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Para conhecer os nossos cursos, visite o site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas Sumário Introdução.....................................................................................................................1 Capítulo 1 - Reforma Ortográfica..................................................................................2 1.1 - Conceitos ..........................................................................................................2 1.2 - Impacto na aprendizagem..................................................................................4 1.3 - Reforma Ortográfica .........................................................................................6 1.4 - Acordos Ortográficos ........................................................................................7 1.5 - Alfabeto .......................................................................................................... 13 Capítulo 2 - Acentuação.............................................................................................. 14 2.1 - Conceitos ........................................................................................................ 14 2.2 - Novas regras de acentuação............................................................................. 17 2.3 - O acento diferencial ........................................................................................ 17 2.4 - O acento circunflexo ....................................................................................... 19 2.5 - O acento agudo ............................................................................................... 21 2.6 - Trema ............................................................................................................. 22 Capítulo 3 - Hífen ....................................................................................................... 24 3.1 - Conceitos ........................................................................................................ 24 3.2 - Novas regras de hifenação............................................................................... 24 3.3 - Palavras compostas ......................................................................................... 26 3.4 - Prefixos........................................................................................................... 27 Encerramento.............................................................................................................. 29 Glossário..................................................................................................................... 30 Exercícios ................................................................................................................... 35 Referências Bibliográficas .......................................................................................... 39 Resolução dos Exercícios............................................................................................ 42 1 Introdução Neste livro iremos analisar detalhadamente o acordo ortográfico firmado pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que impôs mudanças na grafia e no alfabeto da Língua Portuguesa no Brasil. O acordo ortográfico objetiva a unificação da Língua Portuguesa adotada no Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. No Brasil, as novas regras foram adotadas desde 2009, embora o prazo final para que a reforma ortográfica entre oficialmente em vigor seja o início de 2013. Ao longo deste trabalho, iremos estudar a reforma ortográfica, seus conceitos, a perspectiva histórica das mudanças na Língua Portuguesa e os impactos que essas mudanças provocam na educação e no dia a dia da população. Amplamente ilustrado com exemplos práticos, o presente livro se propõe a esclarecer todas as dúvidas acerca das novas regras, oferecendo recursos para ampliar o aprendizado e concluindo com um guia prático que elenca a nova forma de escrever. Desejamos um excelente aproveitamento desse conteúdo para o seu aprimoramento pessoal e profissional, ressaltando que no mundo competitivo em que vivemos, com uma imensa oferta de informação e de ferramentas para a comunicação, escrever corretamente é um diferencial de grande importância. Assim, o objetivo desse trabalho é proporcionar a você o aprendizado no âmbito das novas regras ortográficas com vistas ao aprimoramento das suas habilidades com a Língua Portuguesa. 2 Capítulo 1 - Reforma Ortográfica No dia 29 de setembro de 2008 foi assinado pela Presidência da República o decreto redigido pelo Ministério da Educação que estabeleceu os prazos para a implantação do acordo ortográfico no Brasil. As mudanças na ortografia começaram a valer em 1º de janeiro daquele ano, ainda sem caráter obrigatório, pois o acordo prevê uma transição de quatro anos. Dessa forma, até 31 de dezembro de 2012, as duas formas, a anterior e a nova, serão aceitas nas provas escolares, vestibulares, concursos públicos e nos veículos de comunicação impressa do país. No entanto, os jornais e revistas, os livros e os documentos oficiais já passaram a adotar a nova grafia a partir da assinatura do decreto, com o objetivo de unificar a escrita. A proposta inicial era a adoção das mudanças já a partir do início do ano de 2012, mas o prazo foi adiado para o início de 2013 especialmente pela pressão das grandes editoras do país, que alegaram o alto custo de reedição e impressão das obras para ganhar mais tempo. Ainda no ano de 2010, todos os livros didáticos adquiridos pelo governo foram obrigados a ter a edição, segundo o acordo ortográfico. Como veremos no decorrer deste trabalho, esse é apenas um aspecto de grande impacto da reforma na Educação. 1.1 - Conceitos As mudanças feitas na Língua Portuguesa pelo acordo ortográfico são relativamente pequenas, conforme afirmaram os próprios linguistas que o prepararam, Antônio Houaiss, pelo Brasil, e João Casteleiro, por Portugal. No Brasil, apenas 0,43% das palavras sofreram alguma mudança, enquanto que, em Portugal, 1,42% das palavras foram alteradas. A unificação refere-se somente à escrita, sendo preservadas as diferentes formas de pronúncia de acordo com cada país ou região. 3 Para entendermos o sentido desse acordo, devemos considerar que o português é o quinto idioma mais falado em todo o mundo, sendo adotado por 210 milhões de pessoas. A proposta é unificar a escrita na comunidade lusófona para, com isso, fortalecer e universalizar a Língua Portuguesa. A comunidade lusófona é constituída por Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. O acordo busca a integração intercontinental do português para a reafirmação da sua importância no mundo. Essa integração ficou comprometida com a existência de duas ortografias oficiais da Língua Portuguesa, a lusitana e a brasileira. Essa dicotomia remonta a 1911, quando o Brasil ficou de fora da primeira grande reforma ortográfica adotada em Portugal. A proposta original de reforma ortográfica nos países lusófonos foi apresentada no ano de 1990, mas ela só teve andamento seis anos depois, com a ratificação dos seus termos por, no mínimo, três países. No Brasil, o projeto já havia sido aprovado pelo Congressoem 1995 e, como já vimos, o decreto presidencial referente à sua implantação foi assinado em 2009. Agora vamos procurar entender um pouco mais sobre a reforma. O objetivo da reforma é unificar as duas ortografias oficiais existentes da Língua Portuguesa, a do Brasil e a de Portugal. A ortografia portuguesa é adotada como referência para o ensino da Língua Portuguesa em outros países. Seu vocabulário contém palavras escritas com consoantes mudas, como as Egipto e objecto, e há outras em que existem consoantes extras que entram na pronúncia, a exemplo de indemnizar e facto. No português de Portugal, as sílabas tônicas seguidas de m e n têm o som aberto, como acontece com a palavra econômico, que é escrita e pronunciada económico. