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7oano2 O ANO • ENSINO FUNDAMENTAL II • EF 8 A N O S L I V R O D O P R O F E S S O R 2010 P R O G R A M A S : L E R E E S C R E V E R / O R I E N TA Ç Õ E S C U R R I C U L A R E S Cadernos de apoio e aprendizagem Port7ºAnoPROF.indd 1Port7ºAnoPROF.indd 1 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM Port7ºAnoPROF.indd 2Port7ºAnoPROF.indd 2 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM Prefeitura da Cidade de São Paulo Prefeito Gilberto Kassab Secretaria Municipal de Educação Secretário Alexandre Alves Schneider Secretária Adjunta Célia Regina Guidon Falótico Diretora da Assessoria Técnica de Planejamento Fátima Elisabete Pereira Thimoteo Diretora de Orientação Técnica Regina Célia Lico Suzuki (Coordenadora Geral do Programa) Divisão de Orientação Técnica Ensino Fundamental e Médio Suzete de Souza Borelli (Diretora e Coordenadora do Programa DOT/EF) Cristhiane de Souza, Hugo Luiz Montenegro, Humberto Luis de Jesus, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Leika Watabe, Leila de Cássia José Mendes, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Emilia Lima, Regina Célia dos Santos Câmara, Silvia Moretti Rosa Ferrari, Viviane de Camargo Valadares Divisão de Orientação Técnica Educação Especial Silvana Lucena dos Santos Drago Diretores Regionais de Educação Eliane Seraphim Abrantes, Elizabeth Oliveira Dias, Hatsue Ito, Isaias Pereira de Souza, José Waldir Gregio, Leila Barbosa Oliva, Leila Portella Ferreira, Maria Angela Gianetti, Maria Antonieta Carneiro, Marcelo Rinaldi, Silvana Ribeiro de Faria, Sueli Chaves Eguchi, Waldecir Navarrete Pelissoni Equipe técnica de apoio da SME/DOT Ana Lúcia Dias Baldineti Oliveira, Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Claudia Aparecida Fonseca Costa, Delma Aparecida da Silva, Jarbas Mazzariello, Magda Giacchetto de Ávila, Maria Teresa Yae Kubota Ferrari, Mariana Pereira Rosa Santos, Tania Nardi de Padua, Telma de Oliveira Assessoria Pedagógica SME/DOT Célia Maria Carolino Pires, Maria José Nóbrega, Rosaura Angélica Soligo Fundação Padre Anchieta Presidente João Sayad Vice-Presidentes Ronaldo Bianchi Fernando Vieira de Mello Diretoria de Educação Diretor Fernando José de Almeida Gerentes Monica Gardelli Franco Júlio Moreno Coordenadora do projeto Maria Helena Soares de Souza Equipe de autoria Coordenação Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Jacqueline Peixoto Barbosa Assessoria de coordenação Márcia Mendonça e Claudia Vóvio Autores América dos Anjos Costa Marinho, Anna Maria C. Caricatti M. Cera, Carolina Assis Dias Vianna, Celina Diaféria, Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Denise de Oliveira Teixeira, Ellen Rosenblat, Geraldo Antônio Andreasi Fantim, Jacqueline Peixoto Barbosa, Jordana Lima de Moura Thadei, Laura Inês Breda de Figueiredo, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Helena Costa, Maria Inês Nocite, Marisa Balthasar Soares, Marisa Vasconcelos Ferreira, Patrícia Prado Calheta, Paula Bacarat De Grande, Rosa Maria Antunes de Barros, Shirley de Oliveira Garcia Jurado, Virginia Scopacasa Pesquisa Átila Augusto Morand, Eduardo de Moura Almeida Leitura crítica Roxane Rojo Equipe Editorial Gerência editorial Carlos Seabra Secretaria editorial Janaína Chervezan da Costa Cardoso Assessoria de conteúdo Márcia Regina Savioli (Língua Portuguesa) Maria Helena Soares de Souza (Matemática) Controle de iconografi a Elisa Rojas Apoio administrativo Acrizia Araújo dos Santos, Ricardo Gomes, Walderci Hipólito Edição de texto Dida Bessana, Maria Carolina de Araujo Revisão Ana Luiza Saad Pereira, Barbara Eleodora Benevides Arruda, Marcia Menin, Maria Carolina de Araujo, Miguel Facchini, Silvia Amancio de Oliveira Direção de arte Eliana Kestenbaum, Marco Irici Arte e diagramação Cristiane Pino, Cristina Izuno, Henrique Ozawa, Mariana Schmidt Ilustrações Renato Zechetto Fernando Makita Bureau de editoração Mare Magnum Artes Gráfi cas Port7ºAnoPROF.indd 3Port7ºAnoPROF.indd 3 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecária Silvia Marques CRB 8/7377) C122 Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa / Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do Professor. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010. Sétimo ano, il. (vários autores) ISBN 978-85-8028-018-0 ISBN 978-85-8028-009-8 (aluno) 1. Ensino Fundamental 2. Língua Portuguesa 3. Leitura 4. Escrita I. Título. CDD 371.302.813 Esta obra, Cadernos de apoio e aprendizagem – Matemática e Língua Portuguesa, é uma edição que tem a Fundação Padre Anchieta como Organizadora e foi produzida com a supervisão e orientação pedagógica da Divisão de Orientação Técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Port7ºAnoPROF.indd 6Port7ºAnoPROF.indd 6 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM Sumário Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Expectativas de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Uma nota sobre o trabalho com gêneros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Integração entre as modalidades de atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Organização do Caderno do aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Organização do Caderno do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 O trabalho com o 7o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 1 – Fazendo pedidos: cartas de solicitação e requerimentos . . . . . . . . .15 Unidade 2 – Humor, crítica e entretenimento quadro a quadro: quadrinhos e piadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Unidade 3 – Ofi cina de fanzine – de “consumidor” a crítico: comentando produções culturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 Unidade 4 – Procurando e produzindo informações científi cas . . . . . . . . . . . . . . . .25 Unidade 5 – Literatura de cordel: a voz do povo em versos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 Acompanhamento e avaliação de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Referências bibliográfi cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Comentários e sugestões página a página Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Unidade 3 . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185 Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233 Port7ºAnoPROF.indd 7Port7ºAnoPROF.indd 7 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM Port7ºAnoPROF.indd 8Port7ºAnoPROF.indd 8 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 9 Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem A produção deste material se justifi ca por contemplar as es- pecifi cidades da rede pública municipal paulistana do ponto de vista de suas realidades regionais, das condições de acervo de livros, de equipamentos disponíveis, de espaços físicos das escolas e do processo de formação de educadores desenvolvi- do nos últimos cinco anos. Os Cadernos dos alunos têm formato consumível, para que eles possam usá-los individualmente e fazer as atividades tanto em sala de aula quanto em casa. Um DVD acompanha os Cadernos do professor e contém os vídeos previstos em algumas atividades, além de textos a serem lidos para os alunos (em determinados casos). O foco das atividades dos Cadernos são as expectativas de aprendizagem relativas às práticas de leitura, produção es- crita, escuta e produção oral de textos e de análise e refl exão sobre a língua e a linguagem, articuladas em torno dos gêne- ros selecionados propostas para estudo e aprofundamento. Assim, para cada ano, estão previstas cinco unidades – que correspondem às esferas/gêneros selecionados para o traba- lho com sequências didáticas ou projetos.1 O quadro a seguir apresenta os gêneros selecionados para os dois ciclos do En- sino Fundamental. 