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apostila teatro ana paula

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Com
ANA PAULA GUIMARÃES
Palestra Especial
MARCUS MONTENEGRO
Rio de Janeiro
14 e 15 de abril de 18.
Sede: Shopping Barra World – G1 - Recreio dos Bandeirantes, RJ. Tel.: 21 995084386 ou 995448056
O Projeto Grandes Mestres visa enaltecer e valorizar o talento do povo Brasileiro. Partindo da premissa de reunir profissionais renomados e com excelência em sua área de atuação, mestres capazes de nos proporcionar um intercâmbio de ideias e quebras de paradigmas. Assim nos apresentando novos horizontes e nos aproximando do mercado de trabalho. 
A inovação virou marca do evento que já congregou alguns dos mais conceituados profissionais do Brasil. Já participaram, o diretor Jayme Monjardim, Marcelo Zambelli, os autores Duca Rachid, Thelma Guedes, Walcyr Carrasco, Claudia Souto, Daniel Ortiz, o Cineasta e autor Newton Canitto, o empresário de artistas Marcus Montenegro, Sergio Mattos – Booker da agencia 40º e vários outros excelentes profissionais, além de ter reunido algumas das maiores agências de atores e modelos do país. 
A visão do projeto é proporcionar aos participantes um intercâmbio entre atores, modelos e artistas em geral com os principais profissionais do mercado, resultando numa sinergia de conhecimento, preparação e revelação de uma nova geração de talentos.
	
Sejam bem-vindos!
WWW.PROJETOGRANDESMESTRES.COM
ESCOLHA APENAS UMA DAS CENAS PARA ESTUDAR, DECORAR E GRAVAR NO SEGUNDO DIA DE TREINAMENTO.
A CENA ESCOLHIDA DEVERÁ SER INFORMADA A PRODUÇÃO NO PRIMEIRO DIA DE TREINAMENTO.
BOM ESTUDO A TODOS!
CENA 01 – LUIZA E PAULA – INFANTIL 
LUIZA está mexendo no celular. E PAULA chega triste.
LUIZA – Poxa, eu pensei que você não vinha mais Paula! A gente já tá atrasada pra aula e você sabe como a D. Regina é chata.
PAULA – Desculpa...foi mal...
LUIZA – Ué, o que é que foi? Aconteceu alguma coisa? Vc tá com uma cara horrível!
PAULA – O meu pai...
LUIZA – AHH, o seu pai sempre implica com vc, já falei pra deixar pra lá...ele tá nervoso...(ri) o seu pai tá sempre nervoso, né?!!
PAULA – O meu pai vai se separar da minha mãe...
LUIZA – Como assim?? Separar?
PAULA – Meu pai saiu de casa...e disse que não quer mais morar com a gente!! Que não aguenta mais a minha mãe e que daqui pra frente nem mais dinheiro pro colégio ele vai dar...(chora)
LUIZA – Puxa, Paula...que chato...eu nunca imaginei que o seu pai fosse fazer um negócio desses...
PAULA – Eu não quero ficar sem o meu pai, Luiza...o que é que faço?? Me ajuda!
LUIZA – Fala com ele!! Pede pra ele ficar!!
PAULA – Eu já tentei ligar pro Celular dele o dia inteiro e ele não atende...acho que meu pai não me ama mais...(t) eu quero o meu pai de volta, Luiza...(chora)
CENA 02 – CRIANÇA 1 OU CRIANÇA 02 – INFANTIL 
Chega criança 01.
CRIANÇA 01 – Foi vc que comeu o meu chocolate que tava na geladeira?
CRIANÇA 02 – Eu não! Vai ver foi a mamãe!
CRIANÇA 01 – Deixa de ser mentiroso, garoto (A) ! Foi vc sim!!
CRIANÇA 02 – Tá bom...fui eu sim! Por quê? Vai me bater?
CRIANÇA 01 – Eu vou contar pro papai! E vc vai ficar de castigo no fim de semana!
CRIANÇA 02 – Ah!!! Tá! Vai achando!! Até parece que o papai vai acreditar em vc!!
CRIANÇA 01 – Devolve o meu chocolate, garoto (A)!!
