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Resumo da Psicologia Construtivista

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Resumo da matéria 
Psicologia Construtivista
Édy Carlos Monteiro
Pedagogia - UNIP
Iniciemos apresentando como a Filosofia trata a questão do conhecimento. 
Com base na pergunta: “como o homem chega ao conhecimento?”, os filósofos (nesse caso, conhecidos como epistemólogos) partem de três explicações ou perspectivas distintas. 
São elas: inatismo, empirismo e interacionismo. 
Noção de inteligência
Em linhas gerais, segundo o Inatismo, a inteligência é vista principalmente como resultante de nossa carga genética e hereditária. 
Ou seja, como um dom, como algo que já estaria predeterminado biologicamente quando nascemos. 
A inteligência, então, iria se manifestar à medida que o sujeito crescesse, com base nos processos de maturação orgânica, de modo que as influências do meio seriam minimamente relevantes. 
Numa representação gráfica da relação entre o sujeito do conhecimento e o objeto desse conhecimento, seria: S → O, o que indica que o conhecimento preexiste no sujeito e se manifesta externamente.
Inatismo
Já de acordo com o Empirismo, contrário à concepção inatista, o foco recai especificamente sobre as experiências e influências do ambiente em relação aos sujeitos. 
Ou seja, nesse caso, os indivíduos nasceriam como uma tábula rasa, como uma folha de papel em branco, e sua inteligência seria resultante das estimulações recebidas e das aprendizagens realizadas no meio em que ele viver. 
Esse tipo de determinismo é conhecido positivismo lógico e favoreceu o desenvolvimento das ciências. 
Seguindo a proposta de representar graficamente essa relação, nesse caso, temos: S ← O, entendendo que o conhecimento existe no meio e será introjetado pelo sujeito.
Empirismo
Piaget filia-se à terceira perspectiva – Interacionismo –, que questiona as duas anteriores. 
Nesse caso, a inteligência é produto das sucessivas e infinitas construções do sujeito sobre o ambiente, isto é, nem se trata de uma maturação ou desenvolvimento puros nem de uma aprendizagem dominante, mas de uma relação interdependente entre ambos – desenvolvimento e aprendizagem. 
Aqui, tanto os aspectos constitucionais dos sujeitos terão valor como o ambiente que envolve cada um de nós, mas sempre tendo em mente que cada sujeito dará sentido às suas experiências de modo único, construindo sua inteligência, a qual se mantém num processo dinâmico, aberto e próprio de cada indivíduo. 
Esquematicamente, temos, portanto, uma seta de mão dupla: S ↔ O, indicando a constituição recíproca e as constantes trocas entre os dois elementos.
Interacionismo
O conhecimento não poderia ser concebido como algo predeterminado nas estruturas internas do indivíduo, pois que estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem nos caracteres preexistentes do objeto, pois estes só são conhecidos graças à mediação necessária destas estruturas (PIAGET, 1970,1971, p. 7).
O caráter dialético de toda relação entre o sujeito e os objetos que ele busca conhecer: por um lado, suas manifestações materiais ou mentais o aproximam naturalmente desses objetos por abordagens sucessivas e progressivas, mas, por outro lado, cada vez que ele se aproxima há um recuo parcial do objeto pelo fato de cada novo ato de conhecimento levantar novos problemas (PIAGET, 1980,1996, p. 198). 
Construtivismo
Epistemologia genética: área de pesquisa elaborada por Piaget que estuda o desenvolvimento do pensamento da criança até a chegada ao raciocínio adulto (lógico-científico). 
Piaget pretendeu compreender como se desenvolvem não só os conhecimentos, como também a capacidade de conhecer. 
A perspectiva genética enfatiza sua visão processual, atento às origens e à evolução da inteligência humana, o que difere de uma ênfase no aspecto genético no sentido de biologicamente herdado, hereditário.
Epistemologia genética
Esquema: unidade estrutural básica de pensamento ou ação que, enquanto estrutura, pode mudar e adaptar-se. 
De acordo com Piaget, a criança nasce com um equipamento biológico hereditário e, a partir da interação com o meio, irá construir estruturas mentais – esquemas – expressos como ações motoras e estratégias mentais utilizadas para solucionar problemas durante o funcionamento cognitivo. 
Os esquemas são unidades estruturais móveis que se modificam e adaptam, enriquecendo com isso tanto o repertório comportamental como a vida mental do indivíduo (RAPPAPORT, 1981).
Esquema
Assimilação: tentativa do sujeito de solucionar uma determinada situação, utilizando uma estrutura mental já formada, ou seja, a nova situação é assimilada a um sistema já pronto. 
Exemplo: no momento em que a criança construiu o conhecimento de “subir escadas” irá utilizar esse conhecimento em todas as situações (escada de sua casa, escada da escola, escada da casa da tia etc.).
Assimilação
Acomodação: tentativa do sujeito de solucionar uma determinada situação, modificando as estruturas antigas e construindo novas maneiras de agir para dominar uma situação nova em que os conhecimentos antigos são insuficientes para compreendê-las. 
Exemplo: a criança já sabe subir escadas, mas nunca subiu uma escada rolante (objeto semelhante ao primeiro, mas com novos elementos que a criança desconhece). 
Nessa situação, ela tentará (por assimilação) agir como fazia antes, solucionar uma situação nova com base nas estruturas antigas, mas não obterá sucesso. 
Então, construirá novas formas de agir, isto é, irá modificar suas estruturas antigas para poder dominar uma nova situação – a isso Piaget denominou acomodação.
Acomodação
Adaptação: o principal papel da inteligência humana é favorecer a adaptação do organismo (no caso, dos seres humanos) ao meio (seja físico, seja social). Essa adaptação está estreitamente ligada à articulação dos dois mecanismos descritos anteriormente – assimilação e acomodação. 
Dessa forma, uma pessoa está em estado de equilíbrio em relação ao meio quando possui os esquemas necessários para enfrentar uma determinada situação, o que lhe permite certa adaptação (que, como veremos a seguir, será sempre transitória). 
O processo de adaptação é, portanto, dinâmico e envolve, a todo o momento, tanto a assimilação como acomodação, possibilitando o desenvolvimento cognitivo e permitindo ao sujeito maior competência e habilidade para lidar com as situações do cotidiano.
Adaptação
Conflito cognitivo: na busca vital por conhecimento, o sujeito tem necessidade de trocas constantes de informações com o meio, o qual lhe propõe inevitavelmente novidades. 
Essas situações, consideradas por Piaget como desafios ou situações-problema, provocam curiosidade e interesse, colocando o sujeito em estado de desequilíbrio e desadaptação, ou, dito de outro modo, gerando um conflito cognitivo: “O que é isso? Deixa-me ver? Explica-me o que é isso?”. 
Vale ressaltar, portanto, que esse conflito é positivo e funciona como motor do desenvolvimento da inteligência. 
Como é motivado, muitas vezes, pelo questionamento feito por outra pessoa, Piaget também recorreu ao termo conflito sócio-cognitivo para chamar a atenção à dimensão interpessoal do conflito.
Conflito cognitivo
Equilibração majorante: concluindo, o desenvolvimento do sujeito em uma perspectiva piagetiana é caracterizado por um processo de organização das estruturas cognitivas em um sistema interdependente, aberto e dinâmico, que possibilita ao sujeito uma adaptação à realidade. 
Esse processo de busca de equilíbrio, mas nunca atingindo uma forma final e completa, é chamado por Piaget de processo de equilibração majorante.
Equilibração majorante
Abstração empírica: esse conceito trata da base do conhecimento humano: a abstração. 
Ou seja, todo conhecimento é extraído das ações ou reflexões do sujeito (como a criança) sobre o mundo, sendo transformado por ele de algum modo. 
