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A economia mundo, a semiperiferia e a incorporação africana Bea Ramiro

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Unidade Curricular: Introdução às Ciências Sociais
Docente: Daniel Gameiro Francisco
Discente: Beatriz Loureiro da Silva Moreira Ramiro
Número de aluno: 2017260835
Turma: P4
A ECONOMIA-MUNDO, A SEMIPERIFERIA E A INCORPORAÇÃO AFRICANA, Carlos Fortuna
A ECONOMIA-MUNDO, A SEMIPERIFERIA E A INCORPORAÇÃO AFRICANA, Carlos Fortuna
	Carlos Fortuna expõe duas teorias dominantes do desenvolvimento na sua obra, sendo estas a Teoria da Modernização (distinção entre sociedade moderna e tradicional de modo a atingir o desenvolvimento, pressupondo assim um quadro do mundo capitalista) e a Teoria da Dependência (referente aos países que não têm capacidade para efetuar certas trocas com os mais desenvolvidos, baseando-se no facto dos países não passarem todos pelos mesmos processos, uma vez que fazem partem de situações diferentes). No entanto, apresenta uma teoria de contraste com as anteriormente referidas, a Teoria do Sistema-Mundo introduzida por Immanuel Wallerstein.
Esta teoria consiste num sistema inter-estados que se classifica, consoante o autor da obra, numa “componente política da economia-mundo capitalista e nela atuam os diferentes Estados nacionais em busca contínua da consolidação ou melhoria das condições estruturais”, recupera assim a ideia de que as trocas à escala mundial são desiguais, apresentando a mesma perspetiva de dependência, sendo que o tipo de atividades de um país condiciona as suas relações e os seus tipos de economia.
Deste modo, o Sistema-Mundo pode-se dividir em Centro, Periferia e Semiperiferia, sendo que cada uma é determinada por características económicas, ou seja, tipo de atividades produzidas; sociais, qualificações e remunerações dos trabalhadores; e ainda políticas, dependendo do tipo e papel do estado. É importante referir que estas divisões mantém uma relação de interdependência entre si, sendo que a troca é desigual entre as mesmas.
O Centro é uma estrutura económica homogénea baseada nos moldes do capitalismo, sendo que os Estados Centrais são considerados como países mais desenvolvidos, apresentando vantagens em relação às outras classes. Deste modo, o Centro tem um poder económico maior assim como a produtividade mecânica, sendo consequentemente países muito lucrativos. Relativamente ao nível social, a sua população demonstra um maior nível de desenvolvimento humano, que por consequente, apresenta uma mão-de-obra mais especializada assim como melhor remunerada em comparação às áreas consideradas mais periféricas. Por fim, a nível político apresentam uma maior facilidade em gerir-se internamente e uma forte influência nas políticas internacionais e poder militar. 
A Periferia representa os estados com um menor desenvolvimento e recursos limitados, que apenas recorrem à venda de matérias-primas, apresentam uma mão-de-obra pouco especializada, mal remunerada, deste modo, menos lucrativa. As suas atividades produtivas baseiam-se em trabalhos intensivos devido à fraca mecanização tecnológica, resultando assim numa fraca produtividade. São caracterizados por uma baixa participação a nível da política internacional, revelando também uma forte dificuldade na sua gestão interna.
Entre estas, ainda se apresenta uma terceira divisão que é a semiperiferia, considerado o elemento mais equilibrado e fundamental para a economia mundial, deste modo são países que tendem à produção de produtos manufaturados para o mercado interno, mas também são exportadores de produtos primários, desempenhando o papel de parceiros periféricos face aos países centrais e de parceiros centrais face aos países periféricos.
A Semiperiferia a nível económico apresenta um nível intermédio de desenvolvimento, é comum ser utilizada como uma intermediação entre centro e periferia e normalmente absorve sectores económicos abandonados pelo centro. A nível político encontra-se numa função de intermediação e impede a existência de uma única autoridade no sistema-mundo. Quanto à questão social, contribui para a incorporação da mão-de-obra dos países periféricos na economia-mundo capitalista.
Assim sendo, a Semiperiferia apresenta como qualidade estruturais a estabilidade, uma vez que reproduzem a sua própria Semiperiferidade, de modo que não é só estável no sentido de serem mais equilibrados, mas também pelo facto de permanecerem mais tempo nesta posição; a permanência, sendo que tem de existir sempre Semiperiferia, independentemente da situação particular dos estados, pode haver movimentação de países, mas nunca poderá deixar de haver Semiperiferia, assim como centro e periferia, pois deixaria de haver sistema –mundo; e por fim, a característica relacional, tal que para além das dinâmicas internas (Estado), estão sujeitos a pressões dos países do centro e da periferia. 
