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TCC2 FELIPE

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a vigência do decreto 9101 de, 20 de julho de 2017 frente ao principio da anterioridade nonagesimal e o prinicipio a legaliade[1: Artigo apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Direito pelo Centro Universitário UNICNEC/Osório.]
Fellipe Marques Ferreira[2: Acadêmico do Curso de Direito do Centro Universitário UNICNEC/Osório.]
Leonardo Gonçalves Muraro[3: Mestre em Direito. Professor do Curso de Direito do Centro Universitário UNICNEC/Osório.]
Resumo: O estado tem o poder de tributar deve, pela diretriz constitucional, consistir-se no princípio da legalidade. A matéria de tributar deve ser instaurada e recolhida por lei tipificada, por lei complementar, por assim posicionada a carta maior. A constituição Federal arrola as limitações ao poder de tributar em seus art.150 a 152, as limitações que se apresentam como garantias do contribuinte (legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade e vedação do confisco) assim em harmonia com os outros princípios fundamentais. O chefe do poder executivo no seu ato de promulgação do decreto 9.101 de 20 de julho de 2017,corroborou com a violação, do principio da legalidade assim como o da anterioridade nonagesimal. No entanto, de feitio algum poderia ter ocorrido tamanha violação, os princípios promovem a segurança jurídica, no que diz respeito à instituição e majoração de tributo. Por tanto o ente público, não obedecendo às normas que regem a matéria de tributar, acaba exercendo seu poder de forma arbitrária, prejudicando, a liberdade, a confiança, a não surpresa, pressupostos esses que fazem parte da normativa dos princípios, que são garantia de que, estado e contribuinte possam de maneira una, alcançar a relação pagador e arrecadador de maneira plena sem prejuízos para ambas a partes.
 
Palavras-chave: Princípio Legalidade. Anterioridade nonagesimal. violação. 
Abstract: 
The state has the power to tax must, by the constitutional guideline, consist in the principle of legality. The matter of tax must be established and collected by a standard law, by complementary law, so positioned the larger letter. The Federal Constitution lays down the limitations to the power to tax in its articles 150 to 152, the limitations that present themselves as guarantors of the taxpayer (legality, isonomy, non-retroactivity, pastness and prohibition of confiscation), thus in harmony with the other fundamental principles. The head of the executive branch in his act of promulgation of decree 9.101 of July 20, 2017, corroborated the violation of the principle of legality as well as that of nonagesimal precedence. However, in no way could such a violation have occurred, the principles promote legal certainty, as regards the institution and increase of tribute. Therefore, the public entity, not obeying the norms governing the matter of tax, ends up by exercising its power arbitrarily, harming, freedom, confidence, not surprise, those presuppositions that are part of the rules of principles, which are a guarantee that the state and the taxpayer can, in a unified manner, fully reach the payer and collector relationship without prejudice to both parties.
Keywords: .
21
INTRODUÇÃO
A concepção, a origem e evolução do Estado 	podem ser apontadas pela história, que as organizações humanas surgem e se sucedem no sentido de círculos sociais, cada vez mais largos e cada vez maiores integração dos grupos sociais·, sendo, portanto, o Estado consequência de lenta e gradual evolução organizacional de poder. O surgimento o Estado, tal como conhecemos atualmente, tem sua estruturação como conjunto de todas as relações entre os poderes públicos e os indivíduos, ou daqueles entre si, essa formação é apontada pelas lições de Pontes de Miranda. Jelllinek, afirma que o Estado necessita de quatro elementos fundamentais: poder, soberania, população e território.[4: CARVALHO, Gonçalves Kildare, Direito constitucional: Teoria do Estado e da Constituição Direito Constitucional Positivo. 17. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2011. p. 61.][5: KELSEN, Hans, Teoria pura do direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 331.][6: Moraes,Alexandre. Direito constitucional : 29. ed. São Paulo: Atlas, 213, p. 2.][7: Miranda, Jorge, Manual de direito constitucional,t,3,p20 ]
A evolução do Estado consagrou a necessidade da formação do Estado de Direito, sabe-se que atribuído em suas prerrogativas perante sua forma e organização, a fisionomia dos três poderes, de tal maneira que o Estado presta obediência aos três poderes, executivo, legislativo, judiciário, considera-se, deste modo, modelo bem-sucedido, tendo em vista que investe sobre si uma ampla consagração jurídica, que nasceu de um propósito a preservar a liberdade dos homens contra a concentração de poderes e consequentemente abusos por parte de seus governantes, que por meio das receitas públicas, é mantido sua estrutura e seu funcionamento.[8: KELSEN, Hans, Teoria pura do direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 331.][9: CARVALHO, Gonçalves Kildare, Direito constitucional: Teoria do Estado e da Constituição Direito Constitucional Positivo. 17. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2011. p. 417.][10: MADEIRA, Anderson Soares. Manual de direito tributário. 4. ed., rev. ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 2.]
