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Apostila nova ortografia da língua portuguesa

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Sumário 
 
Introdução.....................................................................................................................1 
Capítulo 1 - Reforma Ortográfica..................................................................................2 
1.1 - Conceitos ..........................................................................................................2 
1.2 - Impacto na aprendizagem..................................................................................4 
1.3 - Reforma Ortográfica .........................................................................................6 
1.4 - Acordos Ortográficos ........................................................................................7 
1.5 - Alfabeto .......................................................................................................... 13 
Capítulo 2 - Acentuação.............................................................................................. 14 
2.1 - Conceitos ........................................................................................................ 14 
2.2 - Novas regras de acentuação............................................................................. 17 
2.3 - O acento diferencial ........................................................................................ 17 
2.4 - O acento circunflexo ....................................................................................... 19 
2.5 - O acento agudo ............................................................................................... 21 
2.6 - Trema ............................................................................................................. 22 
Capítulo 3 - Hífen ....................................................................................................... 24 
3.1 - Conceitos ........................................................................................................ 24 
3.2 - Novas regras de hifenação............................................................................... 24 
3.3 - Palavras compostas ......................................................................................... 26 
3.4 - Prefixos........................................................................................................... 27 
Encerramento.............................................................................................................. 29 
Glossário..................................................................................................................... 30 
Exercícios ................................................................................................................... 35 
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 39 
Resolução dos Exercícios............................................................................................ 42 
 
 
1
 
Introdução 
Neste livro iremos analisar 
detalhadamente o acordo ortográfico firmado 
pela Comunidade dos Países de Língua 
Portuguesa (CPLP) que impôs mudanças na 
grafia e no alfabeto da Língua Portuguesa no 
Brasil. 
O acordo ortográfico objetiva a 
unificação da Língua Portuguesa adotada no 
Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e 
Príncipe e Timor Leste. No Brasil, as novas regras foram adotadas desde 2009, embora 
o prazo final para que a reforma ortográfica entre oficialmente em vigor seja o início de 
2013. 
Ao longo deste trabalho, iremos estudar a reforma ortográfica, seus conceitos, a 
perspectiva histórica das mudanças na Língua Portuguesa e os impactos que essas 
mudanças provocam na educação e no dia a dia da população. 
Amplamente ilustrado com exemplos práticos, o presente livro se propõe a 
esclarecer todas as dúvidas acerca das novas regras, oferecendo recursos para ampliar o 
aprendizado e concluindo com um guia prático que elenca a nova forma de escrever. 
Desejamos um excelente aproveitamento desse conteúdo para o seu 
aprimoramento pessoal e profissional, ressaltando que no mundo competitivo em que 
vivemos, com uma imensa oferta de informação e de ferramentas para a comunicação, 
escrever corretamente é um diferencial de grande importância. 
Assim, o objetivo desse trabalho é proporcionar a você o aprendizado no âmbito 
das novas regras ortográficas com vistas ao aprimoramento das suas habilidades com a 
Língua Portuguesa. 
 
 
 
 
 
 
2
 
Capítulo 1 - Reforma Ortográfica 
No dia 29 de setembro de 2008 foi assinado pela Presidência da República o 
decreto redigido pelo Ministério da Educação que estabeleceu os prazos para a 
implantação do acordo ortográfico no Brasil. 
As mudanças na ortografia começaram a valer em 1º de janeiro daquele ano, 
ainda sem caráter obrigatório, pois o acordo prevê uma transição de quatro anos. 
Dessa forma, até 31 de dezembro de 2012, as duas formas, a anterior e a nova, 
serão aceitas nas provas escolares, vestibulares, concursos públicos e nos veículos de 
comunicação impressa do país. 
No entanto, os jornais e revistas, os livros e 
os documentos oficiais já passaram a adotar a nova 
grafia a partir da assinatura do decreto, com o 
objetivo de unificar a escrita. 
A proposta inicial era a adoção das 
mudanças já a partir do início do ano de 2012, mas o 
prazo foi adiado para o início de 2013 especialmente 
pela pressão das grandes editoras do país, que alegaram o alto custo de reedição e 
impressão das obras para ganhar mais tempo. 
Ainda no ano de 2010, todos os livros didáticos adquiridos pelo governo foram 
obrigados a ter a edição, segundo o acordo ortográfico. Como veremos no decorrer 
deste trabalho, esse é apenas um aspecto de grande impacto da reforma na Educação. 
1.1 - Conceitos 
As mudanças feitas na Língua Portuguesa pelo acordo ortográfico são 
relativamente pequenas, conforme afirmaram os próprios linguistas que o prepararam, 
Antônio Houaiss, pelo Brasil, e João Casteleiro, por Portugal. 
No Brasil, apenas 0,43% das palavras sofreram alguma mudança, enquanto que, 
em Portugal, 1,42% das palavras foram alteradas. A unificação refere-se somente à 
escrita, sendo preservadas as diferentes formas de pronúncia de acordo com cada país 
ou região. 
 
 
3
 
Para entendermos o sentido desse acordo, devemos considerar que o português é 
o quinto idioma mais falado em todo o mundo, sendo adotado por 210 milhões de 
pessoas. A proposta é unificar a escrita na comunidade lusófona para, com isso, 
fortalecer e universalizar a Língua Portuguesa. 
A comunidade lusófona é constituída por Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, 
Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. 
O acordo busca a integração intercontinental do português para a reafirmação da 
sua importância no mundo. Essa integração ficou comprometida com a existência de 
duas ortografias oficiais da Língua Portuguesa, a lusitana e a brasileira. Essa dicotomia 
remonta a 1911, quando o Brasil ficou de fora da primeira grande reforma ortográfica 
adotada em Portugal. 
A proposta original de reforma ortográfica nos países lusófonos foi apresentada 
no ano de 1990, mas ela só teve andamento seis anos depois, com a ratificação dos seus 
termos por, no mínimo, três países. No Brasil, o projeto já havia sido aprovado pelo 
Congressoem 1995 e, como já vimos, o decreto presidencial referente à sua 
implantação foi assinado em 2009. 
Agora vamos procurar entender um pouco mais sobre a reforma. 
O objetivo da reforma é unificar as duas ortografias oficiais existentes da Língua 
Portuguesa, a do Brasil e a de Portugal. A ortografia portuguesa é adotada como 
referência para o ensino da Língua Portuguesa em outros países. 
Seu vocabulário contém palavras escritas com consoantes mudas, como as 
Egipto e objecto, e há outras em que existem consoantes extras que entram na 
pronúncia, a exemplo de indemnizar e facto. 
No português de Portugal, as sílabas tônicas 
seguidas de m e n têm o som aberto, como acontece com 
a palavra econômico, que é escrita e pronunciada 
económico. 
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa 
(CPLP), abrangida pela reforma ortográfica é composta 
por oito países: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, 
Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e 
Timor Leste. 
 