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), abrangida pela reforma ortográfica é composta por oito países: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. 4 A unificação da Língua Portuguesa é vista como uma oportunidade de inserção desses países na comunidade das nações desenvolvidas. Um exemplo são as publicações (livros, revistas, tratados, documentos didáticos e científicos) que não circulam internacionalmente porque dependem de tradução ou versão. Além do intercâmbio cultural, a adoção da ortografia-padrão possibilita a padronização do ensino do português em nível global. Esse é o terceiro acordo oficial aprovado pelos países lusófonos. A primeira foi em 1943 e a segunda foi em 1971. A segunda reforma, de 1971, eliminou o trema nos hiatos átonos, o acento circunflexo diferencial nas letras “e” e “o” da sílaba tônica dos termos homógrafos de significados diferentes, mas de grafia igual, e também extinguiu os acentos circunflexo e grave das palavras terminadas em “mente” e “z”. Assim, a grafia de “sómente” passou a ser “somente” e “bebêzinho”, ficou “bebezinho”. 1.2 - Impacto na aprendizagem O tratado introduziu várias mudanças ortográficas que precisam ser assimiladas por todos até o final de 2012, pois em 2013 elas passam a ser obrigatórias nas redações de documentos, provas, concursos e meios de comunicação, com forte impacto na Educação. São mudanças como a extinção do trema e do acento circunflexo para verbos no plural como veem, por exemplo, e a inclusão das letras “k”, “w” e “y” no alfabeto português, entre outras regras que veremos no decorrer deste trabalho. Não iremos reproduzir aqui os argumentos levantados por aqueles que se posicionaram contra a reforma, mas é necessário esclarecer que ela não deixou a Língua Portuguesa mais complicada como querem alguns. Ao contrário, a reforma é simplificadora sob alguns aspectos, exceto, é verdade, em relação ao uso do hífen. Mas a Língua Portuguesa não mudou com a reforma, o que mudou foi a forma de escrever algumas palavras. Por outro lado, sob o aspecto da aprendizagem, as dificuldades dos alunos de todos os níveis no Brasil permanecem sendo em relação à construção de textos, ou seja, 5 escrever com clareza, objetividade e de forma concisa, conseguir colocar no texto aquilo que realmente querem expressar. Os problemas ortográficos são graves, mas no entendimento de educadores e especialistas, eles se tornam secundários na medida em que podem ser de solução mais fácil do que os demais problemas da maioria dos alunos em relação à leitura e à escrita. Além disso, as novas regras alteram uma pequena parte da ortografia da Língua Portuguesa no Brasil, sendo, por isso, de fácil assimilação. Já em Portugal a reforma tem um impacto muito maior, pois atingiu grande parte da escrita e os portugueses terão bem mais trabalho para assimilar essas mudanças na comparação com os brasileiros. Todavia, é evidente o impacto das novas regras ortográficas no processo de ensino-aprendizado. A todas as dificuldades já enfrentadas pelos estudantes para assimilar o conjunto das regras gramaticais, a reforma acrescenta novos obstáculos. Agora é necessário rever o aprendizado em relação às regras que mudaram e se preparar para o momento em que somente será aceita a nova grafia nas provas e trabalhos escolares, vestibulares e concursos. A tendência é que o grau de dificuldade aumente assim que essa obrigatoriedade entrar em vigor. Para os professores, a reforma ortográfica impôs um adicional de qualificação para assimilar e poder ensinar os alunos de acordo com as novas regras gramaticais do acordo. Em todo o país, o magistério tanto do setor público quanto privado, iniciou programas de qualificação proporcionados pelo poder executivo e pelas instituições de ensino para dar conta das transformações, especialmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental. O impacto também foi significativo na indústria editorial. Dados da Associação Brasileira das Editoras de Livros mostram que, a partir de 2009, todos os lançados já foram editados de acordo com a reforma ortográfica, especialmente os livros didáticos de Língua Portuguesa e os dicionários, e que os estoques anteriores à reforma foram simplesmente destruídos. Além disso, proliferaram os livros explicando as novas regras, o que aqueceu o mercado editorial desde a assinatura do decreto relativo à reforma ortográfica. 6 1.3 - Reforma Ortográfica Antes de analisarmos a história dos acordos ortográficos da Língua Portuguesa, vamos investigar por que esses acordos são firmados. Realizar um acordo ortográfico envolvendo diversos países tem o objetivo de promover a Reforma Ortográfica com vistas à uniformidade de escrita de forma a preservar a integridade da língua. Muitos linguistas defendem a adoção da ortografia fonética, ou seja, que se reformem as línguas a ponto de não existirem mais diferenças entre a pronúncia e a escrita. Essa ideia ganha cada vez mais adeptos em relação à Língua Portuguesa sob o argumento de que se adote a escrita de acordo com a pronúncia das mais diversas regiões de um país ou conforme a cultura de cada país. A proposta, no entanto, também tem inúmeros opositores entre os especialistas, que consideram a escrita fonética viável apenas para línguas faladas por um número restrito de falantes e não para um idioma como o português, que tem uma grande abrangência geográfica e mais de 210 milhões de falantes ao redor do mundo. O argumento é que a uniformização da escrita e da pronúncia, no caso da Língua Portuguesa, seria impossível devido às variantes do idioma. Para entendermos melhor essa argumentação contra a escrita fonética, vamos considerar o exemplo da palavra “vinte”, cuja pronúncia pode variar de “bint” a “vint”, “vintchi”, “vinte” ou “vinti”, dependendo da região do Brasil, da África ou de Portugal. A ortografia da língua portuguesa estabelece uma proposta intermediária, fazendo com que a grafia das palavras não sejam totalmente fonéticas (a forma como são pronunciadas), mas sejam bem próximas disso. Assim, cada palavra poderá ser reconhecida pelos indivíduos alfabetizados desta língua, o que não inviabiliza que a sua escrita seja interpretada (pronunciada) de forma diferente de acordo com a cultura de cada região. Essa solução preserva ainda a origem das palavras (a marca etimológica) na escrita. Por isso é mantido o “h” na escrita da Língua Portuguesa para palavras como 7 horta, hoje, homem. Na ortografia de Portugal, podemos identificar as consoantes mudas nas palavras facto, objecto, óptimo, adopção. 