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Contabilidade Pública

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Disciplina: Contabilidade Pública
Prof.: Luciana Mattos
Rio de Janeiro, 08/08/17
AV 1 = 10 pontos
AV 2 = 8 pontos + atividade complementar = 2 pontos
AV 3 = 10 pontos
Definição de Contabilidade Pública:
Vem sendo o ramo da contabilidade que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos da fazenda pública, patrimônio público e suas variações.
Porém, a contabilidade pública por mais relevante, é o balanço de resultados que trata da despesa e receita, de que forma foi arrecadado o dinheiro e como foi aplicado. Outra diferença é que a contabilidade na área pública visa a gestão, ao contrário da privada que visa o lucro.
A Lei 4.320/64 regulamenta a contabilidade pública, e é conhecida como a lei das finanças públicas.
Portanto, seu escopo relaciona-se ao controle e gestão dos recursos públicos. Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) (Lei complementar 101/2000), a contabilidade pública alcançou uma maior importância e valorização.
LRF:
Esta lei deu forma ao Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), definiu o que compõe esse relatório e o que se publica dessas informações. Também trouxe como inovação o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), que visa demonstrar se foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na LRF, outra inovação, é que a lei exigiu que as receitas vinculadas tenham contabilização transparente.
A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade a contabilidade, seja na área federal, estadual, municipal ou no DF, e tem como base principal a Lei 4.320 de 17/03/1964 que instituiu normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, estado, município e DF.
Registros:
A contabilidade pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa, estabelecida no orçamento público aprovada para o exercício, escritura a execução orçamentária, faz comparação entre a previsão e a realização, controla as operações de crédito (Valores da dívida ativa e obrigações), revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio.
Também está interessada em todos os atos praticados pelo administrador/gestor, sejam eles de natureza orçamentária, ou sejam meramente administrativos.
Objeto:
De qualquer contabilidade é o patrimônio e a contabilidade pública não está interessada somente no patrimônio e suas variações, mas também no orçamento e sua execução.
Objetivo:
É o de fornecer aos gestores informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de decisões, aos órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da legislação, e as instituições governamentais e particulares com informações de interesses próprios.
Rio de Janeiro, 15/08/2017
Administração Orçamentária e Financeira:
A lei do orçamento contém a discriminação da receita a ser arrecadada e a despesa a ser realizada.
Orçamento Público:
- Previsão dos valores a receber = Receitas
- Fixação dos valores a pagar = Despesas
Lei do orçamento (Orçamentos anuais):
A Lei 4.320/64, em seu artigo 2º, estabeleceu: 
Que a Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar o político econômico-financeiro e o programa de trabalho do governo obedecidos aos princípios e unidades, universalidade e anualidade.
Princípios Orçamentários:
Ele prevê a unidade, universalidade ou periodicidade, exclusividade, especificação, não afetação da receita, equilíbrio e orçamento bruto.
Esferas do Orçamento:
Contempla as áreas fiscal, seguridade social e investimentos em estatais.
Ações ligadas à Esfera da Seguridade Social:
Áreas contempladas: Saúde, Previdência e Assistência Social.
Esferas da Lei Orçamentária:
- Fiscal e Seguridade Social = Lei 4.320/64
- Investimentos em Estatais = Lei 6.404/76
Leis que tratam da matéria orçamentária:
PPA – 4 em 4 anos
Cargos políticos: 4 em 4 anos
Exemplo:
	ANOS
	2009
	2010
	2011
	2012
	2013
	2014
	MANDATO ANTERIOR
	3º ano PPA
4º ano de mandato
	4º ano do PPA
	
	
	
	
	MANDATO ATUAL
	
	Elaboração do PPA 
(1/Jan à 30/ Ago)
1º ano de mandato 
	1º ano PPA
2º ano de mandato
	2º ano PPA
3º ano de mandato
	3º ano PPA
4º ano de mandato
	4º ano PPA
	PPRÓXIMO MANDATO
	
	
	
	
	