Sabe-se bem que o tributo é de representação específica do Estado, e que por meio de leis imprescindivelmente, à institui, por ser, democraticamente, fruto da vontade do povo.[11: BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 06 set. 2017.][12: PREÂMBULO: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 09 out. 2017.]
O poder Público por meio de sua forma administrativa, e com competência para tanto, deve remeter ao contribuinte, que é todo o indivíduo que se relaciona com Estado nas suas atividades financeiras, a cobrança no que se refere às obrigações tributarias, e este por sua vez, visando o bem comum.[13: COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 1999. p. 32.][14: DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 4.]
Os princípios estruturam o ordenamento jurídico atravessando cada área objeto de regulamentação, Há princípios com gêneros mais aprofundados, outros específicos de determinadas matérias, e outros ainda de maiores especificações. Podem ser expressos ou implícitos, tendo, em qualquer caso, a mesma valência normativa, ensejando a construção de regras para os casos concretos.
Em matéria de direito tributário tende-se levar em conta a rigidez dos princípios tributários, diferente de outras matérias que são orientadas por princípios, é consagrado no direito tributário que para alcance das garantias aos contribuintes, asseguradas pela constituição Federal, não deve ocorrer em hipótese alguma uma afronta a qualquer princípio tributário, quando isso acontece os efeitos podem ser catastróficos e imensuráveis.[15: PAULSEN, Leandro.Curso de direito tributário completoo: 9. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2018. p.81.]
Segurança jurídica, é o que o Estado deve propor para a sociedade quando for, elaborar ou modificar quais quer que seja o tributo, e toda essa estrutura será observada pelos princípios tributários, essa segurança e tão importante que esta demonstrada em nosso preâmbulo constitucional.[16: Ibidem, p.80]
O princípio da segurança jurídica abarca todos os princípios tributários, e entrega proteção, garantia, solidez, resguardo e confiança para os contribuintes, para uma melhor identificação da potencialização normativa do princípio da segurança jurídica, ele pode ser observado, na certeza do direito (legalidade, irretroatividade, anterioridade), intangibilidade das posições jurídicas (proteção ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito), estabilidade das situações jurídicas( decadência , prescrição extintiva e aquisitiva) entre outras tantas situações, todo conteúdo normativo do princípio da segurança jurídica se projeta na matéria tributária.[17: Moraes,Alexandre. Direito constitucional : 29. ed. São Paulo: Atlas, 213, p. 899.]
Ocorre que na atualidade política brasileira, em diversas matérias, não somente no ramo do direito tributaria, muitas premissas que servem para manter a ordem social são deixada de lado, atual cenário econômico, e descontrole total da política brasileira, são usadas como desculpas para aqueles que deveriam proteger a constituição, fazer justamente o contrário, desrespeita-la, e descumprindo com suas obrigações.[18: Ibidem, p481.]
O objeto central desta discussão, Decreto 9.101 DE, 20 de julho de 2017, com o ato do chefe do poder executivo, teve o atrevimento de afrontar dois dos grandes princípios pilares do direito tributário, Principio da Legalidade tributária, prevê que qualquer tributo só poderá ser criado ou modificado por meio de lei especifica,e o Princípio da Anterioridade nonagesimal,garante ao contribuinte prazo temporal de 90 dias entre a publicação da lei instituidora ou majoradora do tributo e sua incidência apta a gerar obrigações tributárias.[19: BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 10 jun.][20: SABBAG, Eduardo.Direito tributário essencial. 5. ed. Ver,atual,e ampl.Rio de Janeiro: forense;São Pulo: MÉTODO Saraiva, 2017.P2.][21: BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 10 jun.][22: PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo: 9. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2018. p.143.]
O art. 150 da carta maior é incontestável, o referido decreto, também não se encaixa nas exceções da legalidade pressuposta no art.153 § 1, , assim como não se encaixa a exceções da anterioridade nonagesimal positivada no art.150 §1, , ou seja tanta a Constituição federal de 1988, quanto o Código Tributário Nacional (CTN), Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966, estão de maneira pura e clara regulando a normativa do decreto 9.101 de 20 de julho de 2017, e com isso comprovando sua afronta aos princípios.[23: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:I - importação de produtos estrangeiros;II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;III - renda e proventos de qualquer natureza;IV - produtos industrializados;V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;VI - propriedade territorial rural;VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 10 jun.][24: Art. 150, § 1º § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.    BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 10 jun.][25: BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 10 junho. 2017.]
Por conseguinte, neste caminho, entendemos que o decreto tratado por este artigo, referente a sua normativa não poderia ter sido elaborado por decreto, mas sim por lei ordinária respeitando assim o princípios da legalidade, no mesmo contexto, ao modificar as alíquotas de PIS E COFINS, sua vigência não poderia ter entrado em vigor no ato de sua publicação mas sim, respeitar o prazo mínimo e 90 dias, respeitando o supradito principio a anterioridade nonagesimal.
