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Retificador de Meia Onda Laboratório 01 Ed Ákio Santos, Pedro Henrique Nunes Martinez Departamento de Engenharia Elétrica – Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba – Av. Sete de Setembro, 3165 Rebouças – 80230-901 – Curitiba – PR - Brasil ed_akio07@hotmail.com, pedromartinez@alunos.utfpr.edu.br O retificador de meia onda consiste em um circuito para remover metade de um sinal AC de entrada, transformando-o em um sinal CC. Consiste basicamente em um transformador, um diodo e uma carga. O início da retificação se da no recebimento de um sinal AC, que passa por um transformador que abaixa a tensão advinda da rede. Após transformado, o sinal senoidal de entrada passa por um diodo – este polarizado diretamente – que permite apenas a passagem do semi-ciclo positivo, retificando o sinal. Assim que o retificador começa a funcionar, a tensão de saída pode ser medida colocando-se um voltímetro em paralelo com a carga. 1. Introdução O circuito retificador é assim chamado, pois se utiliza de diodos para resultar em uma saída unipolar para a carga. Um sinal senoidal, portanto, contendo ciclos positivos e negativos de tensão, é retificado de forma a fornecer apenas ciclos positivos para a carga. O circuito retificador mais básico está representado na Figura 1. As equações utilizadas são : Vcc = Vmed = (√2 * Vpk) / π ; Vca = Vrms = (√2 * Vpk) / π ; Imed = Vmed / R ; Irms = Vrms / R; FF = Vrms / Vcc ; FO = √(FF2 – 1) ɳ = (Vcc * Icc) / (Vrms * Irms) , onde: Vcc = Tensão de corrente contínua; Vca = Tensão de corrente alternada; Imed = Corrente média; Irms = Corrente eficaz; FF = Fator de forma da Icarga; FO = Fator de ondulação da Icarga; ɳ = Rendimento do circuito/estrutura. 2. Procedimento experimental Inicialmente, soldou-se o circuito em uma placa perfurada 10 x 10 cm, como mostra na figura 2. Para isso, foram utilizados os materiais citados na tabela 1 abaixo. Tabela 1: Materiais usados Componente Quantidade Resistor 47Ω 5W 4 Diodo 1N4007 1 Resistor Shunt 0,1Ω 1 Foram utilizados 4 resistores no arranjo série- paralelo para que, ao final, obtivesse 47Ω e20W de potência real. Com o multímetro, a resistência medida foi de 46,6Ω no total e, 23,3Ω em cada paralelo. 3. Confecção da placa A montagem do circuito foi realizada em placa universal perfurada. Soldando-se os componentes de acordo com o circuito dado no roteiro de prática pelo professor. Obtendo-se assim, o circuito montado abaixo: Figura 3: Circuito montado em placa perfurada Onde utilizou-se do recurso de associação de resistores paralelo-série para totalizar o total da carga (R=47Ω 20W) com um resistor shunt(R=0,1Ω) em série com a carga. Diodo modelo 1N4007. 4. Desenvolvimento prático - Levantamento de dados Inicialmente, soldou-se o circuito em uma placa perfurada 10 x 10 cm, como mostra na figura 2. Então, alimentou-se a entrada do transformador com 220 V / 60 Hz e, com um multímetro, mediu- se a saída do transformador, obtendo-se 24,7 V (Vpk). Por fim, testou-se as pontas de prova do osciloscópio e atestou-se que as mesmas estavam na escala correta e funcionando corretamente. Assim foi medido com o osciloscópio o sinal de saída, obtendo-se o gráfico da imagem 3. Como pode-se observar na figura, a frequência e tensão no circuito foi de 59,95 Hz, a tensão foi de Vpk = 24,8 V muito próximo do valor medido de Vpk = 24,7 V com o multímetro. A partir desses valores, foi calculado os valores de corrente e tensão esperados para o circuito. Vpk = 24,7V , logo a tensão eficaz na saída do trafo se da : Vef = Vpk*√2 = 24,7 * √2 → Vef = 34,93 V Logo, sobre a carga, com a queda de tensão no diodo: VLP = 34,93 – 0,7 = 34,23 V VRMS = 24,7/√2 = 17,46 V Vmed = 34,23/π = 10,89 V IRMS = 17,46/46,6 = 0,374 A Imed = 10,89/46,6 = 0,233 A A partir desses valores, calculou-se então o rendimento teórico do circuito: ɳ = (10,89 * 0,233) / (17,46*0,374) = 0,388 ɳ = 38,8 % Com esses valores, é possível calcular o Fator de Forma (FF) e Fator de Ondulação (FO): FF = 16,47 / 10,89 = 1,512 FO = √(1,5122-1) = 1,134 Após todos os valores do circuito terem sido calculados, passou-se para a realização do experimento em si, conectando as pontas de prova do osciloscópio nas extremidades da carga e alimentando-se