	Elaboração do PPA
(1/Jan à 30/ Ago)
1º ano de mandato
Estabelece diretrizes, objetivos e metas para a despesa de capital e outras delas decorrentes, e as relativas aos programas de duração continuada. Seu tempo de vigência é de 4 anos em função do mandato do chefe do poder executivo, seu período de elaboração é de 1 de Janeiro à 31 de Agosto do primeiro ano do mandato presidencial, estadual ou municipal.
O período de aprovação no âmbito do Poder Legislativo é de 1 de Setembro à 22 de Dezembro do primeiro ano do mandato. Já o período de execução/revisão é de 1 de Janeiro do segundo ano de mandato até 31 de Dezembro do primeiro ano do mandato subsequente.
As metas físicas e financeiras abrangem o período de 4 anos e representa o planejamento estratégico.
Rio de Janeiro, 22/08/17
* Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO):
Compreende as metas e prioridades da administração pública, incluindo a despesa de capital para o exercício subsequente, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece política de aplicação das agências financeiras oficiais do fomento. Seu tempo de vigência é de 18 meses, ou seja, 6 meses orientando a elaboração e 12 meses orientando a execução e alteração da LOA. O seu período de elaboração é de 1 de Janeiro à 15 de Abril de cada ano.
Já o período de aprovação do âmbito do Poder Legislativo é de 16 de Abril à 17 de Julho de cada ano. Seu período de execução/revisão é de 18 de Julho à 31 de Dezembro no tocante a orientação para a elaboração da LOA, e de 1 de Janeiro à 31 de Dezembro do ano subsequente, quanto a orientação para a execução e alteração da LOA.
Suas metas físicas e financeiras são determinadas: As metas físicas alcançam apenas 1 ano e não são estabelecidas metas financeiras. A LDO representa o planejamento tático.
* Lei do Orçamento Anual (LOA):
Os objetivos principais: Estimar a receita e fixar a despesa, seu tempo de vigência é de 1 ano (Exercício financeiro), seu período de elaboração é de 18 de Julho à 31 de Agosto de cada ano.
O período de aprovação no âmbito do Poder Legislativo é de 1 de Setembro à 22 de Dezembro de cada ano. O período de execução/revisão é de 1 de Janeiro à 31 de Dezembro.
As metas físicas e financeiras alcançam o período de 1 ano, a LOA representa o planejamento operacional.
* Créditos Orçamentários:
É a autorização dada na lei do orçamento.
* Créditos Adicionais:
É a autorização dada nas leis sucessivas ao orçamento, cuja finalidade é atender as despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei do orçamento.
* Classificação de Créditos Adicionais:
Suplementares, Especiais e Extraordinários.
* Recursos disponíveis para abertura de crédito adicional:
Superávit financeiro, excesso de arrecadação, anulação de dotações, operações de créditos, reserva de contingência e recursos do Planejamento da Lei Orçamentária Anual (PLOA), cuja as despesas foram vetadas, emendadas ou rejeitadas.
* Créditos Adicionais podem ser:
- Suplementares = Reforço de dotação
- Especiais e Extraordinários = Novas dotações
OBS: É oportuno lembrar que a autorização para a abertura de crédito suplementar poderá, até determinada importância, estar contido na própria lei do orçamento, conforme CF/88 Art 165, Parágrafo 8º da Lei 4.302/64, também cita o Art 7º, no item I.
* Descentralização Orçamentária:
Movimentação da autorização da despesa da unidade orçamentária para unidade administrativa.
- Destaque:
Descentralização externa de créditos orçamentários (entre unidades administrativas de órgãos diferentes).
- Provisão:
Descentralização interna de créditos orçamentários (entre unidades administrativas de um mesmo órgão).
- Programação Financeira:
Procedimentos de solicitação, aprovação e liberaçãode recursos financeiros entre os órgãos central, setorial e executor de despesa orçamentária.
- Cota Financeira:
Liberação de disponibilidades financeiras do órgão central para o órgão setorial de programação financeira.
- Repasse:
Descentralização externa de disponibilidade financeira (entre unidades administrativas de órgãos diferentes).
- Sub-Repasse:
Descentralização interna de disponibilidades financeiras (entre unidades administrativas de um mesmo órgão).
* Ciclo Orçamentário:
1º Elaboração do Projeto;
2º Apreciação, Aprovação, Sanção, e Publicação – (A aprovação do projeto);
3º Execução da Lei;
4º Acompanhamento e aprovação – (A aprovação da lei)
* Elaboração e aprovação: Etapas acompanhadas pelo SIDOR (Sistema Integrado de Dados Orçamentários).
* Execução e avaliação: Etapas acompanhadas pelo SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal).
OBS: A unidades executoras são aquelas que efetivamente realizam o gasto, ou seja, executam a despesa orçamentária. 
Rio, 12/09/17
*Autarquias:
Em termos de autarquias, podemos dizer que é uma entidade integrante da administração pública indireta criada pelo próprio governo através de leis específicas para exercer uma função típica exclusiva do estado (independem de registro e são organizadas por decreto). Exemplo: INSS, UFRJ, IBAMA e etc.
*Empresas públicas:
São empresas com personalidades jurídicas de direito privado, integrantes da administração pública indireta que exercem funções atípicas e as normas que incidem nessas entidades são em sua maioria de direito privado proveniente do código civil.