No caso da abstração empírica, ele consiste em depreender uma propriedade daquilo que é observado pelo sujeito. 
Nesse caso, trata-se de uma propriedade, de uma característica própria dos objetos, como o peso, a textura ou a cor. 
Essa forma
de abstração pode também tratar das propriedades das ações, como a força ou a direção.
Abstração empírica
Abstração reflexionante: já no caso dessa outra forma de abstração, ocorre algo diferente. Aqui, Piaget chama a atenção para que, além das características dos objetos, a criança também cria e introduz relações entre os objetos. 
Por exemplo, quando compara o tamanho de dois objetos, como dois carrinhos, a relação “maior que/menor que” não está nem no carrinho A nem no B: ela é criada pela criança ao relacioná-los. 
Se ela não relacionasse esses objetos, a relação entre eles não existiria. 
O conhecimento adquirido pela criança nessa situação é o conhecimento lógico-matemático, porque a forma como ela relacionou (coordenou) esses objetos depende de sua ação sobre eles e não de algo próprio, intrínseco a eles. 
Ações de contar, classificar, agrupar objetos, são mais alguns exemplos de abstração reflexiva ou reflexionante. 
Portanto, enquanto o conhecimento físico é abstraído dos próprios objetos (abstração empírica), o conhecimento lógico-matemático, ao contrário, é abstraído da coordenação das ações que o sujeito exerce sobre os objetos (abstração reflexionante). 
Abstração reflexionante
Período de 0 a 2 anos, que corresponde ao Período sensório-motor
No início da vida, o bebê vive um primeiro momento dominado pela presença das técnicas reflexas, ou seja, de impulsos instintivos elementares, ligados, por exemplo, à alimentação e às emoções primárias (espécies de reflexos afetivos), próximas ao sistema fisiológico (por exemplo, o medo ligado à perda de equilíbrio e mudanças bruscas).
A importância da afetividade
Período de 2 a 7 anos, que corresponde ao Período pré-operatório
Nessa fase, conhecida como primeira infância, uma grande evolução da afetividade consiste nos afetos intuitivos e ocorrerá baseada em três novidades afetivas essenciais: 
Consolidação dos sentimentos interindividuais (afeições, simpatias e antipatias) ligados à socialização das ações. 
Aparição de sentimentos normativos (relação adulto-criança). Aqui o foco incide sobre o sentimento de respeito unilateral, reservado a pessoas mais velhas e/ou consideradas superiores a si. 
Regularizações de valores e interesses (ligadas ao pensamento intuitivo em geral). O interesse é o prolongamento da necessidade, ou seja, é a orientação própria a todo ato de assimilação mental, o que vincula o sujeito ao objeto de seu conhecimento.
A importância da afetividade
Período dos 7 aos 12 anos, que corresponde ao Período operatório concreto
Esse período se concentra na consolidação dos afetos normativos, que correspondem a dois elementos centrais: a vontade e o respeito mútuo.
Nessa fase, a criança torna-se capaz de tomar decisões com base na vontade, ou na força de vontade, o que para Piaget corresponde ao verdadeiro equivalente afetivo das operações da razão. Ela se torna necessária quando há conflito entre tendências, consistindo o ato de vontade em fazer triunfar uma tendência superior e fraca sobre outra, inferior e forte, por exemplo, se uma criança está com vontade de jogar bola com os colegas, mas precisa estudar para uma prova. Jogar bola consiste em uma tendência inferior e forte (pois envolve uma satisfação mais imediata e com menor esforço), enquanto estudar para a prova é superior e fraca, pois envolve ganhos mais importantes, ainda que mais distantes no tempo e, portanto, mais fracos. A criança precisará, por meio de sua vontade, abrir mão da primeira tendência em favor de outra. Nas palavras do autor: 
“Mas a vontade não é, de nenhum modo, a própria energia a serviço desta ou daquela tendência. É uma regulação da energia, o que é bem diferente, e uma regulação que favorece certas tendências em favor de outras” (PIAGET, 2003, p. 56). 
A importância da afetividade
Período da adolescência, a partir dos 12 anos, que corresponde ao Período operatório formal
A partir da adolescência, as construções anteriores se fortalecerão, ganhando em extensão (aplicando-se a contextos os mais variados) e profundidade (argumentação, justificativas). 
Ou seja, Piaget defende que, com as conquistas típicas da adolescência, baseadas no pensamento hipotético-dedutivo e formal, cada vez mais o indivíduo será capaz de refletir, ponderar, julgar situações de forma mais complexa e profunda. 
Isso, no entanto, não se dará de uma hora para outra, mas se estenderá por toda a juventude e vida adulta. 
E aqui o papel das relações sociais e interpessoais será de extrema relevância, no sentido de permitir e incentivar esse desenvolvimento ou, por outro lado, de dificultar ou mesmo impedi-lo. 
A importância da afetividade
Vimos como estas construções sucessivas consistem em descentralização do ponto de vista, imediato e egocêntrico, para situá-lo em coordenação mais ampla de relações e noções, de maneira que cada novo agrupamento terminal integre a atividade própria, adaptando-a a uma realidade mais global. Paralelamente a esta elaboração intelectual, viu-se a afetividade libertar-se pouco a pouco do eu para submeter-se, graças à reciprocidade e à coordenação dos valores, às leis da cooperação (PIAGET, 2003, p. 64).
É a afetividade que atribui valor às atividades e lhes regula a energia. Mas a afetividade não é nada sem a inteligência, que lhe fornece meios e esclarece fins (PIAGET, 2003, p. 65).
Na realidade, a tendência mais profunda de toda a atividade humana é a marcha para o equilíbrio. E a razão – que exprime as formas superiores deste equilíbrio – reúne nela a inteligência e a afetividade (PIAGET, 2003, p. 65).
A importância da afetividade
O desenvolvimento do ser humano está subordinado a dois grupos de fatores: 
os fatores de hereditariedade e adaptação biológicas, dos quais depende a evolução do sistema nervoso e dos mecanismos psíquicos elementares.
os fatores de transmissão ou de interação sociais, que intervêm desde o berço e desempenham um papel de progressiva importância, durante todo o crescimento, na constituição dos comportamentos e da vida mental. 
Falar de um direito à educação é, pois, em primeiro lugar, reconhecer o papel indispensável dos fatores sociais na própria formação do indivíduo (PIAGET, 1998, p. 29 – grifos nossos).
O papel da interação social
O bebê nasce com atos e ações reflexas, inatas e automáticas (sucção, preensão) e é, no início, 
um sujeito passivo que constrói esquemas simples que funcionam isoladamente de maneira circular e repetitiva (pegar, olhar, bater, sugar).
Durante esse período (do nascimento até aproximadamente 2 anos), irá desenvolver comportamentos voluntários e conscientes, encadear ações para um determinado fim, tornando-se um sujeito ativo (domínio e variação das ações). Os esquemas passam a ser complexos com invenção e criação de ações (pegar, ouvir, olhar/ouvir, pegar, olhar/levantar, andar, pegar, sugar). 
Piaget afirma que esses comportamentos são atos inteligentes e que é no período sensório-motor que ocorre o nascimento da inteligência da criança.
Sendo assim, o processo de adaptação da criança no estádio sensório-motor é marcado pela assimilação, que ocorre de três formas:
• assimilação funcional – repetição do esquema;
• assimilação generalizada – utilização do esquema em diferentes situações.;
• assimilação recognitiva – reconhecimento dos esquemas.
Estádio sensório-motor (0 a 2 anos)
Estádio sensório-motor
No estádio pré-operacional, a criança evolui de um funcionamento basicamente sensório-motor, expresso por meio de ações, para um modo conceitual e representacional. 
