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O BALANÇO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE EVIDENCIAÇÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL: um estudo na Instituição de Ensino Superior Franciscano.
Gercenildon da Silva Gomes*
Luana Kercia Oliveira de Sousa Peixoto*
Luiza Mirelly dos Santos*
Maria da Conceição Pereira Aguiar*
Sunny Wallen Silva Barcelos*
RESUMO
O objetivo deste artigo é elaborar um modelo de balanço social para ser aplicado no IESF, visto que não possui, no Brasil, um modelo adaptado às Instituições de Ensino Superior privadas, o mesmo possui responsabilidade social, mas não demonstra contabilmente. Nesse intuito, analisou-se diversas literaturas e legislações que embasam os conceitos de Responsabilidade Social e Balanço Social. Relacionou-se inclusive, o profissional contábil com a responsabilidade social das empresas, visto que o mesmo é o encarregado pela elaboração do balanço social. Destacou-se a atual situação das demonstrações de responsabilidade social do IESF apontando as principais atividades sociais desenvolvidas por esse. É realizado por meio de uma pesquisa descritiva, explicativa e aplicada, uma vez que está voltada a resolução de um problema concreto. O principal resultado obtido foi a produção de um modelo de balanço social para o IESF através de parâmetro do modelo IBASE. Contudo constata-se que é interessante a produção e publicação do balanço social das empresas, em virtude de o mesmo fornecer informações de cunho, social, ambiental e econômico para a sociedade.
Palavras-chave: Balanço Social. Responsabilidade Social. IESF.
 INTRODUÇÃO
As empresas ao praticarem a Responsabilidade Social, promovem ações para determinados sujeitos que na maioria das vezes não serão inseridos na sociedade se não tiverem 
__________________
*Graduandos em Bacharelado em Ciências Contábeis do 2° período pela Instituição de Ensino Superior Franciscano.
oportunidades apresentadas por elas e, consequentemente essas instituições terão os seus tributos diminuídos. De acordo com essa atual situação, é que se deve tomar como prontidão o estudo dos dados contábeis que são evidenciados pelas organizações.
	O Brasil não possui leis que obriguem as entidades a produzirem Balanço Social, entretanto existe uma necessidade de evidenciar contabilmente essas ações para a sociedade e para o controle da gestão.
	O IESF (Instituto de Ensino Superior Franciscano) é uma instituição que visa o bem comum no meio em que está inserido, através de atos que beneficiam tanto aos sócios como ao corpo socioambiental, no entanto, não se observa claramente como esta instituição desenvolve a Responsabilidade Social. Sendo assim, questiona-se: Como estabelecer um modelo de Balanço Social no IESF a fim de demonstrar contabilmente a Responsabilidade Social?
	Esta responsabilidade social está ligada ao perfil da empresa que adota atividades para benefícios da sociedade e apoia a sustentabilidade, em sinônimo de preservação ou compensação de acidentes causados por elas. De maneira que essas ações atribuem valores as organizações tornando-a mais competitiva no mercado, trazendo vantagens como: garantia de credibilidade social e uma imagem positiva perante à população, contudo estas vantagens só serão atribuídas às empresas se essas ações sociais forem de conhecimento de todos, e isso se dá somente com a elaboração e publicação do balanço social, por ser um instrumento de evidenciação social.
	Diante disso, este trabalho tem como objetivo elaborar um modelo de Balanço Social baseado no Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicos- IBASE a fim de apresentar uma melhor Responsabilidade Social do IESF.
