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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – POLI/UPE PEDRO HENRIQUE DA SILVA SANTOS FERREIRA RELATÓRIO DE ENSAIOS – MECÂNICA DOS SOLOS RECIFE – PE 2017.2 SUMÁRIO 1 ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO .............. 3 1.1 Estufa .................................................................................................. 3 1.2 Queima ao Álcool ................................................................................ 4 1.3 Speedy ................................................................................................ 5 2 PREPARAÇÃO DE AMOSTRA ......................................................... 7 3 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ......................................................... 8 3.1 Peneiramento ...................................................................................... 8 3.2 Sedimentação ..................................................................................... 11 4 DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA ..................... 14 4.1 Limite de Liquidez ................................................................................ 14 4.2 Limite de Plasticidade .......................................................................... 16 5 ENSAIO DE DENSIDADE REAL ........................................................ 18 6 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL ........................ 20 7 ENSAIO DE DENSIDADE “IN SITU” ................................................. 23 3 1. ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO A umidade do solo é um índice físico que representa a razão entre o peso da água contida num solo e o peso de seus grãos secos. Matematicamente pode ser expresso, em porcentagem, por meio da fórmula: w% = Pa Ps × 100 Onde: Pa = peso da água contida no solo; Ps = peso do solo seco. 1.1. ESTUFA Este método visa a determinação do teor de umidade do solo em laboratório por meio da secagem das amostras de solo numa estufa. 1.1.1. Materiais Utilizados – Balança; – Cápsulas; – Estufa; – Amostra de solo. 1.1.2. Procedimento Primeiramente pesou-se três cápsulas. Em cada uma das cápsulas foi colocada uma amostra de solo, então pesou-se o conjunto, obtendo assim, o peso bruto úmido. O conjunto é colocado na estufa (a cerca de 100 – 110 ºC) e lá deve ser deixado até que toda a água livre evapore (processo que leva cerca de 24 horas, porém, nas condições das aulas de laboratório, lá permaneceu por 1 semana). Passado esse tempo, as amostras são retiradas da estufa, e devem ser pesadas imediatamente (para evitar a reabsorção da umidade atmosférica), obtendo-se o peso bruto seco. Efetua-se as diferenças de peso em relação ao peso da cápsula, de forma a obter o peso do solo úmido e o do solo seco. A diferença entre esses representa o peso da água que estava contida no solo. Pode-se então utilizar a definição de umidade para calcular a umidade de cada uma das amostras. A umidade do solo será considerada como a média aritmética das umidades encontradas nas amostras. 4 1.1.3. Resultados 1.2. QUEIMA AO ÁLCOOL Este método visa a determinação do teor de umidade do solo em campo por meio da secagem das amostras de solo pela queima ao álcool etílico. Não é indicado para a determinação da umidade de solos com matéria orgânica, uma vez que essa será decomposta no processo de combustão, fazendo com que o peso final de solo seja subestimado. 1.2.1. Materiais Utilizados – Balança; – Cápsulas; – Álcool etílico (C2H5OH); – Espátula; – Amostra de solo (recomenda-se 50 g). 