 
4
 
A unificação da Língua Portuguesa é vista como uma oportunidade de inserção 
desses países na comunidade das nações desenvolvidas. Um exemplo são as publicações 
(livros, revistas, tratados, documentos didáticos e científicos) que não circulam 
internacionalmente porque dependem de tradução ou versão. 
Além do intercâmbio cultural, a adoção da ortografia-padrão possibilita a 
padronização do ensino do português em nível global. 
Esse é o terceiro acordo oficial aprovado pelos países lusófonos. A primeira foi 
em 1943 e a segunda foi em 1971. 
A segunda reforma, de 1971, eliminou o trema nos hiatos átonos, o acento 
circunflexo diferencial nas letras “e” e “o” da sílaba tônica dos termos homógrafos de 
significados diferentes, mas de grafia igual, e também extinguiu os acentos circunflexo 
e grave das palavras terminadas em “mente” e “z”. Assim, a grafia de “sómente” passou 
a ser “somente” e “bebêzinho”, ficou “bebezinho”. 
1.2 - Impacto na aprendizagem 
O tratado introduziu várias mudanças ortográficas que precisam ser assimiladas 
por todos até o final de 2012, pois em 2013 elas passam a ser obrigatórias nas redações 
de documentos, provas, concursos e meios de comunicação, com forte impacto na 
Educação. 
São mudanças como a extinção do trema 
e do acento circunflexo para verbos no plural 
como veem, por exemplo, e a inclusão das 
letras “k”, “w” e “y” no alfabeto português, 
entre outras regras que veremos no decorrer deste trabalho. 
Não iremos reproduzir aqui os argumentos levantados por aqueles que se 
posicionaram contra a reforma, mas é necessário esclarecer que ela não deixou a Língua 
Portuguesa mais complicada como querem alguns. 
Ao contrário, a reforma é simplificadora sob alguns aspectos, exceto, é verdade, 
em relação ao uso do hífen. Mas a Língua Portuguesa não mudou com a reforma, o que 
mudou foi a forma de escrever algumas palavras. 
Por outro lado, sob o aspecto da aprendizagem, as dificuldades dos alunos de 
todos os níveis no Brasil permanecem sendo em relação à construção de textos, ou seja, 
 
 
5
 
escrever com clareza, objetividade e de forma concisa, conseguir colocar no texto aquilo 
que realmente querem expressar. 
Os problemas ortográficos são graves, mas no entendimento de educadores e 
especialistas, eles se tornam secundários na medida em que podem ser de solução mais 
fácil do que os demais problemas da maioria dos alunos em relação à leitura e à escrita. 
Além disso, as novas regras alteram uma pequena parte da ortografia da Língua 
Portuguesa no Brasil, sendo, por isso, de fácil assimilação. Já em Portugal a reforma 
tem um impacto muito maior, pois atingiu grande parte da escrita e os portugueses terão 
bem mais trabalho para assimilar essas mudanças na comparação com os brasileiros. 
Todavia, é evidente o impacto das novas regras ortográficas no processo de 
ensino-aprendizado. A todas as dificuldades já enfrentadas pelos estudantes para 
assimilar o conjunto das regras gramaticais, a reforma acrescenta novos obstáculos. 
Agora é necessário rever o aprendizado em relação às regras que mudaram e se 
preparar para o momento em que somente será aceita a nova grafia nas provas e 
trabalhos escolares, vestibulares e concursos. A tendência é que o grau de dificuldade 
aumente assim que essa obrigatoriedade entrar em vigor. 
Para os professores, a reforma ortográfica impôs um adicional de qualificação 
para assimilar e poder ensinar os alunos de acordo com as novas regras gramaticais do 
acordo. 
Em todo o país, o magistério tanto do setor público quanto privado, iniciou 
programas de qualificação proporcionados pelo poder executivo e pelas instituições de 
ensino para dar conta das transformações, especialmente nas séries iniciais do Ensino 
Fundamental. 
O impacto também foi significativo na 
indústria editorial. Dados da Associação Brasileira das 
Editoras de Livros mostram que, a partir de 2009, 
todos os lançados já foram editados de acordo com a 
reforma ortográfica, especialmente os livros didáticos 
de Língua Portuguesa e os dicionários, e que os 
estoques anteriores à reforma foram simplesmente destruídos. 
Além disso, proliferaram os livros explicando as novas regras, o que aqueceu o 
mercado editorial desde a assinatura do decreto relativo à reforma ortográfica. 
 
 
6
 
1.3 - Reforma Ortográfica 
Antes de analisarmos a história dos acordos ortográficos da Língua Portuguesa, 
vamos investigar por que esses acordos são firmados. Realizar um acordo ortográfico 
envolvendo diversos países tem o objetivo de promover a Reforma Ortográfica com 
vistas à uniformidade de escrita de forma a preservar a integridade da língua. 
Muitos linguistas defendem a adoção da ortografia fonética, ou seja, que se 
reformem as línguas a ponto de não existirem mais diferenças entre a pronúncia e a 
escrita. 
Essa ideia ganha cada vez mais adeptos em relação à Língua Portuguesa sob o 
argumento de que se adote a escrita de acordo com a pronúncia das mais diversas 
regiões de um país ou conforme a cultura de cada país. 
A proposta, no entanto, também tem inúmeros opositores entre os especialistas, 
que consideram a escrita fonética viável apenas para línguas faladas por um número 
restrito de falantes e não para um idioma como o português, que tem uma grande 
abrangência geográfica e mais de 210 milhões de falantes ao redor do mundo. 
O argumento é que a uniformização da escrita e da pronúncia, no caso da Língua 
Portuguesa, seria impossível devido às variantes do idioma. 
Para entendermos melhor essa 
argumentação contra a escrita fonética, vamos 
considerar o exemplo da palavra “vinte”, cuja 
pronúncia pode variar de “bint” a “vint”, 
“vintchi”, “vinte” ou “vinti”, dependendo da 
região do Brasil, da África ou de Portugal. 
A ortografia da língua portuguesa 
estabelece uma proposta intermediária, fazendo com que a grafia das palavras não sejam 
totalmente fonéticas (a forma como são pronunciadas), mas sejam bem próximas disso. 
Assim, cada palavra poderá ser reconhecida pelos indivíduos alfabetizados desta 
língua, o que não inviabiliza que a sua escrita seja interpretada (pronunciada) de forma 
diferente de acordo com a cultura de cada região. 
Essa solução preserva ainda a origem das palavras (a marca etimológica) na 
escrita. Por isso é mantido o “h” na escrita da Língua Portuguesa para palavras como 
 
 
7
 
horta, hoje, homem. Na ortografia de Portugal, podemos identificar as consoantes 
mudas nas palavras facto, objecto, óptimo, adopção. 
1.4 - Acordos Ortográficos 
Histórico 
 
A Língua Portuguesa difere em grande parte do grupo de línguas europeias. O 
Espanhol, por exemplo, foi codificado gráfica e gramaticalmente no final do século 19 
por Antonio de Nebrija e o Italiano ganhou a forma gráfica definitiva entre os séculos 
12e 18. 
Já o português sofreu, até o início do século 20, diversas grafias, dependendo de 
cada país ou região que o adota como língua oficial, sendo regrado pelos princípios da 
etimologia. 
Essa história da Língua Portuguesa é dividida em três grandes fases, conforme o 
filólogo Giuseppe Tavani: a Ortografia Fonética, a Ortografia Etimológica e a fase das 
Reformas Ortográficas, como veremos a seguir. 
 
Ortografia Fonética 
 
O primeiro período, compreendido entre os séculos 13 e 16, de forma geral, se 
caracteriza pela escrita de acordo com a pronúncia. As tradições gráficas dessa então 
jovem língua vernácula começam a surgir no século 13. 
Em 1214, no testamento de Afonso II, aparece a grafia de “ch” para expressar a 
consoante fricativa, representada por [tȓ], nas palavras “tchama” (chama) e “Santcho” 
(Sancho). Essa estranha consoante, que adota a letra “t” para se diferenciar de [ȓ], que 
expressa “x”. 
O “ch” tem origem no Francês e já aparecia em textos de Castela. Outra 
curiosidade é a nasal palatal, representada pela grafia [Ȃ], e a lateral palatal [λ], que 
somente depois de 1250 começam a ser substituídas pelas grafias provençais “nh” e 
“lh”. 
 
