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Unidade 03 E book Responsabilidade Social

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RESPONSABILIDADE SOCIAL 
UNIDADE 03 
 
 
 
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Caro estudante, 
 
Queremos lhe dar as boas-vindas
e cumprimentá-lo pela oportunidade de
participar dessa modalidade de ensino-
aprendizagem presente no currículo do
curso que escolhestes estudar. 
 
Você está participando de um
momento importante na instituição e no
nosso país, pois a Educação a Distância –
EAD está se expandindo cada vez mais,
por ser uma modalidade que busca atender
as novas demandas educacionais
decorrentes das mudanças na nova ordem
econômica mundial. 
 
As características fundamentais da
sociedade contemporânea que têm impacto
sobre a educação são, pois, maior
complexidade das relações sócio-
produtivas, uso mais intenso de tecnologia,
redimensionamento da compreensão das
relações de espaço e tempo, trabalho mais
responsabilizado, com maior mobilidade,
exigindo um trabalhador multicompetente,
multiqualificado, capaz de gerir situações
de grupo, de se adaptar a situações novas
e sempre pronto a aprender. 
 
Em suma, queremos que a partir
do conhecimento das novas tecnologias de
interação e do estudo independente, você,
caro estudante, torne-se um profissional
autônomo em termos de aprendizado e
capaz de construir e reconstruir
conhecimentos, afinal esse é o trabalhador
que o mercado atualmente exige. 
 
Dessa forma, participe de todas as
atividades e aproveite ao máximo esse
novo tipo de relação com os seus colegas,
tutores e professores, e nos ajude a
construir uma FATE e uma sociedade cada
vez melhor. 
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RESPONSABILIDADE SOCIAL – UNIDADE 03 
 
• Certificação ambiental: um caminho para a sustentabilidade; 
• Certificações socioambientais internacionais e nacionais; 
• Princípios norteadores da responsabilidade social; 
• Relação entre a organização, suas partes interessadas e a sociedade; 
• Benefícios da responsabilidade social, segundo a ABNT NBR ISO 26000:2010. 
 
 
 
Objetivos: 
• Compreender a importância dos certificados ambientais para as empresas; 
• Identificar os principais certificados ambientais; 
• Reconhecer os princípios norteadores da responsabilidade social, de acordo com a 
ABNT NBR ISO 26000:2010; 
• Entender a relação entre a organização, suas partes e a sociedade; 
• Apreender os benefícios da responsabilidade social, a partir dos preceitos 
estabelecidos pela ABNT NBR ISO 26000:2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL: UM CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE 
 
Cada vez mais, a certificação ambiental tem se tornado um parâmetro de 
análise, por parte da sociedade, que utilizam como referência o histórico de impacto 
ambiental dos produtos ofertados, e também a responsabilidade socioambiental da 
organização. 
 
A partir do reconhecimento da certificação, o consumidor tem a garantia da 
qualidade do produto/ serviço que esta adquirindo, dando o direito inclusive de recorrer ao 
Código de defesa do consumidor, caso o produto não ofereça as mesmas características 
estabelecidas pela empresa certificadora. 
 
A certificação ambiental, além de promover a imagem da organização e de 
atrair clientes aparece simultaneamente com outros programas ambientais que 
direcionam para que o processo produtivo e de logística, seja mais eficiente no ponto de 
vista econômico. 
 
Segundo (Nahuz, 1995, p. 57) a certificação ambiental apresenta 
características próprias: 
 
 É voluntária e independente, pois é aplicada por terceiros a quem se 
disponha a integrar o sistema; 
 É aplicada, conforme critérios bem definidos, a produtos, famílias de 
produtos e processos; 
 É positiva, ou seja, representa premiação, e, como tal, torna-se um 
instrumento de marketing das empresas; 
 É um mecanismo de informação ao consumidor; 
 Difere da certificação convencional, que é baseada em normas(qualidade 
mínima) ou critérios (excelência); 
5 
 Difere dos rótulos informativos de produtos, que apresentam dados 
técnicos, como composição, reciclabilidade etc; 
 Difere das etiquetas de advertência ou alerta, normalmente obrigatórias, 
quanto à periculosidade de venenos, cigarros etc. 
 
 
CERTIFICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS 
 
Com o intuito de estimular a responsabilidade social vários instrumentos de 
certificação foram criados nos últimos anos. Entre os benefícios alcançados pelos 
empreendimentos certificados, independente do porte, os que se destacam são: 
diferenciação dos produtos no mercado, participação em mercados mais exigentes, 
ganhos em gestão e melhoria na imagem institucional. 
 
As principais certificações internacionais e nacionais: 
 
• AA1000: Lançada em 1999 pelo ISEA (Institute of Social and Ethical Accountability), 
hoje AccountAbility, a AA1000 surgiu como certificação de cunho social que enfoca 
principalmente a relação da empresa com seus diversos parceiros, ou “stakeholders”. 
 
