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CURSO DE FÁRMACIA DISCIPLINA: FARMACOLOGIA CLÍNICA FARMACOLOGIA DA INFLAMAÇÃO E ASMA BRÔNQUICA Anderson Wilbur Lopes Andrade TERESINA – PI 2015 INFLAMAÇÃO Consiste em uma complexa rede de respostas à lesão tecidual e infecção, caracterizada pelos sinais clínicos: A resposta inflamatória normal é um processo agudo, que sofre resolução após a remoção do estímulo desencadeante. Resposta inflamatória normal - progride para a inflamação crônica - resposta a longo prazo inapropriada a determinado estímulo (p. ex., alergias), ou devido à permanência do agente agressor (p. ex., infecção crônica, transplante e autoimunidade). A inflamação é, antes de tudo, processo útil e benéfico para o organismo, compensando quebra de homeostasia e repondo normalidade tissular. 2 INFLAMAÇÃO Com o estímulo lesivo (mudança de temperatura, lesão traumática, entre outras coisas), ocorre liberação de mediadores inflamatórios Bradicinina, Histamina, Derivados do ácido araquidônico, Citocinas pró-inflamatórias: fatores de necrose tumoral (TNF), interleucinas (IL) e quimiocitocinas. Os mediadores desencadeiam no organismo: - Infiltração de leucócitos: ação rápida - fagocitose (agente agressor) - meia-vida curta. Ocorre formação de pus (destruição do neutrófilo). - Ação vascular: vasodilatação - mobilizar um grupo maior de células de defesa ao local - aumento da temperatura - aumento da permeabilidade - exsudação de líquidos e formação de edema. Ação algogênica: agem nas terminações nervosas sensitivas A histamina desencadeia a dor e a as prostaglandinas tornam essas terminações mais sensíveis às substâncias algogênicas. algogênica: Que provoca dores A histamina, um dos iniciadores da resposta inflamatória, é constitutivamente sintetizada e armazenada nos grânulos de mastócitos e basófilos. 3 EICOSANÓIDES São metabólitos do ácido araquidônico - ácido graxo componente de fosfolipídios - encontrados na membrana plasmática de muitos tipos de células. CITOCINAS liberação enzimática (FOSFOLIPASE A2) de ácido araquidônico dos fosfolipídios celulares. IL-1β, IL – 6 TNF – α Interferon - γ (IFN- γ) proteína quimioatraente dos macrófagos-1 (MCP-1) estimulam Essa reação importante - representa a primeira etapa na cascata do ácido araquidônico e geração dos eicosanóides pode ser metabolizado por duas vias: ciclooxigenases, dando origem a vários prostanóides, ou pela 5-lipoxigenase, produzindo vários leucotrienos. 4 SÍNTESE DOS EICOSANÓIDES A fosfolipase A2 atua sobre os fosfolipídios fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina, liberando ácido araquidônico. O ácido araquidônico não-esterificado é utilizado como substrato para as vias da ciclooxigenase e lipoxigenase. As vias da ciclooxigenase produzem prostaglandinas, prostaciclina e tromboxano e as vias da lipoxigenase produzem leucotrienos e lipoxinas. 5 SÍNTESE DOS EICOSANÓIDES Nos seres humanos, são encontradas duas isoformas da ciclooxigenase, designadas como: COX-1 e COX-2. A COX-1 é abundante em vários tecidos: endotélio vascular, rins, plaquetas, trato gastrintestinal. Na reação inflamatória, a aumenta um pouco (até 3 vezes). A COX-2 tem baixa atividade no organismo; sua ação aumenta (em até 20 vezes) na reação inflamatória, quando ocorre estímulo lesivo A COX-3, possivelmente uma variante da COX-1 (pois é derivada do mesmo gene dessa isorforma), encontra-se distribuída principalmente no córtex cerebral, medula espinhal e coração, sendo mais sensível ao acetaminofeno (paracetamol) do que a COX-1 e COX-2. Postulou-se que a inibição da COX-3 poderia representar o mecanismo central primário pelo qual as drogas analgésicas e antipiréticas do tipo AINE desenvolveriam suas atividades de redução da dor e da febre 6 SÍNTESE DOS EICOSANÓIDES COX-3??? A COX-3 - variante da COX-1 (derivada do mesmo gene), encontra-se distribuída principalmente no córtex cerebral, medula espinhal e coração. Postulou-se que a inibição da COX-3 poderia representar o mecanismo central primário pelo qual as drogas analgésicas e antipiréticas do tipo AINE desenvolveriam suas atividades de redução da dor e da febre. A COX-3, possivelmente uma variante da COX-1 (pois é derivada do mesmo gene dessa isorforma), encontra-se distribuída principalmente no córtex cerebral, medula espinhal e coração, sendo mais sensível ao acetaminofeno (paracetamol) do que a COX-1 e COX-2. Postulou-se que a inibição da COX-3 poderia representar o mecanismo central primário pelo qual as drogas analgésicas e antipiréticas do tipo AINE desenvolveriam suas atividades de redução da dor e da febre 7 Expressão gênica SISTEMA IMUNOLÓGICO LIBERAÇÃO DE MEDIADORES PRÓ-INFLAMATÓRIO IL-1β, IL-6, TNF-α, IFN- γ, MCP-1, Prostaglandinas, Prostaciclina, Óxido