1.4 - Acordos Ortográficos Histórico A Língua Portuguesa difere em grande parte do grupo de línguas europeias. O Espanhol, por exemplo, foi codificado gráfica e gramaticalmente no final do século 19 por Antonio de Nebrija e o Italiano ganhou a forma gráfica definitiva entre os séculos 12e 18. Já o português sofreu, até o início do século 20, diversas grafias, dependendo de cada país ou região que o adota como língua oficial, sendo regrado pelos princípios da etimologia. Essa história da Língua Portuguesa é dividida em três grandes fases, conforme o filólogo Giuseppe Tavani: a Ortografia Fonética, a Ortografia Etimológica e a fase das Reformas Ortográficas, como veremos a seguir. Ortografia Fonética O primeiro período, compreendido entre os séculos 13 e 16, de forma geral, se caracteriza pela escrita de acordo com a pronúncia. As tradições gráficas dessa então jovem língua vernácula começam a surgir no século 13. Em 1214, no testamento de Afonso II, aparece a grafia de “ch” para expressar a consoante fricativa, representada por [tȓ], nas palavras “tchama” (chama) e “Santcho” (Sancho). Essa estranha consoante, que adota a letra “t” para se diferenciar de [ȓ], que expressa “x”. O “ch” tem origem no Francês e já aparecia em textos de Castela. Outra curiosidade é a nasal palatal, representada pela grafia [Ȃ], e a lateral palatal [λ], que somente depois de 1250 começam a ser substituídas pelas grafias provençais “nh” e “lh”. 8 A ortografia arcaica da Língua Portuguesa, no entanto, estava longe de ser um consenso, pois apareciam muitas discordâncias entre os mais diversos escribas, o que fazia com que um mesmo som fosse representado de formas diferentes, ainda que sob uma forma gráfica padrão. Era comum escrever-se “gerra” para expressar “guerra”, “ningem” para “ninguém”, “antígua” para “antiga”, etc. Assim também o emprego do “i”, “y” e “j” não encontra consenso entre os escribas, que ora escreviam “oye”, ora “hoje”, e mesmo “ljuro” para “livro”; ou ainda o “til”, o “m” e o “n”, que podiam aparecer em “ãno”, “año” ou “anno” quando queriam escrever “ano”, “camĩho” para “caminho”, “cimco”, “grãde (grande), “tẽpo” (tempo). A utilização do “til” como “m” na forma intervocálica é atribuída à necessidade de utilizar menos espaço para a escrita. O “h” também era muito usado após consoantes em alguns casos com o valor de “i”, a exemplo de “tiha” para expressar “tinha”, bem como o uso de vogais duplicadas, ou as consoantes sem valor em “fecto” (feito), “dicto” (dito), por influência do Latim. Os linguistas modernos são unânimes a respeito da falta de unanimidade dos escribas arcaicos, que identificam incoerências, falta de critério e mesmo questões de vaidade nas formas de grafias variadas. No entanto, a grafia do galego-português medieval é considerada a mais fonética e regular do que o português adotado nos séculos seguintes. Ortografia Etimológica A Ortografia Etimológica vai do Renascimento até a modernidade. O surgimento dos textos humanísticos no século 16 estimula o uso de grafias etimológicas que buscam preservar as palavras vernáculas por meio de similares latinas ou gregas. Essas grafias são consideradas também falsas etimológicas, pois se algumas delas são legítimas, outras são frutos da imaginação dos seus escribas. 9 As novas grafias recebem um grande impulso com o nascimento da tipografia e passam a ser correntes as formas de escrever que se utilizam de “ch” [k], “ph”, rh”, “th” e “y” para as palavras de origem grega. Assim, escrevia-se “archanjo”, “phrase”, “rhetorica”, “theatro”, “estylo” em abundância. Também predominam “ct”, “gm”, “gn”, “mn”, “mpt” nas de origem latina: “aucthor”, “fructo”, “assignatura”, “prompto”). Um exemplo de falsa etimologia é a grafia da palavra “tesoura”, que vira “thesoura” por suposta influência de “thesaurus”, o que é totalmente falso, uma vez que o étimo de tesoura é “tonsoria”. Essa ortografia foi teorizada a princípio por Duarte Nunes de Leão, na sua obra “Orthographia da lingoa portuguesa”, de 1576. No século XVIII, é ratificada pela obra de João de Morais Madureira Feijó, “Orthographia” ou “Arte de Escrever, e pronunciar com acerto a Lingua Portugueza”, de 1734. Este período representa o auge do movimento em favor da etimologia na ortografia portuguesa. A verdadeira motivação desses teóricos teria sido uma tentativa de diferenciar a Língua Portuguesa o máximo possível da espanhola, mesmo que para isso fossem reintroduzidas letras que já tinham sido extintas, bem como os sons que correspondiam a elas, como a reintrodução do “g” na pronúncia da palavra digno depois que a grafia e a pronúncia “dino” já estavam consolidadas. Há quem atribua a esse movimento o atraso na reforma do português. Isso porque, enquanto a “Academia Real das Sciencias de Lisboa” elegia a etimologia como máximo princípio ortográfico da Língua Portuguesa, a “Real Academia Espanhola” tratava de reformar a ortografia espanhola a partir de estruturas fonéticas com base na racionalidade. Reformas Ortográficas As bases de uma ortografia da Língua Portuguesa de forma simplificada para uso nas publicações oficiais e na Educação surgiu com a República em Portugal, em outubro de 1910. A tarefa foi delegada a uma comissão formada por Aniceto dos Reis Gonçalves Viana, Carolina Michaëlis, Cândido de Figueiredo, Adolfo Coelho, Leite de 10 Vasconcelos, Gonçalves Guimarães, Ribeiro de Vasconcelos, Júlio Gonçalves Moreira, José Joaquim Nunes, Borges Grainha e Augusto Epifânio da Silva Dias. Assim, a primeira reforma ortográfica oficial da Língua Portuguesa foi oficializada em 1º de setembro de 1911. A Reforma Ortográfica de 1911 é considerada a mais impactante da história da Língua Portuguesa, pois modificou completamente a estrutura da língua escrita, fazendo com que desaparecessem muitas consoantes dobradas e os grupos ph, th, rh, por exemplo. A não ser pela uniformidade que impôs à escrita, essa reforma representou certo retrocesso à ortografia fonética adotada na Idade Média. Por isso, foi grande a resistência a essa nova ortografia em Portugal. A maior polêmica, no entanto, foi de parte dos brasileiros. Apesar da corrente existente no Brasil cada vez mais favorável à foneticista e partidária de uma simplificação ortográfica, o país ficou indiferente à reforma portuguesa. Essa neutralidade acabou reforçando as correntes tradicionalistas, contrárias à simplificação da língua. Assim, os dois países ficaram com ortografias completamente distintas. Portugal foi em frente com uma ortografia completamente reformada e o Brasil permaneceu com a arcaica ortografia pseudoetimológica. Somente em 1924 seria ensaiado um movimento na direção de uma padronização da Língua Portuguesa. A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras passaram, nesse ano a buscar uma ortografia comum. Foi firmado um acordo preliminar no ano de 1931 para que os dois países convergissem para a ortografia portuguesa adotada em 1911. Iniciava-se assim o processo de unificação das ortografias de ambos os países. Como tudo que se relaciona com as reformas ortográficas, esse processo também foi marcado pela polêmica. Os vocabulários publicados em 1940 pela Academia das Ciências de Lisboa e em 1943 pela Academia Brasileira de Letras estavam repletas de divergências. Para aparar as arestas entre os dois países em relação à padronização da língua, foi realizada, ainda em 1943, em Lisboa, uma convenção ortográfica que originou o 11 Acordo Ortográfico. Esse acordo seria adotado dois anos depois, em 1945, somente para os