Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

GE
ST
ÃO
 D
E 
CU
ST
OS
 E
 F
OR
M
AÇ
ÃO
 D
E 
PR
EÇ
OS
GESTÃO DE CUSTOS E GESTÃO DE CUSTOS E 
FORMAÇÃO DE PREÇOSFORMAÇÃO DE PREÇOS
Itamar Miranda Machado
www.iesde.com.br
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-3070-5
Itamar Miranda Machado
Gestão de Custos e Formação de Preços
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
Edição revisada
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ 
________________________________________________________________________________
M129g
 
Machado, Itamar Miranda
 Gestão de custos e formação de preços / Itamar Miranda Machado. - 1.ed., rev. - Curiti-
ba, PR : IESDE Brasil, 2012. 
 224p. : 24 cm
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-3070-5
 
 1. Gestão de custo. 2. Custeio baseado em atividades. 3. Controle de custo. 4. Preço - 
Determinação. I. Título. 
12-6341. CDD: 658.1552 
 CDU: 657.44
 
03.09.12 12.09.12 038692 
________________________________________________________________________________
© 2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por 
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
Itamar Miranda Machado
Mestre em Contabilidade – concentração 
em Controladoria pela Universidade de São 
Paulo (USP), sendo pós-graduado em Ciências 
Contábeis pela Fundação Getulio Vargas (FGV) 
e graduado em Ciências Contábeis pela Pontifí-
cia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC 
Minas).
Atua há mais de 12 anos como professor de 
cursos de pós-graduação: Especialização, MBA 
e Mestrado para executivos, lecionando em ins-
tituições como Ibmec, Fundação Dom Cabral 
(FDC), Fundação Getulio Vargas (FGV), IEC/PUC 
Minas, UNA, FEAD, Newton Paiva. Foi coordena-
dor do Curso de MBA em Gestão de Negócios 
e Coordenador Geral das Faculdades do Ibmec- 
-MG. Lecionou também em cursos de gradua-
ção em Ciências Contábeis, Administração, Eco-
nomia e Direito no Ibmec-MG e PUC Minas.
Em sua carreira profissional atuou como exe-
cutivo em várias empresas, tendo gerenciado a 
área Administrativa e Financeira da ELA Trans-
portes S/A (grupo Asamar), também foi Gerente 
de Contabilidade Internacional da Construtora 
Andrade Gutierrez S/A e Diretor de Auditoria In-
terna e de Controladoria das Empresas Probank 
S/A e Via Telecom S/A.
Atualmente é consultor de empresas em 
áreas ligadas à Controladoria e Finanças e com 
assessoria ao planejamento tributário e orça-
mento empresarial.
su
m
ár
io
su
m
ár
io
su
m
ár
io
su
m
ár
io
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos 
11
11 | Introdução à gestão de custos
14 | Terminologias aplicadas à gestão de custos
16 | A gestão dos custos e os princípios da contabilidade
20 | Comportamento, classificação e terminologias aplicadas à gestão de custos
Método de Custeio por Absorção 
37
37 | Métodos de custeio
38 | Custeio por Absorção
51 | Comprar ou fabricar
54 | A influência dos impostos indiretos nos custos dos produtos
Método de Custeio Variável 
67
67 | Conceito
69 | Diferença entre o método do Custeio por Absorção e o Custeio Variável
86 | Exemplo de decisão com base apenas na contribuição marginal
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais 
101
101 | Ponto de equilíbrio – relação entre custo X volume X lucro
105 | Ponto de equilíbrio e lucro
106 | Aplicação rápida (simplificada) da fórmula
108 | Exemplos de cálculos do ponto de equilíbrio e do lucro desejado
113 | Retorno sobre Investimento por produto
115 | Pay Back
117 | Ponto de equilíbrio às avessas
119 | Ponto de equilíbrio em receitas
120 | Margem de Segurança (MS)
121 | Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares 
137
137 | Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro
144 | Ponto de equilíbrio envolvendo mais de um produto ou serviço
152 | A margem de contribuição quando há fator limitativo
Custeio ABC – Activity Based Costing 
171
171 | Custeio ABC
183 | Custeio ABC versus Custeio Variável versus Custeio por Absorção
Formação do preço de venda 
195
195 | Formação do preço de venda
196 | Aspectos mercadológicos que influenciam os preços
201 | Formação do preço utilizando a fórmula do ponto de equilíbrio
208 | Formação do preço utilizando a fórmula do Mark-up
211 | Exemplo de utilização conjunta das duas fórmulas para formação do preço
Referências 
223
Apresentação G
estão de C
ustos e 
Form
ação de P
reços
A disciplina Gestão de Custos e Forma-
ção de Preços tem como objetivo principal 
mostrar a importância da administração dos 
custos e da formação de preços no proces-
so de tomada de decisão dentro de uma or-
ganização. Para isso, apresenta a relevância 
da segregação dos custos e das despesas de 
acordo com o seu comportamento: fixo ou va-
riável e também a influência da relação custo 
X volume X lucro na otimização do resultado 
da empresa e na formação de preço.
Esse livro apresenta um capítulo que trata 
dos termos utilizados na gestão de custos, 
principalmente quanto à classificação dos 
custos e despesas em diretos e indiretos e 
quanto ao comportamento: fixo ou variável.
Também apresenta o funcionamento do 
Custeio por Absorção, enfatizando à ques-
tão do rateio dos custos indiretos. Quanto ao 
funcionamento do Custeio Variável, a ênfase 
é a segregação entre fixo e variável e a impor-
tância da contribuição marginal no processo 
decisório.
Há uma importante abordagem sobre 
ponto de equilíbrio apresentando a relação 
custo X volume X lucro, demonstrando como 
a variação dos custos (e despesas) fixos, dos 
variáveis, do volume de venda e do lucro in-
terferem na formação do preço e no resultado 
das empresas.
Continuando, o tema ponto de equilí-
brio apresenta aspectos mais avançados que 
podem contribuir no processo orçamentário 
sobre a definição de metas, em termos do 
volume de vendas que deve ser atingido para 
G
estão de C
ustos e 
Form
ação de P
reços
que se possa alcançar o lucro desejado pelos acio-
nistas e manter o caixa em equilíbrio, pois além do 
ponto de equilíbrio contábil (tradicional), explica 
como calcular os pontos de equilíbrio econômico 
e financeiro. Também trata da questão do ponto 
de equilíbrio quando a empresa trabalha com mais 
de um produto ou serviço.
Apresenta o funcionamento do Custeio ABC 
(Custeio Baseado em Atividades), enfatizando o 
fato que as atividades consomem recursos e os 
produtos consomem atividades, por isso, antes de 
lançar um custo ou uma despesa para o produto, 
primeiro devem ser apropriados às atividades e, 
em seguida, essas aos produtos que a consomem.
Finalizando, apresenta alguns aspectos merca-
dológicos relacionados à formação de preços, prin-
cipalmente a questão da concorrência, mas sua 
ênfase maior é no cálculo do preço, tendo como 
base os custos e as despesas, para isso demonstra 
como calcular utilizando a fórmula do ponto de 
equilíbrio e a fórmula da Mark-up.
Introdução à gestão de custos e 
conceitos básicos
Introdução à gestão de custos
O início da contabilidade se deu com a necessidade de se registrar e 
apurar o patrimônio das entidades e suas mutações. Ao longo dos anos esses 
registros foram aprimorados para o atendimento a outras necessidades dos 
usuários, principalmente investidores e credores que passaram a ter na con-
tabilidade um meio de informações para análise de investimentos e conces-
são de créditos. Também o governo passou a utilizá-la como forma de se 
apurar o resultado para cobrança de impostos.
A contabilidade direcionada para avaliação patrimonial, cujos principais 
usuários são os investidores e os credores é chamada de ContabilidadeFi-
nanceira. Com a Revolução Industrial, ganhou importância uma relevan-
te ramificação que é a chamada Contabilidade de Custos e, no século XX, 
houve o surgimento da Contabilidade Gerencial, também chamada Gestão 
de Custos, voltada para o público interno. A seguir um breve resumo históri-
co dessa evolução.
Da contabilidade financeira à 
contabilidade de custos
A contabilidade financeira (societária) teve seu desenvolvimento na Era 
Mercantilista, naquela época, a predominância era a atividade comercial, a 
única preocupação com os custos era verificar quanto se pagou pela mer-
cadoria (estoque) e consequentemente qual seria o valor de venda que, na 
maioria das vezes, era calculado simplesmente aplicando um percentual em 
cima do valor de compra.
A equação para se chegar ao custo da mercadoria vendida era muito sim-
ples, aplicava-se o seguinte cálculo: Custo da Mercadoria Vendida (CMV) = 
Estoque inicial (Ei) + Compras (C) – Estoque final (Ef ), ou seja:
CMV = Ei + C – Ef
11
12
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Até hoje, algumas empresas de pequeno e médio porte que se dedicam 
apenas à atividade comercial utilizam-se dessa fórmula. É muito comum ou-
virmos o termo: “fechado para balanço” ou “fechado para inventário”, isso 
quer dizer que a empresa está fazendo a contagem física do estoque, ou 
seja, está apurando o estoque final para poder aplicar a fórmula.
Assim, se a empresa no final do ano anterior tinha um estoque de 
R$10.000,00; efetuou compras durante o ano no valor de R$5.000,00 e seu 
estoque final é de R$8.000,00 teremos:
CMV = 10.000 + 5.000 – 8.000
CMV = 7.000
Dessa forma, no Balanço Patrimonial constará: Estoque = R$8.000,00 e na 
Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) constará: CMV = R$7.000,00.
Com o início da Revolução Industrial (século XVIII) começou a ganhar im-
portância a chamada contabilidade de custos, pois, a partir daí, não bastava 
calcular apenas a variação, de um período para outro, do estoque da merca-
doria vendida, era preciso calcular o custo de fabricação do produto, que é 
composto por consumo de matéria-prima, materiais de consumo, mão de 
obra, horas de máquinas e equipamentos (depreciação) etc., ou seja, para 
fabricação de um bem ou serviço há consumo de recursos: materiais, físi-
cos, humanos, tecnológicos e ambientais. Portanto, foi uma época de muito 
desenvolvimento da contabilidade de custos, mas ainda assim, era utiliza-
da apenas para fins de melhor mensuração dos custos com a finalidade de 
apurar o resultado do exercício, gerando melhores informações para que a 
contabilidade financeira pudesse mensurar melhor o valor patrimonial das 
entidades.
Da contabilidade de custos à gestão de custos 
(contabilidade gerencial)
A contabilidade de custos era bastante operacional, seu objetivo era, sim-
plesmente, calcular o custo da produção. O grande salto em termos de quali-
dade das informações aconteceu no século XX e mais especialmente nas suas 
últimas três décadas (anos 1970, 1980 e 1990) com o surgimento da chama-
da contabilidade gerencial ou gestão de custos, nesse período a contabili-
dade de custos deixou de ser tratada apenas como suporte para a contabi- 
lidade financeira e passou a ser vista com enfoque gerencial.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
13
O período entre o final da década de 1960 e início da década de 1970 foi 
marcado por relevantes fatos que geraram uma grande crise econômica no 
país. Os principais fatores foram:
Surgimento do grande déficit � público brasileiro, entre os fatores causa-
dores desse déficit se destacam: o início dos pagamentos das aposen-
tadorias com falta de planejamento por parte dos órgãos governamen-
tais, pagamento de muitos financiamentos efetuados para construção 
de Brasília, muitos deles tiveram carência de dez anos e começaram a 
vencer no início dos anos 1970. Com isso, o governo aumentou a emis-
são de moeda, gerando, também, aumento da inflação.
Abertura de crédito direto ao consumidor pelas grandes lojas de de- �
partamento, isso ocasionou a quebra de pequenos comerciantes que 
não tinham capital de giro para conceder créditos, portanto, deixaram 
de vender e quebraram.
Aumento significativo do barril de petróleo, que chegou a subir de �
US$8,00 a US$30,00. Como o Brasil é um país com grandes dimensões 
geográficas e o transporte se concentra em rodovias, houve aumen-
to do custo do frete que, certamente, foi repassado para os produtos, 
contribuindo muito para o processo inflacionário. Naquela época o 
Brasil importava quase 70% do petróleo consumido.
Em função disso, as empresas se viram obrigadas a uma maior otimização 
dos seus resultados como meio de sobrevivência, pois os clientes, afetados 
pela crise, começaram a se empenhar mais em negociação de preços, nessa 
época as atividades de compras passaram a se concentrar num setor único, 
nascendo os chamados “Departamento de Compras ou Departamento de 
Suprimentos”, aumentando o grau de dificuldades para se executar uma boa 
venda, gerando, inclusive, calorosas negociações entre compradores e ven-
dedores, fato que se repete até os dias atuais.
Com esse aumento de competitividade, as empresas se viram obriga-
das a buscar respostas para questionamentos como: meu preço de venda é 
R$100,00, mas o cliente está pressionando, pois há concorrentes vendendo 
por R$80,00, qual é o custo real dos meus produtos? Será que também pode-
mos vender por R$80,00? Com isso, quantas unidades teremos que vender a 
mais para termos o mesmo lucro?
Assim nasceu a gestão de custos, com o objetivo de fornecer respostas 
a questionamentos como esses. Para isso, utiliza-se dos dados gerados pela 
14
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
contabilidade de custos dando-lhes um formato mais gerencial, transfor-
mando-os em informações que possam auxiliar o processo decisório.
Dessa forma, a contabilidade de custos, que na Era Mercantilista somente 
calculava o custo da variação do estoque, ganhou maior importância com a 
Revolução Industrial e nos dias de hoje é uma atividade primordial para as 
empresas, não só as comerciais e industriais, mas acima de tudo para as pres-
tadoras de serviços, onde nem sempre os processos são bem delimitados 
como na indústria.
No enfoque gerencial, a contabilidade de custos é estudada com a uti-
lização de termos como: gestão de custos, administração de custos, custos 
para tomada de decisões e outros, ficando o termo “contabilidade” como a 
parte operacional desse processo. Nesse nosso estudo utilizaremos o termo 
“gestão de custos”.
Terminologias aplicadas à gestão de custos
Tão importante quanto uma estratégia bem definida de comercialização e 
elaboração do preço de venda, são as análises dos componentes que afetam 
os custos e, consequentemente, os resultados de uma empresa. Por isso, é 
importante entender os conceitos e termos aplicados à gestão de custos.
Conceitos básicos
Investimento
Significa a aquisição de um bem que normalmente é utilizado por 
longos períodos na produção ou manutenção das atividades da empresa. 
Exemplos:
Bens do ativo imobilizado (veículos, imóveis, máquinas, equipamentos �
etc.).
Estoque de matéria-prima e de mercadoria para revenda. �
À medida que os bens do imobilizado são utilizados, sofrem perda do 
seu valor econômico. Essa perda do valor econômico será reconhecida como 
despesa ou custo, com o nome de depreciação.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
15
Quando as mercadorias estocadas são vendidas, são transferidas para a 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) com o nome de Custo das 
Mercadorias Vendidas (CMV).
Quando a matéria-prima e o material de consumo são requisitados para 
uso na produção incorporam o custo do produto, que depois de vendido 
será transferido para a DRE com o nome de Custo dos Produtos Vendidos 
(CPV).
Custos
São todos os gastos envolvidos na aquisição ou na fabricação de um pro-
duto ou serviço. São denominados custos dos produtos. Portanto, são todosos recursos consumidos no processo produtivo.
Despesas
São todos os bens ou serviços consumidos com o propósito de obtenção 
de receitas, incluindo as atividades de apoio. As despesas estão relaciona-
das com a administração e a comercialização. São denominadas despesas do 
período, uma vez que não se referem aos produtos, pois existem indepen-
dentemente da produção.
Comparação entre custo e despesa
Tabela 1
Custo Despesa
Salário do pessoal da produção. Salário do pessoal administrativo e de 
vendas.
Aluguel da unidade produtiva. Aluguel do escritório.
Prêmio sobre produção. Comissão sobre vendas.
Depreciação dos bens utilizados na produção. Depreciação dos bens utilizados na admi-
nistração e vendas.
Matéria-prima (sempre será custo). Gastos com propaganda (sempre serão 
despesa).
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
16
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Exercício de fixação
Classificar os eventos abaixo em: investimento, custo ou despesa.
Enunciado Resposta
Compra à vista de matéria-prima para estoque. Investimento
Requisição de matéria-prima para utilização. Custo
Compra de equipamento para o setor administrativo. Investimento
Depreciação do equipamento comprado no item anterior. Despesa
Compra de uma máquina para a linha de produção. Investimento
Depreciação da máquina comprada no item anterior. Custo
Salário dos funcionários da produção. Custo
Salário dos funcionários administrativos. Despesa
Salário e comissão dos vendedores. Despesa
Depreciação do escritório onde funcionam os setores administrativos. Despesa
A gestão dos custos e 
os princípios da contabilidade
Para uma adequada forma de se calcular os custos de um produto ou ser-
viço são necessários que todos os custos de produção estejam apurados de 
acordo com o consumo real. Por exemplo: suponhamos que uma empresa 
adquiriu no mês 3 000kg de matéria-prima pelo valor unitário de R$5,00 o kg, 
perfazendo o total de R$15.000,00 (3 000kg . R$5,00). Nesse mês específico 
fabricou e vendeu 100 unidades e, para isso, consumiu 1 000kg de matéria-
-prima. Não se pode atribuir às 100 unidades produzidas e vendidas o valor 
integral de R$15.000,00, pois esse valor se refere a 3 000kg de matéria-prima 
e o consumo foi de apenas 1 000kg. Dessa forma, o registro deve ser da se-
guinte forma:
DRE – Custo do produto vendido: 1 000 kg . R$5,00 = R$5.000,00
Ativo – Estoque de matéria-prima: 2 000 kg . R$5,00 = R$10.000,00
Portanto, para apuração do resultado do mês será confrontada a receita 
de venda das 100 unidades com o seu real custo de produção de R$5.000,00 
(nesse caso, para facilitar o entendimento, estamos considerando que houve 
apenas custo com matéria-prima).
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
17
Essa forma de registro confrontando o custo efetivo das unidades vendi-
das com a sua respectiva receita, dá-se em obediência ao chamado princípio 
da competência, cujo entendimento será apresentado a seguir.
Princípios da contabilidade
Com o objetivo de se estabelecer uma harmonização das informações 
contábeis das empresas, evitando que cada uma faça os registros da forma 
que melhor lhe convier, os órgãos oficiais, tanto do Brasil como internacio-
nais, estabeleceram padrões para se elaborar a contabilidade das empresas, 
a esses padrões, no Brasil, dá-se o nome de princípios de contabilidade.
Esses princípios representam um conjunto de conceitos, normas e pro-
cedimentos desenvolvidos pela teoria contábil e utilizados como elementos 
disciplinadores na escrituração de eventos e transações, e na elaboração de 
demonstrações financeiras.
Tendo em vista a natural evolução da Ciência Contábil nos últimos anos, 
o Conselho Federal de Contabilidade aprovou em 29/12/1993 a Resolução 
750/93, que deu novo enfoque e redação aos princípios de contabilidade. 
Posteriormente, em 2010 foi publicada a Resolução CFC 1.282/2010 que atu-
alizou os princípios de contabilidade1.
É importante observar o que diz os parágrafos 1.º e 2.º do Artigo 1.º da 
Resolução 750/93.
Art. 1.º (...)
§ 1.º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exer-
cício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasilei-
ras de Contabilidade (NBC).
§ 2.º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas 
e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
Princípios de contabilidade no Brasil
Entidade; �
Continuidade; �
1 Com a Resolução CFC 
1.282/2010 a denomina-
ção passou de Princípios 
Fundamentais de Conta-
bilidade para Princípios 
de Contabilidade. Essa re-
solução alterou a redação 
de diversos artigos da Re-
solução 750/93 e excluiu 
o princípio da atualização 
monetária.
18
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Oportunidade; �
Registro pelo valor original; �
Competência; �
Prudência. �
Para gestão de custos o mais relevante é o princípio da competência, por 
isso, será dada ênfase a ele.2
Princípio da Competência
O Art. 9.º da Res. 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade alterado 
pela Resolução CFC 1.282/2010, menciona que “ O Princípio da Competência 
determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconheci-
dos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou 
pagamento”.
Assim, as receitas, os custos e as despesas serão sempre reconhecidos se-
gundo o fato gerador e não segundo o fluxo de recursos financeiros, ou seja, 
não importa se houve entrada ou saída de dinheiro, o fato aconteceu e deve 
ser contabilizado.
Exemplo
Supondo que a Cia. Competência tenha sido constituída em 1.° de janeiro 
com capital inicial igual a zero (apenas para ilustrar) e que durante o mês de 
janeiro ocorreram as seguintes transações:
Compra a prazo de mercadorias por R$30.000,00.1. 
Venda a prazo de 100% do estoque de mercadorias por R$80.000,00.2. 
Contabilização da folha de pagamento de salários no valor de 3. 
R$12.000,00 que será pago no dia 5 de fevereiro.
Contabilização do 13.4. o salário referente ao mês de janeiro na proporção 
de 1/12 sobre a folha de pagamento: R$12.000,00 . 1/12 = R$1.000,00.
2 Os interessados pelo 
tema poderão consultar as 
bibliografias relacionadas 
à Teoria da Contabilidade. 
Como sugestão: IUDÍCI-
BUS, Sérgio de. Teoria da 
Contabilidade. 10. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
19
Balanço e DRE em 31/01/X1
Ativo Inicial (R$) Item 1 (R$) Item 2 (R$) Item 3 (R$) Item 4 (R$)
Caixa e bancos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Estoque 30.000,00 0,00 0,00 0,00
Clientes 80.000,00 80.000,00 80.000,00
Total do Ativo 0,00 30.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00
Passivo Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4
Exigibilidades 0,00 30.000,00 30.000,00 42.000,00 43.000,00
Fornecedores 30.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00
Salários a pagar 12.000,00 12.000,00
Provisão 13.o salário 1.000,00
Patrimônio Líquido 0,00 0,00 50.000,00 38.000,00 37.000,00
Capital Social 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Lucros Acumulados 50.000,00 38.000,00 37.000,00
Total Passivo + PL 0,00 30.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00
DRE Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4
Receita de Vendas 80.000,00 80.000,00 80.000,00
CMV (30.000,00) (30.000,00) (30.000,00)
Despesas com salário (12.000,00) (12.000,00)
Despesas c/13.o salário ( 1.000,00)
Lucro 50.000,00 38.000,00 37.000,00
Observa-se no exemplo apresentado que embora a empresa tenha exe-
cutado quatro transações no período, obtendo um lucro de R$37.000,00, seu 
caixa não se alterou, pois sua compra de mercadorias e sua respectiva venda 
foram a prazo e também suas despesas com salário e com 13.o salário ainda 
não foram pagas.
Esse exemplo deixa bem clara a diferença entre o chamado “regime de 
caixa” e o de “competência”, pois mesmo não tendo movimentação financei-
ra as transações foram registradas normalmente. Se a empresa efetuasse sua 
contabilidade de acordo com a movimentação financeira (regime de caixa) 
não teria contabilizado nada em janeiro, pois não houve entradas nemsaídas 
de recursos financeiros nesse período.
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
20
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Com isso, pode-se concluir que todas as transações devem ser registradas 
de acordo com sua ocorrência (fato gerador) e não simplesmente com seu 
pagamento e/ou recebimento (fato financeiro).
Comportamento, classificação e 
terminologias aplicadas à gestão de custos
Comportamento dos custos e despesas
O comportamento está relacionado à variação dos elementos de custos e 
despesas em relação ao nível de atividades, ou seja, como um determinado gasto 
se comporta em relação às variações no volume de produção e/ou de venda.
Um gasto pode se comportar de forma estável em relação ao volume de 
produção ou vendas, ou seja, não sofre alterações relevantes em função do 
nível de atividades, a esses gastos dá-se o nome de custos e despesas fixos. 
Mas, pode ter um comportamento que acompanha o nível de atividades, 
ou seja, aumenta ou diminui proporcionalmente ao volume. Se o nível de 
atividades reduzir, esses gastos diminuem e, se aumentar, os gastos também 
aumentam, por isso, são chamados de custos e despesas variáveis.
Custos e despesas fixos
São aqueles cujo total permanece constante, independentemente de va-
riações no nível de atividade, dentro da capacidade instalada. Podem sofrer 
alterações em função do aumento de preços dos seus elementos, mas não 
em função do volume de produção e venda.
Exemplo de custos e despesas fixos
Aluguel; �
Energia elétrica (iluminação); �
Água e telefone; �
Salários e encargos. �
Por exemplo: se determinado funcionário tem um salário de R$1.000,00, 
independente da quantidade produzida ou, até mesmo, se nada produziu, 
terá direito de receber seu salário no final do mês.
CF
R$
q
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
21
O mesmo pode ser entendido pelo aluguel, não importa se houve produ-
ção ou não, se houve venda ou não, o aluguel terá que ser pago da mesma 
forma, pois o proprietário do imóvel não tem absolutamente nada a ver com 
o volume de atividades da empresa.
Por isso, os custos e despesas fixos podem ser entendidos da seguinte 
forma:
É a capacidade disponibilizada de recursos para serem utilizados na 
produção independente da ocorrência dela, ou seja, independente se 
houve produção ou não.
Custos e despesas variáveis
São aqueles cujo total varia de forma diretamente proporcional às altera-
ções nos volumes de produção e venda. Portanto, alteram-se em relação ao 
nível de atividades.
Exemplos de custos e despesas variáveis
Matéria-prima; �
Material de consumo; �
Comissão, prêmio por produção. �
Exemplo 1
Supondo que a empresa gasta R$10,00 de matéria-prima por unidade 
produzida, se não produzir nada não haverá consumo de matéria-prima, mas 
se produzir uma unidade terá um custo variável de R$10,00; duas unidades = 
R$20,00; três unidades = R$30,00 e assim por diante.
Se uma empresa tiver a seguinte composição de custos e despesas:
Salário mensal R$1.000,00
Aluguel mensal R$2.000,00
Matéria-prima por unidade R$10,00
Comissão sobre vendas 5%
Preço de venda por unidade R$30,00
Quantidade produzida e vendida no mês 200 unidades
CV
R$
q
22
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
DRE – Demonstração de Resultado do Exercício
Receita bruta de vendas 200 unid . R$30,00 = R$6.000,00
(–) Custos e despesas variáveis
Matéria-prima
Comissão 5%
200 unid . R$10,00 =
R$6.000,00 . 5% =
(R$2.000,00)
(R$300,00)
(=) Contribuição marginal R$3.700,00
(–) Custos e despesas fixos
Salário
Aluguel
(R$1.000,00)
(R$2.000,00)
(=) Lucro operacional R$700,00
Se a quantidade produzida e vendida passar de 200 para 240 unidades 
e, supondo que a empresa tenha capacidade instalada para produzir essa 
quantidade, sendo assim, haverá alteração nos valores da receita, dos custos 
com matéria-prima e comissão, mas os custos com salário e aluguel se man-
terão estáveis, portanto o resultado ficará da seguinte forma:
DRE – Demonstração de Resultado do Exercício: considerando 240 
unidades
Receita bruta de vendas 240 unid . R$30,00 = R$7.200,00
(–) Custos e despesas variáveis
Matéria-prima
Comissão 5%
240 unid . R$10,00 =
R$7.200,00 . 5% =
(R$2.400,00)
(R$360,00)
(=) Contribuição marginal R$4.440,00
(–) Custos e despesas fixos
Salário
Aluguel
(R$1.000,00)
(R$2.000,00)
(=) Lucro operacional R$1.440,00
Portanto, houve um aumento de 20% no volume de vendas e o lucro 
teve um crescimento de quase 106%, ou seja, mais que dobrou, passando 
de R$700,00 para R$1.440,00. Isso porque os custos e despesas fixos se man-
tiveram estáveis.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
23
Exemplo 2: cálculo do custo unitário
Supondo que a Cia. Delta tenha os seguintes custos na área produtiva:
Custo fixo mensal R$15.000,00
Custo variável por unidade produzida R$4,00
Mês 1: no primeiro mês a empresa produziu 5 000 unidades.
Custos e despesas fixos R$15.000,00
Custos e despesas variáveis: 5 000 unid . R$4,00 = R$20.000,00
Custo total de produção R$35.000,00
Para obtermos o custo unitário de cada unidade produzida, basta dividir-
mos esse resultado pelo número total de unidades produzidas:
Custo unitário = R$35.000,00
5 000 unid.
 = R$7,00
Mês 2: no segundo mês a empresa produziu 6 000 unidades, 1 000 a mais 
que no mês anterior.
Custos e despesas fixos R$15.000,00
Custos e despesas variáveis: 6 000 unid . R$4,00 = R$24.000,00
Custo total de produção R$39.000,00
Custo unitário = R$39.000,00
6 000 unid.
 = R$6,50
Comparação:
Custo fixo Custo variável Custo total
Quantidade 
produzida
Custo 
unitário
Mês 1 R$15.000,00 R$20.000,00 R$35.000,00 5 000 R$7,00
Mês 2 R$15.000,00 R$24.000,00 R$39.000,00 6 000 R$6,50
Nota-se, portanto, que o custo unitário reduziu de R$7,00 para R$6,50, 
isso ocorreu porque os custos e despesas fixos totais acabaram diluídos, no 
mês 2, por 1 000 unidades a mais. Dessa forma, quanto maior a quantidade 
produzida pela empresa, mais competitiva ela se torna, pois menor será o 
seu custo unitário.
24
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Exercício de fixação
Classificar os eventos a seguir em custo e despesa e também conforme o 
seu comportamento: fixo ou variável.
Enunciado Conceito Comportamento
Salário dos funcionários da produção. Custo Fixo
Matéria-prima. Custo Variável
Salário dos funcionários administrativos. Despesa Fixa
Comissão paga aos vendedores. Despesa Variável
Energia elétrica que ilumina a unidade fabril. Custo Fixo
Energia elétrica que movimenta as máquinas da 
produção.
Custo Variável
Água, energia e telefone do escritório administra-
tivo e comercial.
Despesa Fixa
Filme de raio X para um laboratório de radiologia. Custo Variável
Hora-extra dos funcionários da produção. Custo Fixo
Classificação dos custos
Além do comportamento dos custos: fixos ou variáveis, outra importante 
diferenciação diz respeito à classificação dos custos que está vinculada à re-
lação existente entre um elemento de custo e o objeto de custeio.
Objeto de custeio pode ser um produto, uma família de produto, uma 
unidade de negócios etc., ou seja, aquilo que se deseja calcular o custo de 
acordo com a necessidade dos gestores em analisar os resultados.
Um custo pode ser classificado como direto ou indireto, conforme a 
seguir.
Custo direto
É aquele que está diretamente relacionado com o produto (bem ou servi-
ço), não há necessidade de fazer rateio.
Para o comércio, custo direto será o valor pago pela mercadoria, para a 
indústria e prestação de serviço serão os custos que podem ser plenamente 
identificados com o produto ou serviço.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
25
Exemplos:
Mão de obra direta – salário dos funcionários da produção; �
Material direto – matéria-prima. �
Custo indireto
É aquele que está relacionado com o bem ou serviço, mas de forma in-
direta. São os chamados “custos comuns”, ou seja, referem-se a mais de um 
objeto de custeio. Para serem apropriados precisam ser rateados.Exemplos:
Mão de obra indireta – salário de supervisores; �
Material indireto – materiais de consumo; �
Aluguel; �
Departamento de manutenção. �
Exemplo de apropriação dos custos diretos e indiretos
Suponhamos que uma fábrica de móveis produz 200 mesas e 300 armá-
rios por mês. Os dois produtos são fabricados na mesma unidade e contam 
com a seguinte composição de custos:
Custos diretos
Madeira: R$100,00 o m², sendo que cada mesa consome 1,2m² de ma- �
deira e cada armário 1,6m².
Salários dos funcionários que trabalham somente com a produção das �
mesas: R$11.000,00.
Salários dos funcionários que trabalham somente com a produção dos �
armários: R$14.000,00.
Custos indiretos
Cola: R$6.000,00 para toda produção do mês. É rateada proporcional- �
mente à quantidade de madeira consumida por cada produto.
26
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Salários dos supervisores que atuam nas duas linhas de produção: �
R$5.000,00. São rateados para os dois produtos proporcional ao salário 
direto de cada um.
Aluguel: R$3.000,00 por mês, sendo rateado proporcional à quantida- �
de produzida.
Cálculo dos custos indiretos
Cola – R$6.000,00 � : proporcional à quantidade de madeira.
Cálculo da quantidade de 
madeira
Qtd. de 
madeira % para cada produto
Mesa 200 unidades . 1,2m² = 240m² 240 / 720 = 33,33%
Armário 300 unidades . 1,6m² = 480m² 480 / 720 = 66,67%
 Total = 720m²
Mesa: R$6.000,00 . 33,33% = R$2.000,00
Armário: R$6.000,00 . 66,67% = R$4.000,00
Supervisores – R$5.000,00 � : proporcional à mão de obra direta.
Mão de obra direta % para cada produto
Mesa R$11.000,00 R$11.000,00 / R$25.000,00 = 44%
Armário R$14.000,00 R$14.000,00 / R$25.000,00 = 56%
Total R$25.000,00
Mesa: R$5.000,00 . 44% = R$2.200,00
Armário: R$5.000,00 . 56% = R$2.800,00
Aluguel – R$3.000,00 � : proporcional à quantidade produzida.
Quantidade produzida % para cada produto
Mesa 200 200 / 500 = 40%
Armário 300 300 / 500 = 60%
Total 500
Mesa: R$3.000,00 . 40% = R$1.200,00
Armário: R$3.000,00 . 60% = R$1.800,00
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
27
Custo total de cada produto
Mesa Armário Total
Custo direto
Material
Mão de obra
R$24.000,00
R$11.000,00
R$48.000,00
R$14.000,00
R$72.000,00
R$25.000,00
Total do custo direto R$35.000,00 R$62.000,00 R$97.000,00
Custo indireto
Material (cola)
Supervisores
Aluguel
R$2.000,00
R$2.200,00
R$1.200,00
R$4.000,00
R$2.800,00
R$1.800,00
R$6.000,00
R$5.000,00
R$3.000,00
Total do custo indireto R$5.400,00 R$8.600,00 R$14.000,00
Custo total R$40.400,00 R$70.600,00 R$111.000,00
Quantidade produzida 200 300
Custo unitário R$202,00 R$235,33
Outra questão importante nessa classificação entre direto e indireto é 
que determinado gasto pode ser considerado direto até um determinado 
ponto de análise e indireto à medida que vai-se expandindo a forma de ana-
lisar. Exemplo:
Suponhamos que uma escola possua cursos de graduação e pós-graduação 
e deseja calcular o resultado de cada uma das duas unidades de negócios.
A remuneração paga aos professores e o material didático são custos 
diretos de cada uma das duas unidades de negócios, além disso, cada uma 
das áreas (graduação e pós-graduação) tem um coordenador que também é 
custo direto. Mas, a escola decidiu expandir a análise chegando ao resultado 
de cada curso, para isso, foi necessário ratear o valor da remuneração do co-
ordenador da graduação para os seus respectivos cursos, da mesma forma, 
deverá ratear o valor da remuneração do coordenador da pós-graduação 
também para os seus respectivos cursos.
Apenas para exemplificar, supondo que além dos custos mencionados 
há também o aluguel, energia elétrica e água do prédio onde funcionam as 
duas unidades de negócios com seus respectivos cursos, teremos:
28
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Análise das unidades de negócios
Custo direto: professores, material didático e coordenadores.
Custo indireto: aluguel, energia elétrica e água.
Análise dos cursos
Custo direto: professores e material didático.
Custo indireto: aluguel, energia elétrica, água e coordenadores.
Portanto, os coordenadores que são custos diretos ao se analisar apenas 
as duas unidades de negócios, passam a ser custos indiretos em relação aos 
cursos.
Classificações complementares
Além do comportamento, fixo e variável e também da classificação, direto 
e indireto, existem outras terminologias que são utilizadas em complemento 
às citadas.
Custo evitável
“É aquele que pode ser eliminado no todo em parte pela escolha de uma al-
ternativa em detrimento de outra” (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007, p. 494).
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus estará evitan-
do o custo com o combustível do seu carro.
Custo inevitável
“É um custo que já foi incorrido e não pode mais ser evitado” (GARRISON; 
NOREEN; BREWER, 2007, p. 494), ou seja, é aquele que permanece indepen-
dente da decisão a ser tomada, também chamado de custo irrecuperável.
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus estará evi-
tando o custo com o combustível do seu carro, mas não estará evitando o 
custo com depreciação do seu carro. Portanto, a depreciação é inevitável ou 
irrecuperável.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
29
Custo diferencial ou incremental
“É a diferença entre os custos de duas alternativas quaisquer” (GARRISON; 
NOREEN; BREWER, 2007, p. 40). Normalmente são chamados de custos margi-
nais, pois podem aumentar ou diminuir em função da alternativa escolhida.
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus ao invés do 
seu próprio carro, a diferença do preço da passagem e o custo com combus-
tível, pneu, manutenção e estacionamento é um custo diferencial.
Custo de oportunidade
“É o benefício em potencial que é sacrificado quando uma alternativa é es-
colhida em detrimento de outra” (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007, p. 41).
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus ao invés do 
seu próprio carro, poderá ter um custo menor, no entanto, poderá levar duas 
horas a mais pelo tempo de ir e vir de ônibus. O que se poderia fazer nessas 
duas horas é o custo de oportunidade.
Os autores Garrison, Noreen e Brewer (2007, p. 41) mencionam ainda o 
seguinte exemplo para custo de oportunidade:
Suponhamos que a Neiman Marcus esteja pensando em investir uma quantia elevada 
em terrenos nos quais construiria posteriormente uma nova loja. Em lugar de aplicar o 
dinheiro em terrenos, a empresa poderia investi-lo em títulos de baixo risco. Se os terrenos 
fossem comprados, o custo de oportunidade seria o rendimento do investimento em 
títulos, que teria sido obtido se fossem comprados em lugar dos terrenos.
Observação importante: os termos anteriores não são excludentes, mas 
sim complementares, por exemplo; depreciação das máquinas utilizadas na 
produção de um único produto:
Conceito � – custo porque se trata de um gasto com bens utilizados na 
produção.
Comportamento � – fixo porque, normalmente, é calculado conside-
rando uma taxa mensal independente da quantidade produzida.
Classificação � – direto porque a máquina é utilizada na produção de 
um único produto.
Classificação complementar � – inevitável, pois uma vez que se adqui-
riu a máquina, haverá a depreciação.
30
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Ampliando seus conhecimentos
(GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007)
Neste capítulo, examinamos algumas das maneiras pelas quais os adminis-
tradores classificam custos. O modo pelo qual os custos serão usados – para 
a elaboração de relatórios externos, predizer o comportamento de custos, 
alocar custos a objetos de custos, ou na tomada de decisões – determinará 
como eles são classificados.
Para fins de avaliação de estoques, e determinação de despesas para in-
clusão no balanço e na demonstração do resultado do exercício, os custos 
são classificados como custos de produto ou custos de período (despesas). Os 
custos de produto são alocados a estoques e são tratados comoativos até que 
os produtos sejam vendidos. No momento da venda, os custos de produto 
tornam-se custos de produtos vendidos na demonstração de resultado. Em 
contraste, e de acordo com as práticas contábeis usuais, baseadas no Regime 
de Competência, os custos de período são inseridos diretamente como des-
pesa na demonstração de resultado do período em que são incorridos.
Numa empresa comercial o custo do produto é aquilo que foi pago pela 
empresa pelas mercadorias adquiridas. Para elaboração de relatórios financei-
ros externos de uma empresa industrial, os custos de produto correspondem 
a todos os custos de produção. Nos dois tipos de empresa, os custos de venda 
e de administração são tratados como custos de período e lançados como 
despesas à medida que são incorridos.
Para fins de predição do comportamento de custos – como os custos reagi-
rão a variações do nível de atividade – os administradores comumente classi-
ficam os custos em duas categorias – variáveis e fixos. Os custos variáveis, em 
termos totais são estritamente proporcionais ao nível de atividade. O custo 
variável unitário é constante. Os custos fixos, em termos de valor total, não se 
alteram quando há variações do nível de atividade dentro da faixa relevante. 
O custo fixo médio por unidade cai com o aumento do número de unidades.
Para fins de alocação de custos aos objetos de custo, tais como produtos 
ou departamentos, os custos são classificados como diretos ou indiretos. Os 
custos diretos podem ser convenientemente associados a objetos de custo. 
Os custos indiretos não podem ser convenientemente associados a objetos 
de custo.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
31
Para a finalidade de tomada de decisões, os conceitos de custo e receita 
diferenciais, custo de oportunidade e custo irrecuperável são de importância 
vital. Custos e receitas diferenciais são os custos e receitas que diferem entre 
alternativas. Custo de oportunidade é benefício sacrificado quando uma alter-
nativa é selecionada em detrimento de outra. Custo irrecuperável é um custo 
incorrido no passado e que por isso não pode ser alterado. Os custos diferen-
ciais e os custos de oportunidade devem ser cuidadosamente considerados 
na tomada de decisões. Os custos irrecuperáveis são sempre irrelevantes na 
tomada de decisões, e devem ser ignorados.
Essas várias classificações de custos são maneiras diferentes de encarar 
os custos. Um custo específico, como o custo do queijo utilizado num taco 
servido na Taco Bell, poderia ser custo de produção, custo de produto, custo 
variável, custo direto e custo diferencial – tudo ao mesmo tempo. Podemos 
classificar a Taco Bell como uma empresa fabricante de alimentação rápida. O 
custo do queijo num taco seria considerado um custo de produção e, como 
tal, também seria um custo de produto. Além disso, o custo de queijo seria 
considerado variável em função dos números de tacos servidos, e seria um 
custo direto do fornecimento de tacos. Finalmente, o custo do queijo num 
taco seria considerado um custo diferencial de produzir e servir tacos.
Atividades de aplicação
1. Um equipamento adquirido para unidade de produção deve ser clas-
sificado como:
a) custo fixo.
b) custo variável.
c) investimento.
d) despesa.
2. Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as situações a seguir.
 Um gasto com propaganda deve ser registrado como despesa. )(
 Custos fixos são todos os gastos que, normalmente, são utilizados )(
por longos períodos na produção.
32
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
 O salário do pessoal da produção deve ser registrado como custo. )(
 Custo variável são os gastos que permanecem constantes )(
independente do volume de produção.
 Um veículo adquirido para uso do departamento administrativo )(
deve ser registrado como investimento.
3. Um escritório de advocacia presta serviços para diversos clientes, con-
siderando que os advogados conseguem anotar as horas gastas em 
cada processo, classifique os gastos abaixo em custos diretos (D) e in-
diretos (I) em relação a cada um dos processos defendidos pelo escri-
tório.
 Aluguel do escritório. )(
 Salário por hora de cada advogado. )(
 Gastos com pagamento das taxas para registros dos processos )(
nos cartórios.
 Salário mensal da secretária que auxilia a todos os advogados )(
do escritório.
4. Calcule o custo unitário dos produtos A e B, considerando os seguintes 
custos:
Custo direto Produto A Produto B
Matéria-prima R$13.000,00 R$7.000,00
Salário do pessoal da produção R$6.000,00 R$4.000,00
Custo Indireto
Salário dos supervisores: R$3.000,00 rateado proporcionalmente à mão 
de obra direta.
Aluguel: R$5.000,00 por mês rateado proporcionalmente à quantidade 
produzida, considerando que a empresa produz 700 unidades do produto A 
e 300 unidades do produto B.
5. Assinale a alternativa correta.
a) Custo de oportunidade também pode ser chamado de custo irre-
cuperável.
b) A depreciação é um exemplo clássico de custo evitável.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
33
c) Custo inevitável também pode ser chamado de custo marginal.
d) Custo incremental é o valor que se paga a mais ou a menos em 
função da escolha de uma alternativa em detrimento de outra.
6. Classifique os custos abaixo em fixo ou variável em função do seu 
comportamento.
a) Combustível para uma empresa de ônibus.
b) Aluguel da fábrica.
c) Pão e salsicha para um carrinho de cachorro quente.
d) Material didático distribuído aos alunos de uma escola.
e) Salário do pessoal da produção.
Gabarito
1. C
2. V, F, V, F, V
3. I, D, D, I
4.
Produto A Produto B
Custo direto
Matéria-prima R$13.000,00 R$7.000,00
Salário do pessoal da produção R$6.000,00 R$4.000,00
Total dos custos diretos R$19.000,00 R$11.000,00
Custo indireto *
Salário dos supervisores R$1.800,00 R$1.200,00
Aluguel R$3.500,00 R$1.500,00
Total dos custos indiretos R$5.300,00 R$2.700,00
Custo total: direto + indireto R$24.300,00 R$13.700,00
Quantidade produzida 700 unid. 300 unid.
Custo unitário R$34,71 R$45,67
34
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
 * Custo indireto:
 Salário dos supervisores: R$3.000,00 rateado proporcionalmente à mão 
de obra direta.
Total da mão de obra direta: R$10.000,00
Prod. A: R$6.000,00 / R$10.000,00 = 60% . R$3.000,00 = R$1.800,00
Prod. B: R$4.000,00 / R$10.000,00 = 40% . R$3.000,00 = R$1.200,00
 Aluguel: R$5.000,00 por mês rateado proporcionalmente à quantida-
de produzida, considerando que a empresa produz 700 unidades do 
produto A e 300 unidades do produto B.
Total da quantidade produzida: 1 000 unidades
Prod. A: 700 / 1 000 = 70% . R$5.000,00 = R$3.500,00
Prod. B: 300 / 1 000 = 30% . R$5.000,00 = R$1.500,00
5. D
6.
a) Variável
b) Fixo
c) Variável
d) Variável
e) Fixo
Método de Custeio por Absorção
Métodos de custeio
Método de custeio é a forma como os custos são tratados para se chegar 
ao custo total de fabricação e também para se calcular o custo unitário de 
um produto.
Um sistema de custos tem como principal objetivo transformar dados 
em informações, ou seja, todos os custos de produção, sejam eles diretos 
ou indiretos, fixos ou variáveis são registrados, portanto há uma entrada de 
dados, que após serem processados geram a informação final do custo total 
e/ou unitário.
Os métodos de custeio estão relacionados à etapa do “processamento”, 
pois a informação será gerada de acordo com o método que fora utilizado. 
Sendo assim, para os mesmos dados, teremos informações diferenciadas em 
função do método escolhido.
Entrada de dados
Custos diretos
Custos indiretos
(fixos e variáveis)
Métodos de 
custeio
Custo total de 
fabricação e custo 
unitário
Processamento Informações
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
Figura 1 – Esquema de um sistema de custos.
A adoção de um método de custeio tem que ser muito bem analisada. 
Cada empresa tem sua realidade, ou seja, forma de fabricação, qualidade de 
seus recursos humanos,culturas internas, necessidades diferenciadas de in-
formações e outros. Portanto, um método de custeio que deu certo numa 
empresa não quer dizer que, necessariamente, dará certo em outra.
Dessa forma, para que haja boas informações é necessário que haja qua-
lidade na entrada dos dados, por isso, deve haver muito comprometimento 
37
38
das pessoas que farão os apontamentos e os inputs. Essas pessoas devem 
estar devidamente treinadas e qualificadas para exercer essas atividades.
Outro ponto relevante é determinar o que deve ser controlado, pois se 
uma informação não irá contribuir para o processo de tomada de decisões é 
desnecessário consumir energias no seu controle, uma vez que não vai gerar 
benefícios.
Na escolha do método é necessário sempre levar em consideração que:
Uma informação não deve custar mais que seu benefício econômico, 
ou seja, que o benefício que ela gera.
Existem alguns métodos de custeio internacionalmente aplicados. A 
seguir, serão enfatizados os três métodos mais utilizados tanto no Brasil 
como na maioria dos países. Esses métodos são:
Custeio por Absorção; �
Custeio Variável (direto); �
Custeio ABC – Custeio Baseado em Atividades. �
Custeio por Absorção
Como o próprio nome menciona, as unidades produzidas absorvem todos 
os custos diretos e indiretos independente se seu comportamento é fixo ou 
variável.
Na maioria dos países, inclusive no Brasil, esse método é o oficial da con-
tabilidade financeira e fiscal.
No comércio o custo da mercadoria vendida é composto pelo valor pago 
pela mercadoria mais frete e seguro, menos os créditos de impostos. Na in-
dústria e na empresa de prestação de serviços todos os componentes re-
lacionados ao processo produtivo compõem o custo do bem ou do servi-
ço, como por exemplo: mão de obra, matéria-prima líquida dos créditos de 
impostos, depreciação dos equipamentos utilizados na produção, aluguel, 
água, luz, telefone etc., consumidos nos departamentos produtivos.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
39
Importante destacar que os produtos absorvem todos os custos, sendo 
que as despesas são consideradas do período, por isso, independente da pro-
dução elas são registradas diretamente no resultado (DRE). Assim, vale res-
saltar que nesse método apenas os custos são lançados para os produtos.
No final de cada período (mês ou ano) haverá alguns produtos que ainda 
não estarão acabados, ou seja, estarão em processo de fabricação, esses pro-
dutos são chamados de estoque de produtos em elaboração. Quando os pro-
dutos estiverem prontos para serem vendidos são chamados de estoque de 
produtos acabados.
Quando for vendido, será baixado da conta estoque de produtos acaba-
dos e lançado como custo do produto vendido na Demonstração do Resul-
tado do Exercício (DRE). A figura 2 mostra esse fluxo.
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
+
Custos variáveis
Estoque de produto 
em elaboração
Custos indiretos
Receita líquida
(–) Custos dos produtos vendidos
(=) Lucro bruto
(–) Despesas comerciais
(–) Despesas gerais e administrativas
(=) Lucro operacional
Estoque de produto 
acabado
Custos fixos diretos
Figura 2 – Fluxograma do Custeio por Absorção.
40
Nesse método, conforme mencionado, todos os custos serão apropriados 
para as unidades de produção, sendo assim, para se chegar ao custo unitário, 
somam-se todos os custos e no final divide-se pela quantidade produzida. O 
valor referente às unidades vendidas será transferido para a DRE e o corres-
pondente aos produtos em elaboração e acabados ficarão no Ativo, dentro 
da conta “Estoques”.
Exemplo de apropriação dos custos pelo Custeio 
por Absorção no setor industrial
Suponhamos uma empresa com o seguinte balanço inicial:
Balanço inicial – Cia. Industrial
 Ativo R$ Pat. Líquido R$
 Caixa 1.000,00 Capital 1.300,00
 Estoque de matéria-prima 100,00
 Equipamentos 200,00
 Total 1.300,00 Total 1.300,00
No período houve a seguinte movimentação:
Custos no período
Utilização de matéria-prima R$80,00 (Esse valor será baixado da 
conta “estoque de matéria-
-prima do balanço”.)
Mão de obra direta R$90,00
Custos indiretos de fabricação R$15,00 (Aluguel e taxas do depto. 
de produção.)
Depreciação R$20,00
Custos da produção R$205,00
Unidades acabadas 20,0
Unidades em fase de elaboração 0,5 (1 unid. com grau de acaba-
mento de 50%.)
Total de unidades produzidas 20,5
Custo unitário: R$205,00 / 20,5 unid. R$10,00
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
41
Resumo
Custo dos produtos em elaboração: 0,5 . R$10,00 = R$5,00
Produtos acabados estocados: 20 . R$10,00 = R$200,00
Custo total da produção R$205,00
Considerando que, até esse ponto, não houve vendas nem despesas, não 
haverá demonstração do resultado e todos os custos de produção serão re-
gistrados nas contas de “estoques”, conforme o balanço intermediário apre-
sentado após o fluxo de caixa.
Fluxo de caixa
Saldo inicial R$1.000,00
Pagamentos
Despesas com mão de obra R$(90,00)
Custos indiretos de fabricação R$(15,00)
Total de desembolsos R$(105,00)
 Saldo final R$895,00
Balanço intermediário – Cia. Industrial
Ativo R$ Pat. Líquido R$
Caixa 895,00 Capital 1.300,00
Estoque de matéria-prima 20,00
Estoque de produto em elaboração 5,00
Estoque de produtos acabados 200,00
Equipamentos 200,00
(–) Depreciação acumulada (20,00)
Total 1.300,00 Total 1.300,00
Nota-se que o total do Ativo não sofreu alteração, pois houve movimen-
tação de contas apenas dentro do Ativo, trocou-se caixa, matéria-prima e 
depreciação dos equipamentos por estoque de produtos em elaboração e 
acabados.
Considerando, agora, que houve vendas e também despesas no período, 
as demonstrações ficarão da seguinte forma:
42
Movimentação no final do período
Quantidade vendida no mês 15 unidades
Preço de venda R$12,00
Despesas administrativas R$20,00
Demonstrativos no final do período – DRE
 Receita de venda: 15 unid . R$12,00 = R$180,00
 (–) CPV: 15 unid . R$10,00 = R$(150,00)
 (=) Lucro bruto R$30,00
 (–) Despesas administrativas R$(20,00)
 (=) Resultado operacional R$10,00
Fluxo de caixa
Saldo inicial R$1.000,00
Pagamentos
Despesas com mão de obra R$(90,00)
Custos indiretos de fabricação R$(15,00)
Despesas administrativas R$(20,00)
Total de desembolsos R$(125,00)
Recebimentos
Receita de vendas R$180,00
Total de recebimentos R$180,00
Saldo final R$1.055,00
Balanço final – Cia. Industrial
Ativo R$ Pat. Líquido R$
Caixa 1.055,00 Capital 1.300,00
Estoque de matéria-prima 20,00 Lucros acumulados 10,00
Estoque de produto em elaboração 5,00
Estoque de produtos acabados 50,00
Equipamentos 200,00
Depreciação acumulada (20,00)
Total 1.310,00 Total 1.310,00
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
43
Resumo do custo total da produção
DRE – Custo dos produtos vendidos 15,0 unid . R$10,00 = R$150,00
Ativo – Estoque de produto em elaboração 0,5 unid . R$10,00 = R$5,00
Ativo – Estoque de produto acabado 5,0 unid . R$10,00 = R$50,00
Total R$205,00
Nota-se, portanto, que o Custeio por Absorção estoca custos fixos e in-
diretos, pois na composição do valor de R$205,00 há custos variáveis com 
matéria-prima, mas também custos indiretos e fixos como: mão de obra, alu-
guel, taxas e depreciação.
No exemplo apresentado, foi simples lançar os custos indiretos para as 
unidades de produção, pois a empresa trabalha somente com um produto, 
mas quando há diversos produtos ou serviços, de acordo com o Custeio por 
Absorção, haverá a necessidade de ratear esses custos para os diversos pro-
dutos, em função disso será preciso instituir os critérios para estabelecer os 
rateios.
Critérios de rateio dos custos indiretos
Quando a empresa produz mais de um produto ou serviço há uma difi-
culdade para se alocar os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) aos produtos, 
pois esses custos são consumidos pelos produtos de forma indireta, sendo 
muito difícil, às vezes impossível, sua mensuração correta. Assim, os CIFssão 
alocados através de rateio, cujos critérios são definidos pela empresa.
O grande problema disso é que todo critério de rateio, por melhor que 
seja a intenção, haverá uma boa parcela de subjetividade na sua aplicação. 
Por exemplo, é muito comum ratear os gastos com propaganda e publici-
dade proporcional à receita de vendas de cada produto, no entanto, a re-
ceita de um produto pode ser maior, não porque houve a propaganda, mas 
porque esse produto é vendido por um valor mais alto que os demais, ou 
o seu mercado é maior, por isso, consegue um volume maior de vendas. 
Outro exemplo: é muito comum ratear os gastos com aluguel do almoxari-
fado proporcional à quantidade produzida, mas pode ser que um determi-
nado produto tenha alto volume de produção, mas não fica estocado, pois 
é produzido sob encomenda e, ao ficar pronto, imediatamente é entregue 
aos clientes, portanto, utilizou muito pouco o espaço do almoxarifado, mas 
44
foi atribuído a ele alto custo do aluguel em função do critério, nesse caso, 
volume de produção.
Em função da subjetividade, todo critério de rateio pode ser questiona-
do, por isso, nos dias atuais, para fins gerenciais, tem-se criticado muito sua 
aplicação.
Obrigatoriedade do rateio
Como o Custeio por Absorção é o método exigido pela legislação socie-
tária e fiscal, para se apurar o custo unitário com o objetivo de se valorar o 
estoque, os custos indiretos necessitam ser rateados. Mas, vale destacar que 
essa obrigatoriedade é apenas para fins legais.
A seguir um exemplo de como fazer o rateio.
Supondo que determinada empresa produza na mesma unidade indus-
trial dois produtos, ela tem um Custo Indireto de Fabricação, também cha-
mado de Gastos Gerais de Fabricação (GGF), no valor de R$78.000,00 que 
será rateado para os dois produtos.
Entendendo a tabela 1 com a composição dos custos
Os itens 1 e 2 são os custos diretos com material e mão de obra, por-a) 
tanto não se trata de rateio e sim apropriação direta.
Os itens 3 a 10 são os custos indiretos que são rateados conforme os b) 
critérios descritos na terceira coluna, por exemplo, quando menciona 
que o material indireto teve como base para seu critério de rateio o 
item1, significa que o material direto foi utilizado como base para rate-
ar o material indireto.
Para fazer o rateio parte-se do valor total de cada rubrica para se che-c) 
gar aos valores atribuídos a cada um dos produtos, por exemplo:
Item 3 – rateio do material indireto � : valor total R$10.000,00 rate-
ado proporcional ao material direto (item1).
 Material direto
 Produto A: R$40.000,00 / R$100.000,00 = 40%
 Produto B: R$60.000,00 / R$100.000,00 = 60%
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
45
 Então:
 Material indireto
 Produto A: R$10.000,00 . 40% = R$4.000,00
 Produto B: R$10.000,00 . 60% = R$6.000,00
Item 4 – rateio da supervisão � : valor total R$20.000,00 rateado pro-
porcional à mão de obra direta (item 2).
 Mão de obra direta
 Produto A: R$18.000,00 / R$60.000,00 = 30%
 Produto B: R$42.000,00 / R$60.000,00 = 70%
 Então:
 Mão de obra indireta
 Produto A: R$20.000,00 . 30% = R$6.000,00
 Produto B: R$20.000,00 . 70% = R$14.000,00
Item 5 – rateio do aluguel da fábrica � : valor total R$5.000,00 ratea-
do proporcional à área ocupada (item13).
 Área ocupada – m²
 Produto A: 120m² / 200m² = 60%
 Produto B: 80m² / 200m² = 40%
 Então:
 Aluguel
 Produto A: R$5.000,00 . 60% = R$3.000,00
 Produto B: R$5.000,00 . 40% = R$2.000,00
Item 6 – rateio das depreciações � : valor total R$8.000,00 rateado 
proporcional ao tempo de utilização das máquinas (item11).
 Tempo de utilização das máquinas (h)
 Produto A: 70h / 200h = 35%
46
 Produto B: 130h / 200h = 65%
 Então:
 Depreciações
 Produto A: R$8.000,00 . 35% = R$2.800,00
 Produto B: R$8.000,00 . 65% = R$5.200,00
Item 7 – rateio do transporte com pessoal � : valor total R$6.000,00 
rateado proporcional à quantidade de funcionários diretos (item 14).
 Quantidade de funcionários diretos
 Produto A: 40 / 100 = 40%
 Produto B: 60 / 100 = 60%
 Então:
 Transporte de pessoal
 Produto A: R$6.000,00 . 40% = R$2.400,00
 Produto B: R$6.000,00 . 60% = R$3.600,00 
Item 8 – rateio da energia das máquinas � : valor total R$10.000,00 
rateado proporcional à potência das máquinas (item 12).
 Potência das máquinas
 Produto A: 1 200 / 2 000 = 60%
 Produto B: 800 / 2 000 = 40%
 Então:
 Energia das máquinas
 Produto A: R$10.000,00 . 60% = R$6.000,00
 Produto B: R$10.000,00 . 40% = R$4.000,00
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
47
Item 9 – rateio da iluminação (energia) da fábrica � : valor total 
R$4.000,00 rateado proporcional à área ocupada (item 13).
 Área ocupada (m²)
 Produto A: 120m² / 200m² = 60%
 Produto B: 80m² / 200m² = 40%
 Então:
 Iluminação (energia) da fábrica
 Produto A: R$4.000,00 . 60% = R$2.400,00
 Produto B: R$4.000,00 . 40% = R$1.600,00 
Item 10 – rateio dos outros custos indiretos � : valor total R$15.000,00 
rateado proporcional à quantidade produzida (item 14).
 Quantidade produzida
 Produto A: 4 000 unid. / 12 000 unid. = 33,33%
 Produto B: 8 000 unid. / 12 000 unid. = 66,67%
 Então:
 Outros CIFs
 Produto A: R$15.000,00 . 33,33% = R$5.000,00
 Produto B: R$15.000,00 . 66,67% = R$10.000,00
48
Tabela 1 – Custos rateados
Item Dados
Item utilizado 
como base para o 
critério de rateio
Prod. A
R$
Prod. B
R$
Total
R$
1 Material direto 40.000,00 60.000,00 100.000,00
2 Mão de obra direta 18.000,00 42.000,00 60.000,00
Total dos custos diretos 58.000,00 102.000,00 160.000,00
Custos indiretos de fabricação
3 Material indireto 1 4.000,00 6.000,00 10.000,00
4 Supervisão 2 6.000,00 14.000,00 20.000,00
5 Aluguel da fábrica 13 3.000,00 2.000,00 5.000,00
6 Depreciações 11 2.800,00 5.200,00 8.000,00
7 Transporte de pessoal 14 2.400,00 3.600,00 6.000,00
8 Energia das máquinas 12 6.000,00 4.000,00 10.000,00
9 Iluminação (energia) da fábrica 13 2.400,00 1.600,00 4.000,00
10 Outros CIFs 15 5.000,00 10.000,00 15.000,00
Total dos custos indiretos 31.600,00 46.400,00 78.000,00
Custo total (direto + indireto) 89.600,00 148.400,00 238.000,00
Dados de medição
11 Tempo de utilização das máquinas (horas) 70h 130h 200h
12 Potência das máquinas 1200 800 2 000
13 Área ocupada (m2) 120m2 80m2 200m2
14 Qtd. de funcionários diretos 40 60 100
15 Quantidade produzida 4 000 unid. 8 000 unid. 12 000 unid.
Assim, o custo total dos produtos A e B ficou da seguinte forma:
Prod. A Prod. B Total
Custos diretos R$58.000,00 R$102.000,00 R$160.000,00
Custos indiretos R$31.600,00 R$46.400,00 R$78.000,00
 Total direto + indireto R$89.600,00 R$148.400,00 R$238.000,00
Para se calcular o custo unitário de cada produto, deve-se dividir o custo 
total pela quantidade produzida:
Produto A = R$89.600,00
4 000
 = R$22,40 Produto B = R$148.400,00
8 000
 = R$18,55
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
49
Ponto para reflexão e análise
Supondo que a empresa deseja obter um lucro de 10%, assim terá que 
vender o produto A por aproximadamente R$25,00, uma vez que o seu custo 
unitário é de R$22,40. Se os concorrentes estiverem vendendo por R$20,00, a 
empresa deve parar de vender o produto A?
Observação: a empresa já opera com sua capacidade máxima e não com-
porta redução significativa em seus custos. A participação de cada um dos 
produtos no mercado é exatamente a quantidade praticada, não há pers-
pectiva de aumento dessa participação, pelo menos a médio prazo.
Resposta
Se compararmos o preço sugerido de venda no valor de R$20,00 com o 
custo unitário total de R$22,40, tomaremos a decisão errada que esse pro-
duto deve ser retirado de linha, pois, aparentemente, estará gerando um 
prejuízo de R$2,40 por unidade. Mas, esse produto não deve ser retirado em 
função dos seguintes pontos:
Se dividirmos os custos diretos desse produto no valor de R$58.000,00 a) 
pela quantidade produzida de 4 000 unidades, chegaremos ao custo 
direto unitário de R$14,50,portanto, vendendo por R$20,00, que é o 
mesmo preço dos concorrentes, o produto A estará conseguindo pagar 
os seus custos diretos de R$14,50 e, ainda, estará gerando R$5,50 por 
unidade, ajudando a cobrir o total dos custos indiretos da empresa.
O valor de R$31.600,00 dos custos indiretos rateados para o produto b) 
A, continuarão, na sua grande maioria, existindo, portanto se retirar 
esse produto de linha, a empresa não reduzirá os custos indiretos na 
mesma proporção que o resultado direto desse produto.
Conforme mencionado no item “a”, o produto A está gerando uma con-c) 
tribuição de R$5,50 por unidade para cobrir os custos indiretos, multi-
plicando esse valor pela quantidade produzida de 4 000 unidades, che-
ga-se ao valor total de R$22.000,00, se excluir esse produto a empresa 
perderá essa contribuição, mas continuará tendo os custos indiretos de 
R$31.600,00 que foram atribuídos, por rateio, ao produto A.
 Assim, somente seria viável a exclusão desse produto se dos R$31.600,00 
de custos indiretos for possível reduzir mais de R$22.000,00. A expe-
riência nos mostra que isso seria quase impossível, pois R$22.000,00 
50
em relação a R$31.600,00 representa uma necessidade de redução de 
aproximadamente 70%, na prática, o máximo que se consegue redu-
zir de custos fixos indiretos quando se elimina um produto é algo em 
torno de 15 a 20%. Nesse exemplo, portanto, a redução do custo fixo 
indireto seria algo em torno de R$6.000,00, ficando bem abaixo dos 
R$22.000,00.
Vendendo o produto A pelo mesmo valor da concorrência, R$20,00 e, d) 
supondo que aplicando uma margem de lucro de 10% sobre os custos 
do produto B ele esteja com o seu preço de venda semelhante à con-
corrência, ou seja, R$18,55 . 1,10 = R$20,41, o resultado será:
Produto A: Receita: 4 000 unid . R$20,00 =
Custo direto: 4 000 unid . R$14,50 =
Resultado direto produto A
R$80.000,00
R$(58.000,00) 
R$22.000,00
Produto B: Receita: 8 000 unid . R$20,41 =
Custo direto: 8 000 unid . R$12,75 =
Resultado direto produto B
R$163.280,00
R$(102.000,00)
R$61.280,00 
Lucro direto dos produtos A + B R$83.280,00
Custo indireto total R$(78.000,00)
Lucro operacional R$5.280,00
Se a empresa excluir o produto A e economizar 20% dos custos indiretos 
atribuídos, o resultado ficaria da seguinte forma:
Produto A: Receita: 0 unid . R$20,00 =
Custo direto: 0 unid . R$14,50 =
Resultado direto produto A
R$0,00
R$0,00
R$0,00
Produto B: Receita: 8 000 unid . R$20,41 =
Custo direto: 8 000 unid. . R$12,75 =
Resultado direto produto B
R$163.280,00
R$(102.000,00)
R$61.280,00
Lucro direto dos produtos A + B R$61.280,00
Custo indireto total* R$(71.680,00)
Lucro operacional R$(10.400,00)
* Custo indireto no valor de R$71.680,00 foi calculado da seguinte forma: houve uma redução de 
20% sobre o valor de R$31.600,00 = R$6.320,00, portanto: R$78.000,00 – R$6.320,00 = R$71.680,00.
Conclusão
Se o produto A for excluído o lucro de R$5.280,00 passará para um pre-
juízo de R$10.400,00, isso aconteceu porque a empresa deixará de ter um 
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
51
resultado de R$22.000,00 desse produto contra uma economia dos custos 
indiretos de apenas R$6.320,00.
Portanto, o rateio dos custos fixos indiretos para cada unidade de pro-
dução, aumenta seu custo unitário reduzindo, portanto, o seu lucro quando 
comparado com o seu preço de venda. Isso poderá induzir os gestores a 
tomar decisões erradas, pois esse custo rateado não pode ser considerado 
como verdadeiro, porque além da subjetividade dos critérios de rateio, o 
custo unitário também está influenciado pela quantidade produzida, quanto 
maior for a quantidade, menor será o custo unitário, pois os custos fixos serão 
diluídos por maior volume e, consequentemente, seu valor será menor por 
unidade. É por situações como essa que Martins (2006, p.185) afirma:
A alocação de custos fixos é uma prática contábil que pode, para efeito de decisão, ser 
perniciosa; por sua própria natureza, o valor a ser atribuído a cada unidade depende do 
volume de produção e, o que é muito pior, do critério de rateio utilizado. Por isso, decisões 
tomadas com base no “lucro” podem não ser as mais corretas.
Comprar ou fabricar
Esse é um questionamento rotineiro na vida das organizações, os ges-
tores das áreas a cada instante pensam na melhor forma de otimizar seus 
resultados e uma delas, às vezes, é a chamada terceirização.
Para ilustrar, vamos analisar a seguinte questão:
Determinada empresa atua na fabricação de três produtos A, B e C e conta 
com as seguintes composições de custos:
Custos Prod. A (R$) Prod. B (R$) Prod. C (R$) Total (R$)
Materiais diretos 5.000,00 7.000,00 12.000,00 24.000,00
Mão de obra direta 3.000,00 5.000,00 8.000,00 16.000,00
Total do custo direto 8.000,00 12.000,00 20.000,00 40.000,00
Custos Indiretos de Fabricação – CIF 6.480,00 15.570,00 25.950,00 48.000,00