CRIANÇA 02 – Tá bom!! Só se eu vomitar, quer! (enfia o dedo na boca fingindo que vai vomitar) Uhhh
CRIANÇA 01 – AHh! Que garoto(A) nojento(A)!!
CRIANÇA 02 – Quer saber mesmo? Eu comi o teu chocolate! Tá aqui óh!! Bem Guardado na minha barriga!!
CRIANÇA 01 – Ahh! Tá guardado...uhhh (Pega o álbum da mesa) Acho que eu vou guardar o seu álbum tbm...
CRIANÇA 02 – Me dá o álbum!!!
CRIANÇA 01 – (rasgando o álbum) Upssss Rasgou!!!!
CRIANÇA 02 – (furioso) Mãããanheeeee!!!
Saem correndo
CENAS 03 - BAMBULUÁ – INFANTIL 
CHOVE PÉTALAS DE FLORES POR TODA A CIDADE, MOSTRAR VÁRIOS LUGARES. TERMINA NO JARDIM DOS PENSAMENTOS FELIZES. NUM BELO CANTO DO JARDIM, O TÚMULO DE TCHILIM E NELE ESTÁ ESCRITO “AQUI JAZ O MAGO DAS MIL FACES”. TODOS TÊM GUARDA-CHUVAS COLORIDOS, E VÃO DEIXANDO O LUGAR. RENATINHA FICA E SE APROXIMA DO TÚMULO, COLOCANDO SOBRE ELE UMA ROSA ENCANTADA, QUE BRILHA. AO LADO DELA ESTÁ MORCEGÃO. POR ALI, A CAIXINHA DA BAILARINA, ABERTA, TOCA UMA MÚSICA TRISTE E BONITA. 
MORCEGÃO – O que vai ser de Bambuluá agora? 
RENATINHA (O)– Não sei. Com a morte do Tchilim e o o roubo do Cristal que protegia a cidade, os anéis de Cavaleiro do Futuro desapareceram das nossas mãos. 
MORCEGÃO – A cidade está sem nenhuma proteção contra o mal. 
RENATINHA (O)– Mas... Desde a fuga do Senhor Dumal, Magush tá em paz, não tá? 
MORCEGÃO – Ficaram muitos sombrios por lá. Não sei, não. Mas acho que tem alguma coisa errada surgindo por lá. 
RENATINHA (O) - A gente pode ir lá, dar uma olhada. 
MORCEGÃO – Só nós dois? Os outros estão se preparando pra deixar a cidade. 
RENATINHA (O)– Não me conformo. Todo mundo tá crescendo e querendo levar vida “normal” em outras cidades. O Deco mesmo, vai pra Londres estudar, com a Tatá. E o Rafael vai pra são Paulo, voltar pra casa dos pais. 
MORCEGÃO – Gabi, Cacau e Rodrigo também vão deixar a cidade. Eles acreditam que o sumiço do anel significa que a cidade não corre mais perigo. Vamos ficar nós dois. 
RENATINHA (O)– Nós, que somos meio sonhonhocas, meio sombrios. 
MORCEGÃO – Por isso mesmo tamos sentindo que tem algo errado em Magush...
RENATINHA (O)– É, não vai ter jeito: temos que ir até a cidade das sombras ver o que tá acontecendo por lá. 
MORCEGÃO - (OLHA O TÚMULO DE TCHILIM, TRISTE) Quando será que vai parar de chover pétalas de flores? 
RETANINHA(O) – Quando todo o amor que nós sentimos pelo Tchilim couber de volta dentro do nosso coração. Porque agora que ele morreu, o amor por ele está espalhado, doendo, por toda Bambuluá. 
MORCEGÃO ABRAÇA RENATINHA(O), AMBOS TRISTES OLHANDO A CHUVA DE FLORES. CORTA:
CENA 04– INFANTIL – ASSOMBROSO E NEFASTA
ASSOMBROSO – O velho mago caquético morreu e a cidade dos sonhos ficou desprotegida. É hora da gente invadir aquilo lá e tomar posse dos domínios sonhonhocas. 
