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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS DETERMINAÇÃO DE ÁGUA EM SÓLIDOS Relatório apresentado como parte das exigências da disciplina Química Analítica Experimental Aplicada a Bioprocessos sob responsabilidade da professora Ana Maria de Oliveira. Emílio da Costa dos Santos Erika Aparecida Portis Justino Maria Fernanda Attademo Furtado Matheus Henrique Nogueira Amaral OURO BRANCO - MG JUNHO/2015 2 DETERMINAÇÃO DE ÁGUA EM SÓLIDOS RESUMO A análise gravimétrica é um método analítico quantitativo baseado na determinação de um elemento ou um composto em uma amostra por pesagem direta ou indireta. Esse tipo de análise apresenta vantagens como: operações de forma unitária, fácil execução e boa reprodutividade, além de utilizar equipamentos de baixo custo e de fácil acesso. Porém esse método apresenta pontos negativos, como o longo tempo necessário para a execução de todos os passos. Uma enorme variedade de substâncias sólidas encontradas na natureza contém água ou elementos que a formam, a quantidade de água nos sólidos é variável e depende da umidade e temperatura do ambiente. A água ligada a estes sólidos se apresenta mediante ligações de coordenação covalentes, que são mais fracas e por esta razão podem ser facilmente eliminadas através do aquecimento. O experimento objetivou determinar o teor de água em uma porção de cloreto de bário dihidratado (𝐵𝑎𝐶𝑙22𝐻2𝑂). Pesou-se a amostra sólida em um pesa-filtro e submeteu a amostra ao aquecimento em estufa, em seguida, a vidraria foi colocada em um dessecador até seu resfriamento. Esse processo foi repetido várias vezes até que a amostra, quando pesada, apresentasse peso constante. A porcentagem de água retirada da amostra foi menor do que o esperado (7,53%). Alguns erros operacionais podem ter ocorrido durante o procedimento, interferindo na acurácia dos resultados, como: manuseio incorreto da vidraria, pesagem com a vidraria ainda quente, dentre outros. 1 – RESULTADOS E DISCUSSÃO Há dois tipos de água presentes em sólidos, a água essencial e a água não essencial. No caso, a água contida no cloreto de bário é considerada uma água essencial, pois o composto tende a absorver a umidade atmosférica para gerar um dos seus hidratos mais estáveis. À temperatura ambiente e umidade relativa entre 25% e 90%, o cloreto de bário dihidratado (𝐵𝑎𝐶𝑙22𝐻2𝑂) é a espécie mais estável. (SKOOG et al., 2007). Procurando analisar a porcentagem de água da amostra, pesou-se cerca de 1,0g de cloreto de bário dihidratado em um pesa-filtro. A água presente na amostra sólida é chamada água de adsorção, pois está retida na sua superfície. A determinação quantitativa da água 3 adsorvida é feita pelo aquecimento do sólido em estufa, a cerca de 105ºC, até que o sólido apresente peso constante (BACCAN et al., 2001). Quando a vidraria é submetida ao aquecimento ocorre o fenômeno mostrado pela Equação 1. 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 + 𝐻2𝑂(𝑎𝑑𝑠.) ⇄ 𝐻2𝑂(𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟) (1) A secagem em estufa é a maneira mais comum de se remover umidade em sólidos. Para minimizar a absorção de umidade, os materiais secos são armazenados em dessecadores, enquanto resfriam (SKOOG et al., 2007). A primeira pesagem leva-se em conta o peso do pesa-filtro de 44,2012g e o peso da amostra, que foi de 1,2380g, determinando assim o peso total inicial em 45,4392g. A vidaria foi colocada em estufa por cerca de uma hora e depois foi colocada no dessecador até o resfriamento. O dessecador é um equipamento que contem agentes químicos de secagem, de forma que quando se remove ou se recoloca a tampa, uma vedação é