 
8
 
A ortografia arcaica da Língua Portuguesa, no 
entanto, estava longe de ser um consenso, pois 
apareciam muitas discordâncias entre os mais diversos 
escribas, o que fazia com que um mesmo som fosse 
representado de formas diferentes, ainda que sob uma 
forma gráfica padrão. Era comum escrever-se “gerra” 
para expressar “guerra”, “ningem” para “ninguém”, 
“antígua” para “antiga”, etc. 
Assim também o emprego do “i”, “y” e “j” não encontra consenso entre os 
escribas, que ora escreviam “oye”, ora “hoje”, e mesmo “ljuro” para “livro”; ou ainda o 
“til”, o “m” e o “n”, que podiam aparecer em “ãno”, “año” ou “anno” quando queriam 
escrever “ano”, “camĩho” para “caminho”, “cimco”, “grãde (grande), “tẽpo” (tempo). 
A utilização do “til” como “m” na forma intervocálica é atribuída à necessidade 
de utilizar menos espaço para a escrita. O “h” também era muito usado após consoantes 
em alguns casos com o valor de “i”, a exemplo de “tiha” para expressar “tinha”, bem 
como o uso de vogais duplicadas, ou as consoantes sem valor em “fecto” (feito), “dicto” 
(dito), por influência do Latim. 
Os linguistas modernos são unânimes a respeito da falta de unanimidade dos 
escribas arcaicos, que identificam incoerências, falta de critério e mesmo questões de 
vaidade nas formas de grafias variadas. No entanto, a grafia do galego-português 
medieval é considerada a mais fonética e regular do que o português adotado nos 
séculos seguintes. 
 
Ortografia Etimológica 
 
A Ortografia Etimológica vai do Renascimento até a modernidade. O surgimento 
dos textos humanísticos no século 16 estimula o uso de grafias etimológicas que buscam 
preservar as palavras vernáculas por meio de similares latinas ou gregas. Essas grafias 
são consideradas também falsas etimológicas, pois se algumas delas são legítimas, 
outras são frutos da imaginação dos seus escribas. 
 
 
9
 
As novas grafias recebem um grande impulso com o nascimento da tipografia e 
passam a ser correntes as formas de escrever que se utilizam de “ch” [k], “ph”, rh”, “th” 
e “y” para as palavras de origem grega. 
Assim, escrevia-se “archanjo”, “phrase”, “rhetorica”, “theatro”, “estylo” em 
abundância. Também predominam “ct”, “gm”, “gn”, “mn”, “mpt” nas de origem latina: 
“aucthor”, “fructo”, “assignatura”, “prompto”). 
Um exemplo de falsa etimologia é a grafia da palavra “tesoura”, que vira 
“thesoura” por suposta influência de “thesaurus”, o que é totalmente falso, uma vez que 
o étimo de tesoura é “tonsoria”. 
Essa ortografia foi teorizada a princípio por Duarte Nunes de Leão, na sua obra 
“Orthographia da lingoa portuguesa”, de 1576. No século XVIII, é ratificada pela obra 
de João de Morais Madureira Feijó, “Orthographia” ou “Arte de Escrever, e pronunciar 
com acerto a Lingua Portugueza”, de 1734. Este período representa o auge do 
movimento em favor da etimologia na ortografia portuguesa. 
A verdadeira motivação desses teóricos teria sido uma tentativa de diferenciar a 
Língua Portuguesa o máximo possível da espanhola, mesmo que para isso fossem 
reintroduzidas letras que já tinham sido extintas, bem como os sons que correspondiam 
a elas, como a reintrodução do “g” na pronúncia da palavra digno depois que a grafia e a 
pronúncia “dino” já estavam consolidadas. 
Há quem atribua a esse movimento o atraso na reforma do português. Isso 
porque, enquanto a “Academia Real das Sciencias de Lisboa” elegia a etimologia como 
máximo princípio ortográfico da Língua Portuguesa, a “Real Academia Espanhola” 
tratava de reformar a ortografia espanhola a partir de estruturas fonéticas com base na 
racionalidade. 
 
Reformas Ortográficas 
 
As bases de uma ortografia da Língua Portuguesa de forma simplificada para 
uso nas publicações oficiais e na Educação surgiu com a República em Portugal, em 
outubro de 1910. 
A tarefa foi delegada a uma comissão formada por Aniceto dos Reis Gonçalves 
Viana, Carolina Michaëlis, Cândido de Figueiredo, Adolfo Coelho, Leite de 
 
 
10
 
Vasconcelos, Gonçalves Guimarães, Ribeiro de Vasconcelos, Júlio Gonçalves Moreira, 
José Joaquim Nunes, Borges Grainha e Augusto Epifânio da Silva Dias. 
Assim, a primeira reforma ortográfica oficial da Língua Portuguesa foi 
oficializada em 1º de setembro de 1911. 
A Reforma Ortográfica de 1911 é 
considerada a mais impactante da história da Língua 
Portuguesa, pois modificou completamente a 
estrutura da língua escrita, fazendo com que desaparecessem muitas consoantes 
dobradas e os grupos ph, th, rh, por exemplo. A não ser pela uniformidade que impôs à 
escrita, essa reforma representou certo retrocesso à ortografia fonética adotada na Idade 
Média. 
Por isso, foi grande a resistência a essa nova ortografia em Portugal. A maior 
polêmica, no entanto, foi de parte dos brasileiros. Apesar da corrente existente no Brasil 
cada vez mais favorável à foneticista e partidária de uma simplificação ortográfica, o 
país ficou indiferente à reforma portuguesa. 
Essa neutralidade acabou reforçando as correntes tradicionalistas, contrárias à 
simplificação da língua. Assim, os dois países ficaram com ortografias completamente 
distintas. Portugal foi em frente com uma ortografia completamente reformada e o 
Brasil permaneceu com a arcaica ortografia pseudoetimológica. 
Somente em 1924 seria ensaiado um movimento na direção de uma 
padronização da Língua Portuguesa. A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia 
Brasileira de Letras passaram, nesse ano a buscar uma ortografia comum. 
Foi firmado um acordo preliminar no ano de 1931 para que os dois países 
convergissem para a ortografia portuguesa adotada em 1911. Iniciava-se assim o 
processo de unificação das ortografias de ambos os países. 
Como tudo que se relaciona com as reformas ortográficas, esse processo também 
foi marcado pela polêmica. Os vocabulários publicados em 1940 pela Academia das 
Ciências de Lisboa e em 1943 pela Academia Brasileira de Letras estavam repletas de 
divergências. 
Para aparar as arestas entre os dois países em relação à padronização da língua, 
foi realizada, ainda em 1943, em Lisboa, uma convenção ortográfica que originou o 
 
 
11
 
Acordo Ortográfico. Esse acordo seria adotado dois anos depois, em 1945, somente para 
os lusitanos. 
O acordo ganhou força de lei em Portugal, através de decreto publicado naquele 
mesmo ano. No Brasil, o acordo acabou não sendo ratificado pelo Congresso. Com isso, 
a Língua Portuguesa no Brasil seguiu sendo regulada pela ortografia do Formulário 
Ortográfico de 1943. 
A ortografia dos dois países sofreria uma aproximação mais concreta somente 
em 1971, com novo acordo firmadoentre Portugal e o Brasil. Esse acordo retirou os 
acentos gráficos que representavam 70% das divergências entre as ortografias oficiais 
dos dois países, nos homógrafos e nos vocábulos derivados com o sufixo “mente” ou 
iniciados pela letra “z”. 
Dois anos depois, em 1973, iniciaram as tratativas e, em 1975, as academias dos 
dois países firmaram novo acordo que, no entanto, acabou não sendo transformado em 
lei devido ao período de efervescência política em Portugal. 
Passou-se mais de uma década até que o governo brasileiro, por iniciativa do 
então presidente José Sarney, esboçasse uma tentativa de consolidar nova reforma 
ortográfica. 
Foi promovido um encontro dos sete países de Língua Portuguesa, no Rio de 
Janeiro, para a elaboração de um acordo ortográfico que não saiu do papel. Desta vez, a 
divergência se deu em relação à extinção do acento gráfico nas palavras proparoxítonas. 
Despertou a resistência de portugueses e brasileiros a proposta de eliminar a 
diferença gráfica de palavras como música/musica, fábrica/fabrica, análise/analise, 
cópia/copia e, a que provocou mais polêmica entre acadêmicos, linguistas e leigos: 
cágado/cagado. 
Felizmente para brasileiros e portugueses prevaleceu o bom senso em torno da 
necessidade de uma aproximação entre as ortografias oficiais da língua portuguesa 
lusitana/africana e brasileira. 
Assim, no início dos anos 90 foi realizada nova reunião, desta vez em Lisboa, 
para que fosse lavrado o Acordo Ortográfico de 1990. Ainda assim, esse acordo é 
considerado o extremamente moderado e conservador na comparação com a proposta de 
acordo de 1986. 
 
