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![LIVRO DE ECONOMIA RURAL Utilizado na UFRAACS - Livro gtz[1]](https://files.passeidireto.com/Thumbnail/d485f6f6-0545-4c39-8efd-3ebb9fa0b94a/210/1.jpg)
LIVRO DE ECONOMIA RURAL Utilizado na UFRAACS - Livro gtz[1]
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Gabriela da Silva Melo Carvalho
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monetário e de informação na cadeia de suprimento? As atividades da cadeia de suprimento iniciam com uma ordem ou pedido emanado pelo consumidor e findam quando o cliente é satisfeito e fecha negócio, pagando sua aquisição. Como é desencadeada a dinâmica de interação entre os estágios da cadeia de suprimento dos produtos indicados na Figura 1 (madeira, carne, leite, frutas, grãos e peixe)? 1. O cliente ou consumidor entra no supermercado ou outra loja do varejo e efetiva a compra do produto (esta prática é realizada por vários clientes simultaneamente); 2. O supermercado interage com o estoque da loja para reabastecer as gôndolas e, ao mesmo tempo, informa ao atacado para repor o produto, de acordo com a programação da demanda; 3. O atacadista interage com o armazém, faz inventário do estoque e atende ao pedido do varejo e, imediatamente, emite um comando para a agroindústria fornecer o produto na quantidade programada para repor o estoque; 4. A agroindústria recebe o pedido do armazém e atende ao pedido com o produto estocado na fábrica ou que está sendo processado e, em seguida, emite o comando para os fornecedores de matéria-prima e insumos; 5. Os produtores (isolados ou organizados em cooperativas) recebem o pedido e se programam para atender no tempo adequado. De acordo com o pedido, emite-se comando para os fornecedores de insumos agrícolas, tecnologia, assistência técnica, financiamentos, etc. 6. A interação continua ... Estas interações formam ciclos de negociação, estabelecidos na interface entre os estágios da cadeia de suprimento (Figura 5.4). Figura 5.4 – Interação entre os estágios da cadeia de suprimento. Qual o objetivo da cadeia de suprimento? O objetivo principal da cadeia de suprimento é maximizar o valor adicionado gerado em toda a cadeia de suprimento. O valor adicionado é a diferença entre o montante final que o cliente pagou pelo produto e o esforço realizado para atender adequadamente ao seu pedido. Na cadeia de suprimento, não é interessante observar apenas o desempenho dos membros de um elo da cadeia de suprimento, mas o global, uma vez que se busca a integração em que cada membro compartilha com as ações que levam ao desempenho global da cadeia. Exemplo: Os R$ 19,00/kg de filé de pescada amarela que o consumidor pagou no supermercado corresponde ao valor final que a cadeia de suprimento recebe. A diferença entre esse Fornecedor 2 Agroindústria 2 Atacado 2 Varejo 2 Cliente 2 Fornecedor 1 Fornecedor 3 Agroindústria 1 Agroindústria 3 Atacado 1 Atacado 3 Varejo 1 Varejo 3 Cliente 1 Cliente 3 102 valor e a soma dos custos realizados ao longo de toda a cadeia de suprimento para pescar, transportar, beneficiar, embalar, estocar e distribuir representa a lucratividade da cadeia de suprimento. Ao longo da cadeia, para o peixe pescada amarela inteiro, apenas eviscerados e congelados, têm-se os seguintes valores de venda: Nos níveis de pescador e intermediário o pescado é in natura, apenas conservado no gelo. A agroindústria eviscera, limpa, congela e empacota. O supermercado conserva o pescado congelado em gôndolas e em câmeras frias, e vende diretamente ao consumidor. Assim, se a análise for realizada apenas em nível de agroindústria, o valor da cadeia de pescada seria subavaliada, uma vez que deixaria de contemplar o último e mais importante lance da operação comercial que seria o lance dado pelo consumidor, que paga R$13,00 por cada quilo de pescada amarela que adquire. Cabe lembrar que para a determinação do lucro em cada etapa, precisa-se diminuir o custo unitário de produção. Em nível de pescador, os custos envolvem as despesas com combustível, apetrechos