Total direto + indireto 14.480,00 27.570,00 45.950,00 88.000,00
Os R$48.000,00 de CIFs se referem a aluguel, energia elétrica, água, tele-
fone, mão de obra indireta, materiais de consumo, entre outros. Eles foram 
rateados aos produtos, pelos critérios adotados pela empresa, chegando aos 
valores mencionados em cada um dos três produtos.
52
Dados para análise
Fabrica-se 1 000 unidades do produto A por mês, então, seu custo uni- �
tário é de R$14,48 (R$14.480,00 / 1 000 unidades).
Essa empresa recebe uma proposta de um fornecedor que oferece esse �
produto, com o mesmo padrão de qualidade, por R$10,00 a unidade.
Assim, surge o questionamento:
Você deixaria de fabricar o produto A e o compraria do fornecedor? 
Por quê?
Resposta
Se compararmos o valor de R$10,00 ofertado pelo fornecedor com o valor 
de R$14,48 que custa para produzir internamente, certamente chegaríamos 
à conclusão que a proposta é vantajosa, mas vamos a uma análise mais de-
talhada e elaborada:
Os custos do produto A estão divididos da seguinte forma:
Custo direto (materiais + mão de obra): R$8.000,00 / 1 000 unid. = R$8,00
Custos indiretos de fabricação: R$6.480,00 / 1 000 unid. = R$6,48
Total: R$14.480,00 R$14,48
Se, com a compra, houver eliminação total dos CIFs valerá a pena aceitar, 
pois a economia será de R$4,48 por unidade.
Fabricar Comprar
Custo direto (materiais + mão de obra): R$8,00 R$10,00
Custos indiretos de fabricação: R$6,48 R$0,00
Total: R$14,48 R$10,00 economia de R$4,48
Se, com a compra, a economia nos CIFs for de R$2,00 por unidade haverá 
um empate:
Fabricar Comprar
Custo direto (materiais + mão de obra): R$8,00 R$10,00
Custos Indiretos de Fabricação: R$6,48 R$4,48 (valor remanescente)
Total: R$14,48 R$14,48
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
53
Portanto, para valer a pena aceitar a proposta do fornecedor, a economia 
nos CIFs deverá ser maior que R$2,00, ou seja, deve-se cortar mais de 30% dos 
custos indiretos atribuídos a esse produto, o que é uma tarefa muito difícil.
Outra consideração importante a ser feita é que, aceitando a proposta do 
fornecedor, poderá haver eliminação total dos CIFs para o produto A, mas 
não para a empresa, ou seja, os R$6.480,00 não serão eliminados e sim serão 
redistribuídos para os produtos B e C, isso acontecendo, o resultado global 
da empresa ficaria da seguinte forma:
Custos diretos: (R$)
Produto A: 10.000,00 (valor a ser pago ao fornecedor)
Produto B: 12.000,00
Produto C: 20.000,00
Total dos custos diretos: 42.000,00
Custos Indiretos de Fabricação: 48.000,00
Total dos custos da empresa: 90.000,00
Portanto, houve otimização dos custos do produto A que caiu de 
R$14.480,00 para R$10.000,00, mas, isso prejudicou o resultado global 
da empresa que tinha um custo total de R$88.000,00 e passou a ter de 
R$90.000,00.
Conclusão
Novamente vem a questão do rateio dos custos fixos indiretos, ou seja, 
ratear o valor de R$48.000,00 para os três produtos, poderá confundir os ges-
tores ao elaborar uma análise para tomada de decisão, caso não houvesse o 
rateio, ficaria claroque o custo direto do produto A é de R$8,00 por unidade e 
que, portanto, não vale a pena aceitar a proposta do fornecedor de R$10,00.
Importante
Todo processo de gestão organizacional deverá ter como premissa básica 
que o resultado global da empresa deve prevalecer em detrimento do resul-
tado individual das áreas e/ou produtos. Sendo assim, o gestor do produto 
A terá que entender que de nada adiantará melhorar o resultado do seu pro-
duto, prejudicando o resultado global da empresa.
Quando há conflitos, entre os interesses da empresa e os das áreas, deve 
prevalecer o interesse global da empresa. O grau de autoridade dos gestores 
deve ser compatível com seu grau de responsabilidade, esperando-se deles 
uma atitude empreendedora.
54
A influência dos impostos indiretos nos custos 
dos produtos
Os impostos indiretos são aqueles que incidem sobre a Receita, indepen-
dente se a empresa terá lucro ou prejuízo, só pelo fato de se emitir a nota fiscal 
haverá incidência desses impostos. São chamados de indiretos pelo fato de 
serem pagos não pela empresa, mas pelo cliente, uma vez que estão embutidos 
no preço da mercadoria. Também são chamados de impostos operacionais.
Os impostos indiretos são:
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); �
Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); �
Impostos Sobre Serviços (ISS); �
Programa de Integração Social (PIS); �
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). �
Exceto o ISS, para todos os outros há uma forma de compensação para 
não haver bi-tributação, a esse mecanismo de compensação dos tributos 
chamamos de não cumulatividade, ou seja, em cada etapa, desconta-se o 
valor pago na etapa anterior.
Para exemplificar, será mencionado o ICMS, mas os demais seguem a mes- 
ma sistemática respeitando as alíquotas de cada um e suas especificidades.
ICMS
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre 
as operações de venda de mercadorias e prestação de serviço de transporte 
e comunicação.
As empresas industriais e comerciais devem excluir do valor a ser lançado 
no estoque a quantia que se referir ao ICMS. Esse imposto não é cumulativo, 
ou seja, deve ser compensado a cada operação de compra e venda, por isso 
não constitui em custo para a empresa, deve ser considerado como imposto 
pago antecipadamente, por isso, será registrado no Ativo como imposto a 
recuperar ou a compensar.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
55
Quando se compra uma mercadoria no valor de R$100.000,00, com ICMS 
de 18% já incluído no preço, na realidade pagou-se R$82.000,00 pela mer-
cadoria e R$18.000,00 de ICMS. Esse valor de R$18.000,00 será compensado 
com o ICMS sobre as vendas do período.
Exemplo: supondo que a indústria vende uma determinada mercadoria 
para o distribuidor por R$100,00, com ICMS incluso de 18%. O distribuidor 
revende essa mercadoria para o varejista por R$150,00, que a revende para o 
Sr. Antônio (consumidor final) por R$250,00.
Vejamos como fica a apuração do ICMS, considerando que houve apenas 
essa movimentação nas empresas envolvidas:
Indústria Distribuidor Varejista
Valor da venda R$100,00 R$150,00 R$250,00
ICMS – 18% R$18,00 R$27,00 R$45,00
Crédito operação anterior – R$(18,00) R$(27,00)
ICMS a recolher R$18,00 R$9,00 R$18,00
É como se o distribuidor fizesse o seguinte raciocínio com o fisco (gover-
no): “eu tenho que pagar o valor de R$27,00 de ICMS, no entanto, quando 
adquirimos a mercadoria, veio incluso no preço e, portanto, já pagamos o 
valor de R$18,00, sendo assim, teremos que pagar apenas mais R$9,00”.
Nota-se, portanto, que o ICMS é devido apenas sobre o valor agregado 
(diferença entre o valor da venda e da compra), por isso é considerado um 
imposto não cumulativo. Na maioria dos países o ICMS é chamado de Im-
posto sobre Valor Agregado (IVA), realmente esse nome IVA reflete melhor a 
característica do imposto.
Resumo do ICMS pago em toda cadeia:
Valor final da mercadoria vendida R$250,00
Alíquota 18%
ICMS total R$45,00
O valor total do ICMS foi recolhido em cada fase, de acordo com o valor 
agregado de cada um:
56
Contribuintes Valor agregado Alíquota ICMS
Indústria R$100,00 18% R$18,00
Distribuidor R$50,00 18% R$9,00
Varejista R$100,00 18% R$18,00
Total R$250,00 18% R$45,00
Observação: o Sr. Antônio (consumidor final), não revendendo a merca-
doria a ninguém, foi quem ficou com o custo total do imposto, pois, não teve 
como repassá-lo, por ter sido o último na cadeia de negociação.
Forma de apresentação do ICMS no Balanço e na DRE 
do distribuidor
Balanço inicial do distribuidor:1 – 
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 50,00 Exigibilidade
Patrimônio Líquido 50,00
Capital 50,00
Total 50,00 Total 50,00
O distribuidor ao adquirir a mercadoria da indústria por R$100,00 efe-2 – 
tuou o seguinte registro no seu balanço:
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 50,00 Exigibilidade 100,00
Estoque 82,00 Fornecedores 100,00
ICMS a recuperar 18,00
Pat. Líquido 50,00
Capital 50,00
Total 150,00 Total 150,00
Portanto, o estoque é lançado pelo valor da compra deduzido do ICMS, 
uma vez que esse será recuperado no momento em que houver ICMS a 
pagar, portanto esse imposto não se constitui em custo para a empresa e sim 
como um “vale fiscal”, por isso é um Ativo, um direito, pois será recuperado 
nas transações futuras.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
57
Custo da mercadoria* = Preço compra – Impostos indiretos**
* Estoque (ativo)
** Crédito fiscal (ativo)
O distribuidor revende a mercadoria para o varejista por R$150,00 a prazo.3 – 
DRE
Receita bruta de vendas R$150,00
(–) ICMS (150 . 18%) R$(27,00)
(=) Receita líquida de vendas R$123,00
(–) CMV R$(82,00)
Lucro R$41,00
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 50,00 Exigibilidade 127,00
Estoque 0,00 Fornecedores 100,00
ICMS a recuperar 18,00 ICMS a pagar 27,00
Clientes 150,00
Patrimônio Líquido 91,00
Capital 50,00
Lucros acumulados 41,00
Total 218,00 Total 218,00
No momento do pagamento do ICMS a empresa fará a compensação en-4 – 
tre o valor a pagar e o valor a recuperar. Se o saldo for a pagar fará o de-
sembolso; se for a recuperar, o saldo continuará no Ativo da empresa para 
compensação futura. No caso desse exemplo, a empresa deverá recolher 
o valor de R$9,00, pois tem R$27,00 a pagar e R$18,00 a recuperar.
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 41,00 Exigibilidade 100,00
Estoque 0,00 Fornecedores 100,00
ICMS a recuperar 0,00 ICMS a pagar 0,00
Clientes 150,00
Patrimônio Líquido 91,00
Capital 50,00
Lucros acumulados 41,00
Total 191,00 Total 191,00
58
Observação: o lucro de R$41,00 deve ser demonstrado na DRE conforme 
apresentado no item 3, mas também pode ser entendido da seguinte forma:
DRE1
Valor da venda R$150,00
Valor da compra R$(100,00)
Diferença R$50,00
ICMS sobre o diferença R$(9,00)
Lucro R$41,00
PIS e Cofins
As empresas que recolhem o Imposto de Renda pelo lucro real, também 
podem fazer a compensação dessas duas contribuições, de forma semelhan-
te ao ICMS. As alíquotas são: Cofins 7,6% e PIS 1,65%.
As empresas que recolhem o Imposto de Renda pelo lucro presumido não 
podem fazer essa compensação, no entanto, a alíquota é reduzida: Cofins 3% 
e PIS 0,65%.
Isso se torna um fator importante quando a empresa vai fazer a opção 
pela forma de tributação do Imposto de Renda, principalmente empresas 
de prestação de serviço com grande concentração de mão de obra, pois se 
optar pelo lucro real irá recolher o total de 9,25% de PIS e Cofins, mas terá 
poucos créditos (valores a recuperar), uma vez que sobre a mão de obra não 
há que se falar em compensação de impostos.
Ampliando seus conhecimentos
1 Obs.: Essa não é uma 
forma correta de apre-
sentação da DRE, aqui foi 
demonstrado apenas para 
explicar, de forma dife-
rente, o lucro de R$41,00. 
Conforme mencionado, 
a forma correta é a apre-
sentada no item 3, pois 
realmente o custo da 
mercadoria foi de R$82,00 
e não de R$ 100,00. A lei-
tura que deve ser feita é 
a seguinte:se nesse país 
não existissem impostos, 
a empresa teria comprado 
a mercadoria por R$82,00 
e revendido por R$123,00 
(receita líquida).
Sistema de Custeio por Absorção
(CREPALDI, 2002)
O custeio representa um elemento essencial das atividades de contabi-
lidade gerencial de uma empresa. O custo trata de estabelecer as despesas 
usadas por um produto, um grupo de produtos, uma atividade específica ou 
um conjunto de atividades da empresa.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
59
O Custeio por Absorção ou custeio pleno consiste na apropriação de todos 
os custos (sejam eles fixos ou variáveis) [referentes] à produção do período. 
Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. É o método derivado da apli-
cação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil, adotado 
pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um princípio contábil 
em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa 
forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e 
para o pagamento do Imposto de Renda.
A distinção principal no Custeio por Absorção é entre custos e despesas. 
A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente 
contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos pro-
dutos vendidos terão idêntico tratamento. Os custos relativos aos produtos 
em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos esta-
rão ativados nos estoques desses produtos.
Nesse método, todos os custos são alocados aos produtos fabricados. 
Assim, tanto os custos diretos como os indiretos incorporam-se aos produtos. 
Os primeiros, pela apropriação direta e os indiretos, por sua atribuição por 
meio de critério de rateio.”
O texto a seguir apresenta uma crítica do rateio do custo fixo para as unida-
des de produto e mostra de forma clara como esse procedimento pode preju-
dicar uma análise gerencial.
Crítica ao custo fixo unitário, 
no Custeio por Absorção
(MAHER, 2001)
Tratar os custos fixos como custos unitários pode ser enganoso. Um custo 
fixo unitário é função tanto da quantia do custo fixo como do volume de ativi-
dade. Qualquer custo fixo unitário é válido apenas quando a produção é igual 
à quantidade utilizada para calcular o custo fixo unitário.
Por exemplo, o gerente de uma fábrica observou que os custos fixos de 
manutenção tinham caído de R$12,00 por unidade produzida, em maio, para 
60
R$10,00 por unidade, em agosto. Estava indo parabenizar o gerente do de-
partamento de manutenção pela redução do custo, quando resolveu parar 
na sala do Controller. Lá, soube que os custos de manutenção tinham au-
mentado, de R$12.000,00 em maio para R$18.000,00 em agosto. A produção, 
contudo, tinha também aumentado, de 1 000 unidades em maio para 1 800 
unidades em agosto. Isso explicava a redução no custo unitário, de R$12,00 
(= R$12.000,00 / 1 000 unidades) para R$10,00 (= R$18.000,00 / 1 800 unidades).
O gerente da fábrica sabia que custos de manutenção deviam ser fixos – 
não deviam aumentar quando a produção aumentasse. No entanto, ao fazer 
investigações adicionais, veio a saber que o gerente do departamento de ma-
nutenção tinha contratado vários empregados temporários, para resolver um 
problema de alto absenteísmo que havia ocorrido em agosto.
A moral dessa história é que a conversão de custos de produção fixos em 
custos unitários que é feita sob o Custeio por Absorção, pode ser enganosa. 
Frequentemente, os administradores têm que converter custos fixos de pro-
dução “unitários” (os R$12,00 e os R$10,00 do exemplo anterior) de volta para 
seu valor total, quando avaliam desempenho e tomam decisões”.
Atividades de aplicação
1. Considerando as informações a seguir calcule o custo unitário do pro-
duto de acordo com o método do Custeio por Absorção, considerando 
que a empresa produziu 100 peças no período:
Compra de equipamento R$500,00
Compra de matéria-prima R$600,00
Gastos com salário do pessoal da produção R$200,00
Consumo de matéria-prima R$300,00
Gastos com salário do pessoal administrativo R$100,00
2. Considerando as informações a seguir calcule o custo do produto ven-
dido, conforme o método do Custeio por Absorção.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
61
Gastos com salário do pessoal da produção R$100,00
Consumo de matéria-prima R$400,00
Gastos com aluguel, água, luz e telefone da fábrica R$200,00
Gastos com propaganda e publicidade R$300,00
 Foram produzidas 100 peças, mas foram vendidas apenas 80 peças.
3. Considerando as informações a seguir calcule o valor do estoque de 
produto em elaboração e o estoque do produto acabado de acordo 
com o método do Custeio por Absorção.
Gastos com salário do pessoal da produção R$300,00
Consumo de matéria-prima R$500,00
Gastos com aluguel, água, luz e telefone da fábrica R$200,00
 90 peças foram totalmente produzidas.
 20 peças foram produzidas parcialmente, estando com grau de acaba-
mento de 50%.
4. Considerando as informações a seguir calcule o custo total de cada 
produto de acordo com o Custeio por Absorção, preenchendo os valo-
res dos custos indiretos:
Produto A
R$
Produto B
R$
Total
R$
Material direto 1.000,00 1.500,00 2.500,00
Mão de obra direta 300,00 700,00 1.000,00
Material indireto 600,00
Supervisão 400,00
Depreciação 500,00
Total 5.000,00
 Critérios de rateio dos custos indiretos:
Material indireto proporcional ao material direto. �
Supervisão proporcional à mão de obra direta. �
Depreciação proporcional à quantidade produzida, considerando �
que a empresa produz 80 unidades do produto A e 120 unidades 
do produto B.
62
5. A Empresa XYZ produz os produtos A e B.
Produto A Produto B
Custos diretos R$10.000,00 R$12.000,00
Custos indiretos R$4.000,00 R$8.000,00
Total R$14.000,00 R$20.000,00
Quantidade produzida 200 unid. 500 unid.
Custo unitário R$70,00 R$40,00
O principal fornecedor da empresa fez uma proposta de fornecer o pro-
duto A por R$60,00 a unidade, com isso, a empresa reduzirá o custo indireto 
desse produto em R$1.000,00. Vale a pena terceirizar? Por quê ?
6. A Empresa ABC adquire uma mercadoria por R$100,00 e revende por 
R$180,00. Considerando que a alíquota de ICMS é de 12%, qual o lucro 
dessa operação? Apresente a demonstração do resultado.
Gabarito
1.
Gastos com salário do pessoal da produção R$200,00
Consumo de matéria-prima R$300,00
Total dos custos R$500,00
 Resposta: R$500,00 / 100 peças = R$5,00 por peça
2.
Gastos com salário do pessoal da produção R$100,00
Consumo de matéria-prima R$400,00
Gastos com aluguel, água, luz e telefone da fábrica R$200,00
Total dos custos de produção R$700,00
Quantidade produzida 100 peças
Custo unitário R$7,00
 Resposta: custo dos produtos vendidos = 80 peças . R$7,00 = 
R$560,00.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
63
3.
Gastos com salário do pessoal da produção R$300,00
Consumo de matéria-prima R$500,00
Gastos com aluguel, água, luz e telefone da fábrica R$200,00
Total dos custos de produção R$1.000,00
Quantidade produzida:
– 90 peças acabadas
– 10 peças (equivalentes a 20 peças com grau de 
acabamento de 50%)
100 peças
Custo unitário R$10,00
 Resposta:
 – Estoque de produto em elaboração: equivalente a 10 peças . R$10,00 
= R$100,00
 – Estoque de produto acabado: 90 peças . R$10,00 = R$900,00
4.
Produto A
R$
Produto B
R$
Total
R$
Material direto 1.000,00 1.500,00 2.500,00
Mão de obra direta 300,00 700,00 1.000,00
Material indireto 240,00 360,00 600,00
Supervisão 120,00 280,00 400,00
Depreciação 200,00 300,00 500,00
Total 1.860,00 3.140,00 5.000,00
 Critérios de rateio dos custos indiretos:
Material indireto proporcional ao material direto: �
 Produto A: R$1.000,00 / R$2.500,00 = 40%
 Produto B: R$1.500,00 / R$2.500,00 = 60%
 Então:
 Produto A: R$600,00 . 40% = R$240,00
 Produto B: R$600,00 . 60% = R$360,00
64
Supervisão proporcional à mão de obra direta �
 Produto A: R$300,00 / R$1.000,00 = 30%
 ProdutoB: R$700,00 / R$1.000,00 = 70%
 Então:
 Produto A: R$400,00 . 30% = R$120,00
 Produto B: R$400,00 . 70% = R$280,00
Depreciação proporcional à quantidade produzida, considerando �
que a empresa produz 80 unidades do produto A e 120 unidades 
do produto B.
 Produto A: 80 / 200 = 40%
 Produto B: 120 / 200 = 60%
 Então:
 Produto A: R$500,00 . 40% = R$200,00
 Produto B: R$500,00 . 60% = R$300,00
5. Não vale a pena, pois a empresa pagará o valor de R$12.000,00 para o 
fornecedor: 200 unidades . R$60,00. No entanto, os custos indiretos te-
rão redução de apenas R$1.000,00, permanecendo R$3.000,00. Sendo 
assim, o custo total será de: R$12.000,00 de custos diretos + R$3.000,00 
de custos indiretos remanescentes, totalizando R$15.000,00, enquanto 
que ao produzi-lo o custo total é de R$14.000,00. Portanto, se aceitar a 
proposta do fornecedor o custo total terá aumento de R$1.000,00.
6.
 Demonstração do resultado
Receita bruta de vendas R$180,00
(–) ICMS sobre vendas 12% R$(21,60)
(=) Receita líquida R$158,40
(–) Custo da mercadoria vendida:
R$100,00 menos 12% de ICMS
R$(88,00)
(=) Lucro bruto R$70,40
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio Variável
Conceito
No Custeio por Absorção o grande foco é a separação entre custos e des-
pesas, alocando para as unidades de produção todos os custos (fixo + variá-
vel) e as despesas consideradas do período. Já no Custeio Variável a segrega-
ção se dá em função do comportamento dos custos e das despesas, ou seja, 
separam-se os custos e as despesas variáveis dos custos e das despesas fixos, 
conforme quadro 1 comparativo.
Quadro 1 – Comparação
Custeio por Absorção Custeio Variável
Receita líquida Receita líquida
(–) Custo fixo e variável (–) Custo e despesa variável
Lucro bruto Margem de contribuição
(–) Despesa fixa e variável (–) Custo e despesa fixo
Lucro operacional Lucro operacional
Estoque Estoque
Custo fixo + variável Apenas custo variável
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
Contribuição marginal
A diferença entre a receita líquida e os custos e despesas variáveis cha-
ma-se contribuição marginal ou como é mais conhecida “margem de contri-
buição”. Essa medida é importante na análise dos resultados por parte dos 
gestores da empresa, pois o termo “contribuição” representa quanto cada 
produto, ou família de produto, ou unidade de negócios, ou região, ou seg-
mento etc. está contribuindo para cobrir os gastos fixos da empresa e, con-
sequentemente, para geração do lucro.
Os custos fixos, até a capacidade produtiva, apresentam um comporta-
mento razoavelmente constante, assim separando os fixos dos variáveis é 
possível calcular quanto que um aumento no volume de vendas irá gerar de 
resultado, pois aumentando o volume, até a capacidade produtiva, os fixos 
67
68
Método de Custeio Variável
se manterão estáveis e os variáveis aumentarão de forma proporcional ao 
volume. Isso facilita muito a tomada de decisão quanto à viabilidade de uma 
encomenda especial, formação do preço de venda e também a análise de lu-
cratividade por produto, unidade de negócios, por segmento, por região etc.
O Custeio Variável também é chamado de custeio direto ou custeio 
marginal:
Custeio direto � porque aloca-se para os produtos apenas os custos va-
riáveis, portanto os diretamente relacionados a eles.
Custeio marginal � porque, com esse método, é possível calcular a mar-
gem de contribuição de cada produto.
A figura abaixo apresenta o fluxo dos custos variáveis e dos custos fixos até 
chegarem à demonstração do resultado de acordo com o Custeio Variável.
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
Custos variáveis diretos
Custos fixos diretos
+
Custos fixos e variáveis 
indiretos
Estoque de produto em 
elaboração
Estoque de produto acabado
Receita líquida
(–) Custos variáveis
(–) Despesas variáveis
(=) Contribuição marginal
(–) Custos fixos
(–) Despesas fixas comerciais
(–) Despesas fixas gerais e adm.
(=) Lucro operacional
Figura 1 – Fluxograma do Custeio Variável.
Método de Custeio Variável
69
Diferença entre contribuição marginal e 
margem de contribuição
O termo contribuição marginal é a diferença entre a receita e os custos e 
as despesas variáveis, enquanto margem de contribuição é a relação percen-
tual entre a contribuição marginal e as vendas, por exemplo:
Receita R$1.000,00
(–) Custos e despesas variáveis R$(600,00)
(=) Contribuição marginal R$400,00
(–) Custos e despesas fixos R$(100,00)
(=) Lucro operacional R$300,00
Margem de contribuição = Contribuição marginal
Receita
Margem de contribuição = R$400,00
R$1.000,00
 = 0,40
Portanto, nesse exemplo, a margem de contribuição é de 40%. Isso signi-
fica que, mantidos os custos e despesas fixos, para cada R$1,00 de aumento 
nas vendas aumenta-se o resultado em R$0,40.
Se os custos fixos e variáveis estivessem juntos, conforme apresenta o 
Custeio por Absorção, não seria possível chegar a essa conclusão, que, 
embora simples, é importantíssima para as análises gerenciais.
Em resumo: contribuição marginal é o valor absoluto da diferença entre 
receitas e custos e despesas variáveis e margem de contribuição é quanto 
esse valor representa em termos percentuais.
Embora o correto seja contribuição marginal quando estivermos nos re-
ferindo ao valor, o mercado adotou como prática utilizar o termo margem 
de contribuição, por isso, nesse livro, utilizaremos os dois termos, para que o 
leitor possa se familiarizar com ambos.
Diferença entre o método do Custeio 
por Absorção e o Custeio Variável
No � Custeio por Absorção os custos fixos diretos e indiretos são aloca-
dos/rateados às unidades de produtos. Como as quantidades produzi-
das e não vendidas vão para o estoque, consequentemente, os custos 
70
Método de Custeio Variável
fixos atribuídos a essas unidades são estocados ao invés de serem lan-
çados na DRE.
No � Custeio Variável os custos fixos e os custos variáveis indiretos vão 
diretamente para o resultado do período (DRE). Portanto, vão para o 
estoque de produtos em elaboração e de produtos acabados somente 
os custos variáveis diretos.
Processo decisório pelo Custeio por Absorção e 
pelo Custeio Variável
A seguir será apresentada uma situação que demonstra a diferença na 
análise para tomada de decisão de acordo com o método utilizado: absorção 
ou variável.
Supondo que uma empresa apresentasse os seguintes dados:
Dados
Preço R$100,00 p/unid.
Custo variável R$60,00 p/unid.
Custo fixo R$25.000,00 p/mês
Despesa fixa R$5.000,00 p/mês
Qtd. vendida 1 000 unid. p/mês
Demonstração do resultado 
pelo Custeio por Absorção
Receita R$100.00,00
Custos R$(85.000,00)
Lucro bruto R$15.000,00
Despesas R$(5.000,00)
Lucro operacional R$10.000,00
Cálculo do custo total:
Custo variável: 1 000 unidades . R$60,00 = R$60.000,00
Custo fixo .......................................... = R$25.000,00
Custo total ....................................... = R$85.000,00
Cálculo do Custo Unitário: R$85.000,00 / 1 000 unidades = R$85,00.
Situação problema
Além das 1 000 unidades já certas de todo mês, essa empresa recebeu um 
pedido especial de 300 unidades. Mas, o cliente colocou como condição que 
somente pagará R$75,00 por unidade para esse montante adicional, consi-
derando que:
Método de Custeio Variável
71
a empresa tem capacidade produtiva para esse volume adicional, por- �
tanto não terá aumento do seu custo fixo;
como se trata de uma venda para fora do mercado habitual, não ha- �
verá impacto com os demais clientes pelo fato de estar vendendo por 
um preço mais baixo.
Tomada de decisão
Você aceitaria essa proposta do cliente? Afinal, o preço sugerido por ele 
de R$75,00 está abaixo do custo unitário de R$85,00, calculado de acordo 
com o Custeio por Absorção.
Análise da decisão pelo Custeio por Absorção
Analisando pelo Custeio por Absorção provavelmente a proposta seria 
recusada, pois o custo unitário de R$85,00 está acima do preço de venda 
sugerido pelo cliente de R$75,00.
Poderia-seaté evoluir no cálculo do custo unitário, pois aumentando a 
quantidade produzida, o custo fixo será diluído por mais unidades, assim, o 
custo unitário ficará menor, vejamos o cálculo:
Aumentando 300 unidades, o total produzido passará para 1 300 unida-
des, portanto:
1 300 unidades . R$60,00 = R$78.000,00 de custo variável + R$25.000,00 
de custo fixo = R$103.000,00 de custo total.
Custo total = 
Quantidade total =
 R$103.000,00
1 300 unid.
 = R$79,23 por unidade
Assim, mesmo recalculando o custo unitário, este ficou acima do preço 
sugerido pelo cliente, portanto, analisando por esse método, haveria grande 
chance de se recusar a proposta.
Análise da decisão pelo Custeio Variável
Para facilitar, o primeiro passo será reclassificar a demonstração do re-
sultado pelo método do Custeio por Absorção para o modelo do Custeio 
Variável.
72
Método de Custeio Variável
Dados
Preço R$100,00 p/ unid.
Custo variável R$60,00 p/ unid.
Custo fixo R$25.000,00 p/ mês
Despesa fixa R$5.000,00 p/ mês
Qtd. vendida 1 000 unid. p/ mês
Demonstração do resultado pelo 
 Custeio Variável
Receita R$100.000,00
Custo variável (1 000 unid . R$60,00) R$(60.000,00)
Margem de contribuição R$40.000,00
Custo e despesa fixo R$(30.000,00)
Lucro operacional R$10.000,00
Com uma demonstração do resultado nesse formato, a análise e o proces-
so decisório ficam bem mais simples, o gestor não precisará ser nenhum espe-
cialista em contabilidade ou finanças para deduzir o seguinte: considerando 
que a empresa possua capacidade produtiva, mesmo aceitando a proposta, 
o custo e a despesa fixos se manterão em R$30.000,00, somente o custo va-
riável vai se alterar, como essa alteração será na proporção de R$60,00 por 
unidade, vendendo essas 300 unidades por R$75,00 a contribuição marginal 
aumentará R$15,00 por unidade, assim, o resultado operacional aumentará: 
R$15,00 . 300 unidades = R$4.500,00.
Comprovando:
Encomenda especial: Receita: 300 unidades . R$75,00 = R$22.500,00
Custo variável: 300 unidades . R$60,00 = R$(18.000,00)
Marg. contribuição: 300 unidades . R$15,00 = R$4.500,00
Demonstrativo de resultado – pelo Custeio Variável
Vendas
normais
Encomenda
especial
Total
Receita líquida R$100.000,00 R$22.500,00 R$122.500,00
(–) Custo variável R$(60.000,00) R$(18.000,00) R$(78.000,00)
(=) Margem de contribuição R$40.000,00 R$4.500,00 R$44.500,00
(–) Custo e despesa fixo R$(30.000,00)
(=) Resultado operacional R$14.500,00
Portanto, mesmo aceitando uma encomenda especial a um preço 25% 
menor que o preço normal, resultou num lucro operacional 45% maior, ou 
seja, passou de um lucro operacional de R$10.000,00 para R$14.500,00.
Método de Custeio Variável
73
Conclusão
Pelo Custeio por Absorção � provavelmente a proposta seria rejeitada, 
pois a comparação seria entre preço de venda de R$75,00 e custo uni-
tário de R$85,00, portanto, custo maior que o preço.
Pelo Custeio Variável � a proposta seria aceita, pois a comparação seria 
entre o preço de venda de R$75,00 e o custo variável de R$60,00, por-
tanto, custo variável menor que o preço, consequentemente, margem 
de contribuição unitária positiva.
Portanto, a proposta é economicamente viável, pois a margem de con- �
tribuição aumentou R$4.500,00 e o custo fixo se manteve, assim, o au-
mento da margem de contribuição refletiu diretamente no aumento 
do lucro operacional.
O problema da análise pelo custo unitário
A tomada de decisão baseando-se no custo unitário pode ser um dificul-
tador muito grande para otimização do resultado, esse tópico demonstrará 
como a análise pelo custo unitário poderá levar a decisões erradas.
Voltando ao exemplo apresentado no item anterior, pelo Custeio por 
Absorção, vimos que o custo unitário se alterou em função do volume, vamos 
relembrar os dados:
Preço de venda R$100,00 p/unid.
Custo variável R$60,00 p/unid.
Custo fixo R$25.000,00 p/mês
Despesa fixa R$5.000,00 p/mês
Considerando que a empresa tem capacidade produtiva para até 1 500 
unidades por mês e lembrando que as despesas não compõem o custo uni-
tário dos produtos, o custo unitário irá se alterar em função da quantidade 
produzida, conforme quadro a seguir:
74
Método de Custeio Variável
Item 1 2 3 4 5 6
Qtd. 
produzida
Custo variável 
unitário
(R$)
Custo variável 
total (1 . 2) 
(R$)
Custo fixo 
mensal
(R$)
Custo total
da produção
(3 + 4)
(R$)
Custo 
unitário
(5 / 1)
(R$)
1 000 60,00 60.000,00 25.000,00 85.000,00 85,00
1 100 60,00 66.000,00 25.000,00 91.000,00 82,73
1 200 60,00 72.000,00 25.000,00 97.000,00 80,83
1 300 60,00 78.000,00 25.000,00 103.000,00 79,23
1 400 60,00 84.000,00 25.000,00 109.000,00 77,86
1 500 60,00 90.000,00 25.000,00 115.000,00 76,67
Nota-se que o custo unitário variou no intervalo de R$76,67 a R$85,00, 
portanto, o custo unitário é influenciado mais pelo volume de produção do 
que pela estrutura de custos da empresa ou, até mesmo, pelos critérios uti-
lizados para rateio.
O desejo de todos os executivos e gestores de empresas é saber o custo uni-
tário dos seus produtos. Eles acreditam que sabendo o custo unitário todas as 
decisões de venda ficam mais fáceis. Mas, o quadro anterior mostra de forma 
muito clara que custo unitário não existe, pois ele depende do volume de pro-
dução. Baseando-se nos dados anteriores, tente responder a pergunta:
Qual é o custo unitário dos seus produtos ?
A resposta será: depende, pois
se estivermos produzindo 1 000 unidades por mês o custo unitário �
será de R$85,00.
se estivermos produzindo 1 300 unidades por mês o custo unitário �
será de R$79,23.
se estivermos produzindo 1 500 unidades por mês o custo unitário �
será de R$76,67.
Portanto, pode-se afirmar que o custo unitário é ilusório e essa ilusão 
poderá levar os gestores a tomarem decisões erradas, como no exemplo 
apresentado, a empresa recebeu uma proposta para vender 300 unidades a 
um preço de R$75,00 e poderia ter recusado se fizesse a análise baseando-
-se no custo unitário, pois este está, no mínimo em R$76,67, ou seja, acima 
Método de Custeio Variável
75
do preço ofertado. Mas, independente se a empresa produzirá ou não essa 
quantidade adicional o custo fixo de R$25.000,00 por mês existe, portanto 
ele não pode ser considerado numa análise como esta.
Sendo assim, até a capacidade produtiva os custos fixos se manterão 
razoavelmente estáveis, portanto, para vendas adicionais (encomenda es-
pecial) a recomendação é comparar o preço de venda com o custo variável 
unitário, se gerar margem de contribuição unitária positiva a proposta será 
considerada economicamente viável.
O problema do rateio das despesas e dos custos 
fixos indiretos
Na análise de lucratividade de um produto ou de uma unidade de negó-
cios o rateio também pode destorcer o resultado levando a tomadas de de-
cisões erradas. No exemplo a seguir, suponhamos que uma empresa tenha 
três filiais e um escritório (sede) onde funciona a administração central.
Demonstração do resultado por filial
Filial A Filial B Filial C Total
Receita R$1.000,00 R$800,00 R$700,00 R$2.500,00
(–) Custo variável R$(400,00) R$400,00) R$400,00) R$1.200,00)
(=) Contribuição marginal R$600,00 R$400,00 R$300,00 R$1.300,00
(–) Despesas fixas R$(100,00) R$(100,00) R$(100,00) R$(300,00)
(=) Lucro operacional da filial R$500,00 R$300,00 R$200,00 R$1.000,00
(–) Despesas da adm. central (sede) R$(750,00)
(=) Lucro operacional R$250,00
O presidente da empresa acha que deve ratear as despesas da administra-
ção central para as três filiais, afinal a administração trabalha em função delas.
Nota-se que as filiais, embora tenham preços de venda diferenciados, têm 
a mesma estrutura e vendem o mesmo volume, pois as despesas fixas de 
cada uma é de R$100,00 e o custo variável é de R$400,00.
Ao discutir os critérios para fazer o rateio dos gastos da administração cen-
tral, os gerentes das filiais B e C sugeriram que se fizesse em função da Receita, 
evidentemente, o gerente da filial A não concordou, pois não é justo penalizá-
lo pelo fato de conseguirvender por um valor melhor que os demais.
76
Método de Custeio Variável
Após tentarem uma série de outros critérios e não terem chegado a 
nenhum consenso, o presidente impôs sua condição de gestor e decidiu 
ratear dividindo as despesas da sede por três, uma vez que a administração 
central trabalha igualmente para as três unidades. Com isso a demonstração 
do resultado passou a ter o seguinte formato:
Demonstração do resultado por filial
Filial A Filial B Filial C Total
Receita R$1.000,00 R$800,00 R$700,00 R$2.500,00
(–) Custo Variável R$(400,00) R$(400,00) R$(400,00) R$(1.200,00)
(=) Contribuição marginal R$600,00 R$400,00 R$300,00 R$1.300,00
(–) Despesas fixas R$(100,00) R$(100,00) R$(100,00) R$(300,00)
(=)Lucro operacional da filial R$500,00 R$300,00 R$200,00 R$1.000,00
(–) Despesas da adm. central (sede) R$(250,00) R$(250,00) R$(250,00) R$(750,00)
(=) Lucro operacional R$250,00 R$50,00 R$(50,00) R$250,00
Se essa situação for se repetindo mês a mês, uma decisão que a empresa 
poderá tomar é de fechar a filial C, uma vez que está apresentando resultado 
negativo. É possível que seja feito o seguinte raciocínio: “vamos fechar a filial 
C, assim economizaremos R$50,00 do seu prejuízo + R$50,00 que reduzire-
mos nas despesas da sede com o fechamento dessa filial, portanto o resulta-
do global irá melhorar em R$100,00, passando de R$250,00 para R$350,00.”
Demonstração do resultado por filial após o fechamento da filial C
Filial A Filial B Filial C Total
Receita R$1.000,00 R$800,00 R$1.800,00
(–)Custo Variável R$(400,00) R$(400,00) R$(800,00)
(=)Contribuição marginal R$600,00 R$400,00 R$0,00 R$1.000,00
(–)Despesas fixas R$(100,00) R$(100,00) R$(200,00)
(=)Lucro operacional da filial R$500,00 R$300,00 R$0,00 R$800,00
(–)Despesas da adm. central 
(sede)
R$(350,00) R$(350,00) R$(700,00)
(=)Lucro operacional R$150,00 R$(50,00) R$0,00 R$100,00
Método de Custeio Variável
77
Ao invés do resultado melhorar em R$100,00 como se esperava, piorou em 
R$150,00, pois reduziu de R$250,00 para R$100,00. Isso aconteceu porque a 
empresa deixou de ter um resultado operacional de R$200,00 da filial C e eco-
nomizou apenas R$50,00 na sede, portanto o resultado piorou em R$150,00.
As despesas da sede reduziram para R$700,00, mas como agora só restam 
duas filiais, o rateio terá que ser feito para elas cabendo R$350,00 para cada 
uma. Como a filial B tem um resultado operacional de R$300,00 ao receber 
um rateio de R$350,00 acabou ficando com o seu resultado final negativo 
em R$50,00, conforme apresentado na DRE.
Dentro da política de que deu prejuízo fecha-se a filial, então, nesse caso, 
terá que fechar a filial B também. Fechando essa unidade a administração 
central se comprometeu a reduzir as despesas da sede em R$100,00, ou seja, 
irão reduzir o dobro do que foi reduzido no fechamento da filial C. Assim, as 
despesas reduzirão para R$600,00.
Demonstração do resultado por filial após o fechamento das filiais B e C
Filial A Filial B Filial C Total
Receita R$1.000,00 R$1.000,00
(–)Custo Variável R$(400,00) R$(400,00)
(=)Contribuição marginal R$600,00 R$0,00 R$0,00 R$600,00
(–)Despesas fixas R$(100,00) R$(100,00)
(=)Lucro operacional da filial R$500,00 R$0,00 R$0,00 R$500,00
(–)Despesas da adm. central (sede) R$(600,00) R$(600,00)
(=)Lucro operacional R$(100,00) R$0,00 R$0,00 R$(100,00)
Dentro da política de que deu prejuízo fecha-se a filial, então, nesse caso, 
terá que fechar a filial A também, consequentemente fechando a empresa.
Conclusão
A empresa fechou (quebrou) sem entender por que. Na cabeça dos �
seus gestores tudo fora feito da forma correta, ou seja, rateou-se a sede 
de maneira igual para as três filiais, à medida que uma filial gerava pre-
juízo era fechada e simultaneamente reduzia-se as despesas da sede, 
rateando as despesas remanescentes para as demais filiais.
78
Método de Custeio Variável
O que ocasionou o prejuízo das filiais foi o rateio das despesas da sede, �
pois o resultado antes do rateio era positivo para todas elas.
Quando se rateia os gastos comuns, nesse caso, as despesas adminis- �
trativas, os gestores perdem a noção do global e começam a analisar 
a empresa como se fossem três ilhas (filiais) independentes, com vida 
própria separadas, mas a empresa é um sistema aberto e deve ser ana-
lisada como um “todo”.
O importante, numa análise, é que as três filiais juntas consigam gerar �
resultado operacional suficiente para cobrir as despesas administra-
tivas e sobrar lucro, independente de quanto está sendo gerado por 
cada uma.
Para finalizar o exemplo, vamos supor que houvesse a possibilidade de 
abrir uma quarta filial (D) que poderia gerar um resultado operacional de 
R$100,00. Quando se analisa com rateio, corre-se o risco do seguinte raciocí-
nio: “jamais devemos abrir uma filial com resultado operacional de R$100,00, 
pois a filial C que gera resultado de R$200,00 no final dá prejuízo, com apenas 
R$100,00 o resultado final será pior ainda.”
Conforme comentado, o rateio prejudica a análise do resultado global, os 
gestores se apegam mais ao resultado por unidade, nesse caso específico, 
deixam de abrir a filial porque dará prejuízo e não verificam que abrindo essa 
nova unidade o resultado final aumentará para R$350,00. Vejamos como fi-
caria o resultado, caso decidissem por abrir a filial D:
Demonstração do resultado por filial após abertura da filial D
 Filial A Filial B Filial C Filial D Total
Receita R$1.000,00 R$800,00 R$700,00 R$600,00 R$3.100,00
(–)Custo Variável R$(400,00) R$(400,00) R$(400,00) R$(400,00) R$(1.600,00)
(=)Contrib. marginal R$600,00 R$400,00 R$300,00 R$200,00 R$1.500,00
(–)Despesas fixas R$(100,00) R$(100,00) R$(100,00) R$(100,00) R$(400,00)
(=) Lucro operac. da filial R$500,00 R$300,00 R$200,00 R$100,00 R$1.100,00
(–)Despesas adm. central R$(188,00) R$(188,00) R$(188,00) R$(188,00) R$(750,00)
(=) Lucro operacional R$313,00 R$113,00 R$13,00 R$(88,00) R$350,00
É interessante observar que a filial C de repente passou a gerar lucro, 
dando a falsa impressão que melhorou sua performance, mas o que gerou 
Método de Custeio Variável
79
essa melhoria no resultado foi que o rateio passou a ser feito por quatro uni-
dades, reduzindo o valor para cada uma. O lucro operacional da filial C antes 
do rateio continua sendo de R$200,00.
Voltando à situação inicial, o raciocínio deveria ser o seguinte:
Demonstração do resultado por filial
Filial A Filial B Filial C Total
Receita R$1.000,00 R$800,00 R$700,00 R$2.500,00
(–) Custo Variável R$(400,00) R$(400,00) R$(400,00) R$(1.200,00)
(=) Contribuição marginal R$600,00 R$400,00 R$300,00 R$1.300,00
(–) Despesas fixas R$(100,00) R$(100,00) R$(100,00) R$(300,00)
(=) Lucro operacional da filial R$500,00 R$300,00 R$200,00 R$1.000,00
(–) Despesas da adm. central (sede) R$(750,00)
(=) Lucro operacional R$250,00
Os produtos estão contribuindo com R$1.300,00 para o resultado final. �
As filiais geraram lucro de R$1.000,00. �
A empresa gerou lucro de R$250,00. �
Com esse raciocínio nenhuma filial seria fechada e a decisão de abertura 
da filial D seria inquestionável, pois claramente ter-se-ia visão de que o resul-
tado global subiria para R$350,00 com a abertura dessa nova unidade.
Diferença de resultado do Custeio por 
Absorção e do Custeio Variável quando 
há estoque inicial e/ou final
No Custeio por Absorção o volume de produção do período pode influen-
ciar mais o resultado do que o próprio volume de vendas, pois quanto mais 
produzir, menor será o custo unitário, isso quer dizer que se houver um au-
mento nas vendas, mas uma queda na produção, o resultado poderá cair ao 
invés de acompanhar a melhoria das vendas. Já no Custeio Variável o resul-
tado será diretamente influenciado pelo volume de vendas, quanto maiores 
as vendas melhor será o resultado, pois estará otimizando os custos com a 
estrutura, ou seja, estará fazendo melhor aproveitamento dos custos fixos.
80
Método de Custeio Variável
O exemplo a seguir, adaptadode Martins (2006, p.198-201) mostra clara-
mente o efeito do descasamento entre o volume de produção e o de vendas 
no resultado final. A diferença entre o volume produzido e o vendido ficará 
dentro do Estoque no Ativo da empresa.
Suponhamos que a Cia. Sem Nexo ao longo de três anos teve o seguinte 
comportamento de produção e vendas.
Quantidade 
produzida
Quantidade 
vendida
Estoque 
final
1.° ano 60 000 40 000 20 000
2.° ano 50 000 60 000 10 000
3.º ano 50 000 60 000 0
Preço de venda: R$75,00 por unidade
Custo variáveis: R$30,00 por unidade
Custos fixos: R$2.100.000,00 por ano
Demonstração de resultado
Método do Custeio por Absorção
1.° ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano
Receita de vendas R$3.000.000,00 R$4.500.000,00 R$4.500.000,00 R$12.000.000,00
Custo do produto vendido R$(2.600.000,00) R$(4.200.000,00) R$(4.300.000,00) R$(11.100.000,00)
Lucro R$400.000,00 R$300.000,00 R$200.000,00 R$900.000,00
Estoque final R$1.300.000,00 R$700.000,00 —
Método do custeio por variável
1.° ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano
Receita de vendas R$3.000.000,00 R$4.500.00,00 R$4.500.000,00 R$12.000.000,00
Custo variável R$(1.200.000,00) R$(1.800.000,00) R$(1.800.000,00) R$(4.800.000,00)
Marg. contribuição R$1.800.000,00 R$2.700.000,00 R$2.700.000,00 R$7.200.000,00
Custo fixo R$(2.100.000,00) R$(2.100.000,00) R$(2.100.000,00) R$(6.300.000,00)
Lucro R$300.000,00 R$600.000,00 R$600.000,00 R$900.000,00
Estoque final R$600.000,00 R$300.000,00 —
Método de Custeio Variável
81
Cálculos do 1.º ano
Pelo Custeio por Absorção
Receita de vendas: 40 000 unidades vendidas . R$75,00 = R$3.000.000,00
Custo do produto vendido:
Custo Variável: 60 000 unid. produzidas . R$30,00 = R$1.800.000,00
Custo fixo mensal: R$2.100.000,00
Custo total da produção: R$3.900.000,00
Custo unitário: R$3.900.000,00 / 60 000 unidades produzidas = R$65,00
Custo do produto vendido: 40 000 unid. vendidas . R$65,00 = R$2.600.000,00
Estoque de produto acabado: 20 000 unid. vendidas . R$65,00 = R$1.300.000,00
Total R$3.900.000,00
Pelo Custeio Variável
Receita de vendas: 40 000 unidades vendidas . R$75,00 = R$3.000.000,00
Custo Variável: 40 000 unid. vendidas . R$30,00 = R$1.200.000,00
Estoque de produto acabado: 20 000 unid. vendidas . R$30,00 = R$600.000,00
Comentários
Houve diferença de R$700.000,00 no resultado entre os dois métodos, 
essa diferença está refletida no estoque, conforme resumo a seguir:
Resultado Estoque
Custeio por Absorção R$400.000,00 R$1.300.000,00
Custeio Variável R$(300.000,00) R$600.000,00
Diferença R$700.000,00 R$700.000,00
82
Método de Custeio Variável
Essa diferença foi ocasionada porque no Custeio Variável o custo fixo de 
R$2.100.000,00 foi lançado pelo seu valor integral diretamente na DRE. En-
quanto no Custeio por Absorção ele compôs o valor do custo total da pro-
dução, sendo apropriado para resultado apenas a parcela correspondente 
às 40 000 unidades vendidas, portanto, uma parte do custo fixo foi para o 
Estoque. O cálculo pode ser assim entendido:
Efeito do custo fixo no estoque pelo Custeio por Absorção:
Custo fixo de R$2.100.000,00 / 60 000 unidades produzidas = R$35,00 �
por unidade.
Estoque: 20 000 unidades � . R$35,00 = R$700.000,00.
Portanto, no Custeio por Absorção, dentro do Estoque de R$1.300.000,00 
há R$700.000,00 que se refere ao custo fixo do período + R$600.000,00 de 
custo variável, por isso o nome “absorção”, pois os produtos absorvem todos 
os custos sejam fixos ou variáveis.
Cálculos do 2.º ano
Pelo Custeio por Absorção
No 2.º ano foram produzidas 50 000 unidades e vendidas 60 000, portan-
to o Estoque abaixou de 20 000 para 10 000 unidades.
Receita de vendas: 60 000 unidades vendidas . R$75,00 = R$4.500.000,00.
Custo do produto vendido: como havia estoque inicial é necessário calcu-
lar o custo médio ponderado unitário.
Custo Variável: 50 000 unid. produzidas . R$30,00 = R$1.500.000,00
Custo fixo mensal: R$2.100.000,00
Custo total da produção: R$3.600.000,00 Ref. 50 000 unid.
Estoque inicial: 20 000 unid. produzidas . R$65,00 = R$1.300.000,00 Ref. 20 000 unid.
Custo total da produção + Estoque inicial = R$4.900.000,00 Ref. 70 000 unid.
Método de Custeio Variável
83
Custo unitário médio: R$4.900.000,00 / 70 000 unidades produzidas = R$70,00
Custo do produto vendido: 60 000 unid. vendidas . R$70,00 = R$4.200.000,00
Estoque de produto acabado: 10 000 unid. vendidas . R$70,00 = R$700.000,00
Total R$4.900.000,00
Pelo Custeio Variável
Receita de vendas: 60 000 unid. vendidas . R$75,00 = R$4.500.000,00
Custo variável: 60 000 unid. vendidas . R$30,00 = R$1.800.000,00
Estoque de produto acabado: 10 000 unid. vendidas . R$30,00 = R$300.000,00
Comentários
Mesmo tendo vendido 50% a mais do que o 1.º ano, que passou de 40 000 
para 60 000 unidades vendidas, pelo Custeio por Absorção o lucro caiu, por-
tanto como explicar que no 2.º ano foram vendidas 20 000 unidades a mais 
e o lucro caiu?
Esse questionamento pode ser explicado em função de dois fatores:
No 2.º ano produziu-se 10 000 unidades a menos, por isso, o custo mé-1. 
dio unitário subiu de R$65,00 para R$70,00. Isso confirma a afirmação 
que, por esse método, o resultado é mais influenciado pelo volume de 
produção do que de venda.
No 2.º ano está sendo descarregada uma parte do custo fixo de R$700 2. 
mil do 1.º ano, portanto, além dos custos variáveis e fixos do próprio 
período, ainda há parte dos custos fixos do ano anterior que estavam 
estocados e, agora, foram para resultado.
Pelo Custeio Variável no 1.º ano a empresa não vendeu o suficiente para 
gerar margem de contribuição que fosse capaz de cobrir os custos fixos, por 
isso, o resultado foi negativo. No 2.º ano as vendas aumentaram 50%, com 
isso, a empresa passou a gerar resultado positivo, gerando margem de con-
tribuição suficiente para cobrir os fixos e gerar lucro.
84
Método de Custeio Variável
Cálculos do 3.º ano
Pelo Custeio por Absorção
No 3.º ano foram produzidas 50 000 unidades e vendidas 60 000, portan-
to o Estoque zerou. Nesse ano, os volumes de produção e de vendas foram 
exatamente iguais ao 2.º ano, por isso, pela lógica, os resultados dos dois 
anos deveriam ser iguais.
Receita de vendas: 60 000 unidades vendidas . R$75,00 = R$4.500.000,00
Custo do produto vendido: como havia estoque inicial é necessário calcu-
lar o custo médio ponderado unitário.
Custo variável: 50 000 unid. produzidas . R$30,00 = R$1.500.000,00
Custo fixo mensal: R$2.100.000,00
Custo total da produção: R$3.600.000,00 Ref. 50 000 unid.
Estoque inicial: 10 000 unid. produzidas . R$70,00 = R$700.000,00 Ref. 10 000 unid.
Custo total da produção + Estoque inicial = R$4.300.000,00 Ref. 60 000 unid.
Como foram vendidas as 60 000 unidades é desnecessário calcular o custo 
unitário, pois o custo total será exatamente os R$4.300.000,00. Mas, apenas 
para fins didáticos e aprimorar o raciocínio, o cálculo é o seguinte:
 Custo unitário médio: R$4.300.000,00 / 60 000 unidades produzidas = R$71,67
Custo do produto vendido: 60 000 unid. vendidas . R$71,67 = R$4.300.000,00
Estoque de produto acabado: zero unidades R$0,00
Total R$4.300.000,00
Pelo Custeio Variável
Receita de vendas: 60 000 unid. vendidas . R$75,00 = R$4.500.000,00
Custo variável: 60 000 unid. vendidas . R$30,00 = R$1.800.000,00
Estoque de produto acabado: zero unidades R$0,00
Comentários
No Custeio por Absorção, mesmo tendo produzido e vendido as mesmas 
quantidades que o ano anterior, o resultado caiu de R$300 mil para R$200 
mil, isso ainda é reflexo dos custos fixos que foram para o Estoque no 1.º ano, 
Método de Custeio Variável
85
que influenciaram o custo médio unitário do 2.º ano. No 3.º ano o reflexo foi 
ainda maior porque seu custo de produção foi acrescido ao custo do ano 
anterior que já teria sido calculado fazendo uma média com o 1.º ano.
Pelo Custeio Variável o resultado foi exatamente igual ao do ano anterior, 
uma vez que produziu e vendeu a mesma quantidade.
Conclusão
No Custeio por Absorção, pelo fato de estocar custo fixo,o resultado �
terá grande influência do volume de produção, pois quanto mais pro-
duzir menor será o custo unitário. Se produzir num período e vender 
no outro, o custo fixo será considerado no momento da venda e não 
no momento em que incorreu. Assim, o volume de produção impacta 
mais o resultado que o próprio volume de vendas.
O Custeio Variável considera todo o custo fixo no período em que �
ocorreu, lançando para o Estoque apenas o custo variável, portanto 
esse método não sofre influência do volume de produção. O impor-
tante é vender um volume que consiga gerar margem de contribuição 
suficiente para cobrir os custos fixos e gerar lucro.
É importante ressaltar que no final dos três anos os resultados acumula- �
dos pelos dois métodos se igualaram, isso ocorre porque a diferença do 
resultado está exatamente no custo fixo que vai para Estoque no mé-
todo por absorção, como no final dos três anos não há Estoque, então, 
não há custo fixo estocado, portanto os resultados serão os mesmos.
Importante: quando não houver estoque inicial e final de produtos aca-
bados ou em elaboração o resultado pelos dois métodos será o mesmo.
Considerações finais sobre a diferença entre o 
Custeio por Absorção e o Custeio Variável
O Custeio por Absorção é o método aceito pela legislação contábil e fis- �
cal por obedecer, com maior rigor, o Princípio da Competência, pois o 
sacrifício para se produzir um bem somente será refletido na demons-
tração do resultado quando o produto for vendido, enquanto não for 
vendido os custos (fixos + variáveis) permanecerão no estoque.
86
Método de Custeio Variável
O Custeio Variável considera como sacrifício para produzir um produto �
apenas os custos variáveis, considera que os custos fixos estão relacio-
nados com a estrutura do período necessária para se produzir e não 
com o volume efetivamente produzido, por isso, considera que o custo 
fixo deve ser apropriado no período em que incorreu. Alguns profissio-
nais da área consideram que esse é o verdadeiro Regime de Compe-
tência, pois independente se houve produção ou não os custos fixos 
existiram, enquanto os variáveis só existirão se houver produção, por 
isso, aceita-se o fato dos variáveis serem alocados diretamente para as 
unidades de produção e os fixos alocados diretamente no período em 
que ocorreram. Esse método é aceito somente para fins gerenciais.
Para calcular o custo unitário, o Custeio por Absorção rateia os custos �
fixos e os indiretos, isso pode levar à tomada de decisões erradas, con-
forme visto nos exemplos apresentados.
Quando não houver estoque inicial e final o resultado pelos dois mé- �
todos será igual, portanto, para uma análise da situação global da 
empresa ao longo dos anos, as distorções geradas pelo Custeio por 
Absorção não serão muito relevantes, por isso, para análises de longo 
prazo pode ser utilizado. Mas, para se analisar o resultado ano a ano, a 
lucratividade por produto, área de negócios, segmentos, regiões etc., 
o Custeio Variável tem maior eficácia.
Exemplo de decisão com base apenas 
na contribuição marginal
A empresa XYZ, localizada em Minas Gerais, produz dois tipos de produto 
o A e o B. Essa empresa já tem mercado certo dentro do estado e apresenta 
os seguintes dados:
Produto A Produto B
Preço líquido unitário de venda: R$120,00 R$150,00
Custo variável: R$80,00 R$100,00
Quantidade vendida mensalmente: 2 000 unid. 1 500 unid.
Custo fixo mensal: R$80.000,00
Despesa fixa mensal: R$30.000,00
Método de Custeio Variável
87
Demonstração do resultado
 Produto A Produto B Total
Receita líquida R$240.000,00 R$225.000,00 R$465.000,00
(–) Custo Variável R$(160.000,00) R$(150.000,00) R$(310.000,00)
(=) Margem de contribuição R$80.000,00 R$75.000,00 R$155.000,00
(–) Custo fixo R$(80.000,00)
(–) Despesa fixa R$(30.000,00)
(=) Resultado operacional R$45.000,00
Essa empresa percebe uma boa aceitação do produto “B” no estado de 
São Paulo, onde as vendas desse produto poderiam aumentar em 500 unid./
mês. No entanto, para conseguir fabricar esse excedente, teria que diminuir 
a produção do produto “A” na mesma proporção, pois a capacidade máxima 
de produção da empresa é de 3 500 unid./mês.
Para atender a essa nova situação, as despesas fixas aumentariam 
em R$10.000,00 em função da implantação de uma estrutura comercial em 
São Paulo.
Você mudaria sua estratégia de vendas?
Resposta: não, pois o aumento da margem de contribuição não foi sufi-
ciente para cobrir o aumento das despesas fixas, conforme cálculo a seguir:
A margem de contribuição unitária do produto A é de R$40,00; a do pro-
duto B é de R$50,00, sendo assim, cada unidade que a empresa deixar de 
produzir do produto A para produzir uma a mais do produto B haverá um 
incremento de R$10,00 na margem de contribuição.
Como a proposta é transferir a produção de vendas de 500 unidades de 
um produto para outro, haverá aumento de 500 unid . R$10,00 = R$5.000,00 
na margem de contribuição contra um aumento de R$10.000,00 nas despe-
sas fixas, portanto o resultado terá uma redução de R$5.000,00.
Variação da margem de contribuição: 500 unid . R$10,00 = R$5.000,00
Variação nas despesas fixas: R$(10.000,00)
Variação do resultado operacional: R$(5.000,00)
88
Método de Custeio Variável
E se essa nova situação se apresentasse 
dentro do estado de Minas Gerais onde não 
seria necessário o aumento da estrutura 
comercial, o que você faria?
Resposta: se a situação fosse em Minas Gerais não seria necessário o au-
mento das despesas fixas, assim o aumento da margem de contribuição se 
refletirá diretamente no resultado, aumentando o lucro operacional, por isso, 
seria viável a nova situação.
Variação da margem de contribuição: 500 unid . R$10,00 = R$5.000,00
Variação nas despesas fixas: R$0,00
Variação do resultado operacional: R$5.000,00
Ampliando seus conhecimentos
Com a finalidade de ampliar os conhecimentos sobre a diferença entre 
os métodos de Custeio por Absorção e variável, a seguir a opinião de alguns 
autores a respeito.
As vantagens do Custeio Variável e o 
enfoque de contribuição
(GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007)
Como dito anteriormente, mesmo que o enfoque de absorção seja usado para 
fins de elaboração de relatórios externos, o Custeio Variável, em conjunto com 
demonstrações de resultado no formato de contribuição, representa uma al-
ternativa atraente para uso em relatórios internos. As vantagens do Custeio 
Variável podem ser resumidas da seguinte maneira:
Os dados exigidos para análise CVL (Custo X Volume X Lucro) podem ser 1. 
retirados diretamente de uma demonstração de resultado no formato 
de contribuição. Esses dados não estão disponíveis numa demonstra-
ção de resultado convencional, elaborada com base no método de Cus-
teio por Absorção.
No Custeio Variável, o lucro de um período não é afetado por variações 2. 
de estoque. Outras coisas sendo iguais (isto é: preço de venda, custos, 
Método de Custeio Variável
89
compostos de vendas etc.), os lucros variam na mesma direção das ven-
das, quando é usado o Custeio Variável.
Os administradores comumente supõem que os custos unitários de 3. 
produtos são variáveis. Esse é um problema no Custeio por Absorção, 
pois os custos unitários de produtos são combinações de custos fixos 
e custos variáveis. No Custeio Variável, os custos unitários dos produtos 
não contêm os custos fixos.
O impacto dos custos fixos sobre o lucro é realçado no Custeio Variá-4. 
vel e no enfoque de contribuição. O valor total de custos fixos aparece 
explicitamente na demonstração de resultado, salientando que o valor 
integral dos custos fixos precisa ser coberto para que a empresa seja 
realmente rentável. Em contraste, no Custeio por Absorção, os custos fi-
xos são misturados com os custos variáveis e ficam enterrados no custo 
dos produtos vendidos e nos estoques finais.
Os dados de Custeio Variável facilitam a estimação da rentabilidade de 5. 
produtos, clientes, e outros segmentos das operações. No Custeio por 
Absorção, a rentabilidadeé obscurecida por alocações arbitrárias de 
custos fixos.
Custeio Variável se alia bem a métodos de controle de custos, tais como 6. 
custos padrões e orçamentos flexíveis.
O lucro operacional líquido do Custeio Variável se aproxima mais do flu-7. 
xo líquido de caixa do que o lucro operacional líquido calculado pelo 
método de Custeio por Absorção. Isso é particularmente importante no 
caso de empresas com possíveis problemas de fluxo de caixa.
Com todas essas vantagens, seria o caso de perguntar por que o Custeio 
por Absorção continua a ser usado quase exclusivamente na elaboração de 
relatórios externos, e por que também é a escolha predominante no caso de 
relatórios internos. Isso se deve, em parte, à tradição, mas o Custeio por Ab-
sorção também é atraente para muitos contadores e administradores porque 
eles acreditam que se associa melhor os custos às receitas. Os defensores do 
Custeio por Absorção argumentam que todos os custos de produção devem 
ser atribuídos a produtos para associar adequadamente os custos de produ-
ção de unidades produzidas às suas receitas quando são vendidas. Os custos 
fixos de depreciação, impostos, seguros, salários de supervisão, e assim por 
90
Método de Custeio Variável
diante, são tão essenciais à fabricação de produtos quanto o são os custos 
variáveis.
Os defensores do Custeio Variável alegam que os custos fixos de produ-
ção não são realmente os custos de qualquer unidade produzida específica. 
Esses custos são incorridos para que se tenha a capacidade de fazer produtos 
durante um dado período, e serão incorridos mesmo que nada seja produ-
zido durante o período. Além do mais, quer uma unidade seja produzida ou 
não, os custos fixos de produção serão exatamente os mesmos. Portanto, os 
defensores do Custeio Variável argumentam que os custos fixos de produção 
não fazem parte dos custos de produção de uma unidade específica e, conse-
quentemente, o princípio de associação de custos a receitas determina que os 
custos fixos de produção devam ser lançados ao período corrente.
De qualquer maneira, o Custeio por Absorção é o método geralmente 
aceito na elaboração de relatórios financeiros externos compulsórios e decla-
rações de rendimentos. Talvez por causa do custo e da possível confusão de 
se manter dois sistemas de custeio separados – um para relatórios externos 
e outro para relatórios internos – a maioria das empresas usa o Custeio por 
Absorção tanto em relatórios externos quanto em relatórios internos.
Eliseu Martins (2006) afirma:
“Do ponto de vista decisorial, verificamos que o Custeio Variável tem condições 
de propiciar muito mais rapidamente informações vitais à empresa; também o 
resultado medido dentro do seu critério parece ser mais informativo à adminis-
tração, por abandonar os custos fixos e tratá-los contabilmente como se fossem 
despesas, já que são quase sempre repetitivos e independentes dos diversos pro-
dutos e unidades”.
Crepaldi (2002) ao comentar sobre a viabilidade do Custeio Variável 
também comenta sobre a questão do rateio.
“A defesa do Custeio Variável repousa nos seguintes argumentos principais:
Os custos fixos, por sua própria natureza, existem independentemente 
da fabricação ou não de determinado produto ou do aumento ou redução 
(dentro de certa faixa) da quantidade produzida. Os custos fixos podem ser 
encarados como encargos necessários para que a empresa tenha condições 
Método de Custeio Variável
91
de produzir e não como encargo de um produto específico; por não estarem 
vinculados a nenhum produto específico ou a uma unidade de produção, 
eles sempre são distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateio, que 
contêm, em maior ou menor grau, a arbitrariedade.
A maioria dos rateios é feita através da utilização de fatores que, na reali-
dade, não vinculam cada custo a cada produto. Em termos de avaliação de 
estoque, o rateio é mais ou menos lógico. Todavia, para a tomada de decisão, o 
rateio (por melhor que sejam os critérios) mais atrapalha que ajuda.
Basta verificar que a simples modificação de critérios de rateio pode fazer 
um produto não rentável passar a ser rentável e, é claro, isso não está correto; 
e, finalmente, o valor dos custos fixos a ser distribuído a cada produto depen-
de, além dos critérios de rateio, do volume de produção. Assim, qualquer de-
cisão em base do custo deve levar em conta também o volume de produção. 
Pior que isso, o custo de um produto pode variar em função da quantidade 
produzida de outro produto.
Por essas razões e por sua grande utilidade para otimizar decisões, o Cus-
teio Variável tende a ser cada vez mais utilizado.
Todavia, tendo em vista que esse sistema não atende aos princípios funda-
mentais de contabilidade e não é aceito pelas autoridades fiscais, sua utiliza-
ção é limitada à contabilidade para efeitos internos da empresa.” (grifo nosso)
Iudícibus e Marion (2000), fazem um resumo sobre os conceitos do Cus-
teio por Absorção e do Custeio Variável, também comentam sobre a arbitra-
riedade dos rateios e apontam maior eficácia para o Custeio Variável para as 
decisões internas.
“A Contabilidade de Custos, quando procura custear o produto atribuin-
do-lhe também uma parte do custo fixo, é conhecida como contabilidade de 
custos pelo método de custeamento “por absorção” ou global. Os custos fixos 
são “absorvidos” na produção ou alocados a ela de alguma forma, pelo menos 
os de fabricação.
Alternativamente, existe um método de custeamento de produção, 
também já visto, que aloca à produção apenas os custos variáveis, consi-
derando todos os custos fixos como custos de períodos. A premissa dessa 
92
Método de Custeio Variável
concepção é que, independendo os custos fixos do volume de produção 
(dentro de certos limites), não tem sentido alocar tais custos à produção, resul-
tando esse rateio em alocações arbitrárias e até enganosas.
Não é absolutamente finalidade deste tópico discutir vantagens e desvan-
tagens do custeamento “por absorção” e do custeamento “direto” ou “variável”. 
Estes autores consideram que ambas as metodologias têm aplicação na prática 
empresarial. Na verdade, o problema de conceituação do custo fixo não é resol-
vido de forma adequada, nem pelos fatores do custeio direto nem pelos de ab-
sorção. Consideramos que a produção, de qualquer maneira, exigiu um “esfor-
ço” por parte das facilidades da empresa, mesuráveis pelo nível de custos fixos e, 
portanto, estes devem ser alocados à produção de alguma forma proporcional 
ao uso que cada produto fez de tais facilidades. Isso, todavia, leva, em muitas 
circunstâncias, a critérios de rateio absolutamente arbitrários, embora aparen-
temente lógicos. Um departamento produtivo eficiente é, por vezes, penalizado 
por uma grande carga de custos rateados de outro departamento ineficiente.
Os seguidores do custeamento direto, por outro lado, levam demasia-
damente a sério a definição contábil de custo fixo, isto é, de que o nível de 
custos fixos independe das variações de produção. Na verdade, poder-se-ia 
demonstrar que certos tipos de custos fixos poderiam ser evitados se não 
houvesse produção.
Assim, as duas concepções são incompletas. Entretanto, se tivéssemos de 
escolher entre elas, para finalidade de tomada de decisões, sem dúvida escolherí-
amos o custeamento direto. Cremos que, embora a definição contábil de custo 
fixo seja limitada, os efeitos perniciosos de rateios arbitrários (a não ser que 
por métodos quantitativos se obtenha, efetivamente, a base científica para os 
rateios) são piores do que tais limitações. Em certas circunstâncias, poderemos 
atribuir aos departamentos (e portanto à produção) certos tipos de custos 
fixos perfeitamente identificados com e no departamento (por exemplo, 
depreciação das máquinas utilizadas no departamento), e deixar os demais 
como custo de período. Trata-se de um meio-termo entre o custeamento 
direto puro e o Custeio por Absorção. Parece-nos uma abordagem bastante 
racional. Todavia, isso somente será possívelse tivermos uma departamenta-
lização de custos. De qualquer forma, as vantagens do custeamento direto para 
certas tomadas de decisões são evidenciáveis.” (grifo nosso)
Método de Custeio Variável
93
Atividades de aplicação
1. Considerando as informações abaixo, calcule a margem de contribui-
ção e o lucro operacional:
Preço de venda R$200,00 por unidade
Matéria-prima R$100,00 por unidade
Salário R$10.000,00 por mês
Comissão 10% sobre vendas
Aluguel R$2.000,00 por mês
Quantidade vendida 250 unidades
2. A Empresa Dourada fabrica e vende 500 peças por mês, embora tenha 
capacidade para produzir até 700 peças. Sua composição de preço e 
custo é a seguinte:
Preço de venda R$50,00 por unidade
Matéria-prima R$20,00 por unidade
Custo fixo R$10.000,00 por mês
 Demonstração do resultado pelo Custeio por Absorção:
Receita de venda 500 peças . R$50,00 = R$25.000,00
Custo do produto vendido (500 peças . R$20,00) 
+ R$10.000,00 =
R$(20.000,00)
Lucro operacional R$5.000,00
 Custo unitário pelo Custeio por Absorção: R$20.000,00 / 500 peças = 
R$40,00
 Essa empresa recebe uma encomenda especial para vender mais 100 
peças no mês pelo preço unitário de R$30,00. Considerando que pelo 
Custeio por Absorção o custo unitário é de R$40,00, do ponto de vista 
econômico-financeiro vale a pena aceitar a proposta? Faça a demons-
tração pelo método do Custeio Variável.
3. A Cia. ABC fabrica aparelhos celulares e tem a seguinte estrutura de 
preço X custo X volume:
 