 
 
12
 
Reformas Ortográficas – Cronologia 
 
1911 – Primeira Reforma Ortográfica em Portugal, publicada no Diário do 
Governo, em 12 de setembro de 1911. 
 1931 – Primeiro Acordo Ortográfico por iniciativa da Academia Brasileira de 
Letras e aprovado pela Academia das Ciências de Lisboa, Portugal, publicado no Diário 
do Govêrno, em 25 de maio de 1931. 
 1945 – Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945 também conhecida 
como Acordo Ortográfico de 1945, adotado somente em Portugal, publicado como 
decreto 35.228 no Diário do Governo de 8 de dezembro de 1945. 
 1971 – Lei 5765 de 18 de dezembro, no Brasil, extinguiu o acento circunflexo 
na distinção dos homógrafos, responsável por 70% das divergências ortográficas com 
Portugal. Também retirou os acentos da sílaba subtônica nos vocábulos derivados com o 
sufixo “mente” ou iniciados pela letra “z”. 
 1973 – Decreto-Lei 32/73, de 6 de fevereiro, em Portugal, retirou os acentos da 
sílaba subtónica nos vocábulos derivados com o sufixo “mente” ou iniciados pela letra 
“z”, a exemplo do que fora adotado no Brasil pela Lei 5765. 
 1975 – Projeto de reforma ortográfica elaborado pela Academia das Ciências de 
Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras não é aprovado oficialmente. 
 1986 – Representantes dos então sete países de Língua Portuguesa aprovam no 
Rio de Janeiro as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 
1945, que haviam sido revistas em 1975 e depois ratificadas em 1986, mas que não 
haviam sido implantadas. 
 1990 – Reunião de países membros da CPLP em Lisboa propõe novo Acordo 
Ortográfico da Língua Portuguesa, previsto para vigorar em Janeiro de 1994. 
 1998 – Em Cabo Verde é assinado um Protocolo Modificativo ao Acordo 
Ortográfico da Língua Portuguesa que retirou do texto original a data para a sua entrada 
em vigor. 
 2004 – Em São Tomé e Príncipe é aprovado o Segundo Protocolo Modificativo 
ao Acordo Ortográfico, estabelecendo que a ratificação do acordo não precisa ser feita 
por todos os países, mas por apenas três. 
 
 
13
 
 2008 – Em 29 de setembro, o presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva 
assina o decreto que estabelece as mudanças da ortografia da Língua Portuguesa no 
Brasil a partir de 2009. As mudanças na ortografia passam a vigorar em 1º de janeiro 
daquele ano, ainda sem caráter obrigatório, pois o acordo prevê uma transição de quatro 
anos. Assim, as duas grafias, a anterior e a nova, serão aceitas até 31 de dezembro de 
2012. 
1.5 - Alfabeto 
Agora que já estudamos um pouco da história 
das reformas ortográficas, vamos nos ater às alterações 
que a reforma ortográfica atual faz na Língua 
Portuguesa. 
Vamos começar com o alfabeto que agora passa 
a ter 26 letras com a reintrodução das letras k, w e y. 
Na verdade, as letras k, w e y não tinham sido totalmente excluídas da Língua 
Portuguesa nem da maioria dos dicionários, pois são usadas em diversas situações na 
escrita, como veremos nos exemplos a seguir: 
• Na grafia dos símbolos das unidades de medida como quilômetro (km), 
quilograma (kg), watt (W). 
• Na grafia das palavras estrangeiras e palavras derivadas dessas já 
assimiladas pelos dicionários do português, como show, playboy, playground, kafkiano. 
• Nos nomes próprios como Wesley, Wiliam, Wilson, Yara, Yuri, Kleiton. 
Com a reforma ortográfica, o alfabeto completo da Língua Portuguesa passa a 
ser o seguinte: 
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z 
 
 
 
 
 
 
 
 
14
 
Capítulo 2 - Acentuação 
2.1 - Conceitos 
 
Antes de abordar as novas regras de 
acentuação estabelecidas pela Reforma Ortográfica, 
vamos abordar os princípios da Acentuação. 
A Acentuação consiste nos sinais gráficos 
colocados sobre determinadas letras na grafia de uma 
palavra para diferenciar a sua entonação e que 
compreende um dos requisitos das regras da 
Gramática Normativa. 
A Acentuação Tônica indica a intensidade com que devem ser pronunciadas as 
sílabas da palavra escrita. A sílaba pronunciada de maneira mais intensa, acentuada ou 
não, é a Sílaba Tônica. As outras sílabas são têm menos ênfase na pronúncia. São as 
Sílabas Átonas. 
Levando-se em consideração a tonicidade, as palavras são classificadas como: 
Oxítonas – São as palavras que têm a tonicidade, ou seja, a intensidade da 
pronúncia, sobre a última sílaba, como em balé, pimentão, cará, atum, tatu, babel. 
As oxítonas terminadas em “i” ou “u” não são acentuadas, a menos que se trate 
de um caso de hiato, como em “baú”, “saí”, “caí”. Observe que “i” e “u” estão tônicas 
nestas palavras e por isso são acentuadas. 
Paroxítonas – São as palavras que têm a tonicidade na penúltima sílaba, como 
em fútil, fênix, fácil, cheque, extrato, factível. 
As palavras paroxítonas são acentuadas sempre que terminadas em “l” (fácil, 
amável), “n” (abdômen, pólen), “r” (caráter, câncer), “x” (fênix, tórax), “ps” (fórceps, 
bíceps), “ã” e “ãs” (imã, imãs, órfã, órfãs), “ão” e “aos” (órfão, órfãos, bênção), “i” e 
“is” (táxi, táxis, lápis, risólis, grátis), “on” e “nos” (próton, prótons, náilon, cânion, 
cânions), “um” e “uns” (álbum, fórum, álbuns, fóruns, elétrons), “us” (tônus, bônus, 
vírus). 
 
 
15
 
Acentuamos ainda as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes. Lembre-se 
que o ditongo crescente é a junção de uma semivogal com uma vogal. Na palavras 
paroxítonas terminadas em ditongo a seguir, para melhor entendimento, assinalamos o 
encontro da semivogal com a vogal: névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, 
residência, férias, lírio. 
Proparoxítonas – Nesse caso, a sílaba tônica é antepenúltima sílaba, a exemplo 
de câmara, têmpora, Líbano, decrépito, música. Todas as proparoxítonas são 
acentuadas. 
Monossílabos – Quando os vocábulos possuem apenas uma sílaba, são 
chamados de monossílabos. Os monossílabos também têm diferenciação na sua 
pronúncia quanto à intensidade, ou tonicidade. Essa variação pode ser percebida quando 
os monossílabos são pronunciados no contexto de uma frase. 
São acentuados os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e” e “o” seguidos 
ou não de “s”, como: lá, cá, já, gás, pé, fé, mês, três, pó, dó,nó, nós, pôs. 
Não se acentuam os monossílabos terminados em i(s), ti, bis, u(s), tu, nus, az, 
paz, ez, vez, oz, voz, assim como os monossílabos átonos, artigos definidos, 
conjunções, preposições, pronomes oblíquos, contrações (da(s), do(s), na, nos) e 
pronome relativo. 
Os acentos gráficos se dividem em agudo, circunflexo, grave, a trema, o til e o 
trema que, como veremos mais adiante, foi suprimido da Língua Portuguesa com a 
reforma ortográfica, com exceção dos nomes próprios. 
Vamos aos exemplos de acentos, a seguir representados entre colchetes: 
Acento Agudo [ ´ ] – Grafado sobre as “a”, “i”, “u” e também sobre o “o” e o 
“e”, o acento agudo serve para demonstrar que essas letras, quando acentuadas, 
representam as vogais tônicas das palavras e a tonicidade ou timbre aberto. 
Acento Circunflexo [ ^ ] – Quando grafado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica 
tonicidade e timbre fechado como em “campânula”, “efêmero”, “propôs”, “cântico”. 
Til [ ~ ] – Sobre o “a” e o “o”, transforma essas letras em vogais nasais, como 
em maçã, alemão, irmã, armação e propõe. 
Acento Grave [ ` ] – Esse sinal indica a junção da proposição “a” com os “a” e 
“as”, com os pronomes demonstrativos “a” e “as” e com a letra “a” inicial dos pronomes 
aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. É utilizado em “à”, “às”, “àquele”, “àquilo”. 
 