Assim, esse período é marcado pela passagem da inteligência sensório-motora ou prática para a inteligência representativa, a criança se torna apta para representar objetos e eventos.
Isso ocorre porque, a partir dos 2 anos, a criança passa a ter uma função de pensamento, chamada de função simbólica ou semiótica, que possibilita a representação de um objeto ausente (significante) por meio de um significado, que pode ser expresso de várias maneiras.
Estádio
pré-operatório (2 a 6 anos)
Imitação diferida
É a capacidade da criança para representar mentalmente (recordar) um comportamento imitado na ausência do modelo. A criança faz imitação de objetos e eventos, depois de sua ocorrência, longe da situação ou do objeto imitado. 
Jogo simbólico
É quando a criança constrói símbolos que representam qualquer coisa que ela deseja, isso quer dizer que pode dirigir-se ao mundo real por meio de símbolos, gestos e jogos de simulação. Embora tenha um caráter imitativo, é também uma forma de autoexpressão, uma vez que não é dirigida ao outro, apenas a si mesma. 
Estádio pré-operatório (2 a 6 anos)
Desenho ou imagem gráfica
As primeiras formas do desenho não são imitativas do real, mas um jogo de exercício no qual a criança se diverte rabiscando a parede, o chão ou o papel em movimentos amplos e repetitivos. 
Imagem mental
São representações internas (símbolos) de objetos ou experiências perceptivas passadas, por meio de imagens mentais (imitação interiorizada).
Estádio pré-operatório (2 a 6 anos)
Linguagem falada
Por volta dos 2 anos, a criança começa a utilizar as palavras faladas para representar objetos, são as evocações verbais de acontecimentos não atuais. Por exemplo: quando uma criança diz “au-au”, já sem ver o cachorro, há a representação verbal, a imitação e a imagem mental. Assim, ela utiliza palavras faladas como símbolos ao invés de gestos ou objetos. 
Essa forma de representação simbólica permite o desenvolvimento cognitivo na criança porque possibilita:
• o intercâmbio com as pessoas e, portanto, a socialização;
• a internalização da palavra e o aparecimento do pensamento;
• a internalização da ação que, de perceptiva e motora, passa a ser representativa (conceitual).
Estádio pré-operatório (2 a 6 anos)
Estádio pré-operatório (2 a 6 anos)
A característica principal desse estádio é que o pensamento deixa de ser pré-lógico e passa a ser operatório, ou seja, a criança tem a capacidade cognitiva de coordenar diferentes pontos de vista de maneira lógica, expressando ações cognitivas mais elaboradas. 
No entanto, embora tenha essa possibilidade de maior expressão do pensamento, para poder utilizá-lo de maneira lógica, é necessário o manuseio e a observação de objetos concretos.
Isso porque lidar com ideias puramente abstratas e hipotéticas será uma aquisição do estádio seguinte, das operações formais.
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
Condutas e socialização
Seguindo a divisão anterior, do ponto de vista das condutas e da socialização, observaremos um aumento da concentração individual, o que favorecerá o aumento da colaboração efetiva, e vice-versa, uma vez que elas são complementares e resultam das mesmas causas.
Pensamento operatório
Em termos gerais, a marca desse estádio será o declínio da causalidade movida pela atividade própria, com novas formas de relação causa-efeito, sustentadas pela descentração e pela objetividade. 
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
As operações racionais
Estamos falando da evolução do pensamento da criança neste terceiro estádio e, para isso, é essencial que você compreenda o sentido do termo “operação”, no vocabulário de Piaget. De forma sintética, podemos dizer que uma operação é uma ação interiorizada e reversível.
As intuições reúnem-se em esquemas de conjunto, ao mesmo tempo passíveis de composição e revisão (elas não são mais unidades isoladas, mas formam grupos). 
Duas ações do mesmo gênero tornam-se operatórias logo que puderem compor uma terceira, do mesmo gênero, e que possam ser invertidas. 
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
Afetividade, vontade e sentimentos morais
A conquista da coerência e da não contradição são paralelas à construção da cooperação no plano social, que subordina o eu às leis de reciprocidade. 
E essa moral de cooperação é superior, do ponto de vista social e democrático (horizonte da teoria piagetiana), à moral de submissão, pois se baseia em uma lógica para a nova organização de valores. 
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
A partir desse estádio, é capaz de discutir sobre valores morais dos pais, construir seus próprios valores, adquirindo autonomia, é capaz de levantar hipóteses e expressar proposições para depois testá-las e refletir sobre seus próprios pensamentos, buscando justificativas lógicas para seus julgamentos. 
Isso o levará à construção de autonomia e identidade.
Dessa forma, temos a passagem da lógica indutiva para a lógica dedutiva. 
O sujeito tem a capacidade cognitiva de pensar a partir de um princípio geral e chegar à antecipação de uma experiência (caminhar do geral para o particular – G  P). É o raciocínio mais difícil e sofisticado, pois libera o pensamento do concreto e passa a trabalhar com ideias (pura abstração). 
Estádio operatório formal (12 a 15 anos)
O pensamento formal é, portanto, hipotético-dedutivo, ou seja, capaz de tirar conclusões a partir de puras hipóteses, com base na lógica e não na existência real do problema em si. 
Um pensamento hipotético-dedutivo pode ser expresso pela proposição “se…  então…”. 
O sujeito utiliza esse tipo de raciocínio no cotidiano para pensar os fatos da realidade e resolver situações-problema que geram conflito cognitivo e desadaptação. 
Trata-se do pensamento proposicional que é capaz de refletir não 
só sobre objetos, mas sobre proposições (criações abstratas). 
Uma reflexão (pensamento) de segundo grau (ou potência). “O pensamento concreto é a representação de uma ação possível, e o formal é a representação de uma representação de ações possíveis” (PIAGET, 2003, p. 60). 
Operações abstratas: o pensamento formal 
(Enade 2008). A professora afirmou que a baleia é um mamífero. Inconformado, Pedro argumentou: “Mamífero é vaca, gato, cachorro, cujos filhotes mamam. A baleia vive dentro d’água, tem nadadeiras, é um peixe”. A maioria dos colegas concordou com Pedro, mas todos começaram a mudar de ideia ao assistir a um filme em que apareciam baleias pequenas sendo amamentadas. Pedro começou a perceber que morar fora d’água não é algo que defina os mamíferos, e que ter rabo de peixe, nadadeiras e morar na água não são características apenas dos peixes. 
Questão 1
A aprendizagem de Pedro foi gerada, segundo a teoria piagetiana, pelo processo de:
Desequilíbrio, por conflito cognitivo, e acomodação do novo conhecimento ao anterior. 
Justificativa: esse é o processo pelo qual Piaget demonstra a construção do conhecimento: a nova informação gera desequilíbrio cognitivo, que leva à acomodação ou ao reequilíbrio após a aquisição do 
novo conhecimento. 
Questão 1
(Enade 2008). Observe a ilustração abaixo. 
Questão 2
A fala do menino permite os comentários a seguir. 
I - Quando o menino diz “e vão quatro”, utiliza-se de um mecanismo que não reflete o valor posicional do algarismo, realizando a operação de forma mecânica. 
II - Expressões como “e vão quatro” ou “desce um” estão relacionadas à “troca” que ocorre na base 10, no sistema de numeração decimal, no entendimento de sua estrutura lógico-matemática. 
III - O ensino de regras destituídas de significados pode estar na origem das dificuldades apresentadas por crianças, ao tentarem utilizar os algoritmos na resolução de problemas. 
IV - A compreensão do valor posicional de um algarismo é favorecida quando a criança opera com materiais concretos em que pode agrupar elementos de dez em dez ou de cem em cem, por exemplo. 