nítrico (NO), Leucotrienos, Histamina, Bradicinina. FATOR NUCLEAR kapa B (NF-kB) COX 1-2 + 5-Lipoxigenase + ÓXIDO NÍTRICO SINTASE INDUZIVÉL (iNOS) Estímulo lesivo Agente anti-inflamatório Agente anti-inflamatório Agente anti-inflamatório INFLAMAÇÃO Ação anti-inflamatória A inflamação é uma resposta protetora para uma variedade de fatores, tais como, danos físico-químicos, reações imunológicas, infecções microbianas, toxinas, hipóxia, e danos nos tecidos [23]. A resposta inflamatória é um processo complexo que inclui a ativação de células do sangue e a liberação de mediadores pró-inflamatório do sistema imunológico, dentre estas as citocinas interleucina - IL-1, IL-6, IL-12, IL-18, Fator de necrose tumoral (TNF), Interferon gama (IFN-γ) e fator estimulante de colônias granulócitos e macrófagos (GM-CSF). O fator nuclear kapa β (NF-kβ) é um fator de transcrição e desempenha um papel importante na resposta inflamatória através da regulação das expressões de vários genes que codificam para as citocinas pró-inflamatórias, moléculas de adesão, quimiocinas, fatores de crescimento, enzimas indutoras, tais como a COX-2 e indutores da síntese do óxido nítrico (iNOS), que estimulam a produção dos mediadores pró-inflamatórios. A bradicinina é um mediador da inflamação. A sua atividade vasodilatadora e permeabilizadora facilita a migração dos leucócitos induzida pelo estímulo imunológico ou inflamatório é designada como iNOS. O Óxido Nítrico (NO) é amplamente distribuída por todo o corpo e seus efeitos geralmente são benignos e importantes para a fisiologia celular. O Óxido Nítrico (NO) é produzido nas células epiteliais da parede brônquica como parte do processo inflamatório - elevam os níveis de células, como eosinófilos e mastócitos e linfócitos nas vias aéreas provocando danos às células, edema e aumento secreção de muco e bronconstricção. O óxido nítrico (NO) é um radical livre, gasoso, inorgânico, incolor, que possui sete elétrons do nitrogênio e oito do oxigênio, tendo um elétron desemparelhado. Até meados da década de 1980, o NO era considerado apenas membro de uma família de poluentes ambientais indesejáveis e carcinógenos potenciais. Atualmente, o NO constitui um dos mais importantes mediadores de processos intra e extracelulares. Este radical é produzido a partir da L-arginina, por uma reação mediada pela enzima NO-sintase constitutiva (c-NOS) e induzível (i-NOS). O NO apresenta um papel dúbio, às vezes benéfico, outras vezes prejudicial ao organismo. Está envolvido no relaxamento vascular e tem um papel de grande importância na proteção do vaso sangüíneo. Constitui um importante mediador citotóxico de células imunes efetoras ativadas, capaz de destruir patógenos e células tumorais. Possui, ainda, um papel como mensageiro/modulador em diversos processos biológicos essenciais. No entanto o NO é potencialmente tóxico. A toxicidade se faz presente particularmente em situações de estresse oxidativo, geração de intermediários do oxigênio e deficiência do sistema antioxidante 8 PROSTAGLANDINAS (PGs) Todas as prostaglandinas compartilham uma estrutura química, denominada prostanóide, que consiste em um ácido carboxílico de 20 carbonos contendo um anel de ciclopentano e um grupo hidroxila A síntese das PGs inicia-se com as COX catalisando a adição de oxigênio molecular ao ácido araquidônico, formando-se um produto intermediário, o PGG ou prostaglandina G2. Estas PGs primárias, por assim dizer, têm pouca atividade, mas são substrato para formação das diversas PGs com atividade, como PGD2, PGE2, PGF2α, prostaciclinas (PGI2) e também dos tromboxanos (TX). No outro lado da membrana, as COX cumprem sua função como peroxidases, reduzindo a PG2 a PGH2. 9 PROSTAGLANDINAS (PGs), PROSTACICLINA (PGI2) E TROMBOXANO (TXA) MECANISMO DE AÇÃO - PGE2 e PGI2: são produzidas normalmente pela mucosa do estômago, diminuem a secreção de HCL, produzem mucina e bicarbonato (proteção) e mantêm o fluxo sanguíneo renal (causam uma certa vasodilatação para ajudar a perfusão renal), ativação de células inflamatórias (macrófagos, linfócitos, leucócitos, neutrófilos) e broncoconstricção. - PGE2: aumenta a síntese de muco protetor (estomago). TXA: agregação plaquetária. As plaquetas devem aderir nos locais onde há lesão para formar o coágulo. PGI2: antiagregante plaquetário, regulação da pressão arterial sistêmica e trombogênese. - PGF2α: importante no trabalho de parto, na permeabilidade da luz vascular no embrião. Por isso, há a contraindicação da administração de anti-inflamatórios em grávidas (evitar o fechamento precoce do canal arterial) e mulheres em trabalho de parto. 