	Esta pesquisa conforme Vergara (2014) é descritiva porque trata da atual situação do IESF diante dos relatórios sociais, descreve a opinião de autores sobre a responsabilidade social e correlaciona empresa e sociedade; é explicativa, pois tem como preocupação central identificar os fatores que determinam e contribui para a ocorrência do problema real; é aplicada, visto que está voltada à resolução de um problema concreto, como: a produção e publicação do balanço social. Já quanto aos meios é bibliográfica face à necessidade de se recorrer a livros, revistas e outros documentos que fundamentam os estudos aqui destacados; e de campo, visto a utilidade de adquirir informações sobre a contabilidade da instituição.
	Este estudo é relevante pois trata de um assunto atual que diz respeito a sociedade e as organizações de maneira que conscientize as empresas a retribuir a sociedade e ao meio ambiente os benefícios extraídos de ambos.
	Quanto a estrutura da pesquisa, inicialmente, apresenta-se algumas literaturas e legislações que embasam a importância do desenvolvimento, mas também a transparência no que concerne a responsabilidade social. Em seguida, traça-se um diagnóstico sobre como são apresentadas as informações a respeito da responsabilidade social. E por fim mostra-se uma proposta que viabilize a necessidade de se fazer, e também demonstrar como se desenvolve efetivamente a responsabilidade social.
A ORIGEM DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
Marcado por um período pós-guerra, a Responsabilidade Social originou-se diante dos desastres ecológicos e sociais causados pelos conflitos da época. Entre as décadas de 1960 e 1970 a guerra do Vietnã foi dada como exemplo dessa iniciativa social, veiculada por empresas norte-americanas que em sinal de rejeição deixaram de apoiar instituições que tinham envolvimentos diretos ou indiretos no combate. Em resposta ao movimento da população, que buscavam conscientização das devastações causadas pelas guerras, as empresas norte-americanas assumiram o papel de responsabilidade social no intuito de limpar a sua imagem diante da sociedade, alimentando assim o progresso do movimento social, que procuravam por melhores condições de vida e a preservação do meio ambiente.
O Brasil também apresentou sequelas diante dos conflitos, tornando-se vulnerável físico, espiritual e economicamente. Em contrapartida solidaria a ADCE Brasil (Associação dos Dirigentes Cristãos das Empresas do Brasil) assumiu a posição de Responsabilidade Social, ao apresentar uma “CARTA DE PRINCIPIOS DOS DIRIGENTES CRISTÃOS DE EMPRESAS” conscientizando gestores de que as práticas empresariais não deveriam ser voltadas apenas para desempenhar aumentos lucrativos, visto que havia a necessidade da sua participação ativa em ações direcionadas à comunidade e ao meio ambiente.
A responsabilidade social das empresas é considerada um comportamento ético, que tem como característica preservar e investir no âmbito social em que está inserido. A Comissão Europeia desenvolve um conceito de que a responsabilidade social é uma atitude “voluntaria das empresas” na qual gera múltiplos benefícios, tanto para as organizações quanto para a sociedade, tornando-se uma via de mão dupla.
Friedman (1962) apud Dias (2012), afirma que, a única responsabilidade social das empresas é para com os seus proprietários e acionistas, estabelecendo uma limitação à procura de lucros, e direciona essa responsabilidade social ao Estado, baseando-se no reducionismo do mesmo, no entanto se as organizações tiverem somente este papel, será insignificante para a sociedade, pois as empresas são entidades extremamente visíveis e a implementação de ações socialmente positivas vem sendo cada vez mais requisitada pela sociedade. 
As organizações não estão isoladas das comunidades, pois interagem com alguns grupos que possuem interesses em suas ações, sendo eles: fornecedores, clientes, funcionários, concorrentes, ONGs, o Estado, credores, sindicatos ou outros que demonstrem interesse pelas atividades sociais das entidades. Estes grupos de interesse são conhecidos, no âmbito formal, como Stakeholders, que segundo Freeman (1984) podem afetar o desenvolvimento de uma empresa contribuindo para o seu crescimento ou não.