1 Para mais especifi cações dessas modalidades de atividade, ver p. 121 e 134 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e p. 106-107 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa. Port7ºAnoPROF.indd 9Port7ºAnoPROF.indd 9 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 10 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo I em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Cotidiana Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 1o ano Bilhete/Recado Legenda/ Comentário de notícia Conto de repetição Parlenda/Regras de jogos e brincadeiras Diagrama/ Explicação 2o ano Receita Manchete/Notícia televisiva e radiofônica Conto tradicional Cantiga/Regras de cirandas e brincadeiras cantadas Verbete de curiosidades/ Explicação 3o ano Regras de jogo Notícia/ Comentário de notícias Conto tradicional Poema para crianças Verbete de enciclopédia infantil/Explicação 4o ano Carta, e-mail, relato de experiências vividas Entrevista Fábula Poema narrativo Verbete de enciclopédia infantil/ Exposição oral 5o ano Roteiro e mapa de localização/ Descrição de itinerário Notícia/Relato de acontecimento cotidiano Lenda e mito Poema Artigo de divulgação científi ca para crianças/ Exposição oral Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo II em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Vida pública e profi ssional Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 6o ano Carta de solicitação e de reclamação/ Debate Entrevista Conto/Causo Canção Biografi a/ Depoimento 7o ano Requerimento e carta de solicitação e de reclamação/ Solicitação, reclamação Resenha/ Comentário HQ e tiras/Piadas Cordel Artigo de divulgação científi ca/ Exposição oral 8o ano Estatuto/Debate regrado Notícia, reportagem/ Notícia televisiva e radiofônica Crônica/Relato de fatos cotidianos Poema visual/Rap Verbete de enciclopédia/ Exposição oral 9o ano Currículo/ Entrevista profi ssional Artigo de opinião/ Comentário Teatro Poema Relato histórico/ Exposição oral Port7ºAnoPROF.indd 10Port7ºAnoPROF.indd 10 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 11 Expectativas de aprendizagem As expectativas de aprendizagem, organizadas em torno das práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e es- cuta e análise linguística –, “são metas de desenvolvimento que se alargam e se aprofundam progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes. A cada ano do ciclo, são exploradas basicamente as mesmas expectati- vas de aprendizagem, em graus de complexidade crescentes”.2 Nos Cadernos do professor, as atividades estão acompanhadas das respectivas expectativas de aprendizagem para o ano, o gênero e a prática de linguagem contemplada, com a mesma formulação presente no documento de orientações curricula- res. Essas são as aprendizagens que se espera que todos os alunos construam (como diz Vygotsky,3 aprendizagens que possam, no fi m de cada etapa de trabalho, fazer parte de seu desenvolvimento). Algumas atividades abrangem expec- tativas propostas para anos ou ciclo posteriores, o que se justifi ca por se tratar de um processo de construção em que é importante que o que se espera ver consolidado em deter- minado ano seja processualmente trabalhado desde os anos anteriores (para Vygotsky, fariam parte do desenvolvimento potencial dos alunos – criariam zonas de desenvolvimento proximal –, vindo, futuramente, a fazer parte de seu desen- volvimento real). Há ainda questões que não se referem diretamente às ex- pectativas de aprendizagem, quer para o ano em questão, quer para os seguintes, mas que foram propostas porque, de alguma forma, contribuem com os processos de compreensão ou produção dos textos, objetivo maior de qualquer material didático ou prática pedagógica. Uma nota sobre o trabalho com gêneros No dia a dia, participamos de várias esferas de atividades (fa- miliar/cotidiana, escolar, jornalística, acadêmica, produtiva/ de consumo, política etc.), realizando ações próprias des- sas esferas. Toda esfera de atividade é também uma esfera 2 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. 3 VYGOSTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987. Port7ºAnoPROF.indd 11Port7ºAnoPROF.indd 11 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 12 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP de comunicação, e, para agir, nos comunicamos mediante os gêneros textuais que nelas circulam. Assim, ao nos apropriar- mos deles, temos oportunidade de participar mais adequada e plenamente das práticas de linguagem que circulam em cada uma dessas esferas, razão pela qual elegemos os gêneros textuais como um dos eixos organizadores do currículo, arti- culados às práticas de linguagem – leitura, produção escrita, escuta/produção oral e análise linguística. Desse modo, ga- rantimos também um movimento metodológico que privilegia as práticas de uso – leitura/produção escrita, escuta/produ- ção oral – em relação às práticas de análise linguística, que devem reverter para os próprios usos. Portanto, é necessário cuidado para não transformar o tra- balho com os gêneros em uma série de atividades meramen- te classifi catórias e metalinguísticas não convergentes para o uso – leitura/escuta e produção de textos. Não adianta o aluno saber dizer uma série de característicasdos gêneros (de forma decorada), se não puder reverter esse conhecimen- to para a compreensão e/ou produção de textos relativos a esses gêneros textuais. Também na exploração dos elementos constitutivos dos gê- neros, é fundamental garantir uma perspectiva que relacione os gêneros (e os textos) aos contextos das esferas em que circulam, às suas condições de produção típicas (e específi - cas) e ao contexto sócio-histórico mais amplo, indo além de uma perspectiva de abordagem meramente formal/estrutural, possibilitando que o aluno compreenda conteúdos explícitos e implícitos, interaja efetivamente com os textos lidos e pro- duza textos adequados a cada uma das situações. Integração entre as modalidades de atividades Cabe ressaltar que os Cadernos de apoio e aprendizagem abrangem parte das modalidades de atividades propostas para os anos – sequências didáticas e projetos. Ao fazer seu planejamento, você deve prever também atividades perma- nentes ou pontuais, não contidas neste Caderno, para que as demais intenções educativas possam se concretizar: não Port7ºAnoPROF.indd 12Port7ºAnoPROF.indd 12 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 13 é possível formar leitor literário ou de periódicos (jornais, revistas etc.) apenas trabalhando alguns gêneros em algumas séries. É preciso promover uma interação signifi cativa cons- tante com esses portadores.4 Organização do Caderno do aluno Em cada Unidade, há um grupo de atividades que contem- plam expectativas de aprendizagem elaboradas especifi ca- mente para o ano/gênero/esfera/prática de linguagem abor- dada. Cada uma delas, por sua vez, é composta por uma série de questões, exercícios e demandas de ações articuladas. Todas as Unidades são abertas com uma seção – Para co- meço de conversa – que objetiva convidar os alunos para o trabalho, contar quais serão os conteúdos trabalhados e as principais produções e ativar alguns conhecimentos prévios sobre o gênero em questão. É fundamental que você leia o texto dessa seção com os alunos, garantindo que eles tenham conhecimento do que vão estudar, por que isso está sendo proposto e o que se espera deles, para que também eles pos- sam aderir à proposta. Após essa seção, são apresentadas atividades que compre- endem exploração oral e respostas escritas coletivas e indi- viduais. Questões a serem exploradas oralmente não preveem espaço/linhas para resposta. Algumas das atividades (devidamente indicadas) supõem que os alunos assistam a vídeos. É fundamental que você os assis- ta previamente e leia as orientações para o desenvolvimento dessas atividades, a fi m de fazer mediações que potenciali- zem o uso desse recurso. Embora o trabalho com vídeo não seja uma proposta nova, infelizmente ainda é prática pouco frequente nas escolas e “o vídeo tem entrado na sala de aula quase pela porta de trás”. No entanto, trata-se de recurso de grande potencial mobilizador – pelas diferentes lingua- gens de que se vale, pelos ritmos e tempos dinâmicos conso- nantes com o tempo (de atenção/concentração) dos alunos, pela forma sofi sticada de contar histórias ou pela forma 4 Para melhor organização e fundamentação de seu planejamento, é essencial a leitura do item 4.2.1 Língua Portuguesa (p. 123-136) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e do item 5.3 Planejamento da rotina e das modalidades organizativas (p. 96-111) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa do. Port7ºAnoPROF.indd 13Port7ºAnoPROF.indd 13 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 14 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP sintética e organizada de apresentar/discutir informações. Além disso, é de grande relevância para o trabalho com gêne- ros orais, cujos modelos de texto também precisam ser dis- cutidos. Senão, como ensinar a debater ou a participar de seminários se aos alunos não se permite assistir a debates e apresentações e discutir suas fi nalidades, seus conteúdos e características? Entretanto, o vídeo por si só não promove a interação. Daí a importância fundamental de sua mediação, que pode e deve prever pausas, retomadas, elaboração de ou- tras questões/atividades, objetivando o ajuste necessário en- tre o proposto e as possibilidades/necessidades dos alunos. No fi m de cada Unidade, a seção Retomando percursos propõe uma retomada da aprendizagem, mediante uma síntese que destaca os principais conteúdos/conceitos, relações e habi- lidades, e/ou mediante uma proposta de (auto)avaliação. Organização do Caderno do professor O Caderno do professor traz orientações de uso geral do ma- terial (Apresentação dos Cadernos) e orientações específi cas para uso dos volumes (O trabalho com o 7o ano). Cada volume conta com uma breve descrição dos gêneros que serão objeto de trabalho (subsídios direcionados para o professor, que não necessariamente devem ser aplicados aos alunos), orienta- ções gerais para a condução das