10 PROSTAGLANDINAS isoformas Gs, estimulação; GI, inibição; Gq regula a fosfolipase C, Gk, Go 11 LEUCOTRIENOS (LT) Os leucotrienos (LT) são os produtos das vias das lipoxigenases. Localizam-se no citosol e são encontradas nos pulmões, nas plaquetas, nos mastócitos e nos leucócitos. LT contendo cisteinil LTC4 , LTD4 e LTE4 Ácido araquidônico 5-lipoxigenase ácido 5-hidroperoxieicosatetraenóico (5-HPETE) LTA4 convertido enzimaticamente LTB4 síntese Atua sobre receptores específicos - causa aderência, quimiotaxia e ativação de polimorfonucleares e monócitos, estimula a proliferação de macrófagos e linfócitos e a produção de citocinas. Os cisteinil-leucotrienos provocam: - contração do músculo brônquico; - vasodilatação na maioria dos vasos, porém vasoconstrição coronária. ASMA 12 AINEs Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) - inibem cicloxigenase (1 e/ou 2, dependendo do fármaco), diminuindo a produção de tromboxano, prostaglandina e prostaciclina. O ideal é só inibir a COX- 2 para não prejudicar os processos fisiológicos. Analgésico, antipirético, antiagregante e anti-inflamatório. Escolha do AINE: deve-se levar em conta: Eficácia, Custo, Toxicidade e Fatores individuais (uso de outros fármacos, doenças concomitantes, adesão ao tratamento) Podem ser classificados como: Todos os AINEs possuem eficácia a Por conseguinte, a escolha de um AINE requer uma consideração de sua eficácia, custo, toxicidade e numerosos fatores individuais (uso de outros fármacos, doenças concomitantes, adesão ao tratamento) de modo que não existe nenhum AINE “melhor” para todos os pacientes. proximadamente igual e tendem a ser diferenciados com base na sua toxicidade e custo. 13 AINEs Os AINEs podem ser classificados quanto a sua capacidade de inibição das enzimas ciclooxigenases 1 e 2: 14 15 AINEs INDICAÇÃO Manifestações sintomáticas musculoesqueléticas em pacientes com artrite reumatoide, polimiosite, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica progressiva, poliarterite nodosa, espondilite anquilosante e entesopatias Usados como adjuvantes no tratamento da gota aguda e em osteoartrose. Não se recomendam AINEs para dores leves e moderadas em geral - não possuem efeito superior ao de analgésicos sem efeito anti-inflamatório (risco de efeitos adversos). Não estão indicados na forma injetável para tratamento de dores intensas (como a pós-operatória) - utilização de analgésicos opioides e tampouco em situações em que a reação inflamatória não deva ser inibida, como traumas e infecções. CONTRA- INDICAÇÃO Polimiosite é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo que leva à dor e degenerescência dos músculos A poliarterite nodosa doença auto-imune – inflamação de artérias de médio e pequeno calibres A espondilite anquilosante - inflamação das articulações da coluna e grandes articulações, como os quadris, ombros e outras regiões Entesopatias – Doenças inflamatórias dos tendões e fáscias musculares Fáscia é um tecido conjuntivo que envolve músculos. Artroplastia é o tratamento cirúrgico de substituição de uma articulação comprometida pelo osteoartrose que levou a dor persistente 16 AINEs RESTRIÇÕES Gestantes - uso limitado - risco de alterações fetais (inibição da síntese de PGs durante a vida fetal pode provocar alterações na adaptação à vida extra-uterina). Se necessário, ácido acetilsalicílico em baixas doses é provavelmente o mais seguro, pois não se associa a efeitos teratogênicos em humanos. Deve ser suspenso antes do tempo previsto para o parto a fim de evitar complicações como trabalho de parto prolongado (PGF2α) e aumento de hemorragia pós-parto (TXA). Crianças - uso restrito - uso prolongado - risco do aparecimento de síndrome de Reye (doença grave, rápida progressão, fatal - acomete o cérebro e o fígado) - SALICILATOS. Exceção é o uso de ibuprofeno e paracetamol. Pacientes com história de ulceração péptica ou em alto risco para o desenvolvimento de efeitos adversos gastrintestinais preferencialmente não devem receber AINE. Se o tratamento for imprescindível, medidas de proteção gástrica devem ser providenciadas (p.ex.: uso de antissecretores gástricos). 17 AINEs Tipos de reações causadas pelos AINEs Asma, Efeitos gastrintestinais (Vômitos, gastrite, ulceração GI) Rinite, Reações cutâneas - reações urticariformes, Anafilaxia (alérgica ou não alérgica) - angioedema, edema de glote, Meningite asséptica, Pneumonite de hipersensibilidade, Aumento do tempo de sangramento, Alterações hematopoiéticas - trombocitopenia: aumenta o risco de hemorragia, Comprometimento do SNC - cefaleia, tontura, depressão cardiovascular e do centro respiratório (altas doses), Nefrite e insuficiência renal (derivados propiônicos) - diminuição das PGs - diminuição do fluxo renal - por ação irritante direta sobre os néfrons, Pancreatite aguda (Indometacina) - lesão direta sobre o pâncreas, Alterações