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Parasitologia/.DS_Store __MACOSX/Parasitologia/._.DS_Store Parasitologia/Ancilostomíase necatorose 2016.2.pdf ANCILOSTOMÍASE / NECATOROSE NEMATÓDEOS DE TRANSMISSÃO ATIVA Ancylostoma duodenale Necator americanus Filo Nemathelminthes Classe Nematoda Família Ancylostomatidae Gênero Ancylostoma e Necator Espécies Ancylostoma duodenale - clima temperado Ancylostoma ceylanicum Necator americanus - clima tropical 9 ciclo monoxênico – fase externa e fase parasitária 9geo helmintos CÁPSULA BUCAL GLÂNDULAS CEFÁLICAS TESTÍCULOS VESÍCULA SEMINAL CANAL EJACULADOR ESPÍCULOS (*) macho BOLSA COPULADORA (*) VERMES ADULTOS fêmea 9- 14 m m FARINGE OVÁRIOS ÚTEROS RETO E ÂNUS GLÂNDULAS CEFÁLICAS INTESTINO ESÔFAGO CLAVIFORME ------ VULVA -- - 5- 10 m m Ancylostoma duodenale (2 pares de dentes grandes) CÁPSULA BUCAL Ancilostomídeos - extremidade anterior CÁPSULA BUCAL Ancilostomídeos - extremidade anterior Necator americanus (1 par de placas cortantes) cápsula bucal - fixação Ancilostomídeos - extremidade posterior fê m ea s A. duodenale N. americanus BOLSA COPULADORA machos N . am ericanus A . duodenale OVOS ovo em clivagem ovo larvado A. duodenale N. americanus - 9 mil/dia - 64 a 76 Pm - 20 a 30 mil/dia - 56 a 60 µm 25 0 Pm larva rabditóide vestíbulo bucal longo larva filarióide 50 0 Pm istmo bulbo LARVAS ¾ HABITAT duodeno jejuno MECANISMO DE TRANSMISSÃO ¾ penetração ativa de larvas filarioides infectantes (L 3) Via oral ¾ via oral - A. duodenale ciclo pulmonar sem passagem pulmonar penetração na mucosa duodenal - luz intestinal L1 o L2 L3 L1 geo-helminto CICLO PATOGENIA Carga parasitária Estágio evolutivo larvas vermes adultos Hospedeiro estado nutricional ¾ FASE CUTÂNEA o larvas dermatite urticariforme “coceira da terra” hiperemia prurido pápulas, edemas infecções bacterianas processo inflamatório ↑ carga hipersensibilidade reinfecções pontos hemorrágicos alveolites (edema e espessamento da parede) prejuízo da hematose Síndrome de Loeffler trato respiratório pulmão ação irritativa bronquiolite bronquite traqueíte n muco alvéolos ação traumática, tóxica ¾ FASE PULMONAR larvas o 2) ação mecânica o lesões na mucosa intestinal o úlceras ¾ FASE INTESTINAL o vermes adultos enterorragia residual infecção secundária 1) ação espoliativa A. duodenale - 150 – 300 µl N. americanus - 30 – 60 µl - edema de mucosa e infiltrado inflamatório - alteração da capacidade de absorção - trânsito alterado carga nn ¾ dor epigástrica, anorexia, náuseas e vômitos, cólicas, diarreia/sangue → alta carga parasitária o dieta pobre (deficiência de Fe) – baixa concentração de ferritina o edema da mucosa ANEMIA Anemia ferropriva o hemácias– hipocrômicas, microcíticas AÇÃO ESPOLIATIVA + ENTERORRAGIAS + DÉFICIT NUTRICIONAL HIPOPROTEÍNEMIA - dieta pobre (proteínas) - edema da mucosa - lesões parasitárias - anemia - hipóxia tecidual - fígado p - sangramento e espoliação – ptn sangue o edemas o atrofia da mucosa intestinal - p vilosidades o p capacidade de absorção - emagrecimento 9 Exame parasitológico das fezes Willis Baermann-Moraes (*) Diagnóstico 9 Exame complementar - hemograma Willis Baermann-Moraes / Rugai Distribuição mundial – 600 – 800 milhões de casos (CDC, 2013) Regiões com saneamento básico precários e onde a população tem hábito de andar descalça Brasil – todos os estados áreas rurais e periferias de centros urbanos prevalência – 2-36 % dos municípios com baixo IDH, sendo 70% em crianças em idade escolar (Ministério da Saúde, 2014) Populações mais vulneráveis à anemia por ancilostomídeos: pré- escolares, escolares e gestantes Crianças fortemente infectadas podem ter retardo no crescimento decorrente da diarreia crônica com redução de absorção de nutrientes e prejuízo no desenvolvimento cognitivo Epidemiologia o uso de calçados o saneamento básico o educação sanitária o não adubação do solo com fezes humanas o tratamento dos indivíduos o dieta rica e saudável PROFILAXIA __MACOSX/Parasitologia/._Ancilostomíase necatorose 2016.2.pdf Parasitologia/Ascaris lumbricoides.pdf Ascaris lumbricoides São popularmente conhecidos como lombriga ou bicha, causando a doença denominada ascaridíase e, menos frequentemente, ascaridose ou ascariose. O A. lumbricoides é encontrado em quase todos os países do mundo e ocorre com frequência variada em virtude das condições climáticas, ambientais e, principalmente, do grau de desenvolvimento socioeconômico da população. Atualmente, apesar das campanhas realizadas nas escolas, sabe-se que os níveis de parasitismo continuam elevados, especialmente em crianças com idade inferior a 12 anos em várias regiões brasileiras quer seja na cidade ou em zonas rurais. MORFOLOGIA: As formas adultas são longas, robustas, cilíndricas e apresentam as extremidades afiladas. No entanto, deve-se mencionar que o tamanho dos exemplares de A. lumbricoides está na dependência do número de parasitos albergados e do estado nutricional do hospedeiro. Assim, as dimensões dadas para machos e fêmeas referem-se a helmintos recolhidos de crianças com baixas cargas parasitárias e bem nutridas. Os machos quando adultos, medem cerca de 20 a 30cm de comprimento e apresentam cor leitosa. A boca ou vestíbulo bucal está localizado na extremidade anterior, e é contornado por três fortes lábios com serrilha de dentículos e sem interlábios. O reto é encontrado próximo a extremidade posterior. Apresentam ainda dois espículos iguais que funcionam como órgãos acessórios da cópula. A extremidade posterior forte- mente encurvada para a face ventral é o caráter sexual externo que o diferencia facilmente da fêmea. As femeas medem cerca de 30 a 40cm, quando adultas, sendo mais robustas que os exemplares machos. A cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos do macho. A extremidade posterior da fêmea é retilínea. OVOS: São grandes, com cerca de 50 cm de diâmetro, ovais e com cápsula espessa, em razão da membrana externa mamilonada, secretada pela parede uterina e formada por mucopolissacarídeos. Esta última camada confere ao ovo grande resistência às condições adversas do ambiente. Frequentemente podemos