Preço de venda do aparelho R$500,00
Custo variável unitário R$300,00
Custo e despesa fixo R$50.000,00
94
Método de Custeio Variável
 Aparelhos vendidos mensalmente: 300
 Demonstração do resultado
 Receita 300 aparelhos . R$500,00 = R$150.000,00
 (–) Custos + Despesas variáveis: 300 aparelhos . R$300,00 = R$(90.000,00)
 (=) Contribuição marginal: 300 aparelhos . R$200,00 = R$60.000,00
 (–) Custos + Despesas fixos: R$(50.000,00)
 (=) Lucro R$10.000,00
 Essa empresa recebe uma proposta de um revendedor que garante 
a venda de mais 100 aparelhos por mês, no entanto, para esses 100 
aparelhos adicionais pagarão somente a quantia de R$420,00 cada.
 Para atender a essa produção adicional terá que se estruturar melhor, 
e suas despesas fixas aumentarão R$10.000,00 por mês.
Pede-se:
a) Faça o demonstrativo de resultado apresentando o novo resultado 
com essa proposta do revendedor.
 Resultado com a proposta do revendedor
 Vendas atuais Proposta do revendedor Total
Receita R$150.000,00
(–) Custo variável R$(90.000,00)
(=) Margem de contribuição R$60.000,00
(–) Custo fixo e despesa fixa R$(50.000,00)
(=) Resultado operacional R$10.000,00
b) Considerando as informações disponíveis e analisando apenas do 
ponto de vista econômico-financeiro, você aceitaria a proposta do 
revendedor? Justifique sua resposta.
4. Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as situações a seguir:
 Margem de contribuição é o resultado da receita menos os )(
custos dos produtos vendidos.
Método de Custeio Variável
95
 Margem de contribuição é o resultado da receita menos os )(
custos variáveis e as despesas variáveis.
 O Custeio Variável não rateia as despesas fixas, rateia apenas os )(
custos fixos para as unidades produzidas.
 O Custeio Variável é o método exigido pela legislação contábil e )(
fiscal.
 No Custeio Variável a separação é entre variável e fixo, enquanto )(
no absorção é entre custo e despesa.
5. A Empresa Prateada apresenta a seguinte situação de produção e ven-
da no período:
Preço de venda R$250,00
Custo variável unitário R$120,00
Custo fixo R$12.000,00
Quantidade produzida: 300 peças
Quantidade vendida: 200 peças
 Faça a demonstração do resultado pelo Custeio por Absorção e pelo 
Custeio Variável.
6. A Empresa XWZ atua com dois produtos, conforme a seguir:
Produto A Produto B
Preço de venda R$100,00 R$150,00
Custo variável unitário R$80,00 R$120,00
Margem de contribuição R$20,00 R$30,00
 Essa empresa tem a possibilidade de vender 100 peças a mais do pro-
duto B, mas, para isso, deverá reduzir as vendas do produto A na mes-
ma proporção, ou seja, reduzir 100 peças. No entanto, os custos fixos 
irão aumentar em R$600,00 no período.
 Vale a pena adotar a nova política de comercialização, ou seja, reduzir 
as vendas do produto A e aumentar as vendas do produto B em 100 
peças? Justifique fazendo os cálculos.
96
Método de Custeio Variável
Gabarito
1.
Receita de venda 250 unidades . R$200,00 = R$50.000,00
(–) Custo e despesa variável
Matéria-prima
Comissão
250 unidades . R$100,00 =
R$50.000,00 . 10% =
R$(25.000,00)
R$(5.000,00)
(=) Margem de contribuição R$20.000,00
(–) Custo e despesa fixo
Salário
Aluguel
R$(10.000,00)
R$(2.000,00)
Lucro operacional R$8.000,00
2.
 Demonstração do resultado pelo custeio por variável
Vendas 
atuais
Venda
adicional
Total
Receita de venda R$25.000,00 R$3.000,00 R$28.000,00
(–) Custo variável R$(10.000,00) R$(2.000,00) R$(12.000,00)
(=) Margem de 
contribuição R$15.000,00 R$1.000,00 R$16.000,00
(–) Custo fixo R$(10.000,00) R$(10.000,00)
(=) Lucro operacional R$5.000,00 R$1.000,00 R$6.000,00
 Vale a pena aceitar a proposta, pois como a empresa tem capacidade 
produtiva, seus custos fixos se manterão em R$10.000,00. O preço su-
gerido pelo cliente de R$30,00 é maior que o custo variável unitário 
de R$20,00, gerando margem de contribuição unitária de R$10,00 por 
unidade vendida, como se trata da venda de 100 unidades adicionais 
o lucro aumentará em R$1.000,00, conforme visto na demonstração 
do resultado pelo Custeio Variável.
3.
a) Faça o demonstrativo de resultado apresentando o novo resultado 
com essa proposta do revendedor.
Método de Custeio Variável
97
 Resultado com a proposta do revendedor
 Vendas 
atuais
 Proposta do 
revendedor Total
Receita R$150.000,00 R$42.000,00 R$192.000,00
(–) Custo variável R$(90.000,00) R$(30.000,00) R$(120.000,00)
(=) Margem de contribuição R$60.000,00 R$12.000,00 R$72.000,00
(–) Custo fixo e despesa fixa R$(50.000,00) R$(10.000,00) R$(60.000,00)
(=) Resultado operacional R$10.000,00 R$2.000,00 R$12.000,00
b) Considerando as informações disponíveis e analisando apenas do 
ponto de vista econômico-financeiro, você aceitaria a proposta do 
revendedor? Justifique sua resposta.
 Resposta: sim, aceitaria a proposta, pois o aumento da margem de 
contribuição de R$12.000,00 foi suficiente para cobrir o aumento 
de R$10.000,00 do custo fixo, aumentado o resultado operacional 
em 20%.
4. F, V, F, F, V
5.
 Custo da produção pelo Custeio por Absorção
Custo variável 300 peças produzidas . R$120,00 = R$36.000,00
Custo fixo R$12.000,00
Custo total R$48.000,00
Quantidade produzida 300 peças
Custo unitário R$48.000,00 / 300 peças = R$160,00
 DRE pelo Custeio por Absorção
Receita de vendas 200 peças vendidas . R$250,00 = R$50.000,00
(–) Custo do produto vendido 200 peças vendidas . R$160,00 = R$(32.000,00)
Lucro operacional R$18.000,00
98
Método de Custeio Variável
 DRE pelo Custeio Variável
Receita de vendas 200 peças vendidas . R$250,00 = R$50.000,00
Custo variável 200 peças vendidas . R$120,00 = R$(24.000,00)
Margem de contribuição R$26.000,00
Custo fixo R$(12.000,00)
Lucro operacional R$14.000,00
 Explicação da diferença do resultado: no Custeio Variável o custo fixo 
foi todo lançado no resultado, enquanto no Custeio por Absorção, 1/3 
dos custos fixos foram para estoque, pois a empresa produziu 300 pe-
ças e vendeu apenas 200.
6.
 Vale a pena alterar a política de vendas, pois a cada unidade transfe-
rida do produto A para o B a margem de contribuição aumentará em 
R$10,00 por peça, gerando uma margem adicional total de R$1.000,00, 
enquanto os custos fixos aumentarão em R$600,00, conforme abaixo:
Variação da margem de contribuição: 100 unid . R$10,00 = R$1.000,00
Variação nas despesas fixas: R$(600,00)
Variação do resultado operacional: R$400,00
Ponto de equilíbrio – 
aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – relação entre 
custo X volume X lucro
A análise da relaçãoentre o custo, o volume e o lucro é uma das ferra-
mentas de grande poder informativo para os gestores, pois mostra como a 
variação do volume das atividades, do custo1 e do preço de venda pode im-
pactar o resultado da empresa. A junção desses três fatores permite calcular 
o ponto de equilíbrio, apresentando a influência conjunta ou isolada de cada 
um deles.
Conforme Martins (2006, p. 257) “o ponto de equilíbrio nasce da conjun-
ção dos custos e das despesas totais com as receitas totais”, ou seja, é o ponto 
onde o resultado da empresa é igual a zero, pois, o valor das receitas é exata-
mente igual à soma dos custos e das despesas.
Ponto de equilíbrio também é chamado de ponto de ruptura, uma vez 
que rompe (ultrapassa) o volume de atividades que geram prejuízo. Quando 
a empresa estiver com nível de atividades abaixo do ponto de equilíbrio seus 
custos e despesas serão maiores do que as receitas, encontrando-se, por isso, 
na faixa do prejuízo, quando o nível de atividade estiver acima do ponto de 
equilíbrio entrará na faixa do lucro, conforme exposto no gráfico a seguir.
Também é chamado de break-even point que é sua tradução para a língua 
inglesa, termo bastante utilizado nas bibliografias brasileiras. O ponto de equi-
líbrio pode ser calculado tanto em unidades (volume) como em receitas (R$).
1 No estudo do ponto de 
equilíbrio sempre que es-
tivermos nos referindo a 
custo, o leitor deve enten-
der custo + despesa.
101
102
Gráfico do ponto de equilíbrio
PE
Receita Total
Custo Total
R$
Volume
Variável
Fixo
P
L
Fórmula do ponto de equilíbrio
A empresa obterá seu ponto de equilíbrio quando suas receitas totais 
forem iguais aos seus custos e despesas totais, pode ser expresso pela se-
guinte fórmula:
RT = CT
RT = CV + CF
(Ru . q) = (CVu . q) + CF
(Ru – CVu)q = CF
(MCu)q = CF portanto:
Ponto de equilíbrio: CF
MCu
 = q
Onde:
RT = Receita Total
CT = Custo Total (incluindo as despesas)
CV = Custo Variável Total (incluindo a despesa variável)
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
103
CF = Custo Fixo (incluindo a despesa fixa)
Ru = Receita unitária
CVu= Custo Variável unitário (incluindo a despesa variável)
CF = Custo Fixo Total (incluindo a despesa fixa)
q = quantidade
MCu = Margem de Contribuição unitária
Exemplo de cálculo do ponto de equilíbrio
Suponhamos que uma escola tenha a seguinte estrutura de valores:
Receita por aluno R$500,00
Custo variável por aluno R$100,00
Custo fixo mensal por curso R$8.000,00
Ponto de equilíbrio: CF
MCu
 = q Lembrando que MCu = Ru – CVu
Essa fórmula será utilizada para resolver todas as questões a seguir:
Quantos alunos serão necessários para que se possa abrir a turma sem 1. 
que haja prejuízo, ou seja, para atingir o ponto de equilíbrio?
 Resposta:
 PE: R$8.000,00
R$500,00 – R$100,00
 = 20 alunos
 Comprovação
Receita 20 alunos . R$500,00 = R$10.000,00
(–) Custo Variável 20 alunos . R$100,00 = R$(2.000,00)
(=) Margem de contribuição R$8.000,00
(–) Custo fixo R$(8.000,00)
(=) Lucro operacional R$0,00
104
Supondo que haja 30 alunos interessados em fazer o curso, desde que 2. 
o preço seja reduzido, qual deverá ser o preço mínimo a ser cobrado 
para atingir o ponto de equilíbrio considerando essa quantidade de 
alunos?
 Resposta:
 PE: R$8.000,00
Ru – R$100,00
 = 30 alunos
 R$8.000,00 = 30(Ru – R$100,00)
 R$8.000,00 = 30 Ru – R$3.000,00
 R$8.000,00 + R$3.000,00 = 30 Ru
 Ru: R$11.000,00
30
 = R$366,67
 Comprovação
Receita 30 alunos . R$366,67 = R$11.000,00
(–) Custo Variável 30 alunos . R$100,00 = R$(3.000,00)
(=) Margem de contribuição R$8.000,00
(–) Custo fixo R$(8.000,00)
(=) Lucro operacional R$0,00
Voltando aos dados originais, se a empresa deseja um lucro de 3. 
R$2.000,00 por curso, quantos alunos serão necessários para atingir 
esse resultado?
 Resposta: agora entrou um fator novo, que é o cálculo do lucro, esse 
assunto é tema do próximo tópico, mas já adiantando, para esse cálcu-
lo devemos somar o valor do lucro ao custo fixo, ficando da seguinte 
forma:
 PE: R$8.000,00 + R$2.000,00
R$500,00 – R$100,00
 = 25 alunos
 Comprovação
Receita 25 alunos . R$500,00 = R$12.500,00
(–) Custo Variável 25 alunos . R$100,00 = R$(2.500,00)
(=) Margem de contribuição R$10.000,00
(–) Custo fixo R$(8.000,00)
(=) Lucro operacional R$2.000,00
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
105
Ponto de equilíbrio e lucro
No ponto de equilíbrio o lucro é igual a zero. Para calcular quantas unida-
des serão necessárias para obter o lucro desejado, basta, na fórmula, acres-
centar o valor do lucro.
Relembrando, a fórmula do ponto de equilíbrio nasce com a seguinte 
equação:
RT = CT (Receita Total = Custo Total)
Para se obter lucro é necessário que a receita total seja igual à soma do 
custo total + lucro, portanto: RT = CT + L, desmembrando essa fórmula, 
teremos:
Lucro desejado: CF + L
MCu
 = q Lembrando que MCu = Ru – CVu
Exemplo de cálculo
Dados:
Preço R$100,00 p/unid.
Custo variável R$60,00 p/unid.
Custo fixo R$25.000,00 p/mês
Despesa fixa R$5.000,00 p/mês
Cálculo do ponto de equilíbrio:
Ponto de equilíbrio: CF
MCu
 = q
No ponto de equilíbrio o lucro é igual a zero, portanto a fórmula se escre-
ve da seguinte maneira:
PE: R$25.000,00 + R$5.000,00 + R$0,00
R$100,00 – R$60,00
 = 750 unid.
106
Demonstração do resultado
Receita 750 unid . R$100,00 = R$75.000,00
(–) Custo Variável 750 unid . R$60,00 = R$(45.000,00)
(=) Margem de contribuição R$30.000,00
(–) Custo e despesa fixo R$25.000,00 + R$5.000,00 = R$(30.000,00)
(=) Lucro operacional R$0,00
Supondo que a empresa desejasse um lucro de R$10.000,00 por mês, 
o cálculo da quantidade para se atingir esse resultado ficaria da seguinte 
forma:
Lucro desejado: CF + L
MCu
 = q
R$25.000,00 + R$5.000,00 + R$10.000,00
R$100,00 – R$60,00
 = 1 000 unid.
Demonstração do resultado
Receita 1 000 unid . R$100,00 = R$100.000,00
(–) Custo Variável 1 000 unid . R$60,00 = R$(60.000,00)
(=) Margem de contribuição R$40.000,00
(–) Custo e despesa fixo R$25.000,00 + R$5.000,00 = R$(30.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
Aplicação rápida (simplificada) da fórmula
No exemplo anterior foram efetuados os seguintes cálculos:
Ponto de equilíbrio: R$25.000,00 + R$5.000,00 + R$0,00
R$100,00 – R$60,00
 = 750 unid.
Lucro desejado de R$10.000,00: R$25.000,00 + R$5.000,00 + R$10.000,00
R$100,00 – R$60,00
 = 
 = 1 000 unid.
Há uma maneira mais rápida (mais simples) de se fazer o cálculo do lucro 
considerando o seguinte raciocínio:
Sabe-se que a margem de contribuição unitária é de R$40,00. �
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
107
Sabe-se que o ponto de equilíbrio é de 750 unidades. �
Assim, basta efetuar o seguinte cálculo: lucro desejado divido pela 
margem de contribuição unitária.
R$10.000,00
R$40,00
 = 250 unid.
Portanto, para obter o lucro de R$10.000,00 serão necessárias 250 unida-
des acima do ponto de equilíbrio, ou seja: 750 + 250 = 1 000 unidades.
Se desejar um lucro de R$20.000,00, o cálculo será:
R$20.000,00
R$40,00
 = 500 unid.
Então: 750 unidades para atingir o ponto de equilíbrio + 500 unidades = 
1 250 unidades para obter o lucro de R$20.000,00.
O raciocínio é o seguinte: a empresa precisa de 750 margens de contribui-
ção unitária para atingir o ponto de equilíbrio, portanto para cada unidade 
que vender acima do ponto de equilíbrio o lucro será proporcional à margem 
de contribuição unitária multiplicada pela quantidade, por exemplo:
Qtd. vendida
Qtd. acima do ponto 
de equilíbrio x Marg.
contribuição
Lucro
750 unid. Zero . R$40,00 = R$0,00
751 unid. 01 . R$40,00 = R$40,00
752 unid. 02 . R$40,00 = R$80,00
753 unid. 03 . R$40,00 = R$120,00
1 000 unid. 250 . R$40,00 = R$10.000,00
1 250 unid. 500 . R$40,00 = R$20.000,00
Importante: para cálculo do lucro desejado, em hipótese alguma vale a 
aplicação da regra de três, pois os custos e as despesas fixos, até a capacidadeinstalada, não se alteram, prova disso que para atingir o lucro de R$10.000,00 
será necessário vender 1 000 unidades, para dobrar o lucro, passando-o para 
R$20.000,00, não será necessário dobrar a quantidade, mas, sim, aumentar 
em 25% passando de 1 000 para 1 250 unidades.
108
Exemplos de cálculos do ponto de equilíbrio e 
do lucro desejado
Exemplo 1
Nesse exemplo será apresentado como as variações da relação custo, 
volume e lucro interferem no cálculo do ponto de equilíbrio, do preço de 
venda e do lucro desejado.
A Cia. Balança Mas Não Cai atua no segmento de aviação e sua rota Brasil- 
-Argentina tem as seguintes características:
Preço da passagem: R$250,00
Custo variável por passageiro: R$50,00
Custo fixo por voo: R$20.000,00
Para resolver todos os itens será adotada a fórmula do ponto de equilíbrio 
e do lucro desejado, que acrescenta à fórmula do lucro.
CF + L
MCu
 = q CF + L
Ru – CVu
 = q
Sabemos que MCu = Ru – CVu, então 
trabalharemos com esses itens abertos na 
fórmula, conforme a seguir:
Calcular quantos passageiros serão necessários por voo para atingir o a) 
ponto de equilíbrio.
 R$20.000,00
R$250,00 – R$50,00
 = 100 passageiros
 Demonstração do resultado
Receita 100 passageiros . R$250,00 R$25.000,00
(–) Custo variável 100 passageiros . R$50,00 R$(5.000,00)
(=) Margem de contribuição R$20.000,00
(–) Custo fixo R$(20.000,00)
(=) Lucro operacional R$0,00
Calcular quantos passageiros serão necessários para obter lucro de b) 
R$10.000,00.
 R$20.000,00 + R$10.000,00
R$250,00 – R$50,00
 = 150 passageiros
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
109
 Demonstração do resultado
Receita 150 passageiros . R$250,00 R$37.500,00
(–) Custo variável 150 passageiros . R$50,00 R$(7.500,00)
(=) Margem de contribuição R$30.000,00
(–) Custo fixo R$(20.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
 Comentário: nesse item verificamos a influência do lucro no volume, 
sendo necessários 50 passageiros acima do ponto de equilíbrio para 
atingir o lucro desejado de R$10.000,00.
A empresa tem conseguido, em média, 120 passageiros por voo. Dian-c) 
te disso, para obter o lucro de R$10.000,00 quanto deverá ser o preço 
da passagem?
 R$20.000,00 + R$10.000,00
Ru – R$50,00
 = 120 passageiros
 R$30.000,00 = 120(Ru – R$50,00)
 R$30.000,00 = 120 Ru – R$6.000,00
 R$30.000,00 + R$6.000,00 = 120 Ru
 Ru: R$36.000,00
120
 = R$300,00
 Demonstração do resultado
Receita 120 passageiros . R$300,00 R$36.000,00
(–) Custo variável 120 passageiros . R$50,00 R$(6.000,00)
(=) Margem de contribuição R$30.000,00
(–) Custo fixo R$(20.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
 Comentário: nesse item foi apresentada a influência do volume e do 
lucro no preço da passagem, ou seja, considerando a realidade atual 
da empresa: ocupação de 120 passageiros por voo e um lucro deseja-
do de R$10.000,00, mantendo os mesmos custos, a empresa terá que 
passar o preço da passagem para R$300,00.
A empresa tem conseguido, em média, 120 passageiros por voo. Dian-d) 
te disso, para obter o lucro de R$10.000,00 quanto deverá ser o custo 
variável considerando o preço da passagem atual de R$250,00?
110
 R$20.000,00 + R$10.000,00
R$250,00 – CVu
 = 120 passageiros 
 R$30.000,00 = 120 (R$250,00 – CVu)
 R$30.000,00 = R$30.000,00 – 120 CVu
 R$30.000,00 – R$30.000,00 = –120 CVu
 CVu: R$0,00
–120
 = R$0,00
 Demonstração do resultado
Receita 120 passageiros . R$250,00 R$30.000,00
(–) Custo variável 120 passageiros . R$0,00 R$0,00
(=) Margem de contribuição R$30.000,00
(–) Custo fixo R$(20.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
 Comentário: nesse item foi apresentada a influência do volume e do 
lucro no custo variável, ou seja, considerando a realidade atual da em-
presa: ocupação de 120 passageiros por voo e um lucro desejado de 
R$10.000,00, mantendo os mesmos custos fixos, o custo variável teria 
que cair para zero, o que, nessa atividade, é praticamente impossível.
A empresa tem conseguido, em média, 120 passageiros por voo. Dian-e) 
te disso, para obter o lucro de R$10.000,00 quanto deverá ser o custo 
fixo, mantendo os demais dados iniciais?
 CF + R$10.000,00
R$250,00 – R$50,00
 = 120 passageiros
 R$10.000,00 + CF = 120 (R$250,00 – R$50,00)
 R$10.000,00 + CF = R$24.000,00
 CF = R$24.000,00 – R$10.000,00
 CF = R$14.000,00
 Demonstração do resultado
Receita 120 passageiros . R$250,00 R$30.000,00
(–) Custo Variável 120 passageiros . R$50,00 R$(6.000,00)
(=) Margem de contribuição R$24.000,00
(–) Custo fixo R$(14.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
111
 Comentário: nesse item foi apresentada a influência do volume e do 
lucro no custo fixo, ou seja, considerando a realidade atual da em-
presa: ocupação de 120 passageiros por voo e um lucro desejado de 
R$10.000,00, mantendo os mesmos custos variáveis, o custo fixo teria 
que cair para R$14.000,00.
Calcular quantos passageiros serão necessários para obter o lucro de f ) 
10% sobre a Receita Total (RT).
 R$20.000,00 + 0,10 RT
R$250,00 – R$50,00
 = q
 Inicialmente há duas incógnitas, a RT e a quantidade, mas sabe-se que 
RT = Receita unitária . quantidade e a receita unitária é conhecida = 
R$250,00, portanto temos:
 RT = Ru . q
 RT = R$250,00 . q ou seja, RT = 250,00q
 Portanto, na fórmula onde consta RT substituiremos por R$250,00q
 R$20.000,00 + (0,10 . R$250,00q)
R$250,00 – R$50,00
 = q
 R$20.000,00 + R$25,00q = R$200,00q
 R$20.000,00 = R$200,00q – R$25,00q
 R$20.000,00 = R$175,00q
 q: R$20.000,00
R$175,00
 = 114,29 passageiros2
 Demonstração do Resultado
Receita total 114,29 passageiros . R$250,00 R$28.572,50
(–) Custo Variável 114,29 passageiros . R$50,00 R$(5.714,50)
(=) Margem de contribuição R$22.858,00
(–) Custo fixo R$(20.000,00)
(=) Lucro operacional R$2.858,00
 Lucro operacional:
Receita total:
 R$2.858,00
R$28.572,50
 = 10%
 Comentário: nesse item foi apresentada a influência do lucro sobre o 
volume, serão necessários 114,29 passageiros acima do ponto de equi-
líbrio para se atingir o lucro desejado.
2 Observação: nesse caso, 
pode-se arredondar a 
quantidade, pois não há 
como ter 114,29 passagei-
ros. Sempre que arredon-
dar a quantidade deve ser 
para cima, pois é melhor 
sobrar do que faltar. 
Assim, poder-se-ia consi-
derar 115 passageiros.
112
Exemplo 2
Nesse exemplo será apresentado como aplicar a fórmula de maneira 
rápida (simplificada).
Suponhamos que determinada clínica que presta serviços de atendimen-
to odontológico tenha duas linhas de produtos e está estudando a possibili-
dade de fazer uma campanha publicitária.
As duas linhas de produtos são:
obturação normal aqui chamada de produto A; �
obturação de canal aqui chamada de produto B; �
A clínica apresenta os seguintes dados:
Produto A Produto B
Preço unitário R$30,00 R$60,00
(–) Custo variável unitário (R$10,00) (R$25,00)
(=)Margem de contribuição unitária R$20,00 R$35,00
Custo fixo mensal R$1.500,00 R$2.000,00
Quantidades mensais 200 atendimentos 200 atendimentos
Demonstração do resultado – situação atual
 Produto A Produto B Total
Receita do serviço R$6.000,00 R$12.000,00 R$18.000,00
(–) Custo Variável R$(2.000,00) R$(5.000,00) R$(7.000,00)
(=) Marg. contribuição R$4.000,00 R$7.000,00 R$11.000,00
(–) Custo fixo mensal R$(1.500,00) R$(2.000,00) R$(3.500,00)
(=) Lucro operacional R$2.500,00 R$5.000,00 R$7.500,00
Observação: para cálculo da receita e do custo variável basta multiplicar a 
quantidade pelos valores unitários.
A campanha publicitária que está sendo estudada vai gerar uma despesa 
fixa mensal adicional de R$500,00 para os serviços de obturações normais 
(produto A) e de R$1.000,00 para as obturações de canal (produto B). O pro-
prietário da clínica concorda em fazer a campanha, desde que essa traga uma 
quantidade adicional de atendimentos que sejam suficientes para cobrir os 
gastos com a campanha.
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Pontode equilíbrio – aspectos iniciais
113
Diante disso, solicitou à sua equipe de marketing que calcule quantos 
atendimentos a mais de cada produto serão necessários para cobrir os gastos 
com a campanha mantendo o mesmo lucro por produto. Como a resposta 
tinha que ser rápida, foi utilizada a forma simplificada de se fazer o cálculo, 
conforme a seguir.
Produto A:
Gasto com a campanha R$500,00 = 25 atendimentos adicionais
Margem de contribuição unit. R$20,00
Portanto, deverá aumentar a quantidade de atendimentos de 200 para 
225, isso representa um acréscimo de 12,5%.
Produto B:
Gasto com a campanha R$1.000,00 = 28,57 atendimentos adicionais
Margem de contribuição unitária R$35,00
Portanto, deverá aumentar a quantidade de atendimentos de 200 para 
228,57 (ou 229), isso representa um acréscimo de 14,3%.
Conclusão: se conseguir esses acréscimos nas quantidades de atendi-
mentos dos dois produtos, a campanha publicitária poderá ser feita, pois, 
mesmo aumentando as despesas mensais o lucro se manterá o mesmo, con-
forme demonstração do resultado a seguir:
 Produto A Produto B Total
Receita do serviço R$6.750,00 R$13.714,29 R$20.464,29
(–) Custo Variável R$(2.250,00) R$(5.714,29) R$(7.964,29)
(=) Marg. contribuição R$4.500,00 R$8.000,00 R$12.500,00
(–) Custo fixo mensal R$(2.000,00) R$(3.000,00) R$(5.000,00)
(=) Lucro operacional R$2.500,00 R$5.000,00 R$7.500,00
Retorno sobre Investimento por produto
Retorno sobre Investimento significa qual o percentual que o lucro está 
remunerando o valor que foi empregado (investido) no negócio ou especifi-
camente no produto.
Fórmula para cálculo do Retorno sobre Investimento (ROI – Return On 
Investment):
114
ROI = Lucro
Investimento
 . 100
Utilizando os dados originais (iniciais) do exemplo anterior (clínica odon-
tológica), será calculado o Retorno sobre Investimento de cada um dos pro-
dutos e também o global da clínica.
Além dos custos fixos de cada linha de serviço, a clínica tem uma despesa 
fixa mensal, comum às duas linhas, no valor de R$2.500,00. Portanto, sua 
demonstração do resultado apresenta o seguinte:
Produto A Produto B Total
Receita do serviço R$6.000,00 R$12.000,00 R$18.000,00
(–) Custo Variável R$(2.000,00) R$(5.000,00) R$(7.000,00)
(=) Margem de contribuição R$4.000,00 R$7.000,00 R$11.000,00
(–) Custo fixo mensal R$(1.500,00) R$(2.000,00) R$(3.500,00)
(=) Lucro operacional dos serviços R$2.500,00 R$5.000,00 R$7.500,00
(–) Despesa fixa comum R$(2.500,00)
(=) Lucro operacional da empresa R$5.000,00
A empresa efetuou os seguintes investimentos:
� Produto A: R$40.000,00
� Produto B: R$60.000,00
� Comum aos dois produtos: R$20.000,00
� Investimento total: R$120.000,00
Cálculo do ROI por produto
Produto A : R$2.500,00
R$40.000,00
 . 100 = 6,25% a.m.
Produto B : R$5.000,00
R$60.000,00
 . 100 = 8,33% a.m.
Produto C : R$5.000,00
R$120.000,00
 . 100 = 4,17% a.m.
Análises
Para concluir se é vantagem investir nesse negócio (clínica odontológi-a) 
ca), os proprietários deverão comparar o retorno sobre o investimento 
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
115
da clínica que foi de 4,17% a.m. (ao mês) com seu custo de oportuni-
dade, ou seja, responder a seguinte pergunta:
 O valor de R$120.000,00 investido em outro negócio teria um retorno 
maior ou menor que 4,17% a.m.?
se a resposta for menor, então investir na clínica é vantajoso; �
se a resposta for maior, então não é vantagem investir em odonto- �
logia, os proprietários deveriam pegar esse valor investido e colo-
car em outro negócio com maior rentabilidade.
A análise por produto apresenta qual deles gera melhor retorno, sen-b) 
do assim, suponhamos que os proprietários estivessem dispostos 
a investir mais R$50.000,00 e que houvesse mercado potencial para 
ambos. Para qual dos dois produtos deveria ser direcionado o novo 
investimento?
 Resposta: para o produto B, pois gera um ROI de 8,33% enquanto o 
produto A gera 6,25%.
Pay Back
Pay Back é o tempo de retorno do investimento, ou seja, é o tempo entre 
o investimento inicial e o momento no qual o lucro líquido acumulado se 
iguala ao valor desse investimento.
O Pay Back é uma das técnicas de análise financeira mais comuns para 
se avaliar o retorno sobre o investimento. Calcula o número de períodos 
ou quanto tempo o investidor irá precisar para recuperar o investimento 
realizado.
O Retorno sobre Investimento (ROI) apresenta o retorno em percentual, 
enquanto o pay back apresenta em quantidade de períodos, ou seja, o prazo 
que o investimento será recuperado.
A fórmula do Pay Back (PB) é inversa à do Retorno sobre Investimento, 
conforme a seguir:
PB = Investimento
Lucro
116
Utilizando os dados da clínica odontológica teremos os seguintes pay 
backs:
Produto A : R$40.000,00
R$2.500,00
 = 16 meses
Produto B : R$60.000,00
R$5.000,00
 = 12 meses
Clínica : R$120.000,00
R$5.000,00
 = 24 meses
ROI Pay Back
Produto A 6,25% a.m. 16 meses
Produto B 8,33% a.m. 12 meses
Clínica 4,17% a.m. 24 meses
Portanto, assim como o ROI, através do Pay Back também é possível con-
cluir que o produto B é melhor, pois o prazo de retorno do investimento é de 
12 meses, enquanto do produto A é de 16 meses.
A seguir outro exemplo de cálculo do Pay Back:
A Cia. Amorosa é uma empresa de telefonia móvel (celular) e resolve fazer 
uma promoção para o dia dos namorados. Para cada novo assinante será dado 
um aparelho que custa R$400,00. Levando-se em consideração os dados a 
seguir, quantos meses serão necessários para cobrir esse investimento?
Custo do aparelho (investimento) R$400,00
Assinatura mensal R$20,00
Receita por minuto R$0,40
Custo variável por minuto R$0,03
Importante: cada usuário utiliza em média 100 minutos por mês.
Resposta:
Para efetuar o cálculo do prazo de retorno do investimento será necessá-
rio calcular o lucro, para em seguida, o Pay Back.
Lucro = RT – CT
RT: R$20,00 + (100 min . R$0,40) = R$60,00
CT: 100 min . R$0,03 = R$3,00
Lucro = R$57,00
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
117
Cálculo do Pay Back:
PB = Investimento
Lucro
PB = R$400,00
R$57,00
 = 7,02 meses
Portanto, a Cia. Amorosa começará a obter resultado após o 7.º mês, pois, 
até então, apenas recuperou o valor do investimento com o aparelho que 
fora subsidiado ao novo assinante, por isso, irão exigir um contrato de fideli-
dade de, no mínimo, 12 meses para que possam obter algum lucro.
Vale destacar, que o conceito do pay back é exatamente igual ao do ponto 
de equilíbrio, ou seja, ambos calculam a quantidade que se precisa para que 
o resultado seja igual a zero. No caso do pay back essa quantidade é dada em 
períodos de tempo: dias, meses ou anos.
Ponto de equilíbrio às avessas
Ponto de equilíbrio às avessas se dá quando um determinado produto 
apresenta margem de contribuição negativa, nesse caso, quanto maior o 
volume de vendas, pior será o resultado. Muitas vezes um produto, embora 
tenha resultado negativo, é estratégico para a empresa mantê-lo, pois pode 
ser um atrativo para outros produtos de melhor rentabilidade.
Um exemplo clássico é a edição, impressão e distribuição de jornais, nor-
malmente a venda em si do jornal gera prejuízo, mas o ganho está na venda 
de anúncios e classificados, conforme exemplo a seguir:
O jornal ABC Times tem as seguintes informações:
Receita com anúncios e classificados R$25.000,00 por mês
Custo variável total com edição dos anúncios e classificados R$10.000,00 por mês
Preço de venda do jornal R$2,00 por exemplar
Custos variáveis de edição e distribuição R$3,00 por exemplar
Custos + Despesas fixas: R$10.000,00 por mês
118
Pede-se:
1 – Calcular quantos exemplares deverão vender por mês para atingir o 
ponto de equilíbrio.
Teremos o ponto de equilíbrio quando:
RT = CT
RT = CVT + CF
R$25.000,00 + R$2,00q = R$10.000,00 + R$3,00q + R$10.000,00
R$25.000,00 – R$10.000,00 – R$10.000,00 = R$3,00q – R$2,00q
q = R$5.000,00
R$1,00
 = 5 000
Demonstraçãodo resultado
Anúncios e 
classificados Venda do jornal Total
Receita R$25.000,00 R$10.000,00 R$35.000,00
(–) Custo Variável R$(10.000,00) R$(15.000,00) R$(25.000,00)
(=) Margem de contribuição R$15.000,00 R$(5.000,00) R$10.000,00
(–) Custo fixo R$(10.000,00)
(=)Lucro operacional R$0,00
2 – Calcular quantos exemplares deverão vender para obter um lucro de 
R$2.000,00 por mês.
Teremos o lucro de R$2.000,00 quando:
RT = CT + L
RT = CVT + CF + L
R$25.000,00 + R$2,00q = R$10.000,00 + R$3,00q + R$10.000,00 + R$2.000,00
R$25.000,00 – R$10.000,00 – R$10.000,00 – R$2.000,00 = R$3,00q – R$2,00q
q = R$3.000,00
R$1,00
 = 3 000
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
119
Demonstração do resultado
Anúncios e 
classificados
Venda do 
jornal Total
Receita R$25.000,00 R$6.000,00 R$31.000,00
(–) Custo variável R$(10.000,00) R$(9.000,00) R$(19.000,00)
(=) Margem de contribuição R$15.000,00 R$(3.000,00) R$12.000,00
(–) Custo fixo R$(10.000,00)
(=) Lucro operacional R$2.000,00
Vale destacar que para obter lucro será necessário vender menos que 
5 000 exemplares, como nesse caso, para obter o lucro de R$2.000,00 é ne-
cessário vender 3 000 exemplares apenas, pois como a margem de contribui-
ção é negativa, quanto mais vender, pior será o resultado.
No entanto, se o jornal tiver baixa distribuição não conseguirá vender 
anúncios e classificados. Portanto, mesmo com a margem negativa a empre-
sa é obrigada a vender o jornal.
Ponto de equilíbrio em receitas
Quando a empresa trabalha com diversas unidades diferentes de produ-
tos, como é o caso de um supermercado que atua com kg, litro, pacote, fardo, 
lata etc., é muito difícil calcular o ponto de equilíbrio em quantidades, nesse 
caso, o cálculo pode ser feito em receitas totais, possibilitando responder a 
pergunta:
Quanto precisamos faturar para alcançar o ponto de equilíbrio?
Assim, para calcular o ponto de equilíbrio em receita ao invés de utilizar 
a margem de contribuição unitária, utiliza-se a margem em percentual, que 
é encontrada dividindo o valor da margem de contribuição pela receita. Por 
exemplo:
Receita R$100.000,00
(–) Custo variável R$(60.000,00)
(=) Marg. contribuição R$40.000,00
(–) Custos e desp. fixos R$(30.000,00)
(=) Lucro operacional R $10.000,00
Demonstração do resultado Cálculo da Margem de Contribuição 
Percentual – MC%
MC% = R$40.000,00
R$100.000,00
 = 0,4040%
120
Cálculo da receita para atingir o ponto de equilíbrio, que chamamos de 
receita equilíbrio:
Receita equilíbrio: CF
MC%
 = R$
Receita equilíbrio = R$30.000,00
0,40
 = R$75.000,00
Cálculo do custo variável: se a MC% é de 40%, significa que o custo variá-
vel representa 60% da receita, portanto: R$75.000,00 . 60% = R$45.000,00.
Demonstração do resultado
Receita R$75.000,00
(–) Custo variável R$(45.000,00) 60%
(=) Marg. contribuição R$30.000,00 40%
(–) Custos e desp. fixos R$(30.000,00)
(=) Lucro operacional R$0,00
Margem de Segurança (MS)
O cálculo do ponto de equilíbrio em receita permite o cálculo da Margem 
de Segurança.
Margem de Segurança é o excesso de vendas em relação ao ponto de 
equilíbrio. Ela demonstra até quanto as vendas podem cair para que a em-
presa não entre na zona do prejuízo, é calculada pela fórmula:
MS= Receitas atuais – Receitas no ponto de equilíbrio
Receitas atuais
 