hepáticas (Indometacina, Fenilbutazona, Naproxeno, Ibuprofeno) - ação direta e de seus metabólitos sobre o fígado. Efeitos gastrintestinais: - Causados pela diminuição de COX1 e, conseqüentemente, de PGE e PGF, o que gera diminuição do muco protetor e aumento da secreção de HCl. A própria ação ácida de alguns fármacos é irritante. - Vômitos, gastrite, ulceração gastrintestinal 18 AINEs INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármacos anti-hipertensivos: iECA (captopril, enalapril); diuréticos (furosemida, hidroxiclortiazida); beta-bloqueadores (propranolol, atenolol) necessitam das PGs renais para exercerem o seu mecanismo de ação - modulam a vasodilatação, a filtração glomerular, a secreção tubular de sódio/água e o sistema renina-angiotensinaaldosterona, os quais são fatores essenciais no controle da pressão arterial. Lítio: possui baixo índice terapêutico - AINEs aumenta sua concentração plasmática através da redução da taxa de filtração glomerular - acarretar efeitos adversos, tais como: poliúria, polidipsia, náusea, vômitos, diarréia, tremores e sedação. Anticoagulante: Os efeitos de fármacos anticoagulantes, como a varfarina e a heparina são aumentados pelos AINES, podendo elevar o risco de hemorragias. Outros Anti-inflamatórios não-esteroidais: Os AINES estão associados à nefrotoxicidade, particularmente quando o uso é crônico ou quando é utilizado em combinação com outro AINE. Efeitos gastrintestinais: - Causados pela diminuição de COX1 e, conseqüentemente, de PGE e PGF, o que gera diminuição do muco protetor e aumento da secreção de HCl. A própria ação ácida de alguns fármacos é irritante. - Vômitos, gastrite, ulceração gastrintestinal 19 AINEs ASMA INDUZIDA POR ASPIRINA - AIA Doença inflamatória das vias aéreas, adquirida, contínua e agressiva, associada à exacerbação da asma e rinite após ingestão de AAS e da maioria dos AINEs. Inicia-se com rinite persistente, seguida por asma, sensibilidade, podendo estar associada à sinusite recorrente e posteriormente crônica . A asma e a sensibilidade à aspirina manifestam-se em média de um a cinco anos após o início da rinite. A produção de PGE2 diminuída nas células sanguíneas periféricas n° de receptores E-prostanóide-2 diminui a ação de reduzir a síntese de 5-LOX desestabilização dos mastócitos liberação de histamina, triptase, PGD2 e LTs induz Alteração da permeabilidade vascular Aumento da secreção de muco (congestão) Constrição brônquica ASMA 20 ASMA BRÔNQUICA Por outro lado, no processo inflamatório crônico, os níveis de células, como eosinófilos e mastócitos e linfócitos são persistentemente elevados provocando nas vias aéreas: Na resposta inflamatória aguda, há um fluxo rápido, mas de curta duração de células e mediadores para o local da lesão limitar a infecção e iniciar processos de reparação tecidual. A ASMA é uma doença inflamatória crônica que leva à limitação do fluxo aéreo e uma maior sensibilidade de resposta aos alérgenos. Danos celulares; Edema nos tecidos, Aumento na secreção de muco Bronconstricção. Este tipo de inflamação, chamado inflamação eosinofílica, também é uma característica da ASMA BRÔNQUICA 21 ASMA BRÔNQUICA Etiologia: genética - predisposição genética de certos indivíduos para a síntese, inapropriada, de IgE específica para componentes proteicos de aeroalérgenos ambientais inalados. É uma doença caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas, na qual participam particularmente mastócitos, eosinófilos e linfócitos T. Em indivíduos suscetíveis, esta inflamação causa episódios recorrentes de broncoespasmo, dispnéia, opressão torácica e tosse predominantemente noturna ou no início da manhã. As três manifestações clínicas mais importantes da asma são sibilos, dispneia e tosse. Sibilos - sons adventícios contínuos (musical) predominantemente expiratórios na asma - a ausência de sibilos sinaliza gravidade - fluxos aéreos baixos. O mecanismo da dispneia ainda não é conhecido - ocorre devido ao esforço requerido para a manutenção da adequada ventilação. A tosse é quase que constante na asma - decorrente do aumento da resistência ao fluxo nas vias aéreas centrais, onde os receptores da tosse são mais abundantes. Os sibilos são sons adventícios contínuos, de caráter musical, predominantemente expiratórios na asma, produzidos pela aceleração do ar nas vias aéreas estreitadas, gerando oscilações de suas paredes. A ausência de sibilos em um paciente asmático sinaliza como uma advertência de muita gravidade, sugerindo que os fluxos aéreos são tão baixos que não geram oscilações de parede, não determinando portanto manifestação acústica O mecanismo da dispnéia ainda não é de todo conhecido. Ocorre devido ao esforço requerido para a manutenção da adequada