 
 
 
 
 
Essa norma é um excelente instrumento de governança e transparência 
corporativa, ou seja, sua função é garantir a qualidade das informações apresentadas nos 
relatórios, fornecendo mecanismos de avaliação e verificação de dados, principalmente 
para as informações não financeiras. A AA1000 é fundamentada na aprendizagem e 
desempenho social, ético, ambiental e econômico das organizações, além de mencionar 
caminhos estratégicos para a sustentabilidade. 
 
 
Segundo o (ELAP CADERNEWS, on-line), os princípios fundamentais da 
AA1000 são: 
 
Inclusão: refere-se à participação dos stakeholders no desenvolvimento de uma 
resposta responsável e estratégica à sustentabilidade. A inclusão permite que 
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participem na identificação de problemas e contribuam para as soluções, e 
consiste na cooperação em todos os níveis, de forma a alcançar resultados mais 
efetivos. 
Relevância: determina a importância de um assunto para a empresa e seus 
stakeholders, contribuindo para a identificação dos assuntos para o desempenho 
sustentável dessa organização. 
Capacidade de resposta: é a forma como uma organização reage às questões 
que afetam seu desempenho de sustentabilidade. A capacidade de resposta é 
observada por meio das decisões tomadas e do desempenho, assim como pela 
comunicação adequada com os stakeholders. Pode abranger o estabelecimento 
de políticas, objetivos e metas, estruturação de um modelo de governança, 
sistemas e processos de gestão, os planos de ação, o envolvimento dos 
stakeholders, a medição e o monitoramento do desempenho. Neste processo, as 
respostas de uma organização podem não ir ao encontro dos pontos de vista de 
todos os stakeholders, mas eles participam no desenvolvimento das respostas. 
 
 
• SA8000: Criada em 1997, pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency 
(CEPAA), a “Social Accountability 8000” é uma das normas internacionais mais 
importantes, além de ser bastante conhecida. É norma internacional de avaliação da 
responsabilidade social para empresas fundamentada nas Organização das Nações 
Unidas (ONU) da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Seu enfoque 
primordial é nas relações trabalhistas combatendo o trabalho infantil, trabalho escravo, 
bem como outras práticas de contratação de empregados que sejam consideradas 
abusivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Essa norma vem atender a uma necessidade de consumidores/clientes mais 
exigentes e esclarecidos que se preocupam com a forma como os produtos são 
produzidos, e não apenas com a sua qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Selo Empresa Amiga da Criança: Instituído pela Fundação Abrinq para empresas que 
defendem os direitos da criança e do adolescente com o objetivo de mobilizar a sociedade 
civil para questões relacionadas aos direitos da infância e da adolescência, por meio de 
ações, programas e projetos, como estimulandoo fortalecimento de políticas públicas 
sociais. 
 
 
• ISO 9001: é uma norma internacional relacionada à 
Gestão da Qualidade, aplicável a qualquer empresa, de 
todos os tipos de atividades e setores. Existe uma versão 
brasileira da ISO 9001, instituída como ABNT NBR ISO 
9001, que também tem como finalidade estabelecer 
normas consistentes que aumentam a qualidade dos 
processos de gestão. É estabelecida uma relação de confiança entre a empresa e cliente 
quando essas normas são implementadas e cumpridas. 
 
Segundo BLOG DA QUALIDADE (on-line), o ISO 9001baseia-se em oito 
princípios de gestão da qualidade (todos basilares para as boas práticas de negócios): 
 
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Foco no cliente: as organizações devem atender as necessidades atuais e 
futuras de seus clientes, procurando exceder suas expectativas; 
Liderança: os lideres estabelecem os propósitos e o rumo que a organização 
deve tomar. Portanto, precisam despertar em seus liderados o envolvimento com 
os propósitos da organização para que possa alcançar seus objetivos; 
Envolvimento das pessoas: pessoas representam a essência da organização e 
suas habilidades deverão ser usadas em benefício dela mesma, através de seu 
total envolvimento; 
Abordagem de processo: as atividades e os recursos semelhantes deverão ser 
gerenciados como um processo para que o resultado desejado seja alcançado 
com maior eficiência; 
Abordagem sistêmica para a gestão: os processos inter-relacionados deverão 
ser identificados, compreendidos e gerenciados como um sistema, o que gerará 
eficiência e eficácia organizacional, contribuindo para o alcance dos objetivos; 
Melhoria contínua: a melhoria contínua está relacionada ao desempenho global 
da organização e os processos de melhoria que devem ser constantes; 
Abordagem factual para a tomada de decisão: para que as decisões sejam 
eficazes, devem estar focadas na análise de dados e informações; 
Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores: uma relação 
consistente entre organização e fornecedores gera benefícios e agrega valor para 
ambos. 
 
Ao implementar a ISO 9001 a empresa terá os seguintes benefícios: 
 
 Permite que a empresa seja um concorrente mais consistente no mercado; 
 Uma melhor gestão da qualidade ajuda a empresa atender às reais necessidades dos 
clientes; 
 Maneiras mais eficientes de trabalhar economizarão tempo, dinheiro e recursos; 
 Um melhor desempenho operacional eliminará erros e aumentará os lucros; 
 Motivação e envolvimento dos funcionários com processos internos mais eficientes; 
 Conquista clientes importantes ao oferecer melhor serviço. 
 