No exemplo anterior, apresentado para se calcular o PE em receita, a em-
presa apresentou uma receita total de R$100.000,00 e obteve um lucro de 
R$10.000,00, no PE apresentou uma receita total de R$75.000,00. Com isso, 
apresenta a seguinte Margem de Segurança:
MS: R$100.000,00 – R$75.000,00
R$100.000,00
 = 25%
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
121
Normalmente o resultado da equação é multiplicado por 100 para que 
seja apresentado em percentual.
A Margem de Segurança de 25% significa que as vendas dessa empresa 
poderão cair no máximo 25% para que não tenha prejuízo, acima desse per-
centual começará a entrar na zona do prejuízo.
Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
Garrison, Noreen e Brewer (2007, p. 200) mencionam que
Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a medida de sensibilidade do lucro operacional 
líquido às variações percentuais das vendas. A alavancagem operacional funciona como 
um fator multiplicador: se ela é alta, uma pequena variação percentual das vendas pode 
levar a uma variação percentual muito maior do lucro operacional líquido.
O GAO determina a proporção entre o lucro e o volume de vendas, ou 
seja, serve como instrumento para responder a seguinte pergunta:
Para aumentar o lucro em X% quanto devemos aumentar o volume de 
vendas?
O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é o resultado da fórmula:
GAO = Margem de contribuição
Lucro operacional
GAO = 40.000
10.000
 = 4
Assim, a cada 1% de aumento no volume de vendas atual corresponderá 
a um aumento de 4% no lucro.
Demonstração do Resultado
Receita R$100.000,00
(–) Custo variável R$(60.000,00)
(=) Marg. contribuição R$40.000,00 
(–) Custos e desp. fixos R$(30.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
122
Aplicando as perguntas
1 – Se aumentar o volume em 20% em quanto aumentará o lucro?
Cálculo: 20% . 4 = 80%
Portanto, se o lucro atual é de R$10.000,00 com aumento de 80% passará 
para R$18.000,00, conforme demonstrado a seguir:
Receita líquida R$100.000,00 . 1,20 = R$120.000,00
(–) Custo variável R$(60.000,00) . 1,20 = R$(72.000,00)
(=) Margem de contribuição R$40.000,00 R$48.000,00
(–) Custo + Despesa fixo R$(30.000,00) R$(30.000,00)
Lucro R$10.000,00 R$18.000,00
2 – Para aumentar o lucro em 100% quanto deverá aumentar o 
volume de vendas ?
O GAO também pode ser calculado utilizando a seguinte fórmula:
GAO = Porcentagem de acréscimo no lucro
Porcentagem de acréscimo no volume
 