lusitanos. O acordo ganhou força de lei em Portugal, através de decreto publicado naquele mesmo ano. No Brasil, o acordo acabou não sendo ratificado pelo Congresso. Com isso, a Língua Portuguesa no Brasil seguiu sendo regulada pela ortografia do Formulário Ortográfico de 1943. A ortografia dos dois países sofreria uma aproximação mais concreta somente em 1971, com novo acordo firmadoentre Portugal e o Brasil. Esse acordo retirou os acentos gráficos que representavam 70% das divergências entre as ortografias oficiais dos dois países, nos homógrafos e nos vocábulos derivados com o sufixo “mente” ou iniciados pela letra “z”. Dois anos depois, em 1973, iniciaram as tratativas e, em 1975, as academias dos dois países firmaram novo acordo que, no entanto, acabou não sendo transformado em lei devido ao período de efervescência política em Portugal. Passou-se mais de uma década até que o governo brasileiro, por iniciativa do então presidente José Sarney, esboçasse uma tentativa de consolidar nova reforma ortográfica. Foi promovido um encontro dos sete países de Língua Portuguesa, no Rio de Janeiro, para a elaboração de um acordo ortográfico que não saiu do papel. Desta vez, a divergência se deu em relação à extinção do acento gráfico nas palavras proparoxítonas. Despertou a resistência de portugueses e brasileiros a proposta de eliminar a diferença gráfica de palavras como música/musica, fábrica/fabrica, análise/analise, cópia/copia e, a que provocou mais polêmica entre acadêmicos, linguistas e leigos: cágado/cagado. Felizmente para brasileiros e portugueses prevaleceu o bom senso em torno da necessidade de uma aproximação entre as ortografias oficiais da língua portuguesa lusitana/africana e brasileira. Assim, no início dos anos 90 foi realizada nova reunião, desta vez em Lisboa, para que fosse lavrado o Acordo Ortográfico de 1990. Ainda assim, esse acordo é considerado o extremamente moderado e conservador na comparação com a proposta de acordo de 1986. 12 Reformas Ortográficas – Cronologia 1911 – Primeira Reforma Ortográfica em Portugal, publicada no Diário do Governo, em 12 de setembro de 1911. 1931 – Primeiro Acordo Ortográfico por iniciativa da Academia Brasileira de Letras e aprovado pela Academia das Ciências de Lisboa, Portugal, publicado no Diário do Govêrno, em 25 de maio de 1931. 1945 – Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945 também conhecida como Acordo Ortográfico de 1945, adotado somente em Portugal, publicado como decreto 35.228 no Diário do Governo de 8 de dezembro de 1945. 1971 – Lei 5765 de 18 de dezembro, no Brasil, extinguiu o acento circunflexo na distinção dos homógrafos, responsável por 70% das divergências ortográficas com Portugal. Também retirou os acentos da sílaba subtônica nos vocábulos derivados com o sufixo “mente” ou iniciados pela letra “z”. 1973 – Decreto-Lei 32/73, de 6 de fevereiro, em Portugal, retirou os acentos da sílaba subtónica nos vocábulos derivados com o sufixo “mente” ou iniciados pela letra “z”, a exemplo do que fora adotado no Brasil pela Lei 5765. 1975 – Projeto de reforma ortográfica elaborado pela Academia das Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras não é aprovado oficialmente. 1986 – Representantes dos então sete países de Língua Portuguesa aprovam no Rio de Janeiro as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 1945, que haviam sido revistas em 1975 e depois ratificadas em 1986, mas que não haviam sido implantadas. 1990 – Reunião de países membros da CPLP em Lisboa propõe novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, previsto para vigorar em Janeiro de 1994. 1998 – Em Cabo Verde é assinado um Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que retirou do texto original a data para a sua entrada em vigor. 2004 – Em São Tomé e Príncipe é aprovado o Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico, estabelecendo que a ratificação do acordo não precisa ser feita por todos os países, mas por apenas três. 13 2008 – Em 29 de setembro, o presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva assina o decreto que estabelece as mudanças da ortografia da Língua Portuguesa no Brasil a partir de 2009. As mudanças na ortografia passam a vigorar em 1º de janeiro daquele ano, ainda sem caráter obrigatório, pois o acordo prevê uma transição de quatro anos. Assim, as duas grafias, a anterior e a nova, serão aceitas até 31 de dezembro de 2012. 1.5 - Alfabeto Agora que já estudamos um pouco da história das reformas ortográficas, vamos nos ater às alterações que a reforma ortográfica atual faz na Língua Portuguesa. Vamos começar com o alfabeto que agora passa a ter 26 letras com a reintrodução das letras k, w e y. Na verdade, as letras k, w e y não tinham sido totalmente excluídas da Língua Portuguesa nem da maioria dos dicionários, pois são usadas em diversas situações na escrita, como veremos nos exemplos a seguir: • Na grafia dos símbolos das unidades de medida como quilômetro (km), quilograma (kg), watt (W). • Na grafia das palavras estrangeiras e palavras derivadas dessas já assimiladas pelos dicionários do português, como show, playboy, playground, kafkiano. • Nos nomes próprios como Wesley, Wiliam, Wilson, Yara, Yuri, Kleiton. Com a reforma ortográfica, o alfabeto completo da Língua Portuguesa passa a ser o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z 14 Capítulo 2 - Acentuação 2.1 - Conceitos Antes de abordar as novas regras de acentuação estabelecidas pela Reforma Ortográfica, vamos abordar os princípios da Acentuação. A Acentuação consiste nos sinais gráficos colocados sobre determinadas letras na grafia de uma palavra para diferenciar a sua entonação e que compreende um dos requisitos das regras da Gramática Normativa. A Acentuação Tônica indica a intensidade com que devem ser pronunciadas as sílabas da palavra escrita. A sílaba pronunciada de maneira mais intensa, acentuada ou não, é a Sílaba Tônica. As outras sílabas são têm menos ênfase na pronúncia. São as Sílabas Átonas. Levando-se em consideração a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas – São as palavras que têm a tonicidade, ou seja, a intensidade da pronúncia, sobre a última sílaba, como em balé, pimentão, cará, atum, tatu, babel. As oxítonas terminadas em “i” ou “u” não são acentuadas, a menos que se trate de um caso de hiato, como em “baú”, “saí”, “caí”. Observe que “i” e “u” estão tônicas nestas palavras e por isso são acentuadas. Paroxítonas – São as palavras que têm a tonicidade na penúltima sílaba, como em fútil, fênix, fácil, cheque, extrato, factível. As palavras paroxítonas são acentuadas sempre que terminadas em “l” (fácil, amável), “n” (abdômen, pólen), “r” (caráter, câncer), “x” (fênix, tórax), “ps” (fórceps, bíceps), “ã” e “ãs” (imã, imãs, órfã, órfãs), “ão” e “aos” (órfão, órfãos, bênção), “i” e “is” (táxi, táxis, lápis, risólis, grátis), “on” e “nos” (próton, prótons, náilon, cânion, cânions), “um” e “uns” (álbum, fórum, álbuns, fóruns, elétrons), “us” (tônus, bônus, vírus). 15 Acentuamos ainda as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes. Lembre-se que o ditongo crescente é a junção de uma semivogal com uma vogal. Na palavras paroxítonas terminadas em ditongo a seguir, para melhor entendimento, assinalamos o encontro da semivogal com a vogal: névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. Proparoxítonas – Nesse caso, a sílaba tônica é antepenúltima sílaba, a exemplo de câmara, têmpora, Líbano, decrépito, música. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Monossílabos – Quando os vocábulos possuem apenas uma sílaba, são chamados de monossílabos. Os monossílabos também têm diferenciação na sua pronúncia quanto à intensidade, ou tonicidade. Essa variação pode ser percebida quando os monossílabos são pronunciados no contexto de uma frase. São acentuados os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e” e “o” seguidos ou não de “s”, como: lá, cá, já, gás, pé, fé, mês, três, pó, dó,nó, nós, pôs. Não se acentuam os monossílabos terminados em i(s), ti, bis, u(s), tu, nus, az, paz, ez, vez, oz, voz, assim como os monossílabos átonos, artigos definidos, conjunções, preposições, pronomes oblíquos, contrações (da(s), do(s), na, nos) e pronome relativo. Os acentos gráficos se dividem em agudo, circunflexo, grave, a trema, o til e o trema que, como veremos mais adiante, foi suprimido da Língua Portuguesa com a reforma ortográfica, com exceção dos nomes próprios. Vamos aos exemplos de acentos, a seguir representados entre colchetes: Acento Agudo [ ´ ] – Grafado sobre as “a”, “i”, “u” e também sobre o “o” e o “e”, o acento agudo serve para demonstrar que essas letras, quando acentuadas, representam as vogais tônicas das palavras e a tonicidade ou timbre aberto. Acento Circunflexo [ ^ ] – Quando grafado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica tonicidade e timbre fechado como em “campânula”, “efêmero”, “propôs”, “cântico”. Til [ ~ ] – Sobre o “a” e o “o”, transforma essas letras em vogais nasais, como em maçã, alemão, irmã, armação e propõe. Acento Grave [ ` ] – Esse sinal indica a junção da proposição “a” com os “a” e “as”, com os pronomes demonstrativos “a” e “as” e com a letra “a” inicial dos pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. É utilizado em “à”, “às”, “àquele”, “àquilo”. 16 Exemplos: Vamos à igreja. É necessário entregar as crianças às mães. A pena será aplicada àquele que a infringir a lei. Incentivou os alunos àquilo que era necessário para a aprendizagem. Observação: As letras “a”, “e” e “o”, quando seguidas de “m” ou “n”, representam vogais nasais normalmente fechadas e, por isso, devem receber o acento circunflexo e não o agudo. Para melhor entendimento, observe os exemplos: tâmara, crânio, cômodo. Porém, há uma exceção a essa regra em relação às palavras terminadas com “em” e “ens”, quando se usa o acento agudo. É o caso de ninguém, contém, porém, parabéns. Importante: Essa exceção não se aplica à terceira pessoa do plural, que requer o acento circunflexo, como em: “Os governadores detêm o poder”, “As atrizes desse show provêm do norte”, “Os guardas contêm a rebelião”. 17 2.2 - Novas regras de acentuação A Reforma Ortográfica instituída em 2009 e que tem prazo até o final de 2012 para ser assimilada por todos os brasileiros (e também pelos povos dos demais países de Língua Portuguesa como já vimos no início deste livro) altera a acentuação de algumas palavras, suprime o acento diferencial da maioria das palavras homógrafas, extingue uso do trema e estabelece a sistematização do uso do hífen, entre outras mudanças. 2.3 - O acento diferencial O acento diferencial é utilizado para distinguir palavras que são escritas de forma idêntica, mas que têm sentidos diferentes ou são pronunciadas de maneira distinta, ou seja, as palavras homógrafas. Uma das mudanças mais significativas da reforma ortográfica é a extinção do acento diferencial na maioria dessas palavras, como veremos a seguir: Nos pares homógrafos “pára/para”, “péla/pela”, “pêlo/pelo”, “pólo/polo”, “pêra/pera” e seus plurais não se utiliza mais o acento que os diferenciava. Vamos a alguns exemplos práticos: Forma Antiga Nova Forma O guarda pára o carro. O guarda para o carro. As geleiras do pólo Norte. As geleiras do polo Norte. Um cão de pêlos castanhos. Um cão de pelos castanhos. Na cesta havia muitas pêras. Na cesta havia muitas peras. O açougueiro péla o porco. O açougueiro pela o porco. Exceções O acento diferencial deve ser utilizado para distinguir pôde (forma do passado do verbo poder na terceira pessoa) de pode (forma do presente do indicativo na terceira pessoa do singular). Exemplo: O chanceler não pôde comparecer à reunião na terça- feira, mas amanhã ele pode. 18 O acento diferencial permanece também em pôr (verbo) e por preposição. Exemplo: Posso pôr nessa exposição uma obra feita por mim? Também é mantido o acento diferencial entre o singular e o plural dos verbos “ter” e “vir”, bem como dos seus derivados “manter”, “deter”, “reter”, “conter”, “convir”, “intervir”, “advir”. Exemplos: O executivo tem dois ternos/ Os executivos têm dois ternos. O ônibus vem de Minas Gerais/ Os ônibus vêm de Minas Gerais O juiz mantém a sentença/ Os juízes mantêm as sentenças. O lucro convém ao empresário/ Os lucros convêm aos empresários. A secretária detém a agenda/ As secretárias detêm as agendas. O policial detém o infrator/ Os policiais detêm os infratores. O promotor intervém na audiência/ Os promotores intervêm nas audiências. A cesta contém maçã/ As cestas contêm maçãs. A doença advém do cigarro/ As doenças advêm do cigarro. Nas palavras “forma” (modo, jeito, formação) e “fôrma” (recipiente, molde) o uso do acento circunflexo para diferenciar uma de outra é facultativo. Quando as duas palavras aparecem na mesma frase, é recomendável acentuar “fôrma”, como neste caso: “Vamos colocar o pão na fôrma dessa forma”. No caso dos verbos terminados em “guar”, “quar”, “quir” (averiguar, apaziguar, obliquar, aguar, enxaguar, desaguar, delinquir), a pronúncia é dupla para as conjugações na primeira, segunda e terceira pessoas do singular (EU, TU, ELE) e na terceira pessoa do plural (ELES). PRIMEIRA PRONÚNCIA – No caso das paroxítonas terminadas em ditongo crescente, é mantida a mesma pronúncia de água: “eu enxáguo”, “tu enxáguas”, “ele enxágua”, “eles enxáguam”, “que eu apazigue”, “que tu apazigues”, “que ele apazigue”, “que eles apaziguem”. SEGUNDA PRONÚNCIA – No caso de hiato entre “u” e a vogal seguinte, não leva acento e a pronúncia é igual a “atenuo”, “apaziguo”: 19 Eu enxaguo (gu-o) a roupa. Tu enxaguas (gu-as) a roupa. Ele enxagua (gu-a) a roupa. Eles enxaguam (gu-am) a roupa. Eles esperam que eu apazigue (gu-e) os ânimos. Eles esperam que tu apazigues (gu-es) os ânimos. Eu espero que ele apazigue (gu-e) os ânimos. Esperamos que eles apaziguem (gu-em) os ânimos. A grafia dos verbos “arguir” (argumentar, questionar) e “redarguir” (argumentar, responder) sofreram grandes mudanças com a reforma ortográfica. Eles agora são pronunciados como qualquer verbo terminado em “uir”, como atribuir, distribuir, possuir, distribuir, contribuir. 