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Livro Gestão de Custos e Formação de Preços

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ÃO
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PR
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OS
GESTÃO DE CUSTOS E GESTÃO DE CUSTOS E 
FORMAÇÃO DE PREÇOSFORMAÇÃO DE PREÇOS
Itamar Miranda Machado
www.iesde.com.br
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-3070-5
Itamar Miranda Machado
Gestão de Custos e Formação de Preços
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
Edição revisada
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ 
________________________________________________________________________________
M129g
 
Machado, Itamar Miranda
 Gestão de custos e formação de preços / Itamar Miranda Machado. - 1.ed., rev. - Curiti-
ba, PR : IESDE Brasil, 2012. 
 224p. : 24 cm
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-3070-5
 
 1. Gestão de custo. 2. Custeio baseado em atividades. 3. Controle de custo. 4. Preço - 
Determinação. I. Título. 
12-6341. CDD: 658.1552 
 CDU: 657.44
 
03.09.12 12.09.12 038692 
________________________________________________________________________________
© 2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por 
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
Itamar Miranda Machado
Mestre em Contabilidade – concentração 
em Controladoria pela Universidade de São 
Paulo (USP), sendo pós-graduado em Ciências 
Contábeis pela Fundação Getulio Vargas (FGV) 
e graduado em Ciências Contábeis pela Pontifí-
cia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC 
Minas).
Atua há mais de 12 anos como professor de 
cursos de pós-graduação: Especialização, MBA 
e Mestrado para executivos, lecionando em ins-
tituições como Ibmec, Fundação Dom Cabral 
(FDC), Fundação Getulio Vargas (FGV), IEC/PUC 
Minas, UNA, FEAD, Newton Paiva. Foi coordena-
dor do Curso de MBA em Gestão de Negócios 
e Coordenador Geral das Faculdades do Ibmec- 
-MG. Lecionou também em cursos de gradua-
ção em Ciências Contábeis, Administração, Eco-
nomia e Direito no Ibmec-MG e PUC Minas.
Em sua carreira profissional atuou como exe-
cutivo em várias empresas, tendo gerenciado a 
área Administrativa e Financeira da ELA Trans-
portes S/A (grupo Asamar), também foi Gerente 
de Contabilidade Internacional da Construtora 
Andrade Gutierrez S/A e Diretor de Auditoria In-
terna e de Controladoria das Empresas Probank 
S/A e Via Telecom S/A.
Atualmente é consultor de empresas em 
áreas ligadas à Controladoria e Finanças e com 
assessoria ao planejamento tributário e orça-
mento empresarial.
su
m
ár
io
su
m
ár
io
su
m
ár
io
su
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ár
io
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos 
11
11 | Introdução à gestão de custos
14 | Terminologias aplicadas à gestão de custos
16 | A gestão dos custos e os princípios da contabilidade
20 | Comportamento, classificação e terminologias aplicadas à gestão de custos
Método de Custeio por Absorção 
37
37 | Métodos de custeio
38 | Custeio por Absorção
51 | Comprar ou fabricar
54 | A influência dos impostos indiretos nos custos dos produtos
Método de Custeio Variável 
67
67 | Conceito
69 | Diferença entre o método do Custeio por Absorção e o Custeio Variável
86 | Exemplo de decisão com base apenas na contribuição marginal
Ponto de equilíbrio – aspectos iniciais 
101
101 | Ponto de equilíbrio – relação entre custo X volume X lucro
105 | Ponto de equilíbrio e lucro
106 | Aplicação rápida (simplificada) da fórmula
108 | Exemplos de cálculos do ponto de equilíbrio e do lucro desejado
113 | Retorno sobre Investimento por produto
115 | Pay Back
117 | Ponto de equilíbrio às avessas
119 | Ponto de equilíbrio em receitas
120 | Margem de Segurança (MS)
121 | Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
Ponto de equilíbrio – aspectos complementares 
137
137 | Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro
144 | Ponto de equilíbrio envolvendo mais de um produto ou serviço
152 | A margem de contribuição quando há fator limitativo
Custeio ABC – Activity Based Costing 
171
171 | Custeio ABC
183 | Custeio ABC versus Custeio Variável versus Custeio por Absorção
Formação do preço de venda 
195
195 | Formação do preço de venda
196 | Aspectos mercadológicos que influenciam os preços
201 | Formação do preço utilizando a fórmula do ponto de equilíbrio
208 | Formação do preço utilizando a fórmula do Mark-up
211 | Exemplo de utilização conjunta das duas fórmulas para formação do preço
Referências 
223
Apresentação G
estão de C
ustos e 
Form
ação de P
reços
A disciplina Gestão de Custos e Forma-
ção de Preços tem como objetivo principal 
mostrar a importância da administração dos 
custos e da formação de preços no proces-
so de tomada de decisão dentro de uma or-
ganização. Para isso, apresenta a relevância 
da segregação dos custos e das despesas de 
acordo com o seu comportamento: fixo ou va-
riável e também a influência da relação custo 
X volume X lucro na otimização do resultado 
da empresa e na formação de preço.
Esse livro apresenta um capítulo que trata 
dos termos utilizados na gestão de custos, 
principalmente quanto à classificação dos 
custos e despesas em diretos e indiretos e 
quanto ao comportamento: fixo ou variável.
Também apresenta o funcionamento do 
Custeio por Absorção, enfatizando à ques-
tão do rateio dos custos indiretos. Quanto ao 
funcionamento do Custeio Variável, a ênfase 
é a segregação entre fixo e variável e a impor-
tância da contribuição marginal no processo 
decisório.
Há uma importante abordagem sobre 
ponto de equilíbrio apresentando a relação 
custo X volume X lucro, demonstrando como 
a variação dos custos (e despesas) fixos, dos 
variáveis, do volume de venda e do lucro in-
terferem na formação do preço e no resultado 
das empresas.
Continuando, o tema ponto de equilí-
brio apresenta aspectos mais avançados que 
podem contribuir no processo orçamentário 
sobre a definição de metas, em termos do 
volume de vendas que deve ser atingido para 
G
estão de C
ustos e 
Form
ação de P
reços
que se possa alcançar o lucro desejado pelos acio-
nistas e manter o caixa em equilíbrio, pois além do 
ponto de equilíbrio contábil (tradicional), explica 
como calcular os pontos de equilíbrio econômico 
e financeiro. Também trata da questão do ponto 
de equilíbrio quando a empresa trabalha com mais 
de um produto ou serviço.
Apresenta o funcionamento do Custeio ABC 
(Custeio Baseado em Atividades), enfatizando o 
fato que as atividades consomem recursos e os 
produtos consomem atividades, por isso, antes de 
lançar um custo ou uma despesa para o produto, 
primeiro devem ser apropriados às atividades e, 
em seguida, essas aos produtos que a consomem.
Finalizando, apresenta alguns aspectos merca-
dológicos relacionados à formação de preços, prin-
cipalmente a questão da concorrência, mas sua 
ênfase maior é no cálculo do preço, tendo como 
base os custos e as despesas, para isso demonstra 
como calcular utilizando a fórmula do ponto de 
equilíbrio e a fórmula da Mark-up.
Introdução à gestão de custos e 
conceitos básicos
Introdução à gestão de custos
O início da contabilidade se deu com a necessidade de se registrar e 
apurar o patrimônio das entidades e suas mutações. Ao longo dos anos esses 
registros foram aprimorados para o atendimento a outras necessidades dos 
usuários, principalmente investidores e credores que passaram a ter na con-
tabilidade um meio de informações para análise de investimentos e conces-
são de créditos. Também o governo passou a utilizá-la como forma de se 
apurar o resultado para cobrança de impostos.
A contabilidade direcionada para avaliação patrimonial, cujos principais 
usuários são os investidores e os credores é chamada de ContabilidadeFi-
nanceira. Com a Revolução Industrial, ganhou importância uma relevan-
te ramificação que é a chamada Contabilidade de Custos e, no século XX, 
houve o surgimento da Contabilidade Gerencial, também chamada Gestão 
de Custos, voltada para o público interno. A seguir um breve resumo históri-
co dessa evolução.
Da contabilidade financeira à 
contabilidade de custos
A contabilidade financeira (societária) teve seu desenvolvimento na Era 
Mercantilista, naquela época, a predominância era a atividade comercial, a 
única preocupação com os custos era verificar quanto se pagou pela mer-
cadoria (estoque) e consequentemente qual seria o valor de venda que, na 
maioria das vezes, era calculado simplesmente aplicando um percentual em 
cima do valor de compra.
A equação para se chegar ao custo da mercadoria vendida era muito sim-
ples, aplicava-se o seguinte cálculo: Custo da Mercadoria Vendida (CMV) = 
Estoque inicial (Ei) + Compras (C) – Estoque final (Ef ), ou seja:
CMV = Ei + C – Ef
11
12
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Até hoje, algumas empresas de pequeno e médio porte que se dedicam 
apenas à atividade comercial utilizam-se dessa fórmula. É muito comum ou-
virmos o termo: “fechado para balanço” ou “fechado para inventário”, isso 
quer dizer que a empresa está fazendo a contagem física do estoque, ou 
seja, está apurando o estoque final para poder aplicar a fórmula.
Assim, se a empresa no final do ano anterior tinha um estoque de 
R$10.000,00; efetuou compras durante o ano no valor de R$5.000,00 e seu 
estoque final é de R$8.000,00 teremos:
CMV = 10.000 + 5.000 – 8.000
CMV = 7.000
Dessa forma, no Balanço Patrimonial constará: Estoque = R$8.000,00 e na 
Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) constará: CMV = R$7.000,00.
Com o início da Revolução Industrial (século XVIII) começou a ganhar im-
portância a chamada contabilidade de custos, pois, a partir daí, não bastava 
calcular apenas a variação, de um período para outro, do estoque da merca-
doria vendida, era preciso calcular o custo de fabricação do produto, que é 
composto por consumo de matéria-prima, materiais de consumo, mão de 
obra, horas de máquinas e equipamentos (depreciação) etc., ou seja, para 
fabricação de um bem ou serviço há consumo de recursos: materiais, físi-
cos, humanos, tecnológicos e ambientais. Portanto, foi uma época de muito 
desenvolvimento da contabilidade de custos, mas ainda assim, era utiliza-
da apenas para fins de melhor mensuração dos custos com a finalidade de 
apurar o resultado do exercício, gerando melhores informações para que a 
contabilidade financeira pudesse mensurar melhor o valor patrimonial das 
entidades.