1.2.2. Procedimento Primeiramente foi pesada uma amostra de 50 g de solo, que foi depositada na cápsula. O solo então deverá passar por 3 processos seguidos de queima, sendo que nos dois primeiros deve ser misturado com cerca de 15 ml de álcool e no último deve ser misturado com 18 ml. Em cada queima, o solo deve ser devidamente misturado e homogeneizado com o álcool com o auxílio da espátula, então com um isqueiro ou fósforo, a mistura é posta em combustão. Durante a combustão deve-se misturar o solo constantemente com a espátula, para que a chama não se extinga até que todo o álcool seja queimado. Após as três queimas, o solo seco foi pesado. Pelas diferenças se determina o peso da água presente no solo úmido e pela definição, calcula-se a umidade do solo. Nº da Cápsula 1400 1436 1440 Peso da Cápsula (gf) 7.5 8.5 8.2 Peso Bruto Úmido (gf) 19.2 22.7 21 Peso Bruto Seco (gf) 17 20 18.8 Peso do Solo Seco (gf) 9.5 11.5 10.6 Peso da Água (gf) 2.2 2.7 2.2 Umidade 23.2% 23.5% 20.8% Umidade Média Determinação da Umidade - Estufa 22.5% 5 1.2.3. Resultados 1.3. SPEEDY Este método visa a determinação do teor de umidade do solo em campo por meio da reação química entre a água presente no solo e carbureto de cálcio. A reação está expressa abaixo: H2O + CaC2 → CaO + C2H2 (gás etino) A reação tem como produto o gás etino (acetileno), imprescindível para a determinação de umidade do método. 1.3.1. Materiais utilizados – Speedy; – Manômetro; – Ampola contendo carbureto de cálcio; – Esferas de metal; – Amostra de Solo. 1.3.2. Procedimento Primeiramente, deve-se estimar de forma tátil-visual a umidade do solo. Se a umidade prevista for até 10%, a amostra de solo deve ser de 20 g; se estiver entre 10 e 20%, a amostra deve ser de 10 g; e se for maior que 20%, a amostra deve ser de 5 g. Dentro do speedy foram depositadas a amostra de solo, as esferas de metal e a ampola com carbureto, nessa ordem. Deve-se então vedar o speedy com sua tampa e chacoalhar, com a tampa virada para baixo. As esferas irão quebrar as ampolas e o pó irá reagir com a água do solo. O gás produzido pressiona o interior do recipiente e a pressão é medida pelo manômetro acoplado à tampa do aparelho. De acordo com a pressão provocada, Peso da Amostra (gf) 50 Peso da Cápsula (gf) 79.2 Peso Bruto Úmido (gf) 129.2 Peso Bruto Seco (gf) 119.9 Peso do Solo Seco (gf) 40.7 Peso da Água (gf) 9.3 Umidade 22.9% Determinação da Umidade - Queima ao Álcool 6 sabe-se a quantidade de gás produzido, e consequentemente a quantidade de água que reagiu. Os valores correspondentes de pressão e umidade são tabelados, sendo necessário apenas a consulta ao final do experimento. Com o término do ensaio, o speedy deve ser aberto em local ao ar livre, uma vez que o gás acetileno é tóxico ao ser humano. Após determinar a umidade de acordo com a tabela, ainda é necessário aplicar um fator de correção à umidade obtida, expresso pela fórmula: w% = w1 100 − w1 × 100 Onde: w1 = Umidade tabelada. 1.3.3. Resultados Umidade Prevista (10 - 20)% Peso Utilizado (gf) 10 Leitura do Manômetro (kgf/cm²) 1.45 Umidade Tabelada 16.9% Umidade Corrigida 20.3% Determinação da Umidade - Speedy 7 2. PREPARAÇÃO DE AMOSTRA O método engloba os procedimentos para a preparação de amostras para os ensaios de compactação e de caracterização (limites de liquidez e plasticidade, análise granulométrica, densidade real) do solo. 2.1. Materiais Utilizados – Almofariz; – Mão de gral; – Peneiras; – Bandejas. 2.2. Procedimento Assim que as amostras de solo chegam ao local onde serão realizados os ensaios, elas devem ser postas para secar ao ar livre. Quando o solo estiver próximo a umidade higroscópica, deve ser destorroado com o auxílio do almofariz e da mãode gral, tomando cuidado para evitar a quebra dos grãos, o que representa a descaracterização do solo. A amostra deve ser então homogeneizada. Quando as amostras forem requeridas para a realização dos ensaios, ela será passada pelas peneiras correspondentes. Parra os ensaios de caracterização, deve ser passada pelas peneiras de 2,0 mm e 0,42 mm. Para os ensaios de compactação deve ser passada pela peneira de 4,7 mm. 8 3. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA A análise granulométrica visa obter as proporções entre os grãos de diferentes dimensões. Com ela é possível obter as coordenadas que permitam traçar a curva granulométrica. A análise é feita em duas etapas, uma por peneiramento, onde será discriminada a fração grossa do solo (areia e pedregulho), e outra por sedimentação, onde será discriminada a fração fina (silte e argila). 3.1. PENEIRAMENTO 3.1.1. Materiais Utilizados – Balança; – Conjunto de peneiras. 3.1.2. Procedimento Para a realização do ensaio, deve-se tomar uma quantidade mínima do solo, já preparado pelos métodos detalhados no item 2 (preparação de amostra), em peso, definida por norma e mostrada na tabela abaixo: No ensaio feito em sala, estimou-se que os maiores grãos do solo estavam entre 5 e 25 mm, sendo assim, tomou-se uma quantidade de 4 kg de amostra preparada para a execução da análise granulométrica. O solo foi passado pela peneira de 2,0 mm. Do que ficou retido, parte foi separado para a determinação da umidade, o restante foi lavado devidamente para soltar as partículas mais finas que ainda poderiam estar aderidas, e dele tomou-se 1 kg (amostra total), que foi levado à estufa para a secagem. Do material passante, tomou-se 120 g (amostra parcial), que também foi levado à estufa. Decorrido o tempo de secagem do solo na estufa, determina-se umidade do solo e com ela calcula-se o peso da amostra seca, que será levada ao peneiramento. O peneiramento da amostra total se dá até a peneira de 2,0 mm, 9 e serve para o detalhamento da fração de pedregulhos no solo. Quando atingida a peneira 2,0 mm, inicia-se o peneiramento da amostra parcial até a peneira 0,075 mm. O peneiramento da amostra parcial serve para o detalhamento da fração de areia. Deve-se realizar e registrar numa tabela todas as pesagens das amostras retidas nas peneiras, então calcular o peso passante acumulado e expressá-lo em porcentagem. Assim, tem-se a relação entre a abertura da peneira e a porcentagem de solo que passa por ela, necessários para a confecção da curva granulométrica. 3.1.3. Resultados Nº da Cápsula 30 35 Peso da Cápsula (gf) 22.40 22.39 Peso Bruto Úmido (gf) 101.30 100.31 Peso Bruto Seco (gf) 100.28 99.28 Peso do Solo Seco (gf) 77.88 76.89 Peso da Água (gf) 1.02 1.03 Umidade 1.31% 1.34% Umidade Média 1.32% Determinação da Umidade 12,7 mm 0 986.97 100.0% 9,5 mm 9.85 977.12 99.0% 4,7 mm 4.4 972.72 98.6% 2,0 mm 11.35 961.37 97.4% 1,2 mm 7.85 110.59 91.0% 0,6 mm 22.14 88.45 72.7% 0,42 mm 7.99 80.46 66.2% 0,25 mm 6.1 74.36 61.2% 0,15 mm 44.26 30.1 24.8% 0,075 mm 20.38 9.72 8.0% Peso Retido Parcial Peso Passante Acumulado % Passante Acumulada Análise Granulométrica (Peneiramento) Am os tra P ar cia l Am os tra T ot al Peneira Amostra Total Amostra Parcial Pesos das Amostras Peso do Solo Úmido (gf) 1000 120 Peso do Solo Seco (gf) 986.97 118.44 10 Com os dados da tabela da análise granulométrica, é possível plotar a curva granulométrica, cujo resultado está representado abaixo: A curva só pôde ser preenchida até a peneira de 0,075 mm, pois não foi efetuado, em sala, o ensaio de sedimentação para a discriminação da fração fina do solo. Para auxiliar a identificação das características de uniformidade e graduação dos solos, pode-se retirar alguns índices da curva granulométrica: – Diâmetro efetivo (∅e): definido como o diâmetro correspondente a 10% em peso total de todas as partículas menores que ele. Está em destaque no gráfico: ∅e = 0,085 mm. – Grau de desuniformidade (D): definido como a razão entre o diâmetro que supera 60% dos grãos e o diâmetro efetivo. O diâmetro 60% está em destaque no gráfico: ∅60 = 0,25 mm. D = ∅60 ∅e = 0,25 0,085 ∴ D = 2,94 De acordo com a classificação: { D < 5 → solo muito uniforme 5 < D < 15 → uniformidade média D > 15 → solo desuniforme O solo ensaiado é muito uniforme. 