Quando enfrentarmos a abordagem direta de cada tema, parte deste artigo, veremos a importância de alguns instrumentos capazes de carregar estas aspirações autênticas para o exame estatal, sejam eles princípios do direito, julgados sobre o tema, posições doutrinárias e a própria norma jurídica, que em seu tempo, corroborarão para aplicação da ideia defendida por este trabalho.
Princípio da Legalidade
Tendo como escopo principal compreender a importância dos Princípios a qual o referido decreto não respeita, é fundamental aprofundarmos de maneira a esclarecer suas aplicações no regime Tributário Brasileiro.
	Entende-se que o Direito Tributário, traz em sua bagagem, alguns princípios norteadores, cujo qual a própria Constituição da República apresenta. Diante do estudo dos princípios, pretende-se sempre ir ao inicio, a base da ciência no qual será explorado todos seus elementos, na carta suprema que se localiza a raiz de toda sua capacidade de limitar o poder de tributar, e é também no livro constitucional que esta disposto os princípios pilares da norma tributária brasileira, o estudo da ciência do direito, sem nenhuma ressalve deve ser feito com respeito aos princípios, essa aplicação vigorosa dos princípios se fortalecia ainda mais no ramo do direito tributário, pois aplicação dos princípios, tanto nos procedimentos tributários assim como na própria matéria de tributo.[26: Schoueri,Eduardo Luis . Direito tributário : 8. ed. São Paulo: Saraiva, 218, p. 287.][27: AMARO,Luciano . Direito tributário brasileiro: 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 194.][28: Schoueri,Eduardo Luis . Direito tributário : 8. ed. São Paulo: Saraiva, 218, p. 288.]
	A legalidade tributaria não pode ser equivocada com a legalidade do art.5 da constituição federal, trata-se, da limitação dos atos civis de fazer ou não fazer decorrente de lei, chamada assim por maioria dos doutrinadores de legalidade geral, compropósito de entender o princípio da legalidade tributária e necessário compreender e localizar sua normativa, apontada no código tributário nacional em seu art.97 possui as explicações especificas ao princípio da legalidade. [29: PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completoo: 9. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2018. p.132.][30: BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 06 set. 2017.]
 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
 
Aproximando-se do que será debatido, tem-se como o mais importante, o instituto da legalidade, que a partir do que trata o artigo 5° da nossa Carta Magna, destaca desta forma o supradito princípio:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.[31: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em 10 setembro 2017.]
	
Nesta forma a Constituição Federal da República aponta a real intenção do legislador concernente à matéria tributária, no qual , o Princípio da Legalidade Tributária, que aborda o teor do artigo 150 que diz: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”.[32: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em 10 setembro 2017.]
	 Ratifica neste transmissor o próprio Código Tributário Nacional que traz desta forma no seu artigo 3º: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
A doutrina se manifesta majoritariamente ao norte do que está posicionado até aqui, Luciano Amaro na obra Direito Tributário Brasileiro, diz o seguinte: 
 O conteúdo do princípio da legalidade tributaria vai além da simples autorização o legislativo para que o estado cobre tal ou qual tributo. É mister que a lei defina in abstracto todos os aspectos relevantes para que in conccreto, se possa determibar quem terá de pagar, quanto, a aquém, a vista de que fatos ou circunstâncias. A lei deve esgotar, como preceito geral e abstrato, os dados necessários à quantificação do tributo, sem que restem à autoridade poderes para, discricionariamente, determinar se “A” irá ou não pagar tributo, em face e determinada situação. Os critérios que definirão “A” deve ou não contribuir, ou que montante estará obrigado a recolher, evem figurar na lei e não no juízo e convivência ou a oportunidade do administrador público .[33: AMARO,Luciano . Direito tributário brasileiro: 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 136.]
O Principio da Legalidade é garantia robusta de quem nenhum tributo será instituído e nem majorada, a não ser através de lei, dessa forma garantido segurança jurídica..[34: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito tributário. 38 ed. São Paulo: Malheiros Editoras, 2017. p. 82.]
O decreto 9.101 de 20 de julho, mostra sua desobediência ao princípio da legalidade, a modificação nas alíquotas referidas no decreto, já mais deveriam ter sido proposta por decreto, mas sim por lei ordinária corrobora com o artigo tratado ate aqui, ação judicial do Distrito Federal 20ª Vara Federal Cível da SJDF, interposta pelo juiz federal CARLOS ALEXANDRE KLOMFAHS, que afirma infração contra o referido princípio[35: PROCESSO: 1007839-83.2017.4.01.3400 - Decisão / 2017 RCB_JNA (Gab. Tit.) CLASSE: AÇÃO POPULAR (66) AUTOR: CARLOS ALEXANDRE KLOMFAHS RÉU: PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: CARLOS ALEXANDRE KLOMFAHS ajuizou a presente Ação Popular, que trafega sob rito especial da Lei nº 4.717/1965, objetivando suspender, liminarmente, os efeitos do Decreto nº 9.101, de 20 de julho de 2017, que aumentaram as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, incidentes sobre a importação e a comercialização de gasolina, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene de aviação e álcool.]
