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Teoria da Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE LINHARES - FACELI 
 
 
 
 
 
 
CELINA VIEIRA 
GUSTAVO MATTOS 
IGOR MORAIS 
LYANDRA DA HORA 
TIFFANI RAUTA. 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINHARES-ES 
2018 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CELINA VIEIRA 
 GUSTAVO MATTOS 
 IGOR MORAIS 
LYANDRA DA HORA 
TIFFANI RAUTA. 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
 
Trabalho acadêmico apresentado ao professor 
Rodrigo Santos Neves que oferece a disciplina de 
Teoria da Constituição do curso de Direito da 
Faculdade de Ensino Superior de Linhares, FACELI, 
como requisito parcial para a aprovação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINHARES-ES 
2018 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. METODOLOGIA ................................................................................................... 5 
2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6 
3. DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................ 7 
3.1. Conceito dos Direito Fundamentais ............................................................... 7 
3.2. Perspectiva Histórica ...................................................................................... 8 
3.3. Características acerca dos Direitos Fundamentais ........................................ 8 
3.4. Dimensões ou gerações dos Direitos Fundamentais ..................................... 9 
3.4.1. Nomenclatura .......................................................................................... 9 
3.4.2. Primeira dimensão dos Direitos Fundamentais ..................................... 10 
3.4.3. Segunda dimensão dos Direitos Fundamentais .................................... 10 
3.4.4. Terceira dimensão dos Direitos Fundamentais...................................... 10 
3.4.5. Quarta dimensão dos Direitos Fundamentais ........................................ 11 
3.4.6. Conclusões acerca das dimensões dos Direitos Fundamentais ............ 11 
4. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS HUMANOS – PRECEDENTE ......... 12 
4.1. A Eficácia Vertical dos Direitos Fundamentais ............................................. 12 
5. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................... 13 
5.1. Teoria da Eficácia Horizontal Indireta dos Direitos Fundamentais ............... 15 
5.2. Teoria da eficácia direta e imediata dos Direitos Fundamentais .................. 18 
5.2.1. No Brasil a Eficácia Direta ..................................................................... 19 
5.2.2. Precedentes a aplicação dos Direitos Fundamentais ............................ 20 
5.3. Teoria da Ineficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais ......................... 20 
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 21 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1. METODOLOGIA 
 
Este trabalho acadêmico tem como objetivo desmembrar a Eficácia Horizontal 
dos Direitos Fundamentais, explicando os Direitos Fundamentais, sua perspectiva 
histórica e suas dimensões, sob uma análise da eficácia vertical como precedente do 
surgimento da eficácia horizontal, tema central dessa pesquisa, apresentando os 
conceitos plurais por meio de suas teorias explicativas. Por fim, a conclusão com o 
parecer do grupo. 
O ensaio científico foi feito à luz de artigos encontrados em sites acadêmicos, 
lidos e discutidos pelo grupo, assim como as obras literárias na internet e na biblioteca 
da Faceli que tinham como foco o assunto tratado neste trabalho. 
Após as pesquisas realizadas, os acadêmicos do grupo se reuniram a fim de 
debater e se posicionarem a respeito do assunto, por fim escrevemos o trabalho de 
um modo objetivo e claro com a finalidade de entendimento dos leitores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho surgiu da necessidade de se discutir e detalhar as teorias 
de aplicação dos direitos fundamentais, considerando a abrangência de sua eficácia, 
sob essas perspectivas, vários juristas e doutrinadores tomaram tal tema como objeto 
de pesquisa. À luz dos direitos fundamentais, parte da doutrina tradicional entende 
que estes estão destinados a proteger os indivíduos perante possíveis violações 
causadas pelo Estado, quando abusa de seu poder, desta maneira, ocultando a 
relevância das relações particulares. Nesse caso, tem-se a aplicação vertical dos 
direitos fundamentais. Entretanto as violações à direitos fundamentais não ocorrem 
apenas no âmbito das relações entre cidadão e estado, mas também nas relações 
entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado, deste modo tem-se a eficácia 
horizontal na aplicação dos direitos fundamentais. Observa-se também que a 
denominação dos direitos, reconhecidos como fundamentais, possuem diferenças 
que não podem ser capazes de afetar seu conteúdo material, visando à defesa da 
igualdade e da dignidade da pessoa humana, o que se aplica também nas relações 
entre particulares. 
Essa pesquisa foi concentrada, principalmente, nas teorias explicativas da 
eficácia das normas de direitos fundamentais. Em sua essência, o trabalho é 
apresentado por meio de vários entendimentos doutrinários, com o fim de evidenciar 
as ideias existentes sobre a eficácia das normas essenciais, demonstrando sua 
aplicação não apenas na relação entre Poder Público e indivíduos, mas dentro das 
relações limitadas à particulares. 
7 
 