São corretas as afirmativas: 
E) I, II, III e IV. 
Questão 2
Análise das afirmativas 
I) Afirmativa correta. 
Justificativa: algumas operações matemáticas são memorizadas ou decoradas 
em o devido entendimento do aluno sobre as quantidades representadas no 
exercício. 
II) Afirmativa correta. 
Justificativa: quando a criança diz o “vão”, significa sair da casa da unidade e ir 
para a casa da dezena, ou centena, se for o caso. 
III) Afirmativa correta. 
Justificativa: é necessário que, ao ensinar a Matemática, o
professor estabeleça 
ma relação entre a Matemática intuitiva e a dedutiva, ou seja, apele para os 
conhecimentos de mundo do aluno, baseados na lógica infantil. 
IV) Afirmativa correta. 
Justificativa: é necessário, para o bom entendimento dos valores matemáticos, 
que as crianças os relacionem com valores concretos. 
Questão 2
Analisando a resposta de Júlia e considerando o modelo epistemológico sugerido em sua resposta assinale a alternativa correspondente.
b. Empirismo.
ATIVIDADE TELEAULA I
Marina joga sua boneca para cima e a mesma cai para fora da grade de um pequeno portão, em cima do tapete, a uma distância que ela não consegue alcançar, então ela puxa o tapete, alcança a boneca e pela primeira vez resolve o problema sozinha.
Como explicar o comportamento de Marina a luz da teoria de Piaget?
e. Conduta de suporte.
ATIVIDADE TELEAULA I
Marina joga sua boneca para cima e a mesma cai para fora da grade de um pequeno portão, em cima do tapete, a uma distância que ela não consegue alcançar, então ela puxa o tapete, alcança a boneca e pela primeira vez resolve o problema sozinha.
Como explicar o comportamento de Marina a luz da teoria de Piaget?
e. Conduta de suporte.
Justificativa: 
Estádio Sensório Motor.
5º. Subestádio: Reação Circular Terciária.
Condutas inteligentes – suporte.
A criança cria (inventa) novas formas de ação para atingir um fim (acomodação). É uma criança com maior capacidade para diversificar e controlar suas ações.
ATIVIDADE TELEAULA I
Pedro, de 6 meses, vai comer fruta (maçã) pela primeira vez. Quando é colocada a colher em sua boca ele a suga, como se fosse a mamadeira. Na segunda colherada vai experimentando outras formas, no final da fruta, já modificou o jeito de pegar o alimento. 
Segunda a teoria piagetiana, como pode ser explicada esta ação de Pedro?
c. Adaptação.
Justificativa: 
Processo de Adaptação.
Pedro, de 6 meses vai comer fruta (maçã) pela primeira vez. Quando é colocada a colher em sua boca ele a suga, como 
se fosse a mamadeira. 
Assimilação.
Na segunda colherada vai experimentando outras formas, no final 
da fruta, já modificou o jeito de pegar o alimento. Acomodação.
ATIVIDADE TELEAULA I
Qual o estádio do desenvolvimento cognitivo em que ocorre a emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes  (próprios e de outrem) e de integrá-los de modo lógico e coerente?
c. Estádio Operatório Concreto.
Justificativa: Estádio Operatório Concreto.
Idade 7 a 11 anos.
ATIVIDADE TELEAULA I
A epistemologia genética de Jean Piaget está pautada na epistemologia (assinale a alternativa correta):
d. Interacionista.
Comentário: interacionista ou construtivista - a teoria do desenvolvimento cognitivo ou da inteligência de Piaget está pautada nos pressupostos epistemológicos do interacionismo ou construtivismo, superando algumas teorias clássicas como o racionalismo (inatista ou apriorista) e o empirismo. 
No interacionismo, a origem do conhecimento depende tanto de fatores endógenos como exógenos.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Assinale a afirmativa correta sobre a vida e a obra de Jean Piaget:
d. Trabalhou no laboratório de Alfred Binet investigando o desenvolvimento intelectual da criança a partir de testes psicométricos.
Comentário: trabalhou no laboratório de Alfred Binet investigando o desenvolvimento intelectual da criança a partir de testes psicométricos. As demais alternativas não representam dados da vida e da obra de Piaget. Publicou seu primeiro trabalho e foi convidado a trabalhar no Museu de História Natural quando tinha 10 anos. Piaget não cursou Medicina, sua formação foi em Biologia, Filosofia e Psicologia. É contemporânea a Freud embora nunca tenha sido seu aluno; casou-se com sua assistente e teve três filhos que são citados em seus estudos.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia com atenção a situação e assinale a alternativa correta:
Pepe de 11 meses de idade brinca com o pai que se esconde embaixo de um lençol; o menino retira o lençol que esconde seu pai e fica feliz, encontra o pai, fixando o olhar atento sobre ele. De acordo com a teoria de Piaget, Pepe está construindo que noção?
e. Noção de objeto permanente.
Comentário: noção de objeto permanente - 4º subestádio (8 a 12 meses) – formação da inteligência sensório-motora, ou seja, aplicação de meios já conhecidos para resolver situações novas; a criança já é capaz de variar, coordenar, generalizar diferentes ações ou meios para atingir um fim. Existe a intenção e o desejo (objetivo), no entanto, não cria meios novos para atingir um fim, utilizará apenas os meios conhecidos. Não existe planejamento, apenas o estímulo do meio. Prova piagetiana – a criança constrói a noção de objeto permanente, busca o objeto que é tirado de seu campo visual, presenciando o momento em que é escondido. No entanto, se escondido uma segunda vez em outro local (sob sua vista), irá procurar no primeiro lugar novamente – repetição do que deu certo.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Ana está na cozinha com seu irmão. Eles possuem um único pedaço de lasanha para ser dividido entre eles. A lasanha chega à mesa cortada em quatro pedaços iguais. Então, o irmão lhe pergunta: Ana, você quer a metade ou prefere ficar com dois quartos? Ana fica olhando certo tempo para a lasanha e depois de pensar lhe responde: parece-me ser a mesma coisa. Acho que tanto faz você me dar metade da lasanha ou dois quartos.
Considerando a resposta de Ana, é correto afirmar que:
d. Ana apresenta a possibilidade de pensar com lógica sobre problemas reais, mostrando compreender a equivalência das frações.
Comentário: Ana consegue compreender a equivalência das frações após refletir e observar. Apresenta capacidade de pensar logicamente sobre problemas reais / concretos, porque se encontra no estádio operatório sendo capaz de estabelecer relações lógicas entre eventos.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Marina caminha distraidamente pela sala quando esbarra na cortina e grita de susto. Sua mãe lhe pergunta: O que foi Marina! E ela responde: - É essa cortina boba que entrou na minha frente! Qual a característica do pensamento apresentada por Marina?
c. Animismo.
Comentário: animismo é a atribuição de vida e intencionalidade a seres inanimados, o sujeito está no estádio pré-operatório (2 a 6 anos) e por ter um pensamento egocêntrico e centrado atribui vida a seres e objetos que não têm vida humana, por isso conversa com a cortina como se a mesma pudesse ouvi-la.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Pedro está na cozinha de sua casa e pede à Maria uma banana que está na fruteira. Maria lhe responde que ainda não pode comer a banana porque está verde. Algum tempo depois, Maria oferece a Pedro um abacate que está maduro. Pedro indignado responde: mas o abacate é verde! Eu não posso comer! Qual a característica do pensamento apresentado por Pedro?
d. Pensamento sincrético.
