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TCC ConcubinatoAdulterino TERMINADO

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_______________________ 
*Bacharelando em Direito na UNIPÊ. 10º período, Turma G. E-mail: nettogomes_@hotmail.com. 
Onde agradeço a Deus e aos meus familiares que sempre ajudaram e estavam presentes na 
conquista de mais uma etapa. 
**Anaína Clara de Melo, professora, doutora e coordenadora do núcleo de monografia do UNIPÊ; 
 
A sucessão no Concubinato Adulterino – Necessidade do reconhecimento no 
Código Civil Brasileiro 
 
João Gomes Ribeiro Neto* 
Anaína Clara de Melo** 
RESUMO 
Este artigo cientifico visa mostrar os tipos de famílias existentes desde o Código Civil 
de 1916, Constituição de 1988 o Código Civil de 2002 até os dias de hoje tendo um 
enfoque maior na Família Putativa. Terá uma breve reflexão sobre o casamento e a 
união estável, demonstrando as várias formas doutrinaria como a lei brasileira vê o 
concubinato adulterino, ao falar da união estável foi tomado todo cuidado ao falar 
dos deveres e obrigações dos companheiros, ao falar do concubinato foi mostrado 
que a intenção desde o principio seria a de construir núpcias, e que ao longo do 
tempo foi sendo vulgarizado o termo. Como eram marginalizados os que viviam em 
relação de concubinato. Com intuito de mostrar que a concubina adulterina tem sim 
direito a pensão e a sucessão do parceiro morto. Este é o nosso artigo visa mostrar 
o elo fraco da relação, e que merece o mínimo de proteção no relacionamento. 
 
 
Palavra-Chave: Família. Concubinato. Concubina. Direitos. União Estável. 
Casamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1 
 
2 EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA E DO CASAMENTO ......................................................................... 3 
2.1 CÓDIGO CIVIL DE 1916 .................................................................................... 4 
2.2 CONSTITUIÇÃO DE 1988 ................................................................................. 5 
2.3 CÓDIGO CIVIL DE 2002 .................................................................................... 6 
 
3 PRINCÍPIOS DO DIREITO DA FAMÍLIA ...................................................................................... 6 
3.1 PRINCÌPIO DA MONOGAMIA ........................................................................... 6 
3.2 PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................................ 7 
3.3 PRINCIPIO DA VEDAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA .................. 8 
 
4 POLIAMOR ........................................................................................................................................ 8 
 
6 DO CONCUBINATO ADULTERINO ........................................................................................... 11 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 17 
ABSTRACT ......................................................................................................................................... 19 
REFERÊNCIA ........................................................................................................................................... 19 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O trabalho busca abrir uma discussão entre as normas hoje existentes e 
como poderiam ser no intuito de buscar chegar perto da realidade, em relação as 
modalidades de famílias existentes hoje no nosso ordenamento jurídico, com isso 
introduzindo o concubinato adulterino como uma delas, dando direito a quem é de 
direito principalmente na sucessão, pois nas leis existentes hoje nenhuma defende ou 
regulamenta a situação da concubina adulterina, fazendo hoje um pré julgamento, 
2 
 
hostilizando e vulgarizando essas pessoas que vivem dessa maneira, onde hoje 
podemos ver que de forma ampla acontece muito uma pessoa acabar formando duas 
famílias, sendo casado e constituindo uma relação de concubinato adulterino por não 
poder ter uma relação de união estável, com isso a pessoa com a qual se relaciona 
não tem direito nenhum sobre o relacionamento nem em caso de separação como em 
caso de falecimento, pois não tem lei que assegure a sucessão para aquela pessoa 
de outra forma recrimina e condena quem vive dessa forma, baseado num principio 
que hoje de certa forma já não é mais seguido por grande parte do povo brasileiro, 
que é o da monogamia, assim iremos trazer a história da família contando de onde ela 
surgiu, como surgiu e sua evolução no Brasil, iremos abordar os princípios que 
seguram tanto uma jurisprudência a favor da concubina ter direito a pensão e também 
a sucessão como também o princípio que é contra, traremos conceito histórico e a 
evolução da união estável, do concubinato e do casamento onde focaremos no 
concubinato adulterino que é o tema do trabalho. A família durante anos foi 
constituída por imposição de patriarcas que casavam seus filhos sem sequer saber se 
eles teriam interesse no matrimonio, conforme o tempo foi passando e as leis 
nascendo, o instituto da família mudaram até de conceito assim passando de apenas 
um instituto para apenas guardar patrimônio das famílias, para o qual havia 
sentimento envolvido, e conforme as leis evoluíram foi reconhecido o concubinato 
puro nascendo um instituto semelhante que é a União Estável, regularizada pelo 
Código Civil de 2002 onde não mais é necessário o contrato formal e solene para se 
te os efeitos jurídicos de um casamento, podendo ser expressa ou tácita as formas de 
união estável, diante dessa evolução, e desde a antiguidade é constituída um laço de 
concubinato, ou seja, se tem um relacionamento fora do casamento onde sempre foi 
normal e nunca um crime, onde hoje a concubina é aquela pessoa que é impedida de 
casar ou manter uma união estável, havendo assim a concubina de boa-fé que não 
sabe da existência da outra não pode de maneira alguma ser excluída da sucessão 
ou até mesmo da pensão alimentícia para ela. Como uma parte das jurisprudências 
Brasileiras está sendo favoráveis a elas. 
Então neste tema iremos falar sobre tudo isso com o intuito de mostrar que a 
forma mais fácil e atualmente é a necessidade de uma mudança no código civil em 
relação ao concubinato adulterino, por ser necessária uma adequação ao 
relacionamento que existe na atualidade, onde se precisa colocar uma norma 
favorável a concubina em relação a sua sucessão, pois hoje ela é a maior vítima do 
3 
 
principio da monogamia em relação à sucessão, onde hoje vemos que até com a 
ajuda da psicologia vemos que existe uma tese chamada poliamor que é basicamente 
quando uma pessoa ama mais de uma pessoa de uma só vez, conseguindo com isso 
provar que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo, e com isso provando que 
pode haver o concubinato adulterino por amor, com intuito de formar família, e não 
como hoje se é descriminado como foi à união estável até a sua regularização com 
uma lei especifica. Diante disso se faz necessário uma norma benéfica ao 
concubinato adulterino. 
2 EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA E DO CASAMENTO 
 
