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Apostila Completa Economia

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ECONOMIA 
2018
ECONOMIA 
1 - QUESTÕES ECONÔMICAS DO DIA-A-DIA
- Aumento de preços
- Períodos de crise ou de crescimento
- Desemprego
- Diferenças salariais
- Dissídios coletivos
- Valorização / desvalorização da taxa de câmbio
- Ociosidade de alguns setores
- Taxas de juros
- Déficit governamental
- Elevação de impostos e tarifas públicas
2 - CONCEITO DE ECONOMIA
A palavra ECONOMIA vem do grego OIKOSNOMOS
- OIKOS => CASA
- NOMIA => LEI
Que significa a administração de uma casa ou Estado
A ECONOMIA é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.
- Os Fatores de Produção são escassos;
- As necessidades humanas são ilimitadas
- A sociedade é obrigada a decidir entre alternativas
3 - ARGUMENTOS POSITIVOS X NORMATIVOS
A economia sendo uma ciência social, utiliza, fundamentalmente, uma Análise Positiva, para explicar os fatos da realidade.
- Os argumentos POSITIVOS são estritamente descritivos. Não contêm juízo de valor.
Exemplo: “Se o preço da gasolina aumentar em relação a todos os outros preços, então a quantidade que as pessoas irão comprar de gasolina, cairá”.
- No entanto, a Economia, como ciência social, trata do comportamento das pessoas e, frequentemente, nossos valores interferem na análise do fato econômico, na tentativa de equacionar problemas como desemprego, inflação, etc.
Argumentos NORMATIVOS são análises que contêm, explícita ou implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida econômica. 
Exemplo: “O preço da gasolina não deve subir”. Está implícito na afirmação, um juízo de valor, se o fato é bom ou ruim.
4 - A ECONOMIA E OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO
ECONOMIA, BIOLOGIA E FÍSICA
O início do estudo sistemático da Economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas. A construção do núcleo cientifico inicial da economia, deu-se a partir das chamadas concepções orgânicas (biológicas) e mecanicistas (físicas).
Daí surgiram os termos órgãos, funções, circulação, fluxos (vindos da biologia) e estática, dinâmica, aceleração, velocidade, forças (vindos da física).
ECONOMIA, MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA
Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitada pelo meio físico, dado que os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre quantidades. Daí surge a necessidade da utilização da Matemática e da Estatística como ferramentas para estabelecer relações entre variáveis econômicas. 
A Econometria é área da Economia que está voltada para a elaboração de modelos que combinam Teoria Econômica, Matemática e Estatística.
ECONOMIA E POLÍTICA
A Economia e a Política são áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação de causalidade (causa e efeito) entre elas.
A Política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político.
Mas, por outro lado, a estrutura política se encontra, muitas vezes, subordinada ao poder econômico. Exemplo: poder econômico dos oligopólios, monopólios, corporações e latifúndios.
ECONOMIA E HISTÓRIA
A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a Economia, pois ela facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões para o futuro, com base nos fatos passados.
Alguns importantes períodos históricos são associados a fatores econômicos: ciclo do ouro, Revolução Industrial, quebra da Bolsa de New York, crise do petróleo, etc.
ECONOMIA E GEOGRAFIA
A Geografia nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores de produção, a localização de empresas, etc.
Dessa relação surgem a Economia Regional, a Demografia Econômica, etc.
ECONOMIA, MORAL, JUSTIÇA E FILOSOFIA
Na pré-economia, antes da Revolução Industrial do séc. XVIII, a atividade econômica era vista com parte integrante da filosofia, moral e ética. Era orientada por princípios morais e de justiça.
Idéias predominantes à época: lei da usura, preços e lucros justos, etc.
ECONOMIA E DIREITO
As relações econômicas estão condicionadas a um arcabouço de normas jurídicas, editadas por um Estado soberano, para um certo povo, em determinado território.
Todas as relações de produção, consumo, utilização dos fatores de produção, são legitimadas por normas jurídicas.
Exemplo: Código de Defesa do Consumidor, Direito Comercial, Formulação de Políticas Monetária, de Crédito, Contábil, etc.
5 - EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
PRECURSORES DA TEORIA ECONÔMICA
Antiguidade
- Aristóteles, Platão, Xenofonte.
- Pensamentos: usura, moralidade dos juros altos, lucro justo.
Mercantilismo
- A partir do século XVI
- Pensamentos: acumulação de riquezas por uma Nação, comércio exterior, entesouramento, importância da moeda (metais)
Fisiocracia
- A terra como única fonte de riqueza
- O universo era regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais.
Clássicos
- Principal expoente: Adam Smith (1723-1790)
- Precursor da moderna Teoria Econômica 
- Maior obra: “A Riqueza das Nações” – 1776
- Pensamento: o mercado como regulador das decisões econômicas, independente da ação dos Estados (Liberalismo)
Teoria Neoclássica
- Principal representante: Alfred Marshall (1842-1924)
- Desenvolvimento da microeconomia
- Pensamento: o raciocínio matemático procurava isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social.
A Era Keynesiana
- John Maynard Keynes (1883-1946)
- Crise mundial na década de 30 – Grande Depressão
- Principal obra: “Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda” – 1936
- Pensamento: prega a intervenção do Estado para ajustamento da Economia.
O Período recente
- Três características marcam a Teoria Econômica : maior consciência das limitações e possibilidades de aplicações da Teoria; avanço do conteúdo empírico da economia; consolidação das contribuições anteriores
- O desenvolvimento da informática permitiu um processamento de informações e precisão sem precedentes.
Os Críticos
- Maior crítico da Teoria Econômica foi Karl Marx (1818-1883)
- Principal obra: “O Capital”
- Pensamento: conceito de mais-valia e forte intervenção do Estado
6 - DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO
A análise econômica, para fins metodológicos e didáticos, é normalmente dividida em duas áreas de estudo: a Microeconomia e a Macroeconomia.
MICROECONOMIA OU TEORIA DE FORMAÇÃO DE PREÇOS
Procura estudar, principalmente, os seguintes itens:
- O comportamento do consumidor: a procura pela máxima satisfação de suas necessidades, dentro do limite da sua renda. Ex.: como reage o cidadão frente à variação nos preços dos produtos que consome?
- O comportamento de empresário: A procura pelo máximo de lucros, de acordo com sua estrutura de custos e o tipo de mercado onde atua. Ex.: O que acontece com o lucro do empresário que reduz o preço de seu produto, na expectativa de aumentar as vendas e conquistar maior fatia do mercado?
- O funcionamento dos mercados: as características de cada um, as estruturas de oferta e demanda. Ex.: Em um mercado com grande número de empresas, produzindo exatamente o mesmo produto (com as mesmas características), o que acontece quando uma delas altera o preço de seu produto?
MACROECONOMIA
Surgiu na década de 30, e estuda a economia sob um enfoque macroscópico. Ela se preocupa com o comportamento dos grupos, dos conjuntos, das coletividades. Seus estudos estão centrados, principalmente, nos seguintes temas:
- Os agregados econômicos: ou seja, o somatório das variáveis da microeconomia. Ex.:como se mede o somatório de bens e serviços finais produzidos dentro do território do país?
- As inter-relações entre as variáveis econômicas. Ex.: como o nível de gastos do governo pode afetar o PIB e o nível de emprego de um país?
- As trocas de bens e serviços entre os países (comércio internacional) e o registro dessas trocas por meio do Balanço de Pagamentos. Ex.: como a taxa de câmbio afeta as exportações do Brasil para a Argentina? Quais os reflexos disso no Balanço de Pagamentos dos países?
7 - O PROBLEMA ECONOMICO
ECONOMIA é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar os recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.
Vários conceitos estão implícitos:
- Escolha
- Escassez
- Necessidades
- Recursos
- Produção
- Distribuição
As necessidades humanas são ilimitadas. Satisfeita uma, elegemos outra, reiniciando-se o processo.
No entanto, os recursos utilizáveis para a produção de bens e serviços não são suficientes para atender às necessidades de todos os indivíduos de uma determinada sociedade.
Do eterno conflito entre nossas necessidades (ilimitadas) e a escassez dos recursos disponíveis para a produção de bens e serviços que satisfaçam nossos desejos, emerge o objeto da Economia: a busca de respostas para três perguntas fundamentais:
- O QUE PRODUZIR?
- QUANTO PRODUZIR?
- COMO PRODUZIR?