Comentário: sincretismo explica um evento com outro que não tem relação lógica com a questão. Ex.: o balão caiu porque é vermelho. No pensamento sincrético, o sujeito faz generalizações indevidas. Ex.: a fruta está verde, não pode comer, portanto, não come frutas de cor verde; costuma falar “eu comi, eu bebi, eu fazi”. O sujeito está no estádio pré-operatório (2 a 6 anos) e tem um pensamento pré-lógico.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Safira está alegremente brincando com sua bolinha, a qual rola para trás do sofá. Safira fica com uma expressão de choro, mas não procura pela bolinha. Considerando o comportamento de Safira, é possível afirmar que:
b. A ausência do esquema de permanência do objeto pode ser a condição pela qual Safira não procura pela bolinha.
Comentário: estádio sensório-motor - 4º subestádio (8 a 12 meses) – formação da inteligência sensório-motora, ou seja, aplicação de meios já conhecidos para
resolver situações novas; a criança já é capaz de variar, coordenar, generalizar diferentes ações ou meios para atingir um fim. Existe a intenção e o desejo (objetivo), no entanto, não cria meios novos para atingir um fim, utilizará apenas os meios conhecidos. Não existe planejamento, apenas o estímulo do meio. Prova piagetiana: a criança constrói a noção de objeto permanente, busca o objeto que é tirado de seu campo visual, presenciando o momento em que é escondido.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Um menino de cerca de três anos brinca sozinho no chão da sala com massinha. A mãe passa pela sala e percebe que seu filho está falando sozinho enquanto aperta a massinha, enrola, divide, faz formas etc.
De acordo com as características do desenvolvimento do pensamento, assinale a alternativa correta:
c. O menino utiliza o solilóquio como auxiliar de sua ação.
Comentário: solilóquio ou linguagem egocêntrica é aquela que não necessita de um interlocutor, pois não tem a função de comunicação, que entre crianças origina o monólogo coletivo – as crianças estão juntas, brincando, conversando, mas não há um diálogo efetivo entre elas, característico do estádio pré-operatório.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Para Piaget, o desenvolvimento do pensamento ocorre a partir (assinale a alternativa correta):
e. Das estruturas cognitivas lógicas.
Comentário: para Piaget, o desenvolvimento do pensamento ocorre a partir das estruturas cognitivas lógicas, da interação do sujeito com o objeto, portanto, do repertório endógeno do sujeito (desenvolvimento) e das situações do meio (aprendizagem); isso permitirá o desenvolvimento das estruturas cognitivas lógicas. Portanto, não é somente herdado ou aprendido.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Podemos afirmar que ________________ é a tentativa do sujeito em solucionar uma determinada situação, modificando as estruturas antigas e construindo novas maneiras de agir para dominar uma situação nova em que os conhecimentos antigos são insuficientes para compreendê-las.
b. Acomodação.
Comentário: acomodação é a tentativa do sujeito em solucionar uma determinada situação, modificando as estruturas antigas e construindo novas maneiras de agir para dominar uma situação nova em que os conhecimentos antigos são insuficientes para compreendê-las. Exemplo: a criança já sabe subir escadas, mas nunca subiu uma escada rolante (objeto semelhante ao primeiro, mas com novos elementos que a criança desconhece). Nessa situação, a criança tentará (por assimilação) agir como fazia antes, solucionar uma situação nova com base nas estruturas antigas, mas não obterá sucesso. Então, construirá novas formas de agir, isto é, irá modificar suas estruturas antigas para poder dominar uma nova situação – a isso Piaget denominou acomodação.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
O modelo piagetiano de investigação da inteligência é chamado de método clínico ou método crítico e se manteve constante durante todo o tempo em que foi utilizado por Piaget em suas investigações, embora tenham ocorrido certos aperfeiçoamentos.Vinh-Bang (apud VISCA, 1997) apresenta quatro etapas de desenvolvimento no método clínico piagetiano:
• 1ª etapa: Elaboração do método (1920-1930) – observação pura e método da conversação.
• 2ª etapa: Observação clínica (1930-1940) – decorre da observação que Piaget faz de seus filhos no estádio sensório-motor e início do pré-operatório, indicando o valor da observação como método de investigação em crianças pré-verbais.
• 3ª etapa: Formalização (1940-1955) – método misto, porque renuncia ao método da conversação pura e simples para adotar o método crítico, em que utiliza as contra-argumentações verbais e as deformações nos objetos apresentados à criança com a fnalidade de investigar o pensamento lógico subjacente.
• 4ª etapa: Recentes (desde 1955) – o método clínico, que antes era utilizado apenas com interesse epistemológico, a partir desse momento passa a ser empregado com finalidade psicológica e psicopedagógica por uma equipe de especialistas de diferentes áreas em Genebra. Isso permitiu não um novo modo de interrogar, mas novos tipos de perguntas.
Método clínico
Alfred Binet nasceu em 8 de julho de 1857 (em Nice) e faleceu em 28 de outubro de 1911 em Paris. Psicólogo e pedagogo renomado, pelos estudos da inteligência pela psicometria, foi o primeiro a elaborar testes psicométricos para avaliação – o Quociente Intelectual (QI).
O primeiro teste de inteligência, em uma perspectiva psicométrica, elaborado por Binet e seu colega, também francês, Theodore Simon (1872-1961) foi em 1905. Esse teste, de caráter verbal e em grau crescente de dificuldade, visava obter a quantificação da inteligência por meio de uma escala, o Quociente Intelectual (QI) do indivíduo. Ao longo dos anos, surgiram outros testes na tentativa de aperfeiçoar os critérios de medição da inteligência.
Abordagem psicométrica
O objetivo, na abordagem psicogenética, é investigar a forma como o sujeito pensa e resolve determinadas situações que lhe são apresentadas. O controle está no entendimento das respostas e instruções (controle psicológico), em vez da padronização das mesmas e das situações externas (controle fisicalista). 
O investigador, nessa perspectiva, está interessado em compreender o processo que leva um sujeito a esta ou àquela resposta. 
Para isso, deve ter amplo conhecimento da teoria piagetiana, que irá nortear as perguntas que serão feitas durante a aplicação das provas, bem como a maneira como serão avaliadas as respostas dadas pela criança.
Abordagem psicogenética
Para que esses procedimentos sejam concretizados, é necessário que o experimentador utilize três tipos de perguntas características no método clínico-crítico: 
• Perguntas de exploração: o objetivo é fazer aforar a noção cuja existência e estruturação se quer comprovar.
• Perguntas de justificação: que centram o sujeito sobre as razões do estado atual do objeto e nas explicações concernentes a sua produção e à legitimação de seu ponto de vista.
• Perguntas de contra-argumentação: o objetivo é estabelecer se as aquisições da criança são ou não estáveis e qual o grau de equilíbrio de suas ações ante os problemas, bem como apreender sua atividade lógica profunda.
Procedimentos do experimentador
O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades muitas vezes incompatíveis: saber observar, ou seja, deixar a criança falar, não desviar nada, não esgotar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria, verdadeira ou falsa, para controlar. 
É preciso ter-se ensinado o método clínico para compreender a verdadeira dificuldade. 
Ou os alunos que se iniciam sugerem à criança tudo aquilo que desejam descobrir, ou não sugerem nada, pois não buscam nada e, portanto, também não encontram nada.
Procedimentos do experimentador
Sendo assim, Piaget propõe níveis de desenvolvimento ao avaliar as respostas dadas pelas crianças durante o método clínico:
• Nível I – corresponde àquele em que a criança não resolve o problema, nem sequer o entende, ou, então, responde erroneamente, mas com convicção.
• Nível II – corresponde ao conflito, ambivalência, dúvida, em que a criança oscila em suas respostas, apresentando flutuações. Percebe o erro somente depois de o ter cometido, não sendo capaz de antecipá-lo, por isso as ações da criança se baseiam em ensaio e erro, na tentativa, na solução empírica.