2 Princípio da Anterioridade
O País atualmente e a própria historia do Brasil, desde sua colonização é carregado por quantidades grandes de tributos, a matéria de direito tributário através do seu código tributário nacional, e junto com a carta magna traz consigo, suas normas e seus Princípios, a regulamentação e segurança jurídica desses tributos. Diante de alguns tributos a constituição federal, contenta-se em coibir que a lei crie ou majore tributos, a fatos passados.[36: AMARO,Luciano . Direito tributário brasileiro: 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 120]
A anterioridade é garantia de compreensão antecipada da lei tributária mais onerosa, não se trata apenas de promover previsão ou não surpresa. HUMBERTO ÁVILA diz em sua obra Segurança Jurídica que:” 
Em vez de previsibilidade, a segurança jurídica exige a realização de um estado de calculabilidade. Isso significa a capacidade de o cidadão antecipar as consequências alternativas atribuíveis pelo direito a fatos ou atos, comissivos omissivos, próprios ou alheios, de modo que a consequência efetivamente aplicada no futuro situe-se dentro daquelas alternativas reduzidas e antecipadas no presente”[37: ÁVILA, Humberto. Segurança Jurídica: Entre a permanência, mudança e realização no direito tributário. São Paulo: Malheiros , 20011, p. 587]
		É possível mensurar tamanha importância do manifesto princípio, em relação a disciplina tributária brasileira, alcançamos esse feito quando analisamos outros ramos do direito, para elaboração de leis civis inexiste exigência do princípio, sequer no direito penal, somente no direito eleitoral haveria um instrumento parecido, formulado no art.16 CF, com a redação da EC 4 de 1993, que determina a que a lei que alterar o processo eleitoral não se aplica à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.[38: PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo: 9. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2018. p.140.]
É de suma importânciaressaltar que apesar do STF, em terminados casos apontar o princípio a Anualidade, como base em muitas decisões, quando na verdade muitos dos temas tratados, são de matéria estrita para o princípio da Anterioridade, é de entendimento passivo da maior parte da doutrina que esses dois princípios não devem ser confundidos já mais. [39: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito tributário. 38 ed. São Paulo: Malheiros Editoras, 2017. p. 37.]
O principio da Anualidade tem especificações distantes do princípio da Anterioridade, diante do exposto, que somente com autorização do Poder Legislativo, mediante no orçamento anual possa ser cobrado tributo. Nota-se que, os princípio da anualidade e da anterioridade efetivamente não se confundem. O princípio da anterioridade relata que nenhum tributo pode ser cobrado sem que a lei que o institui, ou aumentou, tenha sido publicada antes do início o exercício da cobrança.[40: bidem, p. 37][41: AMARO,Luciano . Direito tributário Brasileiro: 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 137]
O princípio da anualidade é diferente por que, segundo ele além da lei de criação ao amento do imposto, é de suma importância que aja previsão da cobrança no orçamento de cada ano. A previsão de cobrança estipulada no orçamento anual. [42: ÁVILA, Alexandre Rossato da Silva. Curso de Direito tributário. 6 ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011, p. 27]
Vale apena ressaltar que a intenção do artigo científico é comprovar que os princípios tributários, são pilares do tributo brasileiro com isso não podem ser menosprezados, no mesmo entendimento segue, posição adotada pelo Ministro Celso de Mello, relata em seu voto, que o Princípio da Anterioridade é garantia que não pode ser afastada sequer por emenda constitucional. [43: O princípio da anterioridade da lei tributário, além e constituir limitação ao poder impositivo do Estado, representa um dos direitos fundamentais mais importante outorgados pela Carta da República ao universo dos contribuintes (....) O respeito incondicional aos princípios constitucionais evidencia-se como dever inderrogável do poder público. A ofensa do Estado a esses valores que desempenham, enquanto categorias fundamentais que são, um papel subordinante na própria configuração dos direitos individuais ou coletivos, introduz um perigoso fator de desequilíbrio sistêmico e rompe, por completo, a harmonia que deve presidir as relações sempre tão estruturalmente desiguais entre pessoas e o poder.(...) os princípios constitucionais tributários, sobre representarem importante conquista politico-jurídica dos contribuintes, constituem expressão fundamental dos direitos outorgados, pelo ordenamento positivo, aos sujeitos passivos das obrigações fiscais. Desde que existam para impor limitações ao poder de tributar esses postulados têm por destinatários exclusivo o poder estatal, que se submete, quaisquer que sejam os contribuintes, à imperatividade de suas restrições.CF.ADINn, 939-7-DF-medida cautelar, Rel.Min.Sydney Sanches, j.15.09.1993,D.J.U. 17.12.93,P28.067.Repertório IOB de jurisprudência, ementa 1 /7025]
 Com tudo, o Principio da Anterioridade traz com muita força jurídica, para a grande maioria dos tributos, que por sua vez só possa ser modificado ou majorado, no mesmo exercício financeiro que haja sido publicada a lei que criou o ou aumentou, através do art.150,III,b que prevê essa vedação.[44: Ibidem, p. 120( botar o artigo)]
Neste encadeamento mostra-nos a seguinte emenda: do acórdão número 70074496399 (Nº CNJ: 0213754-25.2017.8.21.7000) da 21° Câmara Cível de Porto Alegre que julgou a Apelação civil :
apelação cível. ação declaratória DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Taxa prevista na Lei Estadual n. 14.379/2013. inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte. Violação dos princípios da anterioridade E nonagesimal. 