0.085 0.25 0.0% 10.0% 20.0% 30.0% 40.0% 50.0% 60.0% 70.0% 80.0% 90.0% 100.0% 0.001 0.01 0.1 1 10 100 % P as sa n te Diâmetro dos Grãos (mm) Curva Granulométrica 11 3.2. SEDIMENTAÇÃO Ensaio que visa discriminar a proporção entre as quantidades de solo de granulometria fina (menor que 75 µm). O experimento não foi realizado em sala devido ao tempo necessário para o registro das medições, porém foram explicados os procedimentos para sua execução. 3.2.1. Materiais Utilizados – Proveta de vidro (1 L); – Tanque para banho; – Densímetro de bulbo; – Cronômetro; – Béquer; – Substância defloculante; – Aparelho dispersor. 3.2.2. Procedimento Tomar cerca de 120 g (solos arenosos) ou 70 g (solos siltosos ou argilosos) do material preparado (item 2) passante pela peneira 2,0 mm. Transferir a amostra para um béquer, onde será misturado com uma solução de uma substância defloculante (geralmente hexametafosfato de sódio), para evitar a aglomeração dos grãos. Deve-se misturar bem as fases e deixar o conjunto em repouso por cerca de 12 horas. Passadas o tempo, a mistura no béquer deve ser agitada no aparelho dispersor durante 15 minutos, sendo transferida em seguida para uma proveta de vidro, e completa-se o recipiente com água até a marca de 1 L. Caso o ensaio esteja sendo realizado num local com uma variação muito grande de temperatura, a proveta deve ser imersa num tanque para banho, de forma a manter a temperatura aproximadamente constante. Logo que a dispersão atinja a temperatura de equilíbrio, tomar a proveta e tampando-lhe a boca com uma das mãos, executar movimentos enérgicos, durante 1 minuto, de forma que a boca da proveta passe de cima para baixo. Imediatamente depois de terminada a agitação, colocar a proveta sobre uma mesa, iniciar a contagem do cronômetro e mergulhar cuidadosamente o densímetro na dispersão. Efetuar as leituras do densímetro correspondentes aos tempos de sedimentação de 30 segundos, 1 e 2 minutos. Retirar lenta e 12 cuidadosamente o densímetro da dispersão. Se o ensaio não estiver sendo realizado em local de temperatura constante, deve-se colocar a proveta no banho onde permanecerá até a última leitura. Fazer as leituras subsequentes a 4, 8, 15 e 30 minutos, 1, 2, 4, 8 e 24 horas, a contar do início da sedimentação. Com as leituras feitas do densímetro, é possível então calcular a porcentagem de grãos ainda em suspensão, assim como o seu diâmetro máximo, por meio da fórmula de Stokes. As fórmulas estão representadas a seguir: – Porcentagem de grãos em suspensão: Qs = N. δ. V. δc. Lc (δ − δd). Mh. fc Onde: Qs = porcentagem de solo em suspensão no instante da leitura do densímetro; N = porcentagem de material que passa na peneira de 2,0 mm; δ = massa específica dos grãos do solo, em g/cm³; δd = massa específica do meio dispersor, em g/cm³; V = volume da suspensão, em cm³; δc = massa específica da água, em g/cm³; Lc = leitura corrigida = L– Ld + erro causado pelo menisco; L = leitura do densímetro na suspensão; Ld = leitura do densímetro no meio dispersor;Mh = massa do material úmido submetido à sedimentação, em g. – Diâmetro máximo dos grãos em suspensão: ∅ = √ 1800. η. a t. (δ − δd) Onde: ∅ = diâmetro máximo das partículas, em mm; η = coeficiente de viscosidade do meio dispersor, à temperatura de ensaio, em g.s/cm²; 13 a = altura de queda das partículas, correspondente à altura do densímetro, em cm; t = tempo de sedimentação, em segundos; δ = massa específica dos grãos do solo, em g/cm³; δd = massa específica do meio dispersor, em g/cm³. Tendo as últimas coordenadas (diâmetro x porcentagem dos grãos) é possível então completar a curva granulométrica, com o detalhamento da fração fina. 3.2.3. Resultados Como o ensaio não foi feito em sala, só