Da contabilidade de custos à gestão de custos 
(contabilidade gerencial)
A contabilidade de custos era bastante operacional, seu objetivo era, sim-
plesmente, calcular o custo da produção. O grande salto em termos de quali-
dade das informações aconteceu no século XX e mais especialmente nas suas 
últimas três décadas (anos 1970, 1980 e 1990) com o surgimento da chama-
da contabilidade gerencial ou gestão de custos, nesse período a contabili-
dade de custos deixou de ser tratada apenas como suporte para a contabi- 
lidade financeira e passou a ser vista com enfoque gerencial.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
13
O período entre o final da década de 1960 e início da década de 1970 foi 
marcado por relevantes fatos que geraram uma grande crise econômica no 
país. Os principais fatores foram:
Surgimento do grande déficit � público brasileiro, entre os fatores causa-
dores desse déficit se destacam: o início dos pagamentos das aposen-
tadorias com falta de planejamento por parte dos órgãos governamen-
tais, pagamento de muitos financiamentos efetuados para construção 
de Brasília, muitos deles tiveram carência de dez anos e começaram a 
vencer no início dos anos 1970. Com isso, o governo aumentou a emis-
são de moeda, gerando, também, aumento da inflação.
Abertura de crédito direto ao consumidor pelas grandes lojas de de- �
partamento, isso ocasionou a quebra de pequenos comerciantes que 
não tinham capital de giro para conceder créditos, portanto, deixaram 
de vender e quebraram.
Aumento significativo do barril de petróleo, que chegou a subir de �
US$8,00 a US$30,00. Como o Brasil é um país com grandes dimensões 
geográficas e o transporte se concentra em rodovias, houve aumen-
to do custo do frete que, certamente, foi repassado para os produtos, 
contribuindo muito para o processo inflacionário. Naquela época o 
Brasil importava quase 70% do petróleo consumido.
Em função disso, as empresas se viram obrigadas a uma maior otimização 
dos seus resultados como meio de sobrevivência, pois os clientes, afetados 
pela crise, começaram a se empenhar mais em negociação de preços, nessa 
época as atividades de compras passaram a se concentrar num setor único, 
nascendo os chamados “Departamento de Compras ou Departamento de 
Suprimentos”, aumentando o grau de dificuldades para se executar uma boa 
venda, gerando, inclusive, calorosas negociações entre compradores e ven-
dedores, fato que se repete até os dias atuais.
Com esse aumento de competitividade, as empresas se viram obriga-
das a buscar respostas para questionamentos como: meu preço de venda é 
R$100,00, mas o cliente está pressionando, pois há concorrentes vendendo 
por R$80,00, qual é o custo real dos meus produtos? Será que também pode-
mos vender por R$80,00? Com isso, quantas unidades teremos que vender a 
mais para termos o mesmo lucro?
Assim nasceu a gestão de custos, com o objetivo de fornecer respostas 
a questionamentos como esses. Para isso, utiliza-se dos dados gerados pela 
14
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
contabilidade de custos dando-lhes um formato mais gerencial, transfor-
mando-os em informações que possam auxiliar o processo decisório.
Dessa forma, a contabilidade de custos, que na Era Mercantilista somente 
calculava o custo da variação do estoque, ganhou maior importância com a 
Revolução Industrial e nos dias de hoje é uma atividade primordial para as 
empresas, não só as comerciais e industriais, mas acima de tudo para as pres-
tadoras de serviços, onde nem sempre os processos são bem delimitados 
como na indústria.
No enfoque gerencial, a contabilidade de custos é estudada com a uti-
lização de termos como: gestão de custos, administração de custos, custos 
para tomada de decisões e outros, ficando o termo “contabilidade” como a 
parte operacional desse processo. Nesse nosso estudo utilizaremos o termo 
“gestão de custos”.
Terminologias aplicadas à gestão de custos
Tão importante quanto uma estratégia bem definida de comercialização e 
elaboração do preço de venda, são as análises dos componentes que afetam 
os custos e, consequentemente, os resultados de uma empresa. Por isso, é 
importante entender os conceitos e termos aplicados à gestão de custos.
Conceitos básicos
Investimento
Significa a aquisição de um bem que normalmente é utilizado por 
longos períodos na produção ou manutenção das atividades da empresa. 
Exemplos:
Bens do ativo imobilizado (veículos, imóveis, máquinas, equipamentos �
etc.).
Estoque de matéria-prima e de mercadoria para revenda. �
À medida que os bens do imobilizado são utilizados, sofrem perda do 
seu valor econômico. Essa perda do valor econômico será reconhecida como 
despesa ou custo, com o nome de depreciação.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
15
Quando as mercadorias estocadas são vendidas, são transferidas para a 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) com o nome de Custo das 
Mercadorias Vendidas (CMV).
Quando a matéria-prima e o material de consumo são requisitados para 
uso na produção incorporam o custo do produto, que depois de vendido 
será transferido para a DRE com o nome de Custo dos Produtos Vendidos 
(CPV).
Custos
São todos os gastos envolvidos na aquisição ou na fabricação de um pro-
duto ou serviço. São denominados custos dos produtos. Portanto, são todosos recursos consumidos no processo produtivo.
Despesas
São todos os bens ou serviços consumidos com o propósito de obtenção 
de receitas, incluindo as atividades de apoio. As despesas estão relaciona-
das com a administração e a comercialização. São denominadas despesas do 
período, uma vez que não se referem aos produtos, pois existem indepen-
dentemente da produção.
Comparação entre custo e despesa
Tabela 1
Custo Despesa
Salário do pessoal da produção. Salário do pessoal administrativo e de 
vendas.
Aluguel da unidade produtiva. Aluguel do escritório.
Prêmio sobre produção. Comissão sobre vendas.
Depreciação dos bens utilizados na produção. Depreciação dos bens utilizados na admi-
nistração e vendas.
Matéria-prima (sempre será custo). Gastos com propaganda (sempre serão 
despesa).
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
16
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Exercício de fixação
Classificar os eventos abaixo em: investimento, custo ou despesa.
Enunciado Resposta
Compra à vista de matéria-prima para estoque. Investimento
Requisição de matéria-prima para utilização. Custo
Compra de equipamento para o setor administrativo. Investimento
Depreciação do equipamento comprado no item anterior. Despesa
Compra de uma máquina para a linha de produção. Investimento
Depreciação da máquina comprada no item anterior. Custo
Salário dos funcionários da produção. Custo
Salário dos funcionários administrativos. Despesa
Salário e comissão dos vendedores. Despesa
Depreciação do escritório onde funcionam os setores administrativos. Despesa
A gestão dos custos e 
os princípios da contabilidade
Para uma adequada forma de se calcular os custos de um produto ou ser-
viço são necessários que todos os custos de produção estejam apurados de 
acordo com o consumo real. Por exemplo: suponhamos que uma empresa 
adquiriu no mês 3 000kg de matéria-prima pelo valor unitário de R$5,00 o kg, 
perfazendo o total de R$15.000,00 (3 000kg . R$5,00). Nesse mês específico 
fabricou e vendeu 100 unidades e, para isso, consumiu 1 000kg de matéria-
-prima. Não se pode atribuir às 100 unidades produzidas e vendidas o valor 
integral de R$15.000,00, pois esse valor se refere a 3 000kg de matéria-prima 
e o consumo foi de apenas 1 000kg. Dessa forma, o registro deve ser da se-
guinte forma:
DRE – Custo do produto vendido: 1 000 kg . R$5,00 = R$5.000,00
Ativo – Estoque de matéria-prima: 2 000 kg . R$5,00 = R$10.000,00
Portanto, para apuração do resultado do mês será confrontada a receita 
de venda das 100 unidades com o seu real custo de produção de R$5.000,00 
(nesse caso, para facilitar o entendimento, estamos considerando que houve 
apenas custo com matéria-prima).
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
17
Essa forma de registro confrontando o custo efetivo das unidades vendi-
das com a sua respectiva receita, dá-se em obediência ao chamado princípio 
da competência, cujo entendimento será apresentado a seguir.
Princípios da contabilidade
Com o objetivo de se estabelecer uma harmonização das informações 
contábeis das empresas, evitando que cada uma faça os registros da forma 
que melhor lhe convier, os órgãos oficiais, tanto do Brasil como internacio-
nais, estabeleceram padrões para se elaborar a contabilidade das empresas, 
a esses padrões, no Brasil, dá-se o nome de princípios de contabilidade.
Esses princípios representam um conjunto de conceitos, normas e pro-
cedimentos desenvolvidos pela teoria contábil e utilizados como elementos 
disciplinadores na escrituração de eventos e transações, e na elaboração de 
demonstrações financeiras.
Tendo em vista a natural evolução da Ciência Contábil nos últimos anos, 
o Conselho Federal de Contabilidade aprovou em 29/12/1993 a Resolução 
750/93, que deu novo enfoque e redação aos princípios de contabilidade. 
Posteriormente, em 2010 foi publicada a Resolução CFC 1.282/2010 que atu-
alizou os princípios de contabilidade1.
É importante observar o que diz os parágrafos 1.º e 2.º do Artigo 1.º da 
Resolução 750/93.
Art. 1.º (...)
§ 1.º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exer-
cício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasilei-
ras de Contabilidade (NBC).
§ 2.º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas 
e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
Princípios de contabilidade no Brasil
Entidade; �
Continuidade; �
1 Com a Resolução CFC 
1.282/2010 a denomina-
ção passou de Princípios 
Fundamentais de Conta-
bilidade para Princípios 
de Contabilidade. Essa re-
solução alterou a redação 
de diversos artigos da Re-
solução 750/93 e excluiu 
o princípio da atualização 
monetária.
18
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Oportunidade; �
Registro pelo valor original; �
Competência; �
Prudência. �
Para gestão de custos o mais relevante é o princípio da competência, por 
isso, será dada ênfase a ele.2
Princípio da Competência
O Art. 9.º da Res. 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade alterado 
pela Resolução CFC 1.282/2010, menciona que “ O Princípio da Competência 
determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconheci-
dos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou 
pagamento”.
Assim, as receitas, os custos e as despesas serão sempre reconhecidos se-
gundo o fato gerador e não segundo o fluxo de recursos financeiros, ou seja, 
não importa se houve entrada ou saída de dinheiro, o fato aconteceu e deve 
ser contabilizado.
