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TCC LUIZ CARLOS 29 02 2016.

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CENTRO DE EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
JOSÉ FERNANDES DE MOURA
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA NO TRABALHO
LUIZ CARLOS BARBOSA DA SILVA JUNIOR
PRESSÃO AO EMPREGADO (ASSEDIO MORAL)
ARIQUEMES
2016
LUIZ CARLOS BARBOSA DA SILVA JUNIOR
PRESSÃO AO EMPREGADO (ASSEDIO MORAL)
Artigo Científico apresentado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, Unidade de Ariquemes, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Segurança do Trabalho.
Prof.(a) Orientador(a): Neilson da Silva Azevedo.
ARIQUEMES
2016
LUIZ CARLOS BARBOSA DA SILVA JUNIOR
PRESSÃO AO EMPREGADO (ASSEDIO MORAL)
Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, Unidade de Ariquemes, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Segurança do Trabalho. 
Orientador (a) Prof.(a):Neilson da Silva Azevedo
COMISSÃO EXAMINADORA 
_______________________________________ 
Prof.(a). Orientador (a) Neilson da silva Azevedo
SENAI – Ariquemes 
_______________________________________ 
Prof. Roberto Yoshio Kuwano
SENAI – Ariquemes 
_______________________________________ 
Prof. Frank Antelo da Silva 
SENAI – Ariquemes 
Ariquemes, Março de 2016.
PRESSÃO EXCESSIVA AO EMPREGADO (ASSEDIO MORAL)
Luiz Carlos Barbosa da Silva Junior¹ 
Neilson da Silva Azevedo²
RESUMO
É analisado, neste estudo o assédio moral nas relações de trabalho sua lenta evolução no mundo através do tempo. É demonstrado através de estudos inicialmente extraídos da historia e psicologia, que o assédio moral reflete tanto no ambiente de trabalho como no ambiente social ou familiar. Serão demonstrados os danos a saúde do trabalhador, (danos psicológico e vitais) o custo ao empresário que arca com a falta desse empregado e a saúde do mesmo e muitas vezes, processos jurídicos. Paralelamente será analisada a evolução histórica e as formas de violência ao trabalhador, que muitas vezes são esquecidas por parte da população, onde se encontra o inicio do assedio e o inicio dos estudos para o combate dessas práticas violentas e silenciosas no posto de trabalho. Embora não haja regulamentação específica no âmbito jurídico brasileiro o direito e o processo trabalhista brasileiro não fogem à regra. Nos últimos anos foram várias as inovações acrescentadas, entre elas podemos citar o banco de horas; o trabalho a tempo parcial; a exigência da comissão de conciliação prévia; créditos trabalhistas diretamente na conta do reclamado; a lei penal do assédio sexual; a cobrança de custas e emolumentos. Os avanços científicos e tecnológicos que ocorreram em nome do progresso não conseguiram eliminar as formas de exploração física e psíquica dos trabalhadores.
Palavras chave: Assedio moral, Saúde, Lei, Relações publicas, Efeitos a saúde.
 INTRODUÇÃO
O motivo deste artigo científico foi o de buscar a origem do assédio moral. Analisa-se o fenômeno do assédio moral, sob o olhar jurídico trabalhista e, por conseguinte, as suas consequências na vida profissional, social e familiar do empregado; que muitas vezes não conhece as leis trabalhistas.
O assédio moral não ocorre somente no ambiente de trabalho, ele pode estar presente nas relações entre cônjuges, no ambiente familiar, nas escolas, etc. Porém, esta obra trata somente do assédio moral no ambiente de trabalho, tanto no setor público como privado.
 __________________
¹ Orientando. Aluno do Curso Técnico em Segurança do Trabalho 
² Orientador. Engenheiro Florestal/Especialização em Saúde e Segurança no Trabalho.
Sabe-se que o ambiente de trabalho é o local onde as pessoas passam a maior parte de seu tempo é normalmente o local depositário de grande parte das aspirações, sonhos e realizações, é nesse ambiente que as pessoas buscam dias de maior fortuna e segurança, para elas e suas famílias transformarem-se em cidadãos produtivos e solidários. Mas muitas vezes com situações inusitadas da vida como a violência por parte do encarregado ou empregador.
1. HISTORIA.
1.1. COMEÇO DA HISTORIA DA PRESSÃO AO TRABALHADOR.
O assédio moral existe desde os primórdios da civilização humana. Na antiguidade greco-romana, a palavra trabalho carregava a conotação de fardo, pena, enquanto a virtude humana estava atrelada à noção de ócio.