NEFASTA – (DO MEIO DOS SOMBRIOS) Pra delirar você continua delirando, Assombroso. Que foi? Não tomou seu suco de nada hoje de manhã? Tá faltando proteína pra fazer o cérebro funcionar? (RI) Alguém aí traz uma língua de dragão no espeto pro Assombroso que ele tá delirando de fome!
ASSOMBROSO – Ai... Para de provocar, Nefasta! Todo mundo sabe que não tem mais o que cozinhar em Magush. Tá tudo destruído. Ou melhor, mais destruído do que já era! Na cidade das sombras agora só tem barata frita e olhe lá!
NEFASTA – Mas é assim, à base de barata frita que a gente vai se sustentar e reerguer Magush! E sem estar reestruturados não vamos conseguir invadir nem um ninho de ratos, que fará Bambuluá. 
ASSOMBROSO – Ah, é? E qual é o seu plano, posso saber? 
NEFASTA – (SOBE NO CAIXOTE, ASSOMBROSO CAI DE LÁ) Primeiro vamos reconstruir a Escola de Maldades. 
ASSOMBROSO – Fala sério, a gente tá por conta própria e você quer voltar pra escola?!
REAÇÃO DOS DEMAIS. 
NEFASTA – Só com conhecimento a gente vai ficar mais forte. O plano é, cada um de nós que conhece uma maldade vai ensinar pro outro. (ASSOMBROSO REAGE, ACHANDO BOM) E quando a gente tiver dominando toda a maldade que for capaz, a gente planeja a invasão à Bambuluá. 
.
ADULTOS/ADOLESCENTE
CENA 05 - casal 
RAUL EM PÉ. ANDREA VEM CHEGANDO.
RAUL	— Andrea... Aquilo que você viu foi uma armação, por favor, né?
ANDREA	— É o que parece, tudo leva a crer que foi! Mas de qualquer maneira, não foi fácil ver meu marido atracado com a Carla!
RAUL	— Tá me estranhando? Aquilo é uma empregadinha sem-vergonha, sem-noção. Não tem cabimento dar bola pra isso! (CONTINUA) Mesmo eu tando magoado pra caramba, mesmo eu achando que a Carla era jeitosinha e tal... Mesmo assim eu não dei corda!
ANDREA	— Deu corda, sim, deu cordão, cadarço, lacinho de fita! Beijou o pescocinho dela... Tirou a blusa! Ai, que ódio, que nojo!
RAUL	— Não estou acreditando que você tá armando essebarraco todo por causa de uma peguete de quinta.
ANDREA	— E a Sheila?
RAUL	— Que Sheila? Que que tem? Por que você foi desenterrar isso? Besteira, aquilo não tinha nada a ver. Caraca!
ANDREA	— Não suporto pensar na possibilidade de você me traindo! Na cama com outra mulher, beijando outra. Teve a Sheila. Agora eu vejo você e a Carla. (AMEAÇA) Raul, se algum dia eu souber que você me traiu, eu te mato! Ouviu, Raul? Eu mato você! Tô falando sério. E agora, por obséquio.
ELA APONTA PARA ELE, FAZ SINAL PARA ELE SAIR.
RAUL	— Eu vou deitar onde?
ANDREA	— No chão, no tapete, onde você quiser. Mas na minha cama, não. Hoje, não.
CENA 05 – JOÃO E EDGAR
EDGAR – Você achou a maior sujeira terem mandado ela sozinha, lembra?
JOÃO – Lembro. Quantos anos a gente tinha?
EDGAR – Acho que uns 11 ou 12. Acho.
JOÃO – É. Ficava imaginando ela sozinha lá em cima. Solidão danada.
EDGAR – Apesar de ter sido ideia dos russos.
JOÃO – Aqui, ô Gagarin! Essa parada você perdeu!
EDGAR – É. Te paguei 5 bananas-split, não foi? Foi o maior prejuízo da minha mesada.
EDGAR – Não lembro porque que a gente parou de fazer aquele álbum com as fotos da turma.
Silêncio.
JOÃO – Qualquer dia o homem está pisando na lua, Edgar. Quando a Maria Lúcia brigou comigo, que vocês começaram a namorar, doeu pra burro, mas eu continuei seu amigo. Será que nossa amizade tá esperando para você jogar fora aquele álbum?