ventilação 22 IL – interleucinas, GM-CSF - fator de estimulação de colônias de granulócitos-macrofagos TNF – fator de necrose tumoral, TGF - fator de crescimento tecidual PG - prostaglandinas, LT - leucotrienos, PAF- fator de ativação de plaquetas. PATOGENIA DA ASMA liberação de mediadores da anafilaxia contração do músculo liso das vias aéreas queda imediata do volume expiratório liberação de citocinas atraem e ativam ECP- proteínas catiônicas , MBP - Proteina básica principal, PAF - fator de ativação de plaquetas edema, hipersecreção de muco, contração do músculo liso e aumento da reatividade brônquica associados à resposta asmática tardia síntese de IgE A exposição a determinado alergeno provoca a síntese de IgE que se liga aos mastócitos na mucosa das vias aéreas. . Estes agentes provocam contração do músculo liso das vias aéreas causando uma queda imediata do volume expiratório forçado] A exposição ao alérgeno também induz a síntese e a liberação de diversas citocinas: fator de estimulação de colônias de granulócitos-macrofagos (GM-CSF) TNF e fator de crescimento tecidual (TGF) das células T e dos mastócitos atraem e ativam eosinófilos e neutrófilos cujos seus produtos incluem proteínas catiônicas (ECP) Proteina básica principal (MBP) proteases e fator de ativação de plaquetas (PAF) A resposta tardia da asma configura a fase de inflamação crônica da mucosa das vias aéreas 23 ASMA BRÔNQUICA As drogas mais utilizadas no tratamento da asma consistem em: CORTICOSTEROIDES INALADOS (empregados como agentes de controle ou anti-inflamatório), AGONISTAS DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS (broncodilatadores), XANTINAS, ANTICOLINÉRGICOS, INIBIDORES DA VIA DE LEUCOTRIENOS ESTABILIZADORES DE MASTÓCITOS. 24 ASMA 25 CORTICOSTEROIDES A gravidade dos sintomas Calibre das vias aéreas Reatividade brônquica, Frequência das exacerbações Qualidade de vida Em virtude dos graves efeitos adversos observados com sua administração crônica, os corticosteroides orais e parenterais são reservados para pacientes que necessitam de tratamento urgentes – pacientes que não melhoram satisfatoriamente com broncodilatadores ou exibem agravamento dos sintomas. Indicar uso de corticosteróides na forma de aerossol. 26 CORTICOSTEROIDES A administração na forma de aerossol constitui a maneira mais eficaz de diminuir os efeitos adversos sistêmicos (absorção sistêmica mínima). Corticosteroides lipossolúveis Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 27 ASMA 28 CORTICOSTEROIDES Os corticoides atualmente utilizados por inalação são bioestáveis nas vias aéreas, sendo inativados no fígado pelo citocromo 450-3A (CYP450-3A). - concentração nos sítios de ação dose administrada do dispositivo utilizado tamanho das partículas da distribuição na árvore brônquica, taxa e velocidade de absorção biotransformação. A ação terapêutica dos corticoides inalados dependem: A fração de corticoide inalada e que se deposita na orofaringe, não alcançando os pulmões, é deglutida e absorvida pelo trato gastrintestinal, sendo eficientemente inativada pela primeira passagem pelo fígado - baixa biodisponibilidade oral e sistêmica. Farmacocinéticas - alta biodisponibilidade pulmonar, alta afinidade com os receptores de corticoides (NR3C1 - nuclear receptor subfamily 3, group C, member 1), alta ligação proteica plasmática, grande volume de distribuição, alta afinidade lipídica, rápido clearance sistêmico. Farmacodinâmicas - alta potência intrínseca, alta deposição pulmonar, longo tempo de permanência em tecido broncopulmonar (pequenas partículas). Clearance, também chamado de depuração ou depuração plasmática, refere-se à velocidade (mL/min) que o fármaco ou um certo metabólito leva para ser eliminado do organismo, pela urina NR3C1 – inibição do FATOR NUCLEAR - KB Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 29 CORTICOSTEROIDES A primeira droga utilizada em grande escala no tratamento da asma foi o DIPROPIONATO DE BECLOMETASONA (DPB). É um corticoide halogenado 5.000x mais potente que a hidrocortisona. BUDESONIDA - 980x mais potente que a dexametasona e apresenta baixa biodisponibilidade sistêmica (11%) devido à primeira e efetiva passagem da droga pelo fígado. Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 30 CORTICOSTEROIDES O FUROATO DE MOMETASONA : alta potência quando utilizado por inalação (spray nasal), apresentando a vantagem de utilização em dose única diária. É rapidamente e intensivamente metabolizada após administração, não havendo evidências de metabólitos nas fezes, urina e sangue. O PROPIONATO DE FLUTICASONA é 2x mais potente que o dipropionato de beclometasona e 3x mais potente que a budesonida. É bastante lipofílico - proporciona maior penetração e deposição no tecido pulmonar. Maior afinidade pelos receptores de corticosteroides, ocupando-os por tempo mais prolongado. O furoato de mometasona foi originalmente desenvolvido como um produto para uso dermatológico Administração por via inalatória –. 