Exemplo
Supondo que a Cia. Competência tenha sido constituída em 1.° de janeiro 
com capital inicial igual a zero (apenas para ilustrar) e que durante o mês de 
janeiro ocorreram as seguintes transações:
Compra a prazo de mercadorias por R$30.000,00.1. 
Venda a prazo de 100% do estoque de mercadorias por R$80.000,00.2. 
Contabilização da folha de pagamento de salários no valor de 3. 
R$12.000,00 que será pago no dia 5 de fevereiro.
Contabilização do 13.4. o salário referente ao mês de janeiro na proporção 
de 1/12 sobre a folha de pagamento: R$12.000,00 . 1/12 = R$1.000,00.
2 Os interessados pelo 
tema poderão consultar as 
bibliografias relacionadas 
à Teoria da Contabilidade. 
Como sugestão: IUDÍCI-
BUS, Sérgio de. Teoria da 
Contabilidade. 10. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
19
Balanço e DRE em 31/01/X1
Ativo Inicial (R$) Item 1 (R$) Item 2 (R$) Item 3 (R$) Item 4 (R$)
Caixa e bancos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Estoque 30.000,00 0,00 0,00 0,00
Clientes 80.000,00 80.000,00 80.000,00
Total do Ativo 0,00 30.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00
Passivo Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4
Exigibilidades 0,00 30.000,00 30.000,00 42.000,00 43.000,00
Fornecedores 30.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00
Salários a pagar 12.000,00 12.000,00
Provisão 13.o salário 1.000,00
Patrimônio Líquido 0,00 0,00 50.000,00 38.000,00 37.000,00
Capital Social 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Lucros Acumulados 50.000,00 38.000,00 37.000,00
Total Passivo + PL 0,00 30.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00
DRE Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4
Receita de Vendas 80.000,00 80.000,00 80.000,00
CMV (30.000,00) (30.000,00) (30.000,00)
Despesas com salário (12.000,00) (12.000,00)
Despesas c/13.o salário ( 1.000,00)
Lucro 50.000,00 38.000,00 37.000,00
Observa-se no exemplo apresentado que embora a empresa tenha exe-
cutado quatro transações no período, obtendo um lucro de R$37.000,00, seu 
caixa não se alterou, pois sua compra de mercadorias e sua respectiva venda 
foram a prazo e também suas despesas com salário e com 13.o salário ainda 
não foram pagas.
Esse exemplo deixa bem clara a diferença entre o chamado “regime de 
caixa” e o de “competência”, pois mesmo não tendo movimentação financei-
ra as transações foram registradas normalmente. Se a empresa efetuasse sua 
contabilidade de acordo com a movimentação financeira (regime de caixa) 
não teria contabilizado nada em janeiro, pois não houve entradas nemsaídas 
de recursos financeiros nesse período.
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
20
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Com isso, pode-se concluir que todas as transações devem ser registradas 
de acordo com sua ocorrência (fato gerador) e não simplesmente com seu 
pagamento e/ou recebimento (fato financeiro).
Comportamento, classificação e 
terminologias aplicadas à gestão de custos
Comportamento dos custos e despesas
O comportamento está relacionado à variação dos elementos de custos e 
despesas em relação ao nível de atividades, ou seja, como um determinado gasto 
se comporta em relação às variações no volume de produção e/ou de venda.
Um gasto pode se comportar de forma estável em relação ao volume de 
produção ou vendas, ou seja, não sofre alterações relevantes em função do 
nível de atividades, a esses gastos dá-se o nome de custos e despesas fixos. 
Mas, pode ter um comportamento que acompanha o nível de atividades, 
ou seja, aumenta ou diminui proporcionalmente ao volume. Se o nível de 
atividades reduzir, esses gastos diminuem e, se aumentar, os gastos também 
aumentam, por isso, são chamados de custos e despesas variáveis.
Custos e despesas fixos
São aqueles cujo total permanece constante, independentemente de va-
riações no nível de atividade, dentro da capacidade instalada. Podem sofrer 
alterações em função do aumento de preços dos seus elementos, mas não 
em função do volume de produção e venda.
Exemplo de custos e despesas fixos
Aluguel; �
Energia elétrica (iluminação); �
Água e telefone; �
Salários e encargos. �
Por exemplo: se determinado funcionário tem um salário de R$1.000,00, 
independente da quantidade produzida ou, até mesmo, se nada produziu, 
terá direito de receber seu salário no final do mês.
CF
R$
q
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
21
O mesmo pode ser entendido pelo aluguel, não importa se houve produ-
ção ou não, se houve venda ou não, o aluguel terá que ser pago da mesma 
forma, pois o proprietário do imóvel não tem absolutamente nada a ver com 
o volume de atividades da empresa.
Por isso, os custos e despesas fixos podem ser entendidos da seguinte 
forma:
É a capacidade disponibilizada de recursos para serem utilizados na 
produção independente da ocorrência dela, ou seja, independente se 
houve produção ou não.
Custos e despesas variáveis
São aqueles cujo total varia de forma diretamente proporcional às altera-
ções nos volumes de produção e venda. Portanto, alteram-se em relação ao 
nível de atividades.
Exemplos de custos e despesas variáveis
Matéria-prima; �
Material de consumo; �
Comissão, prêmio por produção. �
Exemplo 1
Supondo que a empresa gasta R$10,00 de matéria-prima por unidade 
produzida, se não produzir nada não haverá consumo de matéria-prima, mas 
se produzir uma unidade terá um custo variável de R$10,00; duas unidades = 
R$20,00; três unidades = R$30,00 e assim por diante.
Se uma empresa tiver a seguinte composição de custos e despesas:
Salário mensal R$1.000,00
Aluguel mensal R$2.000,00
Matéria-prima por unidade R$10,00
Comissão sobre vendas 5%
Preço de venda por unidade R$30,00
Quantidade produzida e vendida no mês 200 unidades
CV
R$
q
22
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
DRE – Demonstração de Resultado do Exercício
Receita bruta de vendas 200 unid . R$30,00 = R$6.000,00
(–) Custos e despesas variáveis
Matéria-prima
Comissão 5%
200 unid . R$10,00 =
R$6.000,00 . 5% =
(R$2.000,00)
(R$300,00)
(=) Contribuição marginal R$3.700,00
(–) Custos e despesas fixos
Salário
Aluguel
(R$1.000,00)
(R$2.000,00)
(=) Lucro operacional R$700,00
Se a quantidade produzida e vendida passar de 200 para 240 unidades 
e, supondo que a empresa tenha capacidade instalada para produzir essa 
quantidade, sendo assim, haverá alteração nos valores da receita, dos custos 
com matéria-prima e comissão, mas os custos com salário e aluguel se man-
terão estáveis, portanto o resultado ficará da seguinte forma:
DRE – Demonstração de Resultado do Exercício: considerando 240 
unidades
Receita bruta de vendas 240 unid . R$30,00 = R$7.200,00
(–) Custos e despesas variáveis
Matéria-prima
Comissão 5%
240 unid . R$10,00 =
R$7.200,00 . 5% =
(R$2.400,00)
(R$360,00)
(=) Contribuição marginal R$4.440,00
(–) Custos e despesas fixos
Salário
Aluguel
(R$1.000,00)
(R$2.000,00)
(=) Lucro operacional R$1.440,00
Portanto, houve um aumento de 20% no volume de vendas e o lucro 
teve um crescimento de quase 106%, ou seja, mais que dobrou, passando 
de R$700,00 para R$1.440,00. Isso porque os custos e despesas fixos se man-
tiveram estáveis.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
23
Exemplo 2: cálculo do custo unitário
Supondo que a Cia. Delta tenha os seguintes custos na área produtiva:
Custo fixo mensal R$15.000,00
Custo variável por unidade produzida R$4,00
Mês 1: no primeiro mês a empresa produziu 5 000 unidades.
Custos e despesas fixos R$15.000,00
Custos e despesas variáveis: 5 000 unid . R$4,00 = R$20.000,00
Custo total de produção R$35.000,00
Para obtermos o custo unitário de cada unidade produzida, basta dividir-
mos esse resultado pelo número total de unidades produzidas:
Custo unitário = R$35.000,00
5 000 unid.
 = R$7,00
Mês 2: no segundo mês a empresa produziu 6 000 unidades, 1 000 a mais 
que no mês anterior.
Custos e despesas fixos R$15.000,00
Custos e despesas variáveis: 6 000 unid . R$4,00 = R$24.000,00
Custo total de produção R$39.000,00
Custo unitário = R$39.000,00
6 000 unid.
 = R$6,50
Comparação:
Custo fixo Custo variável Custo total
Quantidade 
produzida
Custo 
unitário
Mês 1 R$15.000,00 R$20.000,00 R$35.000,00 5 000 R$7,00
Mês 2 R$15.000,00 R$24.000,00 R$39.000,00 6 000 R$6,50
Nota-se, portanto, que o custo unitário reduziu de R$7,00 para R$6,50, 
isso ocorreu porque os custos e despesas fixos totais acabaram diluídos, no 
mês 2, por 1 000 unidades a mais. Dessa forma, quanto maior a quantidade 
produzida pela empresa, mais competitiva ela se torna, pois menor será o 
seu custo unitário.
24
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Exercício de fixação
Classificar os eventos a seguir em custo e despesa e também conforme o 
seu comportamento: fixo ou variável.
Enunciado Conceito Comportamento
Salário dos funcionários da produção. Custo Fixo
Matéria-prima. Custo Variável
Salário dos funcionários administrativos. Despesa Fixa
Comissão paga aos vendedores. Despesa Variável
Energia elétrica que ilumina a unidade fabril. Custo Fixo
Energia elétrica que movimenta as máquinas da 
produção.
Custo Variável
Água, energia e telefone do escritório administra-
tivo e comercial.
Despesa Fixa
Filme de raio X para um laboratório de radiologia. Custo Variável
Hora-extra dos funcionários da produção. Custo Fixo
Classificação dos custos
Além do comportamento dos custos: fixos ou variáveis, outra importante 
diferenciação diz respeito à classificação dos custos que está vinculada à re-
lação existente entre um elemento de custo e o objeto de custeio.
Objeto de custeio pode ser um produto, uma família de produto, uma 
unidade de negócios etc., ou seja, aquilo que se deseja calcular o custo de 
acordo com a necessidade dos gestores em analisar os resultados.
Um custo pode ser classificado como direto ou indireto, conforme a 
seguir.