foi obtido o detalhamento da fração do solo com diâmetro acima de 75 µm. Com a curva granulométrica (pág. 10) é possível identificar as porcentagens de solo pertencentes à cada classificação (composição granulométrica). Sendo: Areia fina (0,075 mm < ∅ < 0,2 mm): 52 − 8 = 44% Areia média (0,2 mm < ∅ < 0,6 mm): 72 − 52 = 20% Areia grossa (0,6 mm < ∅ < 2,0 mm): 97 − 72 = 25% Pedregulho (∅ > 2,0 mm): 100 − 97 = 3% 14 4. DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA De acordo com a quantidade de água contida num solo, este pode se comportar de diferentes maneiras em relação ao estado físico. Em ordem crescente de umidade ele pode ser: sólido, semissólido, plástico, líquido. Entre cada um desses comportamentos, há uma umidade que marca a separação entre eles, que foram denominadas limites de consistência. Em aula foram realizados apenas os ensaios de limite de liquidez (LL) e limite de plasticidade (LP), o limite de contração (LC) não foi executado. 4.1. LIMITE DE LIQUIDEZ O limite de liquidez representa o menor teor de umidade com que um solo é capaz de fluir. Ele separa os estados plástico e líquido do solo. É determinado pelo método desenvolvido pelo engenheiro Arthur Casagrande. 4.1.1. Materiais Utilizados – Aparelho de Casagrande; – Cinzel; – Espátula; – Cápsulas; – Estufa; – Gabarito de queda; – Balança. 4.1.2. Procedimento Para iniciar o ensaio, deve-se fazer uma série de regulamentações no aparelho de Casagrande. Alguns deles são: O pino que conecta a concha deve estar firme, não se deslocando lateralmente; os pontos de contato, tanto da base quanto da concha, não podem estar gastos; a concha não deve apresentar ranhuras perceptíveis ao tato; a altura de queda da concha deve estar regulada para 1 cm, o que deve ser feito com o auxílio de um gabarito de queda. Deve-se ter uma amostra de solo preparada (item 2) para a execução deste ensaio. Acrescenta-se então água ao solo e ele deve ser homogeneizado, até que ele atinja uma consistência que requeira em torno de 40 golpes para que a ranhura seja fechada. Coloca-se então o solo na concha, de forma que no centro a espessura seja de aproximadamente 1 cm. Divide-se o solo em duas 15 partes iguais com o auxílio do cinzel e inicia-se o golpeamento da concha contra a base do aparelho por meio do giro constante da manivela, até que as bordas inferiores da ranhura se unam. Anota-se o número de golpes, e parte da amostra ensaiada é separada e levada à estufa para a determinação da umidade. O procedimento deve ser repetido 4 vezes, sempre acrescentando um pouco de água à amostra para obter diferentes números de golpes para diferentes teores de umidade. A relação (número de golpes x teor de umidade) é expressa num gráfico monolog, por meio da reta média entre as coordenadas obtidas, e, o limite de liquidez, como definido por Casagrande, será o teor de umidade para o qual o sulco se fecha com 25 golpes. 4.1.3. Resultados A reta média obtida pela dispersão de pontos tem um coeficiente de correlação (R²) de 0,8871. No gráfico está destacada a coordenada correspondente ao limite de liquidez do solo ensaiado: LL = 35,3% 35.3% 32.0% 33.0% 34.0% 35.0% 36.0% 37.0% 38.0% 39.0% 10 100 Te o r d e U m id ad e Número de Golpes Ensaio de Limite de Liquidez Nº da Cápsula 1241 1426 1229 1434 Nº de Golpes 49 26 22 13 Peso da Cápsula (gf) 7.7 9.2 7.4 8.4 Peso Bruto Úmido (gf) 22.9 21.2 19.0 21.4 Peso Bruto Seco (gf) 19.1 18.1 16.0 17.8 Peso do Solo Seco (gf) 11.4 8.9 8.6 9.4 Peso da Água (gf) 3.8 3.1 3.0 3.6 Umidade 33.3% 34.8% 34.9% 38.3% Ensaio de Limite de Liquidez 16 4.2. LIMITE DE PLASTICIDADE O limite de plasticidade representa o teor de umidade que separa os estados plástico e semissólido do solo. O cientista Atterberg convencionou que a condição para que uma amostra de solo esteja no estado plástico é a possibilidade de com ela ser possível moldar um cilindro de 10 cm de comprimento por 3 mm de diâmetro, por rolagem sobre uma placa de vidro. 