31 CORTICOSTEROIDES Apresentam riscos de toxicidade insignificantes em comparação aos orais. Desprovidos de outras complicações a curto prazo, mas podem aumentar o risco de osteoporose e catarata com seu uso prolongado. Nas crianças pode diminuir a velocidade de crescimento. candidíase orofaríngea Rouquidão – resulta do efeito local direto dos corticosteroides as cordas vocais. Os corticosteroides inalatórios não são curativos, na maioria dos pacientes, as manifestações da asma reaparecem dentro de poucas semanas após a interrupção da terapia. Um problema especial ocasionado corticosteroides inalatórios consiste no desenvolvimento de candidíase orofaríngea. O risco dessa complicação pode ser reduzido higienização da cavidade oral após cada inalação. Rouquidão – resulta do efeito local direto dos corticosteroides as cordas vocais. Desprevidos de outras complicações a curto prazo, mas podem aumentar o risco de osteoporose e catarata com seu uso prolongado. Nas crianças pode diminuir a velocidade de crescimento. Os corticosteroides inalados não são curativos, na maioria dos pacientes, as manifestações da asma reaparecem dentro de poucas semanas após a interrupção da terapia. 32 CORTICOSTEROIDES INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: - Insulina: antagonismo fisiológico - promove a função inversa da insulina (hiperglicemiante). - Indutores enzimáticos (citocromo P450): cetoconazol, barbitúricos e benzodiazepínicos aumentam a biotransformação dos glicocorticóides (diminuição da meia-vida). - Estrógenos (reposição hormonal) e Anticoncepcionais Orais: aumentam a produção hepática de globulina, aumentam a meia-vida dos corticosteroides. A fração livre do fármaco diminui e a fração ligada aumenta. Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 33 A medicação, geralmente ministrada por meio de inaladores - o mais comum é o Nebulímetro - deve estar sempre posicionado em forma de "L", com o bocal virado para baixo. Usá-lo de forma inadequada pode fazer com que as partículas se depositem no céu da boca ou garganta. Agite vigorosamente de cinco a oito vezes antes da inalação. Diluição e homogeneização dos gases do aerosol - dose inalada uniforme DISPOSITIVOS INALATÓRIOS Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 34 INALADORES DE PÓ Os inaladores de pó seco são considerados ecologicamente corretos, uma vez que o medicamento se encontra em estado puro ou misturado a carreadores, como a lactose, não dependendo de propelente para inalação. Nestes, o aerossol é gerado e disparado pelo fluxo inspiratório 35 DISPOSITIVOS INALATÓRIOS - Soltar o ar dos pulmões (Expirar); - Colocar a bombinha na boca, entre os dentes e fechar os lábios; - Respirar profundamente pela boca, enchendo os pulmões de ar (Inspirar); - Retirar o inalador da boca e parar a respiração por 10 segundos ou mais; - Lavar a boca, sem engolir para que vestígios do medicamento não fiquem acumulados na boca ou no estômago. - Se for necessário usar a bombinha 2 vezes seguida, espere cerca de 30 segundos e então repita os passos começando pelo primeiro passo. - Colocar a máscara no rosto do bebê, cobrindo nariz e boca; - Disparar a bombinha em spray 1 vez e espere o bebê inspirar por cerca de 5 a 10 vezes através da máscara; - Retire a máscara do rosto do bebê; - Limpar a boca do bebê com uma fralda limpa molhada somente com água; - Lavar a máscara e o espaçador somente com água e sabão neutro, deixando secar naturalmente, sem passar toalha ou pano de prato. - Se for necessário usar a bombinha mais uma vez, comece pelo passo 2. MODO DE USO: Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 36 Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 37 Inibem a 5-lipoxigenase - impedindo a síntese de LT e inibindo a ligação do LTD4 a seu receptor nos tecidos-alvo – bloqueia sua ação. Seus efeitos sobre os sintomas, calibre das vias aéreas, a reatividade brônquica e a inflamação das vias aéreas são menos acentuados do que dos corticosteroides inalatórios. Sua vantagem reside na sua administração por VO – crianças, idosos e pacientes que não se adaptam às terapias inaladas. Importante papel na AIA. INIBIDORES DA VIA DE LEUCOTRIENOS Inibe a 5-Lipoxigenase - elevada hepatotoxicidade – administração 4x/dia. Antagonistas dos receptores LT (CysLt1 e CysLt2)– mais seguros Inibe o sistema citocromo P450 hepático - interações com drogas metabolizadas por este sistema fenobarbital, fenitoína, rifampicina POTENCIALIZA Vasculite sistêmica caracterizada por agravamento