Custo direto
É aquele que está diretamente relacionado com o produto (bem ou servi-
ço), não há necessidade de fazer rateio.
Para o comércio, custo direto será o valor pago pela mercadoria, para a 
indústria e prestação de serviço serão os custos que podem ser plenamente 
identificados com o produto ou serviço.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
25
Exemplos:
Mão de obra direta – salário dos funcionários da produção; �
Material direto – matéria-prima. �
Custo indireto
É aquele que está relacionado com o bem ou serviço, mas de forma in-
direta. São os chamados “custos comuns”, ou seja, referem-se a mais de um 
objeto de custeio. Para serem apropriados precisam ser rateados.Exemplos:
Mão de obra indireta – salário de supervisores; �
Material indireto – materiais de consumo; �
Aluguel; �
Departamento de manutenção. �
Exemplo de apropriação dos custos diretos e indiretos
Suponhamos que uma fábrica de móveis produz 200 mesas e 300 armá-
rios por mês. Os dois produtos são fabricados na mesma unidade e contam 
com a seguinte composição de custos:
Custos diretos
Madeira: R$100,00 o m², sendo que cada mesa consome 1,2m² de ma- �
deira e cada armário 1,6m².
Salários dos funcionários que trabalham somente com a produção das �
mesas: R$11.000,00.
Salários dos funcionários que trabalham somente com a produção dos �
armários: R$14.000,00.
Custos indiretos
Cola: R$6.000,00 para toda produção do mês. É rateada proporcional- �
mente à quantidade de madeira consumida por cada produto.
26
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Salários dos supervisores que atuam nas duas linhas de produção: �
R$5.000,00. São rateados para os dois produtos proporcional ao salário 
direto de cada um.
Aluguel: R$3.000,00 por mês, sendo rateado proporcional à quantida- �
de produzida.
Cálculo dos custos indiretos
Cola – R$6.000,00 � : proporcional à quantidade de madeira.
Cálculo da quantidade de 
madeira
Qtd. de 
madeira % para cada produto
Mesa 200 unidades . 1,2m² = 240m² 240 / 720 = 33,33%
Armário 300 unidades . 1,6m² = 480m² 480 / 720 = 66,67%
 Total = 720m²
Mesa: R$6.000,00 . 33,33% = R$2.000,00
Armário: R$6.000,00 . 66,67% = R$4.000,00
Supervisores – R$5.000,00 � : proporcional à mão de obra direta.
Mão de obra direta % para cada produto
Mesa R$11.000,00 R$11.000,00 / R$25.000,00 = 44%
Armário R$14.000,00 R$14.000,00 / R$25.000,00 = 56%
Total R$25.000,00
Mesa: R$5.000,00 . 44% = R$2.200,00
Armário: R$5.000,00 . 56% = R$2.800,00
Aluguel – R$3.000,00 � : proporcional à quantidade produzida.
Quantidade produzida % para cada produto
Mesa 200 200 / 500 = 40%
Armário 300 300 / 500 = 60%
Total 500
Mesa: R$3.000,00 . 40% = R$1.200,00
Armário: R$3.000,00 . 60% = R$1.800,00
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
27
Custo total de cada produto
Mesa Armário Total
Custo direto
Material
Mão de obra
R$24.000,00
R$11.000,00
R$48.000,00
R$14.000,00
R$72.000,00
R$25.000,00
Total do custo direto R$35.000,00 R$62.000,00 R$97.000,00
Custo indireto
Material (cola)
Supervisores
Aluguel
R$2.000,00
R$2.200,00
R$1.200,00
R$4.000,00
R$2.800,00
R$1.800,00
R$6.000,00
R$5.000,00
R$3.000,00
Total do custo indireto R$5.400,00 R$8.600,00 R$14.000,00
Custo total R$40.400,00 R$70.600,00 R$111.000,00
Quantidade produzida 200 300
Custo unitário R$202,00 R$235,33
Outra questão importante nessa classificação entre direto e indireto é 
que determinado gasto pode ser considerado direto até um determinado 
ponto de análise e indireto à medida que vai-se expandindo a forma de ana-
lisar. Exemplo:
Suponhamos que uma escola possua cursos de graduação e pós-graduação 
e deseja calcular o resultado de cada uma das duas unidades de negócios.
A remuneração paga aos professores e o material didático são custos 
diretos de cada uma das duas unidades de negócios, além disso, cada uma 
das áreas (graduação e pós-graduação) tem um coordenador que também é 
custo direto. Mas, a escola decidiu expandir a análise chegando ao resultado 
de cada curso, para isso, foi necessário ratear o valor da remuneração do co-
ordenador da graduação para os seus respectivos cursos, da mesma forma, 
deverá ratear o valor da remuneração do coordenador da pós-graduação 
também para os seus respectivos cursos.
Apenas para exemplificar, supondo que além dos custos mencionados 
há também o aluguel, energia elétrica e água do prédio onde funcionam as 
duas unidades de negócios com seus respectivos cursos, teremos:
28
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Análise das unidades de negócios
Custo direto: professores, material didático e coordenadores.
Custo indireto: aluguel, energia elétrica e água.
Análise dos cursos
Custo direto: professores e material didático.
Custo indireto: aluguel, energia elétrica, água e coordenadores.
Portanto, os coordenadores que são custos diretos ao se analisar apenas 
as duas unidades de negócios, passam a ser custos indiretos em relação aos 
cursos.
Classificações complementares
Além do comportamento, fixo e variável e também da classificação, direto 
e indireto, existem outras terminologias que são utilizadas em complemento 
às citadas.
Custo evitável
“É aquele que pode ser eliminado no todo em parte pela escolha de uma al-
ternativa em detrimento de outra” (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007, p. 494).
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus estará evitan-
do o custo com o combustível do seu carro.
Custo inevitável
“É um custo que já foi incorrido e não pode mais ser evitado” (GARRISON; 
NOREEN; BREWER, 2007, p. 494), ou seja, é aquele que permanece indepen-
dente da decisão a ser tomada, também chamado de custo irrecuperável.
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus estará evi-
tando o custo com o combustível do seu carro, mas não estará evitando o 
custo com depreciação do seu carro. Portanto, a depreciação é inevitável ou 
irrecuperável.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
29
Custo diferencial ou incremental
“É a diferença entre os custos de duas alternativas quaisquer” (GARRISON; 
NOREEN; BREWER, 2007, p. 40). Normalmente são chamados de custos margi-
nais, pois podem aumentar ou diminuir em função da alternativa escolhida.
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus ao invés do 
seu próprio carro, a diferença do preço da passagem e o custo com combus-
tível, pneu, manutenção e estacionamento é um custo diferencial.
Custo de oportunidade
“É o benefício em potencial que é sacrificado quando uma alternativa é es-
colhida em detrimento de outra” (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007, p. 41).
Exemplo: se uma pessoa optar por ir ao trabalho de ônibus ao invés do 
seu próprio carro, poderá ter um custo menor, no entanto, poderá levar duas 
horas a mais pelo tempo de ir e vir de ônibus. O que se poderia fazer nessas 
duas horas é o custo de oportunidade.
Os autores Garrison, Noreen e Brewer (2007, p. 41) mencionam ainda o 
seguinte exemplo para custo de oportunidade:
Suponhamos que a Neiman Marcus esteja pensando em investir uma quantia elevada 
em terrenos nos quais construiria posteriormente uma nova loja. Em lugar de aplicar o 
dinheiro em terrenos, a empresa poderia investi-lo em títulos de baixo risco. Se os terrenos 
fossem comprados, o custo de oportunidade seria o rendimento do investimento em 
títulos, que teria sido obtido se fossem comprados em lugar dos terrenos.
Observação importante: os termos anteriores não são excludentes, mas 
sim complementares, por exemplo; depreciação das máquinas utilizadas na 
produção de um único produto:
Conceito � – custo porque se trata de um gasto com bens utilizados na 
produção.
Comportamento � – fixo porque, normalmente, é calculado conside-
rando uma taxa mensal independente da quantidade produzida.
Classificação � – direto porque a máquina é utilizada na produção de 
um único produto.
Classificação complementar � – inevitável, pois uma vez que se adqui-
riu a máquina, haverá a depreciação.
30
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
Ampliando seus conhecimentos
(GARRISON; NOREEN; BREWER, 2007)
Neste capítulo, examinamos algumas das maneiras pelas quais os adminis-
tradores classificam custos. O modo pelo qual os custos serão usados – para 
a elaboração de relatórios externos, predizer o comportamento de custos, 
alocar custos a objetos de custos, ou na tomada de decisões – determinará 
como eles são classificados.
Para fins de avaliação de estoques, e determinação de despesas para in-
clusão no balanço e na demonstração do resultado do exercício, os custos 
são classificados como custos de produto ou custos de período (despesas). Os 
custos de produto são alocados a estoques e são tratados comoativos até que 
os produtos sejam vendidos. No momento da venda, os custos de produto 
tornam-se custos de produtos vendidos na demonstração de resultado. Em 
contraste, e de acordo com as práticas contábeis usuais, baseadas no Regime 
de Competência, os custos de período são inseridos diretamente como des-
pesa na demonstração de resultado do período em que são incorridos.
Numa empresa comercial o custo do produto é aquilo que foi pago pela 
empresa pelas mercadorias adquiridas. Para elaboração de relatórios financei-
ros externos de uma empresa industrial, os custos de produto correspondem 
a todos os custos de produção. Nos dois tipos de empresa, os custos de venda 
e de administração são tratados como custos de período e lançados como 
despesas à medida que são incorridos.
Para fins de predição do comportamento de custos – como os custos reagi-
rão a variações do nível de atividade – os administradores comumente classi-
ficam os custos em duas categorias – variáveis e fixos. Os custos variáveis, em 
termos totais são estritamente proporcionais ao nível de atividade. O custo 
variável unitário é constante. Os custos fixos, em termos de valor total, não se 
alteram quando há variações do nível de atividade dentro da faixa relevante. 
O custo fixo médio por unidade cai com o aumento do número de unidades.
Para fins de alocação de custos aos objetos de custo, tais como produtos 
ou departamentos, os custos são classificados como diretos ou indiretos. Os 
custos diretos podem ser convenientemente associados a objetos de custo. 