alcançada por uma pequena rotação e pressão sobre ela, de forma que as vidrarias contidas nele se mantenham sem umidade (SKOOG et al., 2007). O procedimento de aquecimento em estufa, resfriamento em um dessecador e pesagem do sistema frio foi realizado até que a massa permanecesse constante. Os dados de pesagem estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1: Peso do sistema durante a realização do experimento Número de pesagens Peso do sistema (g) I (inicial) 45,4392 II 45,3457 III 45,3445 IV 45,3453 V 45,3459 VI 45,3459 VII 45,3459 4 Para calcular o teor de água na amostra de cloreto de bário, podemos utilizar a Equação 2. 𝑀 = 𝑀2− 𝑀1 𝑀𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 ∙ 100 (2) Onde: M2 é massa final do sistema em gramas M1 é a massa inicial do sistema em gramas Mamostra é a massa da amostra em gramas Substituindo valores, tem-se que: 𝑀 = 45,4392 − 45,3459 1,2380 ∙ 100 𝑀 = 7,53% Para saber se o valor está dentro ou não do esperado, podemos usar a relação apresentada pela Equação 3. 𝑥 = 𝑀2𝐻2𝑂 ∙100 𝑀𝐵𝑎𝐶𝑙2+2𝐻2𝑂 (3) Onde: M2H2O é a massa de duas moléculas de água MBaCl2 + 2H2O é a massa total do sistema 𝑥 = 36 ∙ 100 244,23 𝑥 = 14,74 % O valor encontrado experimentalmente foi menor do que o valor esperado de 14,74%. O erro relativo ao experimento foi de 48,91%, um erro consideravelmente alto. 5 Esse erro pode estar associado com erros operacionais cometidos, como por exemplo o toque no pesa-filtro com os dedos, já que quantidades detectáveis de água ou de gordura contidas na pele podem ser transferidas para o objeto (SKOOG et al., 2007). Outro erro que pode ser aplicado é a disposição do sólido no pesa-filtro durante a secagem em estufa. Se bem disperso, a umidade retirada do sólido é mais eficiente do que se o sólido estiver acumulado em algum canto da vidraria, alterando assim, a quantificação do método. Além disso, se durante a pesagem, o pesa-filtro ainda estiver quente, correntes de convecção dentro do gabinete da balança exerce um efeito de empuxo sobre o prato e o objeto, fazendo com que o peso anotado seja maior do que realmente é (SKOOG et al., 2007). Além dos erros operacionais, a disposição dos equipamentos no laboratório pode ter influenciado no procedimento, como por exemplo a distância entre a estufa, o dessecador e balança. Durante o manuseio da vidraria em cada uma das etapas, a amostra pode ter adquirido mais umidade do que o esperado, afetando assim a análise dos dados. 2 – CONCLUSÃO A partir da análise dos resultados, foi encontrado um valor de 7,53% de água perdida na amostra de cloreto de bário. Esse valor encontra-se abaixo do esperado, de 14,74%. Com essa diferença, podemos inferir que o experimento não foi realizado de forma eficiente. A diferença encontrada, traz um erro considerado alto para um processo analítico quantitativo. Alguns fatores podem ter contribuído para o erro encontrado, como por exemplo a disposição do sólido no pesa-filtro durante a secagem em estufa e a pesagem da vidraria ainda quente. Além desses fatores, o tempo necessário para execução do experimento é longo e o número de operações necessárias nesse tipo de análise também é grande, fazendo com que o procedimento apresente erros acumulativos além de erros operacionais, como por exemplo possíveis elementos interferentes na amostra original. 3 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACCAN, N.; ANDRADE, J. C.; GODINHO, O. E.S.; BARONE, J. S. Química Analítica Quantitativa Elementar. 2ª edição. Campinas: Edgard Bluncher, 2001, 308p. SKOOG, D.A.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J.; CROUCH, S.R. Fundamentos de Química Analítica. 8ª edição. São Paulo: Thomson, 2007. 688p.