• Nível III – corresponde àquele em que a criança apresenta uma solução suficiente à questão e à compreensão do problema como é colocado. Os erros podem ocorrer, mas o que muda é a maneira como sujeito lida com eles: podem ser antecipados, neutralizados, pré-corrigidos ou compensados.
Respostas e reações
Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos
Provas operatórias
Conservação da quantidade de matéria
Provas operatórias
Conservação de quantidade de líquidos
Provas operatórias
Conservação de comprimento
Provas operatórias
O juízo moral na criança (1932) – desenvolvimento moral
Para Piaget, o jogo tem importância fundamental na construção das regras pela criança, pois permite ao sujeito a descentralização, essencial à autonomia. E esse é o tema central desse livro, bastante original na época, pois, além de estudar a gênese da moralidade na criança, estudou esse tema indo a campo, entrevistando e observando como as crianças jogavam. Nele, Piaget apresenta inúmeros exemplos que fundamentam um dos princípios da sua teoria: que a ação precede a tomada de consciência dessa ação pelo sujeito. Isso nos jogos fica bastante evidente: aprender a jogar um jogo não depende de que antes você saiba como jogar, ao contrário, aprende-se jogando! E, mesmo assim, nem sempre tomamos consciência de como são nossas estratégias no jogo, mesmo quando já jogamos suficientemente bem.
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
A formação do símbolo na criança (1945) – desenvolvimento cognitivo
No terreno do jogo e da imitação, pode-se acompanhar de maneira contínua a passagem da assimilação e da acomodação sensório-motoras – 
os dois processos que nos pareceram essenciais na constituição das formas primitivas e pré-verbais da inteligência – para a assimilação e acomodação mentais que caracterizam os inícios da representação (PIAGET, 1945,1990, p. 11).
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
As formas elementares da dialética (1980) – dialética e equilibração
Nesse terceiro livro, escrito já no final da vida de Piaget, encontramos em cada capítulo análises empíricas de jogos específicos (como jogo de xadrez simplificado e jogo das boas perguntas), mas com o enfoque comum: ilustrar o trabalho dinâmico e dialético da nossa inteligência, ou seja, detalhar como se dá o mecanismo de equilibração cognitiva. Entre os três livros comentados, esse talvez seja o mais complexo, pois se fundamenta em toda a obra do autor e numa análise cognitiva mais profunda. 
Ele tem inspirado muitas pesquisas na área da Psicologia do Desenvolvimento e da Educação. Dentre eles, podemos destacar um livro, organizado pelo Prof. Lino de Macedo, Jogo, psicologia e educação: teoria e pesquisas (2009). Nele, você encontra relatos de diferentes pesquisas, muitas delas realizadas em contexto educacional, diretamente com alunos ou mesmo com professores, e que propõem reflexões e mesmo atividades práticas úteis ao cotidiano docente.
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
Como vimos, Piaget apresenta em seus estudos três grandes tipos de estruturas que caracterizam os jogos infantis, acrescentando uma quarta – os jogos de construção –, que formam os temas específicos das quatro partes que compõem este capítulo da Unidade II:
• Jogo de exercício  Estádio sensório-motor (0-2 anos)
• Jogo simbólico  Estádio pré-operatório (2-6 anos)
• Jogos de construção  Transição
• Jogo de regra  Estádio operatório (7-15 anos)
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
Um menino, que se chama Jean, está em seu quarto. É chamado para jantar. Entra na sala para comer. Mas atrás da porta há uma cadeira. Sobre a cadeira há uma bandeja com 15 xícaras. Jean não pode saber que há tudo isso atrás da porta. Entra: a porta bate na bandeja, e, bumba!, as 15 xícaras se quebram.
Era uma vez um menino chamado Henri. Um dia em que sua mãe estava ausente, foi pegar doces no armário. Subiu numa cadeira e estendeu o braço. Mas os doces estavam muito no alto e ele não pode alcançá-los para comer. Entretanto, tentando apanhá-los, esbarrou numa xícara. A xícara caiu e se quebrou.
Exemplo de dilema moral elaborado por Piaget (1932/1994)
Ao perguntar para várias crianças se um sujeito errou mais do que o outro, até por volta dos 7 anos, elas irão dizer que quem quebrou mais xícaras – Jean – foi quem errou mais, julgando o erro (ou a regra que define o que é errado) pela quantidade do dano material. Esse tipo de argumento se baseia na responsabilidade objetiva, ou seja, na análise dos aspectos objetivos da situação (no caso, a quantidade de xícaras quebradas).
As crianças, a partir dos 8/9 anos, irão julgar o erro/a regra pela intencionalidade do sujeito ao cometer determinado ato. 
No caso, a segunda criança (Henri) estaria mais errada, pois demonstrou a intenção de desobedecer à mãe, ainda que o dano material (quantidade de xícaras) tenha sido bem menor. 
A partir dessa idade, as crianças serão capazes de analisar que, no primeiro caso, embora tenham sido quebradas mais xícaras, não houve uma má intenção na ação do sujeito, o prejuízo ocorreu sem intenção (“sem querer”).
Exemplo de dilema moral elaborado por Piaget (1932/1994)
Anomia (0 a 2 anos)
Não existe consciência da regra pela criança. Existe a repetição e a formação de hábitos, que servirão de base para a compreensão e o exercício futuro das regras. Obviamente, as regras fazem parte da vida da criança/bebê de maneira indireta, pois elas são observadas e seguidas pelos adultos que cuidam dela.
Heteronomia (2 a 6 anos) 
Aqui, já começa a existir consciência da regra, embora a criança seja governada pelo outro, por uma autoridade externa. Assim, ela vive uma condição de respeito unilateral: um manda e o outro obedece, e esse respeito se baseia no medo da dor física e dor moral (perder o amor do outro, a quem se admira, por exemplo).
Desenvolvimento moral
Semiautonomia (7 a 11 anos) 
Início da autonomia moral, mas a criança ainda depende das regras do meio para organizar-se, já aparecem características de autonomia, mas são mais instáveis e frágeis.
Autonomia (12 a 15 anos) 
Construção da autonomia moral: o indivíduo obedece à regra, busca formas de adequá-la às suas necessidades sem modificá-la, ou ele próprio flexibiliza seus interesses, pois valoriza a adesão e o sentido das regras para as relações humanas. Por ser capaz de avaliar as situações (com base no pensamento operatório formal), a criança/adolescente assume a responsabilidade de suas escolhas: se escolher não cumprir a regra, assumirá as consequências não se esquivando ou culpando ao outro. Uma mudança central será na qualidade das relações de respeito, que se baseiam no respeito mútuo (reciprocidade): respeito por cooperação, as regras são obedecidas por ambos, pois há a compreensão de seu significado na relação. Aqui é interessante destacar que as regras não são mais consideradas sagradas ou imutáveis (o que víamos na heteronomia), mas são fruto de consensos, de modo que podem ser modificadas mediante acordos entre as partes (o que fica muito evidente nos grupos de crianças dessa idade, que modificam regras dos jogos e criam variações).
Desenvolvimento moral
De acordo com Piaget, ao final do estádio sensório-motor (por volta dos 2 anos), surge na criança uma capacidade cognitiva de representação – um significado por meio de um significante –, e o meio que utiliza para isso pode ser a linguagem, o jogo simbólico, a imitação, a imagem mental e o desenho. 
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA 
Realismo fortuito
O desenho, para Luquet, é um conjunto de traços feitos intencionalmente para representar um objeto real. No entanto, no início, não existe essa intenção de fazer uma imagem, o desenho é resultado da livre exploração que a criança faz sobre os materiais. Munida de vários acessórios e dos movimentos de sua mão, realiza marcas acidentais no papel, uma obra involuntária, que reconhece como sendo sua, resultado de sua atividade, à qual não atribui significado. A criança limita-se a fazer traços aleatórios no papel sem qualquer objetivo ou significação, manipula e explora os materiais, e no grafismo é o olho que segue a mão e não as marcas impressas no papel.