Assim teremos:
100%
x
 = 4 
Então: 100% = 4x .:. x = 100%
4
 .:. x = 25%
Portanto, para dobrar o lucro, a empresa deverá aumentar o volume em 
25% , conforme demonstrado a seguir:
Receita líquida R$100.000,00 . 1,25 = R$125.000,00
(–) Custo variável R$(60.000,00) . 1,25 = R$(75.000,00)
(=) Margem de contribuição R$40.000,00 R$50.000,00
(–) Custo + Despesa fixo R$(30.000,00) R$(30.000,00)
Lucro R$10.000,00 R$20.000,00
O cálculo da Margem de Segurança (MS) e do Grau de Alavancagem Ope-
racional (GAO) auxiliam na tomada de decisão sobre qual melhor estrutura 
para cada projeto, respondendo ao questionamento:
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
123
Para esse projeto ou para essa empresa é melhor que se tenha mais 
custo fixo ou é melhor que se tenha mais custo variável?
Para responder esse questionamento será apresentado o exemplo a 
seguir:
As empresas A e B apresentam as seguintes demonstrações de 
resultado:
Empresa A Empresa B
Receita R$100.000,00 R$100.000,00
(–) Custo variável R$(60.000,00) R$(30.000,00)
(=) Marg. contribuição R$40.000,00 R$70.000,00
(–) Custo fixo R$(30.000,00) R$(60.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00 R$10.000,00
As duas empresas apresentam a mesma receita e o mesmo lucro opera-
cional, diante disso responda:
Qual das duas empresas apresenta a melhor estrutura? Por quê?
Para responder a essa pergunta é recomendável calcular a Margem de 
Segurança (MS) e o Grau de Alavancagem Operacional (GAO) de cada uma?
Primeiro passo � : calcular o ponto de equilíbrio em receita
Receita equilíbrio: CF
MC%
 = R$
 Empresa A
 Cálculo da MC%
Margem de Contribuição = R$40.000,00 = 0,40
 Receita R$100.000,00
 Ponto de equilíbrio em receita:
Custo fixo = R$30.000,00 = R$75.000,00
 MC% 0,40
124
 Empresa B
 Cálculo da MC%
Margem de Contribuição = R$70.000,00 = 0,70
Receita R$100.000,00
 Ponto de equilíbrio em receita:
Custo Fixo = R$60.000,00 = R$85.714,00
 MC% 0,70
Segundo passo � : calcular a Margem de Segurança (MS):
MS = Receitas atuais – Receitas no ponto de equilíbrio
Receitas atuais
 