- PARA QUEM PRODUZIR?
O QUE E QUANTO PRODUZIR?
Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, entro do leque de possibilidades de produção, quais os produtos serão produzidos e as respectivas quantidades.
COMO PRODUZIR?
A sociedade terá de escolher, ainda, quais os recursos de produção serão utilizados, para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como vão ser produzidos. Os produtores escolherão dentre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível.
PARA QUEM PRODUZIR?
A sociedade terá, também, de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também, da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança.
Podemos dizer que o objeto da Economia pode ser assim descrito: com desejos ilimitados e recursos escassos, o problema fundamental da Economia é a ESCASSEZ.
8 - OS FATORES DE PRODUÇÃO
Os Fatores de Produção são recursos escassos que entram na produção de bens e serviços. São eles:
Terra
São todos os recursos da natureza, suscetíveis de serem incorporados às atividades econômicas. Ex. : água, terra, minerais, florestas, etc. Só são considerados fatores de produção, se sua exploração for tecnologicamente viável.
Trabalho
Inclui habilidades físicas e mentais dos seres humanos, quando aplicadas na produção de bens e serviços. Considera apenas a mão-de-obra disponível na economia (PEA- População Economicamente Ativa)
Capital
Compreende máquinas, instalações, equipamentos e qualquer outro bem utilizado no processo produtivo, ou seja, que entrem na produção de outros bens, destinados ao consumo final.
Outros dois fatores têm sido considerados, atualmente: Tecnologia e Capacidade Empresarial.
REMUNERAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO
	FATOR DE PROUÇÃO
	TIPO DE REMUNERAÇÃO
	Trabalho
	Salário
	Capital
	Juros
	Terra
	Aluguel
	Tecnologia
	Royalties
	Capacidade Empresarial
	Lucros
9 - CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
É o conceito teórico que demonstra como a questão da escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre alternativas de produção.
Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo, uma produção potencial ou de produto de pleno emprego, onde todos os recursos disponíveis estão sendo empregados. Não há ociosidade.
	Alternativas de Produção
	Máquinas (milhares)
	Alimentos (Toneladas)
	A
	25
	0
	B
	20
	30
	C
	15
	45
	D
	10
	60
	E
	0
	70
Demonstrando graficamente:
- A curva ABCDE indica todas as possibilidades de produção de máquinas e alimentos;
- Qualquer ponto sobre a curva, indica que a economia está operando no pleno emprego;
- Qualquer ponto interno à curva, indica que há ociosidade;
- Qualquer ponto externo à curva indica uma combinação impossível de se atingir, haja vista os fatores de produção e tecnologia existentes.
CUSTO DE OPORTUNIDADE
Como podemos observar no gráfico, dado o estoque de fatores de produção e o nível tecnológico, a obtenção de quantidade de alimentos só é possível com a redução (sacrifício) de quantidades produzidas de máquinas.
A transferência dos fatores de produção de um bem A para produzir um bem B, implica um custo de oportunidade, que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem A para se produzir mais do bem B.
	Alternativas de Produção
	Máquinas (milhares)
	Alimentos (Toneladas)
	Sacrifício de Máquinas
	A
	25
	0
	0
	B
	20
	30
	5
	C
	15
	45
	5
	D
	10
	60
	5
	E
	0
	70
	10
É de se esperar que os custos de oportunidade sejam crescentes, já que quando aumentamos a produção de um bem, os fatores de produção transferidos dos outros produtos se tornam cada vez menos aptos par a nova finalidade, ou seja, a transferência vai ficando cada vez mais difícil e onerosa.
Ex.: os empregados das indústrias de máquinas serão deslocados para a produção de alimentos. Como o processo produtivo é totalmente diferente e exige habilidades diferentes dos trabalhadores, o acréscimo de alimentos ocorrerá em menor proporção.
DESLOCAMENTO DA CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
O deslocamento da CPP para a direita, indica que o país está crescendo. Isso pode ocorrer em função do aumento dos fatores de produção, entretanto, representa aumento de custos.
Uma forma de evitar-se o aumento de custos, é o aumento da produção pelo incremento na produtividade. Esse fenômeno é fortemente observado na introdução de uma inovação tecnológica, maior eficiência produtiva e organizacional das empresas ou melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra.
10 – A MICROECONOMIA
A Microeconomia ou Teoria dos preços, analisa a formação dos preços no mercado, ou seja, como o ofertante e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço, em mercados específicos.
A Teoria Microeconômica não deve ser confundida com a economia de empresas, pois têm enfoques distintos. A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da demanda e a formação dos preços no mercado. Sua visão, portanto, é a visão do MERCADO.
Na economia de empresas, a visão é a da formação dos preços de venda a partir dos custos de produção. O enfoque é, portanto, contábil-financeiro.
- Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica
a) A hipótese Coeteris Paribus
Para analisar um mercado específico, a Microeconomia se vale da hipótese de que “tudo o mais permanece constante” (em latim coeteris paribus). O foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta.
Tem-se, assim, o efeito “puro” ou “líquido” de cada uma dessas variáveis sobre a procura ou demanda.
b) Papel dos Preços Relativos
Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços de um bem em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias.- Aplicações da Análise Microeconômica
A Teoria Microeconômica não é um manual de técnicas par a tomada de decisões do dia-a-dia, mas mesmo assim, ela representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto no nível de empresas, quanto ao nível de políticas econômicas.
Utilidade nas empresas:
- Política de preços
- Previsões de demanda e faturamento
- Localização da empresa
- Decisões ótimas de produção
Utilidade na Política Econômica:
 - Controle de preços
- Política salarial
- Política de tarifas públicas
- Política de subsídios
- Fixação de preços mínimos na agricultura
10.1 - DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO
MERCADO
É o local físico ou não, onde compradores se encontram com vendedores de determinados bens e serviços.
Há três características essenciais no Mercado:
- Demanda: consumidor que deseja comprar um bem ou serviço;
- Oferta: vendedor/produtor que pretende vender esse bem ou serviço;
- Preço do bem ou serviço: formado pela interação de desejos (oferta/demanda) de vendedores e compradores.
TEORIAS DO VALOR
O objeto de estudo, a razão da existência da Economia é a escassez. Quando afirmamos que um fator de produção ou bem é econômico, estamos afirmando que esse fator ou bem é escasso, possui valor e pode ser negociado no Mercado.
E o valor das coisas torna-se mais claro quando o transformamos em moeda.
Mas...como forma-se esse valor? Porque, por exemplo, um sanduíche tem valor monetário menor que um carro esportivo?
Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. Utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Ou seja, a utilidade é a qualidade que os bens econômicos possuem, de satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para consumidor.
Existem duas teorias que procuram explicar a formação do valor. A Teoria Valor-Trabalho e a Teoria Valor-Utilidade ou Teoria Marginalista.
Teoria do Valor-Trabalho
 Considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, através dos custos do trabalho incorporados ao bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita (abundante) e o capital pouco significativo.
Pela Teoria do Valor-Trabalho, o valor surge da relação social entre homens, dependendo do tempo produtivo que eles incorporam ao bem. Nesse sentido, a Teoria do Valor-Trabalho é objetiva: depende de custos.
Teoria do Valor-Utilidade ou Marginalista
Pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é, portanto, subjetiva, e considera que o valor nasce da relação do homem com os objetos. Representa a chamada visão utilitarista, onde prepondera a soberania do consumidor, pilar do Capitalismo.
A FORMAÇÃO DOS PREÇOS, DE ACORDO COM AS TEORIAS
Para exemplificar, vamos considerar a produção de carros:
- Do lado da Teoria do Valor-Trabalho
Os produtores/vendedores de carros procuram satisfazer, ao máximo, também, as suas necessidades. Eles não precisam de carros, já que dispõem de quantidade mais que suficiente deles. Entretanto, precisam obter o máximo na venda de seu produto, para poder comprar roupas, alimentos, etc.
Mas, para produzirem mais carros, precisam gastar mais na produção; gastar mais trabalho na produção dos bens. Assim, maior produção de carros exige gastos cada vez maiores.
Os produtores/vendedores produzem de acordo com o preço. Quanto maior o preço, maior será a produção, que irá cobrir os gastos adicionais e gerar lucros.
- Do lado da Teoria do Valor-Utilidade
O consumidor de carros procura o máximo de utilidade no consumo de bens. Maiores quantidades de carros possuem menores quantidades de utilidade.