São autorizadas por lei específica a funcionar como prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade econômica.
Exemplo: CEF, Infraero, Correios e etc.
*Sociedade de Economia Mista:
Empresas com personalidade jurídica de direito privado integrante da administração pública indireta e exerce funções atípicas. As normas que incidem a essas entidades são de maior de direito privado, e seu capital social é constituído com recursos públicos e privados, sendo a maior parte das ações de propriedade do estado.
Assim, o governo sempre mantém o controle dessas empresas, que terão necessariamente a forma societária de S.A., para que seja possível a integralização do seu capital social com dinheiro privado.
Exemplos: BB, Petrobrás e etc.
*Fundações públicas
São entidades integrantes da administração pública indireta formada por um patrimônio personalizado destacado por um fundador, para uma finalidade específica. Não pode ter como fim o lucro, mas nada impede que pelos trabalhos desenvolvidos o lucro aconteça, nesse caso, essa receita não poderá ser repartida entre seus dirigentes, devendo ser aplicada na função específica para qual foi criada, ou seja, no âmbito interno da própria fundação.
Rio, 19/09/17
*Fundações Privadas:
São regulamentadas pelo Código Civil e não tem em seu patrimônio recursos públicos, portanto, não compõem a administração pública indireta, razão pela qual não serão objeto de estudo pela contabilidade pública. 
Exemplos: Fundação Roberto Marinho, Fundação Airton Sena e etc.
*Princípios da Administração Pública (Lei 4.320/64)
Conceitos:
São regras que servem de interpretação das demais normas jurídicas, apontando os caminhos que devem ser seguidos pelos aplicadores da lei. Os princípios procuram eliminar lacunas, oferecendo coerência e harmonia para o ordenamento jurídico, que deve submeter-se ao artigo 37 da CF/88. Como regra geral, a administração direta e indireta de qualquer dos poderes da União, Estado, DF e Municípios, assim como as Autarquias, Fundações Públicas, Agências Reguladoras, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, também estão submetidas a esses princípios, são eles:
- Princípio da Legalidade:
É o fundamento do estado democrático de direito, tendo por fim combater o poder arbitrário do Estado. Os conflitos devem ser resolvidos pela lei e não mais através de força.
Quando o princípio da legalidade menciona LEI quer referir-se a todos os atos normativos primários que tenham o mesmo nível de eficácia da lei ordinária.
“ Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. ” 
(Artº 5, Inciso 2, CF/88)
- Princípio da Impessoalidade:
A administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos administradores, ficando proibida de estabelecer discriminações gratuitas, podendo fazer discriminações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas caracterizam abuso de poder e desvio de finalidade, que são espécie de gênero da ilegalidade.
- Princípio da Moralidade:
 A administração deve atuar com moralidade, isto é, de acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio integra o conceito de legalidade, decorre a conclusão de que o ato imoral é o ato ilegal, ato inconstitucional e portanto, o ato administrativo estará sujeito a um controle do poder judiciário.
- Princípio da Publicidade:
A administração tem o dever de manter plena transparência de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam solicitadas em razão dos interesses que ela representa quando atua.
- Princípio da Eficiência:
A administração pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesa (Binômio = Qualidade de serviços + Racionalidade dos gastos).
É relevante lembrar que mesmo antes da inclusão deste princípio na CF/88 (Emenda Constitucional 19/98), a administração já tinha a obrigação de ser eficiente na prestação de serviços.
- Princípio da Isonomia ou Igualdade Formal:
A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator de descriminação utilizado no caso concreto estiver relacionado com o objetivo da norma, pois caso o contrário ofenderá o princípio da isonomia.
A lei só pode tratar as pessoas de maneira diversa se a distinção entre elas justificar tal tratamento, senão será inconstitucional. A igualdade não exclui a desigualdade de tratamento indispensável em face da particularidade da situação.
- Princípio da Motivação
A administração está obrigada a motivar todos os atos que edita, pois quando atua representa interesses da coletividade. É preciso dar motivação dos atos ao povo, pois ele é o titular da coisa pública. 
- Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público:
A execução de um serviço público não pode vir a ser interrompida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em paralisação total da atividade, caso o contrário será inconstitucional (Artº 37, inciso 7, CF/88).
- Princípio da Razoabilidade:
O poder público está obrigado, a cada ato que edita mostrar, a pertinência em relação a previsão abstrata em lei e os fatos em concreto, que foram trazidos a sua apreciação. Este princípio tem relação com o princípio da motivação.

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