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Bloco I Ciência Política Slide 2

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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR PIAUIENSE 
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO 
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO 
ESTADO 
BLOCO: I 
Prof.: Joaquim Neto 
 
A SOCIEDADE: 
ORIGEM E SEUS ELEMENTOS 
CONSTITUTIVOS 
 
 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 1. A SOCIEDADE 
 Sociedade é um conjunto de seres 
que convivem de forma organizada. 
 
 A palavra vem do Latim societas, que 
significa "associação amistosa com 
outros“. 
 As sociedades humanas são objeto de 
estudo da Sociologia e da Antropologia. 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 O conceito de sociedade pressupõe 
uma convivência e atividade conjunta do 
homem, ordenada ou organizada 
conscientemente. 
 
 Constitui o objeto geral do estudo das 
antigas ciências do Estado, chamadas hoje 
de ciências sociais. 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 Uma sociedade humana é um coletivo 
de cidadãos de um país, sujeitos à mesma 
autoridade política, às mesmas leis e 
normas de conduta, organizados 
socialmente e governados por entidades 
que zelam pelo bem-estar desse grupo. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2. Origem da Sociedade 
 - Não é pacífica a origem da sociedade. 
 - Para alguns deriva da junção e da 
cooperação natural das pessoas – 
Sociedade Natural. (Aristóteles, Santo 
Tomás de Aquino) 
 - Para outros é produto de um acordo de 
vontades, de um contrato hipotético – 
Contrato Social. (Thomas Hobbes, Locke, 
Montesquieu e Rousseau). 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 
 - Para a maioria dos estudiosos, 
atualmente, predomina que a sociedade é 
resultante de uma necessidade natural do 
homem, incluindo a participação da 
consciência e da vontade humana. 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 Nem toda reunião de pessoas constitui 
uma sociedade: é preciso que estejam 
presentes os elementos característicos da 
sociedade. Esses elementos diferenciam 
uma verdadeira sociedade de um simples 
agrupamento de pessoas. Toda sociedade 
deve possuir os seguintes elementos: 
a) finalidade; 
b) manifestações de conjunto ordenadas; 
c) poder. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2.1. Finalidade 
 Toda sociedade deve buscar uma 
finalidade, ou seja, deve ter um objetivo, que é 
definido por seus membros, baseado naquilo 
que estes entendem como um bem (valor). 
 A finalidade relaciona-se com a liberdade 
humana, porque só o ser livre e racional pode 
escolher objetivos com base em valores. 
 Para explicar a finalidade social há duas 
correntes: 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 a) Deterministas 
 Explicam a sociedade como sendo 
condicionada a leis naturais, sujeitas ao 
princípio da causalidade, não havendo a 
possibilidade de se escolher um objetivo e 
de orientar para ele a vida social. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 b) Finalistas 
 Sustentam ser possível a finalidade 
social, por meio de um ato de vontade, ou 
seja, livremente escolhida pelo homem. 
 - O homem tem consciência de que 
deve viver em sociedade e procura fiar uma 
finalidade condizente com suas 
necessidades fundamentais. 
 - A finalidade social é a consciência do 
bem comum. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2.2. Manifestações de Conjunto 
Ordenadas 
 Em face dos objetivos a que estão ligados a 
sociedade tem que atender a três requisitos 
básicos ordenados. 
 a) Reiteração 
 É indispensável que os membros da 
sociedade se manifestem em conjunto 
reiteradamente, pois só através da ação 
conjunta continuamente reiterada o todo social 
terá condições de consecução de seus 
objetivos. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 O que importa é que, permanentemente 
a sociedade, por seus componentes, 
realize manifestações de conjunto visando 
a consecução de sua finalidade. 
 
 - A conduta reiterada do conjunto forma 
o todo harmônico, surgindo a existência de 
ordem. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 b) Ordem 
 1) Ordem Natural – está submetida 
ao princípio da causalidade. 
 
 - sempre que há uma condição, 
ocorrerá a mesma consequência, não 
podendo haver qualquer interferência que 
altere a correlação. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2) Ordem Social ou Humana – 
estão aqui compreendidas todas as leis que 
se referem ao agir do homem. 
 
 - se aplica o princípio da imputação 
onde a condição deve gerar determinada 
consequência, mas pode não gerar. 
 
 - Se classifica em: 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2.a) Norma Moral – são as normas 
reconhecidas por todos como desejáveis 
para a boa convivência. 
 - Não há punição para o infrator. 
 2.b) Norma Jurídica – pressupõe uma 
relação de direitos e deveres, ligando dois 
ou mais indivíduos, atribuindo-se a 
faculdade de exigência do seu 
cumprimento ou a punição do infrator. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2.c) Convencionalismos Sociais – 
inclui-se aqui preceitos de decoro, etiqueta, 
moda, cortesia, etc. 
 - não podem ser confundidos com as 
normas jurídicas nem com as normas 
morais. 
 - só se importam com o exterior, não 
ligam para os bons ou maus propósitos. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 c) Adequação 
 Cada indivíduo, cada grupo humano, e a 
própria sociedade no seu todo, devem 
sempre ter em conta as exigências e as 
possibilidades da realidade social. 
 
