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INTRODUÇÃO A FISIOLOGIA

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INTRODUÇÃO A FISIOLOGIA 
A fisiologia se baseia no conceito de meio interno e homeostase (sistemas de controle do corpo humano). O 
meio interno é o conjunto dos líquidos extreacelulares, o ambiente onde vivem as células. O corpo humano 
é um conjunto de trilhões de células especializadas órgãos e tecidos diferentes a composição química desse 
ambiente determina a função dessas células. 
Exemplo de desequilibro: Na insuficiência renal crônica, quando os rins não desempenham a sua função de 
excretar amônia, ocorre o aumento de concentração de ureia no sangue que é toxica para sistema nervoso 
central podendo causar mudança de comportamento e até mesmo coma. Pode haver também alteração 
cardíaca porque além dos rins não excretarem ureia, não excretam potássio então os níveis de potássio no 
sangue ficam altos e interferem nas correntes elétricas do coração. Dessa forma fica entendido que uma 
insuficiência pode acarretar em mudanças em vários órgãos. 
Homeostase é a manutenção das condições quase constantes do meio interno. 
O normal do corpo humano é baseado em estatísticas. Estudos dentro da população medem os níveis que a 
maioria da população possui de, por exemplo, glicose e estabelecem faixas para traçar a normalidade. 
A fisiologia vai estudar os processos dos diferentes sistemas do corpo humano mantem esses parâmetros 
normais. O meio interno é o conjunto dos líquidos extreacelulares e a composição desses líquidos tende 
ao normal. 
Nós somos uma solução salina. Um indivíduo de 70 quilos possui 42 litros de água (60%). Essa água está 
localizada em dois grandes compartimentos do corpo humano: dentro da célula (2/3 do total, 28 litros) e 
fora da célula (14 litros). Esse lado de fora da célula é o meio extracelular (sangue, linfa, liquido intersticial, 
liquor, liquido sinovial, pleural...). Clinicamente, o meio intersticial é o indicador mais fácil de uma 
desidratação (boca seca, pele seca). Todos esses compartimentos possuem quase a mesma composição 
química a diferença entre eles se dá pelo lado de dentro da célula. 
No meio interno ocorrem as trocas de substancias e de metabólitos. Quando administramos uma medicação 
ela cai no estomago se dissolve (pode ser absorvida pelo estomago ou no intestino delgado), cai no sangue 
e vai agir onde deve agir. Depois é eliminado pela urina ou pelo fígado. 
Termos necessários: 
o Soro é a fração líquida do sangue, acelular e contendo parte das proteínas presentes no sangue. Para 
obter o soro, não é necessário usar anticoagulante. 
o Plasma é a fração líquida do sangue, acelular e contendo todo conteúdo de proteínas presentes 
originalmente no sangue. Para obter o plasma, é necessário usar anticoagulante e centrifugar. 
Se paciente está tendo uma hemorragia severa por deficiência de fatores da coagulação a melhor opção é 
utilizar o plasma, pois possui todas as proteínas incluindo as proteínas da cascata da coagulação. Algumas 
situações não necessitam da utilização de transfusão de sangue total. 
O sangue é o liquido que leva os nutrientes para todas as células do corpo humano. Existem algumas regiões 
que são avasculares, mas ainda assim a nutrição se faz por nutrição a partir do meio intersticial que está nas 
vizinhanças desses tecidos. Essas estruturas resistem a mais tempo a falta de sangue, coração e fígado que 
são altamente vascularizados são complexos de se transplantar pois resistem menos a falta de irrigação 
sanguínea. Os neurônios, por exemplo, entram em necrose após mais do que 9 minutos sem vascularização. 
{ler capitulo sobre o sangue no Guyton} 
O sangue recebe continuamente o oxigênio que vem dos pulmões e distribui para todas as células. Todo o 
metabolismo do corpo humano produz ácido, gás carbônico e água. Esse gás carbônico é levado pelo sangue 
até os pulmões. Esses produtos são direcionados para os rins ou pelos fígados, e os hormônios também 
circulam pelo sangue. 
Existe um outro aspecto importante sobre essa enorme quantidade de sangue no corpo humano. Um dos 
sintomas que um paciente que perde muito sangue tem é sede, pela quantidade de água no sangue. Outro 
sintoma é frio, pois a pressão cai e a água possui uma capacidade calorifica muito grande. Nesse caso é 
necessário aquece-lo, porque quando isso acontece a viscosidade do sangue aumenta e ele circula com mais 
dificuldade. Isso também acontece com hemorragia interna. Não é aconselhável dar água, pois a 
neuroipófise secreta um hormônio chamado ADH (hormônio antidiurético) que aumenta a reabsorção de 
água do rim, logo o paciente não urina e tem sede que faz parte dessa homeostase para segurar volume, se 
você dá agua pra ele existem receptores nervosos na boca que vão detectar que ele tá ingerindo agua criando 
uma situação confusa pro SNC que pode diminuir a secreção do ADH que ajuda na vasoconstrição que ajuda 
a pressão a não cair. 
A manutenção da temperatura tem a ver com a quantidade de água no corpo humano. Viscosidade é a 
resistência ao escoamento e ela diminui com o aumento da temperatura. 
Outro papel importante do sangue é defesa (anticorpos) e coagulação do sangue (Guyton – sistema de 
coagulação). 
O elemento chave do sangue é a hemácia que tem um diâmetro parecido de um capilar, cada milimetro 
cubico de sangue possui 5 milhões hemácias e elas “carregam” O2, CO2 e H+. Então se um indivíduo perde 
muitas hemácias, ainda que seja corrigido o volume de sangue utilizando soro, ele não vai levar oxigênio 
para os tecidos porque 98% do oxigênio do sangue está ligado a hemoglobina. Por isso um paciente com 
anemia tem cansaço e fadiga, porque a energia vem do oxigênio para ser usado pelos músculos. 
Outras causas de anemia sem ser hemorragia são as aplasias de medula (supressão de medula) e as doenças 
autoimunes (destruição de hemácias). 
Outros elementos do sangue são os leucócitos ou glóbulos brancos, plaquetas ou trombócitos. A vida de um 
glóbulo branco são apenas poucas horas, uma hemácia 120 dias e uma plaqueta dura em média 7 dias. A 
aspirina inibe a agregação das plaquetas de maneira irreversível e como elas vivem 7 dias é necessário pausar 
o medicamento e aguardar uma nova renovação da geração de plaquetas para passar por uma operação 
cirúrgica. A aspirina não muda as propriedades físicas de viscosidade do sangue, logo não afina o sangue, ela 
inibe a cascata de reações de (?) necessária para a primeira etapa da hemostasia que é o tampão plaquetário 
a varfarina impede a segunda etapa. 
Na febre aumenta a temperatura e se perde água causando sensação de frio. 
A definição mais próxima do sangue é uma sustentação porque possui muitos elementos orgânicos e 
inorgânicos, então o sangue não é exatamente uma solução. 
No sangue existe uma grande quantidade de cloreto de sódio. Entre os cátions existe uma prevalência de 
sódio e entre os ânions cloreto bicarbonato e as proteínas que tem cargas negativas. A albumina é a proteína 
mais abundante do sangue. Também temos magnésio, cálcio e etc. (Rever unidades de concentração.) 
Não é à toa que o soro possui cloreto de sódio já que se trata de um dos elementos mais abundantes do 
meio extracelular. O espaço extracelular e o intracelular possuem concentrações diferentes de elementos. 
 
