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Profª. Msc.: Débora Jacomini 2016 DERIVADOS ORGÂNICOS HALOGENADOS Aula 20 e 21 – Química Orgânica HALETOS ORGÂNICOS • Sinônimos: Halogenados, Haletos de Arila, Halogeno- alcanos. São compostos orgânicos obtidos pela substituição de um ou mais átomos de H de um hidrocarboneto por átomo de halogênico R-X Halogênio X = F, Cl, Br e I • Classificação: • Haletos de Alquila – Derivados halogenados alifáticos RX • Haletos de Arila – Derivados halogenados aromáticos ArX HALETOS ORGÂNICOS • Grupo Funcional: R-X • Grupo funcional é o centro de reatividade das moléculas orgânicas • O orbital p é maior para o I > Br > Cl > F • A força de ligação C-X ↓ com o ↑ do tamanho do halogênio HALETOS ORGÂNICOS • Propriedades químicas: • A ligação C-X é polarizada: Átomos ↑, são ↑ polarizáveis. • O halogênio ligado ao carbono pode ser facilmente substituído por outro grupo – reações características de haletos: Substituição Nucleofílica. Orbital p Orbital sp3 Ligação covalente Atração Coulombiana HALETOS ORGÂNICOS • Propriedades físico-químicas: • A medida que ↑ o no. de carbonos (↑ PM) os haletos orgânicos passam a ser líquidos e sólidos; • Haletos mais importantes são líquidos incolores de odor agradável, porém tóxicos, como o Clorofórmio; • São insolúveis em água; • Solúveis em solventes orgânicos apolares; • São mais densos que a água. HALETOS ORGÂNICOS • Propriedades físico-químicas: • Ponto de Ebulição ↑ que o dos alcanos correspondentes; • Haletos de alquila com o mesmo no. de C, ↑ a T oC de ebulição com o ↑ da massa molar do halogênio; HALETOS ORGÂNICOS • Nomenclatura: • IUPAC: Considere o halogênio apenas uma substituição de um H de alcano: Cloro-metano Fluor-etano 2-iodo-propano ou iodo-isopropano 2-bromo-butano HALETOS ORGÂNICOS • Nomenclatura: • TRIVIAL: substitui a última letra do halogênio pelo sufixo eto, seguido do nome do grupo alquila, exemplo: Brometo, Fluoreto, iodeto e cloreto. Cloreto de Metila Fluoreto de Etila Iodeto de isopropila Brometo de etilbutila Brometo de metilbutila HALETOS ORGÂNICOS • Nomenclatura: • EXCESSÕES: • Haleto de Vinila: halogênio ligado a um C com dupla ligação; • Haleto de Fenila ou Arila: halogênico ligado a um anel benzênico. HALETOS ORGÂNICOS • Emprego: • Atualmente mais de 15.000 compostos orgânicos halogenados são produzidos para uso comercial: • PVC - Cloreto de polivinila (6 milhões toneladas/ano EUA) • DDT – Diclorodifeniltricloroetano, Pesticida moderno contra mosquitos HALETOS ORGÂNICOS • Emprego: • Clordano, Lindano, Aldrin e Dieldrin - Herbicidas e inseticidas: Estas substâncias podem permanecer no ambiente e prejudicar a saúde humana e a vida selvagem. • Diclorometano, Clorofórmio Solventes, Lubrificantes e isolantes: HALETOS ORGÂNICOS • Emprego: • Teflon – Plástico de alta resistência • Anestésicos – Halotano, CHF3, CHBrCl e CH3CH2Cl • Gases com odor agradável, também podem ser empregado em lança pergumes e na produção de antidetonantes. • Bromo-metano – usado contra insetos devido a sua alta toxicidade. É cancerígeno. HALETOS ORGÂNICOS • Reatividade: • 1- Devido a natureza polar da ligação C-X • 2- Devido ao tamanho de X I > Br > Cl > F • ↑ o tamanho do átomo, ↓ a energia da ligação C-X, ↑ facilidade em se romper esta ligação. Reações de Substituição Nucleofílica HALETOS ORGÂNICOS • Reações de Substituição Nucleofílica (SN): • Esta tem grande inportância para a síntese orgânica, pois a partir dela é possível fazer uma série de transformações orgânicas. • Equação Geral: Nu:- + R – X R – Nu: + X- • A reação pode ser acompanhada pelo consumo de reagentes e formação de produtos. HALETOS ORGÂNICOS • Reações de Substituição Nucleofílica (SN): • Nucleófico é um reagente que procura um centro positivo, sempre é considerado uma base de Lewis, ele estará carregado negativamente. • Grupo retirante (X) sempre leva um par de elétrons com ele, quando sai da molécula HALETOS ORGÂNICOS • Substituição Nucleofílica bimolecular ou de segunda ordem (SN2): • A SN2 é um processo de segunda ordem: no qual a velocidade da