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA 
Realismo malsucedido
Na segunda fase de evolução do desenho infantil, a criança desenha com a intenção realista (LUQUET, 1927) de representar, mas encontra dois obstáculos que dificultam a representação da realidade: um de ordem física (LUQUET, 1927) ou gráfica, que consiste em coordenar seus movimentos motores para dar ao traçado o aspecto
do objeto desenhado; e o outro de ordem psíquica (LUQUET, 1927), que consiste na falta de atenção da criança para desenhar pormenores. 
Por causa desses obstáculos, o desenho infantil nessa fase é marcado por sucessos e fracassos; por isso, Luquet o chamou de “réalisme manqué ou l’incapacité synthétique” (1927, p. 151-155), uma fase de imperfeição geral do desenho, que se inicia geralmente entre 3 e 4 anos.
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA 
Realismo intelectual
Por volta dos 4 anos, inicia-se o principal estágio, que irá estender-se até por volta dos 8/9 anos. Essa fase se caracteriza pela superação da incapacidade sintética e, por isso, a criança passa a desenhar de maneira realista, isto é, desenha os pormenores do objeto, levando em consideração as suas relações recíprocas, o conjunto. 
Em outras palavras, o que caracteriza essa fase do realismo chamado por Luquet de intelectual (LUQUET, 1927, p. 165) “é a concepção infantil de que para que o desenho seja parecido deve conter todos os elementos visíveis e invisíveis do objeto do ponto de vista do sujeito, buscando a sua exemplaridade”.
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA 
Realismo visual
Na última fase de evolução do desenho infantil, que se inicia por volta dos 8/9 anos, uma série de fatores levam a criança a abandonar o realismo intelectual e a adotar o realismo visual como forma de representação gráfica. 
O desenho infantil, para ser plenamente realista na fase do realismo visual, deve representar o objeto da forma como é visualmente percebido. As contradições e a insuficiência do realismo intelectual em relação a isso levam a criança a abandonar os procedimentos utilizados na etapa anterior.
Por isso, no lugar da transparência, ela utiliza a opacidade (LUQUET, 1927), que consiste em suprimir os pormenores que são objetivamente invisíveis no objeto representado; e, no lugar do rebatimento e do plano, utiliza a perspectiva, que consiste na modificação do aspecto da silhueta de um objeto ou de pormenores vistos de frente. 
O resultado disso é o abandono da exemplaridade. Para Luquet, há uma submissão da criança às leis da realidade, com perda da espontaneidade ao desenhar, diminuindo a produção artística (figuração adequada do real). 
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA 
O desenho segundo Lowenfeld
(Enade 2005). Na figura abaixo, de Francesco Tonucci, a professora reage ao “erro” do aluno de forma contundente, desvalorizando o seu raciocínio analógico. O erro e sua correção tiveram, ao longo do tempo, diferentes abordagens relacionadas a concepções e reflexões sobre a avaliação da aprendizagem.
Questão 1
O procedimento docente que caracteriza uma concepção mediadora e construtivista de avaliação é: 
C) analisar as várias manifestações dos alunos em situações de aprendizagem, considerando suas hipóteses, para exercer uma ação educativa. 
Justificativa: o mais importante é verificar as hipóteses construídas pelo aluno para chegar à resposta do que a resposta em si. No caso do erro, o professor, em vez de apontá-lo simplesmente, contribui com o aluno, à medida que o ajuda a pensar sobre o problema, possibilitando torná-lo um erro observável ao aluno.
Questão 1
(Enade 2005). Na aula de Biologia, em uma escola de Ensino Médio, ao trabalhar um determinado assunto a partir do livro didático adotado, o professor é interpelado por um aluno sobre a atualidade daquela matéria. O aluno explicou que, tendo acessado o site de uma universidade pela internet, leu que havia novos conhecimentos sobre o conteúdo em pauta, contrariando o que estava no livro. 
Diante da situação, o professor, que sempre tivera posturas que valorizam a produção e a construção de conhecimentos pelos alunos, deve:
A) incentivar a turma a pesquisar sobre o assunto para avaliar as novas informações trazidas pelo aluno, deslocando a discussão para uma próxima aula. 
Justificativa: na sociedade atual, a informação está disseminada pelas novas tecnologias, as inovações na área da ciência e do conhecimento ocorrem em grande velocidade e o professor já não é mais aquele que “sabe tudo”. O professor deve assumir a postura de um facilitador e não mais de detentor do conhecimento. Portanto, cabe a ele criar situações-problema, incentivar a pesquisa e o comportamento autônomo do aluno e as ideias de autoaprendizagem, sendo que a educação é um processo contínuo, inclusive para ele, professor de construção do conhecimento. 
Questão 2
A menina de 9 anos e o menino de 5 anos apresentam a noção de conservação de quantidades?
a. Somente a menina de 9 anos
Justificativa:
A menina de 9 anos encontra-se no estádio operatório apresenta a noção de conservação de quantidades, por isso resolve a situação dessa maneira.
O menino de 5 anos encontra-se no estádio pré-operatório e não apresenta a noção de conservação de quantidade.
Pensamento intuitivo / pré-lógico.
ATIVIDADE TELEAULA II
Está incorreto em relação ao método piagetiano:
e. avalia as respostas quantitativamente
Justificativa: Não avalia as respostas quantitativamente, mas sim qualitativamente.
ATIVIDADE TELEAULA II
Observe o desenho e indique em que fase do grafismo se encontra:
De acordo com Luquet o desenho observado anteriormente apresenta características da fase:
c. Realismo Intelectual
ATIVIDADE TELEAULA II
Segundo Piaget, esta escola está promovendo o desenvolvimento da moralidade de:
d. Heteronomia
Justificativa: 
A escola reforça a heteronomia natural das crianças. outros prejuízos cognitivos. 
Para Piaget, ao contrário, o objetivo que deve ser perseguido pela escola é a construção da autonomia intelectual dos alunos, baseada em um pensamento crítico e investigativo e em relações de intercâmbio e cooperação entre os colegas. 
Ainda que evolutivamente, como descrevemos anteriormente, a criança a princípio viva uma condição de heteronomia, esta deve servir de base, de transição para a de autonomia, que seria a verdadeira meta da educação nas sociedades democráticas.
ATIVIDADE TELEAULA II
Analise a situação a seguir e responda à questão:
Sobre o método clínico apresentado por Piaget, você e uma professora conversam sobre quais as atividades mais indicadas e qual deveria ser a postura do experimentador ou do aplicador ao trabalhar com o método piagetiano. Para tanto, a psicóloga e a professora decidem analisar um relato, descrito na literatura, sobre o papel do experimentador. A atividade desenvolvida referia-se à inclusão de classes e trabalhava com frutas (4 maçãs e 8 bananas). No decorrer da atividade, a profissional indagou a criança da seguinte forma: ao agrupar todas as frutas, pergunta à criança “Você não acha que há mais bananas do que frutas nesta cesta?”. A criança respondeu: Acho. Por quê? E a criança não consegue responder.
A partir dos estudos realizados nessa disciplina, assinale a alternativa correta:
d. A situação descrita revela um problema na aplicação das provas, relacionado à prática de induzir as respostas desejadas pelo pesquisador.