 
Ex.: um indivíduo soterrado apresenta os seguintes problemas: hemorragia, desidratação, esmagamento de 
células ricas em potássio que vai para o meio extracelular e aumenta os níveis de potássio no sangue. 
Também é liberado proteínas que quando chega no rim pode fazer insuficiência renal aguda, já que são 
moléculas grandes. Proteínas não passam fora dos capilares. 
Como tamanha diferença entre os meios sem sustenta? Existem duas barreiras a que separa as células do 
resto e outra que separa sangue intravascular do interstício que são diferentes.A barreira que separa o 
interstício do vaso deixa passar tudo menos proteína (albumina, anticorpo) pelo tamanho. 
Ex.: crianças em situação de fome apresentam barriga inchada pela pouca quantidade de proteína no sangue, 
as proteínas dentro do vaso mantem a água dentro do vaso. A quantidade de proteína que tem no sangue 
depende de três fatores: fabricação (fígado), ingestão e perda. Os indivíduos subnutridos não conseguem 
suprir uma ingestão saudável e possuem menos capacidade de manter a água no sangue, e essa água sai das 
células, extravasa e vai para o interstício criando edema. 
A barreira entre a célula e o meio extracelular é separado pela membrana celular que é muito diferente. 
Para entender o conceito de homeostase, o corpo humano funciona com um sistema de sensores que 
mandam as interações para o cérebro e o SNC através de hormônios, por exemplo, elaboram uma resposta 
adequada. 
Em uma situação de hemorragia a pressão arterial cai, pois perde volume de sangue. Existem nas paredes 
das artérias fibras nervosas que o tempo todo detectam se a artérias estão mais estufadas ou menos 
estufadas. A resposta do SNC é rica em muitas coisas que acontecem: libera adrenalina (faz o coração 
acelerar para tentar aumentar a pressão, gerando uma taquicardia, também contrai os vasos, desvia o 
sangue para o fundamental: cérebro e coração, sudorese), ADH, cortisol, dá sede. 
Resposta homeostática é sempre um efeito que o ser humano faz para corrigir algum problema. O meio 
interno tem vários componentes e um desses é o plasma. O plasma ele tem muitas proteínas diferentes que 
podem ser separadas por algumas técnicas uma dessas técnicas se chama eletroforese em que se coloca um 
gel numa folha de acetato e coloca-se amostra do plasma e estabelece um campo elétrico. As proteínas são 
eletricamente negativas na sua maioria e se atraem para o polo positivo formando bandas de acordo com 
carga elétrica e o peso. Isso é analisado com um aparelho de densitometria óptica e se identifica que o pico 
maior é de albumina, que ela é a proteína de maior quantidade no plasma. Um dado importante é que a 
albumina é que muitas medicações podem se ligar a ela no plasma. 
 
