificação Baseada na do US Bureau of Mines and US GeologicalSurvey Bulletins 1450-A e 1450-B, 1976 http://www.usgs.gov ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 9 RESERVAS IDENTIFICADAS = são as aquelas cuja quantidade e qualidade já são conhecidas; ↓ ↓ RESERVAS IDENTIFICADAS INFERIDAS = parte identificada com base em características geológicas dos depósitos RESERVAS IDENTIFICADAS DAS = te foi a com em de 0% RESERVAS IDENTIFICADAS CONFIRMADAS E QUANTIFICADAS = parte quantificada com uma margem de erro = 20% RESERVAS IDENTIFICADAS CONFIRMADAS REFERENCIADAS = parte identificada com base em características geológicas dos depósitos ERNA2006/2007 ISABEL MENDES CONFIRMA uma par quantificad uma marg erro = 2 ↓ ↓ 10 Classificação Geológica dos Recursos Não-Renováveis baseada na OFERTA ECONÓMICA: é feita pelo critério da utilização lucrativa dos recursos. RESERVAS DE NÃO- RESERVAS SUB – ECONÓMICAS = aquelas cujos custos de extracção ainda são muito elevados. Podem passar a reservas económicas se o preço de mercado ↑ ou se houver inovação tecnológica RESERVAS ECONÓMICAS = quantificadamente lucrativas RECURSOS RENOVÁVEIS ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 11 O CONCEITO DE CAPITAL NATURAL Os ECONOMISTAS interpretam a totalidade dos recursos naturais como sendo um factor produtivo genérico designado por TERRA, conjuntamente com os outros factores: TRABALHO e CAPITAL. O nível de produção Q depende da quantidade de factores utilizados (l, k, e t) : a produção aumenta com as quantidades de factores utilizados: ( )Q Q l ,k ,t= e: ( ) ( ) ( ) 0 0 0 Q l , k , t ; l Q l , k , t ; k Q l , k , t ; t ∂ >∂ ∂ >∂ ∂ >∂ No entanto, em muitos modelos, a factor TERRA é negligenciado. O clássico RICARDO considerava o factor e a sua produtividade fundamentais para o crescimento económico. Na economia ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 12 moderna, considera-se que o progresso técnico ultrapassa os limites físicos do factor. Os ECOLOGISTAS, ao contrário, redefinem este conceito para melhor o aplicarem à análise económica do ambiente ⇒ : • CONCEITO DE CAPITAL NATURAL = stock de bens de capital (atmosfera, solo, florestas, água, áreas húmidas, …) e ao fluxo de bens e serviços fornecidos por este stock; • CONCEITO DE CAPITAL NATURAL CULTIVADO = engloba os recursos naturais produzidos pelo Homem – floresta cultivada; aquicultura. O CAPITAL NATURAL passa a ser uma das componentes do factor produtivo genérico K dos Economistas ⇒ CAPITAL (k) = CAPITAL HUMANO + CAPITAL CONSTRUÍDO + CAPITAL NATURAL Onde: CAPITAL HUMANO = nº trabalhadores + qualificações dos trabalhadores; ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 13 CAPITAL CONSTRUÍDO = capital financeiro e económico “tradicional”. O aspecto central da gestão económica é a preservação do valor do capital ⇒ acrescentar valor ao capital ao longo do tempo (fazer investimento líquido) ⇒ a riqueza está directamente relacionada com o seu capital produtivo: uma nação é potencialmente mais rica quanto maior for o seu stock de capital produtivo ⇒ a destruição de capital é igual a empobrecimento. O CAPITAL deprecia-se ao longo do tempo (taxa de depreciação) e faz reduzir o seu valor ⇒ ↑ o investimento para compensar esta depreciação e manter (aumentar) a riqueza ⇒ investimento líquido (= investimento bruto – depreciação) positivo anualmente. O CAPITAL HUMANO e o CONSTRUÍDO são mantidos ao longo do tempo. Mas o mesmo não acontece com o CAPITAL NATURAL. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 14 Coloca-se o problema da SUSTENTABILIDADE DO CAPITAL NATURAL: para alguns economistas, a sustentabilidade e o grau de sustentabilidade estão relacionados com o stock de capital natural e o stock de capital construído: • Forte Sustentabilidade ⇒ existe sustentabilidade se o stock de capital natural for não-decrescente; • Fraca Sustentabilidade ⇒ existe sustentabilidade se a soma dos stocks de capital natural e construído devem ser não-decrescentes ⇒ admite-se a substituibilidade entre capital natural e construído. JUSTIFICAÇÕES ECONÓMICAS PARA A DEPRECIAÇÃO DO CAPITAL NATURAL A sociedade e os agentes económicos não identificam claramente este tipo de capital porque ele é utilizado de forma gratuita ⇒ não há mercados nem preços que sinalizem a sua situação de escassez ou de abundância. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 15 A não existência de mercados, tem a ver com as falhas de mercado e falhas institucionais que caracterizam os recursos naturais: 1. Falhas de Mercado: Bens Públicos: são não-exclusivos e/ou não-rivais: • bens públicos puros = não-exclusividade + não-rivalidade; • bens públicos quasi-puros: admitem alguma exclusão e exaustão de consumo (praias; piscinas; parques; áreas protegidas; minerais; florestas …); • bens de propriedade comum: são bens para os quais se torna muito cara a exclusão (é difícil parcelizar os bens e/ou funções e atribuir-lhes um título de propriedade) mas que admitem rivalidade (recursos piscatórios; aquíferos; rios; pastagens comunitárias); alguns são de livre acesso (bens de propriedade comum sem qualquer sistema de regras para gerir o seu uso); • bens de mérito: é um bem que existe porque é reconhecidamente bom para a sociedade, independentemente de ele ter sido ou não escolhido pelos consumidores (áreas protegidas). Os mercados privados não conseguem gerar níveis de produção de Bens Públicos compatíveis com um equilíbrio ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 16 eficiente, por ser impossível (ou quase) fazer com que os utilizadores paguem por eles. 2. Falhas Institucionais - Recursos de uso comum: baldios, mares, rios e lagos, atmosfera, água; - Direitos de propriedade mal definidos. Efeitos da existência de 1) e 2): ) sobre-utilização (os custos da sobre-utilização não fazem parte da decisão dos utilizadores); ) a escassez associada à sobre-utilização é desconhecida; ) o valor dos recursos não é conhecido. A natureza do conceito de CAPITAL NATURAL obriga a uma análise multidisciplinar que considere: ) a natureza física dos recursos e das leis que regem a sua oferta (descritas pelas ciências da natureza – física, química, biologia e ecologia); ) da natureza económica da sua utilização. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 17 CONTRIBUTOS DA ECONOMIA DA ECOLOGIA E DA ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAIS PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL DO CAPITAL NATURAL: • ECONOMIA DA ECOLOGIA: - Quantificação física do capital natural → Contas Nacionais; PIB Verde; …; - Determinação dos Níveis de Uso Sustentável (Sustainable Yield Levels); - Determinação do Limite Ambiental Máximo da capacidade de absorção dos resíduos. • ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAIS:- Uso eficiente dos recursos na perspectiva da maximização do bem-estar social ⇔ maximização do lucro das empresas e da utilidade dos consumidores ⇔ uso compatível com um Óptimo de Pareto. - uso eficiente dos recursos segundo o princípio de equidade inter-geracional. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 18 2. A GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS 2.1 Análise Económica do Uso dos Recursos Renováveis de Propriedade Comum e de Livre Acesso A maioria da literatura sobre Economia dos Recursos Naturais refere-se: à exploração de espécies animais (caça e pesca) e à economia das florestas. Os RECURSOS PISCATÓRIOS são o exemplo clássico de um recurso renovável, que pode ser considerado como um bem privado (recursos provenientes de aquicultura ou de lagos internos) ou um bem público de acesso livre (recursos provenientes de pescas do alto mar ou de rios). ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 19 Análise Económica do Recurso de Acesso Livre Considere-se um exemplo simples: • Um conjunto de pescadores pretende explorar um novo banco de recursos piscatórios em alto mar; • A nova actividade piscatória dispõe de um determinado número de barcos – n -; • O produto total da actividade – Q - é medido em milhares de ton de pescado/período tempo capturado pelo nº total de barcos; • O valor ou a Receita Total da actividade – RT(n) – é igual ao preço/ton de pescado multiplicado pela quantidade de pescado extraída por cada barco, vezes o nº de barcos: nRT ( n ) p ( n q )= × × ; • A Receita Média por barco – Rme(n)– é dada por: np ( n q )RT ( n )RMe( n ) n n × ×= = ; • A Receita Marginal por barco – RMg(n) – é dada por: ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 20 RT ( n )RMg( n ) n ∆ ∆= ou em termos contínuos: RT ( n )RMg( n ) ∂= ; • Os Cust CMe( n • Admite- perfeita, takers; • A activi número igualdad n* cor c ERNA2006/2007 n∂ os da actividade por barco são: CT( n ) CT( n )) ;CMg( n ) n n ∆ ∆= = ; se que o mercado de pescado é de concorrência o que significa que os pescadores são price dade maximiza o seu lucro pescando com um total de barcos n* para o qual se verifica a seguinte e: n* : RMg(n*)=CMg(n*) responde ao número de barcos eficiente e ompatível com um Óptimo de Pareto. ISABEL MENDES 21 • Os valores para o exemplo são apresentados no QUADRO 1; • O GRÁFICO 1 representa o Produto Total da actividade; o GRÁFICO 2 representa o nº de barcos nos dois equilíbrios: económico e de bem de livre acesso. ANÁLISE ECONÓMICA DO QUADRO E GRÁFICOS ) A actividade vai afectando os primeiros barcos iniciais à faina: de n = 0 até n = 4, o produto da pesca apresenta rendimentos crescentes de forma constante; ) A partir de n = 4, começa a haver alguma saturação: o produto total continua a crescer mas agora a taxas inferiores; e assim continua até que n = 850; se a empresa continuar a enviar mais barcos, entrará numa situação de produto decrescente; ) Apesar do comportamento decrescente do produto da pesca, a actividade não tem qualquer incentivo para parar de enviar barcos: • Enquanto RMg(n)>CMg(n) é sempre lucrativo enviar mais barcos porque o rendimento por barco é superior aos custos médios; • Mesmo quando se atinge o ÓPTIMO ECONÓMICO em n* = 650 ⇒ RMg(n = 650) = CMg (n = 650) ⇒ lucro marginal da frota é nulo, do ponto de vista de cada barco continua ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 22 a ser lucrativo enviar mais barcos para a pesca, pelo menos enquanto a RMe(n) > CMg(n) ⇒ lucro por barco é positivo = incentivo à pesca; • Apesar de já ter sido atingido o nível óptimo de exploração, o mercado continua a enviar um sinal aos barcos de que continua a ser lucrativo aumentar a exploração do recurso ⇒ mais barcos continuarão a pescar até que o negócio deixe de ser lucrativo ⇒ rendimento médio por barco iguala ou passa a ser inferior ao custo por barco, o que acontece quando n = 12000 ⇒ o mercado “enviou um sinal”- a não rentabilidade da indústria - de que a indústria está sobre- explorada; • Mas o sinal chegou tarde em termos da eficiência económica: o nº de barcos eficiente seria 650; mas há 12000 a pescar; • Assim temos: - ÓPTIMO ECONÓMICO: n* = 650; RT = $ 5.6 106; CT = $ 2.6 106; Benefício Social Total =$ 3 106 é maximizado; - EQUILÍBRIO DE LIVRE ACESSO: n* = 1200; RT = CT = $ 4.8 106; Benefício Social Total = 0. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 23 CONCLUSÃO: 1ª) As regras da livre concorrência aplicadas à exploração de um recurso de livre acesso, cujo preço é zero, leva à sua sobreexploração e eventual desaparecimentro e à não eficiência económica = TRAGÉDIA DOS COMUNS; 2ª) Do ponto de vista da sobrevivência da espécie, o equilíbrio de livre acesso não será sustentável porque ultrapassa o Produto Máximo Sustentável (Maximum Sustainable Yield – MSY) = 850 barcos. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 24 2.2 Análise Económica e Ecológica do Uso dos Recursos Renováveis de Propriedade Comum e de Livre Acesso Na secção 2.1 fez-se a análise tipicamente económica de um recurso natural renovável de acesso livre, sem considerar os aspectos ecológicos da reprodução das espécies piscícolas. Concluiu-se que: o equilíbrio de livre acesso leva à sobre- exploração dos recursos ⇒ ineficiência económica + perigo de extinção das espécies. O que agora queremos estudar é: A situação económica e dos recursos melhorará se introduzirmos no modelo de decisão a reprodução das espécies? MÉTODO: usar análise pluridisciplinar ⇒ modelo biológico de crescimento do recurso + modelo económico de exploração do recurso ⇒ MODELO BIO-ECONÓMICO DE EXPLORAÇÃO DO RECURSO. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 25 2.2.1 O Modelo Biológico de Crescimento dos Recursos O Crescimento Biológico de algumas espécies piscícolas, é descrito por uma função: CURVA LOGÍSTICA DE LOTKA – VOLTERRA - GRÁFICO 3. A CURVA LOGÍSTICA DE LOTKA – VOLTERRA descreve o padrão básico de crescimento de muitas espécies no estado selvagem O padrão de crescimento tem duas trajectórias: • De pAB : acima de um limiar mínimo de sobrevivência - Xmin – a população cresce a partir do stock inicial A até um novo stock correspondente ao equilíbrio natural, seguindo a trajectória logística da função: a população cresce a uma taxa exponencial enquanto o stock for pequeno (a primeira e segunda derivadas da função são positivas); • A partir de B, o stock continua a crescer mas a uma taxa decrescente até se aproximar do limite máximo de crescimento XMax: o stock já é elevado e os nutrientes + espaço vital começam a ser insuficientes para a reprodução acelerada da espécie; este é o ponto de ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 26 inflexão (a primeira derivada é positiva; a segunda derivada é negativa); • A partir de XMax , se a população continuar a crescer até ao stock C (devido por exemplo a um aumento temporário de nutrientes), rapidamente retornará a XMax quando a situação norma de nutrição voltar; • Se a população diminuir abaixo de Xmin dar-se-àa extinção da espécie – stock D = 0. O crescimento das espécies e a biodiversidade dependem da CAPACIDADE DE SUSTENTAÇÃO dos ECOSSISTEMAS ⇐ taxa de exploração humana dos recursos que tem de ser ecologicamente sustentável para evitar a rotura do stock natural. RELAÇÃO ENTRE O CRESCIMENTO DAS ESPÉCIES E A DIMENSÃO DOS STOCKS – GRÁFICO 4. • O stock XMax corresponde a um equilíbrio estável: a este nível a exploração humana levará a taxas de crescimento do produto da actividade de exploração até ao nível do stock correspondente ao crescimento anual correspondente ao MSY; • A partir deste nível, a continuação da exploração humana levará a rendimentos decrescentes na actividade até se ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 27 atingir o stock Xmin correspondente ao limiar mínimo de sobrevivência da espécie; • Se a exploração humana continuar a partir deste nível a espécie será extinta. CONCLUSÃO: - O stock Xmin corresponde a um equilíbrio instável da espécie: uma ligeira diminuição levará à extinção e um ligeiro acréscimo levará à recuperação até ao MSY; - O stock XMax corresponde a um equilíbrio estável: no estado natural a população da espécie tenderá para este stock; - Então, se o stock da espécie estiver ao nível XMax , uma taxa de exploração humana que leve o stock até ao nível correspondente ao MSY, manterá a população a um nível constante ⇒ é possível (e até desejável) explorar recursos, se o stock da população estiver algures entre Xmin e XMax . ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 28 2.2.2 O Modelo Bioeconómico de Exploração dos Recursos Vamos agora reunir os dois modelos: o modelo biológico da secção 2.2.1 e o modelo económico da secção 2.1. – GRÁFICO 5: • O Gráfico de cima relaciona o Esforço de Pesca (medido em nº de barcos/dia) com os Rendimentos Totais – RT. A função deste gráfico tem a mesma forma da função do GRÁFICO 4: ⇒ o ↑ do esforço de pesca ⇒ movimento da direita para a esquerda no GRÁFICO 4, mas da esquerda para a direita na parte de cima do GRÁFICO 5 ⇒ se o esforço de pesca ↑ a população piscícola ↓; • EE é o Óptimo Económico ⇒ RMg = CMg (⇔ os declives das tangentes às curvas de RT e de CT são iguais); • E0 é o Equilíbrio de Livre Acesso ⇒ RT = CT ⇒ RMe = CMg ⇒ Lucros Económicos nulos ⇒ dissipação de rendas e perda de bem-estar social = área A; • O MSY (EM) corresponde ao esforço de pesca que maximiza a Receita Total e anula a Receita Marginal: RMg = 0 e Lucro > 0 ⇒ há incentivo a aumentar o esforço de pesca para além do MSY; ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 29 PERGUNTA: O Óptimo Económico (EE) é compatível com o MSY (EM) ? RESPOSTA: • SIM: como (EE) < (EM) então o óptimo económico é compatível com o equilíbrio biológico da espécie; • Mas há um problema: como levar os barcos a reconhecer (EE) e a não terem incentivos para aumentar a exploração até (E0)? Ver formalização do modelo bioeconómico de exploração de recursos naturais renováveis de livre acesso – anexo. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 30 2.3 A GESTÃO DOS RECURSOS RENOVÁVEIS 2.3.1 Instrumentos de Comando e Control (ICC): Regulação 1. 2. 3. 4. 5. Diminuir o esforço de pesca ⇒ restrições à dimensão dos barcos; definição de defesos; limites ao nº de dias de pesca; Controlar qualitativamente o pescado: restrições ao equipamento de pesca e à malhagem das redes; protecção das espécies juvenis; diminuição das rejeições de pescado; diminuição dos danos ambientais provocados pelas tecnológicas de exploração; Restrições espaciais da actividade para diminuir os conflitos entre os operadores de pesca; Redução das frotas; Restrições às quantidades pescadas por espécie. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 31 Críticas à aplicação dos Instrumentos de Comando e Controle: • 1., 2., e 3. são aplicados à custa da diminuição da eficiência da actividade (↓ o coeficiente de pesca e; ↑ dos custos financeiros dos operadores) ⇒ não são métodos eficientes nos custos (cost-efficient methods); • 4. (diminuição das frotas) pode evitar ineficiências na actividade se reduzir o stock de capital compatível com o seu nível óptimo (= stock que minimiza o custo de exploração); usam-se incentivos financeiros para levar os operadores a abandonar a actividade Dificuldades de aplicação: ) em algumas pescas (nos países industrializados) resulta na venda de embarcações antigas que serão utilizadas na pesca em outros locais ⇒ a capacidade efectiva não diminui efectivamente; ) controle é ineficaz numa situação generalizada de sobrecapacidade ⇒ redução de esforços de um conjunto de operadores é compensado pelo aumento em igual montante no esforço dos operadores adversários; ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 32 • 5. (restrições quantitativas às quantidades) baseados na atribuição de quotas pode ser eficaz se for aplicado. Críticas: a taxa de eficácia tem sido muito baixa (ver crítica de GORDON1 no Anexo) basicamente por causa da elevada mobilidade e dispersão geográfica dos operadores e das presas ⇒ utilização de meios electrónicos sofisticados de monitorização CONCLUSÃO: crítica genérica aos ICC 1. 2. 3. 4. Os ICC são considerados ineficientes porque não resolvem o problema principal que está na origem da sobreexploração: o facto de os recursos serem de utilização livre ⇒ Tragédia dos Comuns; A taxa de execução das regulamentação tem sido muito pobre continuando a generalizar-se a pesaca ilegal e não- regulamentada; Os ICC não são eficientes nos custos: administrativamente são caros de estabelecer e são caros na monitorização e acompanhamento da sua aplicação; São os que mais genericamente têm sido usados mas com escassos resultados (Ver no anexo o texto The Current State of Marine Fisheries). 