 
3. DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
3.1. Conceito dos Direito Fundamentais 
 
Para uma melhor compreensão deste trabalho científico apresentaremos 
alguns conceitos sobre os Direitos Fundamentais. 
O professor José Carlos Vieira de Andrade define os Direitos Fundamentais 
como direitos absolutos, imutáveis, intemporais e que constituem um núcleo restrito 
que se impõe a qualquer ordem jurídica, quando considerado o aspecto natural, ou 
seja, são direitos do homem pela simples condição humana. 
Mas considerando o aspecto material os direitos fundamentais podem sofrer 
limitações, sendo, então relativos. Podemos citar como exemplo um caso de conflito 
entre os direitos vitais, obrigando o Estado a reconhecer apenas um deles. 
Segundo o professor da Universidade de Heidelberg, os direitos fundamentais 
formam o alicerce normativo do desenvolvimento social, político de cidadãos livres, 
entretanto o mestre Dimitri Dimoulis mostra que trata de fundamentos da organização 
política e social de um País, inclusos dentro da Constituição Federal, portanto 
classificados como imprescritíveis e intangíveis. Em sua visão os direitos do homem 
são subjetivos garantidos dentro do próprio texto constitucional, e com isso dotados 
de supremacia jurídica. 
Os direitos fundamentais associam-se ao exercício do poder estatal, limitando-
o com o objetivo de afirmar e garantir a liberdade individual. Por fim, verificamos que 
os direitos fundamentais são compreendidos como direitos essenciais à existência e 
ao desenvolvimento do indivíduo, positivados dentro de uma Constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
3.2. Perspectiva Histórica 
 
Os Direitos Fundamentais não possuem, de forma objetiva, uma origem 
determinada. Entretanto as principais correntes jus-filosóficas tiveramcontribuição na 
tentativa de se apontar o espaço de tempo que tais direitos teriam surgido. 
A ideia jusnaturalista é de que o surgimento dos direitos fundamentais é anterior 
a qualquer ordenamento jurídico; estes direitos se relacionam a com características 
inerentes a própria humanidade. Entretanto os juspositivistas tem como pensamento 
que esses Direitos resultaram da legislação. Desse modo a corrente se baseia que a 
existência dos direitos é consequência da positivação das normas. Resumindo, as leis 
são produto da ação humana e os direitos fundamentais frutos dessas leis. 
Já os realistas jurídicos têm em sua base de pensamento que os direitos 
fundamentais são frutos de conquistas sociais, aconteceu um processamento histórico 
gradual que fez surgir os direitos e também a sua consolidação no ordenamento 
jurídico. 
O desenvolvimento histórico dos direitos fundamentais não aconteceu de modo 
rápido, pelo contrário, ocorreu paulatinamente, sendo consequências de diversas 
transformações ocorridas no decorrer do tempo desse modo, tais direitos não foram 
declarados todos de uma vez. O reconhecimento foi decorrente da própria experiência 
da humanidade em sociedade. 
Constata-se que na que já na Idade Antiga, na Idade Média e no início da Idade 
Moderna, surgiram ideais relacionados a função de certos diretos, assim como 
ocorreu a difusão de alguns pensamentos que fundamentavam a vivência de tais 
direitos. Salienta-se a influência das revoluções francesa, inglesa e americana na 
recognição e, sobretudo, na positivação desses direitos essenciais. 
 
3.3. Características acerca dos Direitos Fundamentais 
 
Os Direitos Fundamentais têm como características, dentre tantas outras, a 
inalienabilidade, a imprescritibilidade, a irrenunciabilidade, a universalidade, a 
inviolabilidade, a efetividade e a complementaridade. 
9 
 
 
A inalienabilidade, está no fato de que esses direitos não tem a possibilidade 
de negociação, em vista de que não possuem conteúdo patrimonial. 
Tem a característica de serem exercidos ou reclamados a qualquer momento, 
não existindo lapso temporal que pare a sua exigibilidade, por isso são chamados de 
imprescritíveis. São irrenunciáveis pelo fato de não poder renunciar o Direito 
Fundamental. 
Essas garantias não podem ser violadas ou desrespeitadas por nenhuma 
autoridade ou lei, sob pena de sanção ao Estado. Tem como base a característica da 
universalidade, pelo modo de serem assegurados pelos meios coercitivos dos quais 
dispõe o País para a garantia do exercício destes direitos. 
Por fim, a complementaridade se dá ao fato de que os Direitos Fundamentais 
são interpretados de forma conjunta, objetivando sua efetividade de forma absoluta. 
 