Transformando a utilidade atribuída pelo consumidor no preço que ele está disposto a pagar, chegaremos à seguinte conclusão: quanto maior a quantidade, menor o preço que os consumidores estão dispostos a pagar.
 
Observação:
- Os produtores estão dispostos a produzir e vender mais, quando o preço aumenta;
- Os consumidores desejam adquirir menos produtos quando o preço aumenta;
- No cruzamento das duas retas encontramos um ponto onde há a coincidência de desejos de produtores e consumidores.
TEORIA DA DEMANDA
DEMANDA ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço, que os consumidores desejam adquirir em determinado período ou tempo.
A demanda depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem ou serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência dos indivíduos.
O preço do próprio bem é aspecto de relevância, haja vista seu aspecto limitador. Dessa relevância resulta a representação da demanda como uma função somente do preço. Há uma relação inversamente proporcional entre quantidade procurada e o preço do bem, coeteris paribus (tudo o mais constante).
É a chamada Lei Geral da Demanda.
Essa relação pode ser observada a partir dos conceitos de escala, curva de demanda ou função demanda:
Função : Qd = f(P)
	Alternativa de Preço ($)
	Quantidade Demandada
	1,00
	12.000
	3,00
	8.000
	6,00
	4.000
	8,00
	3.000
	10,00
	2.000
Dois fatores podem afetar negativamente a curva de demanda: o efeito substituição e o efeito renda.
- Efeito Substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, coeteris paribus, o consumidor passa a adquirir o bem substituto, reduzindo, assim, a demanda.
- Efeito Renda: Quando aumenta o preço do bem, tudo o mais constante, inclusive a renda do trabalhador, o consumidor perde poder aquisitivo, e a demanda por esse produto diminui.
Assim, embora seu salário monetário não tenha sofrido alteração, seu salário real, em termos de poder de compra, foi corroído.
OUTRAS VARIÁVEIS QUE AFETAM A DEMANDA DE UM BEM
- Renda dos consumidores
- Preço dos bens substitutos (relação direta)
 Ex.: quando sobe o preço da carne bovina, aumenta o consumo de frango ou peixes
- Preço dos bens complementares (relação inversa)
 Ex.: quando sobe o preço da gasolina, diminui a venda de carros
- Hábitos e preferências do consumidor (investimentos em propaganda e publicidade influenciam o consumidor)
- Efeitos sazonais
- Localização dos consumidores
TEORIA DA OFERTA
OFERTA é definida como quantidade de certo bem ou serviço que os produtores estão dispostos a colocar no mercado, em determinado período de tempo.
Ao contrário dos consumidores, os produtores estarão dispostos a oferecer maiores quantidades, quanto maior o preço.
Trata-se, portanto, de uma relação direta entre preços e quantidades, coeteris paribus. 
É a chamada Teoria Geral da Oferta.
Função: Qo = f(P)
	Preço ($)
	Quantidade Ofertada
	1,00
	1.000
	3,00
	5.000
	6,00
	9.000
	8,00
	11.000
	10,00
	13.000
OUTRAS VARIÁVEIS QUE AFETAM A OFERTA
- Custo dos fatores de produção
- Alterações tecnológicas
- Aumento do número de empresas no mercado (concorrência)
EQUILÍBRIO DE MERCADO
Manifestados os desejos dos demandantes (consumidores) e dos ofertantes (produtores), ocorrerá coincidência em apenas um ponto – o PONTO DE EQUILÍBRIO – que indica o preço e a quantidade em torno dos quais a maioria das transações se realizará, num determinado período.
Na intersecção das curvas de oferta e demanda (Ponto E), teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores simultaneamente.
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixodaquela de equilíbrio (E), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão.
Se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E, haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programados do produto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução de preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio.
Quando há competição, tanto de consumidores quanto de ofertantes, há uma tendência natural no mercado, para se chegar a uma situação de equilíbrio. Se não há obstáculos par a livre movimentação dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura e perfeita, será observada essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem um determinado nível desejado, tanto pelos ofertantes quanto pelos consumidores.
10.2 - ELASTICIDADE
Já sabemos que alterações nos preços provocará redução/aumento na quantidade demandada por determinado bem. O grau dessa resposta do consumidor á variação nos preços nos dará a sensibilidade da variação, conceituada em Economia como ELASTICIDADE.
Portanto, a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus.
Trata-se de um conceito econômico que poder ser objeto de cálculo, a partir de dados do mundo real, permitindo-se desse modo, o confronto das proposições da Teoria Econômica com dados da realidade.
ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
- É a resposta relativa da quantidade demandada de um bem X às variações de seu preço, ou
- É a variação percentual na quantidade procurada do bem X, em relação a uma variação percentual em seu preço, tudo o mais constante.
 VARIAÇÃO % Q
Epd = ------------------------
 VARIAÇÃO % P
Ex.: Preço inicial P0 = $ 20,00
 Preço final P1 = $ 16,00
 Quantidade demandada ao preço P0 = 30
 Quantidade demandada ao preço P1 = 39
 Q1 – Q0 39 - 30
Variação % Q = ---------------- = ----------- = 0,3 ou 30%
 Q0 30
 P1 – P0 16 - 20
Variação % P = ---------------- = ----------- = - 0,2 ou - 20%
 P0 20 
 VAR.% Q 30
Epd = ------------- = -------- = - 1,5 ou | Epd | = 1,5
 VAR% P -20 
Observação:
- Como a correlação entre preço e quantidade demandada é inversa, o valor encontrado da elasticidade-preço da demanda será sempre negativo. Para evitar-se problemas com sinal, o valor da elasticidade normalmente é colocado em módulo.
E o que significa o resultado acima?
Significa que, dada uma queda de 20% no preço, a quantidade demandada aumentará em 1,5 vez o valor da queda (20%), ou seja, aumentará 30%.
DEMANDA ELÁSTICA
- É quando a variação da quantidade demandada supera a variação do preço, ou seja:
| Epd | > 1
- Os consumidores desse produto têm grande reação ou resposta, nas quantidades, a eventuais variações de preços.
DEMANDA INELÁTICA
- Ocorre quando uma variação percentual no preço provoca uma variação percentual relativamente menor nas quantidades demandadas, ou seja:
| Epd | < 1
DEMANDA DE ELASTICIDADE-PREÇO UNITÁRIA
As variações percentuais no preço e na quantidade são de mesma magnitude, porém em sentido inverso, ou seja:
| Epd | = 1
FATORES QUE INFLUENCIAM O GRAU DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
- Disponibilidade de bens substitutos: Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações em seu preço, para cima, por exemplo, farão com que o consumidor passe a adquirir seu substituto, provocando queda em sua demanda, mais que proporcional à variação do preço.
- Essencialidade do bem: Se o bem é essencial, será pouco sensível à variação de preço; terá, portanto, demanda inelástica.
- Importância do bem quanto a seu gasto, no orçamento do consumidor: Quanto mais importante o gasto referente a um determinado bem (maior ponderação) em relação ao gasto total (orçamento) do consumidor, mais sensível torna-se o consumidor a alterações em seu preço, ou seja, a demanda é mais elástica.
RELAÇÃO ENTRE RECEITA TOTAL DO PRODUTOR E GRAU DE ELASTICIDADE
A receita total do produtor equivale ao gasto total dos consumidores, para uma dada mercadoria; é igual à quantidade vendida vezes seu preço unitário de venda.
RT = P X Q , onde:
RT = Receita Total
P = Preço Unitário
Q = Quantidade Vendida
Dada uma variação no preço do produto, o que acontecerá com a receita total do produtor? Tal resposta dependerá da reação dos consumidores, isto é, do grau de elasticidade-preço da demanda.
Podem ocorrer três possibilidades:
- Demanda elástica: a redução do preço do bem tenderá a aumentar a receita total, pois o aumento percentual na quantidade vendida será maior do que a redução percentual do preço (trata-se de um mercado onde os consumidores têm demanda bastante sensível a preços). Da mesma forma, um aumento de preços provocará redução da receita total.
- Demanda inelástica: o raciocínio é inverso – aumento de preço provoca aumento da receita total, e redução de preços provoca a diminuição da receita total.
- Demanda de elasticidade unitária: Aumento ou redução de preços não afetam a receita total, já que o percentual de variação no preço corresponde a igual percentual de variação na quantidade, em sentido contrário.
ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA
O coeficiente de elasticidade-renda da demanda (Er) mede a variação percentual da quantidade da mercadoria comprada, resultante da variação percentual na renda do consumidor, coeteris paribus.