1 GORDON, H. S. 1954. The Economic Theory of a Common – Property Resource: the Fishery. Journal of Political Economy 62: pp 124-142. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 33 2.3.2 Instrumentos de Política Baseados em Mecanismos de Mercado (Instrumentos Baseados em Incentivos): Na SECÇÃO 2.1 vimos que os ECONOMISTAS consideram que a ineficiência e a sobre-exploração são explicadas pelas falhas de mercado relacionadas com o acesso livre dos recursos ⇒ TRAGÉDIA DOS COMUNS. O falhanço relativo dos ICC levaram ao estudo de instrumentos alternativos: os Instrumentos Baseados em Incentivos de Mercado (IBM): pretende arranjar soluções de mercado para resolver problemas de falhas de mercado. O USO DE TAXAS 1º) TAXA PARA STOCKS NÃO SOBREEXPLORADOS Na SECÇÃO 2.1 vimos que é possível evitar a TRAGÉDIA DOS COMUNS se os pescadores pagarem uma LICENÇA = diferença entre o CMg(n*) e o RMe(n*) que termine com o incentivo à exploração: LICENÇA = RMe(n*) – CMg(n*) ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 34 A taxa tem um efeito equivalente ao da internalização dos custos sociais da pesca e permite atingir o óptimo económico sem comprometer o equilíbrio biológico da espécie. 2º) TAXA PARA STOCKS SOBREEXPLORADOS À TAXA anterior, terá de seradicionada uma segunda componente = custo externo do congestionamento da sobreexploração. A TAXA ÓPTIMA teria então duas componentes: i) A 1ª componente de correcção do efeito de incentivo relacionado com o recurso de uso comum em espaço aberto; ii) A 2ª componente que internalisaria as deseconomias do congestionamento da sobreexploração. NOTA: estes instrumentos são muito raros (se calhar nunca foram aplicados). ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 35 A ATRIBUIÇÃO DE DIREITOS DE PROPRIEDADE E DE QUOTAS DE EXPLORAÇÃO TRANSACCIONÁVEIS O tema central da TRAGÉDIA DOS COMUNS é a ausência de Direitos de Propriedade ou da sua incorrecta definição (FALHA INSTITUCIONAL). Se os recursos passarem a estar na posse de um único agente ele explorá-lo-á de forma eficiente ⇒ maximizar o valor actual do recurso ⇒ tomar as decisões de investimento ou de conservação mais adequadas com o seu objectivo económico. Vários processos têm sido adoptados pelas nações: 1. Criação de Zonas Económicas Exclusivas (ZEE’s): as nações passam a controlar uma zona de recursos marinhos de 200 milhas para além da linha de costa. CRÍTICA: as ZEE’s não evitam, de facto, a sobreexploração: o incentivo relacionado com o acesso livre mantém-se para os barcos nacionais; 2. Sistemas de Quotas Individuais Transaccionáveis – Sistemas de QIT’s (Individual Transferable Quota System – ITQ System) ⇒ o Estado é o regulador que atribui direitos de propriedade exclusivos sobre determinadas quantidades de pescado a um pescador ou a grupos de pescadores sob a forma de quotas quantitativas ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 36 ⇒ que a exclusividade dos direitos implica a sua transacção em mercado ⇒ a garantia de que é possível controlar a sobreexploração das pescas de forma eficiente. Para aplicar o Sistema QIT, os cientistas têm de determinar o Nível Máximo de Pesca aceitável – NMP (Maximum Allowable Catch – TAC), compatível com o equilíbrio biológico do stock e posteriormente repartido pelos pescadores sob a forma de direitos exclusivos de exploração. Os pescadores é que decidirão se, para eles, é mais rentável vender quotas e abandonarem o mercado ou comprarem quotas. Da decisão livre dos pescadores, chegar-se-á à exploração dos recursos a um nível compatível com o óptimo económico. Vejamos um exemplo simples da eficiência deste sistema. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 37 EXEMPLO DE SISTEMA DE QIT a - Sejam dois pescadores 1 e 2 em regime de exploração livre: 1 2 1 2 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 2 4 100 2 100 200 4 100 400 200 400 600 10 10 4 6 10 100 1000 10 100 10 C / ton;C / ton; Q Q Q ton; CT(Q ) ;CT(Q ) ; CT(Q) ; p / ton R/ ton; / ton p C / ton; RT(Q ) ; RT(Q ) ε ε ε ε ε ε π ε ε = = = = = = × = = × = = + = = = = − = − = = × = = × = ( ) ( )1 1 2 2 00 10 100 2 100 10 100 4 100 1200 ; (Q) (Q ) (Q ) ε Π Π Π= + = × − × + × − × = 1 1 10 2 8/ ton p C / ton;π ε= − == − ε ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 38 b - Sejam os mesmo pescadores 1 e 2 em regime de exploração com quotas não transaccionáveis: Q1 = Q2 = 50 ton: 1 2 1 1 2 1 2 2 2 1 1 2 2 2 50 1 2 4 10 10 4 6 10 50 5 00 2 5 00 10 0 100 4 50 200 100 200 300 Q Q ton Q ton CT(Q ) ;CT(Q ) ; CT(Q) C / ton;C / ton; ; ; ; p / ton R/ ton; / ton p C / ton; RT(Q ) ; RT Q( ) ε ε ε π ε ε ε εε = = = = × = = = = = = − = × = = + = = − = == × = ( ) ( )1 1 2 2 10 50 2 50 10 50 4 50 70 50 50 0 0 (Q) (Q ) (Q ) ;ε Π Π Π= + = × − × + × − × = × = 1 1 10 2 8/ ton p C / ton;π ε= − = =− ε ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 39 c - Sejam ainda os mesmo pescadores 1 e 2 mas agora em regime de exploração com quotas transaccionáveis: Q1 = Q2 = 50 ton: ( )1 2 1 2 7 50 100 100 10 100 2 100 0 1 0 6 8 1 ; ; / ton / ton p( ITQ ) CT(Q) = CT (Q =100) preço do ITQ / ton; Q Q ton Q ton ( Q ) ( Q ) = 2 100 = 20 ;0 ε π ε ∆π Π Π ε = = = = = = = × − × = = < ⇒ = + × 1 8 1/ ton / ton p( ITQ )π ε ∆π= > ⇒ = − ε Com as quotas transaccionáveis e p (ITQ) = 7 euros por tonelada, os pescadores têm um incentivo para fazerem uma transacção mutuamente vantajosa: • Se p (ITQ), o pescador 2, menos eficiente, tem um incentivo para vender a sua quota a 7 euros/ton ao pescador 1, ganhando +1euro/ton do que ganharia se continuasse a pescar; o pescador 1 mais eficiente. comprará as quotas do outro pagando 7euros/ton e vendê-las-á posteriormente por 10 euros/ton; • O pescador 1, mais eficiente, passa a pescar sozinho Q =100 mas a um custo total inferior ⇒ ganho para a sociedade. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 40 APLICAÇÕES DO SISTEMA DE QUOTAS TRANSACCIONÁVEIS – ver no anexo WR 1994. The Individual Transferable quota system in New Zealand Fisheries, Cap. 10. World Resources Institute, Oxford University Press: Oxford. 2.3.3 Outros Instrumentos de Política: do lado da procura de peixe • Alterar os hábitos de consumo: rótulo ecológico; alteração dos padrões de consumo; certificação; • A aquicultura será uma solução para diminuir o esforço de pesca de peixe selvagem? ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 41 QUADRO 1 Rendimentos e Custos da Actividade das Pescas n (milhares) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Q (1000 ton) 10 20 30 40 48 54 58 60 60 58 54 48 40 RT(n) (106 $) 1.0 2.0 3.0 4.0 4.8 5.4 5.8 6.0 6.0 5.8 5.4 4.8 4.0 CT(n) (106 $) 0.4 0.8 1.2 1.6 2.0 2.4 2.8 3.2 3.6 4.0 4.4 4.8 5.2 RTL= RT – CT) (106 $) 0.6 1.2 1.8 2.4 2.8 3.0 3.0 2.8 2.4 1.8 1.0 0 -0.8 RMg(n) (103 $) - 10 10 10 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 RMe(n) (103 $) 10 10 10 10 9.6 9 8.2 7.5 6.6 5.8 4.9 4 3.1 CMg(n)=CMe(n) (103 $) 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 RL/barco=RMe(n)- CMg(n) (103 $) 6 6 6 6 5.6 5 4.2 3.5 2.6 1.8 0.9 0 -0.9 Óptimo Económico; Equilíbrio no Recurso de Livre Acesso ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 42 GRÁFICO 1 Produto Total da Actividade PRODUTO TOTAL Rendimentos constantes Rendimentos Crescentes a uma taxa decrescente Rendimentos Decrescentes 0 4 8 9 13 nº de barcos n (milhares) Quantidad e Total pescada (1000 ton) ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 43 GRÁFICO 2 Número de Barcos Óptimo nos Dois Equilíbrios 4 6 7 8 9 12 4 