encontrar nas fezes ovos inférteis. São mais alongados, possuem membrana mamilonada mais delgada e o citoplasma granuloso. HABITAT: Em infecções moderadas, os vermes adultos são encontrados no intestino delgado, principalmente no jejuno e íleo, mas, em infecções intensas, estes podem ocupar toda a extensão do intestino delgado. Podem ficar presos à mucosa, com auxílio dos lábios ou migrarem pela luz intestinal. CICLO BIOLOGICO: É do tipo monoxênico, isto é, possuem um único hospedeiro. Cada femea fecundada é capaz de colocar, por dia, cerca de 200.000 ovos não- embrionados, que chegam ao ambiente juntamente com as fezes. A primeira larva (L1) forma dentro do ovo e é do tipo rabditoide, isto é, possui o esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade e uma constrição no meio. Após uma semana, ainda dentro do ovo, essa larva sofre muda transformando-se em L2 e, em seguida, nova muda transformando-se em L3 infectante com esôfago tipicamente filarióide (esôfago retilíneo). Estas formas permanecem infectantes no solo por vários meses podendo ser ingeridas pelo hospedeiro. Após a ingestão, os ovos contendo a L3 atravessam todo o trato digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado. A eclosão ocorre graças a fatores ou estímulos fornecidos pelo próprio hospedeiro, como a presença de agentes redutores, o pH, a temperatura, os sais e, o mais importante, a concentração CO, cuja ausência inviabiliza a eclosão. As larvas, uma vez liberadas, atravessam a parede intestinal na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos e nas veias e invadem o fígado entre 18 e 24 horas após a infecção. Em dois a três dias chegam ao coração direito, através da veia cava inferior ou superior e quatro a cinco dias após são encontradas nos pulmões (ciclo de LOSS). Cerca de oito dias da infecção, as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde mudam para L5. Sobem pela árvore brônquica e traqueia, chegando até a faringe. Podem então ser expelidas com a expectoração ou serem deglutidas, atravessando incólumes o estômago e fixando-se no intestino delgado. TRASMISSAO: Ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo a L3. Poeira, aves e insetos (moscas e baratas) são capazes de veicular mecanicamente ovos de A. lumbricoides. Os ovos de A. lumbricoides têm uma grande capacidade de aderência a superfícies, o que representa um fator importante na transmissão da parasitose. Uma vez presente no ambiente ou em alimentos, estes ovos não são removidos com facilidade por lavagens. Por isto, o uso de substâncias que tenham capacidade de inviabilizar o desenvolvimento dos ovos em ambientes e alimentos é de grande importância para o controle da transmissão. PATOGENIA: A intensidade das alterações provocadas está diretamente relacionada com o número de formas presentes no parasito. LARVAS: Em infecções de baixa intensidade, normalmente não se observa nenhuma alteração. Em infecções maciças encontramos lesões hepáticas e pulmonares. No fígado, quando são encontradas numerosas formas larvares migrando pelo parênquima, podem ser vistos pequenos focos hemorrágicos e de necrose que futuramente tomam-se fibrosados. Nos pulmões ocorrem vários pontos hemorrágicos na passagem das larvas para os alvéolos. Há edemaciação dos alvéolos com infiltrado parenquimatoso eosinófilo, manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia (a este conjunto de sinais denomina-se síndrome de Loeffler. VERMES ADULTOS: Ação espoliadora: os vermes consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, levando o paciente, principalmente crianças, a subnutrição e depauperamento físico e mental; ação tóxica: reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro, causando edema, urticária, convulsões epileptiformes, etc.; ação mecânica: causam irritação na parede e podem enovelar-se na luz intestinal, levando à sua obstrução; localização ectópica: nos casos de pacientes com altas cargas parasitárias ou ainda em que o verme sofra alguma ação irritativa, a exemplo de febre, uso impróprio de medicamento e ingestão de alimentos muito condimentados o helminto desloca-se de seu hábitat normal atingindo locais não-habituais. Aos vermes que fazem esta migração dá-se o nome de "áscaris errático". É muito comum entre crianças o aparecimento de uma alteração cutânea, que consiste em manchas, circulares, disseminadas pelo rosto, tronco e braços. Tais manchas são popularmente denominadas "pano", e são comumente relacionadas com o parasitismo pelo A. lumbricoides. DIAGNOSTICO CLINICO: Usualmente a ascaridíase humana é pouco sintomática, por isto mesmo difícil de ser diagnosticada em exame clínico, sendo a gravidade da doença determinada pelo número de vermes que infectam cada pessoa. Como o parasito não se multiplica dentro do hospedeiro, a exposição contínua a ovos infectados é a única fonte responsável pelo acúmulo de vermes adultos no intestino do hospedeiro. DIAGNOSTICO LABORATORIAL: É feito pela pesquisa de ovos nas fezes. Como as fêmeas eliminam diariamente milhares de ovos por dia, não há necessidade, nos exames de rotina, de metodologia específica ou métodos de enriquecimento, bastando a técnica de sedimentação espontânea. Contudo, o método de Kato modificado por Katz é bastante eficiente e recomendado pela Organização Mundial de Saúde para inquéritos epidemiológicos. Esta técnica permite a quantificação dos ovos e consequentemente estima o grau de parasitismo dos portadores, compara dados entre várias áreas trabalhadas e demonstra maior rigor no controle de cura. Deve-se ressaltar que em infecções exclusivamente com vermes fêmeas, todos os ovos expelidos serão inférteis, enquanto em infecções somente com vermes machos o exame de fezes será consistentemente negativo. EPIDEMIOLOGIA: Dados mais recentes indicam que o A. lumbricoides é o helminto mais frequente nos países pobres, sendo sua estimativa de prevalência de aproximadamente 30%, ou seja, 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo. Apesar da ascaridíase ser cosmopolita, a maior parte das infecções ocorre na Ásia (73% de prevalência), seguida pela África (l2,0%) e