 A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS E O PROFISSIONAL CONTÁBIL
Devido as constantes transformações sofridas pela sociedade, tanto no campo econômico e social como no meio político,é que se faz necessário que o profissional contábil assuma uma nova postura, sendo visto não apenas como um profissional de números e controle de livros fiscais, mas sim como um especialista que agrega cada vez mais consciência crítica e sensibilidade ética ao seu trabalho, TRINDADE; BRONDANI, (2005) apud Freitas e Moreira (2015). O mesmo é responsável pela transparência das empresas no que concerne a arrecadação de tributos, o que exige dele a responsabilidade social, uma vez que o contador é o intermediário entre as empresas, Estado e sociedade. Dessa forma, o profissional contábil deve estar sempre atualizado no que diz respeito às normas contábeis, e sempre manter seu compromisso, não somente com a empresa, mas também com a sociedade em que atua, gerando informações confiáveis. As informações contábeis são significativas para a geração de riquezas e para as demonstrações de como essas riquezas estão sendo distribuídas entre os diversos integrantes do processo organizacional, e é através da publicação de seu Balanço Social que as empresas demonstram a sociedade a sua participação em ações de cunho socioambiental, revelando a importância da instituição para os Stakeholders e evidenciando a sua responsabilidade social.
 BALANÇO SOCIAL
Em consequência da grande consolidação do conceito de Responsabilidade Social das Empresas (RSE), a elaboração do Balanço Social começa a ser discutida, diante da necessidade das empresas em produzir o instrumento de gestão que mensure as ações socioambientais exercidas por elas. Esse instrumento tem como principal objetivo fazer um levantamento dos principais indicadores de desempenho ambiental, econômico e social das empresas (Ethos 2007).
No ano de 1972 na França a empresa SINGER CORPORATION (Manufatura norte-americana de máquina de costura), elaborou o balanço social, já no Brasil em 1984 a NITROFÉRTIL (Empresa Estatal no ramo de fertilizante) produziu o primeiro balanço social brasileiro IBASE (2012) apud Silva e Almeida (2012).
Em 1997, o Sociólogo Herbert de Souza (Betinho), promoveu diversos eventos, junto ao IBASE, nos quais eram discutidos proposta de modelo para o Balanço Social, e assim surgiu o modelo IBASE (Ethos, 2007). Como meio de controle de ampla divulgação, o IBASE criou, em 1998, o “Selo Balanço Social/ Betinho” para as empresas que seguem corretamente os critérios estabelecidos. De maneira que: 
A publicação do balanço social é fundamental para a vida organizacional porque, além de ampliar o diálogo da empresa com a sociedade, ajuda-a na incorporação de posturas éticas e transparentes, no diagnóstico de desafios em médio e longo prazo, na comparação do seu desempenho com o de outras organizações, na avaliação da eficiência de seus investimentos e na integração dos seus objetivos ambientais, econômicos e sociais. (ETHOS, 2007)			
 LEGISLAÇÕES DO BALANÇO SOCIAL NO BRASIL
Partindo dos movimentos de conscientização promovidas pelo IBASE, diversas leis municipais e estaduais de incentivo à publicação do balanço social das empresas começaram a surgir, sendo elas:
A lei municipal de n° 8.118/98 alterada para a lei n° 8.197/98 de Porto Alegre (RS);
A lei municipal de n° 7.672/98 de Santo André (SP);
Os projetos de leis Federais n° 32/99 e n° 1.305/03, que tinha como objetivo obrigar a elaboração e divulgação do B.S. e foram arquivadas;
A lei Estadual n° 11.440/00 do Rio Grande do Sul;
A lei Estadual n° 2.843/03 do Estado do Amazonas;
A lei n° 9.593/04 de Londrina (PR).
 	A Resolução do CFC n° 1.003/04 aprovou a NBCT–15 (Informações de Natureza Social e Ambiental) que estabelece procedimentos para a evidenciação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade (NBCT-15,15.1.1). 