 VARIAÇÃO % NA QUANTIDADE DEMANDADA 
Er = ---------------------------------------------------------------------------------------------------------
 VARIAÇÃO % NA RENDA DO CONSUMIDOR
- Se a elasticidade-renda da demanda (Er) é NEGATIVA, o bem é INFERIOR, ou seja, aumentos de renda levam a quedas no consumo desse bem, coeteris paribus.
- Se a elasticidade-renda da demanda (Er) é POSITIVA MAS MENOR QUE 1, o bem é NORMAL, isto é, aumentos de renda levam a elevações no consumo.
- Se a elasticidade-renda da demanda (Er) é POSITIVA E MAIOR QUE 1, o bem é SUPERIOR ou de LUXO, isto é, aumentos na renda dos consumidores levam a um aumento mais que proporcional no consumo do bem.
Este conceito é muito utilizado para ilustrar a questão da chamada “deterioração dos termos de troca no comércio internacional”. Estudos empíricos mostram que os países desenvolvidos tendem a exportar bens manufaturados, de elasticidade-renda elevada, enquanto os países em vias de desenvolvimento tendem a exportar produtos básicos (alimentos, matérias-primas, etc), de elasticidade-renda relativamente mais baixa, e importar bens manufaturados. Havendo um incremento na renda mundial, deve ocorrer um aumento relativamente maior no comércio de manufaturados, o que tenderia a gerar déficits constantes na Balança Comercial dos países em via de desenvolvimento.
ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA
O mesmo raciocínio utilizado para a demanda, também se aplica para a oferta, observando-se, no entanto, que o resultado da elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é DIRETA. Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário estará disposto a ofertar, coeteris paribus.
 VARIAÇÃO % DA QUANTIDADE OFERTADA
Epo = ---------------------------------------------------------------------
 VARIAÇÃO % DO PREÇODO BEM
As elasticidades da oferta são menos difundidas que as da demanda. A elasticidade-preço mais frequentemente estudada é a dos produtos agrícolas, sendo inclusive apontada como a principal causa da inflação, de acordo com a chamada Corrente Estruturalista.
Segundo essa tese, em países em via de desenvolvimento, a elasticidade da oferta de produtos agrícolas seria inelástica, pouco sensível a variações de preços. Isso de deveria à estrutura fundiária na agricultura, pouco voltada a estímulos dados pela demanda (e, portanto, de preços). De um lado há latifúndios que estão mais preocupados com a especulação de terras do que com a produtividade; e, de outro, existem os minifúndios que praticam agricultura apenas para sua subsistência, não produzindo para o mercado. Assim, a produção agrícola seria inelástica a estímulos de preços.
11 – ESTRUTURAS DE MERCADO
O modelo utilizado até agora, onde o mecanismo de oferta e procura funcionam livremente, é denominado pelos economistas como de concorrência perfeita. Há um grane número de ofertantes e consumidores, os produtos são homogêneos e não existem barreiras à entrada de saída de ofertantes e consumidores.
É óbvio, entretanto, que o comportamento de ofertantes e demandantes não ocorre de forma uniforme ao longo do tempo. Diante da dinâmica capitalista, o comportamento de consumidores e produtores vem mudando constantemente. As empresas, por meio do marketing, tentam de todas as formas, um afastamento do mercado de concorrência perfeita, surgindo daí vários tipos de estruturas de mercado.
A seguir, veremos as características básicas dos principais:
Pelo lado da venda/oferta de bens e serviços:
CONCORRÊNCIA PERFEITA:
- Grande número de consumidores e ofertantes, tornando o mercado pulverizado de tal forma, que nenhum comprador ou vendedor tenha condições de influenciar os preços ou o comportamento dos demais agentes;
- Perfeito conhecimento do mercado, inclusive do preço, por parte dos integrantes;
- Perfeita mobilidade de recursos;
- Homogeneidade de produtos.
Ex.: feira livre.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
- Grande número de empresas;
- Fracas barreiras quanto ao ingresso e saída do mercado;
- Pequena diferenciação dos produtos. Cada concorrente estabelece um produto único e ligeiramente diferenciado pela marca, embalagem, publicidade. A diferença é subjetiva.
Ex.: lojas de roupas, farmácias, pizzarias.
OLIGOPÓLIO
- Pequeno número de empresas controla parcela expressiva do mercado;
- Interdependência entre empresas, pois cada uma formula suas políticas levando em conta os efeitos que terão sobre as outras rivais;
- Forte bloqueio à entrada de concorrentes;
- Produtos homogêneos ou diferenciados;
- Tendência à concentração de capitais por meio de fusões;
- Tendência à formação de cartéis e à rigidez de preços.
Ex.: indústria de cimento, bebidas, automobilística.
MONOPÓLIO
- Existência de uma única empresa produtora de bens e serviços, para os quais não existem substitutos próximos, no curto prazo;
- Barreiras legais, tecnológicas e econômicas ao ingresso de concorrentes no mercado;
- Dimensões do mercado estabelecidas pela empresa, via determinação prévia do volume de produção e dos preços;
- Lucro total da empresa é máximo para cada nível de produção e preço por ela estabelecido.
Ex.: companhias de água e esgoto, prospecção de petróleo.
Pelo lado da demanda/compra de bens e serviços:
MONOPSÔNIO
- Uma única empresa compradora de determinado produto;
- Preço determinado pelo comprador.
Ex.: indústria de cigarros, na aquisição de fumo dos produtores, em determinada localidade.
OLIGOPSÔNIO
- Poucas empresas compradoras;
- Preço dos produtos determinado pelos compradores;
- Grande dificuldade de entrada no mercado para novos compradores.
Ex.: indústria automobilística e agroindústria.
Além das estruturas acima citadas, observam-se no mercado algumas práticas, que neutralizam, ainda mais, os aspectos concorrenciais. Essas práticas são decorrentes do poder que as empresas adquirem a partir das barreiras impostas à entrada de novas firmas no mercado. São elas:
TRUSTE
- Tipo de estrutura em que várias empresas, já detentoras da maior parte do mercado, combinam-se ou fundem-se, para assegurar esse controle, estabelecendo preços elevados que lhes garantam altas margens de lucro.
Denominação utilizada quando a prática se refere a mercados regionais.
CARTEL
- É uma tentativa de um grupo de empresas que, por meio de acordo, atuam de forma coordenada, visando na prática a construção de um monopólio. Esse acordo tem por objetivo o controle dos níveis de produção, das condições de venda, dos preços, das fontes de matérias-primas, divisão territorial e fixação das margens de lucro.
 Denominação utilizada quando a prática se refere ao mercado internacional.
DUMPING
- Caracterizado pela fixação dos preços de venda, insuficientes para a cobertura dos custos. Geralmente, as empresas que se utilizam dessa prática, atuam em várias regiões, praticando o dumping contra apenas um concorrente, cuja atuação é restrita. O objetivo é sufocar a concorrência. Os prejuízos decorrentes da prática são cobertos pelos resultados obtidos em outros mercados, onde os preços não são alterados.
12 - O SETOR PÚBLICO
O Crescimento da Participação do Setor Público na Atividade Econômica
Ao final do séc. XIX e início do séc. XX, verificou-se um intenso processo de formação de grandes monopólios, que passaram a limitar a oferta e a aumentar os preços. Em 1890, nos Estados Unidos, votou-se a Lei Sherman contra os trustes, declarando-se ilegal o monopólio da indústria e do comércio, bem como o conluio par a fixação de preços.
TRUSTE
- Tipo de estrutura em que várias empresas, já detentoras da maior parte do mercado, combinam-se ou fundem-se, para assegurar esse controle, estabelecendo preços elevados que lhes garantam altas margens de lucro.
Denominação utilizada quando a prática se refere a mercados regionais.
Assim, já no início do séc. XX passou-se a regular a atividade econômica, colocando-se em dúvida a “mão invisível ”, de Adam Smith para conduzir os mercados a responderem satisfatoriamente aos problemas fundamentais da economia: o que produzir, como e para quem. 
Isso ficou claramente demonstrado com o crack da Bolsa de Nova York, em 1929 e a posterior Grande Depressão dos anos 30.
Os principais motivos que levam o Estado a intervir na economia são:
- Desemprego;
- Crescimento da renda per capita e demanda por serviços públicos;
- Mudanças tecnológicas;
- Efeitos da guerra;
- Fatores políticos e sociais;
- Mudanças na previdência social.