 
16
 
 
Exemplos: 
 
Vamos à igreja. 
É necessário entregar as crianças às mães. 
A pena será aplicada àquele que a infringir a lei. 
Incentivou os alunos àquilo que era necessário para a aprendizagem. 
 
Observação: As letras “a”, “e” e “o”, quando seguidas de “m” ou “n”, 
representam vogais nasais normalmente fechadas e, por isso, devem receber o acento 
circunflexo e não o agudo. Para melhor entendimento, observe os exemplos: tâmara, 
crânio, cômodo. Porém, há uma exceção a essa regra em relação às palavras terminadas 
com “em” e “ens”, quando se usa o acento agudo. É o caso de ninguém, contém, porém, 
parabéns. 
Importante: Essa exceção não se aplica à terceira pessoa do plural, que requer o 
acento circunflexo, como em: “Os governadores detêm o poder”, “As atrizes desse 
show provêm do norte”, “Os guardas contêm a rebelião”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17
 
2.2 - Novas regras de acentuação 
A Reforma Ortográfica instituída em 2009 e que tem prazo até o final de 2012 
para ser assimilada por todos os brasileiros (e também pelos povos dos demais países de 
Língua Portuguesa como já vimos no início deste livro) altera a acentuação de algumas 
palavras, suprime o acento diferencial da maioria das palavras homógrafas, extingue uso 
do trema e estabelece a sistematização do uso do hífen, entre outras mudanças. 
2.3 - O acento diferencial 
O acento diferencial é utilizado para distinguir palavras que são escritas de 
forma idêntica, mas que têm sentidos diferentes ou são pronunciadas de maneira 
distinta, ou seja, as palavras homógrafas. Uma das mudanças mais significativas da 
reforma ortográfica é a extinção do acento diferencial na maioria dessas palavras, como 
veremos a seguir: 
Nos pares homógrafos “pára/para”, “péla/pela”, “pêlo/pelo”, “pólo/polo”, 
“pêra/pera” e seus plurais não se utiliza mais o acento que os diferenciava. Vamos a 
alguns exemplos práticos: 
 
Forma Antiga Nova Forma 
O guarda pára o carro. O guarda para o carro. 
As geleiras do pólo Norte. As geleiras do polo Norte. 
Um cão de pêlos castanhos. Um cão de pelos castanhos. 
Na cesta havia muitas pêras. Na cesta havia muitas peras. 
O açougueiro péla o porco. O açougueiro pela o porco. 
 
Exceções 
 
O acento diferencial deve ser utilizado para distinguir pôde (forma do passado 
do verbo poder na terceira pessoa) de pode (forma do presente do indicativo na terceira 
pessoa do singular). Exemplo: O chanceler não pôde comparecer à reunião na terça-
feira, mas amanhã ele pode. 
 
 
18
 
O acento diferencial permanece também em pôr (verbo) e por preposição. 
Exemplo: Posso pôr nessa exposição uma obra feita por mim? 
Também é mantido o acento diferencial entre o singular e o plural dos verbos 
“ter” e “vir”, bem como dos seus derivados “manter”, “deter”, “reter”, “conter”, 
“convir”, “intervir”, “advir”. 
 
Exemplos: 
 
O executivo tem dois ternos/ Os executivos têm dois ternos. 
O ônibus vem de Minas Gerais/ Os ônibus vêm de Minas Gerais 
O juiz mantém a sentença/ Os juízes mantêm as sentenças. 
O lucro convém ao empresário/ Os lucros convêm aos empresários. 
A secretária detém a agenda/ As secretárias detêm as agendas. 
O policial detém o infrator/ Os policiais detêm os infratores. 
O promotor intervém na audiência/ Os promotores intervêm nas audiências. 
A cesta contém maçã/ As cestas contêm maçãs. 
A doença advém do cigarro/ As doenças advêm do cigarro. 
 
Nas palavras “forma” (modo, jeito, formação) e “fôrma” (recipiente, molde) o 
uso do acento circunflexo para diferenciar uma de outra é facultativo. Quando as duas 
palavras aparecem na mesma frase, é recomendável acentuar “fôrma”, como neste caso: 
“Vamos colocar o pão na fôrma dessa forma”. 
No caso dos verbos terminados em “guar”, “quar”, “quir” (averiguar, apaziguar, 
obliquar, aguar, enxaguar, desaguar, delinquir), a pronúncia é dupla para as conjugações 
na primeira, segunda e terceira pessoas do singular (EU, TU, ELE) e na terceira pessoa 
do plural (ELES). 
PRIMEIRA PRONÚNCIA – No caso das paroxítonas terminadas em 
ditongo crescente, é mantida a mesma pronúncia de água: “eu enxáguo”, “tu 
enxáguas”, “ele enxágua”, “eles enxáguam”, “que eu apazigue”, “que tu apazigues”, 
“que ele apazigue”, “que eles apaziguem”. 
SEGUNDA PRONÚNCIA – No caso de hiato entre “u” e a vogal seguinte, não 
leva acento e a pronúncia é igual a “atenuo”, “apaziguo”: 
 
 
19
 
 
Eu enxaguo (gu-o) a roupa. 
Tu enxaguas (gu-as) a roupa. 
Ele enxagua (gu-a) a roupa. 
Eles enxaguam (gu-am) a roupa. 
 
Eles esperam que eu apazigue (gu-e) os ânimos. 
Eles esperam que tu apazigues (gu-es) os ânimos. 
Eu espero que ele apazigue (gu-e) os ânimos. 
Esperamos que eles apaziguem (gu-em) os ânimos. 
 
A grafia dos verbos “arguir” (argumentar, questionar) e “redarguir” (argumentar, 
responder) sofreram grandes mudanças com a reforma ortográfica. Eles agora são 
pronunciados como qualquer verbo terminado em “uir”, como atribuir, distribuir, 
possuir, distribuir, contribuir. 
2.4 - O acento circunflexo 
Representado pelo sinal gráfico a seguir entre colchetes [^], o acento circunflexo 
é empregado para assinalar as vogais tônicas fechadas “e” e “o”, bem como para indicar 
a acentuação tônica de “a” sempre que esta preceder “m” e “n”, como nas palavras 
“têxtil”, “antônimo”, “manicômio”, “câmara”, “lâmpada”, “cântico”, “pântano”, por 
exemplo. 
O acento circunflexo é utilizado nos verbos “ter” e seus derivados “conter”, 
“deter”, “reter”, “obter”, “abster”; “vir” e seus derivados “provir” na terceira pessoa do 
plural no presente do modo indicativo. O uso do acento serve para distinguir esses 
verbos quando conjugados na terceira pessoa do singular do presente do modo 
indicativo. Para melhor compreensão, relacionamos a diferenciação entre as duas 
conjugações: 
 
Plural Singular 
Ele tem Eles têm 
Ele contém Eles contêm 
 
 
20
 
Ele detém Eles detêm 
Ele retém Eles retêm 
Ele obtém Eles obtêm 
Ele se abstém Eles se abstêm 
Ele vem Eles vêm 
Ele provém Eles provêm 
 
Como já estudamos no subcapítulo 2.3 deste livro, quando da abordagem sobre o 
acento diferencial, o acento circunflexo também é empregado para fazer a distinção 
entre o verbo “pôr” e a preposição “por”, entre o verbo “poder” na terceira pessoa do 
presente do indicativo (pode) e na terceira pessoa do pretérito perfeito do indicativo 
(pôde).O Acordo Ortográfico suprimiu o acento circunflexo das palavras terminadas em 
eem, oo e oos. 
 