Surgiu há aproximadamente 4600 anos, onde esse termo quer dizer “escravo 
domestico” tendo inicio em Roma pois eram utilizados para a escravidão agrícola, 
sendo criada assim com o poder patriarcal, onde o pai detinha o poder financeiro e 
dos bens da família, onde ele se opunha a mulher e os filhos onde eles assim teriam 
que se submeter a ele, formada por membros sanguíneos ou com laços afetivos. 
Antes a propriedade da família passava de uma para outra, onde só poderia 
herdar o bem quem fosse realmente filho do pater família de sangue, por esse motivo 
as mulheres casavamvirgens ainda para se ter a certeza que aquele filho era 
realmente do pater família. 
O pater família era o instituto maior que se poderia alcançar na Roma Antiga 
em relação a família, o termo é latim e na sua tradução é apenas pai de família, onde 
aqui ele seria o chefe da família tudo tinha que passar por ele e quem mandava em 
casa e nas relações em geral seria o pater família, onde sempre a sua posição seria 
do gênero masculino. 
Chamava à atenção a união sem afeto nessa época com intuito apenas de 
conservar o bem de família, a filha mulher quando se casava deixava de ser filha para 
se tornar apenas e tão somente esposa, com isso ela tinha o afeto do seu pai, mas 
não os bens, que quem deteria eram os filhos homens. 
O cristianismo teve uma forte influencia na família, pois veio para sacramentar 
o casamento religioso, e pregando que não poderia haver o rompimento deste, e se 
empenhou a pregar e atacar tudo que pudesse afetar a família como o adultério, o 
aborto e o concubinato. 
4 
 
O casamento é a junção de duas pessoas com o sentido de viver a vida 
inteira com aquele companheiro, na antiguidade só era concedido o casamento entre 
homem e mulher, sendo um contrato de união entre duas pessoas. Quando casados 
a mulher adotará o nome do marido em seu nome, com isso todos saberiam de quem 
era a mulher, assim vemos que era impositivo e ate um sentimento de posse sobre a 
mulher, o casamento tinha o intuito da fidelidade eterna. 
 
2.1 CÓDIGO CIVIL DE 1916 
 
Com o advento do código de 1916 apenas regulamentou alguma das coisas 
que já vinha de épocas distantes como a subordinação da mulher onde ela era tida 
como relativamente capaz, que para tudo que ela fosse fazer como procurar emprego, 
transações financeira, etc. teria que ter autorização do seu marido o patriarca da 
casa, sendo sempre submissa ao homem. 
O Código Civil de 1916 traduzia a realidade daquela época, como relata 
Venosa (2007, p.14 e 15): 
 
[...] naquela época, a sociedade era eminentemente rural e patriarcal, 
guardando traços profundos da família da antiguidade. A mulher dedicava-
se aos fazeres doméstico e a lei não lhe conferia os mesmo direitos do 
homem. O marido era considerado o chefe, o administrador e o 
representante da sociedade conjugal. Nosso Código Civil de 1916 foi fruto 
dessa época. Os filhos submetiam-se á autoridade paterna, como futuros 
continuadores da família, em uma situação muito próxima da família 
romana. O Estado, não sem muita resistência, absorve da igreja a 
regulamentação da família e do casamento, no momento em que esta não 
mais interfere na direção daquele. No entanto, pela forte influência religiosa 
e como consequência da moral da época, o Estado não se afasta muito dos 
cânones, assimilando-os nas legislações com maior ou menos âmbito. 
Manteve-se a indisponibilidade do vinculo do casamento e a capitis 
deminutio, incapacidade relativa, da mulher,bem como a distinção legal de 
filiação legitima e ilegítima [...] 
 
Também tinha em seu texto que casamento para os filhos menores de 21 
anos apenas com consentimento de ambos os pais e havendo divergência de 
opiniões prevaleceria a do pai, vemos com isso que não importava a vontade da mãe, 
se o pai quisesse ele mesmo autorizaria e teria o casamento. 
O casamento ainda no código de 1916 era indissolúvel, sendo assim quando 
havia o casamento era para sempre, até a hora de sua morte, assim para preservar a 
família e os bens que elas teriam. 
5 
 
Nessa época ainda não existia o instituto da união estável, mas existiam 
famílias morando juntas sem estarem casadas (que era chamado de concubinato 
puro que, mas tarde se tornou a união estável), mas nessa época a população era 
bastante preconceituosas e com isso discriminavam o casal e principalmente o filho 
que nascerá da união dos dois, chamando-os de bastardos, nessa época o código 
regulamentava que para ser filho tinha que ser de um casamento para ser legítimo, 
assim os filhos que não eram de casamento, ou até mesmo de traição seriam 
ilegítimos não entrando portanto na sucessão. 
2.2 CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
Com a constituição de 1988 a família se tornou mais emotiva, e menos 
impositiva, a evolução dar-se por meio do amor, afeto e carinho onde se casam mais 
por amor do que por imposição, trouxe com si a lei do divorcio e da separação judicial, 
onde não, mas convive com quem você não queira, e vieram regulamentar os filhos 
oriundos de fora do casamento e os adotados, não tendo mais filhos ilegítimos, todos 
são iguais perante a lei. 
Assim diz Maria Berenice Dias, Revista Jurídica Consulex, Brasilia Outubro de 
2010: 
Romperam-se os paradigmas em que a família era identificada pelo 
casamento. A evolução dos costumes, a emancipação da mulher, o 
surgimento dos métodos contraceptivos, a própria globalização levaram à 
reformulação da estrutura da família. De um reduto da conjugalidade, a 
família se transformou em um espaço da afetividade que alberga todas as 
modalidades vivenciais, gerando sequelas que devem ser inseridas no 
âmbito do Direito de Família. 
 