atividades, possibilidades de resposta e, algumas vezes, indicações de atividades comple- mentares ou referências bibliográfi cas. Por último, deve-se ressaltar que as propostas de atividade fornecem pistas para caminhos que só serão efetivamente tri- lhados (contando com rotas alternativas que se façam neces- sárias) com a interação professor-alunos. Apenas a mediação do professor pode concretizar uma proposta didática. Bom trabalho! Port7ºAnoPROF.indd 14Port7ºAnoPROF.indd 14 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 15 O trabalho com o 7o ano Unidade 1 – Fazendo pedidos: cartas de solicitação e requerimentos Requerimento, cartas de solicitação e de reclamação, solicita- ção e reclamação são os gêneros da esfera da vida pública e profi ssional focalizados na Unidade 1.5 As Orientações (p. 30) apontam que o ensino de Língua Portu- guesa deve se pautar nos usos da língua e ter como fi nalidade: “permitir que os estudantes adquiram as habilidades neces- sárias para transitar pelo mundo da escrita, reconhecendo os textos que circulam socialmente e lançando mão deles para dar conta das necessidades e demandas que a vida lhes reserva”. Daí a relevância do trabalho com os gêneros desta Unidade. Em uma sociedade complexa como a nossa, não podemos pres- cindir da colaboração dos outros em quase todos os âmbitos do dia a dia. Precisamos do convívio social e da cooperação alheia. Mas nem sempre é possível contar com a colabora- ção espontânea dos outros. Na maioria das vezes, sobretudo fora da esfera familiar, para que nossas necessidades profi s- sionais e de cidadãos sejam satisfeitas, é preciso fazer pe- didos, muitas vezes em forma de carta ou de requerimento. Essa a razão de esses gêneros serem estudados. Ao contrário do que foi visto na Unidade sobre carta de re- clamação – em que o autor da carta, por se saber detentor de um direito, exige que o interlocutor resolva seu problema, argumentando pouco (predominam os relatos e as menções a leis) –, nas cartas de solicitação, muitas vezes o autor precisa lançar mão de argumentos, pois, em geral, o destinatário não tem obrigação de atender ao pedido que lhe é feito e deve, por- tanto, ser convencido disso. Assim, um dos focos do trabalho nesta Unidade é a argumentação no contexto desses gêneros. 5 As Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II sugerem que os gêneros carta de reclamação/ solicitação sejam trabalhados em dois momentos do Ensino Fundamental: no 6o e no 7o anos. Para o 6o ano, o foco do trabalho é carta de reclamação (e os direitos do consumidor). Já no 7o ano, a ênfase recairá sobre a solicitação.Port7ºAnoPROF.indd 15Port7ºAnoPROF.indd 15 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 16 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Vale lembrar que a argumentação foi abordada no 6o ano, na Unidade em que se estudou o debate, e será aprofundada em diferentes perspectivas nesta Unidade e no 8o ano, em outro trabalho com o debate, e no 9o ano, com artigo de opinião. Para auxiliá-lo em seu trabalho, apresentamos dois quadros que visam a sintetizar e a sistematizar alguns dos aspectos mais característicos das cartas de solicitação e dos requeri- mentos: a situação de produção de cada gênero, sua forma composicional (de que elementos e partes se compõe, como se organiza o texto) e seu estilo (quais os elementos e recur- sos da língua são selecionados). Cabe destacar que essa descrição tem a intenção de sistema- tizar as principais características desses gêneros, relacionan- do-as com seu contexto de produção. Não se pretende que o quadro se constitua em uma listagem de conteúdos a serem transmitidos aos alunos. Breve descrição dos gêneros carta de solicitação e requerimento6 I – Contexto de produção Produtor do texto Ao contrário de alguém que escreve uma carta de reclamação, o produtor de uma carta de solicitação nem sempre acha que tem direito ao que está pedindo. Assim, na maioria das vezes, o autor precisa lançar mão de argumentos para convencer o outro a atender seu pedido. O produtor da carta não se refere a si mesmo como pessoa física, mas em geral informa seu papel social naquela situação (por exemplo: Pedro Mariano, assistente da direção; Maria Cristina, coordenadora do Ensino Fundamental). Quanto ao produtor de requerimentos, ao contrário, normalmente é pessoa física que encaminha um pedido a uma autoridade ou a um órgão público. Destinatários Pessoas ou instituições que supostamente podem atender a solicitação do produtor do texto. O destinatário também, em geral, não é pessoa física, mas alguém que desempenha um papel institucional em uma empresa ou órgão público. Esse tipo de relação faz com que seja necessário certo grau de formalidade entre as partes. Além disso, a situação em que um solicita algo a outro instaura uma hierarquia, na qual o destinatário está em posição privilegiada em relação ao autor da solicitação. Isso explica, parcialmente, o grau de formalidade e a polidez da linguagem adotada nessas cartas. Finalidade Formalizar um pedido e, se necessário, convencer o destinatário a atendê-lo. 6 Descrição baseada nas orientações aos professores de BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Carta de reclamação e carta de solicitação. São Paulo: FTD, 2005. Port7ºAnoPROF.indd 16Port7ºAnoPROF.indd 16 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 17 II – Forma composicional Carta de solicitação Cidade, data À [Nome da empresa/órgão público ou do departamento da empresa] A/c [Nome do funcionário] Saudação [Prezado(a) senhor(a) – ou outra forma de tratamento semelhante] Exposição do problema e/ou do motivo da escrita da carta Solicitação Argumentos para convencer o leitor a atender a solicitação Despedida [Fórmulas de fi nalização formais: “Desde já agradeço”, “No aguardo de uma resposta”, “Grato pela atenção dispensada” etc. Tais fórmulas podem ser seguidas de uma despedida formal do tipo: “Atenciosamente”.] Nome/assinatura [Se for o caso, acompanhado do cargo ou papel social do solicitante.] Meio para contato [Telefone, e-mail ou endereço.] Requerimento Há várias formas de requerimento. Alguns são feitos em formulários do próprio órgão público e bastam ser preenchidos. Outros podem ser escritos pelo requerente, de forma simples, curta e direta, sem argumentação; por exemplo, quando se requerem certos documentos ofi ciais ou pareceres públicos. Outros, porém, precisam ser mais longos e argumentativos. A seguir, há um modelo de requerimento para situações em que não há formulário apropriado para que seja feito o pedido. Autoridade destinatária [Usa-se “excelentíssimo” (Exmo.) para juiz, promotor, senadores, deputados, vereadores, presidente da República, governador, prefeito e ministros de Estado; usa-se “ilustríssimo” (Ilmo.) para as demais autoridades.] Nome e qualifi cação do requerente Exposição do contexto Solicitação Pedido de deferimento Localidade e data Assinatura III – Estilo • Uso da norma padrão, da variedade culta e estilo formal. • Uso de fórmulas de cortesia (“Desde já agradeço”, “No aguardo de uma resposta”, “Grato pela atenção dispensada”, “Atenciosamente”, “Cordialmente” etc.) e de pronomes de tratamento que expressam hierarquia (Exmo., Ilmo., V. Sa etc.). • Uso de conectivos para introduzir argumentos e explicações (pois, já que, uma vez que etc.). • Uso de expressões para encadear os argumentos e as explicações apresentados em cada parte da carta (em primeiro lugar, em segundo lugar, além disso, em suma, diante do exposto etc.). Port7ºAnoPROF.indd 17Port7ºAnoPROF.indd 17 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 18 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 2 – Humor, crítica e entretenimento quadro a quadro: quadrinhos e piadas Uma anedota é como um fósforo: riscado, defl agrada, foi-se a serventia. Mas sirva talvez ainda a outro emprego a já usada, qual mão de indução ou, por exemplo, instrumento de análise, nos tratos da poesia e da transcendência. Guimarães Rosa Histórias em quadrinhos, tiras e piadas são os gêneros focali- zados na Unidade 2. As histórias em quadrinhos têm ocupado cada vez mais es- paço como meio de expressão nas mais diversas esferas de comunicação social; estão presentes na imprensa, na publi- cidade, no mercado editorial, nas produções artísticas etc. Embora tenha nascido há mais de um século nos Estados Uni- dos, os quadrinhos tiveram longo período de obscuridade, por terem sido considerados subliteratura; mais do que isso: se- gundo publicação de 1944 da Revista INEP (Instituto Nacio- nal de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do Ministério da Educação, histórias em quadrinhos eram leitura nociva para o aprendizado dos alunos, pois desestimulavam o estudo das disciplinas, afastavam-nos dos livros e causavam preguiça mental, porque eles se acostumavam com a leitura de imagens e de pouco texto verbal.7 Durante duas décadas, os quadrinhos fi caram longe das sa- las de aula, mas foram reaparecendo nesse contexto nos li- vros didáticos e, aos poucos, reconquistando sua meritória legitimidade como texto de entretenimento de qualidade, de grande potencial para o desenvolvimento de habilidades con- cernentes à leitura. A conjugação de diferentes linguagens, característica fun- damental das histórias em quadrinhos (HQ), ao contrário do que se pensava, exige muita atenção, domínio de diferen- tes sistemas de linguagem e o desenvolvimento de múltiplas habilidades para articular texto verbal, imagens, cores e, so- bretudo, “lacunas” que são completadas pela capacidade de inferência dos leitores. 