4.2.1. Materiais Utilizados – Placa de vidro esmerilhada; – Espátula; – Balança; – Cápsulas; – Estufa; – Gabarito cilíndrico (10 cm x 3 mm). 4.2.2. Procedimento Deve-se utilizar uma amostra de solo preparada (item 2). Primeiramente adiciona-se água à amostra de solo, amassando e revolvendo para homogeneizá-lo. Toma uma quantidade na mão e formar uma pequena bola, que deve ser rolada na placa de vidro com pressão suficiente da palma da mão para lhe dar forma de cilindro. Enquanto a amostra se fragmentar antes de atingir o diâmetro de 3 mm, deve-se adicionar água, homogeneizar a amostra e repetir o procedimento. Quando a moldagem do cilindro com as dimensões mencionadas for conseguida, estará caracterizado que o solo está no estado plástico. Refazer a esfera e repetir a rolagem até que haja fragmentação do cilindro com dimensões próximas às do gabarito de comparação. Transferir imediatamente as partes fragmentadas para as cápsulas, para determinação da umidade pelo método da estufa. Foram obtidas 4 amostras no ensaio feito em aula, e o limite de plasticidade considerado foi a média dos teores de umidade das amostras ensaiadas. 17 4.2.3. Resultados Tendo determinado os teores de umidade e a média entre eles, para que o LP obtido seja aceito, deve-se comparar cada uma das umidades com um intervalo, cujos limites estão 5% abaixo e acima do valor do LP. Como os valores das umidades estavam todos dentro do intervalo a ser considerado, o ensaio foi considerado correto e o valor do LP é igual a umidade média. LP = 27,1% Tendo determinado os valores do LL e do LP do solo, pode-se agora determinar um dos parâmetros mais importantes do solo, o índice de plasticidade (IP), que representa o “comprimento” da faixa de umidade em que o solo se apresenta no estado plástico. IP = LL − LP = 35,3 − 27,1 ∴ IP = 8,2 Nº da Cápsula 1194 1439 1335 1259 Peso da Cápsula (gf) 8.58 8.61 7.87 7.82 Peso Bruto Úmido (gf) 10.49 11.19 10.05 9.99 Peso Bruto Seco (gf) 10.08 10.66 9.59 9.51 Peso do Solo Seco (gf) 1.50 2.05 1.72 1.69 Peso da Água (gf) 0.41 0.53 0.46 0.48 Umidade 27.3% 25.9% 26.7% 28.4% Umidade Média Intervalo de Comparação Ensaio de Limite de Plasticidade 27.1% (25.7 - 28.5)% 18 5. ENSAIO DE DENSIDADE REAL Ensaio visa determinar a densidade real do solo, que representa, de fato, a densidade dos grãos do solo, apenas. A densidade, sendo uma propriedade adimensional, é definida como a razão entre o peso específico dos grãos e o peso específico da água, a uma certa temperatura. É expressa pela fórmula: δ = γg γa Onde: δ = densidade real; γg = peso específico dos grãos; γa = peso específico da água. 5.1.Materiais Utilizados – Estufa; – Dispersor mecânico; – Copo metálico; – Picnômetro (50 ml); – Bomba de vácuo; – Termômetro; – Balança; – Funil de vidro; – Conta-gotas ou pipeta. 5.2. Procedimento Deve-se utilizar uma amostra de solo preparada (item 2) e seca em estufa até peso constante. Foi tomado 10 g desse solo como amostra para ensaiar, e seguiram-se os seguintes passos: – Pesagem do picnômetro vazio, seco e limpo (P1); – Colocou-se a amostra de solo no picnômetro e pesou-se (P2); – Colocou-se, a seguir, água no picnômetro, até cobrir; – Utiliza-se a bomba de vácuo, para expulsar o ar contido entre os grãos de solo; 19 – Completou-se com água o picnômetro, mediu-se a temperatura (T) e pesou-se todo o conjunto (P3); – Retirou-se todo o material do picnômetro. Ele foi lavado e preenchido completamente por água e pesado novamente (P4). Assim, tem-se os dados: P1 = peso do picnômetro; P2 = peso do picnômetro + solo; P3 = peso do picnômetro + solo + água; P4 = peso do picnômetro + água. Com eles é possível calcular a densidade real do solo pela fórmula: δT = P2 − P1 (P4 − P1) − (P3 − P2) O procedimento foi executado duas vezes, sendo que a densidade considerada foi a média entre os dois ensaios. 