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) está presente no modelo proposto pelo IBASE, “ela teve início na Europa como forma de mensuração da participação da empresa no contexto econômico e social” (TINOCO, 2010, p.84). Em 2007 o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei n° 11.638/07 que juntamente com o CPC n° 09, obriga as empresas de capital aberto, a produzirem e publicarem a DVA.
A Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Autuarias e Financeiras da FEA-USP (FIPECAFI) foi fundada em 1974 por professores do parlamento fazendo parte da evolução da história econômica do Brasil, o mesmo instituiu quatro vertentes sobre a elaboração do balanço social, sendo elas: Balanço Ambiental, Balanço de Recursos Humanos, Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e benefícios e contribuições à sociedade em geral, apontando a NBCT-15 como a que mais se aproxima das vertentes propostas por ela, tornando-se a mais completa, visto que as demais faltam com alguma informação relevante.
 A RESPONSABILIDADE SOCIAL E O IESF
O papel de Responsabilidade Social (RS) de uma Instituição de Ensino Superior (IES) tornou-se uma característica relevante, face a necessidade de desenvolvimento de ações sociais, o que gerou novas experiências aos estudantes e professores, diante dessa aproximação da universidade ao meio socioambiental.
A metodologia de ensino é uma forma de Responsabilidade Social, de maneira que o auxílio na formação acadêmica e qualificação profissional é o objetivo de qualquer IES a fim de promover uma maior aceitação do indivíduo no mercado de trabalho e no âmbito social. Esta prática procede da própria sala de aula, onde através de teorias e práticas o aluno passa adquirir conhecimentos relacionados à diversas ciências apresentadas por professores capacitados.
O IESF, em compromisso com a missão social da IES, oferece ao Município de Paço do Lumiar, capacitação e qualificação adequada para a formação integral do discente, dispondo de preços abaixo da média, uma boa infraestrutura e docentes especializados para atender a necessidade de cada curso oferecido.
Através de sua missão, visão e valores demonstra sua responsabilidade para com a sociedade e a prioridade em atender o seu público alvo. Fincado em seu propósito de estabelecer aos seus usuários uma qualidade de ensino, amplia os seus horizontes para o crescimento local, regional e nacional, assumindo uma obrigação com o meio socioeconômico, desenvolvendo habilidades de melhorias para o corpo social.
Retratada como um compromisso ético com a sociedade, a Responsabilidade Social para o IESF veio embasada na lei de n° 10.861/04 (SINAES) que apresenta “ indicadores de qualidade no ensino, na pesquisa e na extensão nas práticas de intervenção social desenvolvidas pelas IES”, e para atender as necessidades exigidas pelo artigo 43, inciso VI da LDB: “Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade”, o instituto idealiza projetos de propagação social além do evento realizado no Dia da Responsabilidade Social nas IES visando a participação da comunidade no compartilhar de conhecimentos e prestações de alguns serviços.
Pautadas em Responsabilidade Social, as ações de ensino, pesquisa e extensão do IESF tem como objetivo contribuir na inclusão social e impactar o desenvolvimento social e econômico do meio em que está inserido. Em sinal de avanço na relação entre a Universidade e a Sociedade, o programa de extensão desenvolve atividades interativas que convida a população a participar e de acordo com a CPA (2016) serão executados da seguinte forma:
Atendimento à comunidade, diretamente ou às instituições públicas e privadas;
Participação em iniciativa de natureza cultural, artística e científica;
Estudos e pesquisas em torno de aspectos da realidade local ou regional;
Publicação de trabalhos de interesse cultural ou cientifico;
 Divulgação de conhecimentos e técnicas de trabalho;
Estimulo à criação literária, artística e cientifica e à especulação filosófica.