Forma Antiga Nova Forma 
abençôo abençoo 
creem (verbo crer) creem 
deem (verbo dar) deem 
doo (verbo doar) doo 
enjôo enjoo 
lêem leem 
magôo magoo 
perdôo perdoo 
povôo povoo 
vêem veem 
vôos voos 
zôo zoo 
 
 
 
 
 
21
 
2.5 - O acento agudo 
Com a reforma ortográfica, houve alterações nas regras de acentuação, como a 
retirada do acento agudo das palavras paroxítonas com ditongos abertos “éi”, “ói”. 
Portanto, lembre-se: nas palavras paroxítonas não utilizamos mais o acento no “i” e no 
“u” tônicos que apareçam depois de um ditongo decrescente como mostram os 
exemplos a seguir: 
 
Forma Antiga Nova Forma 
baiúca baiuca 
bocaiúva bocaiuva 
feiúra feiura 
 
Todavia, permanece o acento nas palavras oxítonas em que “e”, “o”, “i”, “u” 
aparecerem no final ou seguidos de “s”, como em tuiuiú, tuiuiús, Piauí. Também são 
acentuadas as palavras em que o “i” e o “u” vierem depois de ditongo crescente como 
em “Guaíba”. 
 
Ditongos abertos 
 
Muita gente ainda estranha a nova regra ou mesmo a ignora ao continuar 
escrevendo as palavras “ideia” ou “assembleia” com acento. A resistência é natural, já 
que a pronúncias dessas palavras induz à acentuação. No entanto, devemos ter bem 
claro que a Reforma Ortográfica baniu o acento dos ditongos abertos “ei” e “oi” das 
paroxítonas, aquelas palavras que têm a ênfase na penúltima sílaba. Assim, é necessário 
assimilar essa regra na prática e ficar atento na hora de escrever. Vamos a alguns 
exemplos: 
 
Forma Antiga Nova Forma 
(com acento) (sem acento) 
apóio apoio 
assembléia assembleia 
 
 
22
 
bóia boia 
coréia coreia 
estréia estreia 
européia europeia 
idéia ideia 
jibóia jiboia 
jóia joia 
platéia plateia 
paranóia paranoia 
 
• A regra não se aplica a palavras com ditongos como “herói”, “papéis”, 
“troféu”, que têm ênfase na última sílaba e, portanto, seguem sendo acentuadas. 
2.6 - Trema 
O trema foi abolido da Língua Portuguesa com a reforma ortográfica, 
permanecendo somente nos nomes próprios. O trema, sinal gráfico representado por [¨] 
consiste em um sinal diacrítico (ou seja, que distingue) utilizado em diversas línguas 
para mudar som de uma vogal ou para demonstrar a independência de uma vogal 
posicionada após outra vogal. 
Como ressaltamos, exceto nos nomes próprios como Müller, Füller, o trema 
desaparece da grafia em português nos grupos “gue”, “gui”, “que” “qui”, sendo que a 
pronúncia do “u” nesses casos permanece. Confira os exemplos: 
 
Forma Antiga Nova Forma 
(com trema) (sem trema) 
argüir arguir 
bilíngüe bilíngue 
conseqüência consequência 
delinqüente delinquente 
freqüência frequência 
lingüiça linguiça 
qüinqüênio quinquênio 
 
 
23
 
sagüi sagui 
seqüência sequência 
sequestro sequestro 
tranqüilo tranquilo 
ungüento unguento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24
 
Capítulo 3 - Hífen 
3.1 - Conceitos 
O hífen é um sinal de pontuação utilizado para 
estabelecer a ligação entre palavras compostas e para unir os 
pronomes átonos aos verbos, bem como demarcar a 
separação das sílabas de uma palavra no final de uma linha 
do texto. 
A Reforma Ortográfica instituiu muitas alterações no 
emprego do hífen na Língua Portuguesa, criando um 
adicional de dificuldade nas regras de hifenização que já eram absurdamente numerosas 
e complexas do idioma. 
As exceções, incoerências, omissões e exageros nesse caso, portanto, foram 
potencializadas pelo Acordo Ortográfico. 
Assim, mais do que nunca, é importante estar sempre com um dicionário, um 
manual de redação, uma gramática ou um guia ortográfico à mão para checar se estamos 
escrevendo certo determinadas palavras. 
Como a Reforma Ortográfica é irreversível, não adianta reclamar. Portanto, 
vamos esclarecer nos subcapítulos seguintes o que muda na hifenação de palavras com a 
reforma. 
3.2 - Novas regras de hifenação 
A Reforma Ortográfica introduziu profundas alterações nas regras de utilização 
do hífen na Língua Portuguesa. As novas regras serão resumidas neste subcapítulo e 
detalhadas no subcapítulo seguinte para melhor compreensão, sempre recorrendo a 
exemplos práticos e a comparação entre a forma antiga e a nova forma de hifenação. 
 
a. O hífen deixa de existir entre prefixos terminados em vogal seguidos de 
palavras que iniciam com “r” ou “s”. Sempre que isso ocorrer, essas letras devem ser 
duplicadas. 
 
 
 
25
 
Exemplos de palavras escritas na forma antiga, com hífen: ante-sala, auto-
retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-rival, auto-regulamentado, auto-sugestão, contra-
senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, infra-som, supra-renal. 
 
Com a grafia correta após a reforma ortográfica: antessala, autorretrato, 
antissocial, antirrugas, arquirrival, autorregulamentado, autossugestão, contrassenso, 
contrarregra, contrassenha, extrarregimento, infrassom, suprarrenal. 
 
b. Utiliza-se o hífen sempre que o prefixo terminar com uma vogal e a 
palavra seguinte começar com essa mesma vogal. 
 
Exemplos de palavras escritas na forma antiga, sem hífen: antiibérico, 
antiimperialista, arquiinimigo, microondas, microônibus. 
 
Com a grafia correta após a reforma ortográfica: anti-ibérico, anti-
imperialista, arqui-inimigo, micro-ondas, micro-ônibus. 
 
c. Quando o prefixo terminar com uma vogal diferente da vogal inicial da 
segunda palavra não é necessário empregar o hífen. 
 
Exemplos de palavras escritas na forma antiga, com hífen: auto-ajuda, co-
autor, contra-indicação, extra-escolar, infra-estrutura, intra-uterino, neo-expressionista, 
semi-aberto. 
 
Com a grafia correta após a reforma ortográfica: autoajuda, coautor, 
contraexemplo, contraindicação, extraescolar, intrauterino, neoexpressionista, 
semiaberto. 
 
d. Utiliza-se o hífen quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra 
começa com h, como anti-herói, supra-humano, semi-híbrido, etc. 
 