Na idade média, os grupos heréticos partem do pressuposto de que o prover a subsistência com o próprio trabalho assegura a independência, mas recomendam que seja repelido todo o esforço além do necessário.
Conforme Carmen Camino (2003, p. 101) “A fragmentação do Império Romano, a partir do ano 476 a.C., implicou alterações significativas nas relações de trabalho. Emergiram como instituições de grande poder a Igreja, o feudalismo, e as corporações de ofício.”¹
Com a era capitalista, o trabalho é degradado, tornando-se estranho ao trabalhador, no sentido de que o homem se converte em um simples meio para outro homem.
A servidão da gleba foi o regime de trabalho consagrado nos feudos. Os servos não eram livres, mas diferenciavam dos escravos por não serem simples objetos de direito, contudo, aproximavam-se muito da condição de escravos, ao ser objeto de cessão.
De acordo ZAINAGHI, Domingos Sávio. Curso de legislação social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. 19.	
“Num terceiro momento, aparece uma forma de trabalho denominada corporações de ofício, uma forma de trabalho com alto grau de exploração. Nesse ponto, o homem deixa o campo para instalar-se nas áreas urbanas em torno dos castelos”
A partir da Revolução Francesa (1789), com a sedimentação do lema revolucionário Igualdade, Liberdade e Fraternidade, o trabalho afirmou-se como uma instituição própria de pessoas livres, consagrando o trabalho com atividade livremente prestada.
A nova visão da política do trabalho acabou por criar a necessidade de legislação. Nesse sentido, após a assinatura do Tratado de Versalhes, a Constituição de Weimar, de 11 de agosto de 1919, foi a primeira a inserir um capítulo especial sobre a ordem econômica e social, e posteriormente, as constituições foram incorporando a nova ordem social em todo o mundo, onde as legislações começaram a disciplinar medidas protetivas ao trabalhador, visando seu bem-estar, saúde física e mental.
2. GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA NA ÁREA DO TRABALHO.
Com o absolutismo e com o mercantilismo o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais (ouro e prata) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favoreceu a burguesia – classe que detém os meios de produção – que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, com a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo.
Na Alta Idade Média já se percebe o aparecimento de alguns novos tipos de organização. Florescem as cidades, casa de comércio, as primeiras empresas. O trabalho deixa de ser feito em casa ou pequenas e passa ser feito nas fábricas. Opera-se a separação do trabalhador dos meios de produção do seu trabalho. Com as fábricas nos arredores das cidades e com o cerca- mentos e a piora das condições no campo houve um grande fluxo migratório do campo para periferias dessas cidades: Surge o proletariado, o trabalho assalariado.
Os proprietários das empresas os comerciantes e industriais unem-se ao rei e ao Estado Nacional Absolutista, para enfraquecer os senhores feudais e a igreja.
Conseguindo este feito, unem-se aos trabalhadores para acabar com o estado absolutista. Com o poder do rei enfraquecido, esses industriais assumem o comando do estado e volta-se contra os trabalhadores, juntando-se os aos antigos detentores (monarcas) do poder para fazer frente ao insurgente movimento operário: Consolidando a burguesia e com ela o liberalismo: Dando forma ao capitalismo.
A ampliação do comércio internacional consolidou o sistema capitalista dentro de uma sociedade de classes,na qual, de um lado, surgia e se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, detinha o poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário.
Assim, o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas fornecedoras de matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de investimentos seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX (Inglaterra, França, Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a competir pela dominação política e econômica do mundo (neocolonialismo) e pela partilha dos territórios asiáticos e africanos, de acordo com seus próprios interesses.
O resultado da competição foi o imperialismo expresso pelo domínio econômico de uma nação sobre outra, na tentativa de manter o abastecimento de matérias-primas e os mercados consumidores, o que teve como consequências o militarismo, o nacionalismo, o racismo e a hierarquização das nações.
2.1. AS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA “REVOLUÇÃO INDUSTRIAL”.
Os trabalhadores durante a Revolução Industrial trabalhavam de dez a dezoito horas por dia. As fábricas possuíam regras extremamente rígidas (era proibido falar, olhar para as janelas, etc.) tendo que seguir o ritmo das máquinas, e mesmo assim seu salário era de 20 a 40% menor do que o mínimo para uma vida decente. Se bem que antes dela as condições de trabalho também eram horríveis. Obviamente, isso justifica o tratamento dado a eles.