América Latina (8%). Condições climáticas têm um importante papel nas taxas de infecção. Em geral, a prevalência é baixa em regiões áridas, sendo, contudo, relativamente alta onde o clima é úmido e quente, condição ideal para a sobrevivência e o embrionamento dos ovos. Além disso, áreas desprovidas de saneamento com alta densidade populacional contribuem significativamente para o aumento da carga da doença. Assim alguns fatores interferem na prevalência desta parasitose, são eles: grande quantidade de ovos produzidos e eliminados pela fêmea; viabilidade do ovo infectante por até um ano, principalmente no peridomicílio; concentração de indivíduos vivendo em condições precárias de saneamento básico; grande número de ovos no peridomicílio, em decorrência do hábito que as crianças têm de aí defecarem; temperatura e umidade com médias anuais elevadas; dispersão fácil dos ovos através de chuvas, ventos, insetos e aves; conceitos equivocados sobre a transmissão da doença e sobre hábitos de higiene na população. A infecção pelo A. lumbricoides, como qualquer outra geo-helmintose, está seguramente associada a fatores sociais, econômicos e culturais que proporcionam condições favoráveis à sua expansão, sobretudo em regiões onde os fatores ambientais são apropriados. Desse modo, o crescimento desordenado da população, em áreas muitas vezes desprovidas de saneamento básico, juntamente com o baixo poder econômico, educacional e hábitos pouco higiênicos, são relevantes e merecem destaque nos estudos epidemiológicos das parasitoses intestinais. As precárias condições ambientais, decorrentes da insalubridade das habitações coletivas e de favelas, são conhecidas como potencialmente favoráveis para o aumento das infecções por helmintos. CONTROLE: Em geral, quatro medidas são bem conhecidas para o controle das infecções por helmintos: a) repetidos tratamentos em massa dos habitantes de áreas endêmicas com drogas ovicidas; b) tratamento das fezes humanas que eventualmente, possam ser utilizadas como fertilizantes; c) saneamento básico; e educação para a saúde. A principal rota de transmissão dos helmintos intestinais é o contato físico, no ambiente, com as fezes humanas contaminadas __MACOSX/Parasitologia/._Ascaris lumbricoides.pdf Parasitologia/Aula 1.pdf INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA 1 – ASSOCIAÇÕES BIOLÓGICAS PARASITOLOGIA ¾ ESTUDO DOS PARASITOS seres vivos vivem em dependência metabólica – dano (?) ¾ ESTUDO DO PARASITISMO tipo particular de associação biológica, ocasional ou permanente RELAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS 1) interdependência das espécies obtenção de nutrição e/ou proteção 2) reciclagem permanente dos componentes orgânicos cadeia alimentar ASSOCIAÇÕES BIOLÓGICAS 1) INTRA-ESPECÍFICAS → Harmônicas Colônias → Corais (interdependência) Sociedades Formigueiro Desarmônicas → Canibalismo Roedores → 2) INTERESPECÍFICAS - HARMÔNICAS Comensalismo, forésia - temporárias 2 1 Mutualismo Protocooperação Desarmônicas Predatismo PARASITISMO ASSOCIAÇÕES BIOLÓGICAS 2) INTERESPECÍFICAS associação biológica interespecífica e desarmônica (unilateral) diferentes graus de dependência metabólica. associação íntima e duradoura. PARASITISMO OCORRÊNCIA ESTABELECIMENTO 2 - CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITOS PROTOZOÁRIOS HELMINTOS ARTRÓPODES ¾ PARASITO: ser que utiliza um organismo vivo para obtenção de nutrição e / ou proteção. AGENTE ETIOLÓGICO doença parasitária MONOXÊNICOS HETEROXÊNICOS PARASITOS ESTENOXÊNICOS EURIXÊNICOS PARASITOS OBRIGATÓRIOS PROTELIANOS FACULTATIVOS ERRÁTICOS ACIDENTAIS PERIÓDICOS MACROPARASITOS MICROPARASITOS PARASITOS ENDOPARASITOS - infecção ECTOPARASITOS - infestação organismo vivo que abriga um parasito ¾ HOSPEDEIRO: DEFINITIVO INTERMEDIÁRIO HOSPEDEIRO VERTEBRADO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO Ex.:Trypanosoma cruzi ¾ MECANISMOS TRANSMISSÃO TRANSMISSÃO ATIVA TRANSMISSÃO PASSIVA ¾ FORMAS TRANSMISSÃO VEÍCULO INANIMADO VETORIAL FÔMITES VETOR BIOLÓGICO VETOR MECÂNICO 3 - RELAÇÃO PARASITO - HOSPEDEIRO RELAÇÃO PARASITO - HOSPEDEIRO AÇÕES DO PARASITO / REAÇÕES DO HOSPEDEIRO INTERAÇÃO ENTRE OS DOIS FATORES EQUILIBRIO DESEQUILIBRIO SOBREVIVÊNCIA DOENÇA MORTE DOENÇA PARASITÁRIA DESEQUILIBRIO NA RELAÇÃO PARASITO - HOSPEDEIRO Doenças Parasitarias: fatores moduladores Inerentes ao parasito: carga parasitária, localização, virulência (cepas), etc Inerentes ao hospedeiro: idade, estado nutricional, resposta imune, intercorrência de outras doenças, etc. Ação dos parasitos sobre os hospedeiros 9Espoliativa: parasito absorve nutrientes ou sangue do hospedeiro 9Tóxica: produtos metabólicos que provoquem reações no hospedeiro 9Mecânica: bloqueio de fluxo em vasos sanguíneos e/ou linfáticos ou tubo digestório; compressão tecidual / estruturas 9Traumática: lesões provocadas pela fixação, migração de larvas ou rompimento celular Ação dos parasitos sobre os hospedeiros 9Irritativa: irritação local por presença constante sem acarretar lesão 9Enzimática: enzimas produzidas para fragilização epitelial 9Anóxia: espoliação sanguinea, rompimento de hemácias etc anemia hipóxia tecidual anóxia. PARASITO HOSPEDEIRO __MACOSX/Parasitologia/._Aula 1.pdf Parasitologia/Aula 2 continuação.pdf Filo Nemathelmintes Características gerais: • Possui aproximadamente 12.000 espécies • Várias espécies parasitam o homem • Vermes cilíndricos • Simetria bilateral • Dimorfismo sexual • Tubo digestivo completo Principais espécies de nematódeos parasitas do homem: Ascaris lumbricoides Trichuris trichiura Enterobius vermicularis Necator americanus Ancylostoma duodenale Strongyloides stercoralis Wuchereria bancrofti Onchocerca volvulus Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa PERSISTÊNCIA DAS PARASITOSES INTESTINAIS Resistência Densidade Ambiente Urbanização Saneamento Água utilizada Alimentação Diagnóstico Tratamento Saneamento Higiene Qualidade da água Conscientização Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Epidemiologia • Distribuição cosmopolita • Infecta principalmente crianças em idade escolar • Mais comuns em localidades de clima tropical • Fatores que favorecem a transmissão: -falta de saneamento básico -falta de higiene pessoal- lavagem das mãos -consumo de água não filtrada e de alimentos crus (frutas e verduras) - aglomeração populacional Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Geohelmintíases • Infecções mais prevalentes; helmintos que fazem passagem pelo solo durante uma fase do ciclo evolutivo • Cerca de 1 bilhão de indivíduos infectados com pelo menos um geohelminto (mais de 10% da população mundial) • Anemia, deficiência de vitamina A, desnutrição e crescimento prejudicado, atraso no desenvolvimento, e bloqueios intestinais. Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Trichuris trichiura Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Distribuição de Tricuríase no Mundo Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa O Parasito Parte anterior afilada Parte posterior larga Casca com três membranas Forma de barril Tampões polares Coloração marron nas fezes Verme Adulto Ovos Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa O Ciclo Evolutivo Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Ovos eliminados nas fezes [cada fêmea produz ~200,000 ovos/dia] L3 L2 L1 meio externo VERME ADULTO NO INTESTINO GROSSO L5 L4 Eclosão do ovo no intestino -Fixa-se na mucosa intestinal do intestino grosso pela parte anterior -Retira nutrientes da mucosa e da luz intestinal -Causa um processo irritativo na mucosa -Geralmente a infecção é assintomática -Quando houver intensa carga parasitária podem ocorrer: cólicas, náusea, diarréia e, nos casos mais graves, prolapso retal Ação Patogênica Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Observar inúmeros vermes presos à mucosa intestinal Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Prolapso Retal Assintomáticos Sintomáticos Ascaris lumbricoides ." Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Distribuição de Ascaridíase no Mundo Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Maior nematódeo intestinal do homem: 20 a 40 cm Fêmeas eliminam 200.000 ovos por dia: férteis, inférteis Vermes adultos podem viver até dois anos no intestino delgado OVO FÉRTIL OVO INFÉRTIL Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Vermes esbranquiçados, cilíndricos Tamanho médio de 16 a 20 cm Boca provida de 3 lábios Casca com 3 membranas e com protuberâncias (casca mamilonada). Cor marron nas fezes Necessita amadurecer no solo Vermes Adultos Ovos O Parasito Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Ciclo Evolutivo Transmissão através da ingestão de água ou alimentos crus (frutas e verduras) que contenham ovos larvados do parasita Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa intestino delgado Eclosão do ovo no intestino com liberação da L3 Ovos eliminados nas fezes [cada fêmea produz ~200,000 ovos/dia] deglutição da larva L4/L5 migração via sanguínea para pulmão migração para espaço alveolar - L4 - L3 ascenção no aparelho respiratório L1 → L2 → L3 no meio externo (~1 mês) INGESTÃO do ovo contendo L3 Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Ação Patogênica - Geralmente assintomático - Ação espoliativa – retirada de nutrientes do meio intestinal (intestino delgado) - Ação irritativa – sob os terminais nervosos da mucosa intestinal - Ação toxêmica – lança metabólitos na luz intestinal, que podem ser absorvidos e atuar no sistema nervoso central causando convulsões - Ação mecânica – a mais importante provova obstruções como oclusão intestinal, penetração no canal de Wirsung ou no colédoco ou no apêndice cecal Vermes adultos ! Ação Espoliativa ! Ação Tóxica ! Ação Mecânica ! Localizações Ectópicas Larvas ! Focos hemorrágicos, necrose, quadro pneumônico (síndrome de Löeffler) Assintomáticos Sintomáticos Sintomas clássicos Dor abdominal, mal estar, náuseas, vômitos e diarréia Manifestações alérgicas, emagrecimento, irritabilidade, alterações cutâneas, dispnéia, tosse e broncoespasmo Ação Patogênica Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Ação Patogênica Manifestações Graves: Processo Obstrutivo Oclusão/Semi-Oclusão/ Perfuração intestinal Massa “em salsicha” próximo à região umbilical Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Oclusão Intestinal por Alta Carga Parasitária Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Obstrução intestinal Lactentes Manifestações Graves Independe da carga parasitária diâmetro da luz intestinal x tamanho do verme Ação Patogênica Manifestações Graves: Processo Obstrutivo Ascaris errático/Migração errática localização ectópica Independe da carga parasitária Obstrução do colédoco Obstrução das vias biliares Obstrução ampola de Vater e Canal de Wirsung: pancreatite ADMINSTRAÇÃO,DE,ANTI.CONVULSIVANTE, HIPERPIREXIA, Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Ação Patogênica Manifestações Graves: Processo Obstrutivo Exame&Parasitológico&de&Fezes&(EPF)&6&Pesquisa&de& ovos& & 1. Método&de&Lutz/Sedimentação&espontânea:& sedimentação&espontânea&de&ovos&pesados& 2. Método&de&Kato6Katz:&clarificação&das&fezes&em& glicerina& Diagnóstico&Laboratorial&de&Ascaridíase&e& Tricuríase& Diagnóstico Laboratorial Demonstração do parasita – diagnóstico parasitológico Pesquisa de ovos do parasita nas fezes Métodos laboratoriais apropriados: Lutz (sedimentação espontânea em água) Kato-Katz (clarificação das fezes pelo glicerol-verde malaquita) Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Ovos presentes no sedimento obtido após uma hora- exame positivo """"""""""""""""""Sedimentação"Espontânea"" (Método"de"Lutz/Método"de"Hoffman,"Pons"e"Janer)" """"""""""""""""""Método"de"KatoAKatz" Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Vantagem: permite a análise da carga parasitária Clarificação das fezes em glicerol-verde malaquita" Nos casos de oclusão intestinal, em que o paciente não está evacuando, deve ser feito diagnóstico de imagem – RX, ultrassonografia ou tomografia. RX: achado não intencional