Os custos indiretos não podem ser convenientemente associados a objetos 
de custo.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
31
Para a finalidade de tomada de decisões, os conceitos de custo e receita 
diferenciais, custo de oportunidade e custo irrecuperável são de importância 
vital. Custos e receitas diferenciais são os custos e receitas que diferem entre 
alternativas. Custo de oportunidade é benefício sacrificado quando uma alter-
nativa é selecionada em detrimento de outra. Custo irrecuperável é um custo 
incorrido no passado e que por isso não pode ser alterado. Os custos diferen-
ciais e os custos de oportunidade devem ser cuidadosamente considerados 
na tomada de decisões. Os custos irrecuperáveis são sempre irrelevantes na 
tomada de decisões, e devem ser ignorados.
Essas várias classificações de custos são maneiras diferentes de encarar 
os custos. Um custo específico, como o custo do queijo utilizado num taco 
servido na Taco Bell, poderia ser custo de produção, custo de produto, custo 
variável, custo direto e custo diferencial – tudo ao mesmo tempo. Podemos 
classificar a Taco Bell como uma empresa fabricante de alimentação rápida. O 
custo do queijo num taco seria considerado um custo de produção e, como 
tal, também seria um custo de produto. Além disso, o custo de queijo seria 
considerado variável em função dos números de tacos servidos, e seria um 
custo direto do fornecimento de tacos. Finalmente, o custo do queijo num 
taco seria considerado um custo diferencial de produzir e servir tacos.
Atividades de aplicação
1. Um equipamento adquirido para unidade de produção deve ser clas-
sificado como:
a) custo fixo.
b) custo variável.
c) investimento.
d) despesa.
2. Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as situações a seguir.
 Um gasto com propaganda deve ser registrado como despesa. )(
 Custos fixos são todos os gastos que, normalmente, são utilizados )(
por longos períodos na produção.
32
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
 O salário do pessoal da produção deve ser registrado como custo. )(
 Custo variável são os gastos que permanecem constantes )(
independente do volume de produção.
 Um veículo adquirido para uso do departamento administrativo )(
deve ser registrado como investimento.
3. Um escritório de advocacia presta serviços para diversos clientes, con-
siderando que os advogados conseguem anotar as horas gastas em 
cada processo, classifique os gastos abaixo em custos diretos (D) e in-
diretos (I) em relação a cada um dos processos defendidos pelo escri-
tório.
 Aluguel do escritório. )(
 Salário por hora de cada advogado. )(
 Gastos com pagamento das taxas para registros dos processos )(
nos cartórios.
 Salário mensal da secretária que auxilia a todos os advogados )(
do escritório.
4. Calcule o custo unitário dos produtos A e B, considerando os seguintes 
custos:
Custo direto Produto A Produto B
Matéria-prima R$13.000,00 R$7.000,00
Salário do pessoal da produção R$6.000,00 R$4.000,00
Custo Indireto
Salário dos supervisores: R$3.000,00 rateado proporcionalmente à mão 
de obra direta.
Aluguel: R$5.000,00 por mês rateado proporcionalmente à quantidade 
produzida, considerando que a empresa produz 700 unidades do produto A 
e 300 unidades do produto B.
5. Assinale a alternativa correta.
a) Custo de oportunidade também pode ser chamado de custo irre-
cuperável.
b) A depreciação é um exemplo clássico de custo evitável.
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
33
c) Custo inevitável também pode ser chamado de custo marginal.
d) Custo incremental é o valor que se paga a mais ou a menos em 
função da escolha de uma alternativa em detrimento de outra.
6. Classifique os custos abaixo em fixo ou variável em função do seu 
comportamento.
a) Combustível para uma empresa de ônibus.
b) Aluguel da fábrica.
c) Pão e salsicha para um carrinho de cachorro quente.
d) Material didático distribuído aos alunos de uma escola.
e) Salário do pessoal da produção.
Gabarito
1. C
2. V, F, V, F, V
3. I, D, D, I
4.
Produto A Produto B
Custo direto
Matéria-prima R$13.000,00 R$7.000,00
Salário do pessoal da produção R$6.000,00 R$4.000,00
Total dos custos diretos R$19.000,00 R$11.000,00
Custo indireto *
Salário dos supervisores R$1.800,00 R$1.200,00
Aluguel R$3.500,00 R$1.500,00
Total dos custos indiretos R$5.300,00 R$2.700,00
Custo total: direto + indireto R$24.300,00 R$13.700,00
Quantidade produzida 700 unid. 300 unid.
Custo unitário R$34,71 R$45,67
34
Introdução à gestão de custos e conceitos básicos
 * Custo indireto:
 Salário dos supervisores: R$3.000,00 rateado proporcionalmente à mão 
de obra direta.
Total da mão de obra direta: R$10.000,00
Prod. A: R$6.000,00 / R$10.000,00 = 60% . R$3.000,00 = R$1.800,00
Prod. B: R$4.000,00 / R$10.000,00 = 40% . R$3.000,00 = R$1.200,00
 Aluguel: R$5.000,00 por mês rateado proporcionalmente à quantida-
de produzida, considerando que a empresa produz 700 unidades do 
produto A e 300 unidades do produto B.
Total da quantidade produzida: 1 000 unidades
Prod. A: 700 / 1 000 = 70% . R$5.000,00 = R$3.500,00
Prod. B: 300 / 1 000 = 30% . R$5.000,00 = R$1.500,00
5. D
6.
a) Variável
b) Fixo
c) Variável
d) Variável
e) Fixo
Método de Custeio por Absorção
Métodos de custeio
Método de custeio é a forma como os custos são tratados para se chegar 
ao custo total de fabricação e também para se calcular o custo unitário de 
um produto.
Um sistema de custos tem como principal objetivo transformar dados 
em informações, ou seja, todos os custos de produção, sejam eles diretos 
ou indiretos, fixos ou variáveis são registrados, portanto há uma entrada de 
dados, que após serem processados geram a informação final do custo total 
e/ou unitário.
Os métodos de custeio estão relacionados à etapa do “processamento”, 
pois a informação será gerada de acordo com o método que fora utilizado. 
Sendo assim, para os mesmos dados, teremos informações diferenciadas em 
função do método escolhido.
Entrada de dados
Custos diretos
Custos indiretos
(fixos e variáveis)
Métodos de 
custeio
Custo total de 
fabricação e custo 
unitário
Processamento Informações
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
Figura 1 – Esquema de um sistema de custos.
A adoção de um método de custeio tem que ser muito bem analisada. 
Cada empresa tem sua realidade, ou seja, forma de fabricação, qualidade de 
seus recursos humanos,culturas internas, necessidades diferenciadas de in-
formações e outros. Portanto, um método de custeio que deu certo numa 
empresa não quer dizer que, necessariamente, dará certo em outra.
Dessa forma, para que haja boas informações é necessário que haja qua-
lidade na entrada dos dados, por isso, deve haver muito comprometimento 
37
38
das pessoas que farão os apontamentos e os inputs. Essas pessoas devem 
estar devidamente treinadas e qualificadas para exercer essas atividades.
Outro ponto relevante é determinar o que deve ser controlado, pois se 
uma informação não irá contribuir para o processo de tomada de decisões é 
desnecessário consumir energias no seu controle, uma vez que não vai gerar 
benefícios.
Na escolha do método é necessário sempre levar em consideração que:
Uma informação não deve custar mais que seu benefício econômico, 
ou seja, que o benefício que ela gera.
Existem alguns métodos de custeio internacionalmente aplicados. A 
seguir, serão enfatizados os três métodos mais utilizados tanto no Brasil 
como na maioria dos países. Esses métodos são:
Custeio por Absorção; �
Custeio Variável (direto); �
Custeio ABC – Custeio Baseado em Atividades. �
Custeio por Absorção
Como o próprio nome menciona, as unidades produzidas absorvem todos 
os custos diretos e indiretos independente se seu comportamento é fixo ou 
variável.
Na maioria dos países, inclusive no Brasil, esse método é o oficial da con-
tabilidade financeira e fiscal.
No comércio o custo da mercadoria vendida é composto pelo valor pago 
pela mercadoria mais frete e seguro, menos os créditos de impostos. Na in-
dústria e na empresa de prestação de serviços todos os componentes re-
lacionados ao processo produtivo compõem o custo do bem ou do servi-
ço, como por exemplo: mão de obra, matéria-prima líquida dos créditos de 
impostos, depreciação dos equipamentos utilizados na produção, aluguel, 
água, luz, telefone etc., consumidos nos departamentos produtivos.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
39
Importante destacar que os produtos absorvem todos os custos, sendo 
que as despesas são consideradas do período, por isso, independente da pro-
dução elas são registradas diretamente no resultado (DRE). Assim, vale res-
saltar que nesse método apenas os custos são lançados para os produtos.
No final de cada período (mês ou ano) haverá alguns produtos que ainda 
não estarão acabados, ou seja, estarão em processo de fabricação, esses pro-
dutos são chamados de estoque de produtos em elaboração. Quando os pro-
dutos estiverem prontos para serem vendidos são chamados de estoque de 
produtos acabados.
Quando for vendido, será baixado da conta estoque de produtos acaba-
dos e lançado como custo do produto vendido na Demonstração do Resul-
tado do Exercício (DRE). A figura 2 mostra esse fluxo.
Ita
m
ar
 M
ira
nd
a 
M
ac
ha
do
.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
+
Custos variáveis
Estoque de produto 
em elaboração
Custos indiretos
Receita líquida
(–) Custos dos produtos vendidos
(=) Lucro bruto
(–) Despesas comerciais
(–) Despesas gerais e administrativas
(=) Lucro operacional
Estoque de produto 
acabado
Custos fixos diretos
Figura 2 – Fluxograma do Custeio por Absorção.
40
Nesse método, conforme mencionado, todos os custos serão apropriados 
para as unidades de produção, sendo assim, para se chegar ao custo unitário, 
somam-se todos os custos e no final divide-se pela quantidade produzida. O 
valor referente às unidades vendidas será transferido para a DRE e o corres-
pondente aos produtos em elaboração e acabados ficarão no Ativo, dentro 
da conta “Estoques”.
Exemplo de apropriação dos custos pelo Custeio 
por Absorção no setor industrial
Suponhamos uma empresa com o seguinte balanço inicial:
Balanço inicial – Cia. Industrial
 Ativo R$ Pat. Líquido R$
 Caixa 1.000,00 Capital 1.300,00
 Estoque de matéria-prima 100,00
 Equipamentos 200,00
 Total 1.300,00 Total 1.300,00
No período houve a seguinte movimentação:
Custos no período
Utilização de matéria-prima R$80,00 (Esse valor será baixado da 
conta “estoque de matéria-
-prima do balanço”.)
