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APOSTILA HIGIENE DO TRABALHO - ESTÁCIO

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HIGIENE DO TRABALHO 1 
 
 
Higiene do Trabalho 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 2 
Higiene do Trabalho 
 
1. Saúde e Segurança do Trabalho 
 
1.1 Conceituações Iniciais 
 
Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a 
ausência de enfermidades. 
 
Para garantir o referido conceito, o Governo Federal, por intermédio do Ministério da 
Saúde, desenvolve a Política Nacional de Saúde do Trabalhador que visa à redução 
dos acidentes e das doenças relacionadas com o trabalho, mediante a execução de 
ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde. 
 
Podemos definir Segurança do trabalho como sendo um conjunto de metodologias 
cuja finalidade é a prevenção de acidentes e de doenças do trabalho pela minimização 
ou até eliminação dos riscos associados aos processos produtivos. 
 
A segurança não deve ser tratada como uma atividade à parte, já que faz parte de 
toda atividade. 
 
Podemos ainda afirmar que a segurança do trabalho é uma estrutura desenvolvida 
pelos empregados, empresas e Governo, objetivando garantir a integridade física e 
mental de todos. 
 
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7o, Capítulo II, dispondo sobre os 
direitos sociais, estabelece: 
 
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social – Item 
XII: Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança”. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 3 
1.1.1 Cronologia 
 
A evolução das questões relativas à segurança do trabalho está intimamente 
relacionada com os riscos enfrentados pelos trabalhadores que por sua vez são 
incorporados ao ambiente laboral via tecnologia empregada. Por exemplo, vamos 
analisar os riscos ao trabalhador em três distintas fases da história: 
 
 Homem Primitivo: riscos associados ao ato de caçar ou de pescar. 
 
 Pré-Revolução Industrial: riscos associados ao trabalho no campo e na 
manipulação de metais e das primeiras ferramentas utilizadas pelos artesões. 
 
 Pós-Revolução Industrial: nesse caso os riscos estão associados ao manuseio e 
ao controle de máquinas de alta tecnologia, de substâncias perigosas, bem 
como de substâncias radioativas. 
 
Na cronologia a seguir apresentada, é possível traçar um paralelo entre a evolução 
tecnológica e seus correspondentes riscos, com as ações promovidas pela sociedade 
para estabelecer as salvaguardas para a conservação da saúde e da segurança dos 
trabalhadores: 
 
No Mundo: 
 
1700 – Itália 
 
Bernardino Ramazzini publica estudo intitulado “De Morbis Artificum Diatriba” (A 
Doença dos Trabalhadores). 
 
Estudo pioneiro das doenças associadas ao trabalho envolvendo mais de 50 profissões. 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 4 
1802 – Reino Unido 
 
“Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” 
 
Limita a jornada em 12 horas por dia; exigência de lavagem de paredes das fábricas 
periodicamente; exigência da ventilação nos ambientes laborais. 
 
1830 – Reino Unido 
 
Instalado o primeiro serviço médico industrial somente para a medicina curativa. 
 
 1833 – Reino Unido 
 
“Factory Act” 
É estabelecida a obrigatoriedade de prover máquinas com proteção e comunicar 
acidentes do trabalho. 
 
 1867 – França 
 
Instalada a 1a Associação para Prevenção de Acidentes por iniciativa de Engels Dolfus. 
 
 1877 – Estados Unidos 
 
Promulgada a lei sobre a necessária proteção de correias de transmissão em máquinas. 
 
 1913 – Estados Unidos 
 
Instalado o “National Safety Council” 
 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 5 
No Brasil: 
 
1919 
 
Promulgada a Lei 3.724 – 1a Lei sobre os acidentes de trabalho que estabelece uma 
série de procedimentos prevencionistas ligados ao setor ferroviário. 
 
1941 
 
Ano de fundação da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA). 
 
1943 
 
Aprovação do Decreto-Lei 5.452, que trata da Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), sendo o Capítulo V dedicado à Segurança e Medicina do Trabalho. 
 
1972 
 
A Portaria 3237, de julho de 1972, tornou obrigatória a existência de Serviços de 
Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, de acordo com o tipo de 
atividade desenvolvida, do grau de risco e do número de empregados da empresa. 
 
1977 
 
Alteração do Capítulo V do Título II da CLT relativo à Segurança e Medicina do 
Trabalho, que vai proporcionar o estabelecimento de novas normas regulamentadoras 
de segurança do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 6 
1978 
 
A Portaria 3.214 estabelece o necessário atendimento pelas empresas e empregados 
das “Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho – NR” 
 
1.1.2 Noções Preliminares das Relações Jurídicas do Trabalho 
 
São as seguintes as principais atribuições dos órgãos do Poder Público nas questões 
da relação capital/trabalho: 
 
Ministério do Trabalho e Emprego – responsável pelo estabelecimento de políticas 
e diretrizes nacionais para a geração de emprego e renda; pela aplicação de sanções 
previstas nas normas legais, bem como pela assessoria direta ao Presidente da 
República para a solução de questões de conflito de interesses. 
 
Instituto Nacional do Seguro Social – responsável pela fiscalização da legislação 
previdenciária, notadamente no tocante ao recolhimento de contribuições 
previdenciárias; pelo pagamento de benefícios sociais decorrentes de acidentes de 
trabalho, bem como pela viabilização da aposentadoria especial. 
 
Ministério Público do Trabalho – responsável pela defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais individuais indisponíveis especificamente 
no tocante às relações trabalhistas, promovendo, quando necessário, o inquérito civil 
e a ação civil pública para a proteção do meio ambiente do trabalho. 
 
Ministério Público Estadual – por ser o detentor do monopólio da ação penal 
pública é o responsável pela viabilização de o empregador vir a ser responsabilizado 
criminalmente pela ocorrência de acidente do trabalho. 
 
Justiça do Trabalho – responsável pela solução dos conflitos decorrentes da relação 
de trabalho, especialmente entre empregado e empregador. Cabe destacar que com 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 7 
o advento da Emenda Constitucional 45, de 08/12/2004, a Justiça do Trabalho teve a 
sua competência material ampliada para a totalidade dos litígios oriundos da relação 
de trabalho e não mais apenas à relação de emprego. 
 
Certamente a norma jurídica de maior relevância para a segurança e a saúde no 
trabalho é a Lei 6514, de 22 de dezembro de 1977, que altera os artigos 154 a 201 da 
Consolidação das Leis do Trabalho, os quais compõem o Capítulo V, relativo à 
Segurança e Medicina do Trabalho. 
 
De acordo com o caput do artigo 200 desse diploma legal o Ministério do Trabalho e 
do Emprego editou a Portaria 3214, de 08/06/1978, estabelecendo as 28 primeiras 
normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho urbano. 
 
1.2 Riscos Ambientais 
 
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes 
nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou 
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do 
trabalhador. Vale destacar que os riscos ergonômicos e de acidentes são tratados em 
separado das ações da higiene ocupacional. 
 
Agentes Físicos 
 
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar 
expostosos trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, 
temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o 
infrassom e o ultrassom. 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 8 
Agentes Químicos 
 
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam 
penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, 
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam 
ter contato ou ser absorvidos pelo organismo pela pele ou por ingestão. 
 
Agentes Biológicos 
 
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus, entre outros. 
 
 
1.3 Higiene do Trabalho, Industrial ou Ocupacional 
 
Segundo a American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH – 
Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais, 2012), a higiene 
industrial é uma ciência e uma arte que objetiva a antecipação, o reconhecimento, a 
avaliação e o controle dos fatores ambientais e estresses, originados nos locais de 
trabalho. 
 
Segundo a American Industrial Hygiene Association (AIHA – Associação Americana de 
Higiene Industrial, 2012), “Ciência que trata da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem 
prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista também o possível 
impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente” (AIHA – American Industrial 
Hygiene Association). 
 
A higiene ocupacional pode ser dividida em duas partes, ou seja: 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 9 
- Higiene de campo: realiza o estudo da situação higiênica do ambiente de trabalho, 
análise dos postos de trabalho, detecção de contaminantes, estudo e recomendações 
de medidas de controle. 
 
- Higiene analítica: realiza as análises químicas das amostras coletadas, cálculo e 
interpretações dos dados levantados no campo. 
 