As Funções Econômicas do Setor Público
A necessidade de atuação econômica do Setor Público prende-se à constatação de que o sistema de preços não consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou funções. São funções exigidas do Estado:
Função Alocativa
Fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. São os chamados bens e serviços públicos.
Função Distributiva
Redistribuição de renda, através da tributação. Retira-se dos segmentos mais abastados da sociedade, através de tributos, e os transfere para os menos favorecidos.
Função Estabilizadora
Intervenção do Estado na economia, para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego.
Interferência do Governo no Equilíbrio de Mercado
O Estado intervém na formação dos preços no mercado, quando:
- Fixa subsídios;
- Fixa impostos;
- Estabelece critérios para reajuste do salário mínimo;
- Fixa os preços mínimos para produtos agrícolas;
- Decreta tabelamento ou congelamento de preços.
13 – O MERCADO MONETÁRIO
13.1 - Conceito de Moeda
Moeda é um instrumento ou objeto que é aceito pela coletividade, para intermediar as transações econômicas, para pagamento dos bens, serviçose fatores de produção. Essa aceitação é garantida por lei, ou seja, a moeda tem “curso forçado”.
13.2 - Evolução da Moeda
Escambo
Antes da existência da moeda, o fluxo de troca de bens e serviços na economia dava-se através do escambo, com trocas diretas de mercadoria por mercadoria. É fácil imaginar os transtornos trazidos por tal mecanismo. Se alguém tivesse a mercadoria sal em excesso e precisasse troca-la por outra, carne por exemplo, precisaria primeiro localizar alguém que tivesse carne em excesso e desejasse sal, e, em seguida teria de resolver o problema da quantidade e da divisibilidade: quanto de sal seria necessário para comprar um boi? E se a pessoa precisasse apenas de meio boi?
Moeda Mercadoria
Com a evolução da sociedade, certas mercadorias passaram a ser aceitas por todos, por suas características peculiares ou pelo simples fato de serem escassas. Por exemplo, o sal, que por ser escasso era aceito na Roma Antiga como moeda. Em diversas épocas e locais diferentes, outros bens assumiram idêntica função. Portanto, a moeda mercadoria contitui a forma mais primitiva de moeda na economia.
Moeda Metálica
Os metais preciosos passaram a assumir função de moeda por diversas razões: são limitados na natureza, possuem durabilidade e resistência , são divisíveis em peso, etc. Para exercer o controle sobre os metais em circulação, foi implantada a “cunhagem” da moeda pelos governantes, o que deu origem à atual moeda metálica.
Moeda-Papel
As pessoas de posse de ouro, por questão de segurança, passaram a guarda-lo em casas especializadas (embrião do atual sistema bancário), onde os ourives emitiam certificados de depósitos dos metais. Ao adquirir bens e serviços, as pessoas podiam, então, fazer os pagamentos com esses certificados, já que, por serem transferíveis, o novo detentor do título poderia retirar o montante correspondente de metal junto ao ourives. Como o depositário do metal merecia confiança de todos, esses certificados foram ganhando livre circulação, passando a ter aceitação geral, já que possuíam lastro e podiam ser convertidos a qualquer instante em ouro (conversibilidade).
Papel-Moeda
Ao longo do tempo, entretanto, o lastro tornou-se menor que 100%, pois o ourives, percebendo que sempre permanecia em sua firma, um determinado montante de metais preciosos, sobre os quais não havia comando (nem todos depositantes exigiam a conversão em ouro ao mesmo tempo), passou a emitir moeda papel em proveito próprio, sem nenhum lastro.
A emissão de certificados em montantes superiores ao estoque de metal precioso, permitia que seus emissores realizassem operações lucrativas, como a aquisição de títulos e concessão de empréstimos que rendiam juros. Quando se adotou essa prática, os recibos passaram a ser fracionariamente conversíveis.
Mais tarde, com a criação dos Estados nacionais, aparece o papel-moeda. Cada Estado passou a emitir seu papel-moeda, sendo este lastreado em ouro (padrão-ouro). O ouro, contudo, era um metal com reservas limitadas na natureza, e como a capacidade de emitir papel-moeda estava vinculada à quantidade de ouro existente, o padrão-ouro, passou a representar um obstáculo à expansão das economias nacionais e do comércio internacional, ao impor um limite à oferta monetária. 
Dessa forma, a partir de 1920, o padrão-ouro foi abandonado, e a emissão passou a ser livre, ou a critério das autoridades monetárias de cada país. Assim, a moeda passa a ser aceita por força de lei, denominado-se “moeda de curso forçado” ou “moeda fiduciária” (de fidúcia, confiança), não sendo mais lastreada em metais preciosos.
Moeda Escritural
À medida que a sociedade evolui, a forma de convivência e os relacionamentos comerciais vão-se modificando. Além do papel-moeda, de emissão privativa do Estado, por meio dos bancos centrais, há o que chamamos de moeda bancária ou moeda escritural. 
Os bancos comerciais podem criar moeda, assim como os ourives faziam quando emitiam mais certificados do que o ouro que mantinham em depósito. Nos bancos, somente uma parte total dos depósitos é utilizada ao mesmo tempo. Como só uma parcela dos depósitos é requerida em espécie, pois grande parte retorna na forma de novos depósitos, o banco pode fazer promessas de pagar acima do que dispõe e, dessa forma, criar moeda ou meio de pagamento.
Moeda Virtual
A evolução das formas de moeda está vinculada ao aspecto intrínseco de que novas formas são adotadas por tornarem mais fáceis as transações entre os agentes econômicos. Desde seu surgimento até hoje, as transformações da moeda estiveram ligadas ao aspecto da redução dos custos de transação. A moeda, na forma digital, implica redução significativa nos custos de transação. Seu surgimento, no entanto, está mais ligado ao fato de que são vislumbradas oportunidades de negócios com o oferecimento de serviços financeiros por meio de cartões, internet, etc.
13.3 - Funções da Moeda
Instrumento ou Meio de Trocas
Por ter aceitação geral, serve para intermediar o fluxo de bens, serviços e fatores de produção da economia.
Denominador Comum Monetário
Possibilita que sejam expressos em unidades monetárias, os valores de todos os bens e serviços produzidos pelo sistema econômico. É um padrão de medida.
Reserva de Valor
A posse da moeda representa liquidez imediata para quem a possui. Assim, pode ser acumulada para a aquisição de um bem ou serviço, no futuro. Claro está que o requisito básico para que a moeda funcione como reserva de valor é sua estabilidade diante dos preços dos bens e serviços, já que a inflação corrói o poder de compra da moeda, e a deflação a valoriza.
13.3 – A OFERTA DE MOEDA
Como qualquer mercadoria, a moeda tem seu preço e quantidade determinados pela oferta e pela demanda. A oferta de moeda é o suprimento de moeda para atender às necessidades da coletividade.
O Banco Central é o órgão responsável pela Política Monetária, que tem como objetivo, regular o montante de moeda e de crédito e as taxas de juros, de forma compatível com o nível de atividade econômica. Ou seja, o Banco Central deve procurar manter a liquidez da economia, atendendo às necessidades de transações do sistema econômico.
Conceito de Meios de Pagamento
A oferta de moeda também é chamada de meios de pagamento.
Meios de Pagamento constituem o total de moeda à disposição do setor privado não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para efetuar transações. A liquidez da moeda é a capacidade que ela tem de ser um ativo prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações.
Os meios de pagamento, em sua forma tradicional, são dados pela soma da moeda em poder do público mais os depósitos à vista dos bancos comerciais. Enfim, é a moeda que não está rendendo juros, aquela que não está aplicada em contas ou ativos remunerados.
Os meios de pagamento, conceituados como moeda de liquidez imediata, que não rendem juros, também são chamados, na literatura específica de M1. Para alguns objetivos, os economistas incluem como moeda a chamada “quase-moeda”, que são ativos que têm alta liquidez, embora não imediata, e que rendem juros, como os títulos públicos, cadernetas de poupança, depósitos a prazo, títulos privados, etc. Estes conceitos são classificados como M2, M3 e M4. 