Mão de obra direta R$90,00
Custos indiretos de fabricação R$15,00 (Aluguel e taxas do depto. 
de produção.)
Depreciação R$20,00
Custos da produção R$205,00
Unidades acabadas 20,0
Unidades em fase de elaboração 0,5 (1 unid. com grau de acaba-
mento de 50%.)
Total de unidades produzidas 20,5
Custo unitário: R$205,00 / 20,5 unid. R$10,00
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
41
Resumo
Custo dos produtos em elaboração: 0,5 . R$10,00 = R$5,00
Produtos acabados estocados: 20 . R$10,00 = R$200,00
Custo total da produção R$205,00
Considerando que, até esse ponto, não houve vendas nem despesas, não 
haverá demonstração do resultado e todos os custos de produção serão re-
gistrados nas contas de “estoques”, conforme o balanço intermediário apre-
sentado após o fluxo de caixa.
Fluxo de caixa
Saldo inicial R$1.000,00
Pagamentos
Despesas com mão de obra R$(90,00)
Custos indiretos de fabricação R$(15,00)
Total de desembolsos R$(105,00)
 Saldo final R$895,00
Balanço intermediário – Cia. Industrial
Ativo R$ Pat. Líquido R$
Caixa 895,00 Capital 1.300,00
Estoque de matéria-prima 20,00
Estoque de produto em elaboração 5,00
Estoque de produtos acabados 200,00
Equipamentos 200,00
(–) Depreciação acumulada (20,00)
Total 1.300,00 Total 1.300,00
Nota-se que o total do Ativo não sofreu alteração, pois houve movimen-
tação de contas apenas dentro do Ativo, trocou-se caixa, matéria-prima e 
depreciação dos equipamentos por estoque de produtos em elaboração e 
acabados.
Considerando, agora, que houve vendas e também despesas no período, 
as demonstrações ficarão da seguinte forma:
42
Movimentação no final do período
Quantidade vendida no mês 15 unidades
Preço de venda R$12,00
Despesas administrativas R$20,00
Demonstrativos no final do período – DRE
 Receita de venda: 15 unid . R$12,00 = R$180,00
 (–) CPV: 15 unid . R$10,00 = R$(150,00)
 (=) Lucro bruto R$30,00
 (–) Despesas administrativas R$(20,00)
 (=) Resultado operacional R$10,00
Fluxo de caixa
Saldo inicial R$1.000,00
Pagamentos
Despesas com mão de obra R$(90,00)
Custos indiretos de fabricação R$(15,00)
Despesas administrativas R$(20,00)
Total de desembolsos R$(125,00)
Recebimentos
Receita de vendas R$180,00
Total de recebimentos R$180,00
Saldo final R$1.055,00
Balanço final – Cia. Industrial
Ativo R$ Pat. Líquido R$
Caixa 1.055,00 Capital 1.300,00
Estoque de matéria-prima 20,00 Lucros acumulados 10,00
Estoque de produto em elaboração 5,00
Estoque de produtos acabados 50,00
Equipamentos 200,00
Depreciação acumulada (20,00)
Total 1.310,00 Total 1.310,00
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
43
Resumo do custo total da produção
DRE – Custo dos produtos vendidos 15,0 unid . R$10,00 = R$150,00
Ativo – Estoque de produto em elaboração 0,5 unid . R$10,00 = R$5,00
Ativo – Estoque de produto acabado 5,0 unid . R$10,00 = R$50,00
Total R$205,00
Nota-se, portanto, que o Custeio por Absorção estoca custos fixos e in-
diretos, pois na composição do valor de R$205,00 há custos variáveis com 
matéria-prima, mas também custos indiretos e fixos como: mão de obra, alu-
guel, taxas e depreciação.
No exemplo apresentado, foi simples lançar os custos indiretos para as 
unidades de produção, pois a empresa trabalha somente com um produto, 
mas quando há diversos produtos ou serviços, de acordo com o Custeio por 
Absorção, haverá a necessidade de ratear esses custos para os diversos pro-
dutos, em função disso será preciso instituir os critérios para estabelecer os 
rateios.
Critérios de rateio dos custos indiretos
Quando a empresa produz mais de um produto ou serviço há uma difi-
culdade para se alocar os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) aos produtos, 
pois esses custos são consumidos pelos produtos de forma indireta, sendo 
muito difícil, às vezes impossível, sua mensuração correta. Assim, os CIFssão 
alocados através de rateio, cujos critérios são definidos pela empresa.
O grande problema disso é que todo critério de rateio, por melhor que 
seja a intenção, haverá uma boa parcela de subjetividade na sua aplicação. 
Por exemplo, é muito comum ratear os gastos com propaganda e publici-
dade proporcional à receita de vendas de cada produto, no entanto, a re-
ceita de um produto pode ser maior, não porque houve a propaganda, mas 
porque esse produto é vendido por um valor mais alto que os demais, ou 
o seu mercado é maior, por isso, consegue um volume maior de vendas. 
Outro exemplo: é muito comum ratear os gastos com aluguel do almoxari-
fado proporcional à quantidade produzida, mas pode ser que um determi-
nado produto tenha alto volume de produção, mas não fica estocado, pois 
é produzido sob encomenda e, ao ficar pronto, imediatamente é entregue 
aos clientes, portanto, utilizou muito pouco o espaço do almoxarifado, mas 
44
foi atribuído a ele alto custo do aluguel em função do critério, nesse caso, 
volume de produção.
Em função da subjetividade, todo critério de rateio pode ser questiona-
do, por isso, nos dias atuais, para fins gerenciais, tem-se criticado muito sua 
aplicação.
Obrigatoriedade do rateio
Como o Custeio por Absorção é o método exigido pela legislação socie-
tária e fiscal, para se apurar o custo unitário com o objetivo de se valorar o 
estoque, os custos indiretos necessitam ser rateados. Mas, vale destacar que 
essa obrigatoriedade é apenas para fins legais.
A seguir um exemplo de como fazer o rateio.
Supondo que determinada empresa produza na mesma unidade indus-
trial dois produtos, ela tem um Custo Indireto de Fabricação, também cha-
mado de Gastos Gerais de Fabricação (GGF), no valor de R$78.000,00 que 
será rateado para os dois produtos.
Entendendo a tabela 1 com a composição dos custos
Os itens 1 e 2 são os custos diretos com material e mão de obra, por-a) 
tanto não se trata de rateio e sim apropriação direta.
Os itens 3 a 10 são os custos indiretos que são rateados conforme os b) 
critérios descritos na terceira coluna, por exemplo, quando menciona 
que o material indireto teve como base para seu critério de rateio o 
item1, significa que o material direto foi utilizado como base para rate-
ar o material indireto.
Para fazer o rateio parte-se do valor total de cada rubrica para se che-c) 
gar aos valores atribuídos a cada um dos produtos, por exemplo:
Item 3 – rateio do material indireto � : valor total R$10.000,00 rate-
ado proporcional ao material direto (item1).
 Material direto
 Produto A: R$40.000,00 / R$100.000,00 = 40%
 Produto B: R$60.000,00 / R$100.000,00 = 60%
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
45
 Então:
 Material indireto
 Produto A: R$10.000,00 . 40% = R$4.000,00
 Produto B: R$10.000,00 . 60% = R$6.000,00
Item 4 – rateio da supervisão � : valor total R$20.000,00 rateado pro-
porcional à mão de obra direta (item 2).
 Mão de obra direta
 Produto A: R$18.000,00 / R$60.000,00 = 30%
 Produto B: R$42.000,00 / R$60.000,00 = 70%
 Então:
 Mão de obra indireta
 Produto A: R$20.000,00 . 30% = R$6.000,00
 Produto B: R$20.000,00 . 70% = R$14.000,00
Item 5 – rateio do aluguel da fábrica � : valor total R$5.000,00 ratea-
do proporcional à área ocupada (item13).
 Área ocupada – m²
 Produto A: 120m² / 200m² = 60%
 Produto B: 80m² / 200m² = 40%
 Então:
 Aluguel
 Produto A: R$5.000,00 . 60% = R$3.000,00
 Produto B: R$5.000,00 . 40% = R$2.000,00
Item 6 – rateio das depreciações � : valor total R$8.000,00 rateado 
proporcional ao tempo de utilização das máquinas (item11).
 Tempo de utilização das máquinas (h)
 Produto A: 70h / 200h = 35%
46
 Produto B: 130h / 200h = 65%
 Então:
 Depreciações
 Produto A: R$8.000,00 . 35% = R$2.800,00
 Produto B: R$8.000,00 . 65% = R$5.200,00
Item 7 – rateio do transporte com pessoal � : valor total R$6.000,00 
rateado proporcional à quantidade de funcionários diretos (item 14).
 Quantidade de funcionários diretos
 Produto A: 40 / 100 = 40%
 Produto B: 60 / 100 = 60%
 Então:
 Transporte de pessoal
 Produto A: R$6.000,00 . 40% = R$2.400,00
 Produto B: R$6.000,00 . 60% = R$3.600,00 
Item 8 – rateio da energia das máquinas � : valor total R$10.000,00 
rateado proporcional à potência das máquinas (item 12).
 Potência das máquinas
 Produto A: 1 200 / 2 000 = 60%
 Produto B: 800 / 2 000 = 40%
 Então:
 Energia das máquinas
 Produto A: R$10.000,00 . 60% = R$6.000,00
 Produto B: R$10.000,00 . 40% = R$4.000,00
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
47
Item 9 – rateio da iluminação (energia) da fábrica � : valor total 
R$4.000,00 rateado proporcional à área ocupada (item 13).
 Área ocupada (m²)
 Produto A: 120m² / 200m² = 60%
 Produto B: 80m² / 200m² = 40%
 Então:
 Iluminação (energia) da fábrica
 Produto A: R$4.000,00 . 60% = R$2.400,00
 Produto B: R$4.000,00 . 40% = R$1.600,00 
Item 10 – rateio dos outros custos indiretos � : valor total R$15.000,00 
rateado proporcional à quantidade produzida (item 14).