Assim a nova constituição trouxe a imposição legal de igualdade entre os 
pares, buscando novos modelos de família necessários à modernização e modelos 
que se adéquam a realidade. Onde o casamento não é, mas a base da formação de 
família, onde adveio a união estável entre outros institutos, começando a partir disto 
o concubinato puro, o qual era uma união que não havia impedimentos matrimoniais, 
mudando sua denominação a posterior para união estável. 
Sendo reconhecida a união entre homem e mulher como entidade familiar. 
Após a constituição de 1988 foi regularizada pela lei nº 9.278/96, e depois pelo 
código civil de 2002. 
 
 
6 
 
2.3 CÓDIGO CIVIL DE 2002 
 
O código Civil de 2002 trouxe uma nova definição para o concubinato, aqui 
ele traz o concubinato como duas pessoas impedidas de casar, sejam por um dos 
companheiros já manter um casamento ou união estável, ou por não ter se separado 
de fato. E trazendo a união estável como uma nova modalidade de família 
regularizando e equiparando ao casamento, onde quem antes era descriminado por 
viver em concubinato puro, pode agora viver em uma união estável reconhecida 
matrimonialmente sem sofrer preconceitos e tendo direitos tanto seus como dos 
filhos assegurados na sucessão patrimonial e garantindo direitos e deveres no 
relacionamento. Assim assegura Ferraz (2008, s/p): 
 
O surgimento da nomenclatura União Estável e essa clara distinção, 
devesse ao fato da carga pejorativa que envolve a palavra concubinato, 
referindo se às relações que ocorrem concomitantemente ao casamento e 
ligando-se o nome concubina à prostituta e à amante. Assim, a intenção do 
legislador foi evitar o preconceito com relação à União Estável, tendo em 
vista o seu reconhecimento pelo nosso ordenamento jurídico. 
 
 
3 PRINCÍPIOS DO DIREITO DA FAMÍLIA 
 
 Os princípios do direito são peças fundamentais para os diversos ramos do 
direito onde não podemos falar sobre o concubinato sem falar de princípios tão 
utilizados hoje nas jurisprudências sobre este tema. Vamos falar de alguns deles 
onde os quais estão mais presentes em jurisprudências, que baseadas neles elas 
são definidas. Tendo eles como base, conceito e formação para a família. 
 
3.1 PRINCÌPIO DA MONOGAMIA 
 
É o principio regulador da sociedade exigido tanto no casamento quanto na 
união estável quando se é exigida a fidelidade recíproca e a lealdade 
respectivamente, sendo deveres dos cônjuges para a constituição do casamento e 
da união estável, entende que para existir uma entrega mútua para só assim existir, 
com isso não existindo a permissão de poligamia. A monogamia está pautadana 
entidade integra e harmoniosa, sendo a forma pura pela qual deve haver relação 
entre o homem e a mulher, onde um só possa ter o outro. Onde hoje no Brasil se 
7 
 
pune que não vive respeitando o princípio da monogamia dando ao cônjuge o direito 
á separação judicial litigiosa, sendo revestido o principio com essa sanção. A 
doutrina tem se baseado e entendido que fidelidade e lealdade são sinônimos, pois 
na união estável diante o companheiro possuir status de casado e a possibilidade de 
casar se unem ao status de família tendo essa característica semelhante, com isso a 
necessidade de se manter fiel, pois não seria aceito após isso tudo um afronto a tal 
principio a realização do casamento. Sendo apenas um norte organizador da 
sociedade como alguns entendimentos, muitas decisões baseadas na monogamia 
estão sendo mudadas, e já tem jurisprudência a favor da concubina justamente por 
pensar dessa forma, e excluindo-o como principio sendo necessário à busca por 
novos argumentos, de tal forma que seria mais fácil hoje regulamentar como uma 
entidade familiar o concubinato adulterino. 
Não vejo nenhum motivo para a lei exigir o dever de fidelidade, pois não 
existe uma maneira de cobrar isso ao casal e nem mesmo motivo para obrigar ou 
impor isso de forma explícita, cada um sabe da sua vida e o que deve ser feito com 
ela, escolhas que devem ser feitas por quem de fato pode escolher isso para sua 
vida, pois a mulher não pode pagar por algo que ela não fez e sim o homem, e as 
leis são mais benéficos ao homem do que a mulher. 
 
3.2 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
Uma pessoa desde que nasce já detém a dignidade sendo esse um atributo a 
pessoa humana, devendo a ele respeitar a dignidade do outro sendo este um valor 
universal, a dignidade da pessoa humana seria um conjunto de direitos inerentes à 
pessoa humana, como seria a liberdade entre outros, e para este caso da concubina 
adulterina seria em volta da liberdade existente pelo cônjuge de poder amar mais de 
uma pessoa e constituir desta forma mais de uma família. Todas as pessoas nascem 
livres e iguais em dignidade e direitos é o que dispõe a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos em seu art. 1º, tendo como base também o respeito, onde todos 
devem se respeitar. Sendo principio fundamental exatamente por tratar da pessoa 
humana, onde deve conter em todo texto normativo. 
 
 
 
8 
 
 
3.3 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA 
 
Consiste na proibição de uma pessoa enriquecer sem causa, para ser 
caracterizado deve saber se o bem ou dinheiro foi recebido mediante um ato ilícito, 
de uma causa ou de uma razão injusta. Sendo vedada a causa injusta no 
ordenamento jurídico brasileiro, já a justa pode como a doação, que ocorre um 
enriquecimento sem causa, porém a causa é legítima. Tem com requisitos para o 
enriquecimento sem causa a ausência de justa causa, locupletamento e nexo causal 
entre o enriquecimento e o empobrecimento. Portanto esse princípio se enquadra 
quando mediante morte ou pensão a esposa fica com todo o patrimônio do adultero 
no qual a concubina adulterina tem direito, pois ajudou ele a constituir conforme 
carinho, amor e atenção e apoiando e aconselhando em varias duvidas até muita 
das vezes financeiramente. 
 