Vejamos:
M1 = PAPEL MOEDA EM PODER DO PÚBLICO + DEPÓSITOS À VISTA NAS 
 INSITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS
M2 = M1 + APLICAÇÕES EM FUNDOS DE INVESTIMENTO + TÍTULOS 
 PÚBLICOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS EM PODER
 DO PÚBLICO
M3 = M2 + DEPÓSITOS DE POUPANÇA
M4 = M3 + DEPÓSITOS A PRAZO + TÍTULOS PRIVADOS
BASE MONETÁRIA(BM) = M1 – EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS PELOS BANCOS 
 COMERCIAIS COM BASE NOS DEPÓSITOS A 
 VISTA
O Multiplicador Monetário ou Bancário
Os bancos comerciais tambémpodem aumentar os meios de pagamento, isto é, aumentar a oferta de moeda, através da multiplicação da moeda escritural ou depósitos à vista.
Um depósito a vista ou em conta corrente, num banco comercial, representa um fundo disponível, que pode ser movimentado a qualquer instante pelo titular da conta corrente. No entanto, existe um fluxo contínuo de depósitos e saques, de tal forma que o banco não precisa manter a totalidade dos recursos captados de depósitos a vista, para fazer frente aos pagamentos dos cheques emitidos pelos correntistas.
Dessa forma, o banco precisa guardar em seus cofres, apenas parte dos depósitos a vista, que lhe permita cobrir as reservas técnicas ou caixa (para pagamento dos cheques ou transferências) e os depósitos compulsórios e voluntários, podendo emprestar o restante aos seus clientes. O cliente que tomou o dinheiro emprestado faz um depósito a vista no mesmo ou em outro banco. Desse novo depósito, o banco retém o montante de reservas que cubra as reservas técnicas, bem como o depósito compulsório e o depósito voluntário junto ao Banco Central, e o restante torna a emprestar para outro cliente, que, por sua vez, faz novo depósito a vista e assim sucessivamente.
Exemplo: Suponhamos que: 
a) o Banco Central faça uma emissão primária de $ 100.000, sendo essa quantia entregue ao público;
b) as pessoas depositarão todo o dinheiro nos bancos comerciais para movimenta-lo através de cheques;
c) os banco precisam manter em reservas técnicas, compulsórias e voluntárias, 40% dos depósitos;
d) os bancos irão reter apenas o necessário para cobrir as reservas e emprestarão os recursos restantes.
	Banco
	Depósito a Vista
	Reserva – 40% dos depósitos a vista
	Empréstimos – 
	A
	100.000
	40.000
	60.000
	B
	60.000
	24.000
	36.000
	C
	36.000
	14.400
	21.600
	D
	21.600
	8.640
	12.960
	E
	12.960
	5.184
	7.776
	Demais bancos somados
	19.440
	7.776
	11.664
	Total
	250.000
	100.000
	150.000
Como observado, a oferta inicial de moeda manual de $ 100.000 transformou-se em uma oferta total de moeda escritural (depósitos a vista) de $ 250.000.
O efeito multiplicador da moeda escritural é dado por uma progressão geométrica decrescente, que pode ser representada pela equação:
m = 1/r
Onde:
m = efeito multiplicador monetário;
r = taxa ou percentual de reserva dos bancos comerciais sobre os depósitos a vista.
Aplicando ao nosso exemplo, teremos:
m = 1/0,40 => m = 2,5
ou seja, o multiplicador monetário tem a capacidade de produzir moeda escritural equivalente a duas vezes e meia (2,5) o montante de moeda manual inicial.
No entanto, vale ressaltar que, apesar de os bancos comerciais criarem moeda, eles não criam riqueza. Quando o banco empresta parte de suas reservas, proporciona aos tomadores dos empréstimos, a possibilidade de realizar transações. Nesse ato, aumenta a oferta de moeda. Entretanto, os tomadores passam a ter uma dívida junto ao banco, evidenciando que o empréstimo não os torna mais ricos, ou seja, a criação de moeda pelo sistema bancário aumenta a liquidez da economia, não sua riqueza.
 
Criação e Destruição de Moeda (ou Meios de Pagamento)
Ocorre criação de moeda quando há um aumento do volume dos meios de pagamento, e destruição de moeda quando ocorre uma redução dos meios de pagamento. Alguns exemplos, para ilustrar esses fatos:
- Aumento dos empréstimos ao setor privado: criação de moeda; os bancos comerciais tiram de suas reservas e emprestam ao público (multiplicador monetário);
- Resgate de um empréstimo no banco: destruição de moeda. Reduz os meios de pagamento, já que sai do público e retorna ao caixa dos bancos;
- Saque de um cheque no balcão do banco: Não há nem criação, nem destruição de meios de pagamento, pois, simplesmente houve uma transferência de depósitos a vista (moeda escritural) para moeda em poder do público (moeda manual);
- Depositante retira depósito à vista e o coloca em depósito a prazo: destruição de moeda, pois os depósitos a prazo não são meios de pagamento, dado que não são de liquidez imediata e rendem juros.
13.4 – A DEMANDA DE MOEDA
A demanda de moeda pela coletividade corresponde à quantidade de moeda que o setor privado não bancário retém, em média, seja com o público, seja no cofre das empresas, e em depósitos a vista nos bancos comerciais.
O que faz com que as pessoas e empresas retenham dinheiro, que não rende juros, em vez de utiliza-lo na compra de títulos, imóveis, etc.? Isto é, quais os motivos ou razões para a demanda de moeda per se?
São três as razões pelas quais se retém moeda:
- Demanda de moeda para transações: as pessoas e empresas precisam de dinheiro para suas transações do dia-a-dia, para alimentação, transporte, aluguel, etc.;
- Demanda de moeda por precaução: o público e as empresas precisam ter uma certa reserva monetária para fazer face a pagamentos imprevistos ou atrasos em recebimentos esperados;
- Demanda de moeda por especulação: dentro de seu portfólio de aplicações, os investidores devem deixar uma “cesta” para a moeda, observando o comportamento da rentabilidade dos vários títulos, par fazer algum novo negócio. Ou seja, a moeda, embora não apresente rendimentos, tem a vantagem de ter liquidez imediata, e pode viabilizar novas aplicações.
As duas primeiras razões dependem diretamente do nível de renda. Quanto maior a renda, maior a necessidade de moeda para transações e por precaução.
Considerando que a taxa de juros, para quem possui moeda, representa um rendimento, isto é, quanto se ganha com aplicações financeiras, há uma relação inversa entre a demanda de moeda por especulação e taxa de juros. Quanto maior o rendimento dos títulos (taxa de juros), menor a quantidade de moeda que o aplicador retém por especulação
14 – A MACROECONOMIA
A Macroeconomia estuda o funcionamento da economia como um todo. Seu objetivo é identificar as variáveis que determinam o volume de produção total de bens e serviços, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico. 
O que considera-se na Macroeconomia, é o somatório das transações que são realizadas pelas entidades que intervêm no processo produtivo da economia. O somatório é denominado de agregado. As entidades intervenientes são chamadas de agentes econômicos.
Na categoria de agentes econômicos, são inseridas as empresas, as famílias, o governo e o “resto do mundo”. Esta última categoria compreende todas as entidades que pratiquem atos econômicos com o país e cuja “residência” esteja situada fora de suas fronteiras.
A mensuração da atividade econômica por meio dos agregados é denominada Contabilidade Nacional ou Social, e sua efetivação se dá por meio da transformação dos bens e serviços produzidos, em equivalentes em moeda, pois é a moeda que permite a sistematização e a contabilidade.
Para entendermos a formação do produto da economia (bens e serviços produzidos) e a renda nacional, é necessário relembrarmos que a atividade econômica se dá a partir dos fatores de produção, que são terra, trabalho e capital, e que a remuneração desses fatores origina a renda que seus detentores percebem – salários, juros, aluguéis e lucros.
14.1 – Fluxo Circular de Renda
A coleta de informações sistematizadas das atividades econômicas, propicia a ação do governo e dos agentes econômicos, no sentido da obtenção de melhores resultados.
Para compreendermos o Fluxo Circular de Renda, consideremos, primeiro, uma economia simplificada, que não tenha governo e nem realize transações com outros países.
Economia fechada e sem governo
As famílias entregam às empresas, fatores de produção
Em troca, recebem salários, aluguéis, juros e lucros
Para a sua sobrevivência, as famílias – pessoas físicas – precisam adquirir bens e serviços produzidos pelas empresas
Para adquirir esses bens e serviços, as famílias cedem, em troca, aquilo que receberam como salários, aluguéis, juros elucros.