Alguns direitistas argumentam que, se as condições fossem assim tão ruins, eles voltariam para o campo, desiludidos. Pura mentira, pois na verdade eles foram forçados a migrar para as cidades, já que não sobrava muito mercado para produtos agrícolas, e muitas vezes o próprio governo os expulsava das terras. Chegando às cidades, eles enfrentavam a dificuldade de encontrar acomodações.
Como as horas de trabalho eram longas, eles não podiam morar longe das fábricas. Isso gerou a superlotação das moradias. Surgiram as favelas e cortiços.
As pessoas faziam sexo na frente de todos, inclusive crianças o que corrompia a moral. Como o salário de um único trabalhador não era suficiente para viver, nem para pagar o aluguel, a família inteira, mulher e filhos eram obrigados a trabalhar. 
Se o pai de família morresse ou se torna inválido (devido aos acidentes causados pelas condições perigosas das máquinas) eles eram condenados à fome e miséria. O número de órfãos pelas ruas era grande.
Além de terem condições insalubres, as fábricas eram sujas e mal ventiladas. Isso tornava os trabalhadores inválidos em poucos anos. Não havia qualquer tipo de seguridade social, nem aposentadoria, nem programas sociais. Valorizava-se o esforço individual e a poupança, o que quase nunca era possível, pois os salários mal davam para se manter vivo.  
Durante muito tempo, não houve qualquer lei trabalhista, pois essa sim era uma sociedade verdadeiramente liberal, onde a liberdade de explorar os menos favorecidos é absoluta e a realização individual vale mais do que qualquer outra coisa, mesmo se isso custar á vida dos outros. 
Quando elas surgiram, simplesmente não eram cumpridas: nada mais fácil do que explorar pessoas que precisam do emprego e não têm alternativa. Não havia qualquer consideração pela segurança dos trabalhadores, muitos caíam dentro das máquinas e morriam esmagados, ou tinham membros amputados, e ficavam impossibilitados de trabalhar. Se isso acontecesse, o operário não recebia qualquer socorro, e perdia o que já havia produzido no dia. 
A falta de horas de sono fazia com que eles caíssem no sono involuntariamente, o que aumentava o perigo de acidentes. Se houvesse atraso (isso era um problema, pois a maioria não podia adquirir um relógio), ouse quebrassem das regras de disciplina, eles eram surrados. Alguns morriam nas mãos de seus supervisores. As mulheres não eram respeitadas, seus supervisores as obrigavam a oferecer "serviços".
Como não podiam ter relógios, os patrões os enganavam e os faziam trabalhar muito mais do que o combinado. O único intervalo do dia era de meia hora para o almoço. Idas ao banheiro eram controladas, se é que eram permitidas.
 No caso da pessoa não encontrar emprego o que era comum em várias épocas, quando a oferta era menos que a demanda, ou de inventar alguma doença imaginária para não trabalhar, havia as casas de trabalho forçado. 
Lá, os “vagabundos” trabalhavam ainda mais duro por nenhum salário. As famílias eram separadas, e as condições eram propositalmente cruéis, para que eles pensassem duas vezes antes de resolver serem vagabundos. As crianças eram roubadas e vendidas como aprendizes (escravas) para outras fábricas.
3. SAÚDE.
3.1INICIANDOS ESTUDOS SOBRE A VIOLÊNCIA MORAL.
Na Suécia, iniciaram-se os estudos sobre a violência moral nos locais de trabalho. Contudo, foi no começo de 1984 que um sério pesquisador alemão em psicologia do trabalho Heinz Leymann. Define assédio moral como sendo:
“Uma interação social, através da qual um indivíduo é atacado por um ou mais indivíduos de forma diária e continuada durante meses, levando a pessoa assediada a sentir-se numa posição completamente desprotegida e correndo um elevado risco de exclusão”. (Heinz Leyman, 2000 “a).
Os estudos acerca desse fenômeno nas relações de trabalho iniciaram-se a partir das investigações difundidas por Heinz Leymann, pesquisador em Psicologia do Trabalho, que em 1984 publicou um ensaio científico pelo National Board of Occupational Safety and Health in Stokolm, sendo o pioneiro a descrever as consequências do denominado mobbing na esfera da neuropsíquica da pessoa exposta a humilhações e hostilidades no ambiente do trabalho.
Heinz Leymann (2000) qualifica o mobbing como terror psicológico ou psicoterror, no qual a vítima é submetida a um processo de invasão sistemática de seus direitos, conduzindo-a a exclusão do mercado de trabalho, pois torna a vítima incapaz de encontrar um emprego, devido aos desgastes psicológicos suportados no ambiente de trabalho anterior.