3.4. Dimensões ou gerações dos Direitos Fundamentais 
 
3.4.1. Nomenclatura 
Alguns doutrinadores divergem sobre a nomenclatura mais assertiva e objetiva 
para se denominar o fato do progresso histórico dos direitos fundamentais, e isto 
acontece principalmente entre as expressões gerações e dimensões. Uma parte dos 
estudiosos utiliza a expressão “gerações dos direitos fundamentais” para explicar a 
incorporação histórica dos mesmos nas constituições dos Estados Federativos, sendo 
este posicionamento seguido por vários outros constitucionalistas. Ao inverso de uma 
parcela de pessoas especializadas no Direito Constitucional onde são contras ao 
utilizar o termo “gerações dos direitos fundamentais” para explicar a inserção histórica 
deles nos Textos Constitucionais dos Estados, sendo este pensamento seguido por 
vários outros constitucionalistas. 
Contudo fica de forma clara e objetiva que o termo mais coerente com o 
progresso dos direitos fundamentais seria a expressão “dimensão”, e não “gerações”, 
conforme é utilizado por parte da doutrina. A supressão do vocábulo geração seria em 
virtude da inviabilidade de uma dimensão dos direitos “apagarem” a dimensão 
anterior, onde sabemos que os direitos se complementam e jamais se descartam. 
10 
 
 
Salientamos que nós acadêmicos deste trabalho, utilizaremos as expressões 
gerações e dimensões como sinônimas, em vista que vários constitucionalistas vêm 
fazendo desta forma, mas fica a nota acima explicada. 
 
3.4.2. Primeira dimensão dos Direitos Fundamentais 
Os direitos de primeira dimensão fazem menção às liberdades negativas 
clássicas, que destacam o princípio da liberdade, configurando os direitos civis e 
políticos. Tiveram sua origem no final do século XVIII e retrataram uma reação do 
Estado liberal ao Absolutista, e corresponderam ao estágio introdutório do 
constitucionalismo no Ocidente. 
Foram frutos das revoluções liberais francesas e norte-americanas, nas quais 
a burguesia reivindicava o respeito às liberdades individuais, com o objetivo de limitar 
os poderes absolutos do Estado. São considerados também direitos de resistência 
que destacam a clara separação entre o Estado e a sociedade. 
Temos como os direitos de primeira dimensão o direito à vida, à liberdade, à 
propriedade, à liberdade de expressão, à liberdade de religião, à participação política, 
etc. 
 
3.4.3. Segunda dimensão dos Direitos Fundamentais 
Os direitos de segunda geração associam-se com as liberdades positivas, 
objetivas, garantindo o princípio da igualdade material entre a humanidade. A 
Revolução Industrial foi a grande referência dos direitos de segunda geração. 
 O início do século XX é marcado pela Primeira Grande Guerra e pela fixação 
de direitos sociais. Isso se revela, dentre outros documentos, pela Constituição de 
Weimar, de 1919, e pelo Tratado de Versalhes, 1919 (OIT). 
O direito de segunda geração, ao invés de se negar ao Estado uma atuação, 
exige-se dele que preste políticas públicas, tratando-se, portanto de direitos positivos, 
exigindo ao Estado uma obrigação de fazer, correspondendo aos direitos à saúde, 
educação, trabalho, habitação, previdência social, assistência social, entre outros. 
 
3.4.4. Terceira dimensão dos Direitos Fundamentais 
Os direitos de terceira geração formam os princípios da solidariedade ou 
fraternidade, sendo conferidos a todas as instituições sociais, preservando interesses 
11 
 
 
de titularidade coletiva ou difusa, não se destinando apenas à proteção dos interesses 
individuais, mostrando uma grande preocupação com as gerações humanas. Surgiu 
na terceira revolução industrial, onde teve a inovação dos meios de comunicação e 
de transportes. 
 
Exemplificando os direitos de terceira geração: direito ao progresso, ao meio 
ambiente, direito de comunicação, de propriedade sobre o patrimônio comum da 
humanidade e direito à paz, zelando os direitos transindividuais, sendo alguns deles 
coletivos e outros difusos, o que é uma particularidade, uma vez que não são 
contemplados para a defesa do homem de forma isolada, mas sim de um modo 
coletivo. 
 
 
3.4.5. Quarta dimensão dos Direitos Fundamentais 
Na contemporaneidade encontram-se doutrinadores que preserva a existência 
dos direitos de quarta geração, apesar de ainda não haver concordância nas teorias 
sobre qual o conteúdo dessa espécie de direito. 
 Essa dimensão tem em sua base a existência dos direitos de quarta geração, 
com a perspectiva introduzida pela globalização política, relacionados à democracia, 
à informação e ao pluralismo. 
Exemplos desses direitos seriam a biosegurança e a democracia. 
 