5.3. Resultados A densidade obtida no ensaio é função da temperatura em que o ensaio é realizado, por isso que é importante a medição da temperatura durante sua realização. Para fins de padronização de resultados, a densidade real deve ser expressa em termos da temperatura em 20ºC, que é obtida multiplicando-se a densidade real obtida no ensaio por um fator de conversão, K20, que representa a razão entre a densidade da água à temperatura do ensaio e à 20ºC. Os valores para K20 são tabelados, bastando apenas a consulta ao final do experimento. δ20 = K20 . δT = K20. δ29 = 0,9977 . 2,55 ∴ δ20 = 2,54 Nº do Picnômetro 1 2 31.10 32.70 41.10 42.65 90.76 95.65 84.68 89.60 Temperatura (ºC) 28.8 28.9 Densidade Real (g/cm³) 2.55 2.55 Densidade Real Média (g/cm³) Constante de Conversão 2.55 0.9977 Ensaio de Densidade Real P1 (g) P2 (g) P3 (g) P4 20 6. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL Este ensaio visa determinar a relação entre o teor de umidade e a massa específica seca de solos, quando compactados. Com ele é possível determina a curva de compactação, de onde é possível extrair o valor da umidade ótima (teor de umidade no qual, quando o solo é compactado, obtém-se a maior densidade seca), assim como o valor da densidade seca máxima. 6.1. Materiais Utilizados – Cilindro de Proctor: compreende o molde cilíndrico e o colarinho; – Espátula; – Soquete pequeno (2.500 ± 10) g; – Extrator de corpo de prova; – Cápsulas; – Estufa; – Bandeja metálica; – Balança. 6.2. Procedimento O ensaio deve ser feito com amostra de solo preparada (item 2) e passada pela peneira 4,7 mm. Fixar o molde cilíndrico à sua base, acoplar o colarinho e apoiar o conjunto em uma base rígida. Numa bandeja, dispor a amostra de solo e umedecer com água, misturando o solo com auxílio de uma espátula ou com as mãos, para homogeneizá-lo. Quando a umidade estiver uniformizada, deve-se começar o processo de compactação, que será feito em três etapas. Cada etapa representa a compactação de uma camada de solo no cilindro Proctor. A cada camada, deve- se compactar o solo com o peso do soquete, caindo em queda livre, 22 vezes. A compactação deve ser feita perpendicularmente e distribuída uniformemente sobre a superfície de cada camada. Entre uma compactação e outra, deve-se escarificar o topo da camada subjacente, para garantir a homogeneidade das camadas. Após a compactação o colarinho deve ser retirado e o solo excedente do molde cilíndrico é desprezado. O molde cilíndrico mais o solo devem ser pesados, e, sabendo o peso do cilindro e sua capacidade volumétrica, pode-se calcular o peso específico do solo no estado úmido, pela expressão: 21 γh = Psolo úmido+cilindro − Pcilindro Vcilindro O molde cilíndrico é então levado para o extrator de corpo de prova, onde o solo compactado será extraído do cilindro. O corpo de prova é dividido em dois e retira-se uma porção do solo da parte central de cada uma das metades do corpo de prova. Essas porções são colocadas em cápsulas que serão levadas à estufa para determinação da umidade do solo. Sabendo a massa específica do solo úmido e o seu teor de umidade, é possível saber a massa específica seca do solo, através da expressão: γs = γh 1 + w O ensaio foi repetido 5 vezes. A cada compactação, adicionava-se uma quantidade de água à amostra, para determinar diferentes densidades secas correspondentes a diferentes teores de umidade, para que com as coordenadas obtidas, fosse possível plotar o gráfico da curva de compactação. 