 Quantidade produzida
 Produto A: 4 000 unid. / 12 000 unid. = 33,33%
 Produto B: 8 000 unid. / 12 000 unid. = 66,67%
 Então:
 Outros CIFs
 Produto A: R$15.000,00 . 33,33% = R$5.000,00
 Produto B: R$15.000,00 . 66,67% = R$10.000,00
48
Tabela 1 – Custos rateados
Item Dados
Item utilizado 
como base para o 
critério de rateio
Prod. A
R$
Prod. B
R$
Total
R$
1 Material direto 40.000,00 60.000,00 100.000,00
2 Mão de obra direta 18.000,00 42.000,00 60.000,00
Total dos custos diretos 58.000,00 102.000,00 160.000,00
Custos indiretos de fabricação
3 Material indireto 1 4.000,00 6.000,00 10.000,00
4 Supervisão 2 6.000,00 14.000,00 20.000,00
5 Aluguel da fábrica 13 3.000,00 2.000,00 5.000,00
6 Depreciações 11 2.800,00 5.200,00 8.000,00
7 Transporte de pessoal 14 2.400,00 3.600,00 6.000,00
8 Energia das máquinas 12 6.000,00 4.000,00 10.000,00
9 Iluminação (energia) da fábrica 13 2.400,00 1.600,00 4.000,00
10 Outros CIFs 15 5.000,00 10.000,00 15.000,00
Total dos custos indiretos 31.600,00 46.400,00 78.000,00
Custo total (direto + indireto) 89.600,00 148.400,00 238.000,00
Dados de medição
11 Tempo de utilização das máquinas (horas) 70h 130h 200h
12 Potência das máquinas 1200 800 2 000
13 Área ocupada (m2) 120m2 80m2 200m2
14 Qtd. de funcionários diretos 40 60 100
15 Quantidade produzida 4 000 unid. 8 000 unid. 12 000 unid.
Assim, o custo total dos produtos A e B ficou da seguinte forma:
Prod. A Prod. B Total
Custos diretos R$58.000,00 R$102.000,00 R$160.000,00
Custos indiretos R$31.600,00 R$46.400,00 R$78.000,00
 Total direto + indireto R$89.600,00 R$148.400,00 R$238.000,00
Para se calcular o custo unitário de cada produto, deve-se dividir o custo 
total pela quantidade produzida:
Produto A = R$89.600,00
4 000
 = R$22,40 Produto B = R$148.400,00
8 000
 = R$18,55
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
49
Ponto para reflexão e análise
Supondo que a empresa deseja obter um lucro de 10%, assim terá que 
vender o produto A por aproximadamente R$25,00, uma vez que o seu custo 
unitário é de R$22,40. Se os concorrentes estiverem vendendo por R$20,00, a 
empresa deve parar de vender o produto A?
Observação: a empresa já opera com sua capacidade máxima e não com-
porta redução significativa em seus custos. A participação de cada um dos 
produtos no mercado é exatamente a quantidade praticada, não há pers-
pectiva de aumento dessa participação, pelo menos a médio prazo.
Resposta
Se compararmos o preço sugerido de venda no valor de R$20,00 com o 
custo unitário total de R$22,40, tomaremos a decisão errada que esse pro-
duto deve ser retirado de linha, pois, aparentemente, estará gerando um 
prejuízo de R$2,40 por unidade. Mas, esse produto não deve ser retirado em 
função dos seguintes pontos:
Se dividirmos os custos diretos desse produto no valor de R$58.000,00 a) 
pela quantidade produzida de 4 000 unidades, chegaremos ao custo 
direto unitário de R$14,50,portanto, vendendo por R$20,00, que é o 
mesmo preço dos concorrentes, o produto A estará conseguindo pagar 
os seus custos diretos de R$14,50 e, ainda, estará gerando R$5,50 por 
unidade, ajudando a cobrir o total dos custos indiretos da empresa.
O valor de R$31.600,00 dos custos indiretos rateados para o produto b) 
A, continuarão, na sua grande maioria, existindo, portanto se retirar 
esse produto de linha, a empresa não reduzirá os custos indiretos na 
mesma proporção que o resultado direto desse produto.
Conforme mencionado no item “a”, o produto A está gerando uma con-c) 
tribuição de R$5,50 por unidade para cobrir os custos indiretos, multi-
plicando esse valor pela quantidade produzida de 4 000 unidades, che-
ga-se ao valor total de R$22.000,00, se excluir esse produto a empresa 
perderá essa contribuição, mas continuará tendo os custos indiretos de 
R$31.600,00 que foram atribuídos, por rateio, ao produto A.
 Assim, somente seria viável a exclusão desse produto se dos R$31.600,00 
de custos indiretos for possível reduzir mais de R$22.000,00. A expe-
riência nos mostra que isso seria quase impossível, pois R$22.000,00 
50
em relação a R$31.600,00 representa uma necessidade de redução de 
aproximadamente 70%, na prática, o máximo que se consegue redu-
zir de custos fixos indiretos quando se elimina um produto é algo em 
torno de 15 a 20%. Nesse exemplo, portanto, a redução do custo fixo 
indireto seria algo em torno de R$6.000,00, ficando bem abaixo dos 
R$22.000,00.
Vendendo o produto A pelo mesmo valor da concorrência, R$20,00 e, d) 
supondo que aplicando uma margem de lucro de 10% sobre os custos 
do produto B ele esteja com o seu preço de venda semelhante à con-
corrência, ou seja, R$18,55 . 1,10 = R$20,41, o resultado será:
Produto A: Receita: 4 000 unid . R$20,00 =
Custo direto: 4 000 unid . R$14,50 =
Resultado direto produto A
R$80.000,00
R$(58.000,00) 
R$22.000,00
Produto B: Receita: 8 000 unid . R$20,41 =
Custo direto: 8 000 unid . R$12,75 =
Resultado direto produto B
R$163.280,00
R$(102.000,00)
R$61.280,00 
Lucro direto dos produtos A + B R$83.280,00
Custo indireto total R$(78.000,00)
Lucro operacional R$5.280,00
Se a empresa excluir o produto A e economizar 20% dos custos indiretos 
atribuídos, o resultado ficaria da seguinte forma:
Produto A: Receita: 0 unid . R$20,00 =
Custo direto: 0 unid . R$14,50 =
Resultado direto produto A
R$0,00
R$0,00
R$0,00
Produto B: Receita: 8 000 unid . R$20,41 =
Custo direto: 8 000 unid. . R$12,75 =
Resultado direto produto B
R$163.280,00
R$(102.000,00)
R$61.280,00
Lucro direto dos produtos A + B R$61.280,00
Custo indireto total* R$(71.680,00)
Lucro operacional R$(10.400,00)
* Custo indireto no valor de R$71.680,00 foi calculado da seguinte forma: houve uma redução de 
20% sobre o valor de R$31.600,00 = R$6.320,00, portanto: R$78.000,00 – R$6.320,00 = R$71.680,00.
Conclusão
Se o produto A for excluído o lucro de R$5.280,00 passará para um pre-
juízo de R$10.400,00, isso aconteceu porque a empresa deixará de ter um 
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
51
resultado de R$22.000,00 desse produto contra uma economia dos custos 
indiretos de apenas R$6.320,00.
Portanto, o rateio dos custos fixos indiretos para cada unidade de pro-
dução, aumenta seu custo unitário reduzindo, portanto, o seu lucro quando 
comparado com o seu preço de venda. Isso poderá induzir os gestores a 
tomar decisões erradas, pois esse custo rateado não pode ser considerado 
como verdadeiro, porque além da subjetividade dos critérios de rateio, o 
custo unitário também está influenciado pela quantidade produzida, quanto 
maior for a quantidade, menor será o custo unitário, pois os custos fixos serão 
diluídos por maior volume e, consequentemente, seu valor será menor por 
unidade. É por situações como essa que Martins (2006, p.185) afirma:
A alocação de custos fixos é uma prática contábil que pode, para efeito de decisão, ser 
perniciosa; por sua própria natureza, o valor a ser atribuído a cada unidade depende do 
volume de produção e, o que é muito pior, do critério de rateio utilizado. Por isso, decisões 
tomadas com base no “lucro” podem não ser as mais corretas.
Comprar ou fabricar
Esse é um questionamento rotineiro na vida das organizações, os ges-
tores das áreas a cada instante pensam na melhor forma de otimizar seus 
resultados e uma delas, às vezes, é a chamada terceirização.
Para ilustrar, vamos analisar a seguinte questão:
Determinada empresa atua na fabricação de três produtos A, B e C e conta 
com as seguintes composições de custos:
Custos Prod. A (R$) Prod. B (R$) Prod. C (R$) Total (R$)
Materiais diretos 5.000,00 7.000,00 12.000,00 24.000,00
Mão de obra direta 3.000,00 5.000,00 8.000,00 16.000,00
Total do custo direto 8.000,00 12.000,00 20.000,00 40.000,00
Custos Indiretos de Fabricação – CIF 6.480,00 15.570,00 25.950,00 48.000,00
Total direto + indireto 14.480,00 27.570,00 45.950,00 88.000,00
Os R$48.000,00 de CIFs se referem a aluguel, energia elétrica, água, tele-
fone, mão de obra indireta, materiais de consumo, entre outros. Eles foram 
rateados aos produtos, pelos critérios adotados pela empresa, chegando aos 
valores mencionados em cada um dos três produtos.
52
Dados para análise
Fabrica-se 1 000 unidades do produto A por mês, então, seu custo uni- �
tário é de R$14,48 (R$14.480,00 / 1 000 unidades).
Essa empresa recebe uma proposta de um fornecedor que oferece esse �
produto, com o mesmo padrão de qualidade, por R$10,00 a unidade.
Assim, surge o questionamento:
Você deixaria de fabricar o produto A e o compraria do fornecedor? 
Por quê?
Resposta
Se compararmos o valor de R$10,00 ofertado pelo fornecedor com o valor 
de R$14,48 que custa para produzir internamente, certamente chegaríamos 
à conclusão que a proposta é vantajosa, mas vamos a uma análise mais de-
talhada e elaborada:
Os custos do produto A estão divididos da seguinte forma:
Custo direto (materiais + mão de obra): R$8.000,00 / 1 000 unid. = R$8,00
Custos indiretos de fabricação: R$6.480,00 / 1 000 unid. = R$6,48
Total: R$14.480,00 R$14,48
Se, com a compra, houver eliminação total dos CIFs valerá a pena aceitar, 
pois a economia será de R$4,48 por unidade.