3.4.6. Conclusões acerca das dimensões dos Direitos Fundamentais 
 Destacamos que a separação feita acima de forma direta das dimensões dos 
direitos fundamentais trata-se de um modo puramente acadêmico, visto que os 
direitos dos seres humanos não devem ser divididos em gerações ou dimensões,onde podem dar um sentido de exclusão e sim serem apresentados de forma a 
valorizar os direitos fundamentais em momentos históricos distintos. 
 
 
 
 
12 
 
 
4. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS HUMANOS – PRECEDENTE 
 
4.1. A Eficácia Vertical dos Direitos Fundamentais 
 
O surgimento dos direitos fundamentais estava ligado à liberdade, os 
chamados direitos de defesa, ou seja, direitos que não exigem uma intervenção do 
Estado. Os únicos destinatários desses direitos eram os Poderes Públicos, que 
estavam atribuídos ao indivíduo para que este pudesse se proteger contra os 
destinatários. Como a relação entre os particulares e os Poderes Públicos é de 
submissão e não de controle, esta eficácia ficou conhecida como Teoria da Eficácia 
Vertical dos Direitos Fundamentais, em razão dessa relação estado-particular ser de 
subordinação. 
No Estado liberal a Constituição regulava apenas as relações entre este e os 
particulares, enquanto o Código Civil disciplinava as relações privadas. Esses direitos 
limitavam a atuação dos governantes em favor dos governados, tratava-se de direitos 
públicos subjetivos, contrários ao Estado. Enquanto que no Direito Privado o princípio 
fundamental era o da autonomia privada, ou seja, a liberdade de atuação dos 
particulares, que deveriam listar suas condutas apenas nas leis civis. 
Fundamentado na ampla liberdade contratual, o princípio da autonomia privada 
depende da decisão de uma autoridade em decidir se querem contratar e qual será o 
objeto do contrato do acordo de vontades, na busca dos efeitos tutelados pela ordem 
jurídica. As partes podem celebrar contratos nominados (aqueles que têm designação 
própria pela lei) ou fazer combinações, resultando nos contratos inominados (sem a 
interferência do Estado).Nesse contexto, o Estado deveria reduzir ao mínimo sua 
atuação para que a sociedade pudesse se desenvolver harmoniosamente, pois os 
dois eram universos distintos e incomunicáveis, orientados pelo Direito Público e o 
Direito Privado. 
Por fim, foi se constatando que a opressão e a violência vinham não só do 
Estado, mas de outros particulares, pois há instituições no mundo que tem um poder 
econômico muito maior do que muitos Estados. Dessa forma, ocorreu uma mudança 
na eficácia dos direitos fundamentais, trazendo a ideia de que não só o Estado é órgão 
13 
 
 
opressor dos indivíduos, mas também outros particulares, o que fez com que surgisse 
a eficácia horizontal, aplicada nas relações privadas, onde os interesses contrários 
são entre particulares. 
 
 
5. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
A Teoria Da Eficácia Horizontal dos direitos fundamentais foi concebida a partir 
de algumas teorias explicativas, sendo resultado de conflitos que foram levados às 
cortes constitucionais, na Alemanha e nos Estados Unidos.Com o passar do tempo e 
com a consolidação da democracia nos países ocidentais, grupos opressores 
começaram a surgir, grandes empresas, bancos, imprensa e até mesmo a família 
começou a demandar dos particulares um tipo de proteção, surgindo então, essa 
teoria reconhecendo que as desigualdades não se situam apenas na relação 
Estado/particular, mas também entre os próprios particulares, em relações privadas. 
Começou-se a usar os direitos fundamentais também de maneira horizontal, contra 
os próprios cidadãos. Mediante a seus sistemas jurídicos e à própria orientação de 
suas Cortes, esses países utilizaram meios diferentes visando dar soluções à mesma 
questão. Surgindo as duas mais importantes teorias acerca do assunto: a norte-
americana e a Alemã. 
A diferença entre essas teorias se dá tanto por sua forma de perspectiva, 
quanto pela preocupação com a autonomia privada. De um lado, a norte-americana 
busca preservar a autonomia privada até as últimas consequências e foi criada com 
base em decisões da Suprema Corte em cada caso concreto; e do outro, a alemã é 
mais equilibrada nesse sentido e nasceu também de casos concretos, mas se 
desenvolveu como uma teoria autônoma. 
A eficácia horizontal surgiu a partir de um acontecimento, o primeiro caso foi 
uma situação paradigmática do diretor judeu chamado Eric Lüth, que presidia o Clube 
de Imprensa e que começou uma campanha de boicote contra um filme de diretor 
nazista, o alemão VeitHarlan. Lüth escreveu um pesado manifesto contra o cineasta, 
convocando os “alemães decentes” a não assistirem ao filme, que foi um fracasso de 
público. Em razão do prejuízo total, VeitHarlan, juntamente com os empresários que 
estavam investindo no filme, ingressaram com ação judicial alegando que a atividade 
14 
 
