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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS – GO . Número do processo ... . JOÃO PINHO, espanhol, viúvo, contador, RG nº, inscrito no CPF sob nº, dotado de endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado à Rua Uruguai, 180, Goiânia/GO, por meio de seu advogado constituído nos termos do mandato em anexo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar . CONTESTAÇÃO . ao pedido inicial ajuizado pela EMPRESA XYZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº, portadora do endereço eletrônico (e-mail), com sede na Rua Limão, 213, Anápolis/GO. . I) SÍNTESE DA INICIAL . A autora propõe ação de anulação de negócio jurídico em face do réu informando que o mesmo é fiador em contrato de locação firmado em 05 de março de 2008 entre a autora, que figura como locadora, e Mario Vargas, que figura como locatário. O locatário encontra-se inadimplente com suas obrigações contratuais e a empresa está em fase de execução para cobrança dos alugueis devidos. O fiador, ora réu neste processo, é proprietário de 3 imóveis e doou 2 desses imóveis, no valor de R$ 200.000,00 cada um, a suas filhas, permanecendo com um imóvel no valor de R$ 120.000,00, que não cobrem os débitos locatícios. Dessa forma a autora pretende anular o negócio jurídico alegando fraude contra credores. . II) PRELIMINARMENTE . a) AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE . Dos fatos narrados na inicial, percebe-se que o réu já não era mais fiador do locador no momento que este se torna inadimplente. Isto porque o contrato foi firmado em 05 de maio de 2008, com duração inicial de 30 meses, o qual encerraria na data de 05 de setembro de 2010. O réu, fiador do contrato, notificou o locador, autor neste processo, e o locatário, com antecedência de 120 dias antes do término do contrato que não renovaria a fiança em caso de prorrogação do contrato, desobrigando-se, dessa forma, com os fatos ocorridos após essa data. Cabe ainda esclarecer que o locatário tornou-se inadimplente a partir de 06 de abril de 2014, quando o réu já não mais respondia como fiador. Dessa forma, encontra-se prejudicada a presente demanda quanto ao réu, em razão ilegitimidade passiva (Art. 337, XI do CPC), razão pela qual vem pleitear a substituição do polo passivo da lide, conforme estabelece o Art. 339 do CPC. Aproveita o momento e indica como legítimo para ocupar o polo passiva da demanda o locador: MARIO VARGAS, brasileiro, divorciado, contador, RG nº, inscrito no CPF sob nº, dotado de endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua Barão da Pena, 340, Anápolis/GO. Considerando que o réu não faz parte da relação processual em questão, requer seja extinto o processo sem resolução do mérito, conforme Art. 485, VI do CPC. . b) DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO . A petição inicial não veio instruída com a procuração dos advogados outorgando poderes de representação da autora nos autos do processo. Os artigos 104 e 287 do CPC deixam claro que a petição inicial deve vir acompanhada de procuração, não sendo admitido postular sem a mesma. Dessa forma, diante da do defeito de representação alencado no Art. 337, IX do CPC, deve o autor corrigir tal vício em 15 dias sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, assim descrito no Art. 76,§ 1º, I e Art. 321 do CPC. . c) INCOMPETÊNCIA RELATIVA . A ação fora proposta em Anápolis/GO, no entanto, conforme Art. 46 do CPC, as ações fundadas em direito pessoal serão propostas no foro de domicílio do réu. Percebe-se a incompetência relativa (Art. 337, II do CPC), verificando dessa forma que o foro competente para processar e julgar a ação é o de Goiânia/GO, devendo os autos serem remetidos para tal comarca. . d) CONEXÃO . Contra o locatário foi proposta uma ação de despejo julgada procedente em 25 de novembro de 2016 e que já se encontra em fase de execução para cobrança dos alugueis na 2ª Vara Cível de