Comentário: a situação descrita revela um problema na aplicação das provas, relacionado à prática de induzir as respostas desejadas pelo pesquisador, uma vez que a profissional ao indagar a criança, procurou induzir a resposta correta, indicando sua falta de preparo, mas ainda muito diferente de uma avaliação psicométrica. As provas piagetianas podem ser aplicadas utilizando-se diferentes materiais. Não é necessário saber a idade do sujeito para poder avaliar suas respostas.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da seguinte frase: O jogo simbólico é _________e surge _______.
a. O jogo simbólico é uma forma de transformar o real em função dos desejos e surge na segunda infância (2-6 anos).
 
Comentário: o jogo simbólico é uma forma de transformar o real em função dos desejos e surge na segunda infância. 
Jogo simbólico: estádio pré-operatório (2-6 anos) - as crianças adquirem
a noção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças jogos de faz de conta. De acordo com Piaget, a função desse tipo de atividade lúdica, “é satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos seus desejos”. Em outras palavras, o jogo simbólico tem como função assimilar as relações predominantes no meio ambiente e também é uma maneira de autoexpressão. O jogo de faz de conta possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. É a fase das brincadeiras de boneca, casinha, escolinha, personagens, super-heróis etc.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Considere o desenho a seguir e responda:
Tendo em conta o referencial sobre o desenvolvimento do desenho infantil oferecido por Piaget e Luquet, é correto afirmar que o desenho tem característica da fase:
c. Realismo intelectual.
Comentário: Luquet chama de realismo intelectual - a criança desenha de maneira realista, isto é, desenha os pormenores do objeto, levando em consideração as suas relações recíprocas, o conjunto. Para Lowenfeld é a fase esquemática em que a criança desenha linha de base dando maior coordenação aos elementos desenhados, cometendo exageros e omissões.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia com atenção a situação a seguir e responda à questão:
Em uma escola particular está havendo uma reunião para se definir um procedimento único quanto às estratégias que deverão ser utilizadas no sentido de se estabelecer limites para o comportamento dos alunos. Várias são as ideias apresentadas para se encaminhar à questão. Vamos supor que você seja psicólogo nessa escola, qual seria sua orientação a partir da teoria piagetiana?
d. A obediência obtida através de relações de coação, do respeito unilateral, é uma falsa disciplina que contribui de modo negativo para a formação do caráter do indivíduo, que embota a consciência e a inteligência, que impede o desenvolvimento das potencialidades humanas e a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.
Comentário: a obediência obtida através de relações de coação, do respeito unilateral, é uma falsa disciplina que contribui de modo negativo para a formação do caráter do indivíduo, que embota a consciência e a inteligência, que impede o desenvolvimento das potencialidades humanas e a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática. De acordo com Piaget, a disciplina precisa ser construída pelo sujeito para que tenha significado a partir da obediência obtida através de relações de reciprocidade, do respeito mútuo.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
A mãe de um menino de 3 anos despeja a mesma quantidade de suco em dois copos de formatos diferentes. Seu filho escolhe o que é mais estreito e fino, em que o líquido atinge um nível mais alto, por acreditar que contém mais suco. 
De acordo com o desenvolvimento do pensamento lógico, podemos afirmar que nessa situação existe (assinale a correta):
e. Pensamento intuitivo com primazia da percepção.
Comentário: pensamento intuitivo com primazia da percepção: próprio da criança no estádio pré-operatório (2 – 6 anos), em que não apresenta a noção de conservação de quantidade, por isso quando há o deslocamento do mesmo líquido em recipientes diferentes a criança acredita que se alterou a quantidade desse líquido.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
João e Carlos estão brincando de dominó e demonstram estar bastante concentrados e sem nenhuma preocupação em vencer. Eles jogam alegremente sem se darem conta que cada um segue suas próprias regras. Considerando a evolução do comportamento moral na criança, podemos afirmar que os meninos encontram-se no estágio da:
b. Heteronomia.
Comentário: heteronomia - como eles jogam alegremente sem se darem conta que cada um segue suas próprias regras, pressupõe que ainda não compreendem nos jogos de regra a existência de parceiros e um conjunto de obrigações (regras), o que lhe confere um caráter eminentemente social (próprio de crianças no estádio operatório - autonomia moral).
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Marcos está na escolinha brincando com seis carrinhos e quatro motos. Nessa brincadeira, ele é o dono do posto de gasolina e está “abastecendo” os brinquedos. Chega o momento do lanche e a sua professora lhe pede para guardar os brinquedos. Nesse momento, a professora pergunta a ele: - Marcos, você tem mais carrinhos ou mais motos? Marcos lhe responde: - Tenho mais carrinhos, olha! A professora pergunta: - Você tem mais carrinhos, mais motos ou mais brinquedos? Então, Marcos lhe responde: - Eu tenho mais carrinhos, você não está vendo!
Em relação à avaliação do pensamento a partir da aplicação das provas operatórias, podemos dizer que Marcos apresenta:
e. Pensamento transdutivo e não possui noção de inclusão de classes.
Comentário: Marcos não faz inclusão de classes, não consegue perceber que carrinhos e motos pertencem à classe dos brinquedos. Também utiliza o jogo simbólico como forma de interação com os objetos, outra característica do estádio pré-operatório (2 a 6 anos).
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Maria Olvídia é professora do primário e tem percebido que alguns de seus alunos respondem imediatamente às suas perguntas, mas simplesmente repetem os conceitos, não os compreendem de fato, de tal forma que parecem verdadeiros “papagaios”. Outros alunos, ao contrário, respondem tão imediatamente quanto os primeiros, mas percebe-se que realmente entenderam e os conceitos já estão completamente assimilados.
Segundo a teoria piagetiana, podemos afirmar que:
a. O primeiro grupo revela crença sugerida e o segundo revela crença espontânea.
Comentário: o primeiro grupo revela crença sugerida quando a criança busca simplesmente contentar o examinador, sem considerar sua própria reflexão. A pergunta não é da criança ou não lhe interessa, por isso responde na perspectiva do examinador e não na sua própria. O segundo grupo revela crença espontânea quando a criança não tem necessidade de raciocinar para responder à questão, mas pode dar uma resposta imediata porque já foi formulada ou é formulável. Há, portanto, crença espontânea quando a questão não é nova para a criança e quando a resposta é fruto de uma reflexão anterior e original. Não é o caso de uma crença desencadeada, uma vez que nesta há necessidade de interrogatório.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Maria está brincando com sete rosas e quatro margaridas. Nesse momento, sua mãe lhe pergunta: - Maria, você tem mais rosas, mais margaridas ou mais flores? Maria pensa um pouco, conta, observa e lhe pergunta: - Rosas e margaridas são flores? – A mãe responde: - Sim, rosas e margaridas são flores. Maria responde: então, eu tenho mais flores.
Qual é o estádio de desenvolvimento no qual se encontra a personagem Maria?
c. Operações concretas.
Comentário: operações concretas - Maria apresenta a noção de inclusão de classes, compreende que rosas e margaridas estão na classe de flores, por isso responde corretamente.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Uma psicóloga atende uma mãe muito confusa em como estabelecer os limites em seus filhos. Esta afirma que após assistir um programa de TV, na qual uma profissional orienta os pais na educação dos filhos, decidiu colocar nas paredes de sua casa um conjunto de regras que os filhos, gêmeos, de 8 anos devem seguir. As regras são: escovar os dentes após as refeições! Não bater ou chutar o irmão! Não maltratar a ajudante! Não correr pela casa! Quando as crianças desrespeitam as regras, são punidas e devem ficar sem brincar. 
De acordo com a teoria de Piaget, quais são as consequências da punição na conduta moral do sujeito?
b. As mesmas reforçam a heteronomia natural da criança, principalmente pela imposição de
regras.
Comentário: as mesmas reforçam a heteronomia natural da criança, principalmente pela imposição de regras, pois não há possibilidade de compreensão das regras e construção do significado das mesmas.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II

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