Epidemiologia"e"profilaxia" • Distribuição"cosmopolita" • Infecta"principalmente"crianças"em"idade"escolar" • Mais"comuns"em"localidades"de"clima"tropical" • Fatores"que"favorecem"a"transmissão:" """""""Afalta"de"saneamento"básico" """"""""falta"de"higiene"pessoalA"lavagem"das"mãos" """"""""consumo"de"água"náo"filtrada"e"de"alimentos"crus"(frutas"e" verduras)""" ´""""""A"aglomeração"populacional" FECAL-ORAL principal via de transmissão Alimentos , água contaminados com as formas infectantes (ovos larvados) Inalação e deglutição de poeira contendo ovos infectantes Contaminação de alimentos por insetos (moscas , baratas , formigas) carreadores de ovos infectantes Vias Secundárias de Transmissão • Aglomeração de pessoas • Produção de alimentos em áreas com baixo saneamento • Contaminação de água e alimentos consumidos crus com formas infectantes durante o processo de transporte, armazenamento e manipulação • Falta de higiene pessoal (lavagem das mãos) • População de rua Disciplina de Parasitologia Médica Curso de Medicina – Arcos da Lapa Profilaxia e Controle • Lavagem correta das mãos antes de se alimentar • Higienização dos alimentos consumidos crus • Tratamento das pessoas parasitadas • Tratamento dos dejetos humanos • Tratamento da água para uso domiciliar __MACOSX/Parasitologia/._Aula 2 continuação.pdf Parasitologia/Aula 2.pdf 1 INTRODUÇÃO À HELMINTOLOGIA AJ, 2016.2 2 ¾ HELMINTOS – termo genérico não taxonômico ¾ METAZOÁRIOS – Sub-reino Metazoa REINO Archeobacteria Eubacteria Protista Plantae Fungi Animalia FILO CLASSE ORDEM FAMILIA GÊNERO ESPÉCIE 3 ¾ Numerosas espécies o vida livre e endoparasitos 9 Helmintos - seres pluricelulares órgãos revestimento externo; fibras musculares hermafroditismo; sexos separados 2 extremidades – anterior – fixação posterior – dimorfismo sexual ¾ Reino Animalia o 30 Filos Platyhelminthes – Nemathelminthes – Acantocephala – Mollusca - Arthropoda 4 Filo Platyhelmintes - achatados dorso-ventralmente - tegumento – espinhos, cerdas, vilosidades - tubo digestivo incompleto ou ausente - maioria hermafrodita - 3 classes : Trematoda ; Cestoda; Tuberlaria 5 aspecto foliáceo órgão de fixação – 2 ventosas tubo digestivo incompleto hermafroditas - exceção do Schistosoma mansoni Classe Trematoda F. hepatica S. mansoni corpo longo (aspecto de fita), segmentado elementos fixadores (acúleos e/ou ventosas) hermafroditas tubo digestivo ausente Classe Cestoda Taenia sp E. granulosus 6 - revestimento externo – cutícula - tubo digestivo completo - 5 estádios evolutivos – L1,2,3,4,5 ¾ Classe Nematoda Filo Nematelminthes anterior (lábios, dentes, estiletes, etc ) posterior (dimorfismo sexual) - cilíndricos, afilados nas extremidades 7 Trichuris trichura Ascaris lumbricoides Enterobius vermicularis Strongyloides stercoralis A nc yl os to m a du od en al e 8 CICLO: larva ovo verme adulto TRANSMISSÃO: ativa passiva geohelmintos CONSEQUÊNCIAS: alta morbidade anemia deficiência vitamínica desnutrição atraso no desenvolvimento INFLUÊNCIAS: saneamento básico p água tratada p acesso serviço de saúde p condições de higiene p educação sanitária p H E L M I N T Í A S E S 9 Prevalência: ! 10% população mundial com pelo menos um helminto 1 0 Morbidade e mortalidade: 11 __MACOSX/Parasitologia/._Aula 2.pdf Parasitologia/Aula 3.pdf ENTEROBIUS VERMICULARIS ENTEROBIOSE E Filo Nemathelminthes Classe Nematoda Família Oxyuridae Gênero Enterobius Oxyurus vermucularis - “oxiurus” 3- 5 m m macho ALETAS CERVICAIS ESÔFAGO INTESTINO VAGINA OVÁRIOS E OVIDUTO ÚTERO RETO E ÂNUS 8- 12 m m fêmea ¾ MORFOLOGIA OVOS 50-60 mm 20 -3 0 mm 1 2 3 9 CECO 9 fêmeas grávidas: na região perianal 9 mulheres vagina, útero e bexiga. 9 heteroinfecção – mesmo ambiente 9 transmissão indireta – criança e adulto 9 autoinfecção indireta e direta ¾ HABITAT ¾ TRANSMISSÃO ¾ CICLO BIOLÓGICO ¾ PATOGENIA 9 erosões na mucosa 9 inflamação catarral → colite, proctite, apendicite (?) → fezes amolecidas,diarreicas, dores abdominais dermatite escoriações na pele infecção bacteriana Irritabilidade, nervosismo, insônia prurido vulvar intenso processos granulomatosos – útero, ovários, trompas ação mecânica e irritativa 9 prurido anal Lesões por Enterobius vermicularis ¾ Diagnóstico Obs: 3 – 6 exames ovos no EPF Método da fita gomada / adesiva Método de Graham ¾ Alta prevalência: crianças ¾ Cosmopolita – clima tropical e temperado – condições socioeconômicas p ¾ países ricos – baixas temperaturas, aglomeração de pessoas, baixa frequência de banho e troca de roupas íntimas ¾ Educação sanitária da população ¾ Higiene pessoal ¾ Evolução benigna e auto limitada (?) ¾ Epidemiologia - higiene pessoal e educação sanitária da população - unhas rentes, desestimular a onicofagia e a coçagem da região anal - tratamento do paciente e todos os membros da família - troca de roupas de cama, íntimas e banho diariamente. Fervê-las. - limpeza das instalações sanitárias e domicilio - proteção dos alimentos ¾ Medidas de controle __MACOSX/Parasitologia/._Aula 3.pdf Parasitologia/Enterobius vermicularis.pdf Enterobius vermicularis MORFOLOGIA: O E. vermicularis apresenta nítido dimorfismo sexual, entretanto, alguns caracteres são comuns aos dois sexos: cor branca, filiformes. Na extremidade anterior, lateralmente à boca, notam-se expansões vesiculosas muito típicas, chamadas "asas cefálicas". A boca é pequena, seguida de um esôfago também típico: é claviforme, terminando em um bulbo cardíaco. Femea: Mede cerca de 1cm de comprimento, por 0,4mm de diâmetro. Cauda pontiaguda e longa. Macho: Mede cerca de 5mm de comprimento, por 0,2mm de diâmetro. Cauda fortemente recurvada em sentido ventral, com um espiculo presente. Ovo: Mede cerca de 50µn de comprimento por 20µm de largura. Apresenta o aspecto grosseiro de um D, pois um dos lados é sensivelmente achatado e o outro é convexo. Possui membrana dupla, lisa e transparente. No momento em que sai da fêmea, já apresenta no seu interior uma larva. HABITAT: Machos e femeas vivem no ceco e apêndice. As femeas, repletas de ovos (5 a 16 mil ovos), são encontradas na região perianal. CICLO BIOLOGICO: É do tipo monoxênico; após a cópula, os machos são eliminados com as fezes e morrem. As femeas, repletas de ovos, se desprendem do ceco e dirigem-se para o ânus (principalmente à noite). Os ovos eliminados, já embrionados, se tomam