EDGAR – Claro que não, eu ia guardar.
JOÃO – Nossa amizade tão... Nesse tempo todo, será que não dá para fazer um esforço?
EDGAR – Desculpa. Eu tenho que tentar sim.
Abraçam-se.
JOÃO – Eu queria que quando o homem tiver pisando na lua – eu acho que como tá indo o avanço tecnológico, se passar na televisão. Amizade pra mim, Edgar, é o traço mais sagrado dessa vida – eu queria ver junto. Nós vamos ver juntos, sim.
EDGAR – Vamos.
JOÃO – Eu não vim dar satisfação nenhuma não, eu só queria conversar para ver se você entende.
EDGAR – Eu já entendi o que tinha para entender.
JOÃO – Mas como eu posso ficar bem com esse piso entre a gente, Edgar!
EDGAR – O que está acontecendo entre vocês dois, será que você não vê que não vai dar certo nunca!
JOÃO – Mas a gente tem direito de tentar.
EDGAR – Não vai durar um mês!
JOÃO – Edgar raciocina comigo: a gente gamou na mesma garota, disputou desde o 1º instante, só que ela tá comigo. Você acabou de deixar bem claro que você acha que a gente vai brigar, que você prefere ficar esperando. Mas isso vai te fazer mal porque vai dar certo, sim. Mas eu queria, pelo menos, depois desses anos todos a nossa amizade. Será que não dá para você fazer um esforço? (olha à volta do quarto de Edgar) Você estava fazendo uma arrumação?
EDGAR – É, tô precisando de espaço. Toda hora eu compro um livro, disco, tem muita coisa aí para jogar fora. 
João mexe em livros e revistas e encontra o álbum de fotos.
EDGAR – Encontrei por acaso. Não deixa de ser uma ironia, né? Que a gente brigou tanto por causa desse álbum.
JOÃO – A cachorrinha Laika, o 1º ser vivo a ser mandado pro espaço.
EDGAR – Vamos ver juntos e vamos completar o álbum. 
Abraçam-se novamente.
CENA 06 – DORA E SORAYA
DORA – Vem cá, eu soube que você ficou dançando na boate, rebolando na frente do Dr. Marcos, deu o maior vexame na família. Qual é a tua?
SORYA – Dr. Marcos? Dora, doutor? Não é só Marcos pra você?
DORA – Você é tão idiota.
SORAYA – Ou Marquinhos?
DORA – Você é muito idiota.
SORAYA – A idiota aqui, prima, hoje tava com ele, sabia? Ai, ele foi tão atencioso comigo, tão bonzinho, tão carinhoso, sabia? Me botou no conversível, fui andando pela Rua das Pedras, parecia uma princesa.
DORA – Quer dizer que você tá armando pra cima dele também?
SORAYA – Te incomoda, é? Tá com ciuminho?
DORA – Não, até porque se eu quiser né, eu faço assim: olho pra ele, psiu, psiu, psiu. Aí ele vem, né? Igual um gatinho comer na minha mão. Mas só se eu quiser.
SORAYA – Você acha mesmo?
DORA – Aham.
SORAYA – Não sei não, hein prima, sou mais novinha do que você, menos gasta, e repetindo, eu não tô grávida.
DORA – O que você é, é uma sem vergonha, né? É isso que você é. 
SORAYA – Você tem mesmo muita moral pra falar isso, hein Dora? Você não tem moral nenhuma pra dar sermão em ninguém.
DORA – Sai, sai, sai daqui, garota. Eu não quero mais olhar na tua cara, não quero nem mais ouvir a tua voz. E olha aqui, eu vou te avisar pela última vez: se me prejudicar, se me sujar, eu não tenho mais nada a perder, acabo com você, tá me ouvindo? Acabo com você. 
SORAYA –Tô entendendo. Entendi agora! Tá querendo segurar os dois homens, né? Legal. Tá botando a barriga em leilão.
Dora dá um tapa em Soraya.
DORA – Você nunca mais abre essa sua boca pra falar do meu filho, porque ele não tá em negociação. Sai daqui, sai daqui. Borá, borá, borá, sua periguete!