A também outra teoria sobre o surgimento e estudo com Konrad Lorenz; segundo ele: A figura do assédio moral não surgiu no campo das relações humanas. Foi utilizada pela primeira vez na área da Biologia, através das pesquisas realizadas por Konrad Lorenz, na década de 1960, cujos resultados evidenciaram o comportamento agressivo do grupo de animais de pequeno porte físico em situações de invasões de território por outros animais. Por meio de intimidações e atitudes agressivas coletivas, o grupo tentava expulsar o invasor solitário.
	
	3.2. DANOS À SAÚDE DO TRABALHADOR
Pode-se entender o assédio moral como uma forma de violência de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica do indivíduo, por meio de ações as mais diversas, compreendendo gestos, palavras e atitudes, que humilham, degradam e atingem reiteradamente a vítima, visando desestabilizá-la, isolá-la ou eliminá-la do local de trabalho.
O assédio moral, além de gerar efeitos maléficos sobre a personalidade e a saúde do empregado, projeta seus efeitos sobre a sociedade, pois conduz ao desemprego. Nesse caso, a vítima do assédio moral pode se tornar um encargo para o Estado, pois gozará de benefícios previdenciários; e, ainda, engendra prejuízos à própria organização do trabalho, posto que o empregado assediado tenha queda na produtividade, dificuldade de integração e interação com o grupo de trabalhadores, além de absenteísmo, tudo capaz de resultar em déficit para o empregador.
O assédio moral afeta, além da vítima, os custos operacionais da empresa, com a baixa produtividade daí advinda, absenteísmo, falta de motivação e de concentração que aumentam os erros do serviço.
A consequência econômica é bastante preocupante, não se limitando à vida do empregado, mas tendo reflexos na produtividade, atingindo, também, a sociedade como um todo, uma vez que mais pessoas estarão gozando de benefícios previdenciários temporários, ou mesmopermanentes em virtude da incapacidade laborativa, sobrecarregando, dessa forma, a Previdência Social.
Os sintomas apresentados pelas vítimas de assédio moral são os mais diversos e variam de acordo com a intensidade e a duração da agressão. Dentre as causas que geram a conduta assediante, podemos mencionar várias: deficiências na organização do trabalho, precariedade de comunicação e informação interna, corrida pela competitividade e lucratividade, ausência de uma política de relações humanas, rivalidade dentro do setor, gerenciamento sob pressão para forçar a adaptação e a produtividade, inveja, ciúmes, e até mesmo a perversidade inerente a muitas pessoas.
4. ESTUDOS PELO BRASIL:
A pesquisa bem conduzida pela professora Margarida Barreto consultou 42.000 trabalhadores em todo o país. Estarrecedor o fato de que um em quarto deles disse ter passado por algum tipo de humilhação ou situação vexatória. Importante destacar abaixo, uma parte desta pesquisa:
QUANDO ACONTECE:
 50% Várias vezes por semana
 27% Uma vez por semana
 14% Uma vez por mês
 9% Raramente
QUEM PRATICA:
90% Chefe
6% Chefes e colegas
2,5% Colegas
1,5% Subordinado contra chefe
A pesquisa revela um ambiente de trabalho preocupante. Não se está a dizer que os locais de trabalho são de todo ruins, absolutamente! Em verdade, o que se apresenta com estudos científicos, indica que o olhar deve estar fixo neste caminho inquebrantável de proteger a vítima deste terror psicológico e o próprio ambiente de trabalho. A pesquisa aponta no universo de trabalhadores consultados, que o assédio moral acontece com frequência praticada pelo chefe contra subordinados, com resultado nefasto. 
4.1. OS EFEITOS DO ASSÉDIO.
Pesquisas levadas a cabo, por exemplo, no Reino Unido, demonstram que 53% dos trabalhadores foram vítimas de coações no trabalho e que 78% foram testemunhas desse tipo de comportamento que pode afetar seriamente a saúde física e psíquica dos que dele sofrem. Ressalta o fato de na Suécia ter-se estimado que esse tipo de violência é causa de 10% a 15% dos casos de suicídios.
Alguns efeitos e danos à saúde do assediado, quais sejam:
Endurecimento ou esfriamento das relações no ambiente de trabalho;
 Dificuldade de enfrentar as agressões ou interagir em equipe;
Dificuldades emocionais como irritação constante, falta de confiança em si, cansaço exagerado, diminuição da capacidade para enfrentar o estresse e pensamentos repetitivos;
Alterações do sono; dificuldade para dormir, pesadelos, interrupções frequentes do sono, insônia;
Alteração da capacidade de concentrar-se e memorizar.