Dentre as diversas tarefas realizadas pela organização destacam-se:
As distribuições de cestas básicasàs comunidades carentes;
Ofertas de cursos pelo FIES, PROUNI e PRAVALER, além de bolsas de estudos;
Incentivo ao empreendedorismo;
Parceria com a prefeitura, privilegiando funcionários públicos;
Acompanhamento psicopedagógico;
Acessória jurídica;
 Incentivo à preservação do meio ambiente através de palestra.
Na intenção de controlar o seu desenvolvimento institucional, o IESF realiza avaliações anuais através da Comissão Própria de Avaliação (CPA) que tem como objetivo garantir a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, levando em consideração as análises realizadas por alunos, professores e funcionários, ao qual tem como finalidade apontar as fragilidades da instituição bem como as medidas de intervenções para a sua melhoria.
 	O eixo 2, dimensão 3 do relatório do ano de 2016 faz alusão aos projetos de responsabilidade social realizados pela organização de maneira clara e objetiva. Observa-se na dimensão 4 que a comunicação com a sociedade se dá por meios de mídia e pelo site do IESF, com a garantia de retorno para a reavaliação dos planos de investimentos. Segundo a CPA (2016) os meios de comunicações oferecidos, não suprem a necessidade de informações exigida pela sociedade, e a organização por sua vez, busca alternativas para suprir essa carência ampliando os seus meios à “mudança de layout do site da instituição com suporte para tablets e smartphone, melhorias na capacidade de acesso do portal do aluno e utilização de linha própria para comunicação através do WhatsApp”.
Diante do exposto, constata-se que o IESF é uma instituição que pratica a Responsabilidade Social, entretanto não demonstra contabilmente. É necessário torna de conhecimento social as atividades apresentadas pela Instituição de forma contábil, ainda que a mesma faça uso de meios de comunicações e mídias para a divulgação dessas ações. Panfletos, Carros de sons, Site da própria Instituição, redes sociais, etc. são veículos de propagação dessas informações, todavia a contabilidade dispõe de um instrumento de evidenciação que viabiliza todos os informes realizados pela organização, de modo eficiente e eficaz, mensurando o seu desempenho econômico e social, podendo servir de controle de gestão aos mais diversos usuários, Tinoco (2001). 
Mediante aos Stakeholders a elaboração e divulgação do Balanço Social tornou-se a resposta para os questionamentos sociais, devido a veracidade e transparências de suas informações e dessa maneira a sociedade passa a conhecer melhor a instituição. Através dos resultados apresentados, ocorrerá a exposição da imagem da empresa baseado em seus pontos positivos e negativos bem como a sua abrangência e transparência.
 O MODELO IBASE COMO PROPOSTA DE BALANÇO SOCIAL
O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) criado em 1981, pelo Sociólogo Herbert de Souza e seus companheiros Carlos Afonso e Marcos Arruda, “define sua missão como de uma organização de cidadania ativa, que produz, e formula conhecimentos, análises, questões e propostas como argumentos para a ação democrática transformadora” (PORTAL IBASE, 2017).
Um modelo de balanço social foi lançado pelo IBASE em 1997, ele foi formulado através de consultas públicas e participações de empresas públicas e privadas, analisando questões de cunho sociais e ambientais. No entanto, “esse modelo é um demonstrativo por meio do qual as empresas são convidadas a apresentar à sociedade informações sobre seus investimentos internos e externos em ação de responsabilidade social empresarial” (ETHOS, 2007).
Suas principais características, são: simplicidade e fácil entendimento. O instituto elaborou um modelo de somente uma página, no intuito de que o relatório social não perca sua comparabilidade e acessibilidade. 
 ESTRUTURA DO BALANÇO SOCIAL DO IBASE
Quadro 1
A organização estrutural do modelo IBASE, possui sete grupos, são eles:
	