Soraya sai furiosa.
CENA 07 – PAULO E ANA
PAULO – E eu não quero mais saber de ator de televisão nos meus espetáculos!
ANA – Você tá falando sério?
PAULO – Quem quiser trabalhar comigo agora, vai ter que optar.
ANA – Mas dá pra fazer os dois.
PAULO – Não dá pra fazer teatro nas horas vagas. Não dá pra namorar em São Paulo e morar no Rio.
ANA – Peraí. O problema é com o teatro ou com o namoro?
PAULO – Com os dois.
ANA – Para de enrolar, Pedro. Você está com ciúme.
PAULO – Ciúme de que?
ANA – Porque eu tô fazendo sucesso na novela.
PAULO – Ciúme porque você tá fazendo sucesso na novela?! Eu estou falando de objetivo de vida, Ana. O teatro pra mim é muito mais importante do que a novela, do que o sucesso, do que (olha pra ela) qualquer coisa. Eu não posso ficar com uma pessoas que não pensa desse jeito. 
ANA – Você não me ama mais, é isso?
PAULO – Tá vendo?! Esse é o problema com o amor: ou ele vira cobrança e ninguém tem mais paz, ou então ele vira rotina e as pessoas morrem de tédio.
ANA – Se você quer amar alguém por muito tempo tem que aprender a gostar da rotina.
PAULO – “O casamento é o túmulo do amor. Foi inventado para os seres humanos medianos, que não são aptos nem para o grande amor nem para a grande amizade. Portanto, para a maioria.” Nietzsche.
ANA – Então você não quer casar porque é um ser superior. É isso?!
PAULO – Não, eu não quero casar porque casamento é chato. Porque casamento é uma coisa e amor é outra. Porque as pessoas se casam por amor e depois terminam se estapeando por causa de uma infiltração na cozinha.
ANA – Eu não posso acreditar que você não vai me namorar mais por causa disso! Por causa de uma frase do Nietzsche e uma infiltração na cozinha.
PAULO – É. Eu prefiro uma aventura à rotina.
ANA – Eu prefiro os dois! Criar um filho, por exemplo. É aventura e rotina ao mesmo tempo.
PAULO – Eu não quero ter filhos (pausa). “Ou filho, ou livros” (pausa). Nietzsche de novo. 
(sai)
ANA – Pois eu quero casar, ter filhos e fazer teatro. Mas não com você! 
Sai .
CENA DE CASAL - 08
 Casa de lauro/ Noite. 
HUGO E CECÍLIA ALI BEM PRÓXIMOS, MAS QUIETOS. ELA OLHA PARA CIMA. 
HUGO- Parece que você está me evitando. Mal falou comigo durante o jantar. Nem um “passa a salada, faz favor” eu escutei da sua boca. (T) Qual é o problema?
CECÍLIA	— (SUSPIRA) Ai, não vai ter jeito! Eu vou ter que falar! O problema é que eu tinha escolhido você pra casar. De manhã eu tava meio em dúvida. Mas depois achei que o melhor marido seria você mesmo.
HUGO	— Eu nem sei como é que você pode ficar em dúvida entre mim e o imbecil do Genaro. 
CECÍLIA	— O problema do Genaro foi o Patápio.
HUGO	— O que? Patápio? É contagioso?
CECÍLIA	— Não, é o sobrenome dele. Quando nós éramos crianças, todomundo chamava ele de “batráquio” por causa do sobrenome. Aí, eu pensei que se eu casasse com ele, iam me chamar de Cecília Batráquio... E os nossos filhos? Todo mundo ia chamar os pobrezinhos de batráquio também!
HUGO	— (DECEPCIONADO) Foi só por isso que você me escolheu?
HUGO SE APROXIMA DE CECÍLIA E A AGARRA COM FORÇA E COM VONTADE. 
CECÍLIA	— (AO FINAL DO BEIJO) Hugo! O que foi isso? Eu nem sabia que estava na hora da Ave Maria! Você não escutou o sino da igreja tocando? Como é que acaba o ar assim?
HUGO	— (VAIDOSO) Você ainda continua em dúvida?