infectantes em poucas horas e são ingeridos pelo hospedeiro. No intestino delgado, as larvas rabditoides eclodem e sofrem duas mudas no trajeto intestinal até o ceco. Aí chegando, transformam-se em vermes adultos. Um a dois meses depois as fêmeas são encontradas na região perianal. Não havendo reinfecção, o parasitismo extingue-se aí. TRANSMISSAO: heteroinfecção: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro (é também conhecida como primo-infecção); indireta: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou; autoinfecção externa ou direta: a criança (frequentemente) ou o adulto (raramente) levam os ovos da região perianal a boca. E o principal mecanismo responsável pela cronicidade dessa verminose; autoinfecção interna: parece ser um processo raro no qual as larvas eclodiriam ainda dentro do reto e depois migrariam até o ceco, transformando-se em vermes adultos; retro infecção: as larvas eclodem na região perianal (externamente), penetram pelo ânus e migram pelo intestino grosso chegando até o ceco, onde se transformam em vermes adultos. PATOGENIA: Na maioria dos casos, o parasitismo passa despercebido pelo paciente. Este só nota que alberga o verme quando sente ligeiro prurido anal (a noite, principalmente) ou quando vê o verme (chamado popularmente de "lagartinha") nas fezes. Em infecções maiores, pode provocar enterite catarral por ação mecânica e irritativa. O ceco apresenta-se inflamado e, as vezes, o apêndice também é atingido. A alteração mais intensa e mais frequente é o prurido anal. A mucosa local mostra-se congesta, recoberta de muco contendo ovo e, as vezes, fêmeas inteiras. O ato de coçar a região anal pode lesar ainda mais o local, possibilitando infecção bacteriana secundária. O prurido ainda provoca perda de sono, nervosismo e, devido à proximidade dos órgãos genitais, pode levar à masturbação e erotismo, principalmente em meninas. DIAGNOSTICO CLINICO: O prurido anal noturno e continuado pode levar a uma suspeita clínica de enterobiose. DIAGNOSTICO LABORATORIAL: O exame de fezes não funciona para essa verminose intestinal. O melhor método é o da fita adesiva (transparente) ou método de Graham. EPIDEMIOLOGIA: Essa helmintose tem alta prevalência nas crianças em idade escolar. E de transmissão eminentemente doméstica ou de ambientes coletivos fechados. PROFILAXIA: A roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro não deve ser "sacudida" pela manhã, e sim enrolada e lavada em água fervente, diariamente; tratamento de todas as pessoas parasitadas da família (ou outra coletividade) e repetir o medicamento duas ou três vezes, com intervalo de 20 dias, até que nenhuma pessoa se apresente parasitada; corte rente das unhas, aplicação de pomada mercurial na região perianal ao deitar-se, banho de chuveiro ao levantar-se e limpeza doméstica com aspirador de pós, são medidas complementares de utilidade. __MACOSX/Parasitologia/._Enterobius vermicularis.pdf Parasitologia/FILARIAS MEDICINA 2016.2 JU.pdf FILARÍASE BANCROFTIANA OMS Otto Wucherer descreveu a espécie W. bancrofti no Brasil em 1886: observação de formas embrionárias na urina de um paciente Joseph Bancroft em 1887 observou um helminto ao examinar o fluido de um paciente com um abscesso no braço Superfamília Filarioidea Família Filariidae Wuchereria bancrofti Cobbold, 1877 Brugia malayi Brug, 1927 Dirofilaria immitis, D. repens Loa loa Cobbold, 1864 Onchocerca volvulus Leuckart 1893 Mansonella ozzardi Manson, 1897 Acanthocheilonema perstans Manson, 1891 Dracunculus medinensis Lineu, 1758 73 países endêmicos: Ásia, África e América do Sul/Caribe (Brasil, República Republicana, Guiana e Haiti) 120 milhões de pessoas infectadas: 40 milhões com forma crônica (hidrocele e linfedema) 108 milhões de casos por Wuchereria bancrofti 1,4 bilhões de pessoas sob risco No Brasil, atualmente, só existem focos em Pernambuco (Grande Recife) Resultado de 30 inquéritos epidemiológicos (Rachou, 1956) Nº casas investigadas 27.997 Nº de C. quinquefasciatus capturados 169.934 (99,6% do total de mosquitos capturados) Nº de C. quinquefasciatus infectados 2.621 (2,9%) Nº de C. quinquefasciatus com larvas infectantes 241 (0,3%) Vetor: Culex quinquefasciatus Ciclo Evolutivo de Wuchereria bancrofti 2 5 0 – 3 0 0 m bainha estilete núcleos caudais Wuchereria bancrofti Onchocerca vovulus Mansonella ozzardi FATORES HUMANOS comportamental sexo idade ocupação estado nutricional modo de se vestir homem > mulher 2ª a 3ª década de vida contato com vetor FATORES AMBIENTAIS eficiência da transmissão nº de picadas infectivas densidade da população suscetível e de infectados tempo de permanência no foco eficiência do vetor local •alta densidade •antropofilia •compatibilidade com a cepa do parasito modificações do meio ambiente impacto direto na abundância de criadouros dos vetores A apresentação clínica é muito variada e requer investigação criteriosa: 1)Maioria dos sinais e sintomas não são específicos da doença bancroftiana; 2)Métodos de diagnóstico parasitológico com sensibilidade moderada; 3) Não existe marcador de dano linfático de origem filarial. Doença Manifestações linfáticas: vermes adultos e microfilárias Manifestações extra linfáticas (eosinofilia pulmonar tropical e doença renal): microfilárias Linfocintilografia Ultrassonografia dança das filárias Avanços no conhecimento da patogenia da filaríase EXAMES DE IMAGENS Linfangiectasia subclínica ou clínica LINFANGIECTASIA NÃO OBSTRUTIVA (substrato anatomopatológico da doença) Disfunção linfática Maior susceptibilidade a lesões interdigitais dos membros afetados; infecções bacterianas secundárias; linfedema Repetição de episódios bacterianos leva ao quadro de elefantíase “ASSINTOMÁTICO” (doença subclínica) anos ou toda a vida Eosinofilia. Microfilaremia + AGUDO Linfangite filarial aguda-LFA (morte de adultos) Dermatolinfoangioadenite aguda-DLAA (bactérias piogênicas) dias - semanas regressão com repouso recorrências linfangite, linfadenite orquite, epididimite sintomas gerais Eosinofilia. Microfilaremia CRÔNICO 2-5% dos casos localização anatômica carga parasitária reinfecções Linfedema, hidrocele, quilúria, obstrução