7 JUNIOR, Gonçalo. A guerra dos gibis: a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-64. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 114. Port7ºAnoPROF.indd 18Port7ºAnoPROF.indd 18 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 19 Os quadrinhos são, para muitas crianças, a porta de entrada para a apropriação de práticas de leitura e para experimentar o prazer de ler. O componente visual, além de desempenhar o papel de elemento fortemente atrativo, é capaz de abrir por- tas para o contato com temas de complexidade variada, o que incide na diversidade de interesses e no grau de desafi o demandado dos leitores. Atualmente, com status renovado, os quadrinhos fi guram como indicação em documentos legais, como a Lei de Dire- trizes e Bases (LDB)e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), e estão presentes nos exames ofi ciais e em diversos materiais didáticos. A abordagem que se faz das HQ nesta Unidade não é, no entanto, a mais comum – recurso para ilustrar conteúdos de gramática ou de outras disciplinas –, mas uma proposta de estudo para identifi cação e compreensão de seus elemen- tos constitutivos: de sua linguagem e funcionamento, tanto em situação de leitura como de produção. Assim, focalizamos as características fundamentais dos quadri- nhos em atividades que contribuirão para a construção de co- nhecimentos não só concernentes às HQ, mas à leitura em geral. Esse trabalho trata também da diferenciação de gêneros que usam desenhos e o formato quadros (charges, cartuns, his- tórias em quadrinhos) em relação às condições de produção e, como consequência, em relação aos aspectos formais. Para auxiliá-lo em seu trabalho, apresentamos um quadro que visa a sintetizar e a sistematizar alguns dos aspectos mais característicos das HQ: seu contexto de produção, seu con- teúdo temático (ou seja, o que é possível ser dito em textos desse gênero, seu domínio de sentido, temas típicos), sua forma composicional (que elementos e partes têm, como se organiza o texto) e seu estilo (quais os elementos e recursos da língua são selecionados). Cabe destacar que essa descrição tem a intenção de sistema- tizar as principais características das HQ e não de listar con- teúdos a serem convertidos diretamente em tópicos das aulas. Port7ºAnoPROF.indd 19Port7ºAnoPROF.indd 19 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 20 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP I – Contexto de produção Histórias em quadrinhos e tirinhas são produzidas por quadrinistas para amplo grupo de leitores. Originalmente, eram publicadas nos jornais impressos, mas, com o tempo, ganharam espaço e hoje há uma infi nidade de publicações destinadas aos mais variados gostos e faixas etárias. Podem servir ao humor, ao entretenimento e à crítica social/política, entre outros. II – Conteúdo temático As temáticas das HQ e de tirinhas cobrem diferentes campos da atividade humana. Nas narrativas de aventura de super-heróis e anti-heróis, nas historietas críticas de Mafalda, nas peripécias da Mônica e sua turma, só para dar alguns exemplos, o que se vê e se lê é um mundo repassado pela ótica de quem o reinventa na fi cção para entreter, fazer rir, pensar ou aprender. III – Construção composicional e estilo As histórias estão organizadas em quadros sequenciais que mesclam dois tipos de linguagem: a verbal e a iconográfi ca. Além dos desenhos das cenas, há uma série de outros códigos que contribuem para a construção de sentidos do texto: a presença e o formato dos balões (indicando se a personagem fala, grita, sussurra etc.), características da fonte (tamanho, cor, negrito, tremida etc.), uso abundante de onomatopeias (também representadas grafi camente), linhas cinéticas (que indicam movimentação aos desenhos), posicionamento dos quadros (como forma de marcar os eventos e a passagem do tempo). A linguagem do narrador – que aparece em retângulos dentro ou fora dos quadrinhos, sinalizando que “fala” em off – não difere muito das narrativas em prosa em que o narrador, geralmente, usa a variedade culta e um registro mais formal. Outras variedades linguísticas e registros mais coloquiais são empregados para representar as diferentes falas das personagens, segundo suas características. A partir da atividade 8, a Unidade também aborda piadas. Embora os textos apresentados neste volume tenham sido retirados de publicações impressas, as piadas são, em geral, de autoria desconhecida e costumam circular oralmente. Apesar de parecerem de fácil compreensão, as piadas são tex- tos que exigem a mobilização de uma série de capacidades nos ouvintes, pois, para que possam compreendê-las, eles devem pôr em jogo seu conhecimento de mundo, o conhe- cimento linguístico/discursivo (visto que elas operam com duplo sentido de expressões, com questões de ordem grama- tical, com relações intertextuais, paródias etc.), fazer infe- rências e deduções, entre outros. De temáticas muito variadas (crianças, profi ssões, institui- ções, etnias, nacionalidades, orientação sexual ou gênero, preconceitos variados etc.), as piadas refl etem e refratam a ideologia das sociedades. E é nelas que se encontra o conteú- do que, de certa forma, é reprimido no funcionamento social. Port7ºAnoPROF.indd 20Port7ºAnoPROF.indd 20 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 21 O trabalho em torno das piadas está direcionado para a pro- dução oral: há atividades de compreensão e análise textual, de leitura e, por último, uma proposta de roda de piadas, em que está em jogo a capacidade de os alunos se adequarem à situação de produção, o que implica compreensão e leituras críticas das piadas e capacidade de reproduzi-las com clareza e fl uência. Para subsidiar os alunos quanto à forma de contá-las, há um vídeo especialmente produzido para este volume com dicas de um profi ssional. Sugerimos discutir o aspecto do preconceito veiculado nas piadas, promovendo a refl exão sobre a inadequação desse tipo de piada no ambiente escolar. O limite de sua conveniên- cia é quanto o outro, como grupo-alvo da piada, se afeta ou não com sua produção. Isso pode/deve ser perguntado aos sujeitos em questão e, caso haja sentimento de ofensa, a piada deve ser banida. Para evitar situações constrangedoras, aos alunos com dúvidas em relação à adequação da piada que contarão na roda de piadas, pode-se dizer que deverão consultá-lo previamente. I – Contexto de produção Muitas piadas nascem na tradição de fazer graça com situações do cotidiano. Os textos nesse gênero não teriam especial sentido se fosse possível identifi car sua autoria. São textos que ganham maior ou menor sentido quando considerado quem os reproduz, onde, quando e como. Circulam nas conversas em rodas de amigos e em publicações que reúnem as mais conhecidas ou as agrupam por tema. II – Conteúdo temático Há piadas sobre os mais diversos temas: crianças, nacionalidades, sexo, política, racismo, instituições (escolas, igreja, casamento etc.), características físicas (obesos, loiras, baixinhos), enfi m, temas que enfocam questões controversas e estereótipos. O tratamento dado a esses assuntos, muitas vezes, veicula, pelo discurso, ideologia que não é manifestada publicamente, ou seja, revela valores reprimidos pela conduta ética. III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) As piadas são textos curtos, com poucas personagens e com fi nal surpreendente. Em muitas, o sentido que provoca o riso depende dos conhecimentos prévios dos interlocutores (não há, em geral, segmentos explicativos nas piadas), da capacidade de fazer inferências, do conhecimento de mundo e linguístico dos interlocutores. Parte das piadas tem graça quando os possíveis sentidos a serem construídos são ambíguos e quebram a expectativa do(s) ouvinte(s)/leitor(es). Port7ºAnoPROF.indd 21Port7ºAnoPROF.indd 21 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 22 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 3 – Ofi cina de fanzine – de “consumidor” a crítico: comentando produções culturais Os dois gêneros em foco nesta Unidade, resenhas críticas e comentários, têm forte presença na esfera jornalística e cum- prem a função social de apresentar e avaliar produções do cir- cuito cultural, informando e orientando leitores e ouvintes, respectivamente, sobre o lançamento e a qualidade das pro- duções. As resenhas são, portanto, produções discursivas que se referem a outros textos (verbais e não verbais)/obras como livros, fi lmes, peças teatrais, apresentações musicais etc. Várias são as razões que justifi cam a escolha desses gêneros como objetode estudo: por meio dos textos de críticos pro- fi ssionais, conhecedores do universo artístico-cultural sobre os quais escrevem e comentam, é possível situar as obras apresentadas no conjunto de tantas outras. Além disso, po- dem-se ter informações prévias sobre suas características, o que, de certa forma, já é um acesso aos bens culturais produ- zidos. Em terceiro lugar, a leitura frequente de resenhas aju- da a elaboração de critérios que se generalizam e se tornam aplicáveis a outras situações, proporcionando leituras cada vez mais críticas e autônomas e apreciações estéticas mais refi nadas das próprias obras resenhadas. Ou seja, mais do que a resenha em si, o que interessa nesse trabalho é o acesso a produções culturais, objetos das resenhas, e a possibilidade de apreciá-las mais e melhor. Nesse sentido, o trabalho desta Unidade objetiva levar o alu- no a compreender as resenhas críticas e os comentários quan- to a seu contexto de produção (fi nalidade, interlocutores pre- vistos, suportes possíveis), a sua forma composicional, a seu conteúdo temático e recursos linguísticos, ou seja, sobre o que se escreve e como se organiza esse texto. Visa também a fomentar o interesse dos alunos pelas produções culturais, ampliando suas oportunidades de apreciação estética. Ainda que sejam muitas as formas de resenhar uma obra, o modelo mais usual (informações de referência da obra, apre- Port7ºAnoPROF.indd 22Port7ºAnoPROF.indd 22 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 23 sentação/descrição seguida de opinião sobre alguns de seus aspectos) será o ponto de partida para que os alunos am- pliem seus conhecimentos sobre o gênero resenha crítica e sobre os critérios possíveis para apreciar e avaliar produtos culturais com os quais costumam ter contato. Todo esse trabalho está contextualizado em um projeto que prevê a criação de um fanzine, que, entre outros textos, deverá conter resenhas críticas de produção cultural relacionadas com o tema em pauta em cada fanzine, que pode ser de livre esco- lha do aluno, desde que circunscrito ao âmbito cultural. Se, em geral, as produções dos alunos são propostas apenas para ver se eles aprenderam o que lhes foi ensinado, não havendo real interesse em saber o que eles têm a dizer, nestas atividades, a ideia é conhecer e ouvir as posições e interesses dos alunos, de maneira contextualizada, em uma produção que poderá circular (fanzine). A elaboração de um fanzine é bastante democrática, não só por seu baixo custo, mas pela variedade de técnicas que lhe são características. Se um aluno sabe desenhar, há espaço para ilustrar, se não sabe, cabem colagens e outras técnicas. Espera-se que, para além de maior familiaridade com rese- nhas críticas e comentários, a experiência envolvida na lei- tura e na produção de fanzines possibilite que cada aluno possa desenvolver capacidades de leitura intersemiótica (ler e relacionar imagens e texto verbal), assim como outras ca- pacidades implicadas no jogo da intertextualidade e da in- terdiscursividade, recursos típicos desse tipo de publicação. A seguir, apresentamos um quadro que visa a sintetizar e a sistematizar algumas características recorrentes no gênero que marcam seu conteúdo temático (o que é possível ser dito em uma resenha, seus temas típicos, seu domínio de senti- do), sua forma composicional e estilo (como se organiza o texto e que recursos da língua são usados para se dizer). Cabe destacar que essa descrição tem a intenção de sistemati- zar algumas das principais características das resenhas crí- ticas e não listar conteúdos a serem convertidos diretamente em tópicos das aulas. Fanzine: produção artesanal cuja fi nalidade é divulgar produções culturais e trocar ideias de forma crítica e criativa. O termo fanzine data das décadas de 1930 e 1940, criado pela aglutinação das palavras inglesas fanatic e magazine, que signifi ca “revista de fã”. Os fanzines, ou zines, são publicações independentes amplamente usadas nos anos 1970 (feitas em mimeógrafos) como espaço de divulgação de trabalhos artísticos: variadas produções literárias e artísticas de contracultura. Na década de 1980, os zines eram feitos em máquinas de fotocópia e, a partir dos anos 1990, vêm sendo, também, publicados em blogs na internet. Essas publicações virtuais recebem a denominação de e-zines. Para saber mais: • MAGALHÃES, H. O que é fanzine? São Paulo: Brasiliense, 1993 (Col. Primeiros Passos). • www.ninafl ores.net/fanzine.htm • www.ligazine.com.br • http://jodil.vilabol.uol.com.br Port7ºAnoPROF.indd 23Port7ºAnoPROF.indd 23 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 24 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP I – Contexto de produção Re senhas críticas são escritas por jornalistas ou especialistas em determinado ramo da produção cultural, a fi m de orientar os leitores de jornais e revistas sobre as “novidades” do mercado editorial, musical, teatral etc. Apreciadores dessas manifestações culturais também encontram espaço para dar sua opinião em produções independentes, como blogs, fanzines, e-zines, sites abertos para colaboradores, entre outras possibilidades. Ao escreverem seus textos, resenhadores (profi ssionais ou amadores) pressupõem que seus leitores procuram informações objetivas sobre a obra resenhada, assim como buscam algum tipo de avaliação dela ou ainda querem trocar apreciações (em ambientes digitais). II – Conteúdo temático A resenha apresenta, descreve sucintamente e avalia uma produção situada no que chamamos universo cultural (livro, fi lme, peça de teatro, gibi, CD, show etc.). III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) As resenhas, em geral, fornecem primeiramente (ou ao fi nal) algumas informações de referência sobre a obra; no caso de um livro, por exemplo: título, editora, autor, tipo de texto (informativo, literário, iconográfi co etc.), leitor previsto (idade indicada), número de páginas, tamanho do volume, preço... Em seguida, o resenhador faz um breve resumo da obra e é muito comum situá-la no conjunto de outras do mesmo autor e/ou gênero e/ou tema. Por fi m, o autor da resenha elege alguns aspectos pertinentes ao tipo de obra para avaliá-los (não raro, a avaliação/apreciação aparece no meio do resumo). Comumente, faz comentário sobre a relevância da obra e depois sobre alguns aspectos que lhe conferem alguma particularidade. A título de exemplo, se a resenha crítica for sobre um romance, provavelmente o resenhador dará sua opinião (dependendo do tipo de publicação, de forma impessoal) sobre o enredo, construção das personagens, linguagem; justifi cando seu ponto de vista com exemplos e comparações. No fi m, pode aparecer uma indicação que resuma a avaliação (Não deixe de ver!, Não perca tempo!) O uso de certos adjetivos qualifi cativos dos quesitos da obra, precedidos ou não por intensifi cadores (advérbios ou locuções adverbiais), é comum, por exemplo, quanto ao desempenho dos atores (ótimo, perfeito, medíocre, previsível, sofrível etc.) e quanto ao enredo (envolvente, bem-articulado, solto etc.). Marcadores temporais são frequentes no resumo do enredo. Operadores argumentativos podem aparecer na justifi cativa de uma avaliação/apreciação de elementos da obra. Dependendo do estilo do autor e das características do suporte, o resenhador pode se expressar na resenha e trechos em primeira pessoa podem aparecer. A produção de um fanzine pelos alunos é uma proposta mobi- lizadora, que contextualiza a elaboração de resenhas e, pro- vavelmente, impactará o envolvimento e o empenho deles. Mas, caso não se sinta confortável para pôr em prática essa parte do projeto, pule a atividade 11 e suprima as atividades 13, 14 e 15. Port7ºAnoPROF.indd 24Port7ºAnoPROF.indd 24 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PML IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 25 8 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. Unidade 4 – Procurando e produzindo informações científi cas Por várias ordens de razão – mudanças socio-históricas, interesse na qualifi cação dos trabalhadores, mudanças na dinâmica polí- tica e nas classes dominantes – a ciência foi um dos bens cultu- rais – assim como as artes e os ofícios – que entraram na dispu- ta social como bens cobiçados a partir do fi nal da Idade Média. A própria ideia de di-vulgação, isto é, a ação de dar ao vulgo (à plebe, aos pobres, aos trabalhadores, aos que falam a língua vulgar – o povo) os bens do conhecimento, nasce desse movimen- to de acesso sucessivo das massas aos bens culturais valorizados, patronizada pelos intelectuais da Revolução Francesa – os ilu- ministas que devem levar as luzes (da ciência) ao século XVIII. ROJO, R. H. R., 2008, p. 587. O artigo de divulgação científi ca é o foco da Unidade 4 do Caderno de apoio e aprendizagem do 7o ano e integra a