Cabe nesse ponto esclarecer que as definições de higiene podem conter uma ou outra 
variação conceitual, mas todas têm por objetivo a proteção e a promoção da saúde e 
do bem-estar dos trabalhadores como também do meio ambiente em geral, mediante 
ações preventivas no ambiente de trabalho, utilizando-se das fases de antecipação, 
reconhecimento, avaliação e controle descritas a seguir: 
 
Antecipação dos Riscos 
 
A etapa de antecipação prevista no escopo da Higiene Ocupacional visa identificar os 
riscos que poderão ocorrer no ambiente de trabalho, ainda na fase de projeto, 
instalação, ampliação, modificação ou substituição de equipamentos ou processos, 
objetivando, já nessa fase a implementação de medidas de controle, sempre que 
necessárias. 
 
Reconhecimento dos Riscos 
 
O Reconhecimento dos Riscos visa identificar no ambiente de trabalho fatores ou 
situações com potencial de dano, isto é, identificar a possibilidade de dano. O 
Reconhecimento dos Riscos pode também ser denominado avaliação qualitativa dos 
riscos. 
 
Avaliar o risco qualitativamente significa estimar a probabilidade e a gravidade do 
dano, o grau de risco e julgar se o grau de risco é tolerável, apontando as opções de 
controle ou a necessidade de avaliações aprofundadas para melhor caracterizar o risco. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 10 
Avaliação 
 
A etapa de avaliação é destinada à quantificação dos riscos mediante instrumentos e 
técnicas adequadas. Serão realizadas avaliações quantitativas para os agentes físicos, 
químicos e biológicos, sempre que se dispor de metodologias e limites de tolerância 
cientificamente e tecnicamente reconhecidos. 
São as seguintes as principais fases de uma avaliação de exposição: 
 
- O primeiro passo na avaliação de uma exposição é a identificação do agente 
(Características físico-químicas do agente químico ou natureza do agente físico) 
presente no ambiente laboral e as possíveis consequências desta exposição. 
 
- Definição do tempo real de exposição considerando-se a análise da tarefa 
desenvolvida que inclui a definição do tipo de atividade e suas particularidades, 
movimento do trabalhador ao efetuar o serviço, jornada de trabalho e descanso. 
 
- Identificação de exposição simultânea a mais de um agente. 
 
- Avaliação da concentração dos agentes químicos ou da intensidade dos agentes 
físicos a partir de amostragens representativas nos ambientes laborais envolvidos. 
 
A avaliação de exposição deve tomar por base as seguintes considerações: 
 
- Definição dos métodos de amostragem a partir dos objetivos da avaliação e das 
fontes de referência metodológicas (NHO, NR, NIOSH, NBR, OSHA, ACGIH) 
 
- Definição do grupo homogêneo de exposição – GHE ou grupo de exposição similar – 
GES que corresponde ao grupo de trabalhadores expostos aos agentes ambientais de 
forma similar, de tal forma que a avaliação de qualquer um de seus componentes 
oferece dados úteis para estimar o risco dos demais integrantes. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 11 
- Estabelecimento da duração e do número de amostragens que deve representar o 
ciclo de trabalho e permita a representatividade da exposição. Cabe ainda salientar 
que tais amostragens devem ser realizadas em condições normais de trabalho. 
 
Controle dos Riscos 
 
 A etapa de Controle dos Riscos objetiva minimizar ou eliminar a exposição dos 
trabalhadores aos riscos ambientais, mediante implementação de medidas de controle 
que atuem na fonte de emissão, meios de transmissão e receptor. 
 
Quando a técnica adotada atua na fonte de emissão ou na trajetória é denominada 
como controle de engenharia ou controle coletivo. Já quando as medidas de controle 
envolvem o receptor são denominadas controle individual ou administrativo. 
 
O estudo, desenvolvimento e implantação de medida de proteção coletiva deverá 
obedecer à seguinte hierarquia: 
 
- Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais 
à saúde; 
- Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de 
trabalho; 
- Medidas que reduzam o nível ou a concentração desses agentes no ambiente de 
trabalho. 
 
Quando comprovada a inviabilidade técnica ou econômica da adoção de medidas de 
controle de proteção coletiva, ou enquanto estiverem em desenvolvimento os estudos 
relativos à sua implementação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, 
serão adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia: 
 
- Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 12 
- Utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI), um dispositivo ou produto, 
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis 
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
 
Nesse ponto cabe discutir alguns preceitos sobre as classificações das doenças geradas 
no ambiente laboral, a saber: 
 
- Doenças profissionais – São alterações fisiopsicológicas provocadas 
inequivocamente, ou inerente a certas atividades profissionais, existindo sempre uma 
relação indiscutível entre a causa e o efeito (nexo causal): silicose por obreiros; 
cataratas entre os soldadores etc. 
 
- Doença do trabalho – Afecção que nem sempre estaria rigorosamente relacionada 
com o trabalho e provocada por esse: aparecimento de varizes, de hérnias ou de 
afecções na coluna. 
 
Obs.: Podem existir fatores predisponentes que nem sempre são detectados nos 
exames admissionais e nem sempre são provocados pelo trabalho desenvolvido. 
 
A partir de um olhar sobre a legislação temos (Lei 8.213, artigo 20, de 24/07/1991):- doença profissional – a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo 
Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
 
- doença do trabalho – a produzida ou desencadeada em função de condições especiais 
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 13 
1.4 Limites de Tolerância 
 
Segundo o texto da NR 15, limite de tolerância é a concentração ou intensidade 
máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, 
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. A partir de 
uma visão mais ampliada limite de tolerância pode ser encarado como concentrações 
ou intensidades dos agentes ambientais as quais a maioria dos trabalhadores possa 
estar exposta ao longo de sua vida laboral sem sofrer efeitos adversos à saúde. 
 
Tendo em vista que a suscetibilidade individual a um determinado agente pode variar 
de indivíduo para indivíduo os limites de tolerância não devem ser considerados como 
100% seguros. 
 
Assim, cabe aqui esclarecer que a legislação prevê por intermédio da NR 9 – PPRA a 
adoção do conceito de nível de ação que indica um valor inferior ao limite de tolerância 
(normalmente 50% do limite de tolerância) a partir do qual devem ser iniciadas ações 
preventivas de modo a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes 
ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o 
monitoramento periódico da exposição e o controle médico. 
 
1.5 Insalubridade e Periculosidade 
 
Então vamos apresentar dois conceitos muito importantes para a saúde e a segurança 
do trabalho, ou seja, os conceitos de insalubridade e de periculosidade: 
 
- Segundo o artigo 189 da CLT, serão consideradas atividades ou operações insalubres, 
aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os 
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em 
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus 
efeitos. O trabalho em condições de insalubridade acima dos limites de tolerância 
assegura ao empregado um adicional de 10%, 20% ou 40% sobre o salário-mínimo 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 14 
regional, segundo se classifiquem nos graus mínimo, médio e máximo 
respectivamente. 
 
- Cabe esclarecer que o artigo 191 da CLT prevê que o pagamento do adicional de 
insalubridade será suprimido com a adoção de medidas que conservem o ambiente de 
trabalho dentro dos limites de tolerância ou com a eliminação ou a neutralização 
mediante uso do EPI, desde que este seja capaz de diminuir o risco a níveis abaixo 
dos limites de tolerância (nem todos os agentes insalubres são neutralizados com EPI); 
 
- De acordo com o artigo 193 da CLT são consideradas atividades ou operações 
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com 
inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. O trabalho em condições 
de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem 
os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da 
empresa. 
 
- O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja 
devido. 
 
- Adicionalmente, temos hoje as seguintes atividades consideradas como periculosas: 
atividades ou operações perigosas com energia; atividades ou operações perigosas 
com radiações ionizantes e substâncias radioativas, atividades ou operações perigosas 
em segurança pessoal ou patrimonial, e as atividades laborais com utilização de 
motocicleta ou motoneta no deslocamento de trabalhador em vias públicas. 
 
- Cabe esclarecer que a utilização de medidas preventivas, apesar de obrigatórias, não 
exclui a necessidade do pagamento do adicional. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 15 
- Segundo o artigo 194 da CLT, a cessação do pagamento do adicional de 
periculosidade, dar-se-á com a eliminação do risco à saúde e a integridade física do 
trabalhador; 
 
2. Agentes Físicos 
 
2.1 Ruído 
 
2.1.1 Conceituações 
 
O Som 
 
O som se origina de vibrações mecânicas de diferentes frequências que se propagam 
no ar, produzindo uma onda de pressão no meio. Nessa linha podemos ainda 
conceituar o som como uma sensação auditiva resultante da propagação de um 
movimento vibratório em um material elástico. É uma forma de energia do movimento 
ondulatório que é transmitida pela colisão das moléculas do meio. 
 