 
de Eric Lüth violava o Código Civil alemão. Sustentaram que todo aquele que causa 
prejuízo deve cessar o ato danoso e reparar os danos causados, e a tese prevaleceu 
em todas as instâncias ordinárias. 
Inconformado, Eric Lüth recorreu para a Corte Constitucional alemão, baseado 
na ideia de que a Lei Fundamental alemã não estava garantindo a liberdade de 
expressão, visto que ele não devia ser punido apenas por ter manifestado sua opinião. 
A Corte Constitucional alemã percebeu a complexidade do processo e, a partir dele, 
desenvolveu alguns conceitos que atualmente são o suporte da teoria dos direitos 
fundamentais, como por exemplo: a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. A 
Corte entendeu que a liberdade de expressão no direito fundamental poderia ser 
aplicada em uma relação entre particulares, e decretou que o Lüth ganhou e não 
precisava indenizar o Harlan, foi a primeira vez que o direito fundamental foi aplicado 
de maneira horizontal. 
Atualmente, aqueles que não são adeptos da teoria da eficácia horizontal, 
afirmam que tal aplicabilidade não poderia se dar em virtude da outra parte da relação 
jurídica também ser portadora de direitos fundamentais, e assim sendo, seria 
necessária a intervenção do legislador infraconstitucional para analisar tais conflitos. 
Outra justificativa seria a de que, sendo os direitos fundamentais aplicados 
diretamente nas relações privadas entre os indivíduos, não restaria qualquer margem 
para a composição das relações jurídicas no âmbito da autonomia privada, o que traria 
por consequência, a perda de identidade do Direito Privado e do próprio Direito 
Constitucional. 
Além disso, há a noção de que a aplicação horizontal dos direitos fundamentais 
causaria a falta de autenticidade democrática na atribuição de poderes inerentes ao 
Poder Judiciário para a interpretação das normas abertas fundidas aos direitos 
fundamentais, além da insegurança jurídica que isso possibilitaria, visto que deixaria 
em aberto como seriam solucionadas as questões, dada a ampla margem de escolha. 
Esse pressuposto não leva em consideração que a autonomia privada é 
também um valor assegurado pela constituição, uma vez que tem sua origem no 
princípio geral da liberdade, previsto no Art.5º da Constituição. O caso é que 
diferenças econômicas, políticas e sociais, fez com que o entendimento acima exposto 
ficasse ultrapassado pois, a relação jurídica que se trava em hipóteses como a 
mencionada, tem como traço característico na maioria das vezes a insuficiência de 
15 
 
 
uma das partes, que por sua vez, se encontrará em situação de substancial 
desamparo se estiver regida somente pelo direito privado infraconstitucional. 
Outra perspectiva importante é a de que o Estado não pode mais ser visto como 
inimigo da sociedade pois tem como objetivo inicial criar uma sociedade mais justa, e 
para isso nada mais normal do que regular as atividades dos próprios particulares. 
Percebe-se que a necessidade da população por uma por tutela da dignidade da 
pessoa humana deu apoio ao entendimentode que não bastava a mediação do 
legislador infraconstitucional para se efetivarem e defenderem os direitos 
fundamentais, sendo importante que um intérprete constitucional seja convocado para 
dizer as hipóteses em que os direitos fundamentais têm aplicabilidade imediata nas 
relações privadas. Portanto, os motivos que levam à utilização deste princípio no 
âmbito dos direitos fundamentais nas relações entre Estado e cidadão podem se 
adaptar às relações existentes entre particulares, desde que respeitados alguns 
parâmetros. 
Em suma, após o mundo sofrer com a Segunda Guerra Mundial, essa teoria 
ganhou espaço e a queda do comunismo fez prevalecer o sistema capitalista que sem 
dúvida foi o grande motivador das evoluções tecnológicas e sociais, principalmente 
com o efeito da globalização. Surgindo então, algumas teorias explicativas sobre a 
relação entre particulares e os direitos fundamentais, sendo as principais: Teoria da 
Eficácia Horizontal Direta, a Teoria da Eficácia Horizontal Indireta e a Teoria Da 
Ineficácia Horizontal Dos Direitos Fundamentais. 
 