 Empresa A
R$100.000,00 – R$75.000,00
= 25%
R$100.000,00
 Empresa B
R$100.000,00– R$85.714,00
= 14,3%
R$100.000,00
Terceiro passo � : calcular o Grau de Alavancagem Operacional (GAO).
GAO = Margem de contribuição
Lucro operacional
Empresa A Empresa B
R$40.000,00
= 4
R$70.000,00
= 7
R$10.000,00 R$10.000,00
Resumo:
Empresa A Empresa B
MS 25% 14,3%
GAO 4 7
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
125
Depois de calculados a MS e o GAO é possível responder a pergunta:
Qual das duas empresas apresenta a melhor estrutura? Por quê?
Os resultados mostram que:
para cada 1% de aumento no volume de vendas a empresa A aumen- �
tará o seu lucro em 4% e a empresa B em 7%, portanto, num merca-
do aquecido, de vendas crescentes, a empresa B apresenta melhor 
estrutura, uma vez que tem maior Grau de Alavancagem Operacional 
(GAO);
se o mercado estiver recessivo, com as vendas em queda, a empresa �
A apresenta melhor estrutura, uma vez que possui maior Margem de 
Segurança (MS). A empresa A suporta uma queda de até 25% no volu-
me de vendas para não ter prejuízo, enquanto a empresa B suporta no 
máximo 14,3%;
para uma resposta objetiva é necessário saber o comportamento do �
mercado;
mercado em crescimento – terá melhor estrutura a empresa que apre- �
sentar o maior GAO, nesse caso, a empresa B;
mercado em queda – terá melhor estrutura a empresa que apresentar �
a maior Margem de Segurança, nesse caso, a empresa A.
Para comprovar vamos apresentar uma situação onde o volume de vendas 
pode variar 20% para cima ou para baixo:
Situação 1: se aumentar o volume de vendas em 20% como ficará o 
resultado dessas empresas?
Empresa A Empresa B
Receita R$120.000,00 R$120.000,00
(–) Custo Variável R$(72.000,00) R$(36.000,00)
(=) Marg. contribuição R$48.000,00 R$84.000,00
(–) Custo fixo R$(30.000,00) R$(60.000,00)
(=) Lucro operacional R$18.000,00 R$24.000,00
Para se chegar a esses lucros não seria necessário fazer as demonstrações 
dos resultados, bastaria os seguintes cálculos:
126
(1 + (GAO . aumento do volume)) . Lucro operacional atual
Empresa A: (1 + (4 . 0,20)) . R$10.000,00 .:. 1,80 . R$10.000,00 = R$18.000,00
Empresa B: (1 + (7 . 0,20)) . R$10.000,00 .:. 2,40 . R$10.000,00 = R$24.000,00
Situação 2: se reduzir o volume de vendas em 20% como ficará o resulta-
do dessas empresas?
Empresa A Empresa B
Receita R$80.000,00 R$80.000,00
(–) Custo variável R$(48.000,00) R$(24.000,00)
(=) Marg. contribuição R$32.000,00 R$56.000,00
(–) Custo fixo R$(30.000,00) R$(60.000,00)
(=) Lucro operacional R$2.000,00 R$(4.000,00)
Cálculos diretos sem a necessidade da demonstração do resultado:
Lucro operacional atual – (Lucro operacional atual . (GAO . aumento do volume))
Empresa A: R$10.000,00 – (R$10.000,00 . (4 . 0,20)) .:. R$10.000,00 – 
R$8.000,00 = R$2.000,00
Empresa B: R$10.000,00 – (R$10.000,00 . (7 . 0,20)) .:. R$10.000,00 – 
R$14.000,00 = R$(4.000,00)
Importante
Numa economia em crescimento a empresa que apresentar o melhor 
GAO terá maior resultado, por outro lado numa economia recessiva também 
terá maior queda.
Numa economia em recessão a melhor estrutura será da empresa que 
tiver maior Margem de Segurança, pois suportará uma maior queda nas 
vendas.
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
127
Diálogo inicial
“Prem, um estudante de pós-graduação em engenharia à época, iniciou 
a Acoustic Concepts para comercializar um novo tipo radical de alto-falante 
que havia projetado para sistemas de som automotivos. O alto-falante, com o 
nome de Sonic Blaster, usa um microprocessador avançado e software próprio 
para aumentar a amplificação a níveis impressionantes. Prem contratou uma 
empresa de produtos eletrônicos de Taiwan para fabricar o alto-falante. Com 
capital inicial fornecido por sua família, Prem fez um pedido ao fabricante e 
colocou anúncios em publicações especializadas em automóveis.
O Sonic Blaster foi um sucesso quase imediato, e as vendas cresceram a 
ponto de que Prem transferiu a sede de seu apartamento para um local alu-
gado num parque industrial próximo. Contratou também uma recepcionista, 
um contador, um gerente de vendas, e uma pequena equipe de vendas para 
comercializar os alto-falantes em lojas locais. O contador, Bob Luchinni, havia 
trabalhado para diversas empresas de pequeno porte. Nas quais também 
havia atuado como assessor, além de contador e escriturário. A seguinte con-
versa ocorreu logo após a contratação de Bob:
Prem: Bob, eu tenho muitas perguntas sobre finanças da empresa, e espero que 
possa respondê-las.
Bob: Estamos em ótima situação. O empréstimo de sua família será liquidado 
dentro de uns poucos meses.
Prem: Eu sei, mas estou preocupado com os riscos que assumi expandindo as 
operações. O que aconteceria se aparecesse um concorrente no mercado e 
nossas vendas caíssem? Quanto as vendas poderiam cair sem que passás-
semos a ter prejuízo? Outra questão que estou tentando resolver é saber 
quanto nossas vendas precisam subir para justificar a grande campanha de 
marketing que o pessoal de vendas está propondo.
Bob: O marketing sempre quer mais dinheiro para propaganda.
Prem: E estão sempre me pedindo para reduzir o preço de venda de alto-falante. 
Concordo com eles que um preço mais baixo aumentaria nosso volume, 
mas não sei se o volume adicional compensaria a perda de receita com o 
preço mais baixo.
Ampliando seus conhecimentos
O diálogo a seguir (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007) ilustra a necessi-
dade do cálculo e da análise da relação: custo X volume X lucro.
128
Bob: Parece que todas essas questões estão ligadas a um tipo de algum modo 
[sic] às relações entre nossos preços de venda, nossos custos e nosso volu-
me. Não devemos ter qualquer problema em chegar a respostas. Precisarei 
de um dia ou dois, porém, para coletar alguns dados.
Prem: Por que não marcamos uma reunião para daqui a três dias? Isso será na 
quinta-feira.
Bob: Isso parece bom. Terei algumas respostas preliminares para você, bem 
como um modelo que poderá usar para responder perguntas semelhantes 
no futuro.
Prem: Ótimo. Estarei aguardando você para ver o que consegue.
Diálogo final
É a manhã de quinta-feira, e Prem Narayan e Bob Luchinni estão dis-
cutindo os resultados da análise feita por Bob.
Prem: Bob, tudo que você me mostrou até agora parece bastante claro. Posso 
ver qual será o impacto de algumas das sugestões do gerente de ven-
das sobre nosso lucro. Algumas sugestões são muito boas, e outras nem 
tanto. Também entendo que nosso ponto de equilíbrio é igual a 350 alto-
-falantes, o que nos obriga a garantir que não caiamos abaixo desse ní-
vel de vendas. O que realmente me preocupa é que estamos vendendo 
somente 400 alto-falantes por mês. Como você chamou essa folga de 50 
alto-falantes?
Bob: Essa é a margem de segurança.
Prem: Essa folga tão pequena me deixa bastante nervoso. O que podemos fazer 
para aumentá-la?
Bob: Precisaremos aumentar as receitas de venda, diminuir o ponto de equilí-
brio, ou ambas as coisas.
Prem: E para diminuir o ponto de equilíbrio precisaremos reduzir nossas despe-
sas fixas ou aumentar nossa margem de contribuição por unidade?
Bob: Exatamente.
Prem: E, para aumentar nossa margem de contribuição precisaremos elevar 
nosso preço de venda ou diminuir o custo variável unitário?
Bob: Correto.”
Os exemplos e exercícios apresentados nesse capítulo, mostram como 
efetuar os cálculos para responder perguntas como as que Prem fez para 
o seu contador Bob nesse diálogo. Questionamentos como esses são 
feitos a todos instantes dentro das organizações.
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
129
Atividades de aplicação
1. Considerando as informações abaixo, calcule quantas unidades serão 
necessárias para atingir o ponto de equilíbrio e elabore a demonstra-
ção do resultado.
Receita unitária R$200,00
Custo variável unitário R$120,00
Custo fixo mensal R$20.000,00
2. A Empresa CDL deseja obter um lucro de R$10.000,00 por mês, consi-
derando os dados a seguir, calculequantas unidades terá que vender 
para atingir esse lucro. Elabore a demonstração do resultado.
Receita unitária R$300,00
Custo variável unitário R$200,00
Custo fixo mensal R$30.000,00
3. A Empresa XYZ deseja calcular o preço de venda do seu produto. Ela 
possui um mercado potencial para vender 1 000 unidades por mês e 
deseja obter um lucro de R$10.000,00. Qual deverá ser o preço consi-
derando os custos a seguir? Elabore a demonstração do resultado.
Custo variável unitário R$100,00
Custo fixo mensal R$40.000,00
4. Calcule quantas unidades serão necessárias vender para obter um lu-
cro de 10% sobre a receita total, considerando as informações a seguir. 
Elabore a demonstração do resultado.
Receita unitária R$100,00
Custo variável unitário R$60,00
Custo fixo mensal R$30.000,00
5. Determinado investidor efetuou investimentos numa empresa que 
trabalha com dois produtos. Ele deseja investir mais R$50.000,00 e 
quer saber em qual produto deve investir, considerando que há mer-
cado suficiente para aumentar as vendas dos dois produtos, basean-
do-se na demonstração do resultado a seguir, em qual produto você 
recomenda que ele faça seu novo investimento?
130
Produto A Produto B
Receita R$40.000,00 R$60.000,00
(–) Custo Variável R$(10.000,00) R$(20.000,00)
(=) Margem 
de contribuição R$30.000,00 R$40.000,00
(–) Custo fixo anual R$(20.000,00) R$(25.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00 R$15.000,00
 Os investimentos iniciais nesses produtos foram de:
 Produto A: R$80.000,00
 Produto B: R$100.000,00
6. Considerando a demonstração do resultado a seguir, calcule o ponto 
de equilíbrio em receita e elabore a demonstração do resultado.
Receita R$80.000,00
(–) Custo variável R$(56.000,00)
(=) Margem de contribuição R$24.000,00
(–) Custo fixo mensal R$(15.000,00)
(=) Lucro operacional R$9.000,00
7. Calcule o prazo de retorno (pay back) do investimento abaixo:
Receita R$100.000,00
(–) Custo variável R$(30.000,00)
(=) Margem de contribuição R$70.000,00
(–) Custo fixo mensal R$(40.000,00)
(=) Lucro operacional R$30.000,00
 Os investimentos efetuados: R$450.000,00.
8. As Empresas X e Y apresentam as seguintes demonstrações de resulta-
dos:
Empresa X Empresa Y
Receita R$500.000,00 R$600.000,00
(–) Custo variável R$(300.000,00) R$(300.000,00)
(=) Margem de contribuição R$200.000,00 R$300.000,00
(–) Custo fixo anual R$(100.000,00) R$(200.000,00)
(=) Lucro operacional R$100.000,00 R$100.000,00
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
131
 Em que situação cada uma dessas empresas apresenta melhor estru-
tura? Por quê?
 Obs.: faça sua análise após calcular o GAO e a Margem de Segurança.
Gabarito
1. PE: R$20.000,00
R$200,00 – R$120,00
 = 250 unidades
 Demonstração do resultado
Receita 250 unid . R$200,00 = R$50.000,00
(–) Custo variável 250 unid . R$120,00 = R$(30.000,00)
(=) Margem de contribuição R$20.000,00
(–) Custo fixo R$(20.000,00)
(=) Lucro operacional R$0,00
2. Lucro desejado: R$30.000,00 + R$10.000,00
R$300,00 – R$200,00
 = 400 unidades
 Demonstração do resultado
Receita 400 unid . R$300,00 = R$120.000,00
(–) Custo variável 400 unid . R$200,00 = R$(80.000,00)
(=) Margem de contribuição R$40.000,00
(–) Custo fixo R$(30.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
3.
 R$40.000,00 + R$10.000,00
Ru – R$100,00
 = 1 000
 R$50.000,00 = 1 000Ru + R$100.000,00
 R$50.000,00 + R$100.000,00 = 1 000Ru
 Ru = R$150.000,00
1 000
 = R$150,00
 Demonstração do resultado
Receita 1 000 unid . R$150,00 = R$150.000,00
(–) Custo variável 1 000 unid . R$100,00 = R$(100.000,00)
(=) Margem de contribuição R$50.000,00
(–) Custo fixo R$(40.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
132
4. R$30.000,00 + 0,10RT
R$100,00 – R$60,00
 = q
 RT = Ru . q
 RT = R$100,00 . q, ou seja, RT = 100,00q
 Portanto, na fórmula onde consta RT substituiremos por R$100,00q:
 R$30.000,00 + (0,10 . R$100,00q)
R$100,00 – R$60,00
 = q
 R$30.000,00 + R$10,00q = R$40,00q
 R$30.000,00 = R$40,00q – R$10,00q
 R$30.000,00 = R$30,00q
 q: R$30.000,00
R$30,00
 = 1 000 unidades
 Demonstração do resultado
Receita 1 000 unid . R$100,00 = R$100.000,00
(–) Custo variável 1 000 unid . R$60,00 = R$(60.000,00)
(=) Margem de contribuição R$40.000,00
(–) Custo fixo R$(30.000,00)
(=) Lucro operacional R$10.000,00
 Comprovando
 Lucro 
Receita Total
 R$10.000,00
R$100.000,00
 = 10%
5. Retorno sobre o investimento:
 Produto A: R$10.000,00
R$80.000,00
 . 100 = 12,5% a.a.
 Produto B: R$15.000,00
R$100.000,00
 . 100 = 15% a.a.
 Considerando que há mercado para os dois produtos, recomendaria 
o investimento dos R$50.000,00 no produto B, pois esse produto gera 
um retorno de 15% a.a. sobre o investimento, enquanto o produto A 
gera de 12,5% a.a.
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
133
6. 
1.º Passo: calcular a margem de contribuição percentual �
 Margem de contribuição
Receita
 = R$24.000,00
R$80.000,00
 = 0,30
 2.º Passo: calcular o ponto de equilíbrio em receita: �
 Custo Fixo
MC%
 = R$15.000,00
0,30
 = R$50.000,00
 Demonstração do resultado
Receita R$50.000,00
(–) Custo variável R$(35.000,00) 70% da receita total
(=) Margem de contribuição R$15.000,00 30% da receita total
(–) Custo fixo mensal R$(15.000,00)
(=) Lucro operacional R$0,00
7. PB = R$450.000,00
R$30.000,00
 = 15 meses
 Portanto, a empresa começará a obter resultado após o 15.º mês, pois, 
até então, apenas recuperou o valor do investimento.
8. 
Primeiro passo � : calcular o ponto de equilíbrio em receita.
 Empresa X
 Cálculo da MC%
 Margem de contribuição
Receita
 = R$200.000,00
R$500.000,00
 = 0,40
 Ponto de equilíbrio em receita:
 Custo fixo
MC%
 = R$100.000,00
0,40
 = R$250.000,00
 Empresa Y
 Cálculo da MC%
 Margem de contribuição
Receita
 = R$300.000,00
R$600.000,00
 = 0,50
134
 Ponto de equilíbrio em receita:
 Custo fixo
MC%
 = R$200.000,00
0,50
 = R$400.000,00
Segundo passo � : calcular a Margem de Segurança (MS).
MS = Receitas atuais – Receitas no ponto de equilíbrio
Receitas atuais
Empresa X Empresa Y
R$500.000,00 – R$250.000,00
R$500.000,00
 = 50% R$600.000,00 – R$400.000,00
R$600.000,00
 = 33,3%
Terceiro passo � : calcular o Grau de Alavancagem Operacional 
(GAO).
GAO = Margem de contribuição
Lucro operacional
Empresa X Empresa Y
R$200.000,00
R$100.000,00
 = 2 R$300.000,00
R$100.000,00
 = 3
 Resumo:
Empresa X Empresa Y
MS: 50% 33,3%
GAO: 2 3
 Resposta:
Mercado em crescimento: terá melhor estrutura a empresa que �
apresentar o maior GAO, nesse caso, a Empresa Y.
Mercado em queda: terá melhor estrutura a empresa que apresen- �
tar a maior margem de segurança, nesse caso, a Empresa X.
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais
Ponto de equilíbrio – 
aspectos complementares
Ponto de Equilíbrio Contábil, 
Econômico e Financeiro
O ponto de equilíbrio tradicional, que nos remete para resultado igual a 
zero, é chamado de Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC).
O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) está relacionado com o lucro de-
sejado pelos acionistas, ou seja, o retorno sobre o capital próprio da empresa 
(patrimônio líquido).
O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) apresenta qual o volume de vendas 
necessário para manter o caixa da empresa em equilíbrio.
Para ilustrar essas três modalidades de ponto de equilíbrio será utilizado 
um exemplo adaptado de Eliseu Martins (2006).
Considerando as informações abaixo será calculado o PEC, PEE e PEF.
Preço de venda: R$8.000,00 por unidade
Custos e despesas variáveis: R$6.000,00 por unidade
Custos e despesas fixos: R$4.000.000,00 por ano
Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)
O Ponto de Equilíbrio Contábil ocorre quando as receitas totais são iguais 
aos custos e despesas totais, portanto, nesse ponto, o resultado é igual a 
zero. O PEC é calculado utilizando a fórmula:
PEC: Custos fixos + Despesas fixas
Contribuição marginal unitária
 = q
PEC: R$4.000.000,00
R$8.000,00 – R$6.000,00
 = 2 000 unidades137
138
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
Demonstração do resultado
Receita 2 000 unid . R$8.000,00 = R$16.000.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 2 000 unid . R$6.000,00 = R$(12.000.000,00)
(=) Contribuição marginal R$4.000.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(4.000.000,00)
(=) Lucro contábil R$0,00
Observação: algumas literaturas tratam o termo contribuição marginal 
como margem de contribuição, portanto são termos análogos.
Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)
Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) apresenta qual a quantidade que 
deverá ser vendida para que se possa remunerar o acionista de acordo com 
a sua expectativa de retorno sobre o investimento.
Dando continuidade ao exemplo anterior, supondo que a empresa tives-
se patrimônio líquido no início do ano no valor de R$10.000.000,00 e os acio-
nistas tenham uma expectativa de retorno de 10% a.a., portanto a empresa 
deverá gerar um lucro mínimo anual de R$1.000.000,00.
Assim, para os donos (sócios ou acionistas), lucro será quando o resultado 
ultrapassar R$1.000.000,00, pois até esse valor foi simplesmente uma remu-
neração do seu capital investido na empresa.
A fórmula para o cálculo do PEE se dá da seguinte forma:
PEE: Custos fixos + Despesas fixas + Retorno desejado
Contribuição marginal unitária
 = q 
PEE: R$4.000.000,00 + R$1.000.000,00
R$8.000/u – R$6.000/u
 = 2 500 unidades
Demonstração do resultado
Receita 2 500 unid . R$8.000,00 = R$20.000.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 2 500 unid . R$6.000,00 = R$(15.000.000,00)
(=) Contribuição marginal R$5.000.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(4.000.000,00)
(=) Lucro contábil R$1.000.000,00
(–) Retorno desejado R$(1.000.000,00)
Resultado econômico R$0,00
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
139
Se a empresa estiver vendendo 2 300 unidades por mês estará com lucro 
contábil, pois estará vendendo 300 unidades acima do Ponto de Equilíbrio 
Contábil, mas terá prejuízo econômico, pois estará 200 unidades abaixo do 
Ponto de Equilíbrio Econômico.
Nesse caso, para calcular os resultados contábil e econômico, basta mul-
tiplicar essas quantidades mencionadas pela contribuição marginal unitária, 
conforme a seguir:
Resultado contábil: 300 unidades acima do PEC . R$2.000,00 = 
R$600.000,00.
Resultado econômico: 200 unidades abaixo do PEE . R$2.000,00 = 
R$(400.000,00).
Assim, a empresa terá lucro contábil de R$600.000,00 e prejuízo econô-
mico de R$400.000,00, uma vez que os acionistas desejam um lucro mínimo 
de R$1.000.000,00.
Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)
O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) calcula quantas unidades será ne-
cessário vender para que não haja alteração no caixa de um período para 
outro, ou seja, está relacionado com a geração de caixa.
Os resultados contábil e econômico são apurados de acordo com o 
Regime de Competência, portanto, os Pontos de Equilíbrio Contábil e Eco-
nômico são diferentes do Ponto de Equilíbrio Financeiro.
Dando continuidade ao exemplo anterior, suponhamos que dentro dos 
custos e despesas fixos de R$4.000.000,00 haja uma despesa com deprecia-
ção de R$800.000,00. A depreciação é uma despesa que não gera desembol-
so de caixa, dessa forma, os custos e despesas fixos desembolsáveis são de 
R$3.200.000,00 no ano.
Portanto, o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) será obtido quando a em-
presa obtiver uma contribuição marginal total no valor de R$3.200.000,00, 
que será capaz de cobrir os custos e despesas fixos desembolsáveis.
PEF: Custos e despesas fixos desembolsáveis
Contribuição marginal unitária
 = q 
PEF: R$4.000.000,00 – R$800.000,00
R$8.000,00 – R$6.000,00
 = 1 600 unidades
140
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
Demonstração do resultado
Receita 1 600 unid . R$8.000,00 = R$12.800.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 1 600 unid . R$6.000,00 = R$(9.600.000,00)
(=) Contribuição marginal R$3.200.000,00
(–) Custos e despesas fixos desembolsáveis R$(3.200.000,00)
(=) Resultado financeiro R$0,00
Se a empresa estiver vendendo 1 600 unidades, não terá problemas de 
caixa, conforme demonstrado, mas estará com um prejuízo contábil de 
R$800.000,00. Não estará, também, conseguindo remunerar o acionista que 
deseja um retorno R$1.000.000,00, conforme demonstração a seguir:
Receita 1 600 unid . R$8.000,00 = R$12.800.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 1 600 unid . R$6.000,00 = R$(9.600.000,00)
(=) Contribuição marginal R$3.200.000,00
(–) Custos e despesas fixos desembolsáveis R$(3.200.000,00)
(=) Resultado financeiro R$0,00
Depreciação R$(800.000,00)
Resultado contábil R$(800.000,00)
Lucro desejado R$(1.000.000,00)
(=) Resultado econômico R$(1.800.000,00)
O cálculo do PEF apresentado é bastante simplista, pois não está levando 
em consideração outros compromissos financeiros, além dos custos e despe-
sas, como necessidade de novos investimentos e valores a pagar constantes 
no passivo circulante, portanto devemos evoluir nesse cálculo considerando 
essas outras situações que também geram desembolso de caixa no período. 
A esse cálculo chamaremos de PEF2.
Supondo que além do pagamento dos custos e despesas fixas, que somam 
R$3.200.000,00, a empresa tenha um empréstimo no valor de R$2.000.000,00 
a pagar no período. Então, sua necessidade de caixa será: R$3.200.000,00 de 
custos e despesas fixos + R$2.000.000,00 de empréstimos e, ainda, o valor 
correspondente aos custos e despesas variáveis.
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
141
Logo o Ponto de Equilíbrio Financeiro para conseguir esse objetivo será:
PEF2: 
Custos e despesas fixos desembolsáveis + Outras necessidades de caixa
Contribuição marginal unitária
 = q 
PEF2: 
(R$4.00.000,00 – R$800.000,00) + R$2.000.000,00
R$8.000,00 – R$6.000,00
 = 2 600 unidades
Demonstração do Resultado
Receita 2 600 unid . R$8.000,00 = R$20.800.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 2 600 unid . R$6.000,00 = R$(15.600.000,00)
(=) Contribuição marginal R$5.200.000,00
(–) Custos e despesas fixo desembolsáveis R$(3.200.000,00)
(–) Pagamento do empréstimo R$(2.000.000,00)
Resultado financeiro R$0,00
Na forma apresentada estamos admitindo que todas as receitas foram rece-
bidas e todos os custos e despesas (exceto a depreciação, é claro) foram pagos, 
mas, na prática, nem todas as receitas, custos e despesas são recebidos e pagos 
durante o ano. Entrar nesse nível de detalhe é um excesso de preciosismo, pois, 
da mesma forma que uma parte das receitas, dos custos e das despesas do ano 
2 somente afetarão o caixa do ano 3, uma parte desses itens do ano 1 estará 
afetando o caixa do ano 2, portanto, esses efeitos tendem a se anular. Mas, caso 
queira fazer esse tipo de consideração, será necessário estabelecer o percentual 
de recebimentos e pagamentos, conforme o cálculo a seguir:
Receitas recebidas no ano: 95% �
Custos e despesas variáveis pagos no ano: 96% �
Custos e despesas fixos pagos no ano: 97% �
Esses percentuais serão aplicados a cada um dos itens na fórmula:
PEF2: 
((R$4.000.000,00 – R$800.000,00) . 0,97) + R$2.000.000,00
(R$8.000,00 . 0,95) – (R$6.000,00 . 0,96)
 = q 
PEF2: 
R$3.104.000,00 + R$2.000.000,00
R$7.600,00 – R$5.760,00
 = 2 774 unidades
142
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
Demonstração do resultado
Receita 2 774 unid . R$8.000,00 . 0,95 = R$21.082.400,00
(–) Custos e despesas variáveis 2 774 unid . R$6.000,00 . 0,96 = R$(15.978.240,00)
(=) Contribuição marginal R$5.104.160,00
(–) Custos e despesas fixo desembolsáveis R$3.200.000,00 . 0,97 = R$(3.104.000,00)
(–) Pagamento do empréstimo R$(2.000.000,00)
Resultado financeiro R$160,00*
*Esse saldo foi gerado em função de arredondamento, pois a quantidade exata é 2 773,9 unidades 
que, para esse cálculo, foram arredondadas para 2 774.
Exercício de fixação
A Cia. Equilibrada apresenta os dados abaixo. Calcular os Pontos de Equi-
líbrio Contábil (PEC), Econômico (PEE) e Financeiro (PEF).
Preço de venda: R$1.000,00 por unidade
Custos e despesas variáveis: R$600,00 por unidade
Custos e despesasfixos: R$1.000.000,00 por ano
Informações adicionais
Dentro dos custos e despesas fixos R$200.000,00 se refere à deprecia-a) 
ção. Essa informação será utilizada para calcular o PEF.
A Cia. tem um empréstimo no valor de R$500.000,00 a ser pago nesse b) 
ano. Essa informação será utilizada para calcular o PEF.
O patrimônio líquido no início do ano era de R$5.000.000,00 ao qual os c) 
sócios desejam uma rentabilidade de 12%. Essa informação será utili-
zada para calcular o PEE.
Do lucro obtido no item anterior os acionistas desejam que 20% seja d) 
distribuído de dividendos. Essa informação será utilizada para calcular 
o PEF.
Cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)
PEC: Custos fixos + Despesas fixas
Contribuição marginal unitária
 = q
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
143
PEC: R$1.000.000,00
R$1.000,00 – R$600,00
 = 2 500 unidades
Demonstração do resultado
Receita 2 500 unid . R$1.000,00 = R$2.500.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 2 500 unid . R$600,00 = R$(1.500.000,00)
(=) Contribuição marginal R$1.000.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(1.000.000,00)
(=) Resultado contábil R$0,00
Cálculo do Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)
Conforme consta na letra “c” o patrimônio líquido é de R$5.000.000,00 e 
os sócios desejam uma rentabilidade de 12%.
Lucro desejado: R$5.000.000,00 . 12% = R$600.000,00
PEE: Custos fixos + Despesas fixas + Retorno desejado
Contribuição marginal unitária
 = q 
PEE: R$1.000.000,00 + R$600.000,00
R$1.000,00 – R$600,00
 = 4 000 unidades
Demonstração do resultado
Receita 4 000 unid . R$1.000,00 = R$4.000.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 4 000 unid . R$600,00 = R$(2.400.000,00)
(=) Contribuição marginal R$1.600.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(1.000.000,00)
(=) Lucro contábil R$600.000,00
(–) Retorno desejado R$(600.000,00)
Resultado econômico R$0,00
Cálculo do Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)
Dados
Preço de venda: R$1.000,00 por unidade
Custos e despesas variáveis: R$600,00 por unidade
Custos e despesas fixos: R$1.000.000,00 por ano
Depreciação: R$200.000,00 por ano
Pagamento de empréstimo: R$500.000,00 por ano
Dividendos de 20% . R$600.000,00 R$120.000,00 por ano
144
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
PEF2: Custos e despesas fixos desembolsáveis + Empréstimos + Dividendos
Contribuição marginal unitária
 = q 
PEF2: (R$1.000.000,00 – R$200.000,00) + R$500.000,00 + R$120.000,00
R$1.000,00 – R$600,00
 = 3 550 unidades
Demonstração do resultado
Receita 3 550 unid . R$1.000,00 = R$3.550.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 3 550 unid . R$600,00 = R$(2.130.000,00)
(=) Contribuição marginal R$1.420.000,00
(–) Custos e despesas fixo 
desembolsáveis R$1.000.000,00 – R$200.000,00 = R$(800.000,00)
(–) Pagamento do empréstimo R$(500.000,00)
(–) Pagamento de dividendo R$(120.000,00)
(=) Resultado financeiro R$0,00
Resumo
PEC: 2 500 unidades
PEE: 4 000 unidades
PEF: 3 550 unidades
Para fins orçamentários deve-se ter como meta o maior dos três, nesse 
exemplo, seria o Ponto de Equilíbrio Econômico.
Ponto de equilíbrio envolvendo 
mais de um produto ou serviço
Quando a empresa trabalha com mais de um produto há limitações para se 
calcular o ponto de equilíbrio, pois os produtos têm margens de contribuição 
diferentes, assim, é possível estabelecer diversas combinações para se chegar 
ao ponto de equilíbrio da empresa, por exemplo, considerando que a loja de 
roupas Via Lacta venda camisas e calças e que tenha os seguintes dados:
Camisa Calça
Preço de venda unitário R$100,00 R$200,00
(–) Custo variável unitário R$(60,00) R$(100,00)
(=) Margem de contribuição R$40,00 R$100,00
Custo fixo mensal: R$5.500,00
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
145
Essa empresa atingirá seu ponto de equilíbrio quando a soma das mar-
gens de contribuição dos dois produtos atingir R$5.500,00. Isso pode ocorrer 
com diversas combinações de vendas, para exemplificar serão apresentadas 
três, entre várias hipóteses possíveis:
Qtd. MCu MC Total
Camisas 60 R$40,00 R$2.400,00
Calças 31 R$100,00 R$3.100,00
R$5.500,00
Qtd. MCu MC Total
Camisas 70 R$40,00 R$2.800,00
Calças 27 R$100,00 R$2.700,00
R$5.500,00
Qtd. MCu MC Total
Camisas 80 R$40,00 R$3.200,00
Calças 23 R$100,00 R$2.300,00
R$5.500,00
No entanto, há uma maneira que, de certa forma, possibilita calcular o 
ponto de equilíbrio, pelo menos, de forma aproximada. Para esse cálculo, 
adota-se como premissa, que o mix atual de vendas, ou seja, que a proporção 
de vendas de cada produto em relação ao total continuará o mesmo para os 
períodos seguintes. O que não impede que a empresa a cada período que 
julgar conveniente vá atualizando o mix.
Esse mix pode ser calculado em função da quantidade vendida, mas, se as 
unidades forem muito variadas o cálculo deve ser feito em função da receita 
total ou da margem de contribuição total, sendo que essa última apresenta 
menos distorções.
Nesse modelo, para estabelecer o ponto de equilíbrio de diversos produ-
tos é necessário que se calcule o valor da margem de contribuição unitária 
média. Essa média deve ser a ponderada, ou seja, deve-se levar em conside-
ração a margem de contribuição unitária de cada produto ponderando com 
o mix de cada um.
O grande objetivo do mix é possibilitar o cálculo da média ponderada 
da margem de contribuição unitária. Sem ele seria praticamente impossível 
calcular o ponto de equilíbrio.
146
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
No exemplo a seguir foi utilizada a quantidade vendida para se determi-
nar o mix em função das unidades serem semelhantes (peças de roupas).
Supondo que a loja de roupas Via Lacta, para cada quatro produtos ven-
didos, vende-se três camisas e uma calça, considerando os dados a seguir, 
vamos calcular o ponto de equilíbrio.
Cálculo do mix:
Camisa: 3 peças / 4 = 75% �
Calça: 1 peça / 4 = 25% �
Camisa Calça
Preço de venda unitário R$100,00 R$200,00
(–) Custo variável unitário R$(60,00) R$(100,00)
(=) Margem de contribuição R$40,00 R$100,00
Mix 75 % 25 %
 Custo fixo mensal: R$5.500,00
Primeiro passo � : calcular a margem de contribuição unitária ponderada.
 Camisa
Preço de venda: R$100,00 . 75% = R$75,00
Custo variável: R$60,00 . 75% = R$45,00
R$30,00
 Calça
Preço de venda: R$200,00 . 25% = R$50,00
Custo variável: R$100,00 . 25% = R$25,00
R$25,00
 Então:
Camisa Calça
Média 
ponderada
Preço médio de venda R$75,00 R$50,00 R$125,00
(–) Custo variável R$(45,00) R$(25,00) R$(70,00)
(=) Marg. contribuição R$30,00 R$25,00 R$55,00
Segundo passo � : calcular quantas unidades no total será necessário 
vender para atingir o ponto de equilíbrio.
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
147
 PE: Custo fixo
MCu ponderada
 = R$5.500,00
R$55,00
 = 100 unidades
Terceiro passo � : calcular quantas unidades será necessário vender por 
produto para atingir o ponto de equilíbrio.
 100 unidades total = 75% de camisas
25% de calças
 = 75 camisas
= 25 calças
Quarto passo � : comprovar elaborando a demonstração do resultado.
Camisa Calça Total
Receita R$7.500,00 R$5.000,00 R$12.500,00
(–) Custo variável R$(4.500,00) R$(2.500,00) R$(7.000,00)
(=) Margem de contribuição R$3.000,00 R$2.500,00 R$5.500,00
(–) Custo fixo mensal R$(5.500,00)
(=) Lucro R$0,00
Atenção: para cálculo da receita e do custo variável deve-se considerar os 
valores unitários praticados junto ao mercado multiplicado pela quantidade 
que se espera vender de cada produto, exemplo:
Receita das camisas: 75 unidades . R$100,00 = R$7.500,00
Receita das calças: 25 unidades . R$200,00 = R$5.000,00
Custo variável das camisas: 75 unidades . R$60,00 = R$4.500,00
Custo variável das calças: 25 unidades . R$100,00 = R$2.500,00
Quando não houver restrições de mercado, como limitação no volume 
de vendas, deve-se privilegiar a venda do produto com maior margem de 
contribuição unitária, nesse exemplo apresentado, se a empresa conseguir 
aumentar a participação da venda das calças, o mix vai se alterar possibili-
tando uma venda menorpara se atingir o ponto de equilíbrio, uma vez que a 
venda de calças gera melhor margem de contribuição. Por exemplo, se o mix 
alterar, passando para 60% de camisas e 40% de calças, teremos:
Primeiro passo � : calcular a margem de contribuição unitária ponde-
rada.
 Camisa
Preço de venda: R$100,00 . 60% = R$60,00
(–)Custo variável: R$60,00 . 60% = R$(36,00)
R$24,00
148
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
 Calça
Preço de venda: R$200,00 . 40% = R$80,00
(–) Custo variável: R$100,00 . 40% = R$(40,00)
R$40,00
 Então:
Camisa Calça
Média 
ponderada
Preço médio de venda R$60,00 R$80,00 R$140,00
(–) Custo variável R$(36,00) R$(40,00) R$(76,00)
(=) Marg. contribuição R$24,00 R$40,00 R$64,00
Segundo passo � : calcular quantas unidades no total será necessário 
vender para atingir o ponto de equilíbrio.
PE = Custo fixo
=
R$5.500,00 = 85,93 unidades
MCu ponderada R$64,00
Terceiro passo � : calcular quantas unidades será necessário vender por 
produto para atingir o ponto de equilíbrio.
85,93 unidades total = 60% de camisas = 51,56 camisas
40% de calças = 34,37 calças
Quarto passo � : comprovar elaborando a demonstração do resultado.
Camisa Calça Total
Receita R$5.156,25 R$6.875,00 R$12.031,25
(–) Custo variável R$(3.093,75) R$(3.437,50) R$(6.531,25)
(=) Margem de contribuição R$2.062,50 R$3.437,50 R$5.500,00
(–) Custo fixo mensal R$(5.500,00)
(=) Lucro R$0,00
Verifica-se, portanto, que uma alteração no mix resultou numa redução da 
quantidade total de 100 para aproximadamente 86 peças, ou seja, uma queda 
de 14% na necessidade de venda para se atingir o ponto de equilíbrio.
Dando continuidade ao exemplo:
Se a empresa desejar um lucro de R$2.500,00, quantas unidades de a) 
calças e de camisas deverá vender, considerando o mix de 60% para as 
camisas e 40% para as calças?
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
149
 Lucro desejado = Custo fixo + Lucro
MCu ponderada
 =R$5.500,00 + R$2.500,00
R$64,00
 = 125 unidades
 125 unidades total = 60% de camisas
40% de calças
 = 75 camisas
= 50 calças
Demonstração do resultado
Camisa Calça Total
Receita R$7.500,00 R$10.000,00 R$17.500,00
(–) Custo variável R$(4.500,00) R$( 5.000,00) R$( 9.500,00)
(=) Margem de contribuição R$3.000,00 R$5.000,00 R$8.000,00
(–) Custo fixo mensal R$(5.500,00)
(=) Lucro R$2.500,00
Se a empresa desejar um lucro de 10% sobre a Receita Total, quantas b) 
unidades de calças e de camisas deverá vender, considerando o mix de 
60% para as camisas e 40% para as calças?
 Lucro desejado = Custo fixo + Lucro
MCu ponderada
 = R$5.500,00 + 0,10 RT
R$64,00
 = q
Não temos a Receita Total (RT), mas sabemos que RT = Ru . q e a Receita 
unitária (Ru) é conhecida. Lembrando que sempre que estamos trabalhando 
com mais de um produto todos os valores utilizados são os valores médios 
ponderados.
Receita unitária média ponderada
Camisa: R$100,00 . 60% = R$60,00
Calça : R$200,00 . 40% = R$80,00
Média ponderada = R$140,00
Portanto:
RT = Ru . q
RT = R$140,00q
Então, na fórmula, onde consta RT substituiremos por R$140,00q.
R$5.500,00 + (0,10 . R$140,00q)
R$64,00
 = q
R$5.500,00 + R$14,00q = R$64,00q
R$5.500,00 = R$64,00q – R$14,00q
150
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
R$5.500,00 = R$50,00q
q = R$5.500,00
R$50,00
 .:. q = 110 unidades
110 unidades total = 60% de camisas = 66 camisas
40% de calças = 44 calças
Demonstração do resultado
Camisa Calça Total
Receita R$6.600,00 R$8.800,00 R$15.400,00
(–) Custo variável R$(3.960,00) R$( 4.400,00) R$( 8.360,00)
(=) Margem de contribuição R$2.640,00 R$4.400,00 R$7.040,00
(–) Custo fixo mensal R$(5.500,00)
(=) Lucro R$1.540,00
Comprovando
Lucro R$1.540,00 = 10%
Receita Total R$15.400,00
Portanto, se conseguir vender 66 camisas e 44 calças chegará ao lucro de 
R$1.540,00 que representa 10% da receita total de R$15.400,00.
A seguir, será apresentada uma situação onde parte dos custos fixos é 
identificada com os produtos e outra parte é comum aos dois.
A Cia. Diretiva apresenta os seguintes dados:
Produto A Produto B
Preço unitário R$100,00 R$120,00
(–) Custo variável R$(60,00) R$(70,00)
(=) Margem de contribuição R$40,00 R$50,00
Custo fixo mensal: R$46.000,00
Vamos calcular quantas unidades de cada produto terá que vender para 
atingir o Ponto de Equilíbrio, considerando que a empresa conseguiu iden-
tificar e alocar corretamente parte dos custos fixos para cada um dos produ-
tos, ficando assim distribuído:
Produto A: R$10.000,00 �
Produto B: R$16.000,00 �
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
151
Comum aos dois produtos: R$20.000,00 �
Inicialmente é preciso calcular quantas unidades cada produto tem que 
vender para se pagar.
Produto A � = R$10.000,00
R$40,00
 = 250 unidades
Demonstração do resultado
Receita 250 unid . R$100,00 = R$25.000,00
(–) Custo variável 250 unid . R$60,00 = R$(15.000,00)
(=) Margem de contribuição R$10.000,00
(–) Custo fixo R$(10.000,00)
(=) Lucro R$0,00
Produto B � = R$16.000,00
R$50,00
 = 320 unidades
Demonstração do resultado
Receita 320 unid . R$120,00 = R$38.400,00
(–) Custo variável 320 unid . R$70,00 = R$(22.400,00)
(=) Margem de contribuição R$16.000,00
(–) Custo fixo R$(16.000,00)
Lucro R$0,00
No entanto, além dos produtos terem que se pagar, precisam contribuir 
para pagar os custos fixos de R$20.000,00 comum aos dois. Para isso, é ne-
cessário calcular o mix, uma das formas de se fazer esse cálculo é em função 
da quantidade necessária de cada um para se pagar, portanto, teremos:
Produto A: 250 unid. 43,86%
Produto B: 320 unid. 56,14%
Total: 570 unid. 100,00%
Margem de contribuição unitária média ponderada:
Produto A: R$40,00 . 43,86% = R$17,54
Produto B: R$50,00 . 56,14% = R$28,07
Total: R$45,61
Cálculo: R$20.000,00
R$45,61
 = 438,5 unidades
152
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
Sendo:
439 unidades total = 43,86% do produto A = 193 unid.
56,14% do produto B = 246 unid.
Quantidade total de cada produto:
Para se pagar Contribuir para o custo comum Total
Produto A 250 unid. + 193 unid. = 443 unid.
Produto B 320 unid. + 246 unid. = 566 unid.
Total: 1 009 unid.
Demonstração do resultado
Produto A Produto B Total
Receita R$44.300,00 R$67.920,00 R$112.220,00
(–) Custo variável R$(26.580,00) R$( 39.620,00) R$( 66.200,00)
(=) Margem de contribuição R$17.720,00 R$28.300,00 R$46.020,00
(–) Custo fixo dos produtos R$(10.000,00) R$(16.000,00) R$(26.000,00)
(=) Lucro dos produtos R$7.720,00 R$12.300,00 R$20.020,00
(–) Custo fixo da empresa R$(20.000,00) 
(=) Resultado *R$20,00,00
* Esse resultado foi em função de arredondamento de 438,5 para 439 unidades, se utilizar 
todas as casas decimais, o resultado será igual a zero.
A margem de contribuição 
quando há fator limitativo
Para definição de qual produto a empresa deve concentrar maiores es-
forços para vender, normalmente, utiliza-se a análise da margem de contri-
buição unitária. De modo geral, o produto com maior margem unitária é o 
melhor e, portanto, deve ser o escolhido.
No entanto, quando há algum tipo de restrição, por exemplo, capacida-
de de produção, mercado, tempo de produção etc., não podemos analisar 
simplesmente a margem de contribuição unitária para escolha do melhor 
produto, é necessário analisar a margem de acordo com o fato limitativo.
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
153
Para ilustrar será apresentado o exemplo a seguir.
A Cia. Restritiva apresenta os seguintes dados:
Produto X Produto Y
Preço unitário R$20,00 R$40,00
(–) Custo variável R$(8,00) R$(20,00)
(=) Margem de contribuição R$12,00 R$20,00
Se houver uma pergunta simples e direta: qual dos dois produtos gera 
maior lucratividade?
A resposta, também simples e objetiva, será: o melhor é o produto Y, pois 
gera maior margem de contribuição unitária. Para cada unidade desse pro-
duto que for vendida haverá um ganho de R$20,00, enquanto cada unidade 
do produto X gera um ganho de apenas R$12,00.
Se a empresa tiver as restrições mencionadas a seguir a análisemuda 
completamente, vejamos:
Restrições identificadas
Tempo disponível por mês para produzir: 250 horas. �
O mercado absorve as seguintes quantidades mensalmente: �
Produto X: 600 unidades; �
Produto Y: 300 unidades. �
Capacidade produtiva: �
Produto X: 4 unidades por hora; �
Produto Y: 2 unidades por hora. �
Análise
Hipótese 1 � : privilegiar o produto Y que gera maior margem de contri-
buição unitária.
Em uma hora é possível produzir 2 unidades desse produto, como o mer-
cado absorve 300 unidades, teremos:
154
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
Tempo total disponível: 250h
(–) Produto Y: 300 unid. / 2 unid. por hora = (150)h
(=) Tempo que sobrará para produzir o produto X = 100h
É possível produzir 4 unidades por hora do produto X, como restaram 
100h para esse produto, então: 4 unid . 100h = 400 unidades.
Quantidade a ser vendida
Produto X = 400 unid. �
Produto Y = 300 unid. �
Cálculo da margem de contribuição total e do lucro considerando que a 
empresa tenha R$10.000,00 de custo fixo mensal:
MC do produto X: 400 unid . R$12,00 = R$4.800,00
MC do produto Y: 300 unid . R$20,00 = R$6.000,00
(=) Margem de contribuição total R$10.800,00
(–) Custo fixo mensal R$(10.000,00)
(=) Lucro R$800,00
Hipótese 2 � : privilegiar o produto X que gera maior margem de contri-
buição unitária por hora.
Embora o produto Y gere maior margem de contribuição unitária o seu 
tempo de produção é maior. Como um dos fatores limitativos importan-
tes dessa empresa é a quantidade de horas trabalhadas, deve-se calcular a 
margem de contribuição unitária horária:
Produto X Produto Y
Preço unitário R$20,00 R$40,00
(–) Custo variável unitário R$(8,00) R$(20,00)
(=) Margem de contribuição unitária R$12,00 R$20,00
Produção por hora . 4 unid. . 2 unid.
(=) Margem de contribuição por hora R$ 48,00 R$ 40,00
Portanto, em uma hora o produto X pode gerar um ganho de R$48,00, 
enquanto o produto Y de R$40,00.
Privilegiando o produto X: em uma hora é possível produzir 4 unidades 
desse produto, como o mercado absorve 600 unidades, teremos:
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
155
Tempo total disponível: 250h
(–) Produto X: 600 unid. / 4 unid. por hora = (150)h
(=) Tempo que sobrará para produzir o produto Y = 100h
É possível produzir 2 unidades por hora do produto Y, como restaram 
100h para esse produto, então: 2 unid . 100h = 200 unidades.
Quantidade a ser vendida
Produto X = 600 unid. �
Produto Y = 200 unid. �
Cálculo da margem de contribuição total e do lucro considerando que a 
empresa tenha R$10.000,00 de custo fixo mensal:
MC do produto X: 600 unid . R$12,00 = R$7.200,00
MC do produto Y: 200 unid . R$20,00 = R$4.000,00
(=) Margem de contribuição total R$11.200,00
(–) Custo fixo mensal R$(10.000,00)
(=) Lucro R$1.200,00
Conclusão
No primeiro momento, houve uma tendência de privilegiar o produto Y 
por gerar maior margem de contribuição unitária, conforme visto na hipóte-
se 1, mas sempre que houver fator limitativo, deve-se considerar a margem 
de contribuição unitária em função do fator limitativo e não simplesmente 
a margem unitária. Nesse caso, em uma hora é possível auferir um ganho de 
R$48,00 com o produto X por produzir 4 unidades por hora, enquanto será 
possível um ganho de apenas R$40,00 com o produto Y em função de pro-
duzir 2 unidades por hora.
Privilegiando o produto X (hipótese 2) o lucro aumentou em 50% pas-
sando de R$800,00 para R$1.200,00. Portanto, esse é um importante fator de 
análise numa tomada de decisão desse gênero. 
Ampliando seus conhecimentos
O texto a seguir ajuda a compreender essa questão do ponto de equilí-
brio quando se trabalha com mais de um produto.
156
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
Análise CVL (custo, volume e lucro) 
multiprodutos
(MAHER, 2001)
A Dual Autos vende dois modelos de carros, Sport e Deluxe. Os preços e 
custos dos dois são os seguintes:
Sport Deluxe
Preço de venda médio R$25.000,00 R$35.000,00
Menos custos variáveis médios R$20.000,00 R$25.000,00
Margem de contribuição unitária média R$5.000,00 R$10.000,00
Os custos fixos mensais médios são de R$300.000,00.
[...]
O gerente da Dual Autos tem acompanhado um debate que dois mem-
bros da equipe de venda vêm travando a respeito do ponto de equilíbrio da 
companhia. De acordo com um deles, a companhia precisa vender 60 carros 
por mês, para não ter lucro nem prejuízo. O outro, contudo, argumenta que 
vender 30 carros por mês é o suficiente. Quem está com a razão ? A resposta de 
60 carros está correta, se apenas o modelo Sport for vendido; também a de 30 
carros por mês, se apenas o modelo Deluxe for vendido. Na realidade a com-
panhia tem diversos pontos de equilíbrio. [...]
A análise CVL de muitos produtos é muito mais complexa do que a análise 
de um produto. Como o exemplo da Dual Autos ilustra, mesmo no caso de 
apenas dois produtos, a quantidade de soluções possíveis é grande, porque 
muitas combinações de produtos levarão a determinado lucro [...].
Simplificação da análise CVL multiprodutos
Para simplificar a análise, os administradores muitas vezes pressupõem 
que os produtos são fabricados e vendidos em determinada combinação, e 
calculam o ponto de equilíbrio ou o volume desejado de acordo com dois 
métodos: combinação fixa de produtos ou margem de contribuição ponderada.
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
157
Combinação fixa de produtos
Para utilizar o método da combinação fixa de produtos, os administradores 
definem um “pacote” de produtos em uma combinação típica, e então calcu-
lam o ponto de equilíbrio ou o volume desejado para o pacote. Por exemplo, 
suponha que o administrador da Dual Autos aceite que os modelos Sport e 
Deluxe sejam vendidos na proporção 3:1, isto é, de cada quatro carros vendi-
dos, três sejam Sport e um seja Deluxe. Definindo X como um pacote de três 
Sport e um Deluxe, a margem de contribuição desse pacote seria:
Sport: 3 . R$5.000,00................. R$15.000,00
Deluxe: 1 . R$10.000,00 .......... R$10.000,00
Margem de contribuição ....... R$25.000,00
Agora o ponto de equilíbrio pode ser calculado:
X = Custos fixos
Margem de Contribuição unitária
X = 
R$300.000,00
R$25.000,00
X = 12 pacotes
X se refere ao ponto de equilíbrio em pacotes. Isso significa que a venda de 
12 pacotes de três Sports e um Deluxe por pacote, totalizando 36 Sports e 12 
Deluxe, é necessária para que a companhia não tenha lucro ou prejuízo.
Margem de contribuição ponderada
O método da margem de contribuição ponderada também exige que a 
companhia pressuponha determinada combinação de produtos, que vamos 
admitir seja 75% de Sports e 25% de Deluxes. O problema pode ser resolvi-
do mediante a utilização de uma margem de contribuição unitária ponde-
rada. Quando a companhia pressupõe uma combinação fixa de produtos, a 
margem de contribuição da companhia é a margem de contribuição pondera-
da de todos os seus produtos.
Para a Dual Autos, a margem de contribuição ponderada pode ser calcula-
da pela multiplicação da proporção de cada produto na combinação fixa pela 
margem de contribuição unitária de cada produto:
158
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
(0,75 . R$5.000,00) + (0,25 . R$10.000,00) = R$6.250,00
O ponto de equilíbrio da companhia seria então:
X = R$300.000,00
R$6.250,00
X = 48 carros
X se refere ao ponto de equilíbrio em unidades. A pressuposição da combi-
nação fixa significa que a Dual Autos deve vender 36 (= 0,75 . 48) Sports e 12 
(= 0,25 . 48) Deluxes, para não ter lucro ou prejuízo.
Atividades de aplicação
1. A Clínica Doutor atende a consultas na área de saúde pelo SUS, por 
convênio e também para clientes particulares. Sua situação atual é a 
seguinte:
SUS Convênio Particular
Preço da consulta R$5,00 R$25,00 R$60,00
(–) Custo variável unitário R$(4,00) R$(4,00) R$(4,00)
(=) Margem de contribuição R$1,00 R$21,00 R$56,00
Qtd. de atendimentos = 500 150 250 100
Mix 150/500 = 30% 250/500 = 50% 100/500 = 20%
Despesa fixa mensal: R$10.000,00
 Demonstraçãodo resultado Atual
 SUS Convênio Particular Total
Receita R$750,00 R$6.250,00 R$6.000,00 R$13.000,00
(–) Custo variável R$(600,00) R$(1.000,00) R$(400,00) R$(2.000,00)
(=) Margem de contribuição R$150,00 R$5.250,00 R$5.600,00 R$11.000,00
(–) Despesa fixa mensal R$(10.000,00)
(=) Lucro R$1.000,00
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
159
Pede-se:
a) Para obter o lucro de R$5.000,00, qual será o valor da consulta de 
particulares, mantendo as demais condições inalteradas?
b) Calcular e demonstrar como obter o lucro de R$5.000,00, au-
mentando a consulta de particulares para R$80,00, reduzindo 
a quantidade de atendimentos pelo SUS e aumentando pelo 
convênio, de forma que não haja alteração na quantidade total 
de atendimentos.
2. A Cia. Celular tem dois planos de telefonia móvel:
Smart Ideal
Receita mensal por usuário R$50,00 R$90,00
Custo variável por usuário R$10,00 R$20,00
 Custo fixo mensal, incluindo: aluguel, salários e encargos, água, luz, 
telefone, depreciação dos equipamentos e outros: R$520.000,00 
por mês.
 Pede-se:
a) Se trabalhar com 60% do plano Smart e 40% do plano Ideal, quantos 
usuários de cada plano necessitará no mês, para atingir seu ponto 
de equilíbrio? Elabore o demonstrativo de resultado.
b) Se você tivesse que escolher em trabalhar apenas com um tipo de 
plano (Smart ou Ideal), baseando-se nos dados originais deste exer-
cício, qual tipo de plano você optaria? Por quê?
3. A Cia. Celular tem dois planos de telefonia móvel:
Smart Ideal
Receita mensal por usuário R$50,00 R$90,00
Custo variável por usuário R$10,00 R$20,00
 Custo fixo mensal, incluindo: aluguel, salários e encargos, água, luz, 
telefone, depreciação dos equipamentos e outros: R$520.000,00 por 
mês.
160
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
 Pede-se:
a) Se trabalhar com 60% do plano Smart e 40% do plano Ideal, quantos 
usuários de cada plano necessitará no mês, para atingir um lucro 
mensal de R$130.000,00? Elabore a demonstração do resultado.
b) Se trabalhar com 60% do plano Smart e 40% do plano Ideal, quantos 
usuários de cada plano necessitará no mês, para atingir um lucro 
mensal de 20% sobre a Receita Total? Elabore a demonstração do 
resultado.
4. A Cia. Desequilibrada apresentava as seguintes características:
Receita R$6.000,00 por unidade
Custos variáveis R$4.000,00 por unidade
Custos + Desp. fixas R$800.000,00 por ano
 Informações adicionais
a) Dentro dos custos e despesas fixas R$100.000,00 se refere à depre-
ciação.
b) A Cia. tem empréstimos no valor de R$200.000,00 cujo pagamento 
total será efetuado nesse ano.
c) O patrimônio líquido no início do ano era de R$1.000.000,00 ao 
qual os acionistas desejam uma rentabilidade de 30%.
d) Do lucro obtido no item anterior os acionistas desejam que 10% 
seja distribuído como dividendos.
 Pede-se: calcular o Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Finan-
ceiro em quantidades.
5. A Cia. GN apresenta as seguintes informações:
Preço de venda: R$2.000,00 por unidade
Custos e desp. variáveis: R$1.200,00 por unidade
Custos e desp. fixas: R$1.000.000,00 por ano
 Dentro dos custos fixos R$200.000,00 se refere à depreciação; a em-
presa deverá pagar R$400.000,00 de empréstimos no período e dos 
custos fixos desembolsáveis apenas 80% serão pagos dentro do ano. 
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
161
Calcule quantas unidades terá que vender para atingir o Ponto de Equi-
líbrio Financeiro?
6. A Cia. Executiva deseja fazer o seu orçamento e quer estabelecer suas 
metas de vendas para o ano, baseando-se nas informações a seguir, 
qual a quantidade mínima que deverá vender para atingir sua meta? 
Obs.: para isso, calcule o PEC, PEE e PEF.
Preço de venda: R$500,00 por unidade
Custos e desp. variáveis: R$300,00 por unidade
Custos e desp. fixas: R$600.000,00 por ano
Depreciação já inclusa nos custos fixos R$100.000,00 por ano
Empréstimos a pagar R$300.000,00 por ano
Lucro desejado R$120.000,00 por ano
Gabarito
1.
a) Para obter o lucro de R$5.000,00, qual será o valor da consulta de 
particulares, mantendo as demais condições inalteradas?
 Nesse caso, a incógnita é o preço da consulta de particulares que, 
aqui, chamaremos de “P”.
 Custo fixo + Lucro
MCu ponderada
 = q
 R$10.000,00 + R$5.000,00
(0,30 . 1,00) + (0,50 . 21,00) + (0,20 . (P – 4,00)
 = 500
 R$15.000,00
R$0,30 + R$10,50 + 0,20P – R$0,80
 = 500
 R$15.000,00
R$10,00 + 0,20P 
 = 500
 R$15.000,00 = 500 . (R$10,00 + 0,20P)
 R$15.000,00 = R$5.000,00 + 100P
 R$15.000,00 – R$5.000,00 = 100P
 P = R$10.000,00
100
 .:. P = R$100,00
162
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
 Demonstração do resultado
 SUS Convênio Particular Total
Receita R$750,00 R$6.250,00 R$10.000,00 R$17.000,00
(–) Custo variável R$(600,00) R$(1.000,00) R$( 400,00) R$( 2.000,00)
(=) Margem de 
contribuição R$150,00 R$5.250,00 R$9.600,00 R$15.000,00
(–) Despesa 
fixa mensal R$(10.000,00)
(=) Lucro R$5.000,00
b) Ocorre que se aumentar o preço para R$100,00 haverá uma redu-
ção no número de consultas particulares, os proprietários da clí-
nica verificaram que o máximo que poderiam aumentar o preço 
seria para R$80,00.
 Diante disso, calcular e demonstrar como obter o lucro de 
R$5.000,00, aumentando a consulta de particulares para R$80,00, 
reduzindo a quantidade de atendimentos pelo SUS e aumentando 
pelo convênio, de forma que não haja alteração na quantidade to-
tal de atendimentos.
 A incógnita será os mix de atendimentos do SUS e do convênio, o 
que reduzir num aumentará no outro. Chamaremos essa incógnita 
de “x”.
 O mix atual do SUS é de 30% e será reduzido em “x”, portanto será 
expresso na fórmula como: 0,30 – x.
 O mix atual do convênio é de 50% e será aumentado em “x”, por-
tanto será expresso na fórmula como: 0,50 + x.
 Lembrando que com o preço da consulta de particulares aumen-
tando para R$80,00, sua margem de contribuição unitária passará 
para R$76,00.
 R$10.000,00 + R$5.000,00
R$1,00(0,30 – x) + R$21,00(0,50 + x) + R$76,00(0,20)
 = 500
 R$15.000,00
R$0,30 – R$x + R$10,50 + R$21,00x + R$15,20
 = 500
 R$15.000,00
R$26,00+ R$20,00x
 = 500
 R$15.000,00 = 500 x (R$26,00 + R$20,00x)
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
163
 R$15.000,00 = R$13.000,00 + R$10.000,00x
 R$15.000,00 – R$13.000,00 = R$10.000,00x
 x = R$2.000,00
R$10.000,00
 .:. x = 0,20
 Novo mix
 SUS: 0,30 – 0,20 = 0,10 ou 10%
 Convênio: 0,50 + 0,20 = 0,70 ou 70%
 Novas quantidades
 SUS: 500 . 10% = 50 atendimentos.
 Convênio: 500 . 70% = 350 atendimentos.
 Particular: não houve alteração, continuam os 100 atendimentos.
 Demonstração do resultado
 SUS Convênio Particular Total
Receita R$250,00 R$8.750,00 R$8.000,00 R$17.000,00
(–) Custo variável R$(200,00) R$(1.400,00) R$(400,00) R$(2.000,00)
(=) Margem de 
contribuição R$50,00 R$7.350,00 R$7.600,00 R$15.000,00
(–) Despesa fixa 
mensal R$(10.000,00)
(=) Lucro R$5.000,00
2.
a) Se trabalhar com 60% do plano Smart e 40% do plano Ideal, quantos 
usuários de cada plano necessitará no mês, para atingir seu ponto 
de equilíbrio? Elabore o demonstrativo de resultado.
Primeiro passo � : calcular a Margem de Contribuição unitária pon-
derada.
 Smart
Preço de venda: R$50,00 . 60% = R$30,00
(–) Custo variável: R$10,00 . 60% = R$(6,00)
R$24,00
164
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
 Ideal
Preço de venda: R$90,00 . 40% = R$36,00
(–) Custo variável: R$20,00 . 40% = R$(8,00)
R$28,00
 Então:
Smart Ideal Média ponderada
Preço médio de venda R$30,00 R$36,00 R$66,00
(–) Custo variável R$(6,00) R$(8,00) R$(14,00)
(=) Margem de contribuição R$24,00 R$28,00 R$52,00
Segundo passo � : calcular quantas unidades no total será necessário 
vender para atingir o ponto de equilíbrio.
 PE = Custo fixo
MCu ponderada
 = R$520.000,00
R$52,00
 = 10 000 usuários
Terceiro passo � : calcular quantas unidades será necessário vender 
por produto para atingir o ponto de equilíbrio.
10 000 usuários total = 60% de Smart = 6 000 usuários
40% de Ideal = 4 000 usuários
Quartopasso � : comprovar elaborando a demonstração do resultado.
Smart Ideal Total
Receita R$300.000,00 R$360.000,00 R$660.000,00
(–) Custo variável R$(60.000,00) R$(80.000,00) R$(140.000,00)
(=) Margem de 
contribuição R$240.000,00 R$280.000,00 R$520.00,00
(–) Custo fixo 
mensal R$(520.000,00)
(=) Lucro R$0,00
b) Se você tivesse que escolher em trabalhar apenas com um tipo de 
plano (Smart ou Ideal), baseando-se nos dados originais deste exer-
cício, qual tipo de plano você optaria? Por quê?
 Resposta: O plano escolhido é o Ideal, pois apresenta maior mar-
gem de contribuição unitária. Cada usuário do Plano Smart gera 
uma contribuição de R$40,00 enquanto o Ideal gera R$70,00.
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
165
3.
a) Se trabalhar com 60% do plano Smart e 40% do plano Ideal, quantos 
usuários de cada plano necessitará no mês, para atingir um lucro 
mensal de R$130.000,00? Elabore a demonstração do resultado.
Primeiro passo � : calcular a Margem de Contribuição unitária pon-
derada.
 Smart
Preço de venda: R$50,00 . 60% = R$30,00
(–) Custo variável: R$10,00 . 60% = R$(6,00)
R$24,00
 Ideal
Preço de venda: R$90,00 . 40% = R$36,00
(–) Custo variável: R$20,00 . 40% = R$(8,00)
R$28,00
 Então:
Smart Ideal Média ponderada
Preço médio de venda R$30,00 R$36,00 R$66,00
(–) Custo variável R$(6,00) R$(8,00) R$(14,00)
(=) Margem de contribuição R$24,00 R$28,00 R$52,00
Segundo passo � : calcular quantas unidades no total será necessário 
vender para atingir o lucro desejado de R$130.000,00.
 Lucro desejado = Custo fixo
MCu ponderada
 = R$520.000,00 + R$130.000,00
R$52,00
 =
 = 12 500 usuários
Terceiro passo � : calcular quantas unidades será necessário vender 
por produto para atingir o ponto de equilíbrio.
12 500 usuários total = 60% de Smart = 7 500 usuários
40% de Ideal = 5 000 usuários
Quarto passo � : comprovar elaborando a demonstração do resultado.
Smart Ideal Total
Receita R$375.000,00 R$450.000,00 R$825.000,00
(–) Custo variável R$(75.000,00) R$(100.000,00) R$(175.000,00)
166
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
(=) Margem de 
contribuição R$300.000,00 R$350.000,00 R$650.00,00
(–) Custo fixo mensal R$(520.000,00)
Lucro R$130.000,00
b) Se trabalhar com 60% do plano Smart e 40% do plano Ideal, quantos 
usuários de cada plano necessitará no mês, para atingir um lucro 
mensal de 20% sobre a Receita Total? Elabore a demonstração do 
resultado.
 Lucro desejado = Custo fixo + Lucro
MCu ponderada
 = R$520.000,00 + 0,20 RT
R$52,00
 = q
 Não temos a Receita Total (RT), mas sabemos que RT = Ru . q e a 
Receita unitária (Ru) é conhecida. Lembrando que sempre que es-
tamos trabalhando com mais de um produto todos os valores utili-
zados são os valores médios ponderados.
 Receita unitária média ponderada
Smart: R$50,00 . 60% = R$30,00
Ideal: R$90,00 . 40% = R$36,00
Média ponderada = R$66,00
 Portanto:
 RT = Ru . q
 RT = R$66,00q
 Então, na fórmula, onde consta RT substituiremos por R$66,00q:
 R$520.000,00 + (0,20 . R$66,00q)
R$52,00
 = q
 R$520.000,00 + R$13,20q = R$52,00q
 R$520.000,00 = R$52,00q – R$13,20q
 R$520.000,00 = R$38,80q
 q = R$520.000,00
R$38,80
 .:. q = 13 402 usuários
13 402 usuários total = 60% Plano Smart = 8.041,2 usuários
40% Plano Ideal = 5.360,8 usuários
Smart Ideal Total
Receita R$402.060,00 R$482.472,00 R$884.532,00
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
167
(–) Custo variável R$(80.412,00) R$(107.216,00) R$(187.628,00)
