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Dialogismo, Intertextualidade e Polifonia

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DIALOGISMO, INTERTEXTUALIDADE POLIFONIA
Para falar desses conceitos, devemos lembrar que os textos são eventos comunicativos que se manifestam dentro de situações de comunicação e nenhum texto é totalmente puro e único, ao contrário, os textos estabelecem entre si relações que se respaldam pelas suas características dialógicas.
Dialogismo: está relacionado a uma característica singular dos discursos de estabelecerem um diálogo uns com os outros; os textos conversam entre si. A concepção discursiva dos enunciados remete a noção de eu em relação com o outro, ou seja, o caráter dialógico da linguagem só é possível pelas relações que ligam o eu ao outro. 
A linguagem corresponde a várias vozes sociais que representam o discurso do outro em relação com o meu. A linguagem é indissociável da vida social. É no uso efetivo da língua que o sentido se constrói e esse uso pressupõe a enunciação de um sujeito dotado de valores. Ao tomar a palavra, o sujeito da enunciação se posiciona em relação ao seu objeto e demarca um ponto de vista e uma atitude em relação a ele. Essa atitude não é indiferente, mas sim de acordo com desejos e opiniões do eu em confronto com o outro.
A refração consiste em imbuir um objeto da realidade de múltiplos valores, julgamentos e nomes que se respaldam por uma consciência sócia ideológica sobre os discursos que envolvem esse objeto. Na enunciação ocorre uma recepção e uma compreensão do que foi dito de acordo com o conhecimento dos interlocutores.
O processo de enunciar do locutor/enunciador requer uma postura do leitor/interlocutor enunciatário, seja de concordar ou discordar, estabelecendo um processo dialógico que sustenta os enunciados e promove uma troca de conhecimento. A relação dialógica ocorre não somente entre textos elaborados pela ciência ou intelectuais, mas também nos textos populares que circunscrevem a vida do dia a dia, como um simples bilhete,
Na verdade, todo texto ao ser colocado em uso insere-se em uma atmosfera sociocultural e ganha uma dimensão valorativa, transforma-se em discurso e como tal está impregnado de valores sociais.
Todo enunciado se configura em uma esfera ideológica e não é neutro, pois exprime uma posição avaliativa. Não existe texto neutro, pois ele estará sempre perpassado por valores sociais e históricos da esfera ideológica a qual se liga.
A compreensão de dialogismo implica na projeção das mais variadas formas de relações que os textos podem manter e mantem uns com os outros. Desde aquelas relações que são facilmente apreendidas dentro do próprio texto quanto aquelas que extrapolam seus limites e encontram-se formalizadas pelas tensões que um enunciado estabelece em relação a outros enunciados.
Essa relação tensiva entre textos é característica da linguagem, pois não existe texto solto e sozinho no mundo, todo enunciado significa tomar uma posição social avaliativa, construindo um intercambio em pequena ou grande escala com posições sociais.
Polifonia: a polifonia não deve ser confundida com dialogismo, pois esse se realiza em uma esfera macro e é o princípio constitutivo da linguagem, enquanto aquele se efetiva em contraposição aos textos monológicos, ao deixar que vozes polêmicas se mostrem dentro de um determinado texto/discurso.
Emprega-se o termo polifonia para caracterizar certo tipo de texto, aquele em que se deixam entrever muitas vozes, por oposição aos textos monofônicos, que escondem os diálogos que os constituem.
Todo texto é dialógico, no entanto, teremos textos em que essa dialogia será mostrada por meio de vozes que claramente se deixam ver no interior do discurso e outros textos buscam apagar as vozes que nele respaldam. Assim, a polifonia e a monofonia são efeitos de sentido produzidos pelos textos que por natureza são dialógicos e resultam de um embate entre vozes sociais.
Como exemplos de textos monofônicos cita os discursos autoritários e como exemplo de textos polifônicos cita os discursos poéticos (poesia, pintura, dança e outros).
Intertextualidade: é o processo de inclusão de um texto em outro; concerne ao processo de construção, reprodução ou transformação do sentido. Em outras palavras, a intertextualidade é um fenômeno dialógico no qual podemos ver que um texto concebido anteriormente foi colocado dentro de um novo texto. Ela ocorre pela retomada total ou parcial do texto a que se refere.
Citação: é o processo de citar outro texto de maneira explícita ou implícita de maneira explícita virá escrito a fonte da qual se retirou o fragmento. De maneira implícita é necessário que o receptor do texto conheça o texto fonte para recuperá-lo no texto citante.
Alusão: é o processo no qual se reproduz trechos da construção sintática do texto original e não apenas cita algumas palavras.
Paródia: é a maneira de introduzir um exto já existente dentro de um texto novo por mio de uma recriação do texto original com uma intenção cômica.

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