 
 
26
 
3.3 - Palavras compostas 
Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação 
como porta-estandarte, sexta-feira, boa-vontade, mesa-redonda, porta-malas, porta-joias. 
As exceções são as palavras que não preservaram a ideia de composição, nas 
quais não se usa o hífen. É o caso de girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, 
paraquedas. 
No entanto, devemos manter o hífen nas palavras compostas que tenham termos 
iguais ou semelhantes e nas quais não existe ligação, como reco-reco, blá-blá-blá, zum-
zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, 
esconde-esconde, pega-pega, corre-corre. 
Assim, se existe termo de ligação, não é necessário utilizar o hífen. Veja os 
exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de 
vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra. Entram nessa regra 
ainda os compostos de base oracional, como “maria vai com as outras”, “leva e traz”, 
“diz que diz que”, “deus me livre”, “deus nos acuda”, “cor de burro quando foge”, 
“bicho de sete cabeças”, “faz de conta”. 
Mas atenção: há exceções como “água-de-colônia”, “arco-da-velha”, “cor-de-
rosa”, “mais-que-perfeito”, “pé-de-meia”, “ao deus-dará”, “à queima-roupa”. 
Sempre que houver apóstrofo em um dos elementos da palavra composta, o 
hífen deve ser mantido, como, por exemplo, “mãe-d’água”, “pai-d’água”. 
As palavras compostasque se originam dos nomes próprios de lugares, que 
tenham ou não elementos de ligação, devem ser hifenados, como mostram os exemplos: 
 
África do Sul sul-africano 
Belo Horizonte belo-horizontino 
Mato Grosso do Sul mato-grossense-do-sul 
Porto Alegre porto-alegrense 
Rio Grande do Norte rio-grandense-do-norte 
 
Também levam hífen as palavras compostas utilizadas para designar espécies de 
animais ou de plantas, flores, frutos, raízes ou sementes, com ou sem elementos de 
 
 
27
 
ligação: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado,andorinha-da-
serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-
campo, cravo-da-índia. 
Todavia, essas palavras compostas que designam espécies de animais e plantas, 
quando empregadas em outro sentido, devem ser hifenadas, como nos exemplos a 
seguir: 
Leva hífen o nome da planta ornamental denominada bico-de-papagaio, mas a 
deformação das vértebras denominada bico de papagaio é grafada sem hífen. A espécie 
de peixe olho-de-boi é com hífen, mas o selo postal olho de boi não. 
3.4 - Prefixos 
A seguir, vamos relacionar as regras referentes ao emprego do hífen nas palavras 
formadas pelos prefixos como “anti”, “super”, “ultra”, “sub”, entre outros; e também 
por palavras que fazem a função de prefixos, como “aero”, “agro”, “auto”, “eletro”, 
“geo”, “hidro”, “macro”, “micro”, “mini”, “multi”, “neo”. 
Nas palavras iniciadas por “h” e precedidas por prefixos, utiliza-se o hífen, como 
nos seguintes exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto-
-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano. 
Também usa-se hífen se a última letra do prefixo for igual à primeira letra da 
palavra: micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional. 
Se a letra final do prefixo for diferente da letra inicial da outra palavra, não vai 
hífen, como, por exemplo, em: autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, 
superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo. 
No caso de prefixo terminado por vogal e a segunda palavra iniciada por “r” ou 
“s”, a vogal final do prefixo deve ser duplicada: minissaia, antirracismo, ultrassom, 
semirreta. 
As exceções a essa regra são os prefixos “sub” e “sob”. Nos casos em que esses 
prefixos estiverem diante de uma palavra iniciada com “r” deve-se utilizar hífen: sub-
região, sub-reitor, sub-regional, sob-roda. 
Nos casos dos prefixos “circum” e “pan”, vai hífen quando a palavra seguinte 
começa com “m”, “n” e “vogal”: circum-murado, circum-navegação, pan-americano. 
Também usamos hífen com os prefixos “ex”, “sem”, “além”, “aquém”, “recém”, “pós”, 
 
 
28
 
“pré”, “pró”, “vice”. Observe os exemplos: além-mar, ex-aluno, pós-graduado, pré-
história, pró-africano, recém-nascido, sem-teto, vice-reinado. 
Já o prefixo “co” deve ser unido à palavra seguinte mesmo quando esta começa 
com “o” ou “h”. No caso do “h”, este deve ser suprimido. Quando o prefixo “co” estiver 
antes de palavra iniciada por “r” ou “s”, estas letras devem ser duplicadas. Observe os 
exemplos: coopção, coeditar, coinventor, coautor, corréu (cúmplice do réu), 
corresponsável. 
Suprima o hífen no caso dos prefixos “pré” e “re”, mesmo que a palavra seguinte 
comece por “e”: preexistente, reescrever, reedição. 
Quando os prefixos forem “ab”, “ob” ou “ad” e a palavra seguinte começar com 
“b”, “d” ou “r”, use hífen: ab-rogar, ob-rogar, ad-digital. 
Lembre-se ainda que não devemos usar hífen em palavras formadas por “não” 
ou “quase”, como em “pacto de não invasão” e “quase infração”. 
Coloque hífen quando “mal” vier antes de palavra iniciada por vogal, “h” ou “l”, 
como, por exemplo, em “mal-entendido”, “mal-estar”, “mal-humorado”, “mal-limpo”. 
Para “mal” significando doença, use hífen quando não houver elemento de 
ligação como o nome popular da sífilis, “mal-francês”. Quando existir elemento de 
ligação, escreva sem hífen: “mal de Parkinson”, “mal do pântano”, “mal de sete dias”. 
Todos os sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, 
como açu, guaçu, mirim: capim-açu”, “moji-guaçu”, “moji-mirim”. 
Também emprega-se o hífen nos casos de junção de duas ou mais palavras para 
formar encadeamentos vocabulares ao invés de vocábulos, como nas denominações de 
pontes e estradas: Tabaí-Canoas, Rio-São Paulo, Rio-Niterói, Norte-Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29
 
Encerramento 
Ao concluirmos o presente livro, desejamos a você um excelente aproveitamento 
dos conteúdos sobre a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa. 
Esperamos que os conceitos desenvolvidos ao longo desse trabalho 
proporcionem a você uma base para uma melhor compreensão das novas regras 
ortográficas com vistas ao aprimoramento do seu domínio do idioma e das suas 
habilidades de escrever corretamente. 
Para finalizar, gostaríamos de ressaltar a importância do aprimoramento 
constante em relação às regras gramaticais, desejando que o presente trabalho o 
estimule ao estudo, à pesquisa e à prática da leitura e da escrita para o seu sucesso 
pessoal e profissional. 
Até breve e boa sorte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30
 
Glossário 
A 
 
Abreviatura: forma como se representa uma palavra, de acordo com normas, grafando 
apenas algumas de suas letras. Ex.: ed. (editor), Cia. (Companhia), Sr. (Senhor), Ilmo. 
(Ilustríssimo). 
 
Acepção: significados de uma palavra. 
 
Adjetivo: qualidade, característica, estado ou modo do sujeito em uma frase: em 
“Milton é inteligente”, o adjetivo é “inteligente”. 
 
Adotada: assumida, colocada em uso, utilizada, incorporada. 
 
Advérbio: palavra que modifica a intensidade de um verbo, de um adjetivo ou de outro 
advérbio dotando-os de determinadas circunstâncias de tempo, de modo, de intensidade, 
de lugar. Exemplos: Em “Andarei rápido para não perder a consulta”, o advérbio 
“rápido” muda a intensidade do verbo “andar”; em “O consultório ficava longe demais”, 
o advérbio “bem” modifica a intensidade do adjetivo “longe” e; em “O consultório 
ficava muito longe”, o advérbio “muito” aumenta a intensidade do advérbio “longe”. 
 
Ambiguidade: de sentido duplo, que dá margem para mais de uma interpretação. 
 
C 
 
Coerência: sentido, veracidade, aquilo que é plausível, não contraditório, 
encadeamento. 
 
Coesão: união, ligação entre os elementos de um texto. 
 
 
 
31
 
E 
 
Etimologia: o estudo da origem das palavras pela Gramática. 
 
F 
 
Flexões: são as alterações na forma de pronunciar as palavras para expressar variação 
de gênero, número, modo, tempo e pessoa. 
 
G 
 
Gerúndio: uma das forma nominal do verbo, terminada pelo sufixo “ndo”: andando, 
caminhando, surfando, correndo. 
 
H 
 
Hífen: traço de união usado para separar elementos de palavras compostas: couve-flor, 
guarda-chuva, pró-reitor. 
 
Hipérbole: é uma figura de linguagem caracterizada pelo exagero, como em “Havia um 
mar de carros na avenida.”, “Escrevi uma montanha de textos.”, “Ele morreu de rir”. 
 