4 POLIAMOR 
 
 Poliamor é uma tese da psicologia que é a pratica de um relacionamento de 
uma pessoa com mais duas onde todas tem o consentimento e aceitam isso, 
descrito como consensual ético e não monogâmico, sendo necessária para alguns 
todos esses três requisitos para se formar. Onde a monogamia não é seguida como 
forma de felicidade onde não podemos confundir com a promiscuidade, ou seja, não 
se trata de sair na rua atrás de constituir um novo relacionamento, e sim porque há 
certa liberdade de viver desta maneira. A palavra poliamor por si quer dizer vários 
amores, e quer dizer que a relação vai além de apenas a relação sexual, existe um 
laço amoroso entre as pessoas envolvidas. Onde cada pessoa responde por si não 
havendo ciúmes onde acaba sendo questionável, porque a principal causa dos 
ciúmes é a insegurança, mas como nesse relacionamento poliafetivo a pessoa sabe, 
aceita e gosta do relacionamento amplo existente entre o casal. 
 Defende de forma explicita a aceitação de que pode sim viver e ter mais de 
um parceiro de forma que há amor com relação às duas pessoas simultaneamente, 
convívio duradouro e ético. 
 No Brasil já tem jurisprudência aceitando as relações poliamorosas, seguindo 
o que se já é mais comum nos Estados Unidos, e que Alemanha está seguindo. 
9 
 
 Existem vários tipos de poliamor, como o Polifidelidade que seria o 
envolvimento de varias pessoas, mas que só haveria relação sexual dentro de um 
determinado grupo. O Sub-relacionamentos seria o próprio casamento “aberto” onde 
livre o envolvimento com mais de uma pessoa, com aceitação do parceiro. Poligamia 
seria a pessoa que constitui casamento com diversas pessoas. 
 De forma que com a mudança nos relacionamentos hoje em dia, cada vez 
mais essa tese ganha força e adeptos no Brasil, pois não mais eventualmente, cada 
dia mais normal este tipo de relação, conforme vemos isso, temos a certeza que a 
concubina adulterina teria, baseado nessa teoria, direito a pensão e a sucessão, 
pois se faz uma família poliafetiva. Pois sabemos que em vários casos a mulher 
sabe do relacionamento do seu marido com outra pessoa e finge não saber por 
muitas vezes para não perder aquela vida que vive, então ela sabe e aceita. 
 Então o poliamor é uma tese muito usada em jurisprudência na defesa da 
sucessão e pensão por parte da concubina adulterina. 
 
5 CONCUBINATO, UNIÃO ESTÁVEL E CASAMENTO 
 
Concubinato é a união ilegítima de duas pessoas, sem a aprovação legal. O 
Concubinato existe desde sempre, onde as concubinas viviam com os reis e todos 
sabiam e não havia repulsas sobre elas, com o passar do tempo que foi havendo 
repulsa e o nome concubina era ligado à prostituição trazendo para si um termo 
vulgar. Sendo o concubinato dividido em concubinato puro e impuro, sendo o puro a 
união duradoura que não continha casamento, e o impuro quando havia algum 
impedimento, sendo a parceira chamada de concubina. Assim diz Maria Helena 
Diniz (2002, p. 356): “O concubinato puro ou união estável é a união duradoura, sem 
casamento, entre o homem e a mulher livres e desimpedidos, isto é: solteiros, viúvos 
ou separados judicialmente ou de fato”. 
Os franceses foram os primeiros a reconhecerem em leis a concubina, 
podemos dizer que a França foi o criador do direito concubinário, pois em 16 de 
novembro de 1912 é promulgada a primeira lei trazendo o concubinato notório, o 
qual era para reconhecer paternidade ilegítima. 
No Brasil como no mundo todo o concubinato nunca foi tido como um crime, 
mesmo com o código de 1916 que tinha em seu artigo que era proibido a doação de 
10 
 
dinheiro ou bens a concubina, não se tinha como um crime e sim como proteção de 
bens de família. 
De acordo com o artigo 1.723 do novo Código Civil que conceitua união 
estável: 
 
Art. 1723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre 
homem e mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura 
e estabelecida com o objetivo de instituir família. 
 
A união estável veio da constituição de 1988 e teve sua legislação especifica 
com a lei 9.278/96, trazendo em sua redação que a união estável é a união de duas 
pessoas que residem em um mesmo teto ou não, mas que tem um relacionamento 
duradouro e notório para todos, servindo como caracterizador os limites postos pela 
formação de família, não havendo prazo de duração da relação para ser conceituadaque antes era de cinco anos, e foi acrescentado que para se caracterizar não 
poderia ter impedimento matrimonial de qualquer que seja o companheiro. 
O efeito patrimonial causado pela união estável é o regime de bens que é a 
regra de regime de bens onde eles podem escolher, caso não queiram será 
obedecido o regime do casamento que é o de separação de bens. 
 Ou seja, a união estável é baseada no relacionamento entre os pares na 
convivência pública, configurando-se assim como um fato e não um ato, baseando-
se no amor continuo entre os pares. 
A união estável e o casamento tem o mesmo caráter, porém é bastante 
diferente, assim o casamento cria um estado civil até depois de separados ou com a 
morte do cônjuge já a união estável não cria, o casamento tem seu contrato sendo 
ele caracterizado como solene formal e de natureza pública, a união estável apenas 
expressa ou tácita, e na sucessão o cônjuge sobrevivente é herdeiro necessário e 
na união estável não. Assim para se caracterizar é necessário ter vontade de 
constituir uma família, como um namoro ou noivado não constituem uma união 
estável, sendo uma forma lícita de duas pessoas constituírem um lar, uma família 
sem ter a necessidade de serem casados, tendo a mesma característica. 
Os efeitos patrimoniais da união estável salvo contrato escrito será de 
comunhão parcial de bens. Já no concubinato adulterino isto não se aplica pois nada 
é dito ou expressamente claro sobre este ato. 
11 
 
Não há impedimento nenhum para quem já vive em regime de união estável 
se casar, podendo a qualquer momento por vontade dos companheiros constituírem 
matrimonio, de acordo com a lei com base no art. 1.726 do Código Civil: “A união 
estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao 
juiz e assento no Registro Civil”. 
 