 As ações não podem se desenvolver em 
sentido diferente daquelas que conduzem 
efetivamente o bem comum. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2.3. Poder Social 
 Trata-se de um dos conceitos mais 
importantes da Ciência Política e da Teoria 
do Estado. 
 
 Pode ser definido genericamente como 
a possibilidade de uma pessoa determinar 
o comportamento de outra ou de outras 
pessoas. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 a) Características do poder. 
 O poder é um fenômeno social, porque 
está presente em qualquer sociedade: 
família, escola, igreja, Estado etc. 
 É também fenômeno bilateral, porque 
implica sempre uma vontade predominante 
e outra submetida. Pode ser analisado 
como relação (sujeitos) ou como processo 
(dinâmica, funcionamento). 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 1) Anarquismo. 
 Anarquia vem do grego (ARKÊ) e 
significa “ausência de governo”. 
 Na Grécia antiga já havia manifestação 
do anarquismo. 
 Os primeiros cristãos não aceitavam a 
autoridade terrena. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 1) Anarquismo. 
 Anarquia vem do grego (ARKÊ) e 
significa “ausência de governo”. 
 Na Grécia antiga já havia manifestação 
do anarquismo. 
 Os primeiros cristãos não aceitavam a 
autoridade terrena. 
 - Ideia principal: eliminação do Estado. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 2) Poder Necessário. 
 A maioria dos teóricos entende que o 
poder sempre existiu e é necessário para 
manter a ordem e a coesão na sociedade, 
bem como para dirigi-la na busca do bem 
comum. 
 Importa, assim, estudar o fundamento 
em que se baseia (origem, justificação) e 
verificar a sua legitimidade (aceitação 
social). 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 3) Fundamento do Poder. 
 a) Força. Nas sociedades primitivas, o 
poder era baseado exclusivamente na força 
(primeiro material, do guerreiro mais forte, 
depois econômica). 
 Segundo Rousseau: “o mais forte nunca 
é suficientemente forte para ser sempre o 
senhor, senão transformando sua força em 
direito e a obediência em dever”. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 b) Divindade. Já na antiguidade, 
passou-se a fundamentar o poder na 
divindade, surgindo os impérios teocráticos 
(Egito, Babilônia etc.). 
 O mesmo ocorreu no início do Estado 
Moderno, com as monarquias absolutistas, 
que sustentavam o direito divino dos reis ao 
poder. 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 c) Povo. Desde a Idade Média, há uma 
linha de pensamento, que tomou força com 
o Estado Moderno, que considera o povo 
como titular do poder. 
 Dessa linha resultaram o contratualismoe democracia, em que a vontade do povo 
(vontade geral) é o fundamento do poder. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 Poder x Direito. 
 A partir do século XIX, com a 
consciência de que o poder usa a força 
mas não se confunde com ela, surge a 
aspiração de fazer coincidir o poder 
(fenômeno de fato, político) com o direito 
(regras e limites para o exercício do 
poder). 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 - O poder reconhecido como necessário, 
quer também o reconhecimento de sua 
legitimidade, o que se obtém mediante o 
consentimento dos que a ele se submetem; 
 
 - Embora o poder não chegue a ser 
puramente jurídico, ele age concomitante 
com o direito, buscando uma coincidência 
entre os objetivos de ambos; 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 - Há um processo de objetivação, que dá 
procedência à vontade objetiva dos 
governados ou da lei, desaparecendo a 
característica do poder social; 
 
 - O poder torna-se despersonalizado 
(poder do grupo, poder do sistema) e coloca-
se a coação como forma extrema de 
atuação; 
 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 3. Teoria Organicista da Sociedade 
 A interpretação organicista consiste em 
considerar que a sociedade é como um corpo 
dotado de órgãos que desempenham, cada um, 
uma determinada atividade, função. 
 - Inspirada nos ensinamentos de Platão que 
dizia que cada homem deve viver em função da 
sociedade e não para si próprio. 
 - A crítica feita à teoria organicista é que pode 
levar a posições antidemocráticas e autoritárias, 
como as ditaduras. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 4. Teoria Mecanicista da Sociedade 
 Possui um viés mais individualista, 
define que cada indivíduo é livre e 
autônomo e todos juntos formam a 
sociedade. 
 - Os contratualistas são mecanicistas, 
pois definem que a sociedade é resultado 
de uma atividade voluntária e arbitrária de 
cada indivíduo. Em oposição a teoria 
Aristotélica que defende que o homem é 
por natureza um animal social. 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 5. Teoria Eclética da Sociedade 
 Esta interpretação defende que o 
individual e o coletivo fazem parte de uma 
mesma realidade. 
 - A sociedade seria então como o corpo 
humano composto por órgãos (indivíduos) 
que trabalham por um bem em comum. E 
se um parar de funcionar coloca em risco o 
corpo (sociedade). 
CIÊNCIA POLÍTICA E TGE 
 BIBLIOGRAFIA 
 
 - BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 
10. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 
25/43. 
 
 - MALUF, Said. Teoria Geral do Estado. 
25. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 2/3.

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