Homófonas: palavras que têm a mesma pronúncia, mas têm significados diferentes, 
como “senso” (juízo) e “censo” (coleta de estatísticas). 
 
Homógrafas: palavras que são escritas de forma idêntica mas têm significados distintos 
como “terno” (roupa), “terno” (dotado de ternura). 
 
I 
 
 
32
 
 
Indicativo: que indica; em uma frase, é o modo verbal que indica a efetividade de uma 
ação: “Eu fui ao banco”. 
 
Infinitivo: é a forma nominal do verbo sem a conjugação, como “ir”, “correr”, “cantar”, 
“voar”. 
 
Interjeição: palavra, som vocal ou grito que expressa emoção ou reação emotiva, como 
“Ai”, “Ôba”, “Viva”.L 
 
Locução Adjetiva: duas ou mais palavras que equivalem a um adjetivo. 
 
Locução Adverbial: duas ou mais palavras que equivalem a um advérbio. 
 
Locução Conjuntiva: duas ou mais palavras que equivalem a uma conjunção. 
 
Locução Pronominal: duas ou mais palavras que equivalem a um pronome, como 
“cada um”, “todos aqueles”, “cada qual”. 
 
Locução Verbal: expressão composta de duas ou mais formas verbais, que equivale a 
um verbo, como em “Estava com muito sono”. 
 
Lusófonos: países que adotam a Língua Portuguesa como idioma oficial. 
 
P 
 
Prefixo: na Ortografia, trata-se do afixo colocado antes do radical formando uma nova 
palavra. Na palavra “subentendido”, o prefixo “sub” foi colocado antes do radical 
 
 
33
 
“desenvolvido”, formando uma palavra, que significa “não desenvolvido na sua 
totalidade” ou “parcialmente desenvolvido”. 
 
Preposição: é o conectivo que determina a subordinação de uma palavra a outra, como 
“aula de inglês”, “caixa de madeira”, “casa de máquinas”. 
 
S 
 
Sílaba Subtônica: é a sílaba de tonalidade secundária em uma palavra, localizada 
depois da sílaba tônica (de maior intensidade). Ex.: Em “casinha”, a sílaba subtônica é 
“te”. 
 
Sinônimos: palavras de mesmo significado ou de significado semelhante: 
habitação/casa; rua/estrada; teclar/digitar. 
 
Síntese: resumo. 
 
Subjuntivo: modo verbal que indica algo incerto, desejável ou provável: “Espero que a 
nova presidente tenha sucesso em sua gestão”. 
 
Sufixo: é o afixo colocado após o radical para formar uma nova palavra: Ex.: Em 
“transportar”, o sufixo “ar” transforma a palavra “transporte” em uma nova palavra. 
 
T 
 
Tônico: acento que deixa a sílaba com pronúncia mais intensa, com mais força, 
tornando-a uma sílaba tônica é aquela sobre a qual recai o acento tônico. A sílaba tônica 
não é necessariamente acentuada, mas aquela pronunciada de forma mais intensa. 
 
Topônimos: nomes próprios que designam localidade, cidades, bairros, estados, países. 
 
 
 
34
 
V 
 
Vocativo: é um termo acessório na oração para expressar um apelo ou chamado. Ex.: 
“Ei, onde coloco essas caixas?”, “Ana, você fez o exercício?” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35
 
Exercícios 
1) O objetivo da Reforma Ortográfica é unificar as duas ortografias oficiais da 
Língua Portuguesa existentes em que países? 
 
a. África do Sul, Brasil e Portugal. 
b. Portugal, Angola, Timor Leste e Brasil. 
c. Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e 
Príncipe e Timor Leste. 
d. Brasil e Portugal. 
 
2) A Reforma Ortográfica introduziu mudanças na Língua Portuguesa, tais 
como: 
 
a. A grafia das palavras compostas, dos hiatos, ditongos e tritongos. 
b. Extinção do trema e do acento circunflexo para verbos no plural como têem, por 
exemplo, inclusão das letras “k”, “w” e “y” no alfabeto e novas regras de 
hifenação. 
c. A extinção do hífen nas palavras compostas e nos topônimos. 
d. Extinção do acento agudo, do trema e do hífen. 
 
3) Das sequências de palavras a seguir, qual alternativa está de acordo com as 
novas regras ortográficas? 
 
a. Assembléia, sub-desenvolvido, mini-saia, infra-estrutura. 
b. Idéia, Sulafricano, mini-auditório, povoo. 
c. Crêem, feiúra, consequência, malentendido. 
 
 
36
 
d. Coreia, antessala, micro-ondas, coautor. 
 
4) A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), abrangida pela 
reforma ortográfica é composta por: 
 
a. Brasil, Portugal, Cabo Verde e África do Sul 
b. Brasil e Portugal. 
c. Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e 
Príncipe e Timor Leste. 
d. Nenhuma alternativa correta. 
 
5) Sobre as novas regras de hifenação, qual das alternativas a seguir está correta? 
 
a. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação 
como porta-estandarte, sexta-feira, boa-vontade, mesa-redonda, porta-malas, 
porta-joias 
b. Não devemos manter o hífen nas palavras compostas que tenham termos iguais 
ou semelhantes e nas quais não existe ligação, como tecoteco, blábláblá. 
c. Usa-se o hífen nas palavras compostas que tenham termo de ligação como em 
pé-de-moleque, pai-de-todos, dia-a-dia, fim-de-semana. 
d. Usa-se o hífen nas palavras compostas quando o prefixo terminar com uma 
vogal diferente da vogal inicial da segunda palavra como em auto-ajuda, co-
autor, contra-indicação, extra-escolar. 
 
6) Sobre as mudanças em relação ao trema podemos afirmar que: 
 
a. Continuamos a usar o trema em proparoxítonas como “delinqüente”. 
 
 
37
 
b. O trema foi abolido somente dos nomes próprios. 
c. Foram mudadas apenas algumas regras para o uso dessa forma de acentuação. 
d. Com exceção dos nomes próprios, o trema foi totalmente abolido da Língua 
Portuguesa. 
 
7) A Reforma Ortográfica baniu o acento agudo: 
 
a. das palavras compostas. 
b. das proparoxítonas terminadas em ditongos fechados. 
c. dos ditongos abertos “ei” e “oi” das paroxítonas. 
d. Nenhuma alternativa está correta. 
 
8) Assinale a alternativa que corresponde à grafia correta quanto ao acento 
diferencial entre o singular e o plural dos verbos “ter” e “vir” e seus derivados: 
 
a. O presidente tem dois carros/ Os presidentes têm dois carros. 
b. O trem vem do Leste/ Os trens vem do Leste. 
c. O árbitro mantém a decisão/ Os árbitros manteem as sentenças. 
d. O superfaturamento convém ao empreiteiro/ Os superfaturamentos convêem aos 
empreiteiros. 
 
9) Assinale V para Verdadeiro e F para Falso: 
 
a. As novas regras ortográficas são obrigatórias desde 2009. 
b. As novas regras ortográficas serão obrigatórias a partir de 2013. 
c. As novas regras ortográficas são facultativas. 
 
 
38
 
d. As novas regras ortográficas exigem mais qualificação docente e alteram o 
processo de ensino-aprendizagem. 
 
10) Assinale a frase que está de acordo com a reforma ortográfica no que se 
refere aos homógrafos: 
 
a. O guarda para o carro ao ver um cesto cheio de peras. 
b. O urso do Pólo Norte tem pêlos brancos. 
c. O caçador péla a raposa. 
d. Nenhuma alternativa correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39
 
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41
 
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http://www.htmlstaff.org/xkurt/projetos/portaldoadmin/modules/news/article.php?storyi
d=813>. Acesso em 01 de julho de 2010. 
 
 
 
 
 
42
 
Resolução dos exercícios 
1. a 
2. b 
3. d 
4. c 
5. a 
6. d 
7. c 
8. a 
9. F V F V 
10. a

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