22 6.3. Resultados Na curva de compactação está destacado o ponto de máximo de onde é possível extrair o valor da umidade ótima e da densidade seca máxima: wót = 21% γseca máx = 1,640 g/cm³ 21%; 1.640 1.35 1.4 1.45 1.5 1.55 1.6 1.65 1.7 0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% D en si d ad e Se ca ( g/ cm ³) Teor de Umidade Curva de Compactação Cilindro Peso do Cilindro (g) Volume do Cilindro (cm³) Peso do Cilindro + Solo Úmido (g) Peso do Solo Úmido (g) Peso Específico Aparente Úmido (g/cm³) Nº da Cápsula 164 70 8 99 122 25 17 196 78 2 Peso da Cápsula (g) 23.13 23.90 23.90 24.10 22.55 25.98 27.36 15.37 25.26 22.32 Peso Bruto Úmido (g) 84.71 42.60 57.30 63.64 72.40 78.65 69.30 53.86 63.77 58.04 Peso Bruto Seco (g) 77.21 40.32 51.94 57.05 63.46 69.17 61.02 46.33 55.78 50.39 Peso da Água (g) 7.50 2.28 5.36 6.59 8.94 9.48 8.28 7.53 7.99 7.65 Peso do Solo Seco (g) 54.08 16.42 28.04 32.95 40.91 43.19 33.66 30.96 30.52 28.07 Teor de Umidade 13.87% 13.89% 19.12% 20.00% 21.85% 21.95% 24.60% 24.32% 26.18% 27.25% Umidade Média Peso Específico Aparente Seco (g/cm³) Ensaio de Compactação Próctor Normal 26.72% 1.511 13.88% 1.383 1.619 19.56% 21.90% 1.637 1.575 24.46% 5 2361 993 4262 1901 1.9141.960 1946 4307 993 2361 43 2361 993 4343 1982 1.9961.936 1922 4283 993 2361 21 2361 993 3925 1564 1.575 23 7. ENSAIO DE DENSIDADE “IN SITU” Este ensaio tem o objetivo de determinar a densidade seca do solo em campo, com o emprego de um frasco de areia. Aplica-se a solos que possam ser escavados com ferramentas de mão. O material que está sendo ensaiado deve ser suficientemente coesivo e firme, de modo que as paredes da cavidade a ser aberta permaneçam estáveis e as operações a serem realizadas não provoquem deformações na mesma. 7.1. Materiais Utilizados – Frasco de vidro ou de plástico, dotado de gargalo rosqueado, com funil metálico provido de registro; – Bandeja quadrada rígida, metálica, com orifício circular no centro, dotado de rebaixo para apoio do funil; – Pá de mão; – Talhadeira; – Martelo; – Balança; – Speedy. 7.2. Procedimento O frasco deve ser preenchido de uma areia, de peso específico aparente conhecido. Deve-se então montar a aparelhagem bandeja mais o frasco numa superfície plana, para determinar o peso da areia que fica no funil. Após isso conjunto deve ser pesado e registrado como peso inicial. Em campo, colocar a bandeja no terreno, e escavar no orifício uma cavidade cilíndrica, com profundidade de cerca de 10 cm, com auxílio da talhadeira, martelo e pá de mão. Recolher cuidadosamente nabandeja, o solo extraído da cavidade. O solo extraído deve ser pesado em seguida. Instalar o conjunto bandeja + funil + frasco sobre a cavidade escavada e abrir o registro, até que a cavidade esteja completamente cheia de areia. Quando o registro for fechado, o frasco deve ser pesado novamente, e sabe-se então o peso final. A diferença entre o peso final e inicial é o peso de areia necessária para preencher a cavidade mais o peso do funil, que já é conhecido. 24 O peso da areia que saiu do frasco, menos o peso do funil, fornecerá o peso da areia que preencheu a cavidade. Com este peso e conhecendo o peso específico da areia, é possível determinar o volume da cavidade: V = Pareia na cavidade γareia Conhecendo o peso de solo extraído e o volume da cavidade escavada, pode-se calcular o peso específico aparente do solo úmido: γh = Psolo V O solo extraído, pode ser utilizado para a determinação da umidade, que em campo, geralmente é feita pelo método speedy. Tendo o valor da umidade e do peso específico aparente úmido, pode-se então calcular o valor do peso específico aparente do solo seco: γs = γh 1 + w 7.3. Resultados Peso Inicial (g) 5629 Peso Final (g) 4130 Diferença (g) 1499 Peso Específico (g/cm³) 1.44 Peso no Funil (g) 535 Peso no Furo (g) 964 Volume do Furo (cm³) 669.44 Peso do Solo Extraído (g) 1203.53 Peso Específico Úmido (g/cm³) 1.80 Umidade Corrigida (Speedy) 2.04% Peso Específico Seco (g/cm³) 1.76 Solo Ensaiado Areia Frasco com Areia
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