pro- posta de trabalhar com os gêneros da esfera escolar em diá- logo com a esfera de divulgação científi ca, que, no Ciclo I, contempla: diagrama/explicação (1o ano), verbete de curiosi- dades/explicação (2o ano), verbete de enciclopédia infantil/ explicação (3o ano) verbete de enciclopédia infantil/exposição oral (4o ano), artigo de divulgação científi ca para crianças/ex- posição oral (5o ano). No Ciclo II, tal trabalho é ampliado para: biografi a/depoimento (6o ano), verbete de enciclopédia/expo- sição oral (8o ano) e relato histórico/exposição oral (9o ano). Tais gêneros pressupõem um trabalho interdisciplinar e apon- tam para o fato de que “as práticas de linguagem no estu- do de diferentes conteúdos do currículo escolar podem ser aprendidas desde que sejam objeto de ensino sistemático”.8 A proposta de trabalho com o gênero artigo de divulgação científi ca na sequência de atividades insere-se em dois mo- mentos do Ensino Fundamental. Portanto, propõe-se uma progressão específi ca para o trabalho com o gênero ao longo dos dois ciclos: Ciclo I Ciclo II 5o ano 7o ano Artigo de divulgação científi ca para crianças/exposição oral Artigo de divulgação científi ca/ exposição oral Port7ºAnoPROF.indd 25Port7ºAnoPROF.indd 25 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 26 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP O trabalho com o gênero no 7o ano retoma algumas carac- terísticas dos artigos de divulgação científi ca que circulam em revistas infantis, enciclopédias infantis ou suplementos estudadas no 5o ano e ampliam as expectativas de aprendi- zagem na leitura, produção escrita e análise e refl exão sobre língua e linguagem. A divulgação científi ca constitui um gê- nero discursivo bastante peculiar, na medida em que resulta da interseção de dois outros gêneros: o discurso da ciência – hermético, marcadamente objetivo e impessoal, compreen- sível e destinado apenas para os iniciados em determinada área de conhecimento – e o discurso jornalístico, que busca a transmissão de informações a um público-leitor amplo por meio de uma linguagem objetiva, clara e concisa. Todos os dias uma infi nidade de textos dos gêneros jornalísti- cos são divulgados nas mídias impressa (jornais e revistas), tele- visiva, radiofônica e digital (internet), e os assuntos aí tra- tados são retomados nas conversas entre amigos, vizinhos ou colegas de trabalho. Na mídia impressa, os gêneros são inúme- ros: reportagem, notícia, artigo, editorial, charge, classifi cados, entrevista, sinapse de fi lmes, foto/legenda, tabela, carta do leitor, nota, manchete etc. Algumas características que podem ser generalizadas à maioria desses gêneros são a diagramação, feita em colunas, a presença de título e, comumente, a vincula- ção de uma foto ou imagem, como tabelas e gráfi cos. Também é necessário perceber como um único fato ou acon- tecimento costuma aparecer na mídia impressa de maneiras distintas: pode ser uma notícia no jornal de hoje, o assunto de um artigo amanhã e a reportagem principal de uma revista semanal. Além disso, um assunto apresentado em determina- do gênero é divulgado por jornais ou revistas diferentes, o que infl uencia muito como será abordado, pois, mesmo pas- sando uma ideia de objetividade no relato dos fatos, cada empresa jornalística tem sua ideologia, seu público-alvo e seus interesses e apresentará as informações de acordo com esses fatores, ainda que sob a impressão de imparcialidade. A divulgação científi ca – que se situa na interseção entre os dois gêneros citados – apresenta simultaneamente dois ní- Port7ºAnoPROF.indd 26Port7ºAnoPROF.indd 26 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 27 veis de linguagem, um deles caracterizado pela objetividade e “neutralidade” própria da ciência e outro, de linguagem mais coloquial e relativa subjetividade. Os textos dessa esfera reúnem características de gêneros jornalísticos como reporta- gens, artigos e notícias para dar a conhecer a um público lei- go os temas e pesquisas científi cos. Dessa forma, esse gênero apresenta as particularidades discursivas da esfera jornalís- tica, a saber, a atualidade, a periodicidade, a objetividade, a informatividade e as estratégias de captação do leitor com o objetivo de discutir e divulgar pesquisas científi cas. O quadro a seguir visa a sintetizar e a sistematizar algumas características do artigo de divulgação científi ca relacionadas com seu contexto de produção, com destaque para o conteúdo temático (o que se pode dizer em textos desse gênero), a for- ma composicional (como o texto se organiza, as partes que o compõem e como se articulam) e o estilo (que elementos e recursos da língua são selecionados). Não se trata de um rol de conteúdos a serem transmitidos aos alunos. Apenas al- gumas características foram selecionadas e incorporadas em progressão às atividades propostas para o 5o e 7o anos, cujas expectativas de aprendizagem previstas são basicamente as mesmas, mas em um movimento que as torna “metas de desen- volvimento que se alargam e se aprofundam, progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes”.9 Breve descrição do gênero artigo de divulgação científi ca10 I – Situação comunicativa Autor Cientistas e jornalistas que trabalham com o chamado jornalismo científi co. Público-alvo Leitor idealizado como aquele que compra ou lê a revista. Nota-se, nesse caso, que muitos temas são produzidos por indicação dos leitores. Em geral, o público dos artigos de divulgação científi ca são cientistas, jovens e adultos interessados em temas relacionados com a ciência. Objetivo/intenção Divulgar o conhecimento científi co de diferentes áreas do conhecimento para um público leigo. Local de circulação/ publicação Revistas de divulgação científi ca vendidas em bancas ou disponibilizadas na internet, revistas de circulação semanal e jornais diários que contêm seções ou cadernos específi cos para tratar de temas categorizados como “científi cos”, programas jornalísticos televisivos com quadros para divulgação científi ca, museus etc. 9 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. 10 A descrição tomou como base ROJO, R. H. R., 2008. Port7ºAnoPROF.indd 27Port7ºAnoPROF.indd 27 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 28 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP II – Conteúdo temático Os temas dos artigos de divulgação científi ca procuram trazer para o público-leitor informações “novas” sobre as descobertas científi cas. Normalmente, os temas das Ciências Naturais e Exatas ganham mais destaque nas publicações do que os das Ciências Sociais e Humanas, em razão da própria concepçãode “ciência” veiculada em tais meios de informação. Os temas são conceitos, defi nições, explicações, procedimentos científi cos, apresentados de forma didática para um público não especialista. III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo) • O discurso científi co, produzido por e para especialistas, fundamenta-se em convenções linguísticas próprias. Como os textos científi cos têm linguagem específi ca, usam e descrevem metodologias e conceitos também bastante específi cos, costumamos ter acesso apenas àqueles que são de nossa área de estudos. O jargão científi co envolve uma linguagem mais objetiva, enxuta e formal, em que o uso de mecanismos argumentativos – as nominalizações, o vocabulário técnico, a indeterminação do sujeito (verbo na terceira pessoa do singular + partícula se) ou do sujeito universal (verbo na primeira pessoa do plural) – resultam em um texto sem marcas de subjetividade, supostamente neutro e inquestionável, portador de uma “verdade” provada por métodos científi cos. • Dessa forma, o discurso da ciência objetiva construir e legitimar um saber por ele postulado, fazendo crer ao leitor que o que está sendo exposto não é uma interpretação do real, mas a própria realidade. Nessa medida, ele é eminentemente persuasivo. • Já o discurso jornalístico – pelo menos em primeira instância – caracteriza-se também pela objetividade e concisão, mas seus objetivos e funções são outros. Nos gêneros jornalísticos, o fato está no centro das preocupações e cabe ao jornalista a tarefa de dar voz aos acontecimentos, por meio de um relato impessoal. Todavia, a ideia de que o texto jornalístico é totalmente referencial relativiza-se quando pensamos que a escolha de um assunto e a forma pela qual é apresentado devem obedecer às expectativas do leitor ao qual se destina, como também obedecem aos objetivos do jornalista e/ou editor. Chamar a atenção desse leitor e envolvê-lo exige que o discurso jornalístico se apoie em recursos expressivos que variam de acordo com o público-alvo. Essa característica comum em textos da esfera jornalística é a captação do leitor. • Com a fi nalidade de estabelecer uma ponte entre leigos e a ciência, o divulgador abandona o hermetismo, próprio da linguagem especializada, em favor de um registro mais coloquial. Na tentativa de aproximar o leitor da temática abordada, procura