2.4 - O acento circunflexo Representado pelo sinal gráfico a seguir entre colchetes [^], o acento circunflexo é empregado para assinalar as vogais tônicas fechadas “e” e “o”, bem como para indicar a acentuação tônica de “a” sempre que esta preceder “m” e “n”, como nas palavras “têxtil”, “antônimo”, “manicômio”, “câmara”, “lâmpada”, “cântico”, “pântano”, por exemplo. O acento circunflexo é utilizado nos verbos “ter” e seus derivados “conter”, “deter”, “reter”, “obter”, “abster”; “vir” e seus derivados “provir” na terceira pessoa do plural no presente do modo indicativo. O uso do acento serve para distinguir esses verbos quando conjugados na terceira pessoa do singular do presente do modo indicativo. Para melhor compreensão, relacionamos a diferenciação entre as duas conjugações: Plural Singular Ele tem Eles têm Ele contém Eles contêm 20 Ele detém Eles detêm Ele retém Eles retêm Ele obtém Eles obtêm Ele se abstém Eles se abstêm Ele vem Eles vêm Ele provém Eles provêm Como já estudamos no subcapítulo 2.3 deste livro, quando da abordagem sobre o acento diferencial, o acento circunflexo também é empregado para fazer a distinção entre o verbo “pôr” e a preposição “por”, entre o verbo “poder” na terceira pessoa do presente do indicativo (pode) e na terceira pessoa do pretérito perfeito do indicativo (pôde).O Acordo Ortográfico suprimiu o acento circunflexo das palavras terminadas em eem, oo e oos. Forma Antiga Nova Forma abençôo abençoo creem (verbo crer) creem deem (verbo dar) deem doo (verbo doar) doo enjôo enjoo lêem leem magôo magoo perdôo perdoo povôo povoo vêem veem vôos voos zôo zoo 21 2.5 - O acento agudo Com a reforma ortográfica, houve alterações nas regras de acentuação, como a retirada do acento agudo das palavras paroxítonas com ditongos abertos “éi”, “ói”. Portanto, lembre-se: nas palavras paroxítonas não utilizamos mais o acento no “i” e no “u” tônicos que apareçam depois de um ditongo decrescente como mostram os exemplos a seguir: Forma Antiga Nova Forma baiúca baiuca bocaiúva bocaiuva feiúra feiura Todavia, permanece o acento nas palavras oxítonas em que “e”, “o”, “i”, “u” aparecerem no final ou seguidos de “s”, como em tuiuiú, tuiuiús, Piauí. Também são acentuadas as palavras em que o “i” e o “u” vierem depois de ditongo crescente como em “Guaíba”. Ditongos abertos Muita gente ainda estranha a nova regra ou mesmo a ignora ao continuar escrevendo as palavras “ideia” ou “assembleia” com acento. A resistência é natural, já que a pronúncias dessas palavras induz à acentuação. No entanto, devemos ter bem claro que a Reforma Ortográfica baniu o acento dos ditongos abertos “ei” e “oi” das paroxítonas, aquelas palavras que têm a ênfase na penúltima sílaba. Assim, é necessário assimilar essa regra na prática e ficar atento na hora de escrever. Vamos a alguns exemplos: Forma Antiga Nova Forma (com acento) (sem acento) apóio apoio assembléia assembleia 22 bóia boia coréia coreia estréia estreia européia europeia idéia ideia jibóia jiboia jóia joia platéia plateia paranóia paranoia • A regra não se aplica a palavras com ditongos como “herói”, “papéis”, “troféu”, que têm ênfase na última sílaba e, portanto, seguem sendo acentuadas. 2.6 - Trema O trema foi abolido da Língua Portuguesa com a reforma ortográfica, permanecendo somente nos nomes próprios. O trema, sinal gráfico representado por [¨] consiste em um sinal diacrítico (ou seja, que distingue) utilizado em diversas línguas para mudar som de uma vogal ou para demonstrar a independência de uma vogal posicionada após outra vogal. Como ressaltamos, exceto nos nomes próprios como Müller, Füller, o trema desaparece da grafia em português nos grupos “gue”, “gui”, “que” “qui”, sendo que a pronúncia do “u” nesses casos permanece. Confira os exemplos: Forma Antiga Nova Forma (com trema) (sem trema) argüir arguir bilíngüe bilíngue conseqüência consequência delinqüente delinquente freqüência frequência lingüiça linguiça qüinqüênio quinquênio 23 sagüi sagui seqüência sequência sequestro sequestro tranqüilo tranquilo ungüento unguento 24 Capítulo 3 - Hífen 3.1 - Conceitos O hífen é um sinal de pontuação utilizado para estabelecer a ligação entre palavras compostas e para unir os pronomes átonos aos verbos, bem como demarcar a separação das sílabas de uma palavra no final de uma linha do texto. A Reforma Ortográfica instituiu muitas alterações no emprego do hífen na Língua Portuguesa, criando um adicional de dificuldade nas regras de hifenização que já eram absurdamente numerosas e complexas do idioma. As exceções, incoerências, omissões e exageros nesse caso, portanto, foram potencializadas pelo Acordo Ortográfico. Assim, mais do que nunca, é importante estar sempre com um dicionário, um manual de redação, uma gramática ou um guia ortográfico à mão para checar se estamos escrevendo certo determinadas palavras. Como a Reforma Ortográfica é irreversível, não adianta reclamar. Portanto, vamos esclarecer nos subcapítulos seguintes o que muda na hifenação de palavras com a reforma. 3.2 - Novas regras de hifenação A Reforma Ortográfica introduziu profundas alterações nas regras de utilização do hífen na Língua Portuguesa. As novas regras serão resumidas neste subcapítulo e detalhadas no subcapítulo seguinte para melhor compreensão, sempre recorrendo a exemplos práticos e a comparação entre a forma antiga e a nova forma de hifenação. a. O hífen deixa de existir entre prefixos terminados em vogal seguidos de palavras que iniciam com “r” ou “s”. Sempre que isso ocorrer, essas letras devem ser duplicadas. 25 Exemplos de palavras escritas na forma antiga, com hífen: ante-sala, auto- retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-rival, auto-regulamentado, auto-sugestão, contra- senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, infra-som, supra-renal. Com a grafia correta após a reforma ortográfica: antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirrival, autorregulamentado, autossugestão, contrassenso, contrarregra, contrassenha, extrarregimento, infrassom, suprarrenal. b. Utiliza-se o hífen sempre que o prefixo terminar com uma vogal e a palavra seguinte começar com essa mesma vogal. Exemplos de palavras escritas na forma antiga, sem hífen: antiibérico, antiimperialista, arquiinimigo, microondas, microônibus. Com a grafia correta após a reforma ortográfica: anti-ibérico, anti- imperialista, arqui-inimigo, micro-ondas, micro-ônibus. c. Quando o prefixo terminar com uma vogal diferente da vogal inicial da segunda palavra não é necessário empregar o hífen. Exemplos de palavras escritas na forma antiga, com hífen: auto-ajuda, co- autor, contra-indicação, extra-escolar, infra-estrutura, intra-uterino, neo-expressionista, semi-aberto. Com a grafia correta após a reforma ortográfica: autoajuda, coautor, contraexemplo, contraindicação, extraescolar, intrauterino, neoexpressionista, semiaberto. d. Utiliza-se o hífen quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com h, como anti-herói, supra-humano, semi-híbrido, etc. 26 3.3 - Palavras compostas Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação como porta-estandarte, sexta-feira, boa-vontade, mesa-redonda, porta-malas, porta-joias. As exceções são as palavras que não preservaram a ideia de composição, nas quais não se usa o hífen. É o caso de girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas. No entanto, devemos manter o hífen nas palavras compostas que tenham termos iguais ou semelhantes e nas quais não existe ligação, como reco-reco, blá-blá-blá, zum- zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre. Assim, se existe termo de ligação, não é necessário utilizar o hífen. Veja os exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra. Entram nessa regra ainda os compostos de base oracional, como “maria vai com as outras”, “leva e traz”, “diz que diz que”, “deus me livre”, “deus nos acuda”, “cor de burro quando foge”, “bicho de sete cabeças”, “faz de conta”. Mas atenção: há exceções como “água-de-colônia”, “arco-da-velha”, “cor-de- rosa”, “mais-que-perfeito”, “pé-de-meia”, “ao deus-dará”, “à queima-roupa”. Sempre que houver apóstrofo em um dos elementos da palavra composta, o hífen deve ser mantido, como, por exemplo, “mãe-d’água”, “pai-d’água”. As palavras compostasque se originam dos nomes próprios de lugares, que tenham ou não elementos de ligação, devem ser hifenados, como mostram os exemplos: África do Sul sul-africano Belo Horizonte belo-horizontino Mato Grosso do Sul mato-grossense-do-sul Porto Alegre porto-alegrense Rio Grande do Norte rio-grandense-do-norte Também levam hífen as palavras compostas utilizadas para designar espécies de animais ou de plantas, flores, frutos, raízes ou sementes, com ou sem elementos de 27 ligação: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado,andorinha-da- serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do- campo, cravo-da-índia. Todavia, essas palavras compostas que designam espécies de animais e plantas, quando empregadas em outro sentido, devem ser hifenadas, como nos exemplos a seguir: Leva hífen o nome da planta ornamental denominada bico-de-papagaio, mas a deformação das vértebras denominada bico de papagaio é grafada sem hífen. A espécie de peixe olho-de-boi é com hífen, mas o selo postal olho de boi não. 3.4 - Prefixos A seguir, vamos relacionar as regras referentes ao emprego do hífen nas palavras formadas pelos prefixos como “anti”, “super”, “ultra”, “sub”, entre outros; e também por palavras que fazem a função de prefixos, como “aero”, “agro”, “auto”, “eletro”, “geo”, “hidro”, “macro”, “micro”, “mini”, “multi”, “neo”. Nas palavras iniciadas por “h” e precedidas por prefixos, utiliza-se o hífen, como nos seguintes exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto- -história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano. Também usa-se hífen se a última letra do prefixo for igual à primeira letra da palavra: micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional. Se a letra final do prefixo for diferente da letra inicial da outra palavra, não vai hífen, como, por exemplo, em: autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo. No caso de prefixo terminado por vogal e a segunda palavra iniciada por “r” ou “s”, a vogal final do prefixo deve ser duplicada: minissaia, antirracismo, ultrassom, semirreta. As exceções a essa regra são os prefixos “sub” e “sob”. Nos casos em que esses prefixos estiverem diante de uma palavra iniciada com “r” deve-se utilizar hífen: sub- região, sub-reitor, sub-regional, sob-roda. Nos casos dos prefixos “circum” e “pan”, vai hífen quando a palavra seguinte começa com “m”, “n” e “vogal”: circum-murado, circum-navegação, pan-americano. Também usamos hífen com os prefixos “ex”, “sem”, “além”, “aquém”, “recém”, “pós”, 28 “pré”, “pró”, “vice”. Observe os exemplos: além-mar, ex-aluno, pós-graduado, pré- história, pró-africano, recém-nascido, sem-teto, vice-reinado. Já o prefixo “co” deve ser unido à palavra seguinte mesmo quando esta começa com “o” ou “h”. No caso do “h”, este deve ser suprimido. Quando o prefixo “co” estiver antes de palavra iniciada por “r” ou “s”, estas letras devem ser duplicadas. Observe os exemplos: coopção, coeditar, coinventor, coautor, corréu (cúmplice do réu), corresponsável. Suprima o hífen no caso dos prefixos “pré” e “re”, mesmo que a palavra seguinte comece por “e”: preexistente, reescrever, reedição. Quando os prefixos forem “ab”, “ob” ou “ad” e a palavra seguinte começar com “b”, “d” ou “r”, use hífen: ab-rogar, ob-rogar, ad-digital. Lembre-se ainda que não devemos usar hífen em palavras formadas por “não” ou “quase”, como em “pacto de não invasão” e “quase infração”. Coloque hífen quando “mal” vier antes de palavra iniciada por vogal, “h” ou “l”, como, por exemplo, em “mal-entendido”, “mal-estar”, “mal-humorado”, “mal-limpo”. Para “mal” significando doença, use hífen quando não houver elemento de ligação como o nome popular da sífilis, “mal-francês”. Quando existir elemento de ligação, escreva sem hífen: “mal de Parkinson”, “mal do pântano”, “mal de sete dias”. Todos os sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim: capim-açu”, “moji-guaçu”, “moji-mirim”. Também emprega-se o hífen nos casos de junção de duas ou mais palavras para formar encadeamentos vocabulares ao invés de vocábulos, como nas denominações de pontes e estradas: Tabaí-Canoas, Rio-São Paulo, Rio-Niterói, Norte-Sul. 29 Encerramento Ao concluirmos o presente livro, desejamos a você um excelente aproveitamento dos conteúdos sobre a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa. Esperamos que os conceitos desenvolvidos ao longo desse trabalho proporcionem a você uma base para uma melhor compreensão das novas regras ortográficas com vistas ao aprimoramento do seu domínio do idioma e das suas habilidades de escrever corretamente. Para finalizar, gostaríamos de ressaltar a importância do aprimoramento constante em relação às regras gramaticais, desejando que o presente trabalho o estimule ao estudo, à pesquisa e à prática da leitura e da escrita para o seu sucesso pessoal e profissional. Até breve e boa sorte. 30 Glossário A Abreviatura: forma como se representa uma palavra, de acordo com normas, grafando apenas algumas de suas letras. Ex.: ed. (editor), Cia. (Companhia), Sr. (Senhor), Ilmo. (Ilustríssimo). Acepção: significados de uma palavra. Adjetivo: qualidade, característica, estado ou modo do sujeito em uma frase: em “Milton é inteligente”, o adjetivo é “inteligente”. Adotada: assumida, colocada em uso, utilizada, incorporada. Advérbio: palavra que modifica a intensidade de um verbo, de um adjetivo ou de outro advérbio dotando-os de determinadas circunstâncias de tempo, de modo, de intensidade, de lugar. Exemplos: Em “Andarei rápido para não perder a consulta”, o advérbio “rápido” muda a intensidade do verbo “andar”; em “O consultório ficava longe demais”, o advérbio “bem” modifica a intensidade do adjetivo “longe” e; em “O consultório ficava muito longe”, o advérbio “muito” aumenta a intensidade do advérbio “longe”. Ambiguidade: de sentido duplo, que dá margem para mais de uma interpretação. C Coerência: sentido, veracidade, aquilo que é plausível, não contraditório, encadeamento. Coesão: união, ligação entre os elementos de um texto. 