Reconhecimento de inconstitucionalidade da Lei Estadual n. 14.379/2013, editada em 31 de dezembro de 2014, no ponto em que determina retroagir seus efeitos a 23 de junho de 2014, em flagrante violação aos princípios da anterioridade nonagesimal e do mesmo exercício financeiro. Art. 150, inciso III, letras ‘b’ e ‘c’, da Constituição Federal. Entendimento do Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
Apelação desprovida.[45: RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Apelação Civil n70074496399. Agravante: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Agravado: LATICINIOS BELA VISTA LTDA: Des. DES. Arminio José Abreu Lima da Rosa, Vigésima primeira Câmara Civil, 23 de agosto 2017. Diário de Justiça, Porto Alegre, 23 de agosto de 2017.Disponível em; http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=700744966399, Acesso em 9 outubro 2017.]
O Princípio da Anterioridade protege a sociedade contra as surpresas fiscais, limitando o poder de tributar do estado, fazendo com que seja negada, uma nova tributação mantendo o planejamento ficais dos contribuintes. [46: BARRETO,Pedro Menezes Tindade, . Gabaritando Tributário: 2. ed. Rio de Janeiro: Impetus , 2012, p. 161]
Princípio da Anterioridade Nonagesimal
Positivado na constituição de 1988, no art.150, III, traz a norma o conceito da Anterioridade, o artigo refere-se que é vedada a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro que haja sido publicado a lei que o aumentou ou alterou, dessa maneira o tributo passava a vigorar em primeiro de janeiro, do exercício posterior à criação da lei. [47: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito tributário. 32. ed. São Paulo: Malheiros Editoras, 2011. p. 35]
No ano de 2003, houve a necessidade de observar o intervalo de noventa dias após a publicação da lei para que, esta tenha validação , essa normativa se deu através da Emenda Constitucional n.42 alterando por outra vez o princípio da Anterioridade .[48: AMARO,Luciano . Direito tributário brasileiro: 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 147.][49: Schoueri,Eduardo Luis . Direito tributário : 8. ed. São Paulo: Saraiva, 218, p. 329]
Analisar, pois, que adiante das regras, haverá varias exceções expressas no texto da carta suprema, um tributo exigido em 1 de janeiro de um ano, carecerá a lei que o concebeu ter sido publicada até o dia 3 de outubro do ano anterior, ou seja 90 dias antes da publicação, desse modo o princípio da anterioridade encontrasse positivado na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional.[50: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b.§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)]
O legislador compreendeu que para aumentar a segurança tributária, alguns tributos deveriam não somente respeitar o exercício financeiro ao ano em que foi instituída a lei, dessa maneira foi acrescido no texto constitucional em seu art 150 alínea “c” do inciso III, através da emenda constitucional 42, de 19.12.2003, vedando a cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias da data que tenha sido publicada, a lei que criou ou aumentou.[51: BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 06 set. 2017.]
As duas diretrizes das Anterioridades se aplicam em todas as espécies tributarias, impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios [52: Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os que constam deste Título, com as competências e limitações nele previstas.Art. 18. Compete:I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 out. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em: 06 set. 2017.][53: PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo: 9. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2018. p.142.]
 Nota-se do texto acima, que a aplicação do Princípio da Anterioridade exigira extremo cuidado, já que, conforme o tributo em questão, regra inversa poderá ser aplicada. Eis a dinâmica exposta pelo doutrinador Leandro Pausen, a modo de exemplificar as exceções das anterioridades.