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Nesse processo podem ser identificados dois fluxos:
- Um de produtos (bens e serviços), chamado de Fluxo Real;
- Outro de renda (salários, aluguéis, juros e lucros, denominado Fluxo Monetário 
Pode-se analisar o Fluxo Circular de Renda do ponto de vista do Fluxo Real – entendido como o fluxo físico de fatores de produção e fluxo de bens e serviços finais ou de sua expressão em moeda, o Fluxo Monetário, que é medido pelo dispêndio das famílias em bens e serviços finais produzidos pelas empresas ou pela remuneração percebida pelas famílias em troca dos fatores de produção.
Este estudo demonstra que há uma equivalência entre o fluxo de dispêndio de bens e serviços finais (produtos) e o fluxo da remuneração dos fatores produtivos, concluindo-se que:
 PRODUTO = RENDA
Assim, quando o objetivo é contabilizar a produção de um determinado país, em determinado período de tempo, o fluxo admite duas formas de análise:
- Pelo lado da renda, denominado de Renda a Custo de Fatores: soma de salários, aluguéis, juros e lucros pagos em determinado período e;
- Pelo lado de bens e serviços, chamado de Produto a Custo de Fatores: somatório de bens e serviços produzidos no mesmo período.
Alguns cuidados devem ser observados no levantamento e medição dos agregados macroeconômicos:
- Consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais, não sendo computados bens e serviços intermediários;
- Mede-se apenas a produção corrente do próprio período;
- As transações referem-se a um fluxo, ou seja, são definidas ao longo de um período de tempo determinado.
Economia fechada e com governo
O estabelecimento de um governo, exige uma estrutura, mínima que seja, para cuidar dos encargos governamentais. Isso representa gastos, que exigem receita correspondente. Para consegui-la, o governo lança tributos diretos, pagos pelas empresas e pelas famílias, e tributos indiretos, que incidem sobre bens e serviços. Por outro lado, concede subsídios para determinados segmentos da economia, como reflexo de sua política econômica.
Essa situação implica alteração dos preços pagos pelos consumidores (custo dos fatores), pois o preço dos bens e serviços fica acrescido dos tributos indiretos, e reduzido pelos subsídios. Para efeito de classificação e apuração, é introduzido o conceito de Produto ou Renda a Preço de Mercado.
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Economia Aberta
Quando há a interação de um país com o resto do mundo, temos o caso de uma economia aberta, cujo grau de abertura é variável de acordo com as diretrizes de política adotadas. 
O governo concederá permissão para que estrangeiros aqui se estabeleçam, trazendo fatores de produção de sua propriedade, para produzir bens e serviços. Da mesma forma, seus habitantes se estabelecerão no exterior, levando seus fatores produtivos, e lá também produzirão bens e serviços.
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14.2 – Produto Interno Bruto – PIB e Produto Nacional Bruto – PNB
14.2.1 – Produto Interno Bruto – PIB
O Produto Interno Bruto – PIB, muito utilizado no Brasil, é o indicador dos bens e serviços finais produzidos internamente em um país. No seu valor estão computadas as exportações e não estão incluídas as importações. Inclui a produção dos estrangeiros aqui residentes, mas não inclui a parcela produzida pelos brasileiros que moram no exterior.
Sua apuração deve ser feita pela soma dos bens finais ou, alternativamente, pelo valor agregado em cada etapa de produção, evitando-se assim, a múltipla contagem.
14.2.2 Produto Nacional Bruto – PNB
Conceito mais utilizado nos Estados Unidos, corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos exclusivamente com o uso de fatores de produção de propriedade de residentes no país. Ou seja, o Produto Nacional possui uma parcela que é produzida no país e uma parcela que é produzida no exterior, ambas correspondentes à produção com o uso de fatores de propriedade de residentes. No caso do Brasil, é a produção total gerada pelos brasileiros, tanto no país como no exterior, mas não inclui o montante produzido pelos estrangeiros que aqui moram.
15 – O MERCADO DE DIVISAS INTERNACIONAIS
15.1 – O Balanço de Pagamentos
O Balanço de Pagamentos é o registro contábil de todas as transações de um país, com o resto do mundo. São registrados todos os recebimentos de agentes econômicos do país (unidades familiares, empresas e governo) por fornecimento de produtos e fatores de produção a agentes econômicos de outros países. Em contrapartida, são registrados os pagamentos por suprimentos originários do exterior.
As transações econômicas de determinado país com o exterior, agrupadas segundo suas categorias (reais e financeiras) e segundo seus fatos geradores (comércio de mercadorias, prestação de serviços, transferências e movimento de capital, nas formas de financiamentos e investimentos) resultam saldos líquidos, que produzem diferentes impactos sobre as condições de equilíbrio e de crescimento.
A classificação das contas, a metodologia de levantamento e o registro das transações agrupadas no balanço de pagamentos, seguem padrões recomendados pelo Fundo Monetário Internacional – FMI. Segundo essa padronização, as transações econômicas internacionais consideradas para o levantamento do balanço de pagamento abrangem quatro categorias:
Os fluxos comerciais de mercadorias e os de prestação de serviços com correspondentes contrapartidas financeiras;
Os movimentos puramente financeiros, resultantes de empréstimos internacionais de curto e longo prazos e os fluxos de entrada e saída de capitais para investimento de risco;
As transações unilaterais, a título de ajuda externa (auxílios e donativos) ou de remessas pessoais realizadas independentemente de qualquer contraprestação;
As alterações nos estoques de ativos e passivos internacionais do país, que se originaram das transações consideradas.
O balanço de pagamentos é expresso em dólar americano.
As transações que resultam na entrada de divisas para o país são registradas com sinal positivo (+) e os que têm como conseqüência a saída de divisas, com o sinal negativo (-).
Usualmente o balanço de pagamentos apresenta dados relativos ao período de um ano.
 
Balanço de Pagamentos
	A. Balança Comercial
 Exportações de Mercadorias
 Importações de Mercadorias
B. Balança de Serviços
 Viagens Internacionais
 Transportes
 Seguros
 Rendas de Capitais
 Serviços Governamentais
 Outros Serviços
C. Transferências Unilaterais
 Donativos
D. Balança de Transações Correntes
 A + B + C
E. Balança de Capitais Autônomos
 Investimentos e Reinvestimentos
 Empréstimos e Financiamentos
 Amortizações
 Outros Capitais
F. Erros e Omissões
G. Superávit (+) ou Déficit (-) do Balanço de Pagamentos
 D + E + F
H. Balança de Capitais Compensatórios = (-G)
 Variações nas Reservas Internacionais
 Outros 
 Melhor compreensão da estrutura do balanço de pagamentos pode ser obtida pela análise dos aspectos principais de cada rubrica (conta):
- Balança Comercial
Na Balança Comercial são registradas as exportações e importações de mercadorias (bens tangíveis). Para alguns países, é a conta de maior importância no balanço de pagamentos, pois os resultados líquidos do fluxo de comércio acabam por definir a direção para onde se movimentarão as de mais contas. Países com significativos déficits comerciais com o exterior buscam compensar esses saldos negativos via: superávits na Balança de Serviços, abertura para investimentos estrangeiros, tomada de empréstimos e financiamentos no exterior.
- Balança de Serviços
Na Balança de Serviços são registradas as transações de compra e venda de serviços (bens intangíveis), entre o país e o exterior. A conta deRendas de Capitais, geralmente, é a de maior peso dentro da Balança de Serviços, pois é nesta conta que são registrados os saldos líquidos de remessas de juros e de lucros.
- Transferências Unilaterais
São pagamentos e recebimentos que não têm como contrapartida a compra e venda de bens e serviços. São os movimentos de donativos com o exterior, como remessas internacionais entre unidades familiares (ex: trabalhadores brasileiros no Japão), operações de ONGs, etc.
- Balança de Transações Correntes
É a soma algébrica da Balança Comercial, Balança de Serviços e Transferências Unilaterais. Seu resultado demonstra se o país vendeu mais ou comprou mais bens e serviços, nas transações com o exterior.
- Balança de Capitais Autônomos
Os movimentos de capital são representados por entradas e saídas de ativos financeiros, de: a) capitais de risco, atraídos pelas oportunidades de investimentos nos setores real e financeiro; b) financiamentos concedidos por bancos e fornecedores estrangeiros para as transações correntes; c) os empréstimos de curto e longo prazos tomados junto a organismos internacionais, agencias governamentais e instituições internacionais privadas; d) as amortizações de dívidas externas contraídas.