da asma, infiltrados pulmonares e eosinofilia 38 INIBIDORES DA VIA DE LEUCOTRIENOS FLAP - proteína ativadora da 5-lipoxigenase 5-HPETE – Ácido araquidônico 5-hidroperoxido Arachidonic acid 5-hydroperoxide (5-hydroperoxyeicosatetraenoic acid, 5-HPETE 39 BRONCODILATADORES Eferente leva – aferente – conduz tras impulso nervoso O sistema nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico. O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula. O Periférico é formado por terminações aferentes (sensoriais, levam informações ao SNC) e por terminações eferentes (levam a reposta do SNC até o local). A divisão aferente é chamada de Sistema Nervoso Autônomo e a divisão eferente é chamada de Sistema Nervoso Somático. O controle autônomo é involuntário e também é chamado de Sistema Nervoso Vegetativo. O Somático é caracterizado por ações de controle voluntário, mas possui reflexos involuntários. O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é dividido em Simpático e Parassimpático. O Simpático tem a função de preparar o organismo para situações de estresse, luta ou fuga. O Parassimpático tem a função de manter a homeostase do corpo, controlar as funções do organismo; ele é essencial à vida. Normalmente, existe um equilíbrio entre simpático e parassimpático. Em determinadas situações, a ação de um predomina sobre o outro. 40 BRONCODILATADORES Catecolaminas: norepinefrina, epinefrina e dopamina RECEPTORES ADRENÉRGICOS β α α1 α2 β1 β2 β3 Glicogenólise é a degradação de glicogênio Gliconeogênese é o processo através do qual precursores como lactato, piruvato, glicerol e aminoácidos são convertidos em glicose. 41 BRONCODILATADORES M1 M2 M3 M4 M5 42 AGONISTAS β-ADRENÉRGICOS Relaxam o músculo liso das vias aéreas Inibem a liberação de substâncias broncoconstrictoras pelos mastócitos. Inibem o extravasamento microvascular Aumenta o atividade mucociliar e alteram a composição das secreções mucosas Os agentes simpaticomiméticos têm sido amplamente utilizado no tratamento da asma: Agentes β2 seletivos - Ação rápida (3-6 h): Salbutamol ou Albuterol (Aerolin; Clenil®) (V.O. cp)* Terbutalina (Bricanyl®) (V.O. cp)* Fenoterol (Berotec®) - Ação prolongada (12h): Salmeterol (Serevent®) Formoterol (Foradil®) Não Seletivos (inicio: 5-15min, dur. 60-90min) Adrenalina (S.C*) Isoproterenol Administração por via inalatória* Acao rapida São as mais utilizadas; causam menos efeitos sobre o sistema cardiovascular, pois são seletivos para β2 Acao prolongada e mais potentes – é em decorrencia da sua alta lipossolubilidade que permite a sua dissolução na membrana da célulamuscular lisa em altas concentrações - interagem com corticosteroides inalatorios melhorando o controle da asma Usados na asma noturna na profilaxia do broncoespasmo. 43 AGONISTAS β-ADRENÉRGICOS EFEITOS ADVERSOS: - Tremor das extremidades (aumento da descarga no fuso muscular) - Agitação, ansiedade, alterações do humor, - Taquicardia, Arritmia (em altas doses): por causa da não-seletividade - Hipoglicemia: estímulo de receptor β2 aumenta a liberação de insulina. O uso frequente e duradouro de agonista de receptor causa dessensibilização dos receptores. Glicogenólise é a degradação de glicogênio Gliconeogênese é o processo através do qual precursores como lactato, piruvato, glicerol e aminoácidos são convertidos em glicose. 44 ANTICOLINÉRGICOS - ANTIMUSCARÍNICOS atropina Inibem as ações muscarínicas da acetilcolina. Agem por antagonismo competitivo (se ligam aos receptores muscarínicos). EFEITOS COLATERAIS INDESEJÁVEIS: constipação, midríase, diminuição das secreções, inclusive da própria secreção da árvore traqueobrônquica, Xerostomia, Fotossensibilidade, Tremores e Fadiga. Atropina - Não se usa atropina, pois ela se distribui amplamente; causaria muitos efeitos colaterais indesejáveis (constipação, midríase, diminuição das secreções, inclusive da própria secreção da árvore traqueobrônquica). 45 Brometo de Ipratrópio (Atrovent®) Menor ação broncodilatadora que os adrenérgicos e resposta clínica variável - bloqueio dos receptores não produz broncodilatação e sim diminui a bronconstricção causada pela acetilcolina. MECANISMO DE AÇÃO: - Bloqueio dos receptores muscarínicos (M3) inibindo o tônus vagal intrínseco das vias aéreas broncodilatação: impede a broncoconstricção Pode ser associados a e β-adrenérgicos e derivados da xantina - intensificar o efeito broncodilatador - Pouco lipossolúvel; não atravessa barreira hemato-encefálica. - Age localmente depois de ser inalado. ANTICOLINÉRGICOS - ANTIMUSCARÍNICOS Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 46 EFEITOS COLATERAIS: - Xerostomia: diminuição da secreção salivar (“boca seca”) Distúrbios GI : constipação, diarréia e vômito, Cefaléia Irritação nasal: diminuição da secreção traqueobrônquica; ressecamento. Reações alérgicas: rash cutâneo, prurido, edema de língua, lábios e face. - Retenção urinária: é rara; ocorre devido à má absorção; depende da dose e da frequência. ANTICOLINÉRGICOS - ANTIMUSCARÍNICOS O uso frequente e duradouro de antagonista aumenta o número de receptores BRONCOCONSTRICÇÃO 47 XANTINAS Sintéticas ou propilxantinas: Naturais ou Metilxantinas: As 3 metilxantinas mais importantes são a teofilina, a teobromina e a cafeína. 