O art. 150 § 1º,atento ao uso extrafiscal de certos tributos diz que não se aplica anterioridade de exercício ao empréstimo compulsório de calamidade ou guerra, aos impostos de importação e de exportação, sobre produtos industrializados e sobre operações de credito, câmbio, seguros e operações com títulos e valores mobiliários, tampouco ao imposto extraordinário de guerra. E diz que não se aplica a anterioridade nonagesimal ao empréstimo compulsório de calamidade ou guerra, aso impostos de importação e de exportação, ao imposto de renda e sobre operações de crédito, câmbio, seguros e operações com títulos e valores mobiliários, ao imposto extraordinário de guerra e à fixação da base de calculo de IPVA e do IPTU.O art. 155 § 4º,IV,c, permite que as alíquotas o ICMS sobre comercialização de combustíveis e lubrificantes sejam reduzidas e restabelecias sem observância da anterioridade o exercício art. 177, § 4º, estabelece exceção idêntica para a cide-combustíveis. Por fim, o art.195, § 6 º, submete as contribuições e seguridade social exclusivamente á anterioridade nonagesimal, excluindo a aplicação da anterioridade de exercício. Anterioridade prevista no art.195, § 6 º, da CF, tem sido chamada pela doutrina e pela jurisprudência e anterioridade nonagesimal, especial ou mitigada. Basta a observância o decurso de noventa dias, ainda que no curso de um mesmo ano, para que se possa ter a incidência válida de nova norma que institua ou majore contribuição de seguridade social. [54: PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo: 9. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2018. p.144]
	A pesquisa mostra até aqui a possível afronta a que o decreto mencionado no trabalho, faz contra o Principio da Anterioridade Nonagesimal, com o mesmo entendimento da pesquisa, veja o que diz Hugo de Brito Machado:
As contribuições de seguridade social não se submetem à limitação do art.150,III,”b”.Podem ser criadas ou amentadas por lei publicada no curso do exercício financeiro, mas subordina-se à exigência da anterioridade de 90 dias (art.195, § 6).[55: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito tributário. 32. ed. São Paulo: Malheiros Editoras, 2011. p. 35]
No tangente das ideias da referida pesquisa juntamente com entendimento da supremacia doutrinaria, faz-se também o entendimento dos tribunais federais assim como a seguinte ementa:
Ementa: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. DESPESAS FINANCEIRAS. ‘DEDUÇÕES. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL LEIS N. 10.637 /02 E 10.833 /03. CRÉDITOS SOBRE ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO DE BENS E DIREITOS. DEDUÇÕES. LEI N. 10.865 /04. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Ao suprimir as exclusões autorizadas anteriormente, a Lei n. 10.865 /04, violou o princípio da anterioridade nonagesimal, tendo em vista que houve aumento da base de cálculo da COFINS a partir da data de sua publicação. 2. Assim, em observância ao princípio insculpido no art. 195 , § 6º , da Constituição Federal , somente é exigível a exação nos moldes da Lei n. 10.865 /04, após 29 de julho de 2004, quando decorridos noventa dias de sua publicação. 3. As alterações introduzidas pela Lei nº 10.865 /04, ao art. 3º , § 1º , III , da Lei n. 10.637 /02 ( PIS ) e ao art. 3º , § 1º , III da Lei n. 10.833 /03 (COFINS), no sentido de vedar o desconto de créditos relativos à depreciação ou amortização de bens e direitos de ativos imobilizados adquiridos até 30 de abril de 2004 não ofendem o disposto no § 12 do art. 195 da Constituição Federal . 4. O texto constitucional outorgou à lei autorizar exclusões e vedar deduções de determinados valores para fins de apuração da base e cálculo das contribuições ao PIS e COFINS. 5. 
Apelação parcialmente provida.[56: SÃO PAULO. tribunal regional federal da 3 região AMS. Apelação Civil n. 0017094-33.2004.4.03.6100 Agravante: ESTAD DE SÃO PAULO. Dispinível em: https://trf1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/178071883/apelacao-civel-ac-103719220044013500,Acesso em 9 outubro 2017.arrumar]
Em conformidade com o entendimento majoritário dos tribunais, os contribuintes ficaram resguardados, pelo respeito ao prazo de no mínimo noventa dias, ainda que tenha virado o exercício anual.[57: BARRETO,Pedro Menezes Tindade, . Gabaritando Tributário: 2. ed. Rio de Janeiro: Impetus , 2012, p. 162]
4 Tributos
Para atingir o conhecimento da questão no qual a pesquisa vem a questionar, é de suma importância aprofundar outros aspectos do Direito tributário.
O regulamento dos tributos é efetuado pelo Direito Tributário Brasileiro, tributo é modelo, encontrando-se em diversas estirpes: taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais, empréstimos compulsórios, entre outros tantos que existem atualmente. 