A frequência do som está relacionada com o número de vibrações na unidade de 
tempo. Para a vibração ser ouvida, é necessário que a frequência do som esteja entre 
16 e 20 kHz. 
 
Já o ruído ou barulho é também uma sensação sonora, mas nesse caso desagradável 
ou indesejável. O ruído tem características indefinidas de variações de pressão em 
função da frequência. Sob o ponto de vista dos agentes físicos, o ruído certamente é 
o principal desses agentes presentes nos ambientes laborais. 
 
O ouvido humano percebe as variações de pressão da sucessão de zonas de 
compressão e de descompressão no tempo do movimento ondulatório. No ouvido 
externo os sons são captados, no ouvido médio são então amplificados e a seguir são 
levados pelo ouvido interno ao cérebro para interpretação. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 16 
O ruído pode ser classificado em: 
 
- Ruído contínuo – é caracterizado pela pequena variação de intensidade em função 
do tempo. Segundo a NR 15, o NPS varia de 3 dB em mais de 15 minutos. 
 
- Ruído intermitente – é caracterizado pela média variação de intensidade em função 
do tempo. Segundo a NR 15, o NPS varia de 3 dB em mais de 2 segundos e em menos 
de 15 minutos. 
 
- Ruído de impacto (ou impulsivo) – é caracterizado pela alta variação de intensidade 
em um intervalo de tempo muito pequeno. Segundo a NR 15, caracterizado pela 
ocorrência de picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo a intervalos 
de tempo superiores a 1 segundo. 
 
 
Nível de Pressão Sonora (NPS) 
 
O som é resultado da variação entre a pressão atmosférica produzida na presença de 
som em função da pressão de referência que chamamos de limiar de audibilidade. O 
limiar de audibilidade humana, obtida entre pessoas jovens e sem problemas auditivos, 
corresponde à pressão de 2 × 10-5 N/m2 a 1 kHz, ou por convenção o dB. Cabe 
ressaltar que o limiar da dor (sensação dolorosa no ouvido) corresponde a pressão de 
200 N/m2 a 1 kHz, que corresponde a 140 dB. 
 
O nível de pressão sonora e uma medida logarítmica da pressão sonora efetiva de um 
som em relação ao valor de referência. O NPS e representado pela relação do logaritmo 
entre a variação da pressão (P) provocada pela vibração e a pressão de referência 
(P0). 
 
NPS = 20 log P/P0 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 17 
Nível de Intensidade Sonora (NIS) 
 
A intensidade do som representa a quantidade de energia contida no movimento 
vibratório. O nível de intensidade sonora expresso em dB pode ser determinado pela 
relação do logaritmo da intensidade sonora (energia) que passa por uma área (I) e a 
intensidade de referência (I0 = 10-12 Watt/m2) 
 
NIS = 10 log I/I0 
 
 
Nível de Potência Sonora (NWS) 
 
Representa a energia acústica produzida por uma fonte sonora por unidade de tempo. 
O nível de potência sonora expresso em Watts pode ser determinado pela relação do 
logaritmo da potência sonora da fonte (W) e a potência sonora de referência (W0 = 
10-12Watts). 
 
NWS = 10 log W/W0 
 
Nível de Decibel Compensado ou Ponderado 
 
Estudos demonstram que a resposta do ouvido humano é diferente nas diversas 
frequências da banda audível. Foram então desenvolvidas curvas de decibéis 
compensados ou ponderações nas frequências, denominadas A, B, C e D, de modo a 
simular a resposta do ouvido. Essas curvas de compensação foram introduzidas nos 
circuitos elétricos dos medidores de nível de pressão sonora. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 18 
 
Fonte: https://www.somaovivo.org/artigos/o-decibelimetro-um-bom-companheiro/. 
 
 
Analisadores de Frequência 
 
Indicam a distribuição do som em função da frequência. Os analisadores de frequência 
geralmente vêm acoplados aos decibelímetros. 
 
Os resultados indicam qual banda de oitava (ou terça) que contém a maior parte da 
energia do som irradiado. 
 
Calibradores 
 
Sua finalidade é checar a resposta dos equipamentos de avaliação do nível de pressão 
sonora. Os calibradores emitem um sinal conhecido (normalmente 94 ou 114 dB a 
1.000 Hz) com o qual se verifica a leitura do equipamento. 
 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 19 
Dose 
 
Parâmetro utilizado para caracterização da exposição ocupacional ao ruído, expresso 
em porcentagem de energia sonora, tendo por referência o valor máximo da energia 
sonora diária admitida. 
 
Dosímetro de Ruído 
 
Medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional ao 
ruído. 
 
Cabe ainda destacar as seguintes definições: 
 
- Incremento de Duplicação de Dose (q) é o incremento em decibéis que, quando 
adicionado a um determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou na 
redução pela metade do tempo máximo permitido. 
 
- Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT) corresponde ao valor máximo, acima do qual 
não é permitida exposição em nenhum momento da jornada de trabalho. 
 
- Medidor Integrador de Uso Pessoal é o equipamento que pode ser fixado no 
trabalhador durante o período de medição, fornecendo por meio de integração, a dose 
ou nível médio. 
 
- Medidor Integrador Portado pelo Avaliador é o equipamento operado pelo avaliador, 
que fornece, por meio de integração, a dose ou o nível médio. 
 
- Nível Equivalente (Neq) é o nível médio que toma por base a equivalência de energia, 
conhecido como LEQ. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 20 
- Nível de Exposição (NE) é o nível médio que representa a exposição ocupacional 
diária. 
 
- Nível de Exposição Normalizado (NEN) é o nível de exposição, convertido para uma 
jornada padrão de 8 horas diárias, para comparação com o limite de tolerância. 
 
- Nível Limiar de Integração (NLI) é o nível a partir do qual os valores devem ser 
considerados na integração a fim de determinar o nível médio ou a dose de exposição. 
 
- Nível Médio (NM) é o nível que representa a exposição ocupacional relativo ao período 
de medição, que considera os diversos valores de níveis instantâneos ocorridos no 
período e os parâmetros de medição predefinidos. 
 
Correlações entre a Terminologia em Português e Inglês 
 
 Incremento de Duplicação de Dose (q): Exchange Rate (q ou ER) 
 
 Limite de Tolerância (LE): Threshold Limit Value (TLV) 
 
 Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT): Threshold Limit Value-Ceiling (TLV-C) 
 
 Nível Equivalente (Neq): Equivalent Level (Leq) 
 
 Nível Médio (NM): Average Level (Lavg ou TWA) 
 
 Nível Limiar de Integração (NLI): Threshold Level (TL) 
 
2.1.2 Efeitos do Ruído sobre o Organismo 
 
O ruído afeta o organismo de muitas maneiras, causando prejuízos não apenas ao 
funcionamento do sistema auditivo; também compromete as atividades física, 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 21 
fisiológica e mental do indivíduo a ele exposto. Para um melhor entendimento, são 
utilizadas para a classificação dos efeitos nocivos do ruído os termos auditivos e não 
auditivos. 
 
São os seguintes os efeitos, ao sistema auditivo, mais comuns: 
 
a) Trauma Acústico – Oliveira (1997) atribui ao trauma acústico o som 
explosivo instantâneo com pico de pressão sonora que excede 140 dB. 
b) Fadiga Auditiva – Para Russo (1997), a fadiga auditiva corresponde a um 
fenômeno temporário, em que o limiar auditivo retorna ao normal após um período de 
repouso auditivo. 
c) Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) – Russo (1997) considera a 
PAIR decorrente de um acúmulo de exposições ao ruído repetidas constantemente por 
período de muitos anos. 
 
São os seguintes os efeitos não auditivos mais observados: Transtornos da Habilidade 
de executar atividades; Transtornos Neurológicos; Transtornos Vestibulares; 
Transtornos Digestivos; Transtornos Cardiovasculares; Transtornos Hormonais; 
Transtorno do Sono; e Transtornos Comportamentais. 
 
2.1.3 Avaliação da Exposição Ocupacional 
 
Segundo a NR 15 o limite de tolerância estabelecido para oito horas de trabalho diárias, 
sob exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente, é de 85 dB (A), o que 
corresponde a uma dose de 100%, o incremento de dose (q) igual a 5 e o nível limiar 
de integração igual a 80 dB (A). Cabe ainda salientar que o limite de exposição valor 
teto para o ruído contínuo ou intermitente é 115 dB (A). 
 
A seguir, apresentamos um resumo da NR 15 (Anexo I) que está orientado pela 
sequência do documento original. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 22 
1. Entende-se por ruído continuo ou intermitente, para os fins de aplicação de limites 
de tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. 
 