31 E Etimologia: o estudo da origem das palavras pela Gramática. F Flexões: são as alterações na forma de pronunciar as palavras para expressar variação de gênero, número, modo, tempo e pessoa. G Gerúndio: uma das forma nominal do verbo, terminada pelo sufixo “ndo”: andando, caminhando, surfando, correndo. H Hífen: traço de união usado para separar elementos de palavras compostas: couve-flor, guarda-chuva, pró-reitor. Hipérbole: é uma figura de linguagem caracterizada pelo exagero, como em “Havia um mar de carros na avenida.”, “Escrevi uma montanha de textos.”, “Ele morreu de rir”. Homófonas: palavras que têm a mesma pronúncia, mas têm significados diferentes, como “senso” (juízo) e “censo” (coleta de estatísticas). Homógrafas: palavras que são escritas de forma idêntica mas têm significados distintos como “terno” (roupa), “terno” (dotado de ternura). I 32 Indicativo: que indica; em uma frase, é o modo verbal que indica a efetividade de uma ação: “Eu fui ao banco”. Infinitivo: é a forma nominal do verbo sem a conjugação, como “ir”, “correr”, “cantar”, “voar”. Interjeição: palavra, som vocal ou grito que expressa emoção ou reação emotiva, como “Ai”, “Ôba”, “Viva”.L Locução Adjetiva: duas ou mais palavras que equivalem a um adjetivo. Locução Adverbial: duas ou mais palavras que equivalem a um advérbio. Locução Conjuntiva: duas ou mais palavras que equivalem a uma conjunção. Locução Pronominal: duas ou mais palavras que equivalem a um pronome, como “cada um”, “todos aqueles”, “cada qual”. Locução Verbal: expressão composta de duas ou mais formas verbais, que equivale a um verbo, como em “Estava com muito sono”. Lusófonos: países que adotam a Língua Portuguesa como idioma oficial. P Prefixo: na Ortografia, trata-se do afixo colocado antes do radical formando uma nova palavra. Na palavra “subentendido”, o prefixo “sub” foi colocado antes do radical 33 “desenvolvido”, formando uma palavra, que significa “não desenvolvido na sua totalidade” ou “parcialmente desenvolvido”. Preposição: é o conectivo que determina a subordinação de uma palavra a outra, como “aula de inglês”, “caixa de madeira”, “casa de máquinas”. S Sílaba Subtônica: é a sílaba de tonalidade secundária em uma palavra, localizada depois da sílaba tônica (de maior intensidade). Ex.: Em “casinha”, a sílaba subtônica é “te”. Sinônimos: palavras de mesmo significado ou de significado semelhante: habitação/casa; rua/estrada; teclar/digitar. Síntese: resumo. Subjuntivo: modo verbal que indica algo incerto, desejável ou provável: “Espero que a nova presidente tenha sucesso em sua gestão”. Sufixo: é o afixo colocado após o radical para formar uma nova palavra: Ex.: Em “transportar”, o sufixo “ar” transforma a palavra “transporte” em uma nova palavra. T Tônico: acento que deixa a sílaba com pronúncia mais intensa, com mais força, tornando-a uma sílaba tônica é aquela sobre a qual recai o acento tônico. A sílaba tônica não é necessariamente acentuada, mas aquela pronunciada de forma mais intensa. Topônimos: nomes próprios que designam localidade, cidades, bairros, estados, países. 34 V Vocativo: é um termo acessório na oração para expressar um apelo ou chamado. Ex.: “Ei, onde coloco essas caixas?”, “Ana, você fez o exercício?” 35 Exercícios 1) O objetivo da Reforma Ortográfica é unificar as duas ortografias oficiais da Língua Portuguesa existentes em que países? a. África do Sul, Brasil e Portugal. b. Portugal, Angola, Timor Leste e Brasil. c. Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. d. Brasil e Portugal. 2) A Reforma Ortográfica introduziu mudanças na Língua Portuguesa, tais como: a. A grafia das palavras compostas, dos hiatos, ditongos e tritongos. b. Extinção do trema e do acento circunflexo para verbos no plural como têem, por exemplo, inclusão das letras “k”, “w” e “y” no alfabeto e novas regras de hifenação. c. A extinção do hífen nas palavras compostas e nos topônimos. d. Extinção do acento agudo, do trema e do hífen. 3) Das sequências de palavras a seguir, qual alternativa está de acordo com as novas regras ortográficas? a. Assembléia, sub-desenvolvido, mini-saia, infra-estrutura. b. Idéia, Sulafricano, mini-auditório, povoo. c. Crêem, feiúra, consequência, malentendido. 36 d. Coreia, antessala, micro-ondas, coautor. 4) A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), abrangida pela reforma ortográfica é composta por: a. Brasil, Portugal, Cabo Verde e África do Sul b. Brasil e Portugal. c. Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. d. Nenhuma alternativa correta. 5) Sobre as novas regras de hifenação, qual das alternativas a seguir está correta? a. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação como porta-estandarte, sexta-feira, boa-vontade, mesa-redonda, porta-malas, porta-joias b. Não devemos manter o hífen nas palavras compostas que tenham termos iguais ou semelhantes e nas quais não existe ligação, como tecoteco, blábláblá. c. Usa-se o hífen nas palavras compostas que tenham termo de ligação como em pé-de-moleque, pai-de-todos, dia-a-dia, fim-de-semana. d. Usa-se o hífen nas palavras compostas quando o prefixo terminar com uma vogal diferente da vogal inicial da segunda palavra como em auto-ajuda, co- autor, contra-indicação, extra-escolar. 6) Sobre as mudanças em relação ao trema podemos afirmar que: a. Continuamos a usar o trema em proparoxítonas como “delinqüente”. 37 b. O trema foi abolido somente dos nomes próprios. c. Foram mudadas apenas algumas regras para o uso dessa forma de acentuação. d. Com exceção dos nomes próprios, o trema foi totalmente abolido da Língua Portuguesa. 7) A Reforma Ortográfica baniu o acento agudo: a. das palavras compostas. b. das proparoxítonas terminadas em ditongos fechados. c. dos ditongos abertos “ei” e “oi” das paroxítonas. d. Nenhuma alternativa está correta. 8) Assinale a alternativa que corresponde à grafia correta quanto ao acento diferencial entre o singular e o plural dos verbos “ter” e “vir” e seus derivados: a. O presidente tem dois carros/ Os presidentes têm dois carros. b. O trem vem do Leste/ Os trens vem do Leste. c. O árbitro mantém a decisão/ Os árbitros manteem as sentenças. d. O superfaturamento convém ao empreiteiro/ Os superfaturamentos convêem aos empreiteiros. 9) Assinale V para Verdadeiro e F para Falso: a. As novas regras ortográficas são obrigatórias desde 2009. b. As novas regras ortográficas serão obrigatórias a partir de 2013. c. As novas regras ortográficas são facultativas. 38 d. As novas regras ortográficas exigem mais qualificação docente e alteram o processo de ensino-aprendizagem. 10) Assinale a frase que está de acordo com a reforma ortográfica no que se refere aos homógrafos: a. O guarda para o carro ao ver um cesto cheio de peras. b. O urso do Pólo Norte tem pêlos brancos. c. O caçador péla a raposa. d. Nenhuma alternativa correta. 39 Referências Bibliográficas - Site bolsa de mulher. Disponível em: < http://www.bolsademulher.com/investimentos/reuniao-de-negocios-2713.html > . Acesso em 21 de junho de 2010. - Site pré-menino. Disponível em: < http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/tabid/77/ ConteudoId/4a9b2901-efec-4f6a-b503-5e6812bed209/Default.aspx >. Acesso em 21 de junho de 2010. - Site Web Artigos. Disponível em: < http://www.webartigos.com/articles/22219/1/Situacoes-Dificeis-em-Reunioes-de- Trabalho/pagina1.html>. Acesso em 21 de junho de 2010. - Site Web Estudantes. Disponível em: < http://www.webestudante.com.br/we/index.php?option=com_content&view=article&id =424:reuniao&catid=86:gestao-educacional&Itemid=117 >. Acesso em 22 de junho de 2010. - Site O portal da Administração. Disponível em: < http://www.administradores.com.br>. Acesso em 22 de junho de 2010. - Blog Flavio Pereira. Disponível em: < http://www.blogflaviopereira.com.br/carreira-e- corporacoes/reuniao-eficaz/>. Acesso em 22 de junho de 2010. 40 - Site Unibanco. Disponível em: < http://www.unibancoaig.com.br/arq/hot_site/mulher2008/carreira-financeira13.html>. Acesso em 23 de junho de 2010. - Site ICET. Disponívelem: < http://www.icet.com.br/oratoria.html>. Acesso em 23 de junho de 2010. - Blog dicas de uma boa reunião. Disponível em: < http://estou- sem.blogspot.com/2008/01/regras-bsicas-para-uma-reunio-by-max.html >. Acesso em 26 de junho de 2010. - Site tudo Box. Disponível em: < http://www.tudobox.com/346/como_fazer_uma_reuniao_se_sair_bem.html>. 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