de pesca, salário de mão-de-obra, manutenção e depreciação do barco e gelo. Assim, para que o pescador obtenha lucro, os R$3,00 que recebe por quilo de peixe entregue a intermediário devem superar os custos, caso contrário toma prejuízo e compromete o desempenho da cadeia para frente. Os custos do intermediário envolvem o pagamento de salário à mão-de-obra, gelo, combustível, imposto e custos de transação. Os custos da agroindústria são compostos de custos fixos (depreciação e manutenção de instalações e bens de capital, salário de mão-de-obra permanente, impostos, etc.) e custos variáveis (gelo, energia elétrica, mão-de-obra temporária, embalagens, matéria-prima, insumos, transporte, impostos, etc.) e os custos de transação, envolvendo contratos e/ou acordos para aquisição do peixe e para o fornecimento do produto. Nos supermercados, os custos são compostos de energia elétrica, depreciação e manutenção de gôndolas, mão-de-obra, embalagens, custos de transação e serviços de venda. Em todas as etapas há perdas e riscos, que são computados como custos. O que sobra da remuneração desses custos é o lucro bruto. Lembre-se que o interesse maior para a gestão da cadeia é a soma dos lucros obtidos em cada elo da cadeia e não apenas o lucro obtido em uma das etapas. Sendo assim, o sucesso da cadeia de suprimento não pode ser medido com base apenas no lucro individual obtido em um estágio. Com efeito, deve-se observar que na cadeia de suprimento, a única fonte de renda é o cliente, pois representa o único ponto real positivo do fluxo de caixa da cadeia de suprimento. Como é sabido, o fluxo monetário é a contrapartida das transações comerciais de produto. Em cada transação, um membro da cadeia fornece o produto e o outro retribui com o valor em dinheiro, efetivando simultaneamente os dois ciclos. Sabe-se, também, que uma parcela do valor em dinheiro que o cliente pagou ao varejista pelo produto é repassada ao atacadista. A transferência deste dinheiro envolve custo e informação. O mesmo também na transferência de produto e de informação entre os agentes da cadeia de suprimento. Em função disso, a gestão desses fluxos é a chave para o sucesso das cadeias de suprimento. O gerenciamento da cadeia de suprimentos, além de coordenar o fluxo de informações, dinheiro e produto entre todos os componentes da cadeia, tem por objetivo ligar os elos da cadeia e permitir que todos tenham acesso às informações de que precisam o mais perto possível do tempo real. Para isso, é necessário adotar dois sistemas: um para fazer o planejamento de recursos das empresas (ERP, do inglês Enterprise Resource Planning), que torno os negócios mais eficientes; e outro para fazer o gerenciamento das relações com o cliente (CRM, de Customer Relationship Management), que ao controlar com eficiência pedidos, vendas, atendimento e marketing, tende a fidelizar o cliente. A partir disso, a rede de empresas articuladas e geridas por esses sistemas é fortalecida, facilitando a identificação e remoção de gargalos, utilização dos pontos fortes e Pescador R$3,00/kg Intermediário R$5,00/kg Agroindústria R$9,00/kg Supermercado R$13,00/kg 103 incorporando as oportunidades que se apresentam, de modo a afastar as ameaças e produzir um resultado positivo para toda a cadeia de suprimento. Quais são as fases de decisão que se desencadeiam em cada elo da cadeia de suprimento? As fases de decisões da cadeia de suprimento podem ser categorizadas em estratégia (desenho), planejamento e operacionalização. 1. Estratégia (desenho) da cadeia de suprimento: a empresa decide como estruturar a cadeia de suprimento, os seja, elege-se o canal de distribuição e determina-se a configuração de acordo com as etapas que se processam em cada estágio da cadeia em um horizonte de longo prazo. Decide-se sobre: a) Localização da empresa: próximo a mercado, fonte de recursos e infra-estrutura (modelos de programação matemática); b) Logística de transporte: combinação dos modais rodoferroviário, rodofluvial, na região amazônica; c) Sistema de