o circuito com as pontas jacaré dos cabos conectados ao transformador, obtendo-se o gráfico ilustrado na figura 4. Novamente, pode-se observar que a frequência da tensão no circuito foi de 60,10 Hz, valor médio de Vmed=10,3 V e Vrms = 16,7 V. Valores estes próximos aos calculados. Calculando-se os valores reais do circuito, obteve-se: IRMS = 16,7 / 46,6 = 0,358 A Imed = 10,3 / 46,6 = 0,221 A O rendimento real do circuito foi de: ɳ = (10,3 * 0,221) / (16,7 * 0,358) = 0,380 ɳ = 38% Com isso, Fator de Forma e Fator de Ondulação foi de: FF = 16,7 / 10,3 = 1,621 FO = √(1,6212-1) = 1,275 Além disso, observou-se que, conforme proposto e esperado pelo experimento, os valores negativos da tensão foram filtrados, chegando à carga apenas o semi-ciclo positivo. 5. Questionário 1- Qual o formato da tensão de carga? Fazer aquisição. R: Como o circuito retifica metade da onda senoidal (ciclo negativo), era de se esperar uma forma de onda senoidal, com a parte negativa retificada, ou seja, em zero como mostra a aquisição do osciloscópio. 2- Qual a tensão média na carga? R: De acordo com os cálculos realizados, a tensão média na carga deveria ser de 10,8 V. Entretanto o valor medido na mesma foi de 10,3V como mostra a figura 7 acima. 3- Reduzindo-se o valor de R a tensão de saída se altera? R: Sim. De fato o valor da tensão de saída s altera. No experimento, reduziu-se a carga pela metade (23,6 Ω) e então mediu-se a nova tensão de saída, ao qual variou muito pouco, diminuindo de 10,3 V (figura 7) para 10,2 V como mostra a figura 8 a seguir. 4- Qual a perda em watts no diodo D1? Supor rt= 2mΩ e VTO= 1V. R:PD = VTO * Irms + rt * Icc PD = 1*0,374 + 0,002 * 0,233 PD = 0,374 + 0,0004 PD = 0,3744 W 5- Qual o rendimento da estrutura? R: ɳ = (10,3 * 0,221) / (16,7 * 0,358) = 0,380 ɳ = 38% Questão adicional: Simule o circuito no PSIM e determine o erro de: Vmedio carga; Vrms carga; Imedio Irms ɳ retificador. Tabela 2: Erro associado entre medidas e simulação Grandeza Simulado Prático Erro (%) Vmedio 10,85 V 10,89 V 0,36 Vrms 17,28 V 17,46 V 1,03 Imedio 0,232 A 0,233 A 0,42 Irms 0,370 A 0,374 A 1,07 ɳretificador 39,3 % 38,8 % 1,28 Determine o: -Fator de forma de Icarga (FF); R: FF = Vrms / Vcc FF = 16,7 / 10,3 FF = 1,621 -Fator de ondulação de Icarga(FO). R: FO = √(FF2-1) FO = √(1,6212-1) FO = 1,275 6. Simulação Para realizar o ensaio do circuito em simulador, foi utilizado o software PSIM de acordo com a figura 9. Para aumentar a veracidade dos resultados, foi colocado na fonte de entrada o valor de 24,7*√2 = 34,93 V o qual foi o valor medido na saída do transformador usado. Realizando a simulação do circuito, obtém-se as formas de ondas a seguir como mostra as figuras 10 e 11 seguir. 7. ConclusõesA partir dos resultados medidos e simulados, observou-se que o circuito real apresentou valores coerentes de tensão durante o experimento. Os valores medidos e, calculados a partir da medição, foram muito próximos aos valores esperados através da simulação, bem como os cálculos feito no início do roteiro, tanto que a eficiência do circuito real foi de 40,3%, enquanto o valor simulado foi de 40,8%. Com isso, pode-se dizer que houveram poucas percas além das previstas para o circuito. Bem como se pode atestar o correto funcionamento do circuito com o diodo retificador de tensão por meia onda, “cortando” por assim dizer, os valores negativos da tensão de entrada. Assim, visto que o FF (fator de forma) é muito maior que 1, valor este esperado quando se tem corrente contínua. E isso se deve ao fato de que a tensão de saída do transformador foi parcialmente retificada, aproveitando-se assim apenas valores positivos da fonte. Então, com um retificador de onda completa, espera-se que o FF seja mais próximo de 1, pois há um maior aproveitamento da tensão de entrada do circuito. 8. Referências Corradi Junior. SINAIS SENOIDAIS: Tensão e Corrente Alternada. Disponível em: . Acessado em 23.03.2018. NAKASHIMA, Kazuo. VALOR MÉDIO E EFICAZ. Disponível em: . Acessado em 23.03.2018. BOYLESTAD, Robert L, Introdução à análise de circuitos. 10. ed, São Paulo : Prentice-Hall, 2004. SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 4. edição. São Paulo, Makron Books Ltda., 2000.
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