(=) Margem de 
contribuição R$321.648,00 R$375.256,00 R$696.904,00
(–) Custo fixo 
mensal R$(520.000,00)
(=) Lucro R$176.904,00
 Comprovando:
Lucro: R$176.904,00
= 20%
Receita Total: R$884.532,00
4.
 Cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC
 PEC: Custos fixos + Despesas fixas
Contribuição Marginal unitária
 = q
 PEC: R$800.000,00
R$6.000,00 – R$4.000,00
 = 400 unidades
 Demonstração do resultado
Receita 400 unid . R$6.000,00 = R$2.400.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 400 unid . R$4.000,00 = R$(1.600.000,00)
(=) Contribuição marginal R$800.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(800.000,00)
(=) Resultado contábil R$0,00
 Cálculo do Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE
 Conforme consta no item “c” o patrimônio líquido é de R$1.000.000,00 
e os sócios desejam uma rentabilidade de 30%.
 Lucro desejado: R$1.000.000,00 . 30% = R$300.000,00
 PEE: Custos fixos + Despesas fixas + Retorno desejado
Contribuição Marginal unitária
 = q
 PEE: R$800.000,00 + R$300.000,00
R$6.000,00 – R$4.000,00
 = 550 unidades
 Demonstração do Resultado
Receita 550 unid . R$6.000,00 = R$3.300.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 550 unid . R$4.000,00 = R$(2.200.000,00)
168
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
(=) Contribuição marginal R$1.100.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(800.000,00)
(=) Lucro contábil R$300.000,00
(–) Retorno desejado R$(300.000,00)
(=) Resultado econômico R$0,00
 Cálculo do Ponto de Equilíbrio Financeiro – PEF
Dados:
Preço de venda: R$6.000,00 por unidade
Custos e despesas variáveis: R$4.000,00 por unidade
Custos e despesas fixos: R$800.000,00 por ano
Depreciação: R$100.000,00 por ano
Pagamento de empréstimo: R$200.000,00 por ano
Dividendos de 10% . R$300.000,00 R$30.000,00 por ano
PEF2: 
Custos e despesas fixos desembolsáveis + Empréstimos + Dividendos
Contribuição Marginal unitária
 = q
PEF2: (R$800.000,00 – R$100.000,00) + R$200.000,00 + R$30.000,00
R$6.000,00 – R$4.000,00
 =
 = 465 unidades
 Demonstração do resultado
Receita 465 unid . R$6.000,00 = R$2.790.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 465 unid . R$4.000,00 = R$(1.860.000,00)
(=) Contribuição marginal R$930.000,00
(–) Custos e despesas 
fixo desembolsáveis R$800.000,00 – R$100.000,00 = R$(700.000,00)
(–) Pagamento do 
empréstimo R$(200.000,00)
(–) Pagamento de dividendo R$(30.000,00)
(=) Resultado financeiro R$0,00
5.
Dados:
Preço de venda: R$2.000,00 por unidade
Custos e despesas variáveis: R$1.200,00 por unidade
Custos e despesas fixos: R$1.000.000,00 por ano
Depreciação já inclusa dentro dos custos fixos: R$200.000,00 por ano
Pagamento de empréstimo: R$400.000,00 por ano
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares
169
 Do total dos custos e despesas fixos desembolsáveis apenas 80% fo-
ram pagos no ano.
 PEF2: 
Custos e despesas fixos desembolsáveis + Empréstimos
Contribuição Marginal unitária
 = q
 PEF2: ((R$1.000.000,00 – R$200.000,00) . 0,80) R$400.000,00
R$2.000,00 – R$1.200,00
 = q
 Demonstração do resultado
Receita 1 300 unid . R$2.000,00 = R$2.600.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 1 300 unid . R$1.200,00 = R$(1.560.000,00)
(=) Contribuição marginal R$1.040.000,00
(–) Custos e despesas fixo desembolsáveis (R$1.000.000,00 – R$200.000,00) . 0,80 = R$(640.000,00)
(–) Pagamento do empréstimo R$(400.000,00)
(=) Resultado financeiro R$0,00
6.
Preço de venda: R$500,00 por unidade
Custos e desp. variáveis: R$300,00 por unidade
Custos e desp. fixas: R$600.000,00 por ano
Depreciação já inclusa nos custos fixos: R$100.000,00 por ano
Empréstimos a pagar: R$300.000,00 por ano
Lucro desejado: R$120.000,00 por ano
 PEC: R$600.000,00
R$500,00 – R$300,00
 = 3 000 unidades
 PEE: R$600.000,00 + R$120.000,00
R$500,00 – R$300,00
 = 3 600 unidades
 PEE: (R$600.000,00 – R$100.000,00) + R$300.000,00
R$500,00 – R$300,00
 = 4 000 unidades
 Resumo:
 PEC: 3 000 unidades
 PEE: 3 600 unidades
 PEF: 4 000 unidades
Para fins orçamentários deve-se ter como meta o maior dos três, nesse 
exemplo, seria o Ponto de Equilíbrio Financeiro.
Custeio ABC – 
Activity Based Costing
Custeio ABC
Além dos custeios por absorção e do variável há também o Custeio ABC 
– Activity Based Costing, que traduzindo para o português significa Custeio 
Baseado em Atividades.
Esse método de custeio originou-se na década de 1960 nos Estados 
Unidos pela General Electric, sendo mais difundido na década de 1980. No 
Brasil, começou a ser difundido na década de 1990 e ainda se encontra em 
fase de desenvolvimento devido às dificuldades de implantação.Vale ressaltar que não há um método de custeio perfeito, portanto, esse 
método é a mais nova tentativa de aprimorar as formas de apuração de 
custos e consequentemente de resultados.
Objetivo
Tem como objetivo principal a alocação, mais criteriosa, dos custos in-
diretos e das despesas (overhead)1 aos bens ou serviços, a fim de reduzir as 
distorções provocadas pela arbitrariedade do rateio.
Aplicação
Sua aplicação é recomendável para empresas com as seguintes caracte-
rísticas:
que apresentem custos indiretos relevantes em relação aos custos to- �
tais, sendo necessário sua alocação, a fim de determinar com maior 
precisão o custo do produto ou serviço;
que produzem grande variedade de produtos ou serviços no mesmo am- �
biente, com quantidades variadas e processos produtivos diferenciados;
1 Overhead é um termo 
utilizado para o conjun-
to das despesas com a 
estrutura comercial e 
administrativa.
171
172
Custeio ABC – Activity Based Costing
que trabalham com clientela diversificada em termos de volume �
de encomendas, de especificações especiais, de serviços adicio-
nais etc.
O Custeio ABC não é aceito pela legislação contábil, portanto, sua apli-
cação é somente para fins gerenciais, embora, a metodologia utilizada pelo 
ABC contribua muito para alguns aspectos fiscais, uma vez que utiliza práti-
cas mais reais, com critérios mais bem definidos, para alocação dos custos 
indiretos aos produtos ao invés de adotar o rateio.
No entanto, esse método não para na alocação apenas dos custos aos 
produtos, conforme determinam as normas contábeis, lança também as 
despesas aos produtos, pois aloca as despesas às atividades e, em segui-
da, as atividades aos produtos, por isso, não é aceito para fins legais, já 
que tanto a legislação societária como a fiscal não permitem alocar as 
despesas aos produtos.
Conceitos de atividades
Para Noreen, Garrison e Brewer (2007, p. 260) “uma atividade é qualquer 
evento que causa o consumo de recursos gerais. Os custos de execução 
dessas atividades são atribuídos aos produtos que as causam”
Para Martins (2006, p. 93) “atividade é uma ação que utiliza recursos huma-
nos, materiais tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou serviços. 
É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho”.
Os dois autores mencionam que atividade é algo que consome recur-
sos, é nessa linha que nasceu o Custeio ABC, pois já que atividade consome 
recurso, então primeiro deve-se mensurar quanto custa cada atividade re-
levante e depois transferir o valor dessas atividades para os produtos que 
a consomem.
Operacionalização
Os custos variáveis e os custos fixos diretos são diretamente apropriados 
aos produtos e, conforme mencionado nos itens anteriores, os custos indi-
retos e as despesas primeiro são atribuídos às atividades e, em seguida, os 
custos das atividades são alocados aos produtos e serviços. A forma de alo-
cação dos custos indiretos e das despesas são através de rastreamento.
Custeio ABC – Activity Based Costing
173
Diferença entre rateio e rastreamento
Rateio � é uma forma arbitrária e subjetiva de alocar os custos indiretos 
aos produtos e serviços.
Rastreamento � procura estabelecer uma relação de causa e efeito en-
tre os agentes consumidores de recursos, ou seja, procura determinar 
a verdadeira relação entre o custo e a atividade através dos Direciona-
dores de Custos (Cost Drivers).
Esses direcionadores têm a finalidade de determinar a forma, o critério 
de rastreamento dos custos para sua real alocação às atividades e em se-
guida aos produtos. Os Direcionadores de Custos estão divididos em duas 
categorias:
Direcionadores de recursos � – determinam como alocar os custos e 
as despesas da empresa às atividades, uma vez que essas consomem 
recursos.
Direcionadores de atividades � – determinam como alocar os custos 
das atividades aos produtos, uma vez que os produtos consomem ati-
vidades.
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
Despesas 
(Overhead)
Custos 
indiretos
Produtos e/ou Serviços
Despesas 
financeiras
Atividades
Direcionadores 
de recursos
Direcionadores 
de atividades
Figura 1 – Esquema básico de alocação dos custos indiretos e das despesas pelo Custeio ABC.
Quando não se consegue estabelecer um direcionador de atividades, ou 
seja, quando não for possível estabelecer uma verdadeira relação entre a ati-
vidade e o produto, os gastos não serão apropriados aos produtos, entrarão 
174
Custeio ABC – Activity Based Costing
num centro de custo chamado, por exemplo, ociosidade. Dessa forma, a 
soma dos resultados dos produtos será diferente do resultado global da 
empresa. Essa é uma importante diferença entre o Custeio ABC e o Custeio 
por Absorção, pois no absorção, conforme o próprio menciona, os produtos 
absorvem todos os custos, portanto, seriam alocados por algum critério de 
rateio, mesmo que subjetivo.
Essa é uma diferença relevante entre os Custeios ABC e o absorção, pois 
se algum produto for retirado de linha, os custos indiretos que estavam alo-
cados a ele e que não foram eliminados, pelo Custeio por Absorção, serão 
transferidos para os produtos remanescentes, interferindo de tal forma no 
seu resultado que pode até levá-lo a ter resultado negativo. Pelo Custeio ABC 
isso não ocorre, os custos remanescentes serão alocados como ociosidade, 
não interferindo no resultado dos demais produtos. Essa é uma considerável 
vantagem do ABC em relação ao absorção, pois os produtos remanescentes 
não serão penalizados pela decisão de se eliminar algum outro produto.
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
Direcionador: área ocupada, o comer-
cial ocupa 50% do espaço, portanto: 
R$5.000,00.
Direcionador: qtd. de funcionários, o 
marketing tem 60% dos funcionários do 
setor: R$5.000,00 . 60% = R$3.000,00.
Direcionador: tempo gasto 
em cada atividade. Propa-
ganda e publicidade ocupam 
2/3 do tempo dos funcionári-
os = R$3.000,00 . 66,7% = 
R$2.000,00.
Aluguel
R$10.000,00
Administrativa Financeira
Vendas
Pesquisa de 
mercado
Prod. A Prod. B Prod. C Prod. n
Propaganda e 
publicidade
Marketing
Comercial
Figura 2 – Forma de apropriar as despesas para as atividades e estas para os produtos.
Custeio ABC – Activity Based Costing
175
A figura 2 mostra um exemplo de como apropriar as despesas para as ati-
vidades e estas para os produtos. Nesse exemplo, foi lançado o aluguel para 
a atividade “propaganda e publicidade”. Esse procedimento deve ser aplica-
do para todos os gastos: água, luz, telefone, material de escritório, material 
de consumo, despesas com viagens etc., assim, chegaremos ao custo total 
dessa atividade, em seguida, o valor será transferido para os produtos que 
utilizaram essa atividade no mês.
Direcionadores de recursos e de atividades
Martins (2006, p. 99 e 291), faz uma relação entre os departamentos, as 
atividades que os compõem e os direcionadores:
Departamentos Atividades Direcionadores
Compras Comprar materiais �
Desenvolver fornecedores �
Quantidade de pedidos �
Quantidade de fornecedores �
Almoxarifado Receber materiais �
Movimentar materiais �
Quantidade de recebimentos �
Quantidade de requisições �
Administração da 
produção
Programar produção �
Controlar produção �
Quantidade de produtos �
Quantidade de lotes �
Corte e costura Cortar �
Costurar �
 Tempo de corte �
Tempo de costura �
Acabamento Acabar �
Despachar produtos �
 Tempo de acabamento �
Tempo de despacho �
Administração Efetuar registros fiscais �
Pagar fornecedores �
Receber faturas �
Quantidade de registros de entra- �
das e saídas
Quantidade de cheques emitidos �
Quantidade de faturas emitidas �
Vendas Visitar clientes �
Emitir pedidos �
Quantidade de visitas �
Quantidade de pedidos de venda �
Evidente que cada empresa deve avaliar seus processos e estabelecer seus 
critérios (direcionadores), por exemplo, para materiais de uso contínuo que 
não dependem de cotações rotineiras e esforços da área de compras não se 
deve atribuir o direcionador dequantidade de pedidos, talvez, pudesse ser 
utilizado, para esses casos, o tempo gasto em cada processo de compra.
176
Custeio ABC – Activity Based Costing
Minicaso: Telefônica Telepraia
Para exemplificar o Método do Custeio ABC será adotado o minicaso da 
Telefônica Telepraia e ao final serão comparados os resultados pelo Custeio 
ABC e Custeio Variável.
A Telefônica Telepraia trabalha com dois planos e está analisando a viabi-
lidade da manutenção desses planos, para isso, solicitou aos seus gestores 
um estudo através do Custeio Variável e do Custeio ABC.
Depois de elaborar a demonstração de resultado pelos dois métodos 
de custeio, responda se a empresa deve deixar de atuar com algum plano 
e por quê?
Dados
Mudo Falante
 Receita por usuário R$80,00 R$150,00
 Custo variável por usuário R$40,00 R$80,00
Esses valores devem ser multiplicados pela quantidade de usuários e 
transferidos para as linhas 1 e 2 da DRE.
Mudo Falante
 Receita por usuário R$80,00 . 600 000
= R$48.000.000,00
R$150,00 . 400 000
= R$60.000.000,00
Transferir para Li-
nha 1 da DRE
 Custo variável por usuário R$40,00 . 600 000
= R$24.000.000,00
R$80,00 . 400 000
= R$32.000.000,00
Transferir para Li-
nha 2 da DRE
Custos fixos
Departamento operacional �
Custos (R$) Direcionadores de Custos
Mão de obra 10.000.000,00 Quantidade de usuários
Depreciação dos equipamentos 5.000.000,00 Quantidade de minutos
15.000.000,00
Custeio ABC – Activity Based Costing
177
Qtd. de usuários Minutos
Mudo 600 000 36 000 000
Falante 400 000 60 000 000
1 000 000 96 000 000
Observação: os equipamentos têm capacidade para operar até 120 000 000 
de minutos.
Cálculo da mão de obra
Transferir para a linha 3 da DRE.
 Qtd. de usuários Valor
 Mudo 600 000 / 1 000 000 = 60% . R$10.000.000,00 = R$6.000.000,00
 Falante 400 000 / 1 000 000 = 40% . R$10.000.000,00 = R$4.000.000,00
Cálculo da depreciação
Transferir para a linha 4 da DRE.
Nesse cálculo, há uma questão relevante, embora a quantidade de mi-
nutos tenha sido de 96 000 000, os equipamentos têm capacidade para 
120 000 000 de minutos. O grande diferencial do Custeio ABC é apropriar 
os custos de acordo com a verdadeira relação entre o custo e a atividade, 
sendo assim, para calcular a proporção há que considerar os 120 000 000. A 
diferença entre 96 000 000 e 120 000 000 é igual a 24 000 000 e esse valor 
será considerado como “ociosidade”, conforme a seguir:
Qtd. de minutos Valor
Mudo 36 000 000 / 120 000 000 = 30% . R$5.000.000,00 = R$1.500.000,00
Falante 60 000 000 / 120 000 000 = 50% . R$5.000.000,00 = R$2.500.000,00
Ociosidade 24 000 000 / 120 000 000 = 20% . R$5.000.000,00 = R$1.000.000,00
Departamento de planejamento e controle das operações �
 Atividades Custos (R$) Direcionadores de Custos
 Planejar 5.000.000,00 Horas trabalhadas
 Controlar 5.000.000,00 Horas trabalhadas
10.000.000,00
178
Custeio ABC – Activity Based Costing
 Horas trabalhadas Planejar Controlar
 Mudo 1 140 1 200
 Falante 1 650 1 500
Ociosidade 210 300
3 000 3 000
Cálculo da atividade Planejar
Transferir para a linha 5 da DRE.
 Qtd. de horas Valor
Mudo 1 140 / 3 000 = 38% . R$5.000.000,00 = R$1.900.000,00
Falante 1 650 / 3 000 = 55% . R$5.000.000,00 = R$2.750.000,00
Ociosidade 210 / 3 000 = 7% . R$5.000.000,00 = R$350.000,00
Cálculo da atividade Controlar
Transferir para a linha 6 da DRE.
 Qtd. de horas Valor
 Mudo 1 200 / 3 000 = 40% . R$5.000.000,00 = R$2.000.000,00
 Falante 1 500 / 3 000 = 50% . R$5.000.000,00 = R$2.500.000,00
Ociosidade 300 / 3 000 = 10% . R$5.000.000,00 = R$500.000,00
Despesas fixas
Departamento de marketing �
 Atividades Despesas (R$) Direcionadores de Custos
 Telemarketing 4.000.000,00 Atendimentos / Ligações
 Propaganda 10.000.000,00 Novos usuários mensais
 Outras 1.000.000,00 Não há direcionadores
15.000.000,00
Qtd. atend. e ligações Novos Usuários
 Mudo 12 000 5 600
 Falante 8 000 2 400
20 000 8 000
Custeio ABC – Activity Based Costing
179
Cálculo da atividade Telemarketing
Transferir para a linha 7 da DRE.
 Qtd. atend. 
e ligações Valor
 Mudo 12 000 / 20 000 = 60% . R$4.000.000,00 = R$2.400.000,00
 Falante 8 000 / 20 000 = 40% . R$4.000.000,00 = R$1.600.000,00
Cálculo da atividade Propaganda
Transferir para a linha 8 da DRE.
 Novos usuários Valor
 Mudo 5 600 / 8 000 = 70% . R$10.000.000,00 = R$7.000.000,00
 Falante 2 400 / 8 000 = 30% . R$10.000.000,00 = R$3.000.000,00
Outras atividades de marketing no valor de R$1.000.000,00 não há direcio-
nador, ou seja, não houve como estabelecer uma relação entre o custo e a 
atividade, assim, esse valor será lançado na linha 9 da DRE na coluna de “Não 
alocados”.
Departamento administrativo �
 Atividades Despesas (R$) Direcionadores de Custos
 Emitir faturas 2.000.000,00 Quantidade de usuários
 Folha de pagamento 4.000.000,00 Quantidade de funcionários
 Treinamento 1.000.000,00 Horas de treinamento
 Outras 3.000.000,00 Não há direcionadores
10.000.000,00
 Qtd. de funcionários Hs. treinamento
 Mudo 1 100 30 000
 Falante 900 70 000
2 000 100 000
Obs.: as outras despesas administrativas se referem a diversos itens que 
não foram detectados direcionadores para alocação, exceto uma causa jurí-
dica no valor de R$350.000,00 referente ao Plano Falante.
180
Custeio ABC – Activity Based Costing
Cálculo da atividade Emitir Faturas
Transferir para a linha 10 da DRE.
 Qtd. de usuários Valor
 Mudo 600 000 / 1 000 000 = 60% . R$2.000.000,00 = R$1.200.000,00
 Falante 400 000 / 1 000 000 = 40% . R$2.000.000,00 = R$800.000,00
Cálculo da atividade Folha de Pagamento
Transferir para a linha 11 da DRE.
Qtd. de funcionários Valor
 Mudo 1 100 / 2 000 = 55% . R$4.000.000,00 = R$2.200.000,00
 Falante 900 / 2 000 = 45% . R$4.000.000,00 = R$1.800.000,00
Cálculo da atividade Treinamento
Transferir para a linha 12 da DRE.
 Horas de treinamento Valor
 Mudo 30 000 / 100 000 = 30% . R$1.000.000,00 = R$300.000,00
 Falante 70 000 / 100 000 = 70% . R$1.000.000,00 = R$700.000,00
Outras atividades administrativas no valor de R$3.000.000,00, desse valor, 
apenas R$350.000,00 foi possível alocar para o Plano Falante por se tratar de 
uma causa jurídica relacionada a ele, para o restante não há direcionador, ou 
seja, não houve como estabelecer uma relação entre o custo e a atividade, 
assim, esse valor será lançado na linha 13 da DRE na coluna de “Não alocados”.
Após esses cálculos, os valores serão transferidos para suas respectivas 
linhas e colunas na DRE pelo Custeio ABC:
Custeio ABC – Activity Based Costing
181
Demonstração do resultado – Custeio ABC
Mudo (R$) Falante (R$) Não alocados (R$) Total (R$)
1 Receita 48.000.000,00 60.000.000,00 108.000.000,00
(–) Custos
2 Variável (24.000.000,00) (32.000.000,00) (56.000.000,00)
3 Mão de obra (6.000.000,00) (4.000.000,00) (10.000.000,00)
4 Depreciação dos equipa-mentos (1.500.000,00) (2.500.000,00) (1.000.000,00) (5.000.000,00)
5 Planejar (1.900.000,00) (2.750.000,00) (350.000,00) (5.000.000,00)
6 Controlar (2.000.000,00) (2.500.000,00) (500.000,00) (5.000.000,00)
Total dos custos (35.400.000,00) (43.750.000,00) (1.850.000,00) (81.000.000)
(=) Lucro bruto 12.600.000,00 16.250.000,00 (1.850.000,00) 27.000.000,00
(–) Despesas fixas
7 Telemarketing (2.400.000,00) (1.600.000,00) (4.000.000,00)
8 Propaganda (7.000.000,00) (3.000.000,00) (10.000.000,00)
9 Outras de marketing (1.000.000,00) (1.000.000,00)
10 Emitir faturas (1.200.000,00) (800.000,00) (2.000.000,00)
11 Folha de pagamento (2.200.000,00) (1.800.000,00) (4.000.000,00)
12 Treinamentos (300.000,00) (700.000,00) (1.000.000,00)
13 Outras administrativas (350.000,00) (2.650.000,00) (3.000.000,00)
Total das despesas (13.100.000,00) (8.250.000,00) (3.650.000,00) (25.000.000,00)
(=) Resultado operacional (500.000,00) 8.000.000,00 (5.500.000,00) 2.000.000,00
Demonstração do resultado – Custeio Variável em R$
Mudo Falante Total
Receita 48.000.000,00 60.000.000,00 108.000.000,00
(–) Custo variável (24.000.000,00) (32.000.000,00)(56.000.000,00)
(=) Contribuição marginal 24.000.000,00 28.000.000,00 52.000.000,00
(–) Custos e despesas fixo
Depto. operacional (15.000.000,00)
Planejamento e controle (10.000.000,00)
Marketing (15.000.000,00)
Administrativo (350.000,00) (10.000.000,00)
(=) Resultado operacional 24.000.000,00 27.650.000,00 2.000.000,00
182
Custeio ABC – Activity Based Costing
Análise do minicaso
Analisando pelo Custeio ABC poder-se-ia chegar à conclusão que o 
Plano Mudo deveria ser eliminado, pois apresentou resultado negativo de 
R$500.000,00. No entanto, mesmo o Custeio ABC adotando critérios de ras-
treamento menos subjetivos que os critérios de rateios adotados pelo Cus-
teio por Absorção, não há garantias que eliminando o Plano Mudo todo custo 
e despesa fixo no valor de R$24.500.000,00 atribuído a ele seja eliminado.
Poderíamos aqui, fazer uma análise de cada atividade e verificar o que se 
poderia eliminar com a retirada desse produto, porém, como a margem de 
contribuição do Plano Mudo é de R$24.000.000,00, somente valerá a pena 
excluir esse produto se dos R$24.500.000,00 de custos e despesas fixos atri-
buídos a ele, for possível eliminar mais de R$24.000.000,00, ou seja, reduzir 
aproximadamente 98%, o que é praticamente impossível.
Para simplificar, dois itens chamam a atenção e são suficientes para con-
clusão da análise, trata-se da depreciação e dos gastos com propaganda.
Depreciação � : foi atribuído um valor de R$1.500.000,00 de depreciação 
ao Plano Mudo, os principais equipamentos de telefonia móvel são as 
torres de transmissão. O fato de eliminar um plano não possibilita a 
redução das torres, portanto, tendo ou não esse plano a depreciação 
continuará no mesmo valor total, ou seja, se eliminar o plano a depre-
ciação apenas mudará de coluna, passará para a dos “Não alocados” 
gerando ociosidade nas torres de transmissão, não reduzindo os cus-
tos e despesas totais da empresa.
Essa é uma diferença fundamental em relação ao Custeio por Absorção, 
como nesse método os produtos absorvem todos os custos, a depreciação 
iria integralmente para o Plano Falante, reduzindo sua lucratividade. No Cus-
teio ABC isso não ocorre, a manutenção ou não de um produto não interfere 
no resultado do outro.
Propaganda � : foi atribuído ao Plano Mudo o valor de R$7.000.000,00 
da atividade Propaganda, isso porque o direcionador utilizado é a en-
trada de novos usuários e, no período, o Plano Mudo teve uma entrada 
de 70% de usuários. Esse direcionador pode ter alguma falha, pois, nor-
malmente, a propaganda é institucional, as empresas costumam fazer 
propaganda direcionada a produtos somente em épocas especiais ou 
quando estão fazendo alguma promoção, portanto, talvez as despesas 
Custeio ABC – Activity Based Costing
183
com a atividade Propaganda devessem estar na coluna de “Não aloca-
dos”. Caso a empresa insista em lançar a propaganda para os produtos 
deveria rever os critérios (direcionadores), pois a propaganda não é 
feita apenas para atrair novos usuários, mas, também, para manter os 
atuais, sendo assim, talvez pudesse adotar como direcionador a “Quan-
tidade total de usuários” e não apenas “Novos usuários”. Se alterar o di-
recionador para “Quantidade total de usuários” o valor de propaganda 
atribuído ao Plano Mudo reduz para R$6.000.000, uma vez, que possui 
60% de usuários, assim, apenas com essa mudança, o resultado muda-
ria de R$500.000,00 negativo para R$500.000,00 positivo.
Portanto, somente com a análise desses dois itens fica claro que o Plano 
Mudo não deve ser eliminado, pois, os custos e despesas fixos totais atribuí-
dos a esse plano não serão totalmente eliminados.
Analisando pelo Custeio Variável essa decisão é mais simples ainda, pois 
como abrir mão de um produto que gera R$24.000.000,00 de margem de 
contribuição? Esse valor representa 46% da margem total. Isso mostra que o 
Plano Mudo é perfeitamente viável, pois contribui com R$24.000.000,00 para 
cobrir os custos e despesas fixos e para geração do lucro.
Custeio ABC versus Custeio Variável versus 
Custeio por Absorção
O Custeio ABC é um método eficaz para custear de forma aproximada 
os custos das atividades, com isso, é possível detectar se uma determinada 
atividade está ou não gerando valor para a empresa, ou seja, se está contri-
buindo para otimização do resultado.
O Custeio ABC embora tenha seus méritos, como tentar reduzir a arbitra-
riedade e subjetividade do rateio, é um método complexo de ser implemen-
tado e com resultados ainda questionáveis, uma vez que, por mais que os 
direcionadores tentem estabelecer uma verdadeira relação entre o custo e 
a atividade, ainda há alguma subjetividade nesse processo. Assim, não deve 
ser isoladamente utilizado para análise de viabilidade de um produto ou ser-
viço e sim para viabilidade de uma atividade.
O Custeio Variável, mesmo não conseguindo calcular o resultado final dos 
produtos, por não atribuir os custos indiretos, é um método mais simples e 
184
Custeio ABC – Activity Based Costing
eficaz para essas decisões gerenciais, pois, salvo raras exceções, quando a 
margem de contribuição for positiva, o produto será viável.
O alerta que se faz à análise do Custeio Variável, é que quando a margem 
de contribuição percentual de um produto for muito baixa, aproximando- 
-se de zero, vale a pena verificar se a exclusão desse produto irá gerar 
uma redução de custo fixo maior que a margem de contribuição do pro-
duto. Se a redução do custo fixo for maior que a margem vale a pena 
excluir o produto, caso contrário é melhor mantê-lo, pois por menor que 
seja a margem, estará contribuindo para o resultado final.
O Custeio por Absorção para fins gerenciais deve ser abandonado, pois o 
rateio dos custos fixos e indiretos distorce toda a análise da lucratividade do 
produto, unidade de negócios, segmento etc.
Diferenças de critérios dos métodos de custeio
Absorção ABC Variável
Custos variá-
veis diretos
Alocados direta-
mente às unida-
des de produ-
tos.
Alocados diretamente às uni-
dades de produtos.
Alocados diretamente às 
unidades de produtos.
Custos variá-
veis indiretos
Alocados às uni-
dades de produ-
tos, por meio de 
rateio.
Alocados às atividades e pos-
teriormente às unidades de 
produtos, por meio de rastre-
amento.
Lançados como custo 
do período, não são ra-
teados nem alocados às 
unidades do produto.
Custos fixos Alocados às uni-
dades de produ-
tos, por meio de 
rateio.
Alocados às atividades e pos-
teriormente às unidades de 
produtos, por meio de rastre-
amento.
Lançados como custo 
do período, não são ra-
teados nem alocados às 
unidades do produto.
Despesas Lançados como 
despesas do pe-
ríodo.
Alocados às atividades e pos-
teriormente às unidades de 
produtos, por meio de ras-
treamento. Isso impede que 
esse método seja utilizado 
para fins societários e fiscais.
As despesas variáveis 
são lançadas diretamen-
te aos produtos e as fixas 
lançadas como despesas 
do período.
Ampliando seus conhecimentos
Michael Maher apresenta um exemplo que ilustra bem a aplicação do 
Custeio ABC, para análise de viabilidade de uma atividade.
Custeio ABC – Activity Based Costing
185
Custeio baseado em atividades, 
em marketing e em administração
Aplicar o custeio baseado em atividades, em serviços 
de marketing e administrativos
(MAHER, 2001)
O custeio baseado em atividades também pode ser aplicado às ativida-
des de marketing e administração. Os princípios e métodos aplicáveis, são os 
mesmos que estão sendo discutidos nesse capítulo:
Identifique atividades que consomem recursos. �
Identifique os direcionadores de custos associados a cada atividade. �
Calcule uma taxa de aplicação de cada direcionador de custo. �
Atribua custos aos produtos, multiplicando a taxa de aplicação do direcio-
nador pela quantidade de unidades do direcionador, consumidas pela ativi-
dade de marketing ou de administração.
Aplicando-se essa metodologia, calcula-se o custo de prestar um serviço 
administrativo ou de marketing, conformeilustramos no exemplo a seguir.
Custo de um serviço, pelo custeio 
baseado em atividades
A SU Company tem um serviço de atendimento de pedidos por telefone. 
Os clientes podem pedir o produto padrão ou o singular, ligando para um 
número 0800. A administração está preocupada com o custo desse serviço, e 
está considerando terceirizá-lo. Para isso, pediu a alguns fornecedores desse 
tipo de serviço que apresentassem suas propostas; a proposta de menor valor 
foi de R$30,00 por pedido. A companhia precisa então saber quanto lhe está 
custando prestar o serviço diretamente, para decidir se continua a fazê-lo e, se 
assim decidir, como aumentar sua eficiência do serviço em questão. A encar-
regada do estudo fez o seguinte:
Identificou as atividades que causam custos. Essas atividades foram: tomada 
do pedido, preenchimento do pedido, expedição do produto e devoluções 
pelos clientes. Essas atividades encontram-se na coluna (1) da tabela abaixo.
186
Custeio ABC – Activity Based Costing
Identificou os direcionadores de custos. Os direcionadores das atividades 
encontram-se na coluna (2) da tabela.
Calculou as taxas de aplicação dos direcionadores de custos. A coluna (3) 
da tabela apresenta os custos mensais estimados de cada atividade; a coluna 
(4), os volumes estimados dos direcionadores; a coluna (5), as taxas de aplica-
ção dos direcionadores.
SU Company – aplicação do Custeio ABC a um serviço de marketing
(1) (2) (3) (4) (5)
Atividade Direcionador de custo
Custo 
Estimado 
Mensal
Volume mensal 
estimado 
do direcionador
Taxa de 
aplicação do 
direcionador
Tomada do 
pedido
Qtd. de pedidos R$5.000,00 1 000 R$5,00
Preenchimen-
to do pedido
Qtd. de pedidos R$3.000,00 1 000 R$3,00
Expedição dos 
produtos
1 – Qtd. de pedi-
dos
R$1.000,00 1 000 R$1,00
2 – Qtd. de unida-
des expedidas
R$6.000,00 3 000 R$2,00
Devolução pe-
los clientes
Qtd. de unidades 
expedidas
R$10.000,00 1 000 R$10,00
Custo total R$21,00
Com base nessa análise, a administração determinou que o custo total 
da atividade era de R$21,00 por unidade – muito inferior à melhor proposta, 
R$30,00 por unidade. A administração decidiu então rejeitar a ideia de tercei-
rizar o serviço, e tomou medidas para aumentar sua eficiência. Dispondo da 
informação de que as devoluções pelos clientes estavam saindo muito caras 
para a companhia (R$10,00 por unidade), a administração procurou identifi-
car formas de diminuir a quantidade de devoluções. Melhorando a descrição 
dos produtos em suas peças de propaganda, a companhia conseguiu reduzir 
a quantidade de devoluções em aproximadamente 50%.
Garrison, Noreen, Brewer (2007), apresentam algumas limitações do Cus-
teio Baseado em Atividades.
A implantação de um sistema de Custeio Baseado em Atividades é um em-
preendimento de porte, que exige volume substancial de recursos. E, uma vez 
implantado, um sistema de Custeio Baseado em Atividades tem um custo de 
Custeio ABC – Activity Based Costing
187
manutenção superior ao de um sistema de custeio tradicional – é necessário cole-
tar, validar e registrar periodicamente dados relativos a diversas medidas de ativi-
dade. Os benefícios da precisão adicional podem não compensar esses custos.
O Custeio Baseado em Atividades produz números, tais como margem de 
lucro, que divergem dos números produzidos pelos sistemas tradicionais de 
custeio. Mas, os administradores estão habituados a dirigir suas operações 
usando sistemas tradicionais de custeio, e esses sistemas são frequentemente 
utilizados em avaliações de desempenho. Essencialmente, o uso do Custeio 
Baseado em Atividades muda as regras do jogo. É da natureza humana que 
mudanças em organizações, particularmente aquelas que mudem as regras 
do jogo, acabem enfrentando resistências. Isso reforça mais uma vez a impor-
tância do apoio da alta administração e da participação total dos administra-
dores de linha, bem como da equipe do departamento de contabilidade, em 
qualquer iniciativa relacionada a Custeio Baseado em Atividades. Se o Custeio 
Baseado em Atividades for visto como uma iniciativa da área de contabilida-
de, que não conta com o apoio total da alta administração, ele estará conde-
nado ao fracasso.
Na prática, a maioria dos administradores insiste em alocar todos os custos 
a produtos, clientes e outros objetos de custeio num sistema baseado em ativi-
dades incluindo os custos de capacidade ociosa e sustentação da organização. 
Isso resulta em custos superestimados e lucros subestimados, além de erros na 
fixação de preços e em outras decisões cruciais.
Os dados do Custeio Baseado em Atividades podem ser facilmente mal in-
terpretados e devem ser usados com cuidado quando utilizados na tomada de 
decisões. Os custos atribuídos a produtos, clientes e outros objetos de custo são 
apenas potencialmente relevantes. Antes de tomarem qualquer decisão importan-
te usando dados de Custeio Baseado em Atividades, os administradores devem 
identificar que custos são realmente relevantes para a decisão em questão.
[...] os relatórios gerados pelos melhores sistemas de Custeio Baseado em 
Atividades não se encaixam nos princípios contábeis aceitos. Consequente-
mente, uma organização envolvida com o uso do Custeio Baseado em Ativi-
dades é obrigada a ter dois sistemas de custeio – um deles para o uso interno 
e outro para a preparação de demonstrações voltadas ao público externo. Isso 
é mais caro do que manter apenas um sistema, além de poder causar confu-
são a respeito de qual é o sistema correto.
188
Custeio ABC – Activity Based Costing
Atividades de aplicação
1. Assinale “V” se a alternativa for Verdadeira e “F” se for Falsa:
 O Custeio ABC apropria para os produtos apenas os custos )(
variáveis, os fixos são lançados diretamente na DRE.
 O Custeio ABC apropria os custos e as despesas indiretas para as )(
atividades e essas para os produtos.
 O Custeio ABC apropria para os produtos todos os custos e )(
despesas, sendo que os indiretos são através de rateio.
 O Custeio ABC apropria para os produtos somente os custos e )(
despesas fixos indiretos, sendo que os variáveis são lançados 
diretamente na DRE.
2. Qual das alternativas abaixo melhor caracteriza o tratamento dado aos 
custos fixos indiretos no Custeio ABC:
a) São alocados às unidades de produtos por meio de rateio.
b) São alocados às atividades e posteriormente às unidades de pro-
duto, por meio de rastreamento.
c) São alocados diretamente às unidades de produtos sem necessi-
dade de rateio ou rastreamento.
d) São lançados diretamente na DRE, não são alocados para as unida-
des de produtos.
3. Considerando as informações abaixo, calcule o custo do almoxarifado 
para cada produto:
Atividades Custo Direcionadores
Receber materiais R$100.000,00 Qtd. de recebimentos
Movimentar materiais R$60.000,00 Qtd. de requisições
 Informações adicionais
 No mês foram recebidas 1 200 caixas do produto A e 800 caixas do 
produto B.
 No mês foram feitas 300 requisições de caixas do produto A e 700 do 
produto B.
Custeio ABC – Activity Based Costing
189
4. Considerando as informações a seguir, calcule o custo do departa-
mento de corte e costura para cada produto:
Atividades Custo Direcionadores
Cortar R$3.000,00 Tempo de corte
Costurar R$8.000,00 Tempo de costura
 Informações adicionais
 O tempo gasto para cortar camisas foi de 60 horas no mês e para cor-
tar calças foi de 100 horas. O profissional que trabalha nessa função 
trabalha 200 horas por mês.
 O tempo gasto para costurar camisas foi de 140 horas no mês e para 
costurar calças foi de 220 horas. Há dois profissionais que trabalham 
nessa função e, juntos, trabalham 400 horas por mês.
5. Considerando as informações a seguir, calcule o custo do departa-
mento de vendas, que deverá ser atribuído ao único produto:
Atividades Custo Direcionadores
Visitar clientes R$10.000,00 Qtd. de visitas
Emitir pedidos de venda R$12.000,00 Qtd. de pedidos
 Informações adicionais
 Foram realizadas 120 visitas, mas a capacidadedo departamento é de 
realizar 150 visitas por mês.
 Foram emitidos 70 pedidos, mas a expectativa, considerando a capaci-
dade de vendas e visitas, era de se emitir 100 pedidos.
6. O valor da depreciação dos equipamentos é de R$10.000,00 por mês. 
O direcionador utilizado como critério para lançar para os dois produ-
tos é a quantidade produzida, considerando as informações a seguir, 
calcule o custo da depreciação por produto de acordo com o Custeio 
ABC e Custeio por Absorção:
 Produto A: 100 peças
 Produto B: 140 peças
 Capacidade produtiva 300 peças por mês.
190
Custeio ABC – Activity Based Costing
Gabarito
1. F, V, F, F
2. B
3. 
 Cálculo da atividade Receber Materiais
 Qtd. de
recebimentos Valor
Produto A 1 200 / 2 000 = 60% . R$100.000,00 = R$60.000,00
Produto B 800 / 2 000 = 40% . R$100.000,00 = R$40.000,00
 Cálculo da atividade Movimentar Materiais
 Qtd. de
requisições Valor
Produto A 300 / 1 000 = 30% . R$60.000,00 = R$18.000,00
Produto B 700 / 1 000 = 70% . R$60.000,00 = R$42.000,00
 Custo total do almoxarifado para cada produto
Produtos
Atividades
TotalReceber 
materiais
Movimentar 
materiais
Produto A R$60.000,00 R$18.000,00 R$78.000,00
Produto B R$40.000,00 R$42.000,00 R$82.000,00
Total R$100.000,00 R$60.000,00 R$160.000,00
4.
 Cálculo da atividade Cortar
 Tempo 
de corte
Valor
Camisas: 60 / 200 = 30% . R$3.000,00 = R$900,00
Calças: 100 / 200 = 50% . R$3.000,00 = R$1.500,00
Ociosidade 40 / 200 = 20% . R$3.000,00 = R$600,00
Custeio ABC – Activity Based Costing
191
 Cálculo da atividade Costurar
 Tempo 
de costura
Valor
Camisas: 140 / 400 = 35% . R$8.000,00 = R$2.800,00
Calças: 220 / 400 = 55% . R$8.000,00 = R$4.400,00
Ociosidade 40 / 400 = 10% . R$8.000,00 = R$800,00
 Custo total do corte e costura para cada produto
Produtos
Atividades
Total
Corte Costura
Camisas R$900,00 R$2.800,00 R$3.700,00
Calças R$1.500,00 R$4.400,00 R$5.900,00
Total dos produtos R$2.400,00 R$7.200,00 R$9.600,00
Ociosidade R$600,00 R$800,00 R$1.4000,00
Total geral R$3.000,00 R$8.000,00 R$11.000,00
5.
 Cálculo do custo atribuído ao produto
Qtd. de visitas: 120 / 150 = 80% . R$10.000,00 = R$8.000,00
Emitir pedidos: 70 / 100 = 70% . R$12.000,00 = R$8.400,00
Total atribuído ao produto.............................. = R$16.400,00
 O valor restante de R$5.600,00 será lançado como “ociosidade”.
6.
 Cálculo pelo Custeio ABC
Produto A: 100 /300 peças = 33,33% � . R$10.000,00 = R$3.333,00
Produto B: 140 /300 peças = 46,67% � . R$10.000,00 = R$4.667,00
 Total apropriado para os produtos:............................... = R$8.000,00
 O restante = R$2.000,00 será considerado “ociosidade”.
192
Custeio ABC – Activity Based Costing
 Cálculo pelo Custeio por Absorção
 Como o próprio nome menciona, os produtos absorvem todos os cus-
tos, então o valor integral de R$10.000,00 obrigatoriamente deve ser 
lançado aos dois produtos, portanto a proporção será em relação à 
quantidade produzida e não à capacidade de se produzir como é feito 
no Custeio ABC.
 Total produzido: 100 peças do produto A + 140 peças do produto B, 
totalizando 240 peças.
Produto A: 100 /240 peças = 41,67% � . R$10.000,00 = R$4.167,00
Produto B: 140 /240 peças = 58,33% � . R$10.000,00 = R$5.833,00
 Total apropriado para os produtos:.................................... = R$10.000,00
 Nesse método não há ociosidade.
Formação do preço de venda
Formação do preço de venda
Numa economia competitiva, onde não haja monopólio ou oligopólio, o 
preço é, na maioria das vezes, determinado por meio da negociação entre 
compradores e vendedores.
Para o vendedor se constitui em sua principal fonte de recursos (receita). �
Para o comprador se constitui, muitas vezes, no principal fator de custos. �
Muitas empresas adotam como raciocínio a seguinte equação para for-
mação do preço:
Preço de venda = Custo + Lucro
Ocorre que num mercado competitivo, os clientes podem não estar dispos-
tos a cobrir os custos das empresas, assim, a fórmula aplicada passa a ser:
Preço de venda – Lucro = Custo
Onde o preço é regulado pelo mercado, o lucro é uma meta (desejo) da 
empresa, portanto é necessário adequar os custos para que seja possível 
obter o resultado desejado, assim, o foco passa a ser a formação do custo 
(target cost) e não do preço.
Suponhamos que uma empresa tenha como política de preços aplicar 
10% de margem de lucro sobre seus custos.
Custos e despesas totais = R$100,00 �
Irá cobrar de seus clientes R$110,00, que é o resultado de: R$100,00 � . 
1,10.
Pontos para reflexão
Como ficará se os concorrentes estiverem praticando o preço de 1. 
R$80,00?
195
196
Formação do preço de venda
Será que os clientes comprarão dessa empresa, deixando de pagar 2. 
R$80,00 para outro fornecedor, só porque reconhece que ela está sen-
do justa, ou seja, ganhando apenas 10% sobre seus custos totais?
E se o seu produto for pioneiro e de grande aceitação pelos clientes 3. 
que estão dispostos a pagar até R$130,00, ela deve continuar fiel à sua 
política cobrando apenas R$110,00, pois afinal sua política é aplicar 
10% sobre os custos?
Nos questionamentos 1 e 2, certamente a empresa precisará adequar 
seus preços aos dos concorrentes, para isso, terá que adequar seus custos 
para que, vendendo por R$80,00, consiga obter os resultados desejados.
No questionamento 3 a empresa deverá aproveitar a oportunidade de 
obter melhor rentabilidade e, enquanto for possível, deverá vender por um 
preço próximo à R$130,00.
Assim, pode-se afirmar que num mercado de competição perfeita, o preço 
de mercado é o grande balizador da formação do preço. Nesse raciocínio, o 
custo passa a ser importante, não para formar preço, mas para verificar se a 
empresa está competitiva ou não.
Aspectos mercadológicos 
que influenciam os preços
Antes de entrarmos nos cálculos, vamos verificar alguns aspectos relacio-
nados ao mercado que influenciam as decisões dos gestores no momento 
da formação do preço.
Demanda
A demanda se constitui num dos principais fatores de determinação do 
preço. Tanto o preço pode determinar o nível de demanda, quanto a deman-
da pode determinar o preço, ou seja:
preço baixo pode determinar alta procura (aumento da demanda); e �
alta demanda pode determinar aumento de preço, assim como baixa �
demanda pode determinar redução do preço.
Formação do preço de venda
197
Segundo Kotler (2000, p. 479) “em uma situação normal, demanda e preço 
são inversamente relacionados: quanto mais alto o preço, menor a quantida-
de demandada”.
Curvas de demanda: 
elasticidade e inelasticidade
A relação preço X demanda determina o comportamento das curvas de 
demanda, que podem ser elástica ou inelástica.
Elástica � : quando o aumento de preço resulta numa queda considerá-
vel da demanda.
Inelástica � : quando o aumento de preço não interfere de forma signi-
ficativa na demanda.
Suponhamos que determinada empresa vende seu produto por R$10,00 
e tem uma demanda de 100 unidades. Então resolve aumentar o preço em 
50% passando para R$15,00, vejamos os comportamentos:
Situação elástica
Enquanto o preço aumentou 50%, o volume diminuiu 60%, isso ocasio-
nou uma queda no resultado de R$400,00:
R$15,00 . 40 = R$600,00
R$10,00 . 100 = R$1 000,00
R$(400,00)
Preço
R$15,00
R$10,00
40 100 Qtd.
Situação inelástica
Enquanto o preço aumentou 50%, o volume diminuiu em apenas 10%, 
isso ocasionou uma melhoria de R$350,00 no resultado:
198
Formação do preço de venda
R$15,00 . 90 = R$1.350,00
R$10,00 . 100 = R$1 000,00
R$(350,00)
Preço
R$15,00
R$10,00
90 100 Qtd.
Preço de mercado – concorrência
Normalmente, o preço de mercado é ditado pelos líderes, no entanto a 
empresa não deve ficar numa situação de acomodação, afinal ela também 
faz parte do mercado e pode tentar interferir. Daí a necessidade de acom-
panhar constantemente a situação dos concorrentes. Um concorrente em 
situação financeira complicada, poderá baixar seus preços para alavancar re-
cursos, fazendo como que o preço reduza substancialmente e, às vezes, de 
forma definitiva. Kotler (2000, p. 502) traz uma figura que espelha a reação 
frente uma redução de preço do concorrente:
Não
Não NãoSim
Inferior a 2% Entre 2% e 4% Superior a 4%
Sim
Sim
O concorrente redu-
ziu o preço?
É provável que o 
preço afete signifi-
cativamente nossas 
vendas?
Inclui um cupom de 
desconto para a pró-
xima compra.
Reduzir o preço em 
metade da redução 
realizada pela con-
corrente.
Reduzir o preço para 
o mesmo preço do 
concorrente.
É provável que seja 
uma redução perma-
nente do preço?
De quanto foi a 
redução do preço do 
concorrente?
Manter nosso 
preço no nível atual, 
continuar a observar 
o preço do concor-
rente.
(K
O
TL
ER
, 2
00
0.
 A
da
pt
ad
o.
)
Figura 1
Formação do preço de venda
199
Preço de valor percebido
A chave para a determinação de preço é a percepção de valor do produto 
para os clientes. Nesse sentido a estratégia de marketing é de fundamental 
importância, pois a propaganda é fator preponderante para transmitir a qua-
lidade e a utilidade dos produtos paras os clientes.
Segundo Kotler (2000, p. 488), a Caterpillar utiliza o valor percebido para 
determinar os preços de seus equipamentos de terraplanagem. Enquanto 
seus concorrentes vendem determinado trator por US$90 mil ela vende por 
US$100 mil e ainda é capaz de demonstrar porque seu trator oferece mais 
do que o do concorrente. Consegue transmitir aos clientes que, embora, es-
tejam pagando US$10 mil a mais, estão recebendo benefícios equivalentes a 
US$20 mil, veja a explicação:
Valor – US$ Explicação
90.000 é o preço do trator se for apenas equivalente ao trator do concorrente
7.000 é o preço premium pela durabilidade superior da Caterpillar
6.000 é o preço premium pela confiabilidade superior da Caterpillar
5.000 é o preço premium pelo serviço superior da Caterpillar
2.000 é o preço premium pelo maior período de garantia de peças da Caterpillar
110.000 é o preço normal para cobrir o valor superior da Caterpillar
-10.000 desconto
100.000 preço final
Cadeia de valores
O valor percebido pelo cliente também está relacionado à cadeia de valo-
res, ou seja, ao estabelecer o preço de venda há que se pensar no custo final 
do produto para o cliente, por exemplo:
determinada lâmpada pode ter o preço maior que as convencionais, �
mas consome menos energia elétrica;
o preço da passagem de avião saindo de um aeroporto (A) poderá ser �
superior a outro (B) na mesma cidade (região), mas que fica mais dis-
tante do centro. Assim, ao comparar o preço da passagem e do trans-
lado centro-aeroporto, pode-se concluir que o preço saindo do aero-
porto (A), mesmo tendo o preço de sua passagem maior, terá o menor 
custo total para os clientes;
200
Formação do preço de venda
o preço de determinado eletrodoméstico pode ser maior que o dos �
concorrentes, no entanto o preço da assistência técnica (peças e ser-
viços) será bem menor, resultando em grande ganho para o cliente, 
durante a vida útil do produto.
Qualidade dos produtos
A qualidade dos produtos percebida pelos clientes também será um dife-
rencial no estabelecimento do preço, portanto, quanto maior o investimento 
em qualidade, menor será o custo com retrabalho, garantia e imagem da 
empresa, entre outros. Os gráficos a seguir demonstram como otimizar o re-
sultado pela melhoria da qualidade:
Pela mellhoria da qualidade, 
além da manutenção dos 
atuais clientes é possível 
a agregação de novos. Os 
clientes poderão estar dis-
postos a pagar um preço 
mais alto pela mesma quan-
tidade demandada, assim, 
amplia-se a Receita Total e 
consequentemente o lucro.
C
q
A redução dos custos com 
retrabalho e substituição 
de peças em garantia con-
duz a queda dos custos 
variáveis e consequen-
temente dos custos totais. 
Mantendo-se constante a 
Receita Total, isso leva a um 
aumento do lucro.
B
q
Situação inicial
R$
Custos e 
receitas
Curva da 
Receita Total
Lucro 
máx.
CF
CT
A
q
Como podemos verificar nos gráficos acima (A, B e C), a melhoria da quali-
dade gera uma redução dos custos totais gerando maior lucratividade (gráfi-
co B). Com essa melhoria, além dos clientes atuais estarem dispostos a pagar 
um pouco mais pelos produtos aumentando a margem de contribuição 
unitária, haverá também agregação de novos clientes aumentando a receita 
total e, consequentemente, o lucro da empresa (gráfico C).
Formação do preço de venda
201
Preço em função de opcionais
Alguns segmentos, como o automobilístico, elaboram o produto básico 
e para cada opcional há um valor agregado. Dessa forma, é possível que di-
versos clientes tenham a chance de adquirir o mesmo produto, tendo como 
diferencial os opcionais que poderão variar de um para outro de acordo 
com a vontade, necessidade e disponibilidade financeira para adquirir os 
opcionais.
Um veículo, por exemplo, da mesma marca e modelo, com a mesma car-
roceria, cor e motor poderá ter o preço alterado em até 30% em função dos 
opcionais: roda de liga leve, ar condicionado, direção hidráulica, som, farol 
de neblina e muitos outros itens.
Outros fatores
Além dos pontos já mencionados existem uma série de outros fatores 
que interferem na determinação do preço, como:
Situação geográfica – localização do vendedor e do comprador;4. 
Estratégia mercadológica, que poderá ser a vontade ou necessidade 5. 
de entrar num mercado;
Situação macroeconômica;6. 
Ações governamentais: aumento de impostos, controle de preços e 7. 
outros;
Situação de endividamento da empresa num determinado momento;8. 
Necessidade do usuário e sua disposição em adquirir o produto;9. 
E muitas outras situações.10. 
Formação do preço utilizando 
a fórmula do ponto de equilíbrio
Quando for possível determinar a quantidade a ser vendida, para calcular 
o preço de venda, é possível adotar a fórmula do ponto de equilíbrio, tendo 
a receita unitária como incógnita.
202
Formação do preço de venda
Fórmula:
CF + L
MCu
 = q
Margem de Contribuição unitária (MCu) é igual a Receita unitária (Ru) 
menos Custo e Despesa Variável unitário (CVu), então a fórmula pode ser 
expressa da seguinte forma:
CF + L
Ru – CVu
 = q
Para ilustrar serão apresentados dois exemplos.
Exemplo 1
A Empresa Bom Preço tem uma demanda especial para vender 200 uni-
dades de um produto que será confeccionado sob medida para o cliente e 
deseja calcular o seu preço. Além do custo variável, para atender essa de-
manda seu custo fixo terá um acréscimo de R$10.000,00, pois precisará con-
tratar alguns funcionários por prazo determinado, além de pequenas outras 
despesas que também aumentarão.
O custo variável unitário é composto da seguinte forma:
Matéria-prima R$20,00
Material de consumo R$5,00
Frete para entregar R$2,00
Comissão sobre vendas 3% sobre a receita total
Como se trata de um cliente novo, onde a empresa tem interesse em a) 
continuar atendendo, para esse primeiro pedido, está pensando em 
não obter lucro. Então, o gerente comercial autorizou calcular o preço 
considerando apenas o ponto de equilíbrio, ou seja, onde a empresa 
não terá lucro nem prejuízo.
Solução:
Preço no ponto de equilíbrio: CF
Ru – CVu
 = q
Formação do preço de venda
203
 Preço no ponto de equilíbrio: R$10.000,00
Ru – R$27,00 – 0,03Ru
 = 200
 R$10.000,00 = 200(0,97Ru – R$27,00)
 R$10.000,00 = 194Ru – R$5.400,00
 R$10.000,00 + R$5.400,00 = 194Ru
 Ru = R$15.400,00
194
 .:. Ru = R$79,38
 Portanto, para atender alcançando apenas o ponto de equilíbrio o pre-
ço deverá ser R$79,38, comprovando:
Receita 200 unid . R$79,38 = R$15.876,00
(–) Custos e despesas variáveis 200 peças . R$27,00 = R$(5.400,00)
(–) Comissão sobre vendas R$15.876,00 . 3% = R$(476,00)
(=) Contribuição marginal R$10.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(10.000,00)
(=) Lucro R$0,00
O diretor comercial ao analisar os cálculos e também o mercado, fi-b) 
cou com receio de vender essas 200 unidades pelo preço de R$79,38, 
onde não haverá lucro, e o cliente efetuar novos pedidos querendopagar esse mesmo valor, então, achou que estrategicamente seria me-
lhor considerar um lucro de, pelo menos, 10% sobre o preço de venda. 
Diante disso, o preço ficou da seguinte forma:
 Solução:
 Preço no ponto de equilíbrio: R$10.000,00 + 0,10 RT
Ru – R$27,00 – 0,03Ru
 = 200
 Não temos a Receita Total, mas sabemos que:
 RT = Ru . q
 RT = Ru . 200 ou escrevendo melhor: RT = 200Ru, portanto a fórmula 
ficará:
 Preço no ponto de equilíbrio: R$10.000,00 + (0,10 . 200 Ru)
Ru – R$27,00 – 0,03Ru
 = 200
 R$10.000,00 + 20Ru = 200(0,97Ru – R$27,00)
 R$10.000,00 + 20Ru = 194Ru – R$5.400,00
 R$10.000,00 + R$5.400,00 = 194Ru – 20Ru
204
Formação do preço de venda
 Ru = R$15.400,00
174
 .:. Ru = R$88,51
 Portanto, para atingir o lucro de 10% sobre a Receita Total o preço de-
verá ser R$88,51, comprovando:
Receita 200 unid . R$88,51 = R$17.701,15
(–) Custos e despesas variáveis 200 peças . R$27,00 = R$(5.400,00)
(–) Comissão sobre vendas R$17.701,15 . 3% = R$(531,03)
(=) Contribuição marginal R$11.770,12
(–) Custos e despesas fixos R$(10.000,00)
(=) Lucro R$1.770,12
 Comprovação: Lucro
Receita Total
 R$1.770,12
R$17.701,15
 = 10%
Ao informar o preço de R$88,51 para o cliente, este achou alto e soli-c) 
citou uma revisão do valor. A Empresa Bom Preço verificou que com o 
aumento do custo fixo em R$10.000,00 será possível produzir até 230 
unidades, então fez uma proposta com quatro opções de preços para 
o cliente, considerando: 200, 210, 220 e 230 unidades. Os cálculos fo-
ram os seguintes:
1.ª opção: 200 unidades (já calculado no item anterior = R$88,51).
2.ª opção: 210 unidades.
Preço no ponto de equilíbrio: R$10.000,00 + (0,10 . 210Ru)
Ru – R$27,00 – 0,03Ru
 = 210
R$10.000,00 + 21Ru = 210(0,97Ru – R$27,00)
R$10.000,00 + 21Ru = 203,7Ru – R$5.670,00
R$10.000,00 + R$5.670,00 = 203,7Ru – 21Ru
Ru = R$15.670,00
182,7
 .:. Ru = R$85,77
Comprovando:
Receita 210 unid . R$85,77 = R$18.011,70
(–) Custos e despesas variáveis 210 peças . R$27,00 = R$(5.670,00)
(–) Comissão sobre vendas R$18.011,70 . 3% = R$(540,35)
(=) Contribuição marginal R$11.801,35
(–) Custos e despesas fixos R$(10.000,00)
(=) Lucro R$1.801,35
Formação do preço de venda
205
Comprovação: Lucro
Receita Total
 R$1.801,35
R$18.011,70
 = 10%
3.ª opção: 220 unidades.
Preço no ponto de equilíbrio: R$10.000,00 + (0,10 . 220Ru)
Ru – R$27,00 – 0,03Ru
 = 220
R$10.000,00 + 22Ru = 220(0,97Ru – R$27,00)
R$10.000,00 + 22Ru = 213,4Ru – R$5.940,00
R$10.000,00 + R$5.940,00 = 213,4Ru – 22Ru
Ru = R$15.940,00
191,4
 .:. Ru = R$83,28
Comprovando:
Receita 220 unid . R$83,28 = R$18.321,60
(–) Custos e despesas variáveis 220 peças . R$27,00 = R$(5.940,00)
(–) Comissão sobre vendas R$18.321,60 . 3% = R$(549,65)
(=) Contribuição marginal R$11.831,95
(–) Custos e despesas fixos R$(10.000,00)
(=) Lucro R$1.831,95
Comprovação: Lucro
Receita Total
 R$1.831,95
R$18.321,60
 = 10%
4.ª opção: 230 unidades.
Preço no ponto de equilíbrio: R$10.000,00 + (0,10 . 230Ru)
Ru – R$27,00 – 0,03Ru
 = 230
R$10.000,00 + 23Ru = 230(0,97Ru – R$27,00)
R$10.000,00 + 23Ru = 223,1R – R$6.210,00
R$10.000,00 + R$6.210,00 = 223,1Ru – 23Ru
Ru = R$16.210,00
200,1
 .:. Ru = R$81,01
Comprovando:
Receita 230 unid . R$81,01 = R$18.632,18
(–) Custos e despesas variáveis 230 peças . R$27,00 = R$(6.210,00)
(–) Comissão sobre vendas R$18.632,18 . 3% = R$(558,97)
(=) Contribuição marginal R$11.863,21
(–) Custos e despesas fixos R$(10.000,00)
(=) Lucro R$1.863,21
206
Formação do preço de venda
Comprovação: Lucro
Receita Total
 R$1.863,21
R$18.632,18
 = 10%
Resumo da proposta
Qtd. Preço
1.ª opção 200 unid. R$88,50
2.ª opção 210 unid. R$85,77 Redução de 3,18% em relação à 1.ª opção.
3.ª opção 220 unid. R$83,28 Redução de 6,27% em relação à 1.ª opção.
4.ª opção 230 unid. R$81,01 Redução de 9,25% em relação à 1.ª opção.
Essa redução do preço é possível em função da manutenção do custo fixo 
em R$10.000,00, independente da quantidade entre 200 a 230 unidades. A 
isso se dá o nome de ganho de produtividade.
Exemplo 2
A Empresa KLM é fabricante de um determinado produto. Ano passado fa-
bricou e vendeu 1 000 unidades. Seu demonstrativo de resultado pelo método 
por absorção apresentou o seguinte:
DRE – Custeio por Absorção
Receita R$10.000,00
(–) Custo dos produtos vendidos R$(6.000,00)
(=) Lucro bruto R$4.000,00
(–) Despesas operacionais R$(3.000,00)
(=) Lucro operacional R$1.000,00
Sabe-se que:
dentro dos custos dos produtos vendidos 60% é custo variável e o res- �
tante fixo;
dentro das despesas operacionais temos comissão de 10% sobre ven- �
das que são pagas aos vendedores;
a direção da empresa, analisando as possíveis alternativas para aumen- �
tar o lucro, verificou que há disponibilidade de produzir até 1 500 uni-
dades. Por essa razão fizeram uma pesquisa de mercado que indicou a 
possibilidade de aumentar o volume de vendas em 35% se o preço de 
venda do produto for reduzido.
Formação do preço de venda
207
Pergunta:
Qual deverá ser o preço unitário do produto de forma a atingir o aumento 
no volume das vendas em 35% aumentando o lucro em 50%?
Solução
Inicialmente vamos estruturar os dados, pois é necessário segregar os 
custos e despesas fixos dos variáveis:
Receita unitária: R$10.000,00 / 1 000 unid. = R$10,00 por unidade �
Custo dos produtos vendidos = R$6.000,00 � CV = R$3.600,00
CF = R$2.400,00
Despesas operacionais = R$3.000,00 � DV = R$1.000,00
DF = R$2.000,00
Custo fixo + Despesa fixa: R$2.400,00 + R$2.000,00 = R$4.400,00 �
Custo variável: R$3.600,00 / 1 000 unid. = R$3,60 por unidade �
Despesa Variável: R$1.000,00, essa despesa se refere à 10% de comis- �
são sobre vendas que são pagas aos vendedores, sendo assim, o valor 
monetário da comissão irá se alterar quando o preço de venda modifi-
car, portanto, vamos tratar a despesa variável como 10% da receita ao 
invés de estabelecer um valor monetário.
Resumo dos dados
Preço de venda R$10,00 (esse valor vai se alterar, é a incógnita do exercício)
Custo variável unitário R$3,60
Despesa variável unitária 0,10 Ru
Custo e despesa fixo mensal R$4.400,00
Lucro desejado R$1.500,00 (R$1.000,00 atual + 50%)
Possibilidade de venda 1 350 unid. (1 000 unidades atual + 35%)
Agora é possível aplicar a fórmula:
CF + L
Ru – CVu
 = q
208
Formação do preço de venda
Onde Ru é o preço unitário:
R$4.400,00 + R$1.500,00
Ru – R$3,60 – 0,10 Ru
 = 1 350
R$5.900,00 = 1 350(0,9Ru – R$3,60)
R$5.900,00 = 1 215Ru – R$4.860,00
R$5.900,00 + R$4.860,00 = 1 215Ru
R$10.760,00 = 1 215Ru
Ru = R$10.760,00
1 215
 .:. Ru = R$8,86
Demonstração do resultado
Receita 1 350 . R$8,86 R$11.955,56 
(–) Custo variável 1 350 . R$3,60 R$(4.860,00)
(–) Despesa variável R$11.955,56 . 10% R$(1.195,56)
(=) Marg. contribuição R$5.900,00 
(–) Custo + Despesa fixo R$(4.400,00)
(=) Lucro R$1.500,00 
Vale destacar que, normalmente, quando as empresas querem aumentar 
o resultado pensam em reduzir custo ou aumentar o preço. Nesse exemplo, 
a estratégia foi aproveitar a capacidade produtiva e aumentar o volume de 
vendas, mesmo que para isso seja necessário reduzir o preço de venda.
Formação do preço 
utilizando a fórmula do Mark-up
Mark-up é uma fórmula matemática que facilita chegar ao preço partindo 
dos custos. Tudo aquilo que se deseja inserir no preço coloca-se no denomi-
nador na forma de taxa (i).
Fórmula: Valor base
1 – i
 