Base de cálculo
	São as informações financeiras que fundamentarão todas as informações seguintes: receita líquida, resultado operacional e folha de pagamento bruta.
	
Indicadores Sociais Internos
	São todos os investimentos voluntários e obrigatórios da empresa que beneficiam seus empregados com alimentação, encargos sociais compulsórios, saúde, educação, entre outros.
	
Indicadores Sociais Externos
	São benefícios aplicados à sociedade nas áreas de educação, saúde, esporte, creches e outros.
	
Indicadores Ambientais
	Além de investimentos para reparar danos causados ao ambiente, são considerados indicadores ambientais: inovação tecnológica e programas internos de conscientização ambiental.
	
Indicadores do Corpo Funcional
	Criação de postos de trabalho, utilização de trabalho terceirizado, valorização da diversidade e a participação de mulheres, negros e deficientes. 
	Informações Relevantes Quanto ao Exercício da Cidadania Empresarial
	Ações de cunho filantrópico, participações em políticas públicas.
	
Outras Informações
	Devem reunir dados que sejam relevantes para a compreensão de como práticas de responsabilidade social são incorporadas pelas organizações. Para obter o selo do IBASE, é necessário declarar: não utilização de mão de obra infantil ou escrava, não envolvimento com prostituição ou exploração sexual e não envolvimento com corrupção.
Ainda nesse item, a empresa precisa colocar seus dados e da pessoa responsável pela elaboração do balanço.
Fonte: produção própria através de dados do “Guia para a Elaboração de Balanço Social e Relatórios de Sustentabilidade”, ETHOS;2007.
O IBASE propôs esse modelo para que as organizações realizassem seu papel social ao divulgar informações capazes de tornar clara a participação dessas no meio social, deixando a adequação do modelo proposto cabível para cada tipo de instituição. No caso do IESF, algumas contas seriam incluídas para destacar suas atividades como mostra o modelo no quadro abaixo:
Quadro 2
Proposta de modelo de balanço social para ser utilizado na Instituição de Ensino Superior Francisco, podendo ser adotado também em outras instituições de ensino superior privada. 
	PROPOSTA DE BALANÇO SOCIAL PARA O IESF
	1. BASE DE CÁLCULO
	2016
	2017
	
	Valor (mil reais)
	Valor (mil reais)
	Receita Líquida (RL) 
	 
	 
	Resultado Operacional (RO)
	 
	 
	Folha de Pagamento Bruta (FPB)
	 
	 
	2. INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 
	Valor (mil reais)
	% sobre FPB
	% sobre RL
	Valor (mil reais)
	% sobre FPB
	% sobre RL
	Alimentação 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Previdência Privada
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Saúde
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Segurança e Saúde no Trabalho
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Encargos Sociais Compulsórios 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Educação
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Cultura
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Capacitação e Desenvolvimento Profissional 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Bolsas e Estágios
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Transporte
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Outros
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	TOTAL - INDICADORES SOCIAIS INTERNOS
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	3. INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS
	Valor (mil reais)
	% sobre FPB
	% sobre RL
	Valor (mil reais)
	% sobre FPB
	% sobre RL
	Assistência Jurídica 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Educação
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Cultura
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Saúde e Saneamento
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Esporte
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Combate à Fome e segurança alimentar 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Incentivo ao Empreendedorismo
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Assistência Psicopedagógico
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Outros
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Total das Contribuições para a Sociedade
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Tributos ( excluídos encargos sociais)
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	TOTAL - INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	4. INDICADORES AMBIENTAIS 
	Valor (mil reais)
	% sobre FPB
	% sobre RL
	Valor (mil reais)
	% sobre FPB
	% sobre RLInvestimentos relacionados com a produção/operação da empresa
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Investimentos em programas e/ou projetos externos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Programas de Conscientização à Conservação do Meio Ambiente
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Outros
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Total dos Investimentos em Meio Ambiente
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Quanto ao estabelecimento de metas anuais para minimizar resíduos, o consumo em geral na produção/operação é aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa:
	( ) não possui metas ( ) cumpre de 0 a 50 %
	( ) cumpre de 51 a 75% ( ) cumpre de 76 a 100%
	( ) não possui metas ( ) cumpre de 0 a 50 %
	( ) cumpre de 51 a 75% ( ) cumpre de 76 a 100%
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	5. INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL
	2016
	2017
	N° de empregados (as) ao final do período
	 
	 
	N° de admissões durante o período
	 
	 
	N° de empregados (as) terceirizados (as)
	 
	 
	N° de estagiários (as)
	 
	 
	N° de empregados (as) acima de 45 anos
	 
	 
	N° de mulheres que trabalham na empresa
	 
	 
	% de cargos de chefia ocupados por mulheres
	 
	 
	N° de negros (as) que trabalham na empresa
	 
	 
	% de cargos de chefia ocupados por negros (as)
	 