CECÍLIA RESPONDE PUXANDO HUGO PARA UM NOVO BEIJO. NO BEIJO APAIXONADO DOS DOIS, CORTA PARA
CENA 09 - CASAL
ABRE NUM MAÇO DE NOTAS DE DINHEIRO SENDO COLOCADAS EM CIMA DA MESA. É CÉSAR ENTREGANDO DINHEIRO PARA DÉBORA. 
DÉBORA - Não tou entendendo/... Pra que esse dinheiro?/... 
CÉSAR - Pra pagar o hotel que cê reservou pra mim e a Itália/... 
DÉBORA - Eu disse que pagava/... Sei que cê tá curto de grana/... (PEGA DINHEIRO E TENTA DAR A ELE) Vai, toma esse dinheiro de volta/... 
CÉSAR – (SEM PEGAR) Já disse que não quero/... Tem mais: a aposta acabou/... 
DÉBORA - Que isso, César?/... Vai amarelar agora?/... Perder por W.O?/... Aí que o pessoal do clube não te respeita mais/... Eu já disse/... Não me importo que cê trace a Itália uma vez/... É só pra você ganhar essa aposta e humilhar a garota/... Esse dinheiro é bem gasto, vou me divertir horrores!/...
CÉSAR – (SEGURA O BRAÇO DELA) Cê não entendeu ainda, Débora/... A aposta acabou porque/... Eu gosto da Itália/... Tou apaixonado por ela/... Eu vou ter essa noite com ela, mas vai ser minha e dela, sem ninguém vendo/... E não vai ser uma só, vão ser muitas, porque eu vou ficar com a Itália/... Guarda o seu dinheiro/... E arruma outra coisa pra se divertir/... (SAI)
CORTE DESCONTÍNUO - DEBORA EM SUA MESA, FALA AO TELEFONE. 
DÉBORA – Aqui é a secretária do Sr. César Santana/... É pra saber se a reserva em nome dele/... Ah, foi confirmada/... (PARA SI) Eles não cancelaram!/... (T) Não, nada não/... Me faz um favor?/... Vou precisar de outro quarto/... Isso/... Na mesma noite/... Débora Lara/... Quero o meu quarto vizinho ao do Sr. César/... Obrigada. (DESLIGA) A aposta ainda não acabou, meu querido!/... Ela tá só começando!/... 
CORTA
CENA 10 – HOMEM E MULHER 
SOCORRO PREPARA BANDEJA COM MINGAU. FABIANO ENTRA COM UM DVD NA MÃO. 
FABIANO	— Dona Socorro, será que a senhora podia fazer um favor? Por caridade? 
SOCORRO	— Quando você me fala com esse jeitinho é porque quer que eu monte uma fantasia nova pra você. O que vai ser agora? Já sei: uma grávida!?
FABIANO	— Oxente, dona Socorro! Se saia, que eu sou é macho. Não tou aqui pra ficá embuchado não. (T) Além do mais, a mulatinha que eu arrumei sozinho, tá concorrendo pra rainha do axé! 
SOCORRO	— Você já me contou esse absurdo, Fabiano! Fala, o que você quer?
FABIANO	— É por conta mermo do concurso. Eu arrumei esse DVD de axé, com umas dançarinas arretadas, oxe! E eu queria que a senhora deixava eu ver na sala, pra copiá uns passos, umas requebradas de quadril. 
SOCORRO	— Fabiano, você não tá levando isso muito a sério não, meu filho? 
FABIANO	— Eu tou concorrendo a um carro zero, dona Socorro! Zerinho! Por favor...
SOCORRO	— Tá, pode ver no dvd da sala. 
FABIANO FELIZ.
FABIANO	— Deus é mais, dona Socorro. Eu vou ficá eternamente grato à senhora! 
SOCORRO	— Mas não coloca o volume muito alto, porque o Gabriel tá descansando. (T) Agora eu vou levar esse mingauzinho com canela pra ele. Sai da frente!
SOCORRO SAI LEVANDO A BANDEJA. 
FABIANO	— (FELIZ) Agora é que eu vou ganhá! (T) Mas é só por causa do carro, que eu sou é macho.

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