Em conclusão, podemos perceber que Portugal ocupa um lugar semiperiférico no sistema-mundo. Toma esta posição devido ao período em que existia um império colonial português em África, sendo que se comportava como um parceiro periférico dos estados centrais como Inglaterra (pela impossibilidade de investir no mercado têxtil devido ao tratado de Methuen, como é evidenciado no texto). No entanto, exerceu também um papel central nas colonias africanas, para a sua integração na economia-mundo, dinamização das suas atividades produtivas e também na exportação de mão-de-obra não qualificada.
Portugal propõe limite entre 13,5 e 14 mil toneladas na pesca da sardinha
	Em resumo, a notícia retrata uma estratégia que a Ministra do Mar de Portugal, Ana Paula Vitorino, quer adotar para, deste modo, assegurar a diminuição de stock da sardinha, assim como garantir que as comunidades piscatórias não fiquem sem a sua fonte de rendimento e trabalho. Para tal, a ministra propõe uma alteração do limite de toneladas permitidas na pesca da sardinha. No entanto, esta medida é proposta por parte de Portugal a Espanha, uma vez que partilham territórios piscatórios. 
	Deste modo, esta notícia pode ser relacionada com o texto em análise, uma vez que neste caso Portugal apresenta um papel central face a Espanha que, sendo assim, apresenta uma posição mais periférica ou semiperiférica. 
	O papel central de Portugal é justificado pela influência política que tem sobre a tomada da decisão, uma vez que aceite a proposta, Espanha terá que ceder às condições do país lusitano. Desta forma, Portugal com esta medida poderá alterar não só a economia geral a nível nacional, mas também a economia de Espanha. O que coloca em vigor a teoria do sistema-mundo de Immanuel Wallerstein.
Anexos:
“Península Ibérica
Portugal propõe limite entre 13,5 e 14 mil toneladas na pesca da sardinha
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, afirmou esta sexta-feira que o Governo vai propor que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha para 2018 sejam entre 13,5 e 14 mil toneladas.
"O intervalo que vamos propor para os limites de captura para os dois países situa-se entre as 13,5 e 14 mil toneladas, é um decréscimo que nos permite, ainda assim, um crescimento expectável da biomassa de 5,8%", referiu.
Em declarações aos jornalistas, no Ministério do Mar, em Lisboa, Ana Paula Vitorino adiantou que, na próxima quinta e sexta-feira vão decorrer reuniões com Espanha e com a União Europeia, para que estes valores sejam acordados.
Questionada sobre a possibilidade de o Governo não acatar as recomendações do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), para suspender a pesca de sardinha em 2018, a ministra do Mar diz que tem que ser garantido um ponto de equilíbrio entre a sustentabilidade do 'stock' e a das comunidades piscatórias.
"Estas decisões têm que ter um ponto de equilíbrio entre aquilo que é a sustentabilidade do 'stock', porque se acabarmos com ele não haverá pesca no futuro [...] mas, também temos que ponderar outros fatores, nomeadamente a sustentabilidade social das comunidades piscatórias que dependem destas pescarias", sublinhou.
No que se refere à aplicação de medidaspara limitar a captura da sardinha, a ministra do Mar disse que foi estabelecido um pacote de medidas que engloba o aumento do período de defeso de 30 para 60 dias, o incremento da análise e acompanhamento científico da matéria em causa, bem como a criação de uma área de repovoamento e de não pesca.
"Temos duas ações que nos parecem importantes, criar uma área para repovoamento [...], numa determinada área vamos tentar aumentar os juvenis e estabelecer uma área de não pesca, onde existe uma pior relação entre o que é pescado e o que aparece de novo", acrescentou.
Porém, Ana Paula Vitorino garante que, apesar da recuperação dos níveis de sardinha ainda não se fazer sentir de uma forma substancial, houve um crescimento da biomassa.
"O ano passado, tínhamos uma primeira recomendação do ICES de que devíamos ficar [pela captura] de mil e quinhentas toneladas, mas estabeleciam-se cenários [...] e o que nós escolhemos foi aquele que nos permitia ter um crescimento acima de 5% e, por isso, foram fixadas 17 mil toneladas entre Portugal e Espanha, [no entanto], o crescimento real que resultou dessa escolha foi de 7,48%", concluiu.
De acordo com o parecer científico do ICES, divulgado hoje, o 'stock' de sardinha tem vindo a decrescer de 106 mil toneladas em 2006 para 22 mil em 2016, por isso, recomenda que, em 2018, seja suspensa a captura deste peixe.
Contudo, aponta para vários cenários de capturas, estabelecendo como limite 24.650 toneladas.
Já em 2016, o organismo científico recomendava que Portugal devia parar por completo a pesca da sardinha durante um período mínimo de 15 anos para que o 'stock' de sardinha regresse a níveis aceitáveis.”
Bibliografia: 
https://www.jn.pt/economia/interior/portugal-propoe-limite-entre-135-e-14-mil-toneladas-na-pesca-da-sardinha-8860362.html
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