2. Os níveis de ruído continuo ou intermitente devem ser medidos em decibel (dB) 
com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” 
e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido 
do trabalhador. 
 
3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de 
tolerância fixados no Quadro deste anexo. 
 
4. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a 
máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. 
 
5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB (A) para indivíduos 
que não estejam adequadamente protegidos. 
 
6. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a 
ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de 
forma que, se a soma das seguintes frações exceder a unidade, a exposição estará 
acima do limite de tolerância. 
 
 C1/T1 + C2/T2 + ......... + Cn/Tn 
 
Onde: 
Cn – tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído especifico e 
Tn – máxima exposição diária permissível nesse nível, segundo o Quadro deste Anexo. 
7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, 
continuo ou intermitente, superiores a 115 dB (A), sem proteção adequada oferecerão 
risco grave e iminente. 
Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 23 
Nível de ruído db(A) Exposição diária permissível 
85 8 horas 
86 7 horas 
87 6 horas 
88 5 horas 
89 4 horas e 30 minutos 
90 4 horas 
91 3 horas e 30 minutos 
92 3 horas 
93 2 horas e 40 minutos 
94 2 horas e 15 minutos 
95 2 horas 
96 1 hora e 45 minutos 
98 1 hora e 15 minutos 
100 1 hora 
102 45 minutos 
104 35 minutos 
105 30 minutos 
106 25 minutos 
108 20 minutos 
110 15 minutos 
11210 minutos 
114 8 minutos 
115 7 minutos 
 
Fonte: NR 15. 
 
A Avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente segundo a 
NHO 01 pode ser feita por meio da determinação da dose diária de ruído ou do nível 
de exposição. Tais parâmetros são equivalentes tornando possível, a partir de um 
obter-se o outro, como demonstrado a seguir: 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 24 
 
 
 
 
 
Onde: 
NE = nível de exposição 
D = dose diária de ruído em porcentagem 
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária do trabalho 
 
Em ambos os casos devem ser utilizados preferencialmente medidores integradores 
de uso individual. 
 
Na avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou intermitente, por 
meio da dose diária utilizando medidor integrador de uso pessoal, o critério de 
referência que embasa os limites de exposição diária adotados para ruído continuo ou 
intermitente corresponde a uma dose de 100% para exposição de 8 horas ao nível de 
85 dB (A). 
 
O critério de avaliação considera, além do critério de referência, o incremento de 
duplicação de dose (q) igual a 3 e o nível limiar de integração igual a 80 dB (A). 
 
De acordo com esse critério, o limite de exposição ocupacional diária ao ruído contínuo 
ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%. A figura a seguir apresenta o 
medidor de nível de pressão sonora (decibelímetro) e dosímetro de ruído. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 25 
 
Fonte: PEIXOTO e FERREIRA, 2013. 
 
Na avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou intermitente, por 
meio do nível de exposição, o Nível de Exposição (NE) é o Nível Médio (NM) 
representativo da exposição diária do trabalhador avaliado. Para comparação com o 
limite de tolerância, deve-se determinar o Nível de Exposição Normalizado (NEN), que 
corresponde ao Nível de Exposição (NE) convertido para a jornada padrão de 8 horas 
diárias, que é determinado pela seguinte expressão: 
 
 
Onde: 
NE = nível médio representativo da exposição ocupacional diária. 
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho. 
 
De acordo com esse critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído 
correspondente a NEN igual a 85 dB (A), e o limite de exposição valor teto para ruído 
contínuo ou intermitente é de 115 dB (A). Para esse critério, considera-se nível de 
ação o valor NEN igual a 82 dB (A). 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 26 
 
Importante: Avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou 
intermitente por meio da dose diária utilizando medidor integrador portado pelo 
avaliador. 
 
Na indisponibilidade do medidor integrador de uso pessoal poderão ser utilizados 
outros tipos de medidores não fixados no trabalhador; nesse caso a dose poderá ser 
determinada pela seguinte expressão: 
 
D = (C1/T1 + C2/T2 + ......... + Cn/Tn) . 100% 
 
Onde: 
D – dose diária de ruído 
C1 – tempo real de exposição a um nível específico (NPS) 
T1 – duração total permitida a esse nível (NPS) 
 
De acordo com esse critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído contínuo 
ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%. 
 
Caso a dose diária esteja entre 50% e 100%, a exposição deve ser considerada acima 
do nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas de forma a minimizar a 
probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos à audição do 
trabalhador. 
 
Quando a exposição for a um único nível de ruído o cálculo da dose diária é feito 
utilizando a expressão 
 
 D = (C1/T1) . 100% 
 
Onde: 
D – dose diária de ruído. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 27 
C1 – tempo real de exposição a um nível específico (NPS) 
T1 – duração total permitida a esse nível (NPS) 
 
Da mesma maneira, de acordo com esse critério, o limite de tolerância ocupacional 
diária ao ruído contínuo ou intermitente corresponde à dose diária igual a 100%. Caso 
a dose diária esteja entre 50% e 100%, a exposição deve ser considerada acima do 
nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas de forma a minimizar a 
probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos a audição do 
trabalhador. 
 
Como pode ser observado existem divergências significativas entre a NR 15 e a NHO 
 
01. Para minimizar esse conflito o INSS publicou a Instrução s Normativa IN 45/2010 
que apresenta, em seu artigo 239, que na avaliação devemos utilizar: 
 
- Os limites de tolerância definidos no Quadro Anexo I da NR 15 do MTE; e 
- As metodologias e os procedimentos definidos na NHO 01 da Fundacentro. 
 
Segundo a NR 15, na avaliação da exposição ocupacional ao ruído de impacto, devem 
ser atendidos os seguintes aspectos: 
 
1. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibel (dB), com medidor de nível 
de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As 
leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância 
para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído 
existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. 
 
2. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de 
resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) 
e circuito de compensação “C”. Nesse caso, o limite de tolerância será de 120 dB (C). 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 28 
3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção 
adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (LINEAR), medidos no 
circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB (C), medidos no circuito de 
resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente. 
 
O texto a seguir é um resumo da NHO 01 para a avaliação da exposição ocupacional 
ao ruído de impacto e tem a orientação do documento original. 
 
A determinação da exposição ao ruído de impacto ou impulsivo deve ser feita por meio 
de medidor de nível de pressão sonora operando em (Linear) e circuito de resposta 
para medição de nível de pico. 
 
Nesse critério, o limite de exposição diária ao ruído de impacto é determinado pela 
expressão a seguir: 
 
Np = 160 – 10 Log (n) 
 
Onde: 
Np = nível de pico, em dB (Lin), máximo admissível. 
n = número de impactos ou impulsos ocorridos durante a jornada diária de trabalho. 
 
A tabela a seguir, obtida com base na expressão anterior, apresenta a correlação entre 
os níveis de pico máximo admissíveis e o número de impactos ocorridos durante a 
jornada diária de trabalho, extraída a partir da expressão de determinação do limite 
de exposição diária ao ruído de impacto. 
 
Níveis de pico máximo admissíveis em função do número de impactos 
 
Np n Np n Np n 
120 10.000 127 1.995 134 398 
121 7.943 128 1.584 135 316 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 29 
122 6.309 129 1.258 136 251 
123 5.011 130 1.000 137 199 
124 3.981 131 794 138 158 
125 3.162 132 630 139 125 
126 2.511 133 501 140 100 
 
Quando o número de impactos ou de impulsos diário exceder 10.000 (n > 10.000), o 
ruído deverá ser considerado como contínuo ou intermitente. O limite de tolerância 
valor teto para ruído de impacto corresponde ao valor de nível de pico de 140 dB (Lin). 
 
O nível de ação para a exposição ocupacional ao ruído de impacto corresponde ao 
valor Np obtido na expressão acima, subtraído de 3 decibéis. 
 
Na ocorrência simultânea de ruído continuo ou intermitente e ruído de impacto, a 
exposição ocupacional estará acima do limite de exposição,quando pelo menos o 
limite para um dos tipos de ruído for excedido. 
 
Não é permitida exposição a ruídos de impacto ou impulsivos com níveis de pico 
superiores a 140 dB para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. 
 
2.1.4 Medidas de Controle na Exposição ao Ruído 
 
Sempre que as avaliações indiquem que os níveis de pressão sonora estão acima do 
nível de ação devem ser aplicadas as medidas de controle a fim de eliminar ou 
minimizar o risco associado. 
 