5.1. Teoria da Eficácia Horizontal Indireta dos Direitos Fundamentais 
 
A teoria da eficácia mediata ou indireta dos direitos fundamentais surgiu na 
doutrina alemã, formulada em 1956, tendo como precursor o doutrinador Günter Dürig, 
propondo que os direitos fundamentais, além de estabelecer direitos subjetivos 
públicos opostos ao Estado, são também a ordem de valores objetiva que causa 
efeitos em todas as esferas de direito, visto que eles se difundem por todos os campos 
do ordenamento, inclusive sobre o direito privado, cujas normas têm de ser 
interpretadas. 
16 
 
 
Nessa tese tais direitos são protegidos no campo privado, não através do 
Direito Constitucional, mas sim através de mecanismos típicos do próprio direito 
privado, cabendo ao legislador privado a tarefa de adequar o direito privado aos 
valores constitucionais, que deverá equilibrar a autonomia da vontade com a proteção 
das garantias ao particular. É importante ressaltar que a incidência dos direitos do 
homem ocorrerá no momento em que o legislador concretiza a norma, ou quando juiz 
interpreta os direitos privados conforme os direitos fundamentais. 
Não há o que se discutir sobre a exigência de garantias fundamentais numa 
relação entre particulares que estão em nível de igualdade. Para estes, não nega-
seque os direitos possam ser aplicados a essas relações, mas para que isso aconteça, 
é necessária uma intervenção legal. Consequentemente, o direito privado, teria que 
regularizar e adicionar aqueles direitos fundamentais a ele, para que a aplicação fosse 
relativizada, em que os direitos fundamentais irradiam os seus efeitos nas relações 
entre particulares por meio de mediação legislativa. 
Portanto, para a teoria da eficácia indireta dos direitos fundamentais, ao se 
interpretar uma cláusula geral, deve-se fazê-lo com base nos direitos fundamentais 
que a Constituição consagra. A teoria da eficácia mediata dos direitos fundamentais 
tem como fundamento uma aplicação indireta destes nas relações privadas, ou seja, 
não ingressariam como direitos subjetivos, uma vez que são relações jurídicas 
distintas. 
Nessa perspectiva, têm-se a proteção da autonomia privada sob a ótica 
constitucional, o que a carreta na possibilidade de os indivíduos abrirem mão das 
normas essenciais no âmbito das relações particulares, o que, por outro lado, seria 
inadmissível no que se refere às relações com o poder público. Assim sendo, 
desconsiderando esse direito geral de liberdade constituído na aplicabilidade direta 
dos direitos fundamentais nas relações privadas, a soberania contratual se apropriaria 
de caráter apenas no que diz respeito ao seu conteúdo. 
Posto isso, os defensores da Teoria da Eficácia Indireta argumentam que é 
função do legislador privado mediar o cumprimento das garantias fundamentais nas 
relações entre indivíduos, indicando um condicionamento que se demonstre 
compatível com os valores constitucionais. Dessa maneira, seria apropriado ao Poder 
Judiciário, o papel de ocupar os espaços criados pelas cláusulas indeterminadas 
considerando os direitos fundamentais. Evidencia-se ainda que ao Judiciário seria 
17 
 
 
atribuído também o dever de decidir sobre a constitucionalidade de determinadas 
normas de direito privado em não conformidade com os direitos fundamentais. 
Indubitavelmente, a maneira de interpretação indireta ou mediata dos direitos 
fundamentais nas relações entre particulares tem como argumento a noção de que as 
garantias não são exclusivamente dos indivíduos perante o Estado, porém, também 
compõem uma ordem concreta de valores, que se encontram no direito privado com 
a ajuda das cláusulas gerais. 
Por conseguinte, pode se considerar uma última crítica de que o modelo de 
aplicabilidade mediata dos direitos fundamentais resultaria em aumentar a capacidade 
de jurisdição das cortes constitucionais, uma vez que qualquer simples caso relativo 
à aplicação de direito privado se veria modificado em uma questão constitucional, o 
que tenta ser evitado. Em vista disso, haveria a possibilidade de que os indivíduos em 
relações privadas renunciassem a determinadas normas essenciais, o que não seria 
possível na relação desses indivíduos em face do Estado. 
O dever de mediar a aplicação dos direitos fundamentais sobre os particulares 
cabe ao legislador ordinário, estabelecendo uma ligação que torne os valores 
constitucionais adaptáveis com relações privadas. Restaria ao poder judiciário a 
obrigação de completar as cláusulas indeterminadas criadas pelo legislador, e apenas 
em casos atípicos, quando houvesse lacunas no ordenamento jurídico e inexistência 
de cláusula geral, é que se permitiria ao juiz a aplicação direta das normas essenciais 
nas lides entre privados. 
As críticas praticadas contra essa teoria são abundantes, dentre elas a 
circunstância de não proporcionar uma tutela efetiva dos direitos fundamentais nas 
relações privadas, já que a proteção de tais direitos dependeria muito da vontade do 
legislador ordinário, além de causar uma aplicação indeterminada e insegura de 
normas de direito privado, já que estariam elas sujeitas aos valores constitucionais. A 
aplicação dos direitos fundamentais, logo, seria mediata, porque caberia ao legislador 
ordinário proteger esses direitos na esfera privada, sem omitir a proteção da 
autonomia privada. 
Portanto, a eficácia horizontal dos direitos fundamentais é de indispensável 
importância na atualidade; e a teoria indireta ou mediata dos direitos fundamentais 
nem sempre consegue atender com agilidade a esse fim, uma vez que tem sua 
eficácia limitada aos direitos fundamentais positivados no ordenamento jurídico. 
18 
 
 
Entretanto, mostra-se menos radical, do que a teoria da imediata e direta eficácia dos 
direitos fundamentais nas relações entre particulares. 
 