Anulação dos pensamentos ou sentimentos que relembrem a tortura psicológica, como forma de se proteger e resistir;
 Diminuição da capacidade de fazer novas amizades. Morte social: redução do afeto, sentimento de isolamento ou indiferença com respeito ao sofrimento alheio. Tristeza profunda;
Depressão;
Mudança de personalidade. 
Sentimento de culpa. Pensamentos suicidas, tentativas de suicídio;
Aumento do peso ou emagrecimento exagerado. Distúrbios digestivos. Hipertensão arterial. Tremores. Palpitações;
Aumento de bebidas alcoólicas e outras drogas;
Estresse. 
Falta de equilíbrio quanto às manifestações emocionais, por exemplo, com crises de choro ou de raiva; 
Pedido de demissão;
Tensão nos relacionamentos afetivos.
4.2 LEIS: APLICABILIDADE SOBRE ASSEDIO MORAL NO BRASIL.
Atualmente, processos judiciais que envolvem assédio moral estão cada vez mais presentes na Justiça do Trabalho. No Brasil, alguns projetos de lei estão em debate. No entanto, é preciso aprofundar os estudos sobre o assunto, uma vez que envolvem outras áreas do conhecimento humano, em especial, as que dizem respeito às relações interpessoais no trabalho.
Em respeito à dignidade do trabalhador, a Constituição Federal, ao estabelecer princípios gerais, e, portanto, também aplicável ao Direito do Trabalho consagra em seu art. 1º, inciso III, como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, “A dignidade da pessoa humana”.
Consolidação das Leis do Trabalho CLT. A CLT estabelece as situações de rompimento unilateral de contrato de trabalho quando houver uma falta grave de uma das partes. O art. 482 refere-se aos empregadores e dispõe sobre a rescisão por justa causa, ao passo que o art. 483 dispõe sobre a rescisão por iniciativa do trabalhador. Como o assédio moral se constitui numa falta grave por parte da empresa, o trabalhador pode recorrer a esse dispositivo para pleitear a rescisão do contrato de trabalho, necessitando para isso constituir um advogado.
Um dos fatores que dificultam a formulação de leis e, consequentemente, a penalização por assédio está relacionado ao elevado grau de subjetividade em questão, bem como à dificuldade de verificação do nexo causal (ou seja, definir que a ocorrência do assédio levou ao adoecimento, por exemplo). Em casos de ações na Justiça, o assédio moral somente poderá ser caracterizado se, além das impressões do assediado, forem apresentadas provas materiais e testemunhas da conduta lesiva.
As práticas de assédio moral podem ser perfeitamente enquadradas em várias alíneas do art. 483 da CLT (como rigor excessivo, perigo manifesto de mal considerável, descumprimento de obrigações legais ou contratuais, serviços, superiores às forças do trabalhador, ofensa à honra e à boa fama), capazes de autorizar a rescisão indireta, além de indenização por dano moral e/ou material.
Seja pelos maus-tratos, ofensas e humilhações dirigidas contra o empregado, desqualificando-o e degradando o ambiente de trabalho, quando o empregador exceder no poder de organização e atribuir metas de produtividade inatingíveis, com claro intuito de atingir o empregado em sua autoestima pessoal e profissional, na intenção de afastá-lo da organização do trabalho, seja também quando o empregador desviar a finalidade do poder disciplinar e aplicar penalidades incompatíveis com as faltas cometidas e as características do empregado; quando exceder nos meios de fiscalização e controle do empregado, através de circuitos internos, revistas pessoais, de modo a afetar a privacidade e intimidade do empregado, e, consequentemente, ferir a dignidade e direitos de personalidade do empregado enquadra-se na figura do art. , porém deve haver “rigor excessivo”, ou seja, perseguição, por parte do empregador ou superior hierárquico, que conduz ao abuso do legítimo poder de direção e hierárquico, caracteriza-se a figura da dispensa indireta Assédio Moral - Conceito contido na NR 17.
 De acordo com a NR 17 apresenta conceito de assédio moral, Consta no Anexo II, item 5.13:
5.13. É vedada a utilização de métodos que causem assédio moral, medo ou constrangimento, tais como:
a) estímulo abusivo à competição entre trabalhadores ou grupos/equipes de trabalho;
b) exigência de que os trabalhadores usem, de forma permanente ou temporária, adereços, acessórios, fantasias e vestimentas com o objetivo de punição, promoção e propaganda;
c) exposição pública das avaliações de desempenho dos operadores.