Na fonte: 
- Eliminação ou atenuação do ruído na fonte (troca ou manutenção). 
- Isolamento a distância ou no local (segregação ou enclausuramento). 
- Organização do trabalho (concentração de máquinas ruidosas). 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 30 
No meio de transmissão do som: 
- Absorção do som (barreiras, tratamento acústico etc.). 
- Refúgios de ruído – console central enclausurado. 
 
No trabalhador: 
- Exame otológico admissional. 
- Exame audiométrico periódico. 
- Rotatividade na função. 
- Isolamento dos trabalhadores com problemas ou afastamento dos mesmos em 
operações ruidosas. 
- EPI. 
 
Obs.: Os protetores auriculares para serem eficazes devem ser usados de forma 
correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela capacidade 
de atenuação; o uso permanente do protetor garante a eficácia da proteção, e os 
protetores devem ser capazes de reduzir a intensidade do ruído abaixo do limite de 
tolerância. 
 
2.1.5 Protetores Auditivos 
 
São dois os tipos de protetores auditivos mais usuais: o tipo concha e o de inserção. 
 
Protetor auditivo tipo concha: 
 
- São constituídos por duas conchas de material plástico com bordas almofadadas. 
Tem como vantagens a simplicidade e rapidez na utilização, tamanho único e são 
fáceis de higienizar. Como principal desvantagem temos a utilização em ambientes 
quentes. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 31 
 
Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/a-necessidade-de-usar-protetores-auditivos. 
 
Protetor auditivo de inserção moldável ou pré-moldado: 
 
- O protetor pré-moldado é constituído de três flanges geralmente em silicone 
medicinal para a inserção no canal auditivo. Tem a aplicação indicada quando 
necessário o uso de outros EPI de forma simultânea. Tem como vantagens o tamanho 
reduzido para guarda e transporte e são relativamente confortáveis mesmo em 
ambientes quentes. Como principal desvantagem temos a necessária e permanente 
higienização. 
 
- Já o protetor de inserção moldável e fabricado em espuma moldável o que permite 
a adaptação a qualquer tamanho de canal auditivo. Tem a aplicação indicada quando 
necessário o uso de outros EPI de forma simultânea. Tem como vantagens o tamanho 
reduzido para guarda e transporte e são relativamente confortáveis mesmo em 
ambientes quentes. Como principais desvantagens temos o fato da necessária e 
permanente higienização, assim como de não poder sofrer manutenção. 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 32 
 
 
Fonte: http://www.superepi.com.br/protetor-auricular-laranja-dystray-em-silicone-12db-p514/. 
 
 
Fonte: PEIXOTO e FERREIRA, 2013. 
 
Para a determinação do nível sonoro no ouvido protegido do trabalhador basta a 
realização da operação de diferença entre o leq medido pela atenuação que está 
preconizada pelo fabricante (NRRsf – Nível de Redução do Ruído Subject Fit que e 
obtido em testes de laboratório com ouvintes não habituais) 
 
dB (A) = Leq – NRRsf 
 
Onde: 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 33 
dB (A) = ruído resultante no ouvido protegido 
Leq = ruído equivalente resultante na região da audição 
NRRsf = atenuação do protetor 
 
2.1.6 Programa de Conservação Auditiva (PCA) 
 
A ordem de serviço do INSS 608, de 1998 apresenta os aspectos técnicos para 
identificar a perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIRO), assim como 
recomenda a obrigatoriedade de implementação pelo empregador de um programa de 
conservação auditiva (PCA). Esse programa é composto por uma série de medidas 
administrativas e de controle do risco que devem ser implementadas em toda a 
empresa que detectou em suas ações de levantamentos das condições ambientais 
níveis de pressão sonora elevados. O referido programa deve contemplar os seguintes 
aspectos: 
 
a) Avaliação dos níveis de ruído no ambiente ocupacional construção do mapa do 
ruído. 
b) Adoção de medidas administrativas e de engenharia. 
c) Exames audiométricos periódicos. 
d) supervisão e treinamento. 
e) Compromisso da administração em implementar o PCA. 
f) Documentação de todas as atividades. 
g) Auditoria interna do programa. 
 
2.2 Temperaturas Extremas 
 
2.2.1 A Termorregulação Humana 
 
A termorregulação humana coordenada pelo hipotálamo tem por objetivo impedir 
grandes variações na temperatura interna do corpo garantindo assim o bom 
funcionamento dos sistemas vitais. O hipotálamo recebe impulsos, originados em 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 34 
células termossensíveis e emite comandos que acionam mecanismos de compensação, 
como vasoconstrição e vasodilatação cutâneas e sudorese, que interferem nas trocas 
térmicas do corpo com o ambiente de forma a manter a temperatura interna. 
(FUNDACENTRO, 2001) 
 
As temperaturas extremas, ou seja, o calor ou o frio em intensidade suficiente para 
causar alterações e prejuízos ao desempenho ou à saúde do trabalhador, constituem-
se em um fator de risco importante do ponto de vista ocupacional. 
 
2.2.2 Conceituação 
 
Homeotermia ou Endotermia – é a capacidade que alguns animais possuem de 
utilizar o metabolismo para manter sua temperatura corporal relativamente constante. 
 
Condução – calor transmitido entre sólidos em contato direto (corpos em repouso – 
fluxo de calor de um corpo de temperatura maior para outro de temperatura menor). 
 
Convecção – característico de fluidos (mesmo processo anterior, mas pelo menos um 
dos corpos é um fluido – líquido ou gasoso), com a troca de calor ocorrendo pelos 
movimentos do ar em contato com o corpo. 
 
Radiação – transmissão de calor por meio de raios ou ondas que se processam 
através do espaço vazio, sem contato. 
 
Evaporação – quando o líquido que envolve um sólido passa para o estado de vapor. 
 
Calor Radiante – calor absorvido pelo mecanismo da radiação. 
 
Calor Metabólico – calor produzido pelo organismo em função da atividade física 
exercida. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 35 
Ciclo de Exposição – conjunto de situações térmicas ao qual o trabalhador é 
submetido, conjugado às diversas atividades físicas por ele desenvolvidas, em uma 
sequência definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de 
trabalho. 
 
Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio (IBUTG) – média 
ponderada no tempo dos diversos valores de IBUTG obtidos em um intervalo de 60 
minutos corridos (60 minutos mais desfavoráveis da jornada). 
 
Taxa Metabólica Média (M) – média ponderada no tempo das taxas metabólicas, 
obtidas em um intervalo de 60 minutos corridos (60 minutos mais desfavoráveis da 
jornada). 
 
Ponto de Medição – ponto físico escolhido para o posicionamento do dispositivo de 
medição onde serão obtidas as leituras representativas da situação térmica objeto de 
avaliação (região mais atingida no trabalhador). 
 
Situação Térmica – cada parte do ciclo de exposição em que as condições do 
ambiente que interferem na carga térmica a que o trabalhador está exposto podem 
ser consideradas estáveis. 
 
Grupo Homogêneo – corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam 
exposição semelhante, tanto do ponto de vista das condições ambientaiscomo das 
atividades físicas desenvolvidas, de modo que o resultado fornecido pela avaliação da 
exposição de parte do grupo seja representativo da exposição de todos os 
trabalhadores que compõem o mesmo grupo. 
 
Limite de Exposição – valor máximo de IBUTG, relacionado com M, que representa 
as condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar 
exposta, repetidamente, durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer efeitos 
adversos à sua saúde. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 36 
2.2.3 Equilíbrio Homeotérmico 
 
São os seguintes os fatores ambientais e individuais que influenciam na sensação 
térmica: 
 
- Temperatura do ar – para uma temperatura maior do que a temperatura da pele 
temos um ganho de calor do organismo pelos mecanismos de convecção ou condução. 
- Umidade do ar – influi na troca térmica que ocorre entre o organismo humano e o 
meio ambiente pela evaporação. 
 
- Velocidade do ar – e a responsável por aumentar a troca térmica entre o corpo e 
meio ambiente, por condução/convecção. 
 
- Calor radiante – e a energia emitida pelos corpos aquecidos a partir de fontes de 
radiação infravermelha. 
 
- Tipo de atividade exercida pelo trabalhador – a taxa metabólica correspondente e 
estimada por tabelas disponíveis na legislação. 
 