reação é proporcional a concentração do substrato e do nucleófilo. HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • A reação acontece em 1 ETAPA ou em um mecanismo concertado: os 2 eventos ocorrem ”em concerto” (ao mesmo tempo). • Há um ataque pela parte de trás, o Nu:- se aproxima do substrato com um ângulo de 180º em relação ao X-. Esta aproximação minimiza a repulsão estérica e eletrônica entre Substrato e Nu:-. HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • É um ataque ao substrato com expulsão simultânea do halogênio. • A formação da nova ligação e a quebra da ligação antiga ocorrem ao mesmo tempo (Estado de transição). HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • Diagrama de energia potencial para uma SN2 Estado deTransição: Depende do choque efetivo entre as 2 espécies; Não interfere na V da reação, tem vida curta. HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • O Nu:- tem que atacar pelo lado oposto ao halogênio, caso contrário haverá impedimento estérico→ INVERSÃO Orbital sp3 e Orbital p mesma fase Orbital p mesma fase HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • Esta reação ocorre com inversão de configuração REAÇÃO ESTEREOESPECÍFICA HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • Reação ESTEREOESPECÍFICA: Reagentes formam produtos com isomeria diferente • Cadeia Linear: R→ S ou R→ S; D→ L ou L→ D HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • Reação ESTEREOESPECÍFICA: Reagentes formam produtos com isomeria diferente. • Cadeia Fechada: Cis→Trans ouTrans→ Cis Cis-1-cloro-3- metilciclopentano Trans-3- metilciclopentanol HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): • Reação ESTEREOESPECÍFICA: Reagentes formam produtos com isomeria diferente. • Quando ocorrem duas reações SN2 seguidas, há retenção da configuração. • Quando os substratos tem mais de um centro quiral, só há inversão na configuração do C que reage com o Nu:-. HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 1- A VELOCIDADE DA REAÇÃO depende da concentração do haleto de alquila e do nucleófilo (2ª. ordem) Nucleofilicidade é um fenômeno cinético: V = k.[R-X].[Nu:-] = mol/L/s HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 2- A velocidade de reação depende da reatividade do NUCLEÓFILO (nucleofilicidade) ↑ eletronegativo ↑V. reação • Nucleófilo mais forte, depende: • Energia dos orbitais; • Polarizabilidade (Tamanho); • Solvatação. HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 2- A velocidade de reação depende da reatividade do NUCLEÓFILO • Energia dos orbitais: • ↑ o no. de orbitais • ↑ o orbital atômico • ↑ a reatividade • ↑ aV. de reação HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 2- A velocidade de reação depende da reatividade do NUCLEÓFILO • Polarizabilidade: • Quando uma molécula é sujeita a um campo elétrico que induz a formação de um momento dipolo. • Ação direta do solvente: HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 2- A velocidade de reação depende da reatividade do NUCLEÓFILO • Solvatação: • Solventes próticos: Solvatam bem ânions, Fazem ponte de H, ↓ a nucleofilicidade. Desfavorecem SN2 • Solventes apróticos: não solvatam ânions – facilitam as reações SN2. HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 3- A velocidade de reação depende da qualidade do GRUPO DE PARTIDA • Os bons grupos de partida conseguem acomodar o par de elétrons que fazia parte da ligação. HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 3- A velocidade de reação depende da qualidade doGRUPO DE PARTIDA HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 3- A velocidade de reação depende da qualidade do GRUPO DE PARTIDA • Os halogêneos não são os únicos grupos de partida: HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 3- A velocidade de reação depende da qualidade do GRUPO DE PARTIDA • Melhor grupo de partida: • Bases fracas: quanto ↓ a basicidade ↑ é o grupo de partida. • Bases fracas acomodam melhor o par de elétrons; • Dentre os haletos I- é uma base fraca e o melhor grupo de partida • Quanto ↑ forte é o ácido correspondente, ↑ o grupo de partida • Sulfatos e sulfonatos também são bases frascas Lembre-se: “Quanto mais fraca for a base, mais forte será seu ácido conjugado” HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 3- A velocidade de reação depende da qualidade do GRUPO DE PARTIDA • Melhor grupo de partida: • Outros grupos que apresentam alta eletronegatividade • Ressonância: pois estabilizam os eletróns • Grupos grandes: ↑ tamanho ↑ o grupo de partida HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 4- A Velocidade da reação diminui com o aumento do tamanho do HALETO ORGÂNICO HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 4- A Velocidade da reação diminui com o aumento do tamanho do HALETO ORGÂNICO • Um substituinte volumoso no substrato reduz a reatividade (velocidade) – Impedimento estérico Metila > C primário > C secundário > C terciário Muito Rápida Rápida Mais lenta Não reage HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 4- CARBONO DO HALETO ORGÂNICO • Reatividade Relativa para o Deslocamento SN2 em Haletos Orgânicos: HALETOS ORGÂNICOS • Substituição Nucleofílica unimolecular ou de primeira ordem (SN1): • A SN1 é um processo de primeira ordem: no qual a velocidade da reação é proporcional a concentração de um reagente, não depende do outro reagente. HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 1ª. Etapa: • Não há espaço para ocorrer o ataque nucleofílico; • O Halogênio se retira da molécula: • Etapa LENTA, é a controladora da velocidade da reação, passa pela formação do carbocátion. HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 2ª. Etapa: • O carbocâtion é atacado pelo Nucleófilo (H2O); • Há formação do 2º. Carbocâtion: Alquil-oxônio + H2O H H O HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 3ª. Etapa: • Ocorre a desprotonação do 2º. Carbocâtion + H2O H H O + H3O + HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 1ª. Etapa: • Carbocâtions terciários estabilizam a carga positiva, entre os carbonos; • Carbocâtions tem geometria planar. HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • Não é uma reação estereoespecífica • Formação dos dois isômeros: Mistura Racêmica HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • ESTEREOSELETIVA • Não é uma reação estereoespecífica • Formação dos dois isômeros: Mistura Racêmica HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • Diagrama de energia potencial para uma SN1 • Formam-se 3 etapas distintas: 2 Carbocâtions HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 1- A VELOCIDADE DA REAÇÃO depende da concentração APENAS do haleto de alquila (1ª. ordem) V = k.[R-X]= mol/L/s • 2- A velocidade de reação NÃO depende da reatividade do NUCLEÓFILO (nucleofilicidade) HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • Solvatação: • Solventes próticos: Solvatam bem ânions, Fazem ponte de H, ↓ a nucleofilicidade. Favorecem SN1 • Solventes apróticos: não solvatam ânions – desfavorecem as reações SN1. HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 3- A velocidade de reação depende da qualidade do GRUPO DE PARTIDA • Os bons grupos de partida conseguem acomodar o par de elétrons que fazia parte da ligação. HALETOS ORGÂNICOS • (SN1): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 4- A Velocidade da reação aumenta com o aumento de ramificações no HALETO ORGÂNICO Metila > C primário > C secundário > C terciário Não Reage Muito lenta Lenta Rápida HALETOS ORGÂNICOS • (SN2): ESTRUTURA E REATIVIDADE • 5- CARBONO DO HALETO ORGÂNICO • Reatividade Relativa para o Deslocamento SN1 em Haletos Orgânicos: HALETOS ORGÂNICOS • RESUMÃO CARACTERÍSTICAS SN2 SN1 SOLVENTE APRÓTICO PRÓTICO ETAPAS DE REAÇÃO 1 etapa 3 etapas VELOCIDADE DA REAÇÃO V = K [R-X].[Nu] V = K [R-X] Estereoquímica Estereoespecífico Estereoseletivo Ordem de reatividade Metila> C 1o. > C 2o. > C 3o. C 3o. > C 2o. > C 1o.> Metila Profª. Msc.: Débora Jacomini 2016 HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Aula 22 – Química Orgânica
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