5.2. Teoria da eficácia direta e imediata dos Direitos Fundamentais 
 
A teoria da eficácia direta e imediata dos Direitos fundamentais, dominante em 
vários países como Espanha, Portugal, Itália e Argentina, foi concebida na Alemanha, 
na metade do século XX, década de 50, por meio de um magistrado do Tribunal 
Federal do Trabalho, chamado Hans Carl Nipperdey. No entanto, apesar de ter 
surgido na Alemanha, esta teoria não prevaleceu no país de origem. 
O autor defendeu a tese de que alguns direitos fundamentais não vinculam 
apenas o Direito público, mas têm eficácia absoluta e imediata também sobre as 
relações de Direito privado que se configurem relações de poder. Acreditam também 
que seria desnecessário o intermédio legislativo para a sua aplicação, sob a 
explicaçãode que existem diversas fontes vulneradoras dos direitos fundamentais, as 
quais não se delimitam apenas ao Estado. Do mesmo modo existe a indicação da 
possibilidade constitucional pelo Estado Social, o que resultaria na constatação da 
extensão das garantias fundamentais às relações privadas. 
A grande problemática dentro da aplicabilidade dos direitos fundamentais não 
surge só em consequência dos abusos praticados pelo Estado, mas também 
provenientes das ações de terceiros. 
Esta eficácia trata-se da aplicação de forma imediata dos direitos fundamentais 
nas relações privadas, sem a necessidade de qualquer intervenção do legislador. Na 
doutrina do José Afonso da Silva ter aplicação imediata remete ao modo de que as 
normas constitucionais são “dotadas de todos os meios e elementos necessários à 
sua pronta incidência aos fatos, situações condutas ou comportamentos que elas 
regulam (...)”. 
 A teoria procurava demonstrar que, além do Estado, descumprimento dessas 
garantias estava igualmente sujeitas de ocorrerem em qualquer âmbito de associação 
jurídica entre particulares. 
19 
 
 
Para Nipperdey, os direitos fundamentais não são opostos apenas aos poderes 
públicos, mas também aos particulares com os quais se possa estabelecer uma 
relação de poder, assim como ocorre com os poderosos grupos socioeconômicos, que 
possuem plena aptidão para vulnerar os direitos fundamentais dos cidadãos. 
Entretanto, para o mesmo ressalva que, mesmo na teoria da aplicação direta, a 
eficácia não é válida para todos os direitos fundamentais, devendo, portanto, ser 
analisado cada caso concreto e até que ponto cada direito específico vincula o 
comportamento dos particulares, para então se aplicar a proporcionalidade entre os 
direitos. E também a teoria que está sendo tratada não esquiva a necessidade de 
ponderar o direito fundamental que está sendo tratado com a autonomia privada dos 
particulares envolvidos no conflito. 
Este modelo de aplicabilidade direta tem como base, também, a inutilidade de 
recursos interpretativos para que estes direitos tratados forneçam efeitos nas relações 
privadas. Sendo assim, considera-se a eficácia horizontal direta como um mecanismo 
essencial de correção de desigualdades sociais. 
A principal diferença entre o modelo de aplicabilidade direta e o modelo de 
efeitos indiretos está intimamente relacionada com a desnecessidade de 
intermediação legislativa para que os direitos fundamentais produzam efeitos nas 
relações entre particulares. Deste modo é importante destacar que a eficácia 
horizontal direta não exclui a eficácia indireta. Na verdade, deve-se conceder 
preferência para a lei na proteção dos direitos fundamentais e apenas quando o 
legislativo for omisso, negando execução do direito fundamental, é que se tem de 
reconhecer e aplicar a teoria de eficácia direta sobre os particulares. 
 