Exemplos dessas proteínas: 
As gamaglobulinas correspondem às imunoglobulinas ou anticorpos (IgA, E, G, M). 
Beta globulinas: LDL é um exemplo delas, ...? 
Alfa 2 Globulinas: algumas são especializadas em transporte de cobre, a anti trombina 3 inibe a coagulação 
do sangue. (Nós temos no sangue um sistema de fibrinólise, que desfaz qualquer coagulo que aconteça 
dentro do vaso). Proteína “ligadora” do retinol que transporta a vitamina A. 
Alfa 1 globulina: também transporta alguns hormônios como os hormônios da tireoide, progesterona, pro 
trombina (fator 2 da coagulação). E a albumina que transporta ácidos biliares e outro efeito importante é o 
efeito osmótico (onde tem albumina tem água); isso se chama pressão coloidosmótica (gerada por 
proteínas). 
São esses elementos que compõe o sangue. Outro aspecto importante é a: 
MEMBRANA CELULAR 
É o que mantem a composição celular é diferente da extracelular. 
Ela só foi vista pela primeira vez com o advento do microscópio eletrônico. Só era possível ver que existia 
um envoltório que mantinha a forma da célula, resultado de alguma barreira. Outras evidencias de sua 
existência é a seletividade, não é tudo que entra dentro da célula; certas moléculas de natureza lipídica ou 
apolar conseguem entrar com mais facilidade (logo deve ter muito lipídio na membrana); dentro dessa célula 
em relação ao lado de fora existe uma diferença de potencial elétrico (todas as célula possuem ddp e todas 
elas são sempre negativas em relação ao lado de fora) evidenciando que a membrana é feita de gordura 
(gordura é isolante elétrico). 
Algumas células do corpo humano modificam essa ddp, as células do coração, músculos esqueléticos e lisos 
(intestinos), neurônios, hora essas células estão positivas outra negativas. Essas mudanças chamaram 
atenção de pesquisadores, se fosse apenas feita de gordura não seria possível essa passagem de corrente, 
evidenciando a existência de poros/canais que se abrem e fecham. 
Um exemplo disso é o poro de um nervo periférico que causa sensibilidade. Um paciente com alguma lesão 
que precise suturar é necessário o uso de anestésico, lidocaína é o mais amplamente usado e sua função é 
não deixar o sódio entrar nos nervos sensitivos da pele não deixando haver mudança de potencial nesses 
nervos. 
Esse conceito embrionário de canais iônicos, chamados de poro ou seja era alguma coisa que ficava aberta 
ou fechada o tempo todo como um túnel. Depois se verificou que esses tuneis são formados por proteínas. 
Até para a passagem de água é necessária aquaporinas. 
Esses estudos eletrofisiológicos mostraram que além de lipídios a membrana tinha que ter alguma coisa que 
conduzisse carga elétrica e essa coisa é proteína que formava os poros que são o conceito embrionário de 
canais de membrana. Existem proteínas que funcionam como canais, ancoras (adesão e identidade), 
transporte, receptores e enzimas. 
A forma básica de todas as membranas celulares: 
 