Através do Código Tributário Nacional, é possível acentuar a definição exata de tributo no texto normativo que se refere da seguinte forma, no seu artigo 3º: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.[58: ÁVILA, Alexandre Rossato da Silva. Curso de Direito tributário. 6 ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011, p. 20 ]
Em relação a suas funções, o tributo brasileiro tem como escopo principal objetivo arguir receita para o estado. Na atualidade o estando vem usando dessa prerrogativa para influenciar na economia privada, influenciando em setores econômicos, atividades econômicas, regiões, ou ate mesmo enfraquecendo o consumo de certos bens, dessa maneira provocando variados impactos na economia.[59: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito tributário. 32. ed. São Paulo: Malheiros Editoras, 2011. p. 68]
A doutrina em geral aponta a função extra fiscal, que é a função demonstrada nos dias de hoje, no qual o estado intervém através dos tributos para manipular a economia estatal.
Dessa mesma forma a doutrina majoritária traz o entendimento de três funções, a extra fiscal já mencionada, quando seu principal objetivo é interferir no plano econômico,a fiscal, seu propósito é baseado na arrecadação de fins para o estado, e a parafiscal, essa função traz grandes questionamentos, seu objetivo e arrecadar para custear atividades que não integram funções diretamente do estado, mas tais recursos são desenvolvidos através de entidades específicas, o questionamento que se faz, é dado por tais recursos partirem de setor privado para o estado. [60: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito tributário. 32. ed. São Paulo: Malheiros Editoras, 2011. p. 68 arrumar]
	
5 Contribuição como espécie de Tributo 
	
Historicamente as contribuições não tinham cunho de espécies tributárias, antes da Constituição Federal de 1988, e as constituições anteriores assim como Código Tributário Nacional e seus decretos que organizavam a matéria de Direito Tributário Brasileiro, adotavam como espécies de tributos, três espécies, eram elas: impostos, taxas, e contribuições de melhoria. [61: ÁVILA, Alexandre Rossato da Silva. Curso de Direito tributário. 6 ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011, p. 117 ]
Com a carta magna consumada em1988, o sistema tributário nacional traz em seu art.149, caput as contribuições como espécie de tributo, abrindo uma ressalva para as contribuições previdenciárias, que embora esteja positivado no art. 195 da carta suprema, é possuidora de feição tributária.[62: Ibidem p. 117]
Ao encontro da posição adotada na pesquisa, o legislador aponta no art. 149 caput, o escopo principal de a pesquisa enaltecer a força jurídica dos princípios, a seguir será abordado tamanha robustez dos princípios tributários, o Princípio da legalidade, Princípio da Anterioridade, e principalmente o princípio da Anterioridade Nonasegimal, definido que as contribuições devem respeitar a anterioridade o exercício financeiro, e a mínima de 90 dias. [63: PAULSEN, Leandro. Direito tributário constituição e código tributário: à luz da doutrina e da jurisprudência. 12. ed. Porto Alegre: Livraria do advogado editora, 2010, p. 203.]
6 PIS & COFINS
Para compreendermos de maneira mais clara a violação do decreto exposto na pesquisa, é preciso adentrar em outras matérias do sistema tributário brasileiro de tal modo a compreender duas das contribuições mais atuais no regime tributário. [64: PAULSEN, Leandro. Direito tributário constituição e código tributário: à luz da doutrina e da jurisprudência. 12. ed. Porto Alegre: Livraria do advogado editora, 2010, p. 434]
A COFINS esta materializada na carta suprema em seu art.195 no titulo VIII, LEI COMPLEMENTAR N° 70, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1991, que vem tratar da ordem social, tal contribuição e destinada à garantir direitos sociais, entre eles direito à saúde, à previdência e à assistência social.[65: Alexandrino, Vicente. Marcelo e Paulo . Direito tributário na constituição e no STF. 17 ed. São Paulo: Editora Metodo Ltda 2014, p.337]
Essa contribuição deve ser financiada por toda sociedade, sendo de responsabilidade da União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, destinarem de maneira correta seus recursos. [66: Ibidem p.335]
Indo ao encontro da presente pesquisa, a doutrina menciona a seguridade social, prevista no titulo VIII, da Carta Suprema que vem tratar da ordem social, há uma atenção especial para as contribuições destinadas ao seu financiamento, desse modo, tais contribuições embora sejam sócias, elas se diferenciam por ser destinadas especificamente ao seu financiamento, tendo tratamento especifico da constituição federal com seus limites materiais traçados na Constituição: faturamento, lucro, receita de concurso de prognósticos, (Art.195 da CF). [67: ÁVILA, Alexandre Rossato da Silva. Curso de Direito tributário. 6 ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011, p. 122]
Essa contribuição voltada diretamente para financiar a seguridade sujeitam-se apenas à anterioridade especial de 90 dias, já as outras são regidas pelo exercício financeiro. Dessa maneira ressalta-se que não basta que seja uma contribuição social como as muitas citadas, mas é preciso que seja direta a seguridade social, assim como a COFINS. [68: Ibidem p. 123]
Assim como a COFINS o PIS, denominado Programa de Integração social, que tem sua principal finalidade arrecadar para garantir o custeio do seguro desemprego, abono salarial, estando presente em quase toda cadeia de produção do sistema brasileiro, pois é inserido no faturamento das receitas das empresas sendo elas publicas ou privadas.