	 
	N° de pessoas com deficiência ou necessidades especiais
	 
	 
	N° de voluntários
	 
	 
	5.1. INDICADORES DE QUALIFICAÇÃO DO CORPO FUNCIONAL
	2016
	2017
	N° total de docentes 
	 
	 
	N° de doutores (as)
	 
	 
	N° de mestres (as)
	 
	 
	N° especializados
	 
	 
	N° de graduados (as)
	 
	 
	N° de funcionários do corpo técnico administrativo
	 
	 
	N° de pós graduados ( especialista, mestres e doutores) 
	 
	 
	N° de graduandos (as)
	 
	 
	N° de pessoas com ensino médio
	 
	 
	N° de pessoas com ensino fundamental
	 
	 
	N° de pessoas com ensino fundamental incompleto
	 
	 
	N° de pessoas não alfabetizadas 
	 
	 
	6.INDICADORES DO CORPO DISCENTE
	2016
	2017
	Nº total de alunos (as)
	 
	 
	Nº de alunos (as) com bolsa integral
	 
	 
	Valor das bolsas (integral)
	 
	 
	N° de alunos (as) com bolsas parciais 
	 
	 
	Valor total das bolsas parciais
	 
	 
	N° total de alunos (as) com bolsas de iniciação científica e de pesquisa 
	 
	 
	Valor total das bolsas de iniciação científica e de pesquisa
	 
	 
	7. INFORMAÇÕES RELEVANTES QUANTO AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA EMPRESARIAL
	2016
	metas 2017
	
	
	
	Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa
	 
	 
	Número total de acidentes de trabalho
	 
	 
	Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram definidos por:
	[ ] direção [ ] direção e gerência [ ] todos (as) empregados (as) 
	[ ] direção [ ] direção e gerência [ ] todos (as) empregados (as) 
	
	
	
	Os padrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho foram definidos por: 
	[ ] direção e gerência [ ] todos(as) empregados (as) [ ] todos (as) + Cipa 
	[ ] direção e gerência [ ] todos(as) empregados (as) [ ] todos (as) + Cipa 
	
	
	
	
	
	
	Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à representação interna dos (as) trabalhadores, a empresa: 
	[ ] não se envolve [ ] segue as normas da OIT [ ] incentiva e segue as normas da OIT 
	[ ] não se envolve [ ] segue as normas da OIT [ ] incentiva e segue as normas da OIT 
	
	
	
	A previdência privada contempla:
	[ ] direção [ ] direção e gerência [ ] todos(as) empregados(as)
	[ ] direção [ ] direção e gerência [ ] todos(as) empregados(as)
	
	
	
	A participação nos lucros ou resultados contempla: 
	[ ] direção [ ] direção e gerência [ ] todos(as) empregados(as)
	[ ] direção [ ] direção e gerência [ ] todos(as) empregados(as)
	
	
	
	Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa:
	[ ] não são considerados [ ] são sugeridos [ ] são exigidos 
	[ ] não são considerados [ ] são sugeridos [ ] são exigidos 
	
	
	
	Quanto à participação de empregados(as) em programas de trabalho voluntário, a empresa: 
	[ ] não se envolve [ ] apoia [ ] organiza e incentiva
	[ ] não se envolve [ ] apoia [ ] organiza e incentiva
	
	
	
	Número total de reclamações e críticas de consumidores(as): 
	Na empresa _____%
	
No Procon ______%
	Na Justiça ____%
	Na empresa ______%
	
No Procon ________%
	Na Justiça _____%
	
	
	
	
	
	
	
	% de reclamações e críticas solucionadas: 
	Na empresa ___% 
	
No Procon _______%
	Na Justiça
	Na empresa ___% 
	
No Procon ______%
	Na Justiça ____%
	
	
	
	____%
	
	
	
	Valor adicionado total a distribuir (em mil R$):
	Em 2016:
	Em 2017:
	Distribuição do Valor Adicionado (DVA):
	____% governo
	_____% colaboradores (as)
	_____% acionistas 
	_____% governo
	_____% colaboradores (as)
	____% acionistas 
	