Fabricar Comprar
Custo direto (materiais + mão de obra): R$8,00 R$10,00
Custos indiretos de fabricação: R$6,48 R$0,00
Total: R$14,48 R$10,00 economia de R$4,48
Se, com a compra, a economia nos CIFs for de R$2,00 por unidade haverá 
um empate:
Fabricar Comprar
Custo direto (materiais + mão de obra): R$8,00 R$10,00
Custos Indiretos de Fabricação: R$6,48 R$4,48 (valor remanescente)
Total: R$14,48 R$14,48
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
53
Portanto, para valer a pena aceitar a proposta do fornecedor, a economia 
nos CIFs deverá ser maior que R$2,00, ou seja, deve-se cortar mais de 30% dos 
custos indiretos atribuídos a esse produto, o que é uma tarefa muito difícil.
Outra consideração importante a ser feita é que, aceitando a proposta do 
fornecedor, poderá haver eliminação total dos CIFs para o produto A, mas 
não para a empresa, ou seja, os R$6.480,00 não serão eliminados e sim serão 
redistribuídos para os produtos B e C, isso acontecendo, o resultado global 
da empresa ficaria da seguinte forma:
Custos diretos: (R$)
Produto A: 10.000,00 (valor a ser pago ao fornecedor)
Produto B: 12.000,00
Produto C: 20.000,00
Total dos custos diretos: 42.000,00
Custos Indiretos de Fabricação: 48.000,00
Total dos custos da empresa: 90.000,00
Portanto, houve otimização dos custos do produto A que caiu de 
R$14.480,00 para R$10.000,00, mas, isso prejudicou o resultado global 
da empresa que tinha um custo total de R$88.000,00 e passou a ter de 
R$90.000,00.
Conclusão
Novamente vem a questão do rateio dos custos fixos indiretos, ou seja, 
ratear o valor de R$48.000,00 para os três produtos, poderá confundir os ges-
tores ao elaborar uma análise para tomada de decisão, caso não houvesse o 
rateio, ficaria claroque o custo direto do produto A é de R$8,00 por unidade e 
que, portanto, não vale a pena aceitar a proposta do fornecedor de R$10,00.
Importante
Todo processo de gestão organizacional deverá ter como premissa básica 
que o resultado global da empresa deve prevalecer em detrimento do resul-
tado individual das áreas e/ou produtos. Sendo assim, o gestor do produto 
A terá que entender que de nada adiantará melhorar o resultado do seu pro-
duto, prejudicando o resultado global da empresa.
Quando há conflitos, entre os interesses da empresa e os das áreas, deve 
prevalecer o interesse global da empresa. O grau de autoridade dos gestores 
deve ser compatível com seu grau de responsabilidade, esperando-se deles 
uma atitude empreendedora.
54
A influência dos impostos indiretos nos custos 
dos produtos
Os impostos indiretos são aqueles que incidem sobre a Receita, indepen-
dente se a empresa terá lucro ou prejuízo, só pelo fato de se emitir a nota fiscal 
haverá incidência desses impostos. São chamados de indiretos pelo fato de 
serem pagos não pela empresa, mas pelo cliente, uma vez que estão embutidos 
no preço da mercadoria. Também são chamados de impostos operacionais.
Os impostos indiretos são:
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); �
Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); �
Impostos Sobre Serviços (ISS); �
Programa de Integração Social (PIS); �
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). �
Exceto o ISS, para todos os outros há uma forma de compensação para 
não haver bi-tributação, a esse mecanismo de compensação dos tributos 
chamamos de não cumulatividade, ou seja, em cada etapa, desconta-se o 
valor pago na etapa anterior.
Para exemplificar, será mencionado o ICMS, mas os demais seguem a mes- 
ma sistemática respeitando as alíquotas de cada um e suas especificidades.
ICMS
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre 
as operações de venda de mercadorias e prestação de serviço de transporte 
e comunicação.
As empresas industriais e comerciais devem excluir do valor a ser lançado 
no estoque a quantia que se referir ao ICMS. Esse imposto não é cumulativo, 
ou seja, deve ser compensado a cada operação de compra e venda, por isso 
não constitui em custo para a empresa, deve ser considerado como imposto 
pago antecipadamente, por isso, será registrado no Ativo como imposto a 
recuperar ou a compensar.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
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Quando se compra uma mercadoria no valor de R$100.000,00, com ICMS 
de 18% já incluído no preço, na realidade pagou-se R$82.000,00 pela mer-
cadoria e R$18.000,00 de ICMS. Esse valor de R$18.000,00 será compensado 
com o ICMS sobre as vendas do período.
Exemplo: supondo que a indústria vende uma determinada mercadoria 
para o distribuidor por R$100,00, com ICMS incluso de 18%. O distribuidor 
revende essa mercadoria para o varejista por R$150,00, que a revende para o 
Sr. Antônio (consumidor final) por R$250,00.
Vejamos como fica a apuração do ICMS, considerando que houve apenas 
essa movimentação nas empresas envolvidas:
Indústria Distribuidor Varejista
Valor da venda R$100,00 R$150,00 R$250,00
ICMS – 18% R$18,00 R$27,00 R$45,00
Crédito operação anterior – R$(18,00) R$(27,00)
ICMS a recolher R$18,00 R$9,00 R$18,00
É como se o distribuidor fizesse o seguinte raciocínio com o fisco (gover-
no): “eu tenho que pagar o valor de R$27,00 de ICMS, no entanto, quando 
adquirimos a mercadoria, veio incluso no preço e, portanto, já pagamos o 
valor de R$18,00, sendo assim, teremos que pagar apenas mais R$9,00”.
Nota-se, portanto, que o ICMS é devido apenas sobre o valor agregado 
(diferença entre o valor da venda e da compra), por isso é considerado um 
imposto não cumulativo. Na maioria dos países o ICMS é chamado de Im-
posto sobre Valor Agregado (IVA), realmente esse nome IVA reflete melhor a 
característica do imposto.
Resumo do ICMS pago em toda cadeia:
Valor final da mercadoria vendida R$250,00
Alíquota 18%
ICMS total R$45,00
O valor total do ICMS foi recolhido em cada fase, de acordo com o valor 
agregado de cada um:
56
Contribuintes Valor agregado Alíquota ICMS
Indústria R$100,00 18% R$18,00
Distribuidor R$50,00 18% R$9,00
Varejista R$100,00 18% R$18,00
Total R$250,00 18% R$45,00
Observação: o Sr. Antônio (consumidor final), não revendendo a merca-
doria a ninguém, foi quem ficou com o custo total do imposto, pois, não teve 
como repassá-lo, por ter sido o último na cadeia de negociação.
Forma de apresentação do ICMS no Balanço e na DRE 
do distribuidor
Balanço inicial do distribuidor:1 – 
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 50,00 Exigibilidade
Patrimônio Líquido 50,00
Capital 50,00
Total 50,00 Total 50,00
O distribuidor ao adquirir a mercadoria da indústria por R$100,00 efe-2 – 
tuou o seguinte registro no seu balanço:
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 50,00 Exigibilidade 100,00
Estoque 82,00 Fornecedores 100,00
ICMS a recuperar 18,00
Pat. Líquido 50,00
Capital 50,00
Total 150,00 Total 150,00
Portanto, o estoque é lançado pelo valor da compra deduzido do ICMS, 
uma vez que esse será recuperado no momento em que houver ICMS a 
pagar, portanto esse imposto não se constitui em custo para a empresa e sim 
como um “vale fiscal”, por isso é um Ativo, um direito, pois será recuperado 
nas transações futuras.
Método de Custeio por Absorção
Método de Custeio por Absorção
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Custo da mercadoria* = Preço compra – Impostos indiretos**
* Estoque (ativo)
** Crédito fiscal (ativo)
O distribuidor revende a mercadoria para o varejista por R$150,00 a prazo.3 – 
DRE
Receita bruta de vendas R$150,00
(–) ICMS (150 . 18%) R$(27,00)
(=) Receita líquida de vendas R$123,00
(–) CMV R$(82,00)
Lucro R$41,00
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 50,00 Exigibilidade 127,00
Estoque 0,00 Fornecedores 100,00
ICMS a recuperar 18,00 ICMS a pagar 27,00
Clientes 150,00
Patrimônio Líquido 91,00
Capital 50,00
Lucros acumulados 41,00
Total 218,00 Total 218,00
No momento do pagamento do ICMS a empresa fará a compensação en-4 – 
tre o valor a pagar e o valor a recuperar. Se o saldo for a pagar fará o de-
sembolso; se for a recuperar, o saldo continuará no Ativo da empresa para 
compensação futura. No caso desse exemplo, a empresa deverá recolher 
o valor de R$9,00, pois tem R$27,00 a pagar e R$18,00 a recuperar.
Ativo (R$) Passivo (R$)
Caixa 41,00 Exigibilidade 100,00
Estoque 0,00 Fornecedores 100,00
ICMS a recuperar 0,00 ICMS a pagar 0,00
Clientes 150,00
Patrimônio Líquido 91,00
Capital 50,00
Lucros acumulados 41,00
Total 191,00 Total 191,00
58
Observação: o lucro de R$41,00 deve ser demonstrado na DRE conforme 
apresentado no item 3, mas também pode ser entendido da seguinte forma:
DRE1
Valor da venda R$150,00
Valor da compra R$(100,00)
Diferença R$50,00
ICMS sobre o diferença R$(9,00)
Lucro R$41,00
PIS e Cofins
As empresas que recolhem o Imposto de Renda pelo lucro real, também 
podem fazer a compensação dessas duas contribuições, de forma semelhan-
te ao ICMS. As alíquotas são: Cofins 7,6% e PIS 1,65%.
As empresas que recolhem o Imposto de Renda pelo lucro presumido não 
podem fazer essa compensação, no entanto, a alíquota é reduzida: Cofins 3% 
e PIS 0,65%.
Isso se torna um fator importante quando a empresa vai fazer a opção 
pela forma de tributação do Imposto de Renda, principalmente empresas 
de prestação de serviço com grande concentração de mão de obra, pois se 
optar pelo lucro real irá recolher o total de 9,25% de PIS e Cofins, mas terá 
poucos créditos (valores a recuperar), uma vez que sobre a mão de obra não 
há que se falar em compensação de impostos.
Ampliando seus conhecimentos
1 Obs.: Essa não é uma 
forma correta de apre-
sentação da DRE, aqui foi 
demonstrado apenas para 
explicar, de forma dife-
rente, o lucro de R$41,00. 
Conforme mencionado, 
a forma correta é a apre-
sentada no item 3, pois 
realmente o custo da 
mercadoria foi de R$82,00 
e não de R$ 100,00. A lei-
tura que deve ser feita é 
a seguinte:

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