Para calcular o preço, considera-se como valor base o custo variável, sendo 
que para embutir o custo fixo e a despesa fixa no preço, deve-se calcular a 
Formação do preço de venda
209
relação: fixo versus receita para se chegar à taxa, por exemplo: receita R$100.000, 
custo e despesa fixo R$20.000, então a taxa será de 20%.
Fórmula do Mark-up 
para cálculo do preço de venda
Preço = Custo variável
1 – i
 
Exemplo – suponhamos uma empresa com os dados a seguir:
Custo variável unitário: R$100,00 Despesas financeiras: 5% sobre vendas
Impostos sobre vendas: 10% Custo e despesa fixo: 12% sobre vendas
Comissão sobre vendas: 3%Lucro desejado: 10% sobre vendas
Preço = Custo variável unitário
1 – (% Impostos + % Comissão + % Desp. financeira + % Custo fixo + % Lucro)
Preço = R$100,00
1 – (0,10 + 0,03 + 0,05 + 0,12 + 0,10)
Preço = R$100,00
1 – (0,40)
Preço = R$100,00
0,60
 .:. Preço = R$166,67
Demonstração do resultado
Preço de venda R$166,67
(–) Custo variável R$(100,00)
(–) Impostos sobre vendas: 10% R$(16,67)
(–) Comissão sobre vendas: 3% R$(5,00)
(–) Despesas financeiras: 5% R$(8,33)
(–) Fixo: 12% R$(20,00)
(=) Lucro: 10% R$16,67 Então: R$16,67
R$166,67
 = 10%
Mark-up: fator de multiplicação
Se, ao invés de trabalhar com o coeficiente divisor de 0,60 a empresa de-
sejar transformá-lo num multiplicador, basta invertê-lo, aplicando a seguinte 
equação:
210
Formação do preço de venda
Multiplicador: 1
0,60
 = 1,6667
Portanto, o preço também pode ser calculado multiplicando o custo vari-
ável por esse fator, assim teremos:
R$100,00 . 1,6667 = R$166,67
Resumindo
Utilizando o coeficiente divisor, a fórmula será:
Preço: R$100,00
0,60
 = R$166,67
Utilizando o fator de multiplicação, a fórmula será:
R$100,00 . 1,6667 = R$166,67
O fator de multiplicação é bastante utilizado pelos lojistas para elabora-
ção da tabela de preços a ser praticada pelos vendedores.
Tratamento dado ao custo e despesa fixo
O custo utilizado como base é o variável. Para se embutir o custo e a des-
pesa fixo no preço é necessário transformá-lo em uma taxa, conforme visto 
no exemplo anterior, para isso deve se dividir o total de custo e despesa fixo 
pelo seu potencial de geração de receita. Havendo dificuldades para estabe-
lecer esse potencial, pode se utilizar a receita orçada para o período.
Não é uma prática correta adotar a receita atual, principalmente quando 
a empresa está com níveis de vendas bem abaixo da sua capacidade. Isso 
ocorrendo, a taxa ficará muito alta, aumentando demasiadamente o preço 
de venda do produto o que poderá gerar menores vendas e, consequente-
mente, maiores taxas, virando uma bola de neve, por exemplo:
Se o fixo for de R$120.000,00 e a receita atual da empresa estiver em 
R$1.000.000,00 a taxa será de 12%.
Supondo que com a estrutura atual seja possível gerar uma receita de 
R$1.500.000,00, então, a taxa a ser utilizada deve ser de 8%.
Utilizando a taxa de 12% estará sendo transferido para o preço a inefici-
ência da empresa.
Formação do preço de venda
211
Voltando ao exemplo anterior, se ao invés de utilizar 12% de custo fixo, 
adotasse a taxa de 8% sobre a receita potencial, o preço ficaria da seguinte 
forma:
Preço = R$100,00
1 – (0,10 + 0,03 + 0,05 + 0,12 + 0,10)
 = R$166,67
Preço = R$100,00
1 – (0,10 + 0,03 + 0,05 + 0,08 + 0,10)
Preço = R$100,00
1 – 0,36
Preço = R$100,00
0,64
 .:. Preço = R$156,25
Utilizando a taxa de 12% ficará mais difícil para a área comercial vender o 
produto, pois o preço ficará mais alto = R$166,67 contra R$156,25.
Daí surge o seguinte diálogo entre a área comercial e o departamento de 
controladoria:
Comercial: – Eu não vendo porque nosso custo é muito alto. �
Controladoria: – E o nosso custo é muito alto porque você não vende. �
Verificamos, aqui, novamente, mais uma situação onde a inclusão do 
custo e despesa fixo nas análises gerenciais podem interferir negativamente 
no processo decisório.
Exemplo de utilização conjunta 
das duas fórmulas para formação do preço
Nesse exemplo serão adotadas as fórmulas do ponto de equilíbrio e do 
mark-up para formação do preço de venda.
Supondo que a empresa de treinamento ITEC possua os seguintes 
dados:
Receita por aluno: R$200,00
Custo variável por aluno: R$50,00
Custo fixo por curso: R$3.000,00
212
Formação do preço de venda
Pede-se:
Calcular quantos alunos serão necessários para obter lucro de R$1.200,00 
por curso.
Lucro desejado: CF + L
Ru – CVu
 = q
Lucro desejado: R$3.000,00 + R$1.200,00
R$200,00 – R$50,00
 = 28 alunos
Sabendo que sobre a receita terá que pagar 8% de impostos e sobre o 
lucro 30% de imposto de renda. Mantendo a mesma quantidade de alunos 
obtida no item anterior, quanto deverá ser a receita para obter o lucro líqui-
do de R$1.200,00?
Obs.: os impostos sobre a receita são considerados despesas variáveis, 
portanto entram no denominador da fórmula. O Imposto de Renda é cal-
culado sobre o lucro, portanto, para obter o lucro líquido de R$1.200,00 terá 
que obter um lucro acima desse valor, sendo assim, teremos que aplicar a 
fórmula do mark-up e embutir o Imposto de Renda no lucro.
A Receita unitária é a incógnita, será chamada de “Ru”.
R$3.000,00 + R$1.200,00
1 – 0,30
Ru – R$50,00 – 0,08 Ru
 = 28
R$3.000,00 + R$1.714,29
0,92 Ru – R$50,00
 = 28
R$4.714,29 = 28(0,92Ru – R$50,00)
R$4.714,29 = 25,76Ru – R$1.400,00
R$6.114,29 = 25,76Ru
Ru = R$6.114,29
25,76
 .:. Ru = 237,36
Formação do preço de venda
213
Demonstração do resultado
Receita 28 alunos . R$237,36 = R$6.646,00
(–) Impostos R$6.646,00 . 8% = R$(531,68)
(–) Custo variável 28 alunos . R$50,00 = R$(1.400,00)
(=) Margem de contribuição R$4.714,32
(–) Custo fixo R$(3.000,00)
(=) Lucro antes do Imp.Renda R$1.714,32
(–) Imposto de Renda R$1.714,32 . 30% = R$(514,32)
(=) Lucro líquido R$1.200,00
Ampliando seus conhecimentos
No texto a seguir, Assef faz um resumo dos principais objetivos da correta 
formação de preços de venda.
Importância estratégica
(ASSEF, 2003)
A correta formação de preços de venda é questão fundamental para a so-
brevivência e o crescimento autossustentado das empresas, independente-
mente de seus portes e de suas áreas de atuação. Somente através de uma 
política eficiente de preços, as empresas poderão atingir seus objetivos de 
lucro, crescimento a longo prazo, desenvolvimento de seus funcionários, 
atendimento qualificado a seus clientes etc.
Política eficiente não significa, de modo algum, preços altos. Nem baixos. 
Pelo contrário! Além de perfeitamente identificada com o mercado de atua-
ção, essa política deve contemplar a análise dos custos gerais da empresa, seu 
equilíbrio operacional e o retorno desejado pelos acionistas.
214
Formação do preço de venda
É muito comum observarmos empresas que não têm a menor noção da 
lucratividade proporcionada por seus produtos e serviços, bem como, das ne-
cessidades para atingir os respectivos equilíbrios operacionais.
[...]
Objetivos principais da 
correta formação de preços de venda
De modo geral, os principais objetivos das políticas de preços para as em-
presas são:
Proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível. �
 Por que a longo prazo? Simples. A empresa é uma entidade que deve 
buscar, de modo geral, sua perpetuidade. Políticas de preço de curto 
prazo, voltados para a maximização dos lucros, devem ser utilizadas so-
mente sob condições especiais, como, por exemplo, rara oportunidade 
de mercado.
Permitir a maximização “lucrativa” da participação de mercado. �
 Maximizar a lucratividade significa vender considerando não apenas o 
faturamento, mas também a lucratividade das operações. Quantas ve-
zes sua empresa não foi obrigada a vender “a preço de custo” ou até 
mesmo com prejuízo? Há várias razões para explicar essa sua posição: 
excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva, 
sazonalidade etc. Saiba, porém, que essa prática é predatória e, a longo 
prazo, para os não excessivamente capitalizados, suicida.
 Participação de mercado deve ser buscada, obviamente, mas sempre 
de acordo com sua capacidade financeira.
Maximizar a capacidade produtiva evitando ociosidades e desper- �
dícios operacionais.
 Os preços de venda devem levar em consideração a capacidade de 
atendimento qualificado aos seus clientes, ou seja, de nada adianta, por 
Formação do preço de venda
215
exemplo, reduzir fortemente seus preços, se não houver como manter 
a qualidade ou os prazos de entrega. Preços acima do mercado podem 
igualmente levá-lo à ociosidade em sua estrutura de produção ou de 
pessoal. Esses custos “invisíveis” podem, a longo prazo, eliminá-lo da ati-
vidade.
Maximizaro capital empregado para perpetuar os negócios de �
modo autossustentado.
 Em última instância, quando se aplica uma determinada quantia em 
qualquer negócio, o que se pretende é o seu retorno, ou seja, a amplia-
ção do capital através dos lucros auferidos ao longo do tempo. Somen-
te a correta fixação e mensuração dos preços de venda pode assegurar 
o caminho certo na busca desse objetivo.
Atividades de aplicação
1. Supondo que uma escola tenha 30 alunos interessados em fazer o seu 
curso, considerando as informações abaixo, calcule o preço de venda:
Custo variável por aluno R$100,00
Custo fixo mensal por curso R$10.000,00
Lucro desejado R$2.000,00
2. A Empresa Roy atualmente fabrica e vende 800 peças por mês e, está 
operando com prejuízo, conforme pode ser verificado em sua DRE. A 
empresa não tem capacidade produtiva para aumentar a produção e 
também não está conseguindo reduzir custo, sendo assim, sua última 
chance é tentar aumentar o preço. Calcule qual deve ser o preço de 
venda para que a empresa atinja seu ponto de equilíbrio, consideran-
do os dados a seguir:
Preço de venda: R$1.000,00
Custo variável unitário R$800,00
Comissão 5% do preço
Custo fixo mensal R$150.000,00
216
Formação do preço de venda
 Demonstração do resultado – atual
Receita 800 peças . R$1.000,00 = R$800.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 800 peças . R$800,00 = R$(640.000,00)
(–) Comissão sobre vendas R$800.000,00 . 5% = R$(40.000,00)
(=) Contribuição marginal R$120.000,00
(–) Custos e despesas Fixos R$(150.000,00)
(=) Lucro contábil R$(30.000,00)
3. A Cia. Gananciosa deseja calcular seu preço de venda aplicando o 
Mark-up e conta com os seguintes dados:
Custo por unidade R$100,00
ICMS 18%
PIS e Cofins 9%
Custos e despesas fixos 10%
Lucro desejado sobre a receita 20%
4. A Cia. Gananciosa deseja calcular seu preço de venda aplicando o 
Mark-up e conta com os seguintes dados:
Custo por unidade R$100,00
ICMS 18%
Pis e cofins 9%
Custos e despesas fixos 10%
Lucro desejado sobre a receita 20%
 Além dos dados acima, a empresa tem que pagar 34% de Imposto de 
Renda. Para obter o lucro líquido de 20% sobre a receita, quanto deve-
rá ser o preço de venda ?
5. A Cia. XYZ deseja calcular seu preço de venda aplicando o fator de 
multiplicação do Mark-up e conta com os seguintes dados:
Custo variável unitário R$200,00
Impostos sobre a receita 28%
Comissão sobre vendas 2%
Custos e despesas fixos 15%
Lucro desejado sobre a receita 10%
Formação do preço de venda
217
6. A Cia. Formandos está calculando o valor da festa de formatura e conta 
com as seguintes informações:
Valor do convite R$50,00
Custo variável por convidado R$10,00
Custo fixo R$8.000,00
a) Além das despesas acima os formandos desejam um lucro de 
R$4.000,00 para cobrir outros eventos que pretendem realizar. 
Quantos convites terão que vender para obter o lucro desejado?
b) Sabe-se que sobre a receita terão que pagar imposto de 20% e so-
bre o lucro 30% de imposto de renda. Mantendo a mesma quan-
tidade de convidados do item anterior, quanto deverá ser o preço 
de cada convite para obter o lucro desejado de R$4.000,00?
Gabarito
1.
 R$10.000,00 + R$2.000,00
Ru – R$100,00
 = 30
 R$12.000,00 = 30(Ru – R$100,00)
 R$12.000,00 = 30Ru – R$3.000,00
 R$12.000,00 + R$3.000,00 = 30Ru
 R$15.000,00 = 30Ru
 Ru = R$15.000,00
30
 .:. Ru = R$500,00
 Demonstração do resultado
Receita 30 alunos . R$500,00 = R$15.000,00
(–) Custos e despesas variáveis 30 alunos . R$100,00 = R$(3.000,00)
(=) Contribuição marginal R$12.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(10.000,00)
(=) Lucro contábil R$2.000,00
218
Formação do preço de venda
2.
 R$150.000,00
Ru – R$800,00 – 0,05Ru
 = 800
 R$150.000,00 = 800(0,95Ru – R$800,00)
 R$150.000,00 = 760Ru – R$640.000,00
 R$150.000,00 + R$640.000,00 = 760Ru
 R$790.000,00 = 760Ru
 Ru = R$790.000,00
760
 .:. Ru = R$1.039,47
 Demonstração do resultado
Receita 800 peças . R$1.039,47 = R$831.578,95
(–) Custos e despesas variáveis 800 peças . R$800,00 = R$(640.000,00)
(–) Comissão sobre vendas R$831.578,95 . 5% = R$(41.578,95)
(=) Contribuição marginal R$150.000,00
(–) Custos e despesas fixos R$(150.000,00)
(=) Lucro contábil R$0,00
3.
 Preço = R$100,00
1 – (0,18 + 0,09 + 0,10 + 0,20)
 
 Preço = R$100,00
1 – 0,57
 
 Preço = R$100,00
0,43
 .:. Preço = R$232,56
 Demonstração do resultado
Preço bruto R$232,56
(–) ICMS 18% R$(41,86)
(–) PIS e Cofins 9% R$(20,93)
(=) Preço líquido R$169,77
(–) Custo variável R$(100,00)
(–) Custos e despesas fixos 10% R$(23,26)
(=) Lucro R$46,51
Formação do preço de venda
219
4.
 Nesse caso, é necessário embutir o imposto de renda de 34% no lucro, 
para fazer isso, tem que aplicar o mark-up no percentual do lucro:
 Lucro = 20%
1 – 0,34
 = 30,3%
 Preço = R$100,00
1 – (0,18 + 0,09 + 0,10 + 0,303)
 
 Preço = R$100,00
1 – 0,6730
 
 Preço = R$100,00
0,3270
 .:. Preço = R$305,84
Comprovando:
Preço bruto R$305,81
(–) ICMS 18% R$(55,05)
(–) PIS e Cofins 9% R$(27,52)
(=) Preço líquido R$223,24
(–) Custo variável R$(100,00)
(–) Custo e despesa fixo 10% R$(30,58)
(=) Lucro antes do Imp. Renda R$92,66 30,3% sobre o preço bruto
(–) Imposto de Renda: R$92,68 . 34% R$(31,50)
(=) Lucro líquido 20% R$61,16 20% sobre o preço bruto
5.
 Somando todas as taxas, teremos: 0,28 + 0,02 + 0,15 + 0,10 = 0,55
 Portanto: 1 – 0,55 = 0,45
 Multiplicador: 1
0,45
 = 2,2222
 Custo variável: R$200,00 . 2,2222
 Preço de venda: R$444,44
 Comprovando:
Preço R$444,44
(–) Impostos 28% R$(124,44)
220
Formação do preço de venda
(–) Comissão 2% R$(8,89)
(–) Custo variável R$(200,00)
(–) Custo e despesa fixo 15% R$(66,67)
(=) Lucro R$44,44 10% sobre o preço
6.
a) R$8.000,00 + R$4.000,00
R$50,00 – R$10,00
 = 300 convites
b) A receita unitária é a incógnita, será chamada de “Ru”.
 
 
R$8.000,00 + R$4.000,00
1 – 0,30
Ru – R$10,00 – 0,20 Ru
 = 300
 R$8.000,00 + R$5.714,29
0,80Ru – R$10,00
 = 300
 R$13.714,29 = 300(0,80Ru – R$10,00)
 R$13.714,29 = 240Ru – R$3.000,00
 R$13.714,29 + R$3.000,00 = 240Ru
 R$16.714,29 = 240Ru
 Ru = R$16.714,29
240
 .:. Ru = R$69,64
Demonstração do resultado
Receita bruta 300 convites . R$69,64 = R$20.892,86
(–) Impostos sobre a receita R$20.892,86 . 20% = R$( 4.178,57)
(=) Receita líquida R$16.714,29
(–) Custos e despesas variáveis 300 convites . R$10,00 = R$(3.000,00)
(=) Contribuição marginal R$13.714,29
(–) Custos e despesas fixos R$(8.000,00)
(=) Lucro antes do Imp. Renda R$5.714,29
(–) Imposto de Renda R$5.714,29 . 30% = R$(1.714,29)
(=) Lucro líquido R$4.000,00
Referências
ASSEF, Roberto. Guia Prático de Formação de Preços: aspectos mercadológicos, 
tributários e financeiros para pequenas e médias empresas. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Campus, 2003.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 750/93 – dispõe sobre 
os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC). Acesso em: 2 jul. 2009.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial – teoria e prática. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2002.
GARRISON, Ray H.; NOREEN, Eric W.; BREWER, Peter C. Contabilidade Gerencial. 
11. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não Contado-
res. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
KOTLER, Philip. Marketing Management (The Millenium Edition). 10. ed. New 
Jersey: Prentice Hall, 2000.
MAHER, Michael. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2001.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
223
GE
ST
ÃO
 D
E 
CU
ST
OS
 E
 F
OR
M
AÇ
ÃO
 D
E 
PR
EÇ
OS
GESTÃO DE CUSTOS E GESTÃO DE CUSTOS E 
FORMAÇÃO DE PREÇOSFORMAÇÃO DE PREÇOS
Itamar Miranda Machado
www.iesde.com.br
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-3070-5

Mais conteúdos dessa disciplina