Apresenta tanto afinidade por gorduras quanto com a água. 
Fluidez: fluidos bidimensionais onde as moléculas lipídicas se movem livremente no plano da bicamada, 
trocando de lugar entre si. 
Permite: 
1) Moléculas podem migrar para diferentes regiões da membrana 
2) Difusão de proteínas TM no plano da membrana (interação). 
3) Fusão de membranas 
4) Redistribuição uniforme durante divisão celular. 
Tipos de transporte: 
Existem dois tipos de transporte básicos através da membrana. O que não gasta energia é chamado de 
difusão ou transporte passivo. Quando é difusão da água é utilizado o termo osmose. Ela é descrita pela lei 
de Fick: a velocidade que o soluto entra na membrana depende da concentração do soluto entre os dois 
lados e da solubilidade desse soluto na membrana. 
 
A entrada de íons através da membrana só acontece através de canais ou transportadores. A glicose também 
usa transportador, a água a aquaporina e a ureia consegue ultrapassar os neurônios (?). 
Ex. da ureia: um paciente com insuficiência renal crônica que faz hemodiálise três vezes por semana. A 
contração normal de ureia no sangue é de 20 a 40 miligramas por decilitro. Esse paciente tem um nível 
permanente de ureia um pouco maior que o normal (50 a 70). Por alguma razão ele falta algumas sessões 
de hemodiálise, ficando muitos dias sem filtrar o sangue. É esperado encontrar nesse individuo uma 
quantidade de ureia crescente no sangue, essa ureia vai começar a entrar nas células e ele vai ficar 
progressivamente com maior pressão arterial, maior concentração de ureia no sangue. Ele faz a dialise 
estando com 120 de ureia no sangue, tirando toda essa ureia do meio extracelular, não das células. Após 
muitos dias com essa concentração as células também absorvem ficando com altas taxas de ureia. Após a 
dialise o paciente sai com 40 de ureia no sangue e as propriedades osmóticas da ureia vão fazer entrar água 
nas células celebrais, por conta do desequilíbrio, gerando a síndrome do desequilibro dialítico. Nesse caso a 
melhor opção é uma dialise mais demorada e menos intensa. 
 
Perguntas: 
1) Qual a evidencia que se trata de uma bicamada lipídica? 
2) Quais os efeitos da febre no transporte através da membrana?

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