6 DO CONCUBINATO ADULTERINO 
 
O concubinato adulterino seria a relação entre duas pessoas que estão 
impedidas matrimonialmente de constituir um casamento ou união estável, por que 
um ou ambos os parceiros constituem outra família ou constituem uma união estável 
com outra pessoa. Logo quando se pensa em concubinato adulterino deve se 
pensar em mais de uma família onde elas dividem um mesmo membro entre elas, 
exercendo o poder familiar em mais de um ambiente. 
São requisitos para caracterizar o concubinato adulterino, a publicidade a 
regularidade e o adultério, assim tem que ser público e notório e não pode ser as 
escondidas tem que haver regularidade, assim um ou dois encontros não 
caracterizam o concubinato e por ultimo não menos importante tem que haver o 
adultério, um dos companheiros devem ter algum impedimento. 
O código civil brasileiro tem em seu texto o art. 1.727 que fala “As relações 
não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem 
concubinato”. 
Assim o concubinato adulterino perde sua característica quando o casal já 
esteja separado de fato após cinco anos ininterruptos. Existe uma divisão no 
concubinato adulterino que é a de boa-fé e a de má-fé. A de má-fé seria quando 
ambos os companheiros sabem da situação do parceiro, e continuam com aquela 
relação adulterina já o de boa-fé é quando nenhum dos parceiros sabe do 
relacionamento do companheiro assim agindo com o adultério de boa-fé. 
Podendo ocorrer de farias formas. Na visão de Bittencourt (1980, p 106): 
 
O adultério tem escalas. Seus reflexos no concubinato são, pois, 
extraordinariamente variados. Adulterinidade de ambos os concubinos ou 
de um só; a preexistência de um dos concubinos com terceira pessoa; a 
culpa de dois ou de um só; a boa-fé por parte de um deles como o caso de 
fraude, ou sedução; a ignorância do casamento preexistente, a boa ou má 
fé com que terceiros contratam com um deles, e muitos outros matizes que 
o fato apresenta, tudo isso pode alterar a consequência jurídica de cada 
12 
 
espécie analisada. Nessa escala, a culpa de um dos concubinos e a 
concorrência de culpa obrigam muita distinção. 
 
Havendo uma divergência bastante grande sobre o concubinato adulterino 
onde tem doutrina defendendo o concubinato adulterino como entidade familiar e de 
outra face que não reconhece, segundo eles fere o principio da monogamia. 
O principio da monogamia no Direito Brasileiro é muito claro, por isso não se 
tem como lei a possibilidade de haver duas ou mais união entre um mesmo cônjuge, 
assim a união estável putativa seria a possibilidade de haver duas pessoas 
enganadas sem saber da existência da outra, ou seja, de boa-fé, e com isso ter 
todos direitos que teria se fosse a única, pois ela tem o direito ela não sabe da 
existência da outra. 
CAHALI, em seu livro União Estável e alimentos entre companheiros, p. 72. 
diz: “Assim, se de boa-fé a companheira, pelo seu escusável desconhecimento de 
outras relações mantidas pelo companheiro, mesmo não caracterizada a união, para 
ela a ligação gera todos os efeitos.”. 
Havendo ou não uma nova parceira, o interesse da companheira tem que ser 
preservado, ou seja, o direito do instituto da união estável e seus efeitos jurídicos, 
pois estando de boa-fé sem saber da existência do outro relacionamento de seu 
companheiro. 
A responsabilidade civil dos cônjuges encontra-se regularizadas no disposto 
artigo 1.566 do Código Civil de 2002 que diz: 
 
Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I - Fidelidade recíproca; 
II - Vida em comum, no domicilio conjugal; 
III - Mútua assistência; 
IV - Sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - Respeito e consideração mútuos. 
 
A fidelidade recíproca que vem a ser um principio da nossa constituição 
federal que é o da monogamia, sendo assim a infidelidade poderia vir a romper 
qualquer laço conjugal existente entre casais. 
A sociedade de fato vem impedir o enriquecimento ilícito assim é algo que 
existe entre duas pessoas casadas, isso seria um impedimento para o casamento ou 
união estável, onde os dois cooperam para as contas domesticas e ou compra de 
bens familiares para ambos. 
13 
 
Assim o tema concubinato ficou restrito apenas ao concubinato 
impuro/adulterino. Aduz Ferraz (2008, s/p): 
 
O termo concubinato, portanto, ficou restrito ao antigo concubinato impuro, 
principalmente a união adulterina, ou seja, aquela que ocorre 
concomitantemente ao casamento. E enquanto a união estável ganhou 
amplo espaço no ordenamento jurídico, tendo seus direitos reconhecidos, 
ao concubinato ainda é negado qualquer tipo de efeito jurídico por boa parte 
da doutrina e jurisprudência, existindo muitos autores que silenciam diante 
do tema. 
 