Custos e Receitas (1000 $) 10 9 8 RMe(n) RMg(n) n* nº de barcos n (milhares) TAXA DE LICENÇA= RMe(n*)-CMg(n*) 0 CMg(n)=CMe(n) n* ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 44 GRÁFICO 3 Crescimento das Espécies no Tempo C B População Total XMax Tempo) CURVA LOGÍSTICA A Xmin D ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 45 GRÁFICO 4 Relação entre o stock da espécie e a taxa de crescimento da populaçãoB Crescimento Anual MSY Stock EQUILÍBRIO NATURAL XMax estável exploração decrescente exploração crescente A Xmin Xmin instável extinção ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 46 GRÁFICO 5 Rendimento e Custo Total das Pescas; Rendimentos Marginais e Custos Marginais das pescas; Nível de Exploração Óptimo, ecológico e económico MS Óptimo Económico (EM) (EE) RMe RMg RMg; RMe; CMg B RT Rendimen to e Custo Total Óptimo Económico (EE) Taxa de esforço de pesca Taxa de esforço de pesca A MSY (EM) Livre Acesso (E0) CMg CT Livre Acesso (E0) ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 47 ANEXO FORMALIZAÇÃO DO MODELO DE PESCAS COM LIVRE ACESSO 1. O Sub – Modelo Biológico 1 M ax dS G ( S ) (1); dt SG ( S ) g S (2); S = = − • S = stock da População; • g = taxa de crescimento fixa da População; • G(S) = variações no stock da População devidas a causas naturais, representadas pela função logística de crescimento natural. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 48 2. O Sub -Modelo Económico 2.1 Função de Produção das Pescas: H = H (E,S) (3); H = e E S (4); • H = quantidade de pescado; • E = esforço de pesca (medido em nº de barcos); • e = constante que representa o coeficiente de captura. Dividindo ambos os membros de (4) por E, obtém-se: H = e S E que significa que a quantidade pescada por unidade de esforço é igual a um múltiplo e da dimensão do stock. ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 49 2.2 Função de Crescimento Líquido do Stock da População com exploração humana: S G( S ) H (5)= −� onde d SS d t =� . 2.3 Custo das Pescas: C = C(E) (6); C = w E (7); onde: C = Custo Total da Exploração; w = custo por unidade de esforço de exploração, que se assume ser constante. 2.4 Rendimentos (ou Benefícios) das Pescas: B ( H ) PH (8)= onde: B = Rendimento ou Benefício Total das pescas; ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 50 P = preço de mercado do peixe. 2.4 Benefício Líquido ou Lucros das Pescas: NB ( H ) B C pH wE (8)= − = − onde: NB = Benefício Líquido (Net Benefit). 2.5 Dinamização do esforço de Pesca: a regra de entrada em livre acesso: Como é que o nível de esforço de pesca é determinado em regime de livre acesso? A decisão depende do lucro obtido. dE = NB (10) dt δ onde δ é um parâmetro positivo que representa a intensidade das entradas e das saídas da actividade, relacionadas com o nível de lucro: • Se NB > 0, as empresas entram; • Se NB < 0, as empresas saem; ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 51 • Se NB = 0, a actividade está em equilíbrio. 3. Condições de Equilíbrio do Modelo Bio- Económico: Existe Equilíbrio Ecológico quando o stock da população está estabilizado (steady state), o que acontece se a seguinte igualdade se verificar: G H (11)= ou seja, a quantidade de pescado não pode ultrapassar as variações no stock da População devidas a causas naturais Existe Equilíbrio Económico quando o esforço de pesca é constante ao longo do tempo ⇒ os lucros da actividade sejam nulos para que não existam incentivos nem à entrada nem à saída de operadores: 0NB B C (12)= − = ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 52 O EQUILÍBRIO ESTACIONÁRIO COM LIVRE ACESSO O Equilíbrio é alcançado estabelecendo a relação entre esforço de pesca e rendimento. 1 Max Max g wE* (13); e PeS wS* = (14); Pe gw wH* = 1- (15). Pe PeS = − ERNA2006/2007 ISABEL MENDES 53
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