5. Solução para o assedio.
Por se tratar de uma violência de ordem psicológica, as medidas legislativas nem sempre são suficientes para combater e prevenir as práticas de assédio moral no trabalho. Entende-se que o assédio deve ser reconhecido e coibido pela gestão das próprias organizações, como forma de garantia dos direitos individuais dos seus trabalhadores, bem como da saúde psicológica destes e da própria organização.
No caso de identificação do ofendido de estar sofrendo assédio moral no ambiente do trabalho, primeiramente deve este, atentar a todos a sua volta, verificando assim se há pessoas presenciando o fato. Havendo outras pessoas anotar o nome, função, hora do acontecimento, data e de que forma ocorreu.
A principal medida de prevenção ao assédio moral é a informação sobre suas características e suas consequências aos trabalhadores, sobretudo aqueles que exercem cargo de confiança.
Procurar sempre buscar orientações de seus colegas de trabalho parasaber se esta é uma conduta isolada e ou é constante este tipo de acontecimento com os funcionários, procurando saber se mais alguém já sofreu esse tipo de humilhação do agressor.
Observando a pratica do ofensor, evitar conversas com ele sem a presença de testemunhas, colegas de trabalho ou representante da categoria, e sendo o caso mais complexa procurar sempre orientação de um advogado, antes de qualquer atitude.
Sempre que possível exigir do agressor, documentos por escrito ou por e-mail exigindo explicações do ato, e repassa-la imediatamente ao superior hierárquico quando este não for o agressor, o sendo deverá repassar diretamente ao chefe do Recurso Humano.
Nesse sentido, sindicatos profissional e econômico têm feito constar em convenções coletivas de trabalho cláusulas estabelecendo medidas de prevenção contra o assédio moral. Os quais terão como objetivo: avaliar os fatores psicossociais, identificar e determinar os problemas; admitir a existência ou não dos problemas; definir a violência moral.
Já a função do técnico em segurança no trabalho é a conscientização de empregados e empregadores permitirá a compreensão por todos dos graves efeitos do assédio moral, possibilitando a redução dos prejuízos decorrentes.
Cabe ao técnico elaborar e implementar o código de ética dentro da empresa que vise coibir toda manifestação de discriminação (etnia/racial, sexual, idade, gênero) e de práticas nocivas a saúde física/mental e a segurança dos trabalhadores. Em particular o assédio moral e o assédio sexual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O assedio moral afligem inúmeras pessoas, e o problema que só cresce nos pais. No ambiente de trabalho é um fenômeno que existe há muito tempo, e que vem sendo praticado com frequência em diversas partes do mundo. Ele consiste na exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e vexatórias, de forma repetitiva e prolongada durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
	Esse mau causa danos permanentes à vítima, tendo que ser, por este motivo, principalmente, punido em todas as suas formas. É necessário que o agressor se conscientize do mal causado à sua vítima, todas as consequências possíveis dos seus atos, e assumir os danos que causam as pessoas.
	É necessário, que, no Brasil, se de mais atenção a esse tipo de agressão, que por mais desconhecida que seja da população, não deixa de causar terríveis e inúmeros danos nos inúmeros trabalhadores que sofrem com esse mal, e às vezes, nem sabem que sofrem ou porque sofrem, por falta de informação.
REFERÊNCIAS
CAMINO, Carmen. Direito Individual do trabalho. 2. ed. Porto Alegre: Síntese, 1999. p. 26-27. 
ANTUNES Ricardo utiliza a expressão estranhamento em substituição à expressão alienação. In: Dorneles, Leandro do Amaral D. de. A transformação do Direito do Trabalho. 
ZAINAGHI, Domingos Sávio. Curso de legislação social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. 19. 
DORNELES, Leandro do Amaral D. de. A Transformação do Direito do Trabalho: da lógica da preservação à lógica da flexibilização. São Paulo: LTr, 2002. p. 20. grifo do autor (FERREIRA, 2004, p. 38)
SANTOS, Marcia Cristina. A aplicabilidade do princípio da dignidade da pessoa humana na relação de emprego. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169.html>. Acesso em: 25 de Janeiro de 2016
ARAÚJO, Pedro, A tirania do presente. Do trabalho para a vida às incertezas do desemprego. Coimbra: Quarteto, 2008, 148 pp.

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