Ficando aberto ao entendimento de cada legislador julgar conforme achar 
mais adequado ao caso, questões inerentes ao concubinato adulterino. Os que 
defendem que a concubina tem direito tanto a pensão quanto á sucessão se 
baseiam no principio da dignidade da pessoa humana, pois se a concubina parou 
sua vida para cuidar do lar, dos filhos, e é dependente do companheiro falecido, 
tendo ela o papel de esposa, teria ela total direito. E na meação da pensão buscaria 
a manutenção da sua dignidade pois não podemos ignorar a realidade que o 
adultério não exclui a manutenção da dignidade da pessoa humana.Hoje o 
entendimento do STF é que não é cabível a meação da pensão. 
A sucessão se dar quando uma pessoa morte deixando assim bens, aos 
herdeiros ou a quem queira mediante testamento. Se da a sucessão a partir de 
declarado a morte, com isso os bens passam diretamente para seus legítimos. 
Hoje o entendimento da maioria dos Tribunais Brasileiros é que a concubina 
adulterina tem sim direito a sucessão onde se baseiam no princípio da vedação ao 
enriquecimento sem causa, onde ela contribuiu para a existência dos bens do casal 
e no falecimentodo seu parceiro perder tudo deixando assim para a esposa ou até 
para outra pessoa proporcionando assim um enriquecimento sem causa por parte de 
quem vier a receber. 
Os doutrinadores e juristas tratam o concubinato adulterino como um instituto 
do direito das obrigações e não do direito de família, pois seria uma sociedade de 
fato excluindo-se assim como uma entidade familiar. 
Teria assim um preconceito enorme de uma sociedade patriarcal excluindo a 
concubina do direito de Família, fazendo assim ela como a maior vítima. 
Mas de contraponto os tribunais brasileiros vem mudando o pensamento em 
relação isso, assim se tornando meio que impositivamente o concubinato impuro 
14 
 
como uma nova forma de modalidade de família, que cada vez, mas frequente vem 
mudando entendimentos de tribunais brasileiros. 
É vedado ao concubino como herdeiro ou legatário a menos que o 
companheiro esteja separado de fato do cônjuge casado a mais de cinco anos. Essa 
norma vem em defesa do cônjuge enganado que por não saber de nada vai vir a 
sofrer a perda dos seus bens para alguém que até então não sabia nem da 
existência. Podendo a doação feita pelo cônjuge adulterino ser anulada tanto pelo 
cônjuge traído como pelos descendentes a fim de evitar o desfalque do patrimônio. 
Deve haver o bom senso e levar em conta que quando os companheiros 
trabalham e juntam seus bens tanto diretamente quanto indiretamente no 
concubinato adulterino deve se reconhecer sim a sociedade de fato, os bens devem 
se comunicar, há sim o direito a sucessão nesse caso. Como diz a própria súmula 
380 do STF: "Comprovada à existência de sociedade de fato entre os concubinos, é 
cabível sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço 
comum". Com isso vemos que deve sim se basear na sociedade de fato para tomar 
uma decisão mais digna, que ainda não é o ideal pois tem que ser reconhecida 
como modalidade de família, a família paralela pois tem que haver o direito completo 
tanto de meação, como pensão, divisão de bens. 
Hoje a única forma de se conseguir entrar na sucessão é provar que houve o 
apoio ao companheiro tanto direta como indiretamente que ajudou a construir ou 
comprar os bens, de forma direta de certa forma até fácil de provar, porém de forma 
indireta bastante difícil. De forma direta seria quando contribui financeiramente com 
o companheiro para adquirir aquele certo bem, e indiretamente seria com cuidados 
domésticos, conselhos, ou seja, de uma forma indireta para que ele conseguisse 
aquele bem. Equiparando se assim o direito do cônjuge enganado que também 
contribui tanto diretamente como indiretamente na constancia do casamento tendo 
respaldo da lei de sucessões. 
A punição aqui que deveria ser ao cônjuge que está indo contra a lei, principio 
e até agindo de má-fé em varias vezes, está caindo em cima da concubina que é o 
elo mais fraco da relação sendo ela a maior vítima que em vários casos parou a vida 
pra viver a do companheiro será punida, pois a ele foi dada mais atenção que por 
varias vezes deixou de estudar ou até trabalhar para cuidar dele da casa e dos 
filhos, ficará aberta a sucessão com nada. 
15 
 
O direito de família brasileiro abre uma brecha grande em relação a esse 
tema, se mostrando como uma matéria muito atrasada, pois como falamos da família 
um tema atual e em constante modificação as leis, jurisprudências tem que seguir os 
costumes sim, mas também a atualidade, onde hoje varias famílias vivem de forma 
paralela, umas não sabem da existência da outra, mas também existem sim as que 
sabem e aceitam isso, portanto tem sim que se atualizar e ver que hoje o mais justo 
e certo seria sim a adaptação do concubinato adulterino como modalidade de 
família. 
O Código Civil é muito omisso em relação ao concubinato, foi publicado em 
2003 porém o seu projeto de lei é de 1975 ou seja andou pelo Congresso antes 
mesmo da Constituição de 1988 com isso não acompanhou a evolução, tanto que 
traz sim a união estável porém ela vem com um déficit, pois parece não equiparar ao 
casamento deixando também de ter um olhar sobre o pluralismo familiar. 
O poliamor uma tese da psicologia vem dizendo que pode sim a pessoa amar 
uma, duas ou três pessoas ao mesmo tempo, ou seja, reconhece nessa tese que é 
possível haver a família paralela e que nela também existe o amor. Onde vemos que 
na união estável e casamento é necessário o amor e o intuito de constituir uma 
família, vemos que é possível amar mais de uma pessoa, e quando amamos 
queremos sim constituir uma família ao lado dessa pessoa e quando convivemos 
anos com ela é porque realmente tínhamos esse interesse, então se era vontade do 
falecido porque não fazer cumprir ela? 
No mesmo caminho temos a tese da desembargadora Maria Berenice Dias ao 
votar a apelação cível nº 70005330196, da comarca de Erechim/RS: 
Com o desenvolvimento da sociedade, o conceito de família sofreu uma 
profunda alteração, alteração esta a que foi sensível a jurisprudência que 
acabou se revelando como um fator decisivo para que as relações 
chamadas espúrias passassem a merecer o tratamento de concubinárias, 
sendo inseridas na órbita jurídica, acabando por serem alçadas à órbita 
constitucional como entidade familiar. Ora, se agora ninguém mais identifica 
como família o relacionamento sacralizado pelo matrimônio, se o conceito 
de família alargou-se para albergar os vínculos gerados exclusivamente da 
presença de um elo afetivo, mister concluir que o amor tornou-se um fato 
jurídico, passando a merecer proteção legal. Se agora mudaram os 
paradigmas da família, não mais se pode deixar de enlaçar no seu conceito 
todos os vínculos afetivos. Hoje, o toque que leva a inserir ou não o 
relacionamento no âmbito do Direito de Família é o afeto, independente da 
sacralização da união, da finalidade procriativa e até do sexo dos seus 
integrantes. Basta lembrar as famílias monoparentais para não se adentrar 
nos vínculos que prefiro chamar, não de homossexuais, mas homoafetivos. 
Assim, merece ser reconhecido que se está frente a um novo conceito de 
família, em que basta a existência de um vínculo afetivo para assim nominá-
la. No entanto, para que se obtenha o reconhecimento de uma entidade 
16 
 