5.2.1. No Brasil a Eficácia Direta 
O artigo 5.º § 1º, da Constituição Federal prevê expressamente que as normas 
instituidoras de direitos fundamentais devem possuir aplicação imediata. Ora, ter 
aplicação imediata é dizer que elas, para produzirem efeitos, independem de qualquer 
regulamentação. Ademais, não há qualquer margem interpretativa neste dispositivo a 
legitimar a limitação de seu direcionamento apenas ao Estado. De fato, os direitos 
fundamentais objetivam resguardar a direitos básicos do indivíduo em relação a todos 
aqueles potencialmente aptos a lesioná-los, entre os quais pode-se facilmente 
visualizar particulares. 
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5.2.2. Precedentes a aplicação dos Direitos Fundamentais 
RE 201.819(2ª. Turma, j. 11.10.2005): Exclusão do membro de sociedade sem 
a possibilidade de sua defesa. 
Neste caso temos a violação do devido processo legal, contraditório e ampla 
defesa, tal entendimento destas infrações foram concedidas pelo voto do Ministro 
Gilmar Mendes, que diverge da relatora, no caso, a Ministra Ellen Gracie, “esse caráter 
público ou geral da atividade parece decisivo aqui para legitimar a aplicação direta 
dos Direitos Fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório e 
à ampla defesa (art. 5º. , LIV e LV, da CF/88) ao processo de exclusão de sócio de 
entidade”. 
 
5.3. Teoria da Ineficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais 
A Teoria da Ineficácia Horizontal em relação aos Direitos Fundamentais é a 
ideia menos aceita atualmente, isso pelo fato da Teoria da Eficácia Horizontal possuir 
mais espaço e consequentemente mais defensores no âmbito jurídico. De acordo com 
os idealistas dessa teoria, não é admissível a aplicação dos direitos fundamentais nas 
relações entre particulares, ou seja, somente podem ser aplicadas nas relações entre 
particulares e estado. 
Essa teoria é amplamente adotada no Direito dos Estados Unidos, reconhecida 
como doutrina da Ação Estatal, em que a própria doutrina e a jurisprudência admite 
os direitos fundamentais somente sob a ótica da eficácia clássica, a vertical. Essa 
teoria ainda vigora nos Estados Unidos devido a Constituição Norte Americana de 
1787, em que se têm os direitos de defesa do indivíduo em face do Estado. 
Nesse modelo de análise dos direitos fundamentais à luz da aplicabilidade em 
relação as normas constitucionais, a maioria das cláusulas que estabelecem os 
direitos fundamentais mencionam apenas os poderes públicos. Dessa forma, seu 
conteúdo traz diversas referências e dispositivos que reconhece os direitos 
fundamentais fazendo referência ao Estado, ao Poder Público como agentes 
destinatários desses deveres. 
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6. CONCLUSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Diante do presente trabalho , foi possível , concluir que a eficácia vertical dos 
direitos fundamentais é exposta pela necessidade ou não de ação do poder público, 
aplicando -se instantaneamente a cada caso em concreto , enquanto a eficácia 
horizontal , voltada ás relações particulares , coíbe os detentores de poder social e 
econômico de mutilarem o mínimo vital ofertado pela CF.
 As diferenças gritantes que vem se delineando nas relações entre particulares 
reclamam uma solução jurídica compatível com a necessidade de tutela da 
dignidade da pessoa humana , e para tal, necessário se faz a aplicação direta dos 
direitos fundamentais existentes em nossa Constituição Federal.
 Trata -se de um dado empírico irrefutável o de que , nos dias de hoje , 
determinadas organizações privadas , dada a grande diversidade econômica 
existente , ostentam um poder de mando e sujeição que reclamam as necessárias 
restrições , que não só podem como devem se consubstanciar na aplicabilidade 
direta dos direitos fundamentais como opção hermenêutica de proteção à pessoa.
 Nesse cenário , há de ser considerada ainda a realidade da sociedade , em 
especial a brasileira, na qual as diferenças sociais entre os indivíduos são imensas, 
de modo que a aplicabilidade direta dos direitos fundamentais nas relações privadas 
pode se qualificar como valioso instrumento de proteção jurídica.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional: Esquematizado. 22.ed. São Paulo: Saraiva 
educação, 2018. 
MARMELSTEIN, George. Curso de Direitos Fundamentais. 2.ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
SARLET, I. W. A eficácia dos direitos fundamentais. 13.ed. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2018. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 
<http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,eficacia-horizontal-dos-direitos-fundamentais-teoria-da-eficacia-direta-e-sua-aplicacao-ao-contrato-de-
emprego,53342.html#_ftn10.> Acesso em 06 nov 2018; 
<https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/990895/eficacia-dos-direitos-fundamentais> 
Acesso em 06 nov 2018; 
<http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,direitos-fundamentais-origem-dimensoes-
e-caracteristicas,589755.html> Acesso em 08 nov 2018; 
<https://caiorivas.jusbrasil.com.br/artigos/387103378/direitos-fundamentais-
constitucionais-e-sua-eficacia-vertical-e-horizontal> Acesso em 08 nov 2018; 
<https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3033/As-geracoes-de-direitos-
fundamentais> Acesso em 06 nov 2018.

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