linfática crônica, elefantíase Microfilaremia ou negativa Período pré- patente (~1 ano) penetração da larva microfilaremia assintomático ou manifestações alérgicas Período patente Principal Manifestação Clínica Fase Pediátrica Adulto Jovem Maturidade Doença Subclínica Linfangiectasia +/- ++++ desconhecido Doença Clínica Linfangiectasia Adenopatia Em homens: hidrocele Em mulheres: linfedema - ++++ - - ++++ -/+ ++ ++/+++ desconhecido -/+ ++++ ++++ - ausente; +raro; ++infrequente; +++comum; ++++muito comum Ocorrência relativa de manifestações induzidas por formas adultas do parasito na população endêmica por faixa etária (Dreyer, 2000) Bactéria endossimbionte Wolbachia alvo terapêutico LINFANGITE AGUDA ELEFANTÍASE Diagnóstico Laboratorial Pesquisa de microfilárias no sangue capilar periodicidade das microfilárias em sangue periférico (23h e 1h) •Gota espessa •Filtração em membrana de policarbonato Diagnóstico Laboratorial e de Imagem Vermes adultos •Ultrassonografia •PCR •Teste Imunocromatográfico pode ser realizado nos períodos noturno e diurno O Controle Impacto socioeconômico Indivíduos com doença crônica (elefantíase) NÃO TEM importância na cadeia de transmissão; microfilaremia negativa World Health Assembly - Resolution WHA 50.29, 1997 Eliminação da Filaríase Linfática até 2020 (interrupção da transmissão e controle da morbidade) 1997: Plano Nacional de Eliminação da Filaríase Linfática (MS, Brasil) Criação de programas locais em áreas de transmissão ativa 11 cidades (1958) 4 cidades da região metropolitana de Recife (2012) O Controle Força Tarefa para Erradicação de Doenças OMS (1997) estabeleceu dois pilares: 1) Interrupção da transmissão pelo tratamento em massa anual (IV ou DEC) 2) Controle da morbidade com higiene dos pacientes com linfedema e a hidrocelectomia A filaríase bancroftiana requer uma condição de interdisciplinaridade • Epidemiologia • Clínica geral • Urologia • Infectologia • Angiologia • Pneumologia • Pediatria • Psicologia • Assistência Social • Nutrição Oncocercíase ocular Total de 18 milhões infectados (OMS) - 1 milhão com alterações oculares - 350 mil cegos VERMES ADULTOS e Simulium spp L1 L2 L3 MICROFILÁRIAS CICLO EVOLUTIVO Distribuição focal nas Américas México 25.000 Guatemala 40.000 Venezuela 20.000 Brasil ˜ 5.000 Colômbia esporádico Equador 7.000 Roraima (Foco Yanomami) • No Brasil, primeiro foco identificado em 1967 • Foco binacional (Brasil-Venezuela): grande parte do território Yanomami, no noroeste do Estado de Roraima e extremo norte central do Estado do Amazonas (192.000 km2) • População Yanomami estimada de 17 mil (10 mil sob risco de infecção). Vivem em cerca de 200 comunidades distribuídas em 28 pólos-base. yanos ou shabonos Acreditam na igualdade entre as pessoas. Cada comunidade é independente das outras e eles não reconhecem ‘chefes’. Decisões tomadas por consenso, frequentemente após longos debates, onde todos têm o direito à palavra. Pólo População total População examinada % positivos Xitei Homoxi Tukuxim Surucucu Balawaú 672 393 306 1.204 359 95 71 143 98 69 97,9 88,7 85,3 80,6 76,6 Toototobi Paapiú Parafuri Novo Demini Palimiú 300 353 196 149 290 103 87 53 95 139 58,2 49,4 47,2 36,8 36,7 Auaris Ericó Maturacá Demini Missão Catrimani 935 239 1.118 89 456 221 40 461 86 252 11,3 7,0 4,1 1,2 0,4 Outras 1.889 679 0 TOTAL 8.989 2723 25,3 Oncocercose no Brasil, 1993-1995 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 31:107, 1998 Simulídeos se distribuem em todo território nacional Risco de transmissão da doença em novas áreas Migrações (garimpos) Oncocercíase ocular (mais comum na África) Presença de microfilárias resposta inflamatória ceratite punctata 67.6% Microfilárias na câmara anterior 16% Ceratite esclerosante 7.1% catarata 7.1% corioretinite 2.9% Passos e Coelho. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 31:107, 1998 Oncocercoma Oncocercoma Dermatite oncocercótica Diagnóstico Laboratorial Identificação de vermes adultos retirados cirurgicamente dos nódulos; Identificação de microfilárias em amostras de pele colhidas por biópsia (mais usado); Exames oftalmoscópicos do humor aquoso; Testes imunológicos (intradermorreação, imunofluorescência, ELISA); Reação da polimerase em cadeia/PCR A Coordenação Regional da FUNASA em Roraima realiza rotineiramente esse exame African Programme for Onchocerciasis Control (APOC) Ivermectina (microfilaricida): administrado por via oral, uma ou duas vezes por ano, durante 12-14 anos (tempo médio de vida das fêmeas de O. volvulus) Diagnóstico + Tratamento dos portadores Combate aos simulídeos __MACOSX/Parasitologia/._FILARIAS MEDICINA 2016.2 JU.pdf Parasitologia/Trichuris trichiura.pdf Trichuris trichiura MORFOLOGIA: adultos: T trichiura medem de 3 a 5cm de comprimento, sendo os machos menores que as fêmeas. A boca, localizada na extremidade anterior, é uma abertura simples e sem lábios, seguida por um esôfago bastante longo e delgado, que ocupa aproximadamente 2/3 do comprimento total do verme. A parte posterior do corpo de T trichiura, cerca de 113 do comprimento total, compreende a porção alargada, onde se localiza o sistema reprodutor simples e o intestino que termina no ânus, localizado próximo a extremidade da cauda. Os vermes adultos são dioicos e com dimorfismo sexual. O macho é menor, possui testículo único seguido por canal deferente, canal ejaculador que termina com um espiculo. A extremidade posterior é fortemente curvada ventralmente, apresentando o espiculo protegido por uma bainha, recoberta por pequenos espinhos. Na fêmea pode-se observar ovário e útero únicos, que se abrem na vulva, localizada na proximidade da junção entre esôfago e intestino. Ovos: Medem de 50-55µn de comprimento por 22µn de largura, apresentam um formato elíptico característico com poros salientes e transparentes em ambas extremidades, preenchidos por material lipídico. HABITAT: Os adultos de T. trichiura são parasitos de intestino grosso de humanos, e em infecções leves ou moderadas, estes vermes habitam principalmente o ceco e cólon ascendente do hospedeiro. Nas infecções intensas ocupam também cólon