explicitar os termos técnicos, “traduzindo-os” para um vocabulário mais familiar; lança mão de exemplifi cações, analogias, metáforas, nominalizações, paráfrases, pequenas narrativas; seleciona bem as palavras e utiliza recursos visuais. • O uso de linguagem mais coloquial, metáforas, comparações, adjetivos e advérbios modalizadores são índices de subjetividade que afl oram no texto jornalístico em maior ou menor grau, dependendo do jornal ou revista em que é publicado, do assunto tratado e do suposto interlocutor. Portanto, o discurso jornalístico abriga as tradições escrita e oral, os registros formal e informal, objetividade e subjetividade, envolvimento e distanciamento. • O texto de divulgação científi ca textualiza e intertextualiza temáticas das ciências e recorre, por exemplo, a esquemas, informações organizadas em tópicos, infográfi cos, além de recursos ilustrativos como imagens de telescópio, fotos, gráfi cos, quadros explicativos etc. • A par dessas marcas de subjetividade, o texto de divulgação científi ca também incorpora a perspectiva do discurso da ciência, principalmente quando, por meio de citações explícitas ou implícitas, deixa emergir a voz do cientista. Essa coexistência de subjetividade e objetividade, ora aproximando, ora distanciando o leitor em relação ao que está sendo dito, confi rma o caráter persuasivo do texto de divulgação científi ca. Port7ºAnoPROF.indd 28Port7ºAnoPROF.indd 28 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 29 Unidade 5 – Literatura de cordel: a voz do povo em versos A Unidade 5 deste Caderno compõe parte do trabalho com os gêneros da esfera literária, desenvolvida ao longo de todo o Ensino Fundamental. O objetivo central dessa proposta, con- siderada no todo, é o de permitir o acesso efetivo do aluno à literatura, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresentam à apreciação e fruição estética de modo a pro- duzir maravilhamento e refl exão a respeito das experiências humanas”.11 Para diversifi car as possibilidades de o aluno conhecer, apre- ciar e fruir diferentes textos literários, o trabalho didático dos Cadernos, em consonância com as Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa (SME/SP), é pro- posta em dois eixos: I) textos literários escritos em prosa; II) textos literários escritos em verso. O gênero cordel é o foco desta Unidade e integra o trabalho com os textos escritos em versos, que no Ensino Fundamental con- templa: parlendas (1o ano), cantigas (2o ano), canção (6o ano) e poemas (3o, 4o, 5o, 8o e 9o anos). Os versos exploram, de modo intencional, a sonoridade e alcançam uma divisão es- trutural e lógica distinta dos parágrafos em prosa, com sur- preendentes efeitos de musicalidade e sentido. É importante desenvolver na escola um trabalho que possi- bilite a ampliação das práticas culturais dos estudantes, com destaque para alguns gêneros e discursos muitas vezes pouco valorizados socialmente. O cordel é um desses gêneros, com o qual, possivelmente, os alunos tiveram pouco contato ao lon- go de sua história de leitura. A literatura de cordel abrange os textos em versos reproduzidos, normalmente, em folhetos impressos, primeiro em todo o Nordeste e depois em outros estados brasileiros (região sul do Rio Grande do Sul, interior 11 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. Port7ºAnoPROF.indd 29Port7ºAnoPROF.indd 29 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 30 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP de São Paulo, norte do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais e Goiás). O nome “literatura de cordel” e a prática de produção de folhetos em versos remontam às tradições portuguesa e ibé- rica. É em Portugal, na Espanha e na França que se encontra a origem dessa literatura popular que circulava em folhas soltas, ou seja, uma “literatura ambulante” (Cascudo, 2002). O termo “cordel” indica justamente a forma como os folhetos, depois de impressos, eram expostos à venda: pendurados em cordas ou cordéis. O cordel, então, migrou para o Brasil e circula no Nordeste desde o início da colonização, fazendo parte da cultura popular oral e escrita. A circulação dos folhetos escritos data da segunda metade do século XIX. No entanto, a poesia popular oral já se fa- zia presente, sobretudo a poesia que estava na memória dos cantadores e o repente – verso improvisado cantado, acom- panhado de instrumento. Em meados do século XX, como co- menta Abreu (2006), vendiam-se milhares de exemplares de literatura de cordel no país. O desafi o desta Unidade é apresentar aos alunos elementos do surgimento do cordel no Brasil. As atividades procuram inseri-los no universo dos cordelistas, por meio da análise de elementos da produção, circulação e recepção do gêne- ro, e aprofundar questões do estilo, especialmente o rico trabalho com a metrifi cação e ritmo. A discussão sobre a xilogravura, estilo de gravura utilizado na capa e nas ilus- trações dos poemas, também colabora para que eles tenham uma perspectiva mais ampla dessa produção cultural. As- sim, é possível afi rmar que o trabalho com o cordel precisa dialogar com outras produções artísticas, pois há infl uência dessa arte em outras tradições brasileiras, como a cinema- tográfi ca e a romancista. O quadro a seguir apresenta algumascaracterísticas do gêne- ro selecionadas e didatizadas, presentes nas atividades, não devendo, entretanto, ser tomado como uma listagem de con- teúdos a serem trabalhados com os alunos. Port7ºAnoPROF.indd 30Port7ºAnoPROF.indd 30 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 31 Breve descrição do gênero cordel 12 I – Situação comunicativa Autor Poetas populares, escritores brasileiros com forte concentração no Nordeste brasileiro, mas com ampliação, na segunda metade do século XX, para outras regiões. Público-alvo Ao longo do século XX, constituiu-se no Brasil um grupo de leitores de cordel, formado, em sua maioria, por pessoas sem ou com pouca escolarização. O período de maior consumo do gênero foi entre 1930 e 1960, uma vez que grande parte da população brasileira ainda não tinha contato com outras práticas culturais, como o rádio e a televisão. O cordel, diferentemente de outros gêneros literários, dirige-se ao povo, por isso os temas, a linguagem e a forma de tratar determinadas questões devem ser relacionadas com a cultura popular. Os leitores pouco escolarizados costumam comprar o cordel e solicitar que outras pessoas leiam para eles. Objetivo/intenção Poema escrito para ser facilmente memorizado, cantado e recitado em praças, feiras e comunidades locais, o cordel mantém forte relação com as narrativas orais, por isso é comum uma função social educativa e de formação: ensinamento, aconselhamento, moral. Local de circulação/ publicação O folheto é o principal suporte de circulação, sempre com número de páginas múltiplo de quatro e em pequeno formato. Circula por várias cidades do Nordeste por meio de vendedores ambulantes, nas feiras e nas ruas do comércio. É possível também encontrar coletâneas de cordéis em livros e em sites especializados. II – Conteúdo temático13 O cordel apresenta diferentes temas, assim como as produções da esfera literária em verso. No entanto, podem-se destacar algumas temáticas: • cordéis cômicos ou satíricos – abordam questões da vida humana na forma de denúncia social, religiosa ou fatos do cotidiano; • cordéis do ciclo social – trazem como tema central a organização da sociedade patriarcal, o cangaço, as injustiças que favorecem o banditismo social, as secas periódicas em algumas regiões do Nordeste; o foco temático é o drama humano e social; • cordéis que tratam de temas políticos, comentando ações do governo em geral; • cordéis que falam de amor e fi delidade, com destaque para os amores proibidos ou maridos bem-sucedidos e enganados; nota-se que são cordéis marcados pelo heroísmo masculino e pela traição; • cordéis que recontam histórias da literatura universal ou apresentam lendas folclóricas, assim como bichos com características humanas; • cordéis que apontam para a questão religiosa, discutindo a ideia do castigo divino, do corretivo do desvio de conduta, da violência e da descrença em Deus; há forte presença dos elementos religiosos na literatura de cordel. 12 A descrição tomou como base ABREU, 2006, e EVARISTO, Marcela. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO, 2003. 