- Erros e Omissões
Conta de equalização entre o saldo da balança de pagamentos e balança de capitais compensatórios, para correção de erros de contabilização.
- Saldo do Balanço de Pagamentos
É a soma algébrica do saldo da Balança de Transações Correntes, da Balança de Capitais Autônomos e de Erros e Omissões. Resultado superavitário indica que a entrada de divisas (reservas cambiais) no mercado oficial de câmbio foi superior à saída. Se deficitário, as saídas de divisas foram superiores às entradas.
- Balança de Capitais Compensatórios
Nesta conta são registrados os empréstimos solicitados ao FMI para regularização dos déficits do Balanço de Pagamentos e também as variações ocorridas nas reservas internacionais.
15.2 – Vantagens Comparativas
Quando estudamos a evolução da moeda, verificamos que, ao longo do tempo, a economia caminhou no sentido da especialização: os indivíduos deixaram de ser auto-suficientes na produção de todos os bens de que necessitavam, passando a concentrar seus esforços na produção de um bem, produzindo excedentes que permitiam a troca pelas mercadorias necessárias à sua sobrevivência. Essa especialização é decorrência de vários fatores: talento, condições físicas, clima, recursos naturais, etc.
Essas especializações não ocorrem por acaso. Na verdade, um dos conceitos subjacentes, quando nosso campo de análise engloba o conjunto dos países, é o contido na Teoria das Vantagens Comparativas, formulada pelo economista inglês David Ricardo, no século XIX.
A Teoria das Vantagens Comparativas (TVC) constata que cada país tem determinadas vantagens na produção de certas mercadorias. Essas vantagens podem ser naturais ou adquiridas. São naturais quando provêm da natureza, como recursos minerais, qualidade das terras ou clima. Referem-se sempre à produção primária, tanto extrativa quanto agropecuária.
Quando países se destacam no setor industrial ou no de serviços, é porque apresentam vantagens “adquiridas”, que se explicam pela especialização. Um país se especializando na produção de um bem, acaba adquirindo superioridade em relação aos demais produtores e essa especialidade lhe dá vantagem em relação aos concorrentes.
A TVC supõe que as vantagens de cada país se traduzem em menores custos e, portanto, em menores preços. Havendo concorrência entre os produtores, as vantagens destes acabam favorecendo os consumidores. Com a liberdade de comercio e a concorrência que daí deriva, haverá garantia de melhor aproveitamento de recursos em todo o mundo, com benefício para os consumidores em escala mundial, de acordo com a TVC.
Assim, sugere que cada país deva se especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente. Essa mercadoria será destinada à exportação, cujas receitas permitirão adquirir as mercadorias de que necessita e que, do ponto de vista da eficiência econômica, não produz.
15.2.1 – Commodities X Bens com Tecnologia
O termo commodity é atribuído normalmente a produtos primários agrícolas ou minerais. O economista Paulo Sandroni classifica o termo, em seu Novo Dicionário de Economia, como “commodity (mercadoria em inglês). Nas relações comerciais internacionais, o termo designa um tipo particular de mercadoria em estado bruto ou produto primário de importância comercial, como é o caso do chá, do algodão, do estanho, do cobre, etc.”.
Quando um produto é comercializado como commodity, seus preços normalmente são formados em algumas praças ao longo do mundo, especializadas na comercialização desses produtos, apresentando dinâmica própria, externa ao seu detentor.
Esse é um mercado típico onde os produtores são tomadores de preço: têm que aceitar o preço determinado pelos compradores.
Conclui-se que, produzir commodities requer bases tecnológicas bastante simples e tem-se normalmente que aceitar preços ditados pelo mercado, em cuja formação, o fornecedor pouco pode influir.
Enquanto alguns países se especializam na produção de commodities (bens primários), outros se especializam na produção e comércio de bens industrializados, de maior valor agregado, levando a um domínio econômico sobre os primeiros.
Intimamente ligado a essa idéia, temos o conceito de Termos de Troca, que procura explicar o preço relativo com que um país faz suas trocas internacionais.
Os Termos de Troca de um país são medidos pela relação entre os índices de preço das exportações e os da importações.
 ÍNDICE DE PREÇOS DAS EXPORTAÇÕES
TERMOS DE TROCA = -----------------------------------------------------------
 ÍNDICE DE PREÇOS DAS IMPORTAÇÕES
A elevação dos Termos de Troca significa aumento no preço das mercadorias e serviços que o país vende (exporta) em relação ao preço das mercadorias e serviços que compra (importa). Nas relações de comércio exterior, a elevação dos termos de trocas é considerada favorável em princípio, na medida em que o país estará vendendo produtos a preço maior e comprando produtos a preço menor, o que faz melhorar o saldo da balança comercial e, por conseqüência, o Balanço de Pagamentos. 
Se, pelo contrário, houver diminuição dos termos de troca, a tendência é existirem problemas na balança comercial e , por decorrência, no Balanço de Pagamentos.
No longo prazo, a evolução dos termos de troca é, geralmente, favorável aos países desenvolvidos: os preços de suas exportações (bens industrializados) tendem a subir em relação ao preço de suas importações (bens primários)
Com a evolução tecnológica acelerada, as indústrias-chave nas próximas décadas serão a microeletrônica, a biotecnologia, a robótica, a de telecomunicações, a de novos materiais, a de computadores e softwares. Todas altamente intensivas em conhecimento e decisivas na formação de vantagens comparativas de um país. O que passa contar, cada vez mais, não são as vantagens comparativas naturais, mas, sim, as vantagens construídas, sobretudo por meio do conhecimento.
15.3 – Taxa de Câmbio
Dentro do país, todas as transações são efetuadas com a utilização da mesma moeda. No comércio entre os países, surge o problema dos pagamentos das transações comerciais, pois que são efetuadas com moedas e valores diferentes. Para equacionar o problema, surge a taxa de câmbio, que consiste na medida pela qual a moeda de um determinado país pode ser convertida em moeda de outro país.
A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira em termos de moeda nacional.
Existe um mercado cambial ou de divisas, onde as moedas estrangeiras são transacionadas. Como a taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira, ela também sofre influência da oferta e da demanda. No mercado cambial, os ofertantes são os exportadores (que receberamdivisas pelas suas exportações) e as empresas que receberam empréstimos do exterior. Esses agentes necessitam trocar essas divisas por moeda nacional.
Os demandantes são os importadores, que precisam de divisas para efetuar suas compras (importações) no exterior e as pessoas e empresas que necessitam enviar divisas para o exterior, como aplicações, remessas de lucros, etc.
Do lado da oferta, os exportadores desejarão ofertar mais divisas quanto maior for o preço (taxa de câmbio), pois maior será a quantidade de moeda nacional que ele poderá obter.
Do lado da demanda, o comportamento é o oposto: quanto maior a taxa de câmbio, menor o volume de importações desejado pelos importadores e, portanto, menor a demanda de divisas. Inversamente, quanto menor a taxa de câmbio, maior o volume de importações desejado e maior a demanda de divisas .
A taxa de câmbio (preço) varia de acordo com a oferta e a demanda de divisas (câmbio de livre flutuação).
O governo, porém, pode intervir no mercado de divisas, para evitar grandes variações na taxa de câmbio, adotando uma determinada política cambial. Não existe consenso sobre o melhor regime de taxa de câmbio, uma vez que todos apresentam vantagens e desvantagens.
- Taxa fixa: o governo fixa uma determinada taxa de câmbio, e atua no mercado para mantê-la no nível fixado. Quando ocorre excesso de divisas no mercado, o governo compra as divisas excedentes, evitando que a taxa caia; quando há escassez de divisas, o governo vende divisas, evitando que a taxa suba.
- Bandas cambiais: O governo fixa um limite inferior e um superior para a taxa de câmbio, e permite que a taxa flutue livremente entre esses limites, de acordo com a oferta e demanda.
A taxa de câmbio tem influencia relevante sobre a balança comercial, ou seja, sobre os níveis de importação e exportação. Quanto mais elevada estiver a taxa de câmbio, maior será o incentivo para as exportações. Os exportadores recebem mais da moeda nacional por unidade de moeda estrangeira. Essa situação produz superávit na balança comercial.
Na situação oposta, com a taxa de câmbio baixa, as importações serão incentivadas. Os importadores, com a mesma quantidade de moeda nacional, poderão comprar mais mercadorias estrangeiras. Nessa outra situação, teremos déficit na balança comercial.
 	
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