	____% terceiros 
	____% retido
	 
	_____% terceiros 
	_____% retido
	 
	8. Outras informações
	
 CONCLUSÃO
Este estudo teve como objetivo apresentar um modelo de balanço social para o IESF, e consequentemente esclarecerdúvidas a respeito da responsabilidade social e balanço social, apresentando as vantagens desta técnica de evidenciação contábil e suas consequências positivas para as instituições que às utilizam. Os aspectos que abordam as relações entre empresa e responsabilidade social compõem um cenário determinante no que diz respeito sobrevivência das organizações. O papel principal do Balanço Social é evidenciar as ações sociais das empresas com a finalidade de deixar claro e transparente para a sociedade o modo como realiza tais ações.
 O Balanço Social, pode assim ser considerado, um instrumento de gestão que retrata de uma maneira clara e concisa, todas as ações da empresa e de seus colaboradores, como forma de atender a uma cobrança de ética e de responsabilidade por parte da sociedade a seus gestores. Essa ferramenta contábil revela o comprometimento das organizações em relação à comunidade onde exploram suas atividades.
 Comprova-se através das pesquisas bibliográficas, que a realização de atividades sociais e a elaboração e divulgação do Balanço Social proporciona as empresas algumas vantagens, tornando-as mais competitiva no mercado e seus tributos reduzidos. Observa-se que, ainda que o IBASE ofereça um modelo padrão de balanço social às intuições, não há registros de que tenha sido desenvolvido um modelo voltado para as IES, de maneira que o balanço social deve adaptar-se as atividades fins de cada instituição, atendendo ao padrão do IBASE e as vertentes estruturadas pela FIPECAFI.
Destarte, constatou-se que o IESF é uma instituição que prática exercícios de cidadania empresarial, porém ainda não utiliza o balanço social. Em uma pesquisa realizada na XI semana transdisciplinar desenvolvida pelo IESF privadas, observou-se a relevância da elaboração e divulgação do balanço social da Instituição, partindo do interesse dos discentes, docentes e corpo funcional que estavam presentes.
Em síntese, espera-se que o IESF elabore e divulgue o balanço social, para assim evidenciar as suas atividades de cunho socioambiental e o mesmo seja dado como modelo para as IES privadas. Da mesma maneira, que este trabalho possa contribuir significativamente com os contadores, bem como aos acadêmicos dos cursos de ciências contábeis, numa reflexão acerca de sua formação enquanto profissional, sua didática, estratégia e métodos profissionais e, sobretudo que estes possam buscar caminhos para extinguir os mitos e dificuldades sobre a responsabilidade socioambiental.
 Dessa forma, conclui-se que, atualmente as empresas estão se preocupando cada vez mais com a responsabilidade social, partindo de uma necessidade exigida pelos Stakeholders e do desenvolvimento sustentável da instituição, no entanto a ideia de elaboração e publicação do balanço social está sendo amadurecida dentro das instituições, para que as suas ações socioambientais se tornem transparentes e claras para a sociedade.
ABSTRACT
The purpose of this article is to elaborate a social balance model to be applied in the IESF, since it does not have a model adapted to private higher education institutions in Brazil, and it has social responsibility, but does not show accounting. In this sense, we analyzed several literatures and legislation that support the concepts of Social Responsibility and Social Balance. The accounting professional with the social responsibility of the companies was also involved, since he is in charge of the preparation of the social report. It was highlighted the current situation of the IESF's social responsibility statements, pointing out the main social activities developed by it. It is carried out through a descriptive, explanatory and applied research, since it is aimed at solving a concrete problem. The main result was the production of a social balance model for the IESF through a parameter of the IBASE model. However, it is interesting to note that it is interesting to produce and publish the social report of companies, because it provides information of a social, environmental, and economic nature. 
Keywords: Social Balance. Social responsability. IESF.
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