13 Item elaborado com base em material impresso disponibilizado na ofi cina pedagógica “Cordel: cultura popular na escola”, de autoria de Adély Costa, Amanda França, Herbert Santos, Janaína Luna e Maria Claudiana. Recife, 29 ago. 2002. Universidade Federal de Pernambuco. Port7ºAnoPROF.indd 31Port7ºAnoPROF.indd 31 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 32 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP III – Estrutura composicional e estilo • Capa com título que aponta claramente para a temática, ilustrada por desenhos, xilogravuras, fotografi as etc. • Os folhetos normalmente apresentam 8 ou 16 páginas, mas há também aqueles que contêm 32 ou 64 páginas. • O cordelista, assim como o trovador medieval e o repentista, produz uma poesia para ser recitada em voz alta. Por essa razão, o texto é escrito em versos, com estrofes, métrica e rimas constantes, com o objetivo de torná-lo fácil de memorizar. • No cordel, predomina a organização das estrofes em sextilhas (seis versos), setilhas (sete) ou décimas (dez). Os versos são setissílabos com esquemas rítmicos específi cos (ABCBDB, por exemplo). • Apresenta estrutura de narração cíclica: “situação inicial de equilíbrio; degradação da situação; a constatação do desequilíbrio; a tentativa do equilíbrio da situação inicial; a volta do equilíbrio inicial” (Evaristo, Marcela. In: Brandão, 2003, p. 124). • Presença de intertextualidade com as narrativas da tradição oral, fábulas, lendas, contos e romances da literatura universal. • Uso de acrósticos. • Diálogo com o leitor ou ouvinte no início ou no fi nal da narrativa. • Estruturas composicionais diversas: peleja, ABC etc. • Marcas específi cas da linguagem popular falada como recurso estilístico do poeta: léxico especializado, organizações sintáticas próprias, representação ortográfi ca mais próxima do português falado em algumas variantes. Port7ºAnoPROF.indd 32Port7ºAnoPROF.indd 32 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 33 Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente O trabalho com as práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e escuta e análise linguística – articuladas aos gêneros selecionados para o ano/ciclo precisa estar adequado a uma metodologia que atenda tanto as especifi cidades das atividades elencadas no Caderno de apoio e aprendizagem quanto o conhecimento do aluno. No processo de aprendizagem, alguns pressupostos precisam ser considerados: a) o sujeito aprende na interação tanto com o objeto de conhe cimento, quanto com parceiros mais experientes; b) a aquisição de conhecimento não é linear, acontece por meio de um desenvolvimento que supõe apropriações de aspectos possíveis de serem observados no objeto de conhe cimento, nos diferentes momentos; c) durante a fase de apropriação, pode ser que o sujeito consiga executar em cooperação tarefas que talvez não fossem realizadas autonomamente. Essa cooperação cria a zona de desenvolvimento proximal, por meio da circu- lação de informações relevantes para o aprendizado, mas também compreensíveis para o aluno. Instaura-se, assim, a possibilidade de que o aluno se aproprie dessas informa- ções, tornando-se autônomo, em momentos seguintes. Uma orientação didática coerente com esses pressupostos recomenda que o desenvolvimento de ensino deva organizar-se com base em um movimento que suponha trabalho: a) no coletivo, proposto pelo professor: nesta fase, a inten- ção é, por um lado, fazer circular informações relevantes sobre determinado conhecimento; por outro, pretende-se modelizar procedimentos – de leitura, de escuta, de pro- dução de textos, de análise – oferecendo referências aos alunos; b) em duplas/grupo: nesta etapa, a intenção é, por um lado, observar quais aspectos tematizados foram apropriados Port7ºAnoPROF.indd 33Port7ºAnoPROF.indd 33 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 34 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP pelos alunos na fase anterior; por outro, criar espaço para que as informações apropriadas pelos diferentes parcei- ros – as quais também podem ser diferentes – circulem, abrindo a perspectiva para novas apropriações e novos aprendizados; c) individual: este é o momento de constatar quais foram as aprendizagens realizadas, efetivamente, pelos alunos; quais foram os conteúdos apropriados por eles. Agora, tem-se a informação a respeito de quais aspectos precisa- rão ser novamente tematizados, reiniciando-se o processo de aprendizagem. Acompanhamento e avaliação de aprendizagem Para acompanhamento sistemático do trabalho realizadoao longo de cada Unidade, encontra-se em suas páginas fi - nais a avaliação individual dos alunos. As atividades da se- ção “Retomando percursos” foram elaboradas com base na aprendizagem dos gêneros propostos para cada ano/ciclo nas Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental, como no exemplo a seguir: Converse com os colegas e o professor sobre as aprendizagens conquistadas nesta Unidade. O que você aprendeu sobre o cordel, seus temas e seu estilo? Que tal escrever uma sextilha em formato de cordel para registrar os aspectos mais importantes dessa aprendizagem? Bom desafi o, não é? Port7ºAnoPROF.indd 34Port7ºAnoPROF.indd 34 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 35 O objetivo é que esse não seja o único instrumento de ava- liação, mas que o professor estabeleça, durante o desenvol- vimento das Unidades, outros critérios e indicadores para avaliar o processo de ensino e aprendizagem. [...] Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma ação que pro- mova a melhoria. [...] O papel do avaliador, ativo em termos de processo, transforma-se no de partícipe do sucesso ou do fracasso dos alunos, uma vez que os percursos individuais serão mais ou menos favorecidos a partir de suas decisões pe- dagógicas que dependerão, igualmente, da amplitude das observações. [...] O professor assume o papel de investigador, de es- clarecedor, de organizador de experiências signifi cativas de aprendizagem. Seu compromisso é o de agir refl etida- mente, criando e recriando alternativas pedagógicas ade- quadas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do conjunto e promovendo sempre ações interativas (Hoffmann, 2009, p. 17-18). O professor poderá elaborar para cada Unidade uma planilha, como a da página 36, com as expectativas de aprendizagem contempladas na sequência didática, mostrando o que o es- tudante sabe e o que é preciso retomar, por meio da regula- ção de atividades e de intervenções mais pontuais. Port7ºAnoPROF.indd 35Port7ºAnoPROF.indd 35 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM 36 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Legenda: S = sim; P = parcialmente; N = não. Expectativas de aprendizagem Alunos Unidade 3 – Ofi cina de fanzine – de “consumidor” a crítico: comentando produções culturais 1 2 3 4 5 6 7 8 9... P20 Relacionar a resenha de livro ou fi lme ao seu contexto de produção (interlocutores, fi nalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, suportes digitais). S P21 Estabelecer relações intertextuais entre o texto e outros a que ele se refere. P P22 Interpretar a posição do autor em relação a conceitos ou acontecimentos. N P23 Planejar a resenha do livro ou do fi lme: pesquisar dados da obra, anotar os episódios principais narrados e uma síntese de sua opinião pessoal. P24 Produzir resenha de livro ou fi lme, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, estruturando-o de maneira a garantir a relevância das partes em relação ao tema e aos propósitos do texto e a continuidade temática. P25 Revisar e editar o texto focalizando os aspectos estudados na análise e refl exão sobre a língua e a linguagem. P26 Identifi car possíveis elementos constitutivos da organização interna da resenha: informações gerais sobre a obra, resumo do conteúdo, julgamento ou apreciação do resenhador. P27 Examinar em textos o uso da adjetivação (adjetivo, locução adjetiva, orações adjetivas) para compreender suas funções. P28 Examinar em textos o uso de tempos verbais no eixo do presente para reconhecer os eventos anteriores e posteriores a esse tempo (pretérito perfeito/futuro do presente). P29 Comentar e justifi car opiniões. P30 Empregar palavras ou expressões que funcionam como modalizadores para atenuar críticas, proibições ou ordens potencialmente ameaçadoras ao interlocutor como: talvez, é possível, por favor. P31 Compreender criticamente os sentidos e a intencionalidade de mensagens orais veiculadas em comentários. P32 Formular perguntas a respeito do que ouvem, leem ou veem. P88 Empregar as marcas de segmentação em função do projeto textual e das restrições impostas pelos gêneros: título e subtítulo, paragrafação. P89 Pontuar corretamente fi nal de frases (ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências), usando inicial maiúscula. Port7ºAnoPROF.indd 36Port7ºAnoPROF.indd 36 9/16/10 3:11 PM9/16/10 3:11 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 7O ANO 37 Referências bibliográfi cas ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora Unesp, 2006. . Histórias de cordéis e folhetos. Campinas: Mercado de Letras, 1999. BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. . Pesquisa na escola: o que é, como se faz?. São Paulo: Loyola, 1999. BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Trabalhando com gêneros do discurso: ar- gumentar – cartas de solicitação e de reclamação. São Paulo: FTD, 2005. . Trabalhando com gêneros do discurso: fábulas. São Paulo: FTD, 2001. . 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