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Plano de Aula: DIREITO DO TRABALHO II DIREITO DO TRABALHO II - CCJ0132 Título DIREITO DO TRABALHO II Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 10 Tema Prescrição e decadência Objetivos O aluno deve ser capaz de identificar a distinção entre os institutos da prescrição e decadência e saber aplicar os prazos prescricionais previstos em lei para a exigibilidade dos créditos do trabalhador. Estrutura do Conteúdo Prescrição e decadência: conceito, distinções, prazos, prescrição total e parcial. Regras especiais: anotação da carteira de trabalho, menor, FGTS e férias. Aplicação Prática Teórica CASO CONCRETO: Manuela foi contratada pela empresa TDB Informática Ltda., em 13/10/2011 na função de analista de sistemas e foi dispensada sem justa causa em 15/06/2013, com aviso prévio indenizado. Ajuizou ação trabalhista em 10/07/2015 postulando o pagamento de horas extras de todo período trabalhado e seus reflexos sobre o repouso semanal remunerado, férias integrais e proporcionais + 1/3, décimos terceiros salários integrais e proporcionais, FGTS + 40% e aviso prévio. No entanto, no dia da audiência realizada em 19/11/2015, Manuela não compareceu e a ação trabalhista foi arquivada, com a extinção do p rocesso sem resolução do mérito. Ajuizou nova ação trabalhista em 17.06.2016 postulando além as horas extras o adicional noturno de todo período trabalhado e os respectivos reflexos nas verbas contratuais e rescisórias. Em sua contestação, a empresa TDB Informática arguiu a prescrição total, requerendo a extinção do processo com resolução do mérito. Considerando essa situação hipotética, esclareça, de forma fundamentada, se há prescrição total no presente caso. QUESTÃO OBJETIVA: 1- (Ano: 2016 - Banca - FCC Órgão: TRT - 1ª REGIÃO) Prova de Juiz do Trabalho Substituto). O cirurgião-dentista A admitiu em seu consultório a atendente X, em 20/10/2002, anotando regularmente sua CTPS. O contrato de trabalho desenvolveu-se normalmente até 2004, quando, após sucessivas investidas do empregador, a atendente aceitou dar início a um relacionamento amoroso entre eles, o qual culminou com o divórcio do empregador em 2005 e a celebração de uma escritura pública de união estável entre ele e a atendente, não obstante continuassem a executar normalmente o contrato de trabalho. Rompendo a união estável, também por escritura pública, em 10/03/2008, a relação de emprego ainda assim prosseguiu, sem qualquer alteração, até 15/02/2010, quando o empregador dispensou imotivadamente a trabalhadora. Promovendo a trabalhadora reclamação trabalhista em face do cirurgião - dentista, em 20/01/2012, pretendia receber horas extras, por todo o período, e diferenças salariais desde 2005, considerando que desde então até 2009 o empregador não lhe havia concedido qualquer reajuste salarial. Tudo considerado, conclusos os autos, o juiz decidiu acertadamente que, no caso: a) o primeiro contrato prescreveu em 10/03/2010 e o segundo não chegou a ter títulos prescritos, determinando-se o prosseguimento da instrução em relação a este período. b) estariam prescritos todos os títulos anteriores a 20/01/2007, caso arguida a prescrição a qualquer tempo no processo. c) arguida a preliminar de prescrição, e com a celebração da união estável, a primeira relação de emprego ter-se-ia extinta, uma vez que não se poderia admitir relação de subordinação entre conviventes em união estável. Os títulos referentes ao primeiro contrato estariam fulminados pela prescrição bienal em 2007 e os do segundo poderiam ser integralmente reclamados. d) em decisão interlocutória, com a união estável, o contrato de emprego ficou suspenso, ainda que houvesse prestação de serviços. Finda esta, o contrato retomou sua marcha, devendo -se contar a prescrição quinquenal a partir dessa retom ada da marcha. e) não há prescrição a ser pronunciada, rejeitada a preliminar. Procedimentos de Ensino O aluno deve saber aplicar os prazos prescricionais no caso concreto - S. 308, TST. Compreender e identificar as regras especiais de prescrição de direitos decorrentes do contrato de trabalho e saber aplicá-los aos casos concretos. Recursos Físicos - Pincel e quadro. - Data show. Avaliação GABARITO CASO CONCRETO: Há prescrição total somente em relação ao pedido de adicional noturno. Isso porque, tendo Manuela sido dispensada sem justa causa em 15.06.2013, a extinção do contrato de trabalho ocorreu em 15/07/2013, em virtude da integração do aviso prévio (art. 487, § 1º da CLT c/c OJ- 82 da SDI, TST c/c OJ- 83 da SDI- I do TST), que é de 30 (trinta) dias, pois a dispensa ocorreu antes da vigência da Lei nº 12.506/2011 (Súmula nº. 441, TST). Assim a ação poderia ter sido proposta até 15/07/2015, ou seja, no prazo de 2 (dois) anos. Ajuizada a ação trabalhista em 10/07/2015, interrompeu o prazo prescricional, tendo sido observado o biênio previsto no art. 7º, XXIX, da CRFB/88. A propositura da ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe o prazo prescricional em relação aos pedidos idênticos, nos termos do entendimento contido na Súmula nº 268, TST, reiniciando a contagem do prazo de 2 (dois) para a propositura da ação. Dessa forma, em relação ao pedido de horas extras foi interrompido o prazo prescricional não havendo prescrição total, já que a segunda ação trabalhista foi proposta em 17/06/2016, não tendo transcorrido o prazo de 2 (dois) anos do arquivamento da 1ª ação trabalhista. No entanto, em relação ao adicional noturno não houve interrupção do prazo prescriciona l, pois não postulado na ação anterior, razão pela qual o prazo de dois anos conta-se da extinção do contrato em 15/07/2010. Como a ação trabalhista foi proposta somente em 17/06/2013 foi ultrapassado o prazo de 2 (dois) anos, estando totalmente prescrito o pedido de adicional noturno. QUESTÃO OBJETIVA: LETRA B - Súmula 308, TST. Considerações Adicionais
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