familiar, nos moldes postos na lei, basta se identificar a presença dos 
pressupostos da lei, nos quais não se encontra nem a exclusividade e nem 
o dever de fidelidade para a sua configuração. Sequer a Constituição 
Federal ou a legislação ora vigorante, que define a união estável (Lei 
9.278/96), fazem qualquer distinção a respeito do estado civil do par ou 
estabelece a fidelidade ou exclusividade como pressuposto para o seu 
reconhecimento. Evoluiu o legislador ao não mais estabelecer como 
requisito à extração de efeitos jurídicos do vínculo afetivo a existência de 
impedimentos dos companheiros. Igualmente, não distinguiu a lei o 
concubinato puro ou impuro, bem como jamais deixou de albergar este 
último, também chamado de adulterino, no conceito legal de união estável. 
Portanto, nem a falta de convivência sob o mesmo teto nem a circunstância 
de um deles manter relacionamento, de qualquer natureza, com outra 
pessoa são impedientes para o reconhecimento da existência da união 
estável. (RIO GRANDE DO SUL.TJ/RS. 7ª Câmara Cível. Apelação cível n. 
70005330196/2002. Relatora Des. Maria Berenice Dias. Porto Alegre, 07 de 
maio de 2003.) 
 
Como voto da desembargadora mostra que para a união estável a simples 
vontade de amar e constituir uma família é necessários para a efetivação da união 
estável que lhe dará direitos sucessórios equiparados ao de pessoas casadas, a 
concubina também deveria ter os mesmos direitos. 
Onde também vemos decisões baseadas no principio do terceiro de boa-féque não deverá ser punido por uma coisa que não sabia e nem muito menos 
passará fome por isso se ali estava de boa-fé e não por que queria se meter na 
relação de casamento do seu companheiro, nesse caso especifico até os direitos 
previdenciários são divididos igualmente entre a concubina e a esposa. 
Nessa linha de raciocínio a terceira camara cível da Bahia julga em seu 
processo nº APL 01246339520058050001 BA 0124633-95.2005.8.05.0001 que: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL, 
PARA FINS UNICAMENTE PREVIDENCIÁRIOS– PROVA DA EXISTÊNCIA 
DA UNIÃO ESTÁVEL. RELACIONAMENTO PARALELO AO CASAMENTO. 
UNIÃO ESTÁVEL PUTATIVA. RECONHECIMENTO. APELO A QUE SE 
NEGA PROVIMENTO. 
A união estável assemelha-se a um casamento de fato e indica uma 
comunhão de vida e de interesses, reclamando não apenas publicidade e 
estabilidade, mas, sobretudo, um nítido caráter familiar, evidenciado pela 
affectio maritalis. Se o relacionamento paralelo ao casamento perdurou até 
o falecimento do varão e se assemelhou, em tudo, a um casamento de fato, 
com coabitação, comunhão de vida e de interesses, e resta induvidosa a 
affectio maritalis, é possível reconhecer a união estável putativa, pois ficou 
demonstrado que a autora não sabia do relacionamento do varão com a 
esposa, de quem supunha que ele estivesse separado há muitos anos. 
 
Mostrando que os entendimentos dos tribunais estão sendo cada vez mais 
favorável a concubina, mostrando que ela tem todo direito de ser parte na sucessão. 
Aqui o relator Sergio Fernando de Vasconcellos Chaves diz em seu julgamento que: 
17 
 