A exposição do trabalhador a temperaturas extremas pode ser entendida pela 
expressão a seguir (balanço térmico): 
 
 S = + M ± C ± R – E 
 
Onde: 
S – calor acumulado no organismo; 
M – calor produzido pelo metabolismo; 
C – calor ganho ou perdido por condução/convecção; 
R – calor ganho ou perdido pela radiação; 
E – calor perdido por evaporação. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 37 
Obs.: 
Temperatura da superfície do corpo tsc × temperatura ambiente ta 
 
tsc > ta – corpo cede calor para as moléculas de ar; 
tsc = ta – não haverá troca de calor; 
tsc < ta – corpo recebe calor do meio ambiente e entra em sobrecarga térmica. 
 
O calor cedido é por condução/convecção (tsc > ta) – quando em contato com a pele, 
o ar aquece-se, tornando-se menos denso, deslocando-se então, em direção 
ascendente. 
 
O calor recebido é por contato ou proveniente de fontes radiantes, que transmitem à 
distância, energias por meio de ondas eletromagnéticas (radiações), cujos 
comprimentos de onda localizam-se na região infravermelha do espectro luminoso. 
Nesse caso o organismo utiliza o mecanismo do suor, cuja evaporação, resfria a 
superfície do corpo. 
 
As limitações fisiológicas decorrem da capacidade de funcionamento das glândulas 
sudoríparas (1 litro por hora – 615 kcal/h). Já as limitações de natureza ambiental são 
relacionadas com as condições do meio que influenciam na evaporação do suor. 
 
Quando o organismo não consegue liberar o excesso de temperatura interna uma 
fadiga fisiológica é provável. Existem quatro categorias de doenças devidas ao calor: 
desidratação, câimbras, choque térmico, e exaustão. 
 
2.2.4 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor – NR 15 
 
A seguir apresentamos um resumo da NR 15 (Anexo III) que está orientado segundo 
a sequência do documento original: 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 38 
A avaliação da exposição ocupacional ao calor adotado pela NR 15 toma por base o 
Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), calculado pelas seguintes 
equações: 
 
a) Para ambientes internos ou externos sem carga solar direta 
 
 IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
 
b) Para ambientes externos com carga solar direta 
 
 IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs 
 
onde 
tbn = temperatura de bulbo úmido natural em º C, 
tg = temperatura de globo em º C, 
tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em º C. 
 
1. Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo 
úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 39 
 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 40 
2. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à 
altura da região do corpo mais atingida. 
 
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho 
intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de 
serviço. 
 
3. Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no 
Quadro 1. 
 
 
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os 
efeitos legais. 
5. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita 
consultando-se o Quadro 3. 
 
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho 
intermitente com período de descanso em outro local (local de descanso). 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 41 
1. Para os fins deste item, considera-se local de descanso ambiente termicamente mais 
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve. 
 
2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro 2. 
 (kcal/h) Máximo IBUTG 
175 
200 
250 
300 
350 
400 
450 
500 
 
30,5 
30,0 
28,5 
27,5 
26,5 
26,0 
25,5 
25,0 
 
 
 
M é a taxa de metabolismo média ponderada para 1 hora determinada pela seguinte 
fórmula: 
 
 M = Mt × Tt + Md × Td 
 60 
TIPO DE ATIVIDADE kcal/h 
SENTADO EM REPOUSO 100 
TRABALHO LEVE 
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (p. ex., 
datilografia). 
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (p. ex., dirigir). 
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os 
braços. 
 
125 
150 
150 
TRABALHO MODERADO 
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma 
movimentação. 
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 
 
 
180 
175 
220 
300 
TRABALHO PESADO 
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (p. ex., 
remoção com pá). 
Trabalho fatigante 
 
440 
550 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 42 
Sendo: 
Mt – taxa de metabolismo no local de trabalho. 
Tt – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho. 
Md – taxa de metabolismo no local de descanso. 
Td – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso. 
 
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para 1 hora determinado pela seguinte 
fórmula: 
 
 IBUTG = IBUTGt × Tt + IBUTGd × Td 
 60 
Sendo: 
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho. 
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso. 
Tt e Td = como anteriormente definidos. 
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de 
trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos. 
 
3. As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro 3. 
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos 
legais. 
 
2.2.5 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor – NHO 06 
 
A seguir apresentamos um resumo da NHO 06 orientado segundo a sequência do 
referido documento. 
 
A avaliação da exposição ao calor é feita por meio da análise da exposição de cada 
trabalhador, cobrindo-se todo o seu ciclo de exposição. A determinação do Índice de 
Bulbo Úmido termômetro de Globo Médio, IBUTG, e da Taxa Metabólica Média, M, 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 43 
representativos da exposição ocupacional ao calor, devem ser obtidos em um intervalo 
de 60 minutos corridos, considerado o mais crítico em relação à exposição ao calor. 
 
O IBUTGdeve ser calculado pelas seguintes equações: 
a) Para ambientes internos ou externos sem carga solar direta 
 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
 
b) Para ambientes externos com carga solar direta 
 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs 
 
Onde: 
tbn = temperatura de bulbo úmido natural em º C. 
tg = temperatura de globo em º C. 
tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em º C. 
 
As taxas metabólicas relativas às diversas atividades físicas exercidas pelo trabalhador 
devem ser estimadas utilizando-se os dados constantes do Quadro 1 (NHO 06 – 
parcial). 
 
Atividade Taxa metabólica (kcal/h) Taxa metabólica 
(W/m²) 
 
SENTADO 
Em repouso 90 58 
 
Trabalho leve com as mãos 
(escrever, datilografar) 105 68 
 
Trabalho moderado com as 
mãos e os braços (desenhar, 
trabalho leve de montagem) 170 110 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 44 
Quando o trabalhador está exposto a duas ou mais situações térmicas diferentes, deve 
ser determinado o IBUTG média ponderada no tempo (situações térmicas que 
compõem o ciclo de exposição). Da mesma maneira, quando o trabalhador desenvolve 
duas ou mais atividades físicas, deve ser determinada a taxa metabólica média 
ponderada no tempo (atividades físicas exercidas pelo trabalhador durante o ciclo de 
exposição). 
 
É permitida a utilização de conjunto convencional ou equipamento eletrônico para a 
determinação do IBUTG. 
 
 
Fonte: PEIXOTO e FERREIRA, 2012. 
 
O conjunto de medição deverá sempre ser posicionado no local de medição, de 
maneira que os sensores fiquem todos alinhados segundo um plano horizontal. 
Quando houver uma fonte principal de calor, os termômetros deverão estar contidos 
em um mesmo plano vertical e colocados próximos uns dos outros, sem, no entanto, 
se tocarem. A posição do conjunto no ponto de medição deve ser tal que a normal ao 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 45 
referido plano vertical esteja na direção da fonte anteriormente citada. Caso não haja 
uma fonte principal de calor, esse cuidado torna-se desnecessário. 
 
A altura de montagem dos equipamentos deve coincidir com a região mais atingida do 
corpo. 
 
A determinação do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio, IBUTG, e da 
Taxa Metabólica Média, M, representativos da exposição ocupacional ao calor, deve 
ser obtida em um intervalo de 60 minutos corridos, considerado o mais crítico em 
relação à exposição ao calor. 
 
O limite de exposição ocupacional ao calor é o valor de IBUTG máximo permissível 
(IBUTGMÁX) correspondente ao valor de M determinado para a condição de exposição 
avaliada, conforme Quadro 2 NHO 06 (parcial). Esse limite é válido para trabalhadores 
sadios, aclimatados, completamente vestidos com calça e camisa leves, e com 
reposição adequada de água e sais minerais. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 46 
 
 
2.2.6 Efeitos Sobre o Organismo 
 
São os seguintes os principais efeitos sobre o organismo: 
 
- Exaustão – com a dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor, há uma 
insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultando na queda da 
pressão arterial. 
 
- Desidratação – a desidratação provoca, principalmente, redução de volume de 
sangue, promovendo a exaustão do calor. 
 
- Câimbras – na sudorese, há perda de água e sais minerais o que pode ocasionar 
câimbras. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 47 
- Choque térmico – ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo atinge 
determinado nível. 
 
2.2.7 Medidas de Controle na Exposição ao Calor 
 
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de controle a fim 
de eliminar ou minimizar o risco associado: 
 
- Eliminação dos riscos – alteração do processo, substituição ou alteração de local de 
instalação de equipamentos, automatização do posto de trabalho. 
 
- Meio ambiente – eliminar radiação solar direta, diminuir ganho por radiação 
(isolamento) e diminuir ganho por convecção (reduzir temperatura do ar); ventilação 
local exaustora (controle de temperatura do ar, umidade ou velocidade). 
 