distal, reto e porção distal do íleo. T. trichiura é considerado por muitos autores um parasito tissular, pois toda a região esofagiana do parasito penetra na camada epitelial da mucosa intestinal do hospedeiro, onde se alimenta principalmente de restos dos enterócitos lisados pela ação de enzimas proteolíticas secretadas pelas glândulas esofagianas do parasito (esticócitos). A porção posterior de T. trichiura permanece exposta no lúmen intestinal, facilitando a reprodução e a eliminação dos ovos. CICLO BIOLOGICO: É do tipo monoxeno; fêmeas e machos que habitam o intestino grosso se reproduzem sexuadamente e os ovos são eliminados para o meio externo com as fezes. O período de desenvolvimento do ovo de- pende das condições ambientais. Da mesma maneira que Ascaris lumbricoides, os ovos de T. trichiura são muito sensíveis a dessecação, não sobrevivendo por mais de 15 dias quando a umidade relativa é menor que 77%. Entretanto, em condições ambientais favoráveis, os ovos de 7: trichiura contendo as larvas infectantes podem permanecer viáveis por longo período de tempo. Os ovos infectantes podem contaminar alimentos sólidos e líquidos, podendo, assim, serem ingeridos pelo homem. As larvas de T trichiura eclodem através de um dos poros presentes nas extremidades do ovo, no intestino delgado do hospedeiro. A maioria dos autores relata que as larvas inicialmente penetram no epitélio da mucosa intestinal na região duodenal, pela base das criptas de Lieberkühn, permanecendo nesta localidade por cinco a dez dias, e posteriormente estas larvas ganham a luz intestinal e migram para região cecal onde completam seu desenvolvimento. Estudos histológicos revelam que as larvas de Trichuris sp. podem penetrar na mucosa em várias regiões do intestino, mas esta penetração ocorre principalmente no intestino grosso, e não foram encontradas evidências de que as larvas que penetram no duodeno completam seu desenvolvimento, ou mesmo que ocorra uma posterior migração das larvas do duodeno para o intestino grosso. Na região do ceco, as larvas migram por dentro das células epiteliais, em direção do lúmen intestinal, formando túneis sinuosos na superfície epitelial da mucosa. Durante este período as larvas se desenvolvem em vermes adultos, passando pelos quatro estágios larvais típicos do desenvolvimento dos nematódeos; ocorre a diferenciação dos esticócitos na região esofagiana, e do órgão genital na porção posterior para a junção do esôfago com o intestino. O crescimento e desenvolvimento dos vermes levam ao rompimento das células epiteliais e a exposição da porção posterior do corpo de T. trichiura à luz intestinal do hospedeiro. TRANSMISSAO: Os ovos de trichiura eliminados com as fezes do hospedeiro infectado contaminam o ambiente, em locais sem saneamento básico. Como os ovos são extremamente resistentes as condições ambientais, podem ser disseminados pelo vento ou pela água e contaminar os alimentos sólidos ou líquidos, sendo então, ingeridos pelo hospedeiro. Ovos de T. trichiura também podem ser disseminados por mosca doméstica, que transportam os ovos na superfície externa do corpo, do local onde as femeas foram depositadas até o alimento. PATOGENIA: A gravidade da tricuríase depende da carga parasitária, mas também tem importante influência de fatores, como idade do hospedeiro, estado nutricional e a distribuição dos vermes adultos no intestino. A maioria dos pacientes com infecções leves é assintomática ou apresenta sintomatologia intestinal discreta, enquanto os pacientes com infecção moderada apresentam graus variados de sintomas, como dores de cabeça, dor epigástrica e no baixo abdômen, diarreia, náusea e vômitos. Como não existe migração sistêmica das larvas de T. trichiura, as lesões provocadas pelo verme estão confinadas ao intestino. As alterações histopatológicas, induzidas pela presença do verme na mucosa intestinal, apresentam-se restritas ao epitélio e lâmina própria, na proximidade do verme, podendo ser observado um aumento na produção de muco pela mucosa intestinal, áreas de descamação da cama- da epitelial e infiltração de células mononucleares na lâmina própria. Entretanto, em infecções intensas e crônicas, o parasito se distribui por todo o intestino grosso, atingindo também a porção distal do íleo e reto. Desta maneira, os sintomas relatados estão associados a distúrbios locais, como dor abdominal, disenteria, sangramento e prolapso retal, bem como alterações sistêmicas, como perda do apetite, vômito, eosinofilia, anemia, desnutrição, retardamento no desenvolvimento físico e comprometimento cognitivo. O esforço continuado de defecação associado a possíveis alterações nas terminações nervosas locais, gerando aumento do peristaltismo, pode resultar em prolapso retal. O prolapso retal devido à tricuríase é relatado com maior frequência em crianças da Região Norte. Como não ocorre comprometimento da musculatura pélvica, o prolapso retal produzido na tricuríase é reversível após a eliminação dos vermes e resolução da reação inflamatória local. DIAGNOSTICO LABORATORIAL: O diagnóstico específico da tricuríase é geralmente realizado pela demonstração dos ovos do parasito nas fezes. Conforme foi discutido, ovos de T. trichiura apresentam morfologia bastante característica e são produzidos e eliminados nas fezes do hospedeiro em quantidades relativamente elevadas, facilitando o diagnóstico parasitológico pelos métodos de exame de fezes de rotina. Para estudos epidemiológicos em áreas endêmicas, o método mais utilizado para o diagnóstico é o método de Kato-Katz, que permite uma avaliação qualitativa e quantitativa da infecção. PROFILAXIA: O sucesso da transmissão da tricuríase depende de condições ambientais, que favoreçam o desenvolvimento e sobrevivência dos ovos no ambiente, e da inexistência de saneamento básico adequa- do, que permite a contaminação ambiental. Desta maneira, as medidas profil5ticas para o controle da tricuríase são bastante semelhantes as discutidas para controle da infecção por A. lumbricoides. __MACOSX/Parasitologia/._Trichuris trichiura.pdf
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