 
UNIÃO ESTÁVEL. SITUAÇÃO PUTATIVA. AFFECTIO MARITALIS. 
NOTORIEDADE E PUBLICIDADE DO RELACIONAMENTO. BOA-FÉ DA 
COMPANHEIRA. PROVA DOCUMENTAL E TESTEMUNHAL. PARTILHA 
DE BENS. PROVA. ALIMENTOS. FILHA MENOR. ADEQUAÇÃO DO 
QUANTUM. REDUÇÃO. DESCABIMENTO. 
1. Tendo o relacionamento entretido entre os litigantes assemelhado-se a 
um casamento de fato, com coabitação, clara comunhão de vida e de 
interesses, resta induvidosa a affectio maritalis. 
2. Comprovada a notoriedade e a publicidade do relacionamento amoroso 
havido entre a autora e o réu, mas que ele mantinha união estável 
concomitante com outra mulher em outra cidade, é cabível o 
reconhecimento de união estável putativa, quando fica demonstrado que ela 
não sabia do relacionamento paralelo do varão com a outra mulher. 
3. Comprovada a união estável, devem ser partilhados de forma igualitária 
todos os bens adquiridos a título oneroso com a autora na constância da 
vida em comum, pouco importando qual tenha sido a colaboração prestada 
individualmente pelos conviventes. Inteligência do art. 1.725 do CCB. 
4. Inviável a partilha da Camioneta S10, por não haver nos autos elementos 
suficientes acerca da sua existência e propriedade. 
5. Salvo prova em contrário, presume-se que os móveis que guarneciam a 
residência que mantinha com a autora tenham sido adquiridos na 
constância da união estável. Inteligência do art. 1662 do CCB. 
6. Os alimentos devem ser fixados de forma a atender as necessidades da 
filha, mas dentro da capacidade econômica do genitor e sem sobrecarregá-
lo em demasia. 
7. O encargo de prover o sustento da prole comum é de ambos os 
genitores, devendo cada um concorrer na medida da própria 
disponibilidade. 
8. Tratando-se de alimentos destinados para o sustento de uma única filha, 
justifica-se a manutenção do valor fixado, pois está dentro da razoabilidade 
e adequado ao binômio legal, bem como ao critério de fixação usual na 
jurisdição de família. 
9. Se o réu alegou que não pode pagar os alimentos, cabia a ele 
demonstrar a sua impossibilidade e comprovar a sua real capacidade 
econômica. Conclusão nº 37 do CETJRS. Recurso parcialmente provido. 
(Apelação Cível Nº 70059170282, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça 
do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 
07/05/2014) 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conforme foi mostrado a uma divida das leis brasileiras para com a concubina 
adulterina, tanto de boa-fé como de má-fé, pois vejamos que ela sofre por uma coisa 
que ela é vitima e o maior culpado sai impune disso, se ele estiver vivo e se separar 
ela como concubina não terá direito a nada sairá de mãos vazias e caso ele morto 
na sucessão também não terá direito apenas comprovar se teve alguma relação na 
hora de adquirir os bens formados por ele, caso contrario nada levará, e não tem 
direito a pensão. Assim fica muito exposto que para o adúltero ele vai lá constitui 
duas famílias quando não quiser mais é só acabar o relacionamento e fica por isso 
mesmo, pois tem o respaldo das leis brasileiras, ele não sofrerá prejuízo algum. Com 
18 
 
isso ficou mais que provado que a maior vitima é a concubina adulterina que não 
receberá nada. Buscamos mudar o entendimento do STF que hoje diz que ela não 
tem direito a sucessão e nem a pensão, pois a meu ver se ele realmente teve um 
relacionamento duradouro e amoroso com ela é porque tinha caráter de constituir 
uma família e com isso mesmo sendo uma nova modalidade e família que deverá 
ser criada ele tem por obrigação assumir essa família paralela, que muita das vezes 
o cônjuge matrimonial sabe da relação adulterina do seu cônjuge, mas finge não 
saber, e com essa regularização perante a lei, creio que deveria assustar essa 
mulher, pois o cônjuge não esconderia mais que tinha outra família e passaria a 
proibir e com isso não aumentaria os casos de concubinato adulterino, e também ela 
passaria a ter direito, o filho advindo dessa relação foi legitimado perante a lei, com 
toda razão e o mesmo deveria acontecer com concubina. 
Muito dos juízes e desembargadores não são a favor do concubinato 
adulterino, mas como veem uma falha nas leis brasileiras se vê obrigado a julgar 
isso na sua própria convicção e nos princípios, nisso tanto podem julgar de uma 
forma como de outra deixando isso uma coisa jogada, pois o principio da 
monogamia hoje sofreu uma defasagem muito grande, o principio do enriquecimento 
sem causa é usado por outros para defender que sim tem que ter a concubina na 
sucessão, por ter ajudado ele a constituir estes bens, e tem principalmente o 
principio da dignidade da pessoa humana, pois acaba sendo ela dependente do 
companheiro se afastando de sua vida anterior para viver unicamente para esse 
cônjuge e como parou a sua vida no final das contas ela sairá prejudicada. 
Temos que levar em conta também que o adúltero teve sua escolha explicita 
de ter as duas famílias, onde em alguns casos teve vários filhos nas duas, então 
vemos que é sua escolha seu gosto. 
A evolução da família durante esses tempos foi bastante rápida e mudou 
drasticamente seu conceito, onde as leis não acompanharam a mudanças se 
basearam apenas no conceito costumeiro. Deveria haver uma analise e um estudo 
de caso por parte do congresso nacional para adequar as novas formas de família 
ao código civil, não só colocar o concubinato adulterino como uma nova modalidade 
de família, como outros tipos. Família é um instituto muito mutável que tem que 
haver uma constancia de atualizações seguindo a evolução. 
Como foi equiparado a união estável e o casamento institutos muitos 
próximos que por anos viveram bastantes distantes um do outro e depois de vários 
19 
 
anos foi introduzidos ao código civil, a luta pela aceitação do concubinato adulterino 
não pode de forma alguma ser deixada de lado, buscaremos defender a concubina 
adulterina de forma que ela deixe de ser vítima. 
 
 
The succession in Concubinage adulterous - Need of recognition in the 
Brazilian Civil Code 
 
 
ABSTRACT 
 
This scientific paper aims to show the types of families since the 1916 Civil Code, 
Constitution of 1988 the Civil Code of 2002to the present day with more focus on the 
putative family. Have a brief reflection on marriage and stable, demonstrating the 
various doctrinal forms like Brazilian law sees the adulterous liaison, to speak of a 
stable union all care has been taken to speak of the duties and obligations of the 
partners, to speak of concubinage was shown the intention from the beginning would 
be to build their wedding, and over time the word was being popularized. Were 
marginalized as those living in concubinage relationship. In order to show that the 
adulterous concubine rather have pension rights and succession of the deceased 
partner. This is our article aims to show the weak link in the relationship, and that 
deserves minimal protection in the relationship. 
 
 
KEYWORD: Family. Concubinage. Concubine. Rights. Stable Union. Marriage. 
 
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 R484s Neto, João Gomes Ribeiro 
 Concubinato Putativo – Necessidade do reconhecimento no Código Civil 
Brasileiro. 
 João Gomes Ribeiro Neto. Anaína Clara de Melo. -- João Pessoa, 2014. 
 21f. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Direito) – 
Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ 
 1. Família. 2. Concubinato. 3. Direito. 4. União Estável. 5. Casamento. 
I. Título. 
UNIPÊ / BC CDU – 347.628.42

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