- Trabalhadores – seleção adequada, aclimatação, pausas, roupas adequadas, 
limitação do tempo de exposição, óculos infravermelho, educação e treinamento, 
controle de saúde. 
 
2.3 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Frio 
 
2.3.1 Conceituação e Avaliação da Exposição Ocupacional ao Frio – NR 15 
 
A temperatura abaixo de 15º C diminui a concentração, reduz a capacidade para julgar, 
afeta o controle muscular. O organismo humano não se aclimata ao frio da mesma 
forma que ao calor. Quando exposto ao frio, os vasos sanguíneos, que abastecem a 
pele, as mãos e os pés, contraem-se para que menos sangue circule na superfície do 
corpo, diminuindo assim a perda de calor. 
 
Com temperatura corporal inferior a 35º C o corpo reage passando a tremer (aumento 
da atividade física) e com a temperatura corporal de 29º C o hipotálamo perde a 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 48 
capacidade termorreguladora e o indivíduo pode entrar em sonolência e coma 
(hipotermia). 
 
A NR 15 não estabelece limite de tolerância para o frio e determina que a avaliação da 
insalubridade se realize por avaliação qualitativa, por perito, do ambiente laboral. 
 
Ainda com base no anexo 9 da NR 15, as atividades ou as operações executadas no 
interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que 
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas 
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 
 
Ainda segundo o artigo 253 da CLT, NR 29 e 36, para os empregados que trabalham 
no interior das câmeras frigorificas e para os que movimentam mercadorias do 
ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 hora e 40 minutos de 
trabalho continuo, será assegurado um período de 20 minutos de repouso, computado 
esse intervalo como de trabalho efetivo. 
 
Cabe salientar que se considera artificialmente frio, o que for inferior, na primeira, 
segunda e terceira zonas climáticas a 15º C, na quarta zona a 12º C, e nas zonas 
quinta, sexta e sétima, a 10º C, conforme mapa oficial do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). 
 
2.3.2 Medidas de Controle na Exposição ao Frio 
 
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de controle a fim 
de eliminar ou minimizar o risco associado. 
 
A redução da velocidade e o aumento da temperatura do ar são medidas são medidas 
de caráter coletivo capazes de minimizar a exposição, mas quando não possíveis deve-
se adotar medidas de caráter administrativo (limitação do tempo de exposição) e os 
equipamentos de proteção individual (luvas, botas, capuz etc.). Outras medidas 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 49 
importantes são: aclimatação, controle medico, capacitação nos procedimentos de 
primeiros socorros, hábitos alimentares, utilização de EPI etc. 
 
Cabe aqui destacar que o procedimento técnico de avaliação, como critérios para 
amostragem, escolha das situações térmicas desfavoráveis, condições para o uso e 
utilização de instrumentos deve ser obedecido o que está estabelecido para NHO 06. 
 
2.4 Umidade 
 
2.4.1 Introdução e Conceituação 
 
A umidade pode ser definida como a quantidade de vapor de água em suspensão 
presente em uma porção da atmosfera. A umidade pode acarretar efeitos metabólicos 
e endocrinológicos para a saúde. Dentre outras podemos destacar as afecções 
cutâneas e dos tratos respiratório e circulatório etc. Adicionalmente, deve ser 
considerado, ainda, o risco de acidentes por queda.2.4.2 Avaliação da Exposição Ocupacional à Umidade – NR 15 
 
A seguir apresentamos um resumo da NR 15 (Anexo X) que está orientado segundo a 
sequência do documento original. 
 
As atividades ou as operações executadas em locais alagados ou encharcados, com 
umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão 
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de 
trabalho. 
 
2.4.3 Medidas de Controle na Exposição à Umidade 
 
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de controle a fim 
de eliminar ou minimizar o risco associado. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 50 
Medidas de proteção coletiva: 
 
- Alteração no processo de trabalho, implantação de barreiras de contenção, 
implantação de ralos para escoamento, implantação de áreas com estrados de 
madeira, implantação de sistemas de ventilação e exaustão. 
 
Medidas de proteção individual: 
 
- Adoção de equipamentos de proteção individual como luvas, botas, aventais etc. 
 
2.5 Vibração 
 
2.5.1 Introdução 
 
Podemos afirmar que um corpo está em vibração quando ele descreve um movimento 
oscilatório em torno de um ponto de referência. O número de vezes de um ciclo 
completo de um movimento durante um período de um segundo é chamado de 
frequência e é medido em Hertz [Hz]. 
 
Já a Convenção 148, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estabelece que 
as vibrações são compreendidas por movimentos oscilatórios que são transmitidos 
para o organismo humano por estruturas solidas, que são nocivas a saúde ou que 
possa oferecer qualquer outro tipo de perigo. 
 
As vibrações ditas ocupacionais podem ser classificadas em vibrações de corpo inteiro 
e em vibrações de mãos e braços. As vibrações de corpo inteiro (VCI) são 
caracterizadas por serem transmitidas ao corpo através dos pés, adegas e costas 
(empilhadeiras, tratores, caminhões etc.). Já as vibrações de mãos e braços (VMB) são 
caracterizadas por serem transmitidas ao corpo através das mãos e dos braços 
(motosserras, marteletes pneumáticos, furadeiras etc.). 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 51 
Como a vibração é um movimento oscilatório, a sua quantificação é feita pela 
aceleração em m/s2 ou em dB por meio de: 
 
dB = 20 log A/A0 
 
Onde: 
A = aceleração avaliada em m/s2 
A0 = aceleração de referência (10-6 m/s2) 
 
As vibrações retilíneas transmitidas ao corpo do trabalhador devem ser avaliadas nas 
direções de um sistema ortogonal que para a VCI tem origem no coração segundo os 
esquemas seguintes 
 
 
 
Fonte: NHO 09, Fundacentro. 
 
Já para a VMB A origem do sistema ortogonal é posicionada sobre o objeto que vai ser 
segurado pelo trabalhador e abaixo do início dos dedos, segundo os esquemas 
seguintes: 
 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 52 
 
Fonte: NHO 10, FUNDACENTRO. 
 
2.5.2 Critério legal 
 
O anexo 8 da NR 15 estabelece os critérios para caracterização da condição de trabalho 
insalubre decorrente da exposição às Vibrações de Mãos e Braços (VMB) e Vibrações 
de Corpo Inteiro (VCI). 
 
Já os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB são os 
estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da Fundacentro, a saber: 
 
- NHO 09 – Avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro, que toma 
por base as seguintes referências ISO 2631 (1997) – Mechanical Vibration and Shock. 
 
– Evaluation Human Exposure of Whole-body. Part 1: General Requirements e da ISO 
8041 (2005) – Human Response to Vibration – Measure Instrumentation. 
 
- NHO 10 – Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços, 
estruturada a partir da ISO 5349-1 (2001) – Mechanical Vibration – Measurement and 
Evaluation of Human Exposure to Hand-transmitted Vibration – Part 1: General 
Requirements”, ISO 5349-2 (2001) – “Mechanical Vibration – Measurement and 
Evaluation of Human Exposure to Hand-transmitted Vibration – Part 2: Practical 
Guidance for Measurement at the Workplace”, e ISO 8041 (2005): Human Response 
to Vibration – Measuring Intrumentation. 
 
Cabe ainda destacar que o Anexo I da NR 9, Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais – PPRA, apresenta os critérios para prevenção de doenças e distúrbios 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 53 
decorrentes da exposição ocupacional às Vibrações em Mãos e Braços (VMB) e às 
Vibrações de Corpo Inteiro (VCI), no âmbito do Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais. 
 
A seguir estão listadas as principais definições estabelecidas pelas normas Fundacentro 
NHO 09 e NHO 10: 
 
- Aceleração instantânea [aj(t)]: valor da aceleração ponderada em frequência, no 
instante de tempo “t”, expressa em m/s2, segundo um determinado eixo de direção 
“j”, sendo que “j” corresponde aos eixos ortogonais “x”, “y” ou “z”. 
 
- Aceleração média (amj): raiz média quadrática dos diversos valores da aceleração 
instantânea ocorridos em um período de medição, expressa em m/s2, na direção “j”. 
 