Anápolis/GO. O Art.55, §2º, III do CPC esclarece que reputam-se conexas as ações fundadas no mesmo título executivo. Dessa forma, diante da comprovada existência de conexão entre as demandas (Art. 337, VIII), requer que, nos termos do o Art. 55, §3º do CPC, sejam os processos reunidos para que sejam decididos conjuntamente a fim de evitar decisões conflitantes. . III) MÉRITO . a) Da inexistência de fraude contra credores . Alega a autora que foi vítima de fraude contra credores, quando o réu doou seus imóveis, desfazendo de seu patrimônio, e não tendo como quitar a dívida pela qual se responsabilizou. Entretanto, a doação dos imóveis do réu para suas duas filhas, no valor de R$ 200.000,00 cada um, ocorreu em 06 de janeiro de 2012, quando não mais era fiador do contrato de locação firmado entre a Empresa XYZ e Mário Vargas, locatário. Vale ressaltar que o referido contrato fora firmado em 05 de março de 2008 e que o réu se comprometeu em ser fiador por prazo de 30 meses. Ocorre que, 120 dias antes de findar o prazo, o réu notificou o locador e locatário que não renovaria a fiança em caso de prorrogação do contrato. O Art. 835 do Código Civil estabelece que o fiador poderá exonerar-se da fiança que não possui limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado pelos efeitos da fiança durante 60 dias após a notificação do credor, o que foi devidamente seguido. Diante do exposto, o réu tornou-se desobrigado do pagamento pelo inadimplemento do locatário desde 05 de setembro de 2010, quando findou o prazo em que se comprometeu ser fiador. Portanto as doações, ocorridas 1 ano e 4 meses depois da exoneração da fiança, não caracterizam fraude contra credores e não há que se falar em anulação do negócio jurídico. . b) Do benefício de ordem . Para que o fiador seja chamado a cumprir a obrigação é necessário que primeiro seja chamado o devedor principal e, somente se este não fizer jus a sua obrigação é que deverá ser demandado o fiador, o que é denominado de benefício de ordem. O benefício de ordem é devido a responsabilidade do réu ser subsidiária, ou seja, posterior à do devedor principal. Dessa forma, conforme observamos no Art. 827 do Código Civil, devemos executar primeiramente os bens do devedor, no caso em questão Mario Vargas, e depois do fiador. Vale ressaltarainda que já existe um processo contra o locatário em fase de execução para cobrança dos alugueis na 2ª Vara Cível de Anápolis/GO. . IV) DA CONCLUSÃO . Ante o exposto, requer o réu a Vossa Excelência: a) Reconhecer preliminarmente a ilegitimidade passiva, extinguindo o processo sem resolução do mérito, com base no Art. 485, VI do CPC, visto que o réu não possui obrigação de adimplir com as dívidas do locatário, por não ser mais o fiador no momento do inadimplemento do pagamento dos alugueis; b) Reconhecer preliminarmente o defeito de representação, devendo o autor corrigir o vício em 15 dias, sob pena de indeferimento da petição inicial, extinguindo o processo sem resolução do mérito com base no Art. 485, I do CPC; c) Reconhecer preliminarmente a incompetência relativa do foro, com remessa dos autos ao foro competente; d) Reconhecer preliminarmente a conexão com processo em fase de execução que corre junto à 2ª Vara Cível de Anápolis/GO; e) Reconhecer a improcedência do pedido da autora, com extinção do processo com resolução do mérito, com base no Art. 487, I do CPC; f) Reconhecer o benefício de ordem, uma vez que o a natureza é subsidiária e devem ser executados inicialmente os bens do devedor principal, de acordo com Art. 827 do CC; g) Condenar o autor ao pagamento das custas e dos honorários de sucumbência, nos termos do Art. 85 e seguintes do CPC; h) Provar o alegado por todos os meios de prova permitidos no Direito, sem exceção, notadamente por prova oral, documental e testemunhal e demais que se fizerem necessárias. Termos em que, Pede deferimento. Local, Data. Advogado
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