Instituído pela lei complementar LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7 DE SETEMBRO DE 1970, o PIS é considerado uma contribuição de porte social, e por isso a duas contribuições são muitos semelhantes e por muitas vezes são encontradas juntas.[69: BRASIL. LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7 DE SETEMBRO DE 1970. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp07.htm . Acesso em: 10 de outubro de 2017]
7 Decreto 9.101 DE, 20 de julho de 2017 
	Apontado até o momento na presente pesquisa os princípios tributários no qual o referido decreto não obedeceu, será abordado a partir daqui quais pontos específicos do decreto.
	O decreto traz em sua narrativa a majoração das alíquotas de PIS e COFINS, para o aumento de combustível, com base na alteração do Decreto nº 5.059, de 30 de abril de 2004, e também alteração no Decreto nº 6.573, de 19 de setembro de 2008. [70: ]
	seu texto de forma integral viola o Principio da Legalidade, essa majoração nas referidas contribuições só poderiam ter sidos elaboradas por meio de lei complementar, e em seu artigo terceiro fica comprovado a ofensa ao Principio da Anterioridade Nonagesimal, tais contribuições entrariam em vigor após noventa dias da data e sua publicação, indo contra o mencionado artigo terceiro, que menciona a entrada em vigor na data de sua publicação.[71: BRASIL DECRETO Nº 9.101, DE 20 DE JULHO DE 2017. Altera o Decreto nº 5.059, de 30 de abril de 2004, e o Decreto nº 6.573, de 19 de setembro de 2008, que reduzem as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS incidentes sobre a importação e a comercialização de gasolina, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene de aviação e álcool.” Acesso em: 10 de outubro de 2017 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9101.htm.”]
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O entendimento que se propõe, tangente ao que foi exposto, sem dúvidas recebe cobertura nas mais importantes fontes relacionadas à matéria. A vigência do decreto 9101 frente ao principio da legalidade e ao princípio da anterioridade, não se coloca como objeto de debates no âmbito da legislação tributária, tampouco constitucionalmente, o que consequentemente ampara a jurisprudência, assim exposta neste artigo, bem como a doutrina, pela representação dos mais renomados juristas observados.
A matéria tributária por meio do Código tributário Nacional,e os princípios constitucionais elencados na suprema carta, rege a obrigação do estado obedecer as limitações do poder de tributar. Neste sentido, deve o Estado se ater ao disposto desta lei, se submetendo ao que diz a Constituição, quando assim, aquele recebeu status de lei complementar.
O Ente Público na sua atribuição recebida pela Carta Maior, tem, por razões diversas a que deveria prevalecer, criando e modificando tributos sem obedecer os princípios tributários elencados no trabalho. O princípio da legalidade, intensamente abordado neste estudo, retém pouquíssimo a atenção da Administração Pública, no que se refere às criações e modificações de determinados tributos.
Assim como a total violação no princípio da anterioridade nonagesimal, em relação ao prazo de 90 dias para que possíveis modificações possam começar a vigorar respeitando o prazo.
Como é de conhecimento geral, o Estado não contempla as necessidades sociais na sua plenitude, mas este não é o embasamento, tampouco razão licita, e nem ao menos a maneira a se percorrer, de se fazer valer por ações ilegais ao se utilizar de bens particulares,para atingir tal obrigação. Ademais, está posto, com o que vem ocorrendo, o pouco caso frente à segurança jurídica, que se firma em um Estado onde se cumprem as exigências legais.
O princípio da legalidade é o instituto mais importante em um Estado de Direito. É ele que impede que o Poder atue com arbitrariedades. É ele que protege os direitos e liberdades individuais. 
A resistência do ente frente aso princípios tributários não surtem efeitos, o estado deve obedecer seus limites tributáveis. O Estado deve, veementemente, neste sentido, ser criticado e aconselhado à mudança de costume, pois, o contribuinte necessita de sua segurança jurídica .
 A legalidade tributaria assim como o princípio a anterioridade nonagesimal são pilares de garantia de não surpresa frente obrigações tributáveis . O Estado deve, por tudo o que foi exposto, já mais em nenhuma hipótese ignorar os princípios citados no trabalho, em relação a criação modificação de impostos, assim como seu prazo legal para que possa começar a vigorar quaisquer que seja sua normativa. Não há, fundamento jurídico que resguarde entendimento oposto.
REFERêNCIAS

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