- Aceleração média resultante (amr): corresponde à raiz quadrada da soma dos 
quadrados das acelerações médias, medidas segundo os três eixos ortogonais “x”, “y” 
e “z”, definida pela expressão que segue: 
 
Amr = [(fx . amx)2 + (fy . amy)2) + (fy . amy)2]1/2 m/s2 
 
Sendo: 
amj = aceleração média; 
fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado (f = 1,4 para os eixos “x” e 
“y” e 
“f ”= 1,0 para o eixo “z”). 
- Aceleração resultante de exposição parcial (arepi): corresponde à aceleração média 
resultante representativa da exposição ocupacional relativa à componente de 
exposição “i”, ocorrida em uma parcela de tempo da jornada diária, considerando os 
três eixos ortogonais. Esse parâmetro poderá ser resultado de uma média aritmética 
das acelerações obtidas cada vez que a componente de exposição é repetida. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 54 
- Aceleração resultante de exposição (are): corresponde à aceleração média resultante 
representativa da exposição ocupacional diária, considerando os três eixos ortogonais 
e as diversas componentes de exposição identificadas, definida pela expressão que 
segue: 
 
 are = [1/T. Σ1m. ni . arep2i .Ti]1/2 m/s2 
 
Sendo: 
arepi = aceleração resultante de exposição parcial; 
ni = número de repetições da componente de exposição “i” ao longo da jornada de 
trabalho; 
Ti = tempo2 de duração da componente de exposição “i”; 
m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária; 
T = tempo de duração da jornada diária de trabalho. 
 
- Aceleração resultante de exposição normalizada (aren): corresponde à aceleração 
resultante de exposição (are) convertida para uma jornada diária padrão de 8 horas, 
determinada pela seguinte expressão: 
 
 aren = are . (T/T0)1/2 m/s2 
 
Sendo: 
are = aceleração resultante de exposição; 
T = tempo de duração da jornada diária de trabalho expresso em 
horas ou minutos; 
T0 = 8 horas ou 480 minutos. 
 
- Componente de exposição: parte da exposição diária que pode ser representada por 
um único valor de aceleração resultante de exposição parcial (arep). A componente de 
exposição pode ser decorrente de uma única operação ou consequência de duas ou 
mais operações executadas de forma sequencial. 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 55 
 
- Fator de crista (FC): módulo da razão entre o máximo valor de pico de aj(t) e o valor 
de amj, ambas ponderadas em frequência. 
 
- Forças de preensão: forças exercidas pelo trabalhador para segurar a ferramenta ou 
a peça que está sendo trabalhada. 
 
- Grupo de exposição similar (GES):corresponde a um grupo de trabalhadores que 
experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela 
avaliação da exposição de parte desse grupo seja representativo da exposição de todos 
os trabalhadores que o compõem. 
 
- Limite de exposição (LE): parâmetro de exposição ocupacional que representa 
condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar 
exposta repetidamente sem sofrer efeitos adversos que possam resultar em dano à 
sua saúde. 
 
- Nível de ação: valor acima do qual devem ser adotadas ações preventivas de forma 
a minimizar a probabilidade de que as exposições à vibração causem danos à saúde 
do trabalhador e evitar que o limite de exposição seja ultrapassado. 
 
- Ponto de medição: ponto(s) localizado(s) na zona de exposição, ou próximo(s) a 
esta, cujos valores obtidos sejam representativos da exposição da região do corpo 
atingida. 
 
- Valor da dose de vibração (VDVj): corresponde ao valor obtido a partir do método 
de dose de vibração à quarta potência determinado na direção “j”, sendo que “j” 
corresponde aos eixos ortogonais “x”, “y” ou “z”, expresso em m/s1,75. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 56 
- Valor da dose de vibração (VDVji): corresponde ao valor de dose de vibração, 
determinado na direção “j”, relativo às “s” amostras da componente de exposição “i” 
que foram mensuradas, definido pela expressão que segue: 
 
- Valor da dose de vibração da exposição parcial (VDVexpji): corresponde ao valor de 
dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária no eixo “j”, relativo à 
componente de exposição “i”, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: 
 
 VDVexpji = fj . VDVji (Texp/Tamos)1/4 m/s1,75 
 
Sendo: 
VDVji = valor da dose de vibração medido no eixo “j”, relativo à componente de 
exposição “i”; 
Texp = tempo total de exposição à vibração, ao longo de toda a jornada de trabalho, 
decorrente da componente de exposição “i” em estudo. Corresponde ao número de 
repetições da componente vezes o seu tempo de duração; 
Tamos = tempo total utilizado para a medição das “s” amostras representativas da 
componente de exposição “i”, em estudo: 
 
Tamos = Σ1s Tk 
Sendo: 
Tk = tempo de medição relativo à késima amostra selecionada dentre as repetições da 
componente de exposição “i”; 
s = número de amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas; 
fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado 
(f = 1,4 para os eixos “x” e “y” e f = 1,0 para o eixo “z”). 
- Valor da dose de vibração da exposição (VDVexpj): corresponde ao valor de dose de 
vibração representativo da exposição ocupacional diária em cada eixo de medição, que 
pode ser obtido por meio da expressão que segue: 
 
VDVexpj = [Σ1m (VDVexpji)4]1/4 m/s1,75 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 57 
Sendo: 
VDVexpji = valor da dose de vibração da exposição representativo da exposição 
ocupacional diária no eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”; 
m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária. 
 
- Valor da dose de vibração resultante (VDVR): corresponde ao valor da dose de 
vibração representativo da exposição ocupacional diária, considerando a resultante 
dos três eixos de medição, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: 
 
VDVR = [Σj (VDVexpj)4 ]1/4 m/s1,75 
 
Sendo: 
VDVexpj = valor da dose de vibração da exposição, representativo da exposição 
ocupacional diária no eixo “j”, sendo “j” igual a “x”, “y” ou “z”. 
 
- Síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB): corresponde à terminologia 
utilizada para se referir ao conjunto de sintomas de ordem vascular, neurológica, 
osteoarticular, muscular e outros, ocasionados pela exposição ocupacional à vibração 
em mãos e braços. 
 
- Zona de exposição: interface entre a fonte de vibração e a região do corpo para a 
qual a energia da vibração é transferida. 
 
2.5.3 Limites de Exposição e Caracterização e Classificação Da 
Insalubridade 
 
São as seguintes as premissas para a caracterização da insalubridade previstas no 
Anexo 8 da NR 15: 
 
 – Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 58 
ocupacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de 
exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. 
 
- O nível de ação para a exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços 
adotado nesta norma corresponde a um valor de aceleração resultante de exposição 
normalizada (aren) de 2,5 m/s2. 
 
 – Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites de 
exposição ocupacional diária a VCI: valor da aceleração resultante de exposição 
normalizada (aren) de 1,1 m/s2, e valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 
21,0 m/s1,75. 
 
- O nível de ação para a exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro 
adotado nesta norma corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição 
normalizada (aren) de 0,5m/s2 e ao valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 
9,1m/s1,75. 
 
 – Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve comprovar a 
avaliação dos dois parâmetros acima descritos. 
 
 – As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de exposição 
ocupacional são caracterizadas como insalubres em grau médio. 
 
A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos 
organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções. 
 
Cabe ressaltar que a caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico que 
contemple, no mínimo, os seguintes itens: 
 
- Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos; 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 59 
- Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada de acordo com 
o item 3, do Anexo 1 da NR-9 do MTE; 
 
- Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da exposição e 
representatividade da amostragem; 
 
- Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de calibração; 
 
- Dados obtidos e respectiva interpretação; 
 
- Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação; 
 
- Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente existentes e indicação 
das necessárias, bem como a comprovação de sua eficácia; 
 
- Conclusão. 
 
2.5.4 Efeitos Sobre a Saúde 
 
Segundo a norma ISO 2531 a exposição diária as VCI pode acarretar além de danos 
permanentes a região espinhal problemas não menos importantes nos sistemas 
urinário, circulatório e nervoso central. 
 
Já com relação a exposição diária as VMB são reportados problemas no sistema 
vascular, neurológico, osteoarticular e muscular. Cabe destacar que a doença 
característica desse tipo de exposição é a doença dos “dedos brancos”. 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 60 
 
Fonte: http://www.industria-transformadora.info/vibracoes-na-industria-evite-a-sindrome-do-dedo-branco/. 
 
Convém ressaltar que os riscos caracterizados por vibrações dependem de fatores 
como intensidade, frequência, direção da vibração, tempo de exposição, direção da 
vibração transmitida, método de trabalho e fatores predisponentes do indivíduo. 
 
2.5.5 Procedimentos de Avaliação 
 
A seguir estão destacados os principais itens previstos na NHO 09 e NHO 10 relativos 
aos procedimentos de avaliação: 
 
A avaliação da vibração deverá ser feita de forma a ser representativa da exposição 
de todos os trabalhadores considerados no estudo. A análise preliminar tem por 
objetivo reunir elementos que permitam enquadrar as situações

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