48 XANTINAS As metilxantinas exercem efeitos sobre o SNC, rim, músculos cardíaco e esquelético, bem como o músculo liso. A teofilina é a mais seletiva em seus efeitos sobre a musculatura lisa. TRATAMENTO DA ASMA: FOSFODIESTERASE NUCLEOTÍDICA CÍCLICA (PDE) clivagem de ligações fosfodiéster dos mensageiros secundários AMPc GMPc degradação AMP GMP Redução da ativação de células inflamatórias e células musculares lisa do pulmão. Adenil ciclase (AC) ATP BRONCODILATAÇÃO XANTINAS Adenosina A1 PDEconstitui um grupo de enzimas envolvidas na clivagem de ligações fosfodiéster dos mensageiros secundários AMPc e GMPc, levando a degradação desses compostos. O aumento da concentração intracelular de AMPc está relacionado com a redução da ativação de células inflamatórias e células residentes do pulmão. células T, eosinófilos, mastócitos, células musculares lisas das vias aéreas 49 XANTINAS A broncodilatação (Bloqueio PDE e receptores de adenosina) e inibem a liberação de histamina do tecido pulmonar induzida antigenicamente Teofilina (Teolong®) Aminofilina Bamifilina (Bamifix®) TEOFILINA - Seu uso diminuiu devido a maior eficácia dos agentes que atuam em receptores adrenérgicos inalatórios para asma aguda e dos agentes anti-inflamatórios inalatórios para asma crônica. O seu baixo custo representa uma importante vantagem para pacientes com dificuldades econômicas e com recursos e assistência médica limitadas. A aminofilina, um complexo da teofilina com etilenodiamina, libera prontamente a teofilina no organismo Bamifilina - droga da classe química das xantinas que atua como um receptor de adenosina A1 antagonista seletivo.[1] 50 XANTINAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Corticosteroides: hipernatremia. Fenitoína, primidona ou rifampicina: estimula o metabolismo hepático, aumentando a depuração da teofilina. Xantinas pode inibir a absorção da fenitoína. Betabloqueadores: pode resultar em inibição mútua dos efeitos terapêuticos; além disso, pode haver diminuição da depuração da teofilina Cimetidina, eritromicina, ranitidina: pode diminuir a depuração hepática da teofilina, resultando em concentrações séricas aumentadas de teofilina e/ou toxicidade. O uso das xantinas em fumantes resulta em depuração aumentada da teofilina e concentrações séricas diminuídas, sendo que os fumantes podem requerer uma posologia 50 a 100% maior. A absorção teofilina pode ser diminuída quando ingerida com alimentos. CUIDADO nos pacientes com: insuficiência cardíaca severa (problemas cardíacos), hipertensão arterial (pressão alta) grave e não tratada, insuficiência hepática (do fígado) e renal (do rim), úlcera gástrica (do estômago) e hipertireoidismo (disfunção da tireoide). A teofilina metabolizada no fígado resulta nos metabólitos: ácido 1,3-dimetilurico e ácido 1-metilurico, através do 1-metilxantina intermediário e 3- -metilxantina excretados pelos rins depuração plasmática, um conceito largamente aplicado no estudo de eliminação de substância do corpo 51 BRONCODILATADORES AC- Adenil ciclase PDE inibidores da fosfodiesterase 52 ESTABILIZADORES DE MASTÓCITOS CROMOGLICATO DE SÓDIO O mecanismo de ação do ainda é pouco conhecido – alvo mastócito. Seu efeito no tratamento da asma associado com a sua ação direta sobre mastócitos, impedindo a liberação de histamina e de outros mediadores inflamatórios, bem como bloqueio da produção de eicosanóides. Broncodilatação Broncodilatação 53 CROMOGLICATO DE SÓDIO ESTABILIZADORES DE MASTÓCITOS Os efeitos colaterais do cromoglicato de sódio são reduzidos, sendo restritos à irritação das vias aéreas superiores. Sua eficiência é considerada menor do que aquela obtida com baixas doses de corticosteroides inalados, provavelmente devido ao reduzido tempo de ação dessas substâncias. Devido ao seu curto tempo de ação, as cromonas inaladas devem ser administradas quatro vezes ao dia, um regime inconveniente sobretudo para o tratamento de longo prazo. Interações Medicamentosas: Não foram relatadas interações medicamentosas com o cromoglicato dissódico. Beclometasona, triancinolona, flunisolida, fluticasona, budesonida e mometasona Administração por via inalatória –. 54 OBRIGADO Administração por via inalatória –. 55
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