Segundo Ramos (2012), a certificação de acordo com o referencial ISO 9001 
representa 76% do número total de certificados emitidos (1.109.905 certificados), o que 
demostra por parte das organizações um elevado grau de confiança no referencial, ou 
seja, uma verdadeira ferramenta de gestão, integrada no planeamento estratégico. 
 
 
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Os 10 países com o maior número de certificados ISO 9001 emitidos. 
Fonte: Ramos (2012). 
 
Embora fora desta lista, outros países como o Brasil, República Checa, Malásia 
e Indonésia destacam-se com taxas de crescimento significativas. 
 
 
• ISO 14000: O ISO 14000 é uma das certificações auditadas pela International 
Organization for Standardization (ISO). A ISO 14000 avalia: auditorias ambientais, 
avaliação de desempenho ambiental, rotulagem ambiental, bem como análise o ciclo de 
vida dos produtos. Importante destacar que a empresa que recebe essa certificação deve 
seguir a legislação ambiental vigente do seu país. 
 
 
 
 
 
 
 
A ISO 14000 é subdividida em outras ISOs, cada uma com suas características 
próprias SITE SUSTENTÁVEL (on-line): 
 
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 ISO 14001: versa do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), sendo direcionada à 
certificação por terceiras partes; 
 ISO 14004: trata do Sistema de Gestão Ambiental, sendo destinada ao uso interno da 
empresa, ou seja, corresponde ao suporte da gestão ambiental; 
 ISO 14010: são normas sobre as Auditorias Ambientais. São elas que asseguram 
credibilidade a todo processo de certificação ambiental, visando às auditorias de 
terceiras partes, nas quais se verificam os compromissos estabelecidos pela empresa 
em seu Sistema de Gestão Ambiental; 
 ISO 14031: são regras sobre Desempenho Ambiental, que estabelecem as diretrizes 
para medição, análise e definição do desempenho ambiental de uma organização, a 
fim de assegurar o Sistema de Gestão Ambiental- SGA; 
 ISO 14020: são normas sobre Rotulagem Ambiental, instituindo orientações para a 
expressão das características ambientais dos produtos das empresas, de forma que 
os rótulos ressaltem as características ambientais do produto; 
 ISO 14040: são normas sobre a Análise do Ciclo de Vida, estabelecendo as 
interações entre as atividades produtivas e o meio ambiente. Avalia o impacto 
causado pelos produtos, processos e serviços relacionados desde a extração dos 
recursos naturais até a disposição final. 
 ISSO 1464: contabilização e verificação de emissões de gases de efeito estufa para 
suportar projetos de redução de emissões; 
 ISSO 14065: comtempla a ISSO 14064 especificando os requisitos para certificar ou 
reconhecer instituições que farão validação ou verificação da norma ISSO 14064 ou 
outras especificações importantes; 
 ISSO 14063: trata de comunicação ambiental por parte das empresas. 
 
No Brasil, a certificação do ISO é dada pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas – ABNT, que é o órgão credenciado pelo Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial–INMETRO, para geração das normas técnicas 
nacionais. 
 
Segundo Silva, et al (on-line), as normas ISO 14000 oferecem benefícios às 
empresas, tais como: 
 
 Garantia de implementação política: a ISO 14001 força a organização a 
superar a inércia, ligando a política ambiental (promessas vazias) a objetivos e 
metas reais. 
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 Consistência mundial para competição internacional: a ISO 14001 fornece um 
mecanismo de gestão ambiental responsável, em locais onde as normas são 
mínimas ou não existentes. A ISO 14001 oferece uma abordagem consistente 
internamente para as preocupações ambientais e também a certificação pela 
ISO 14001 permite às empresas identificarem-se com parcerias comerciais e 
com preocupações ambientais. 
 Satisfação do cliente: principalmente no caso de fabricantes de bens duráveis, 
muitas normas ISO estão mais disseminadas. 
 Custos reduzidos: a ISO 14001, prevenindo poluição, reduz os custos cortando 
as despesas com matérias-primas e diminuindo custos com descarte de 
resíduos. 
 Melhoria de imagem pública: há uma reação positiva da comunidade, quando 
ocorre uma implantação da ISO 14001 por parte de uma empresa local. 
 
 
De acordo com Ramos (2012), referente à ISO 14001 existiam 250.972 
certificados emitidos no final de 2010, distribuídos por 155 países (17,2% do número total 
de certificados emitidos em todo o mundo). Em relação ao ano de 2009, o crescimento, foi 
de 12% (27.823 certificados). Com destaque para o setor dos serviços, com 27% dos 
certificados emitidos (mais 2,6% que em 2009). 
 
Países com maior taxa de crescimento ISO 14001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Ramos (2012). 
 
Os setores que possuem o maior número de certificações ISO 14001 são o 
industrial automotivo, petroquímico e químico, bem como o de prestação de serviços A 
região sudeste destaca-se com maior número de certificações ISO 14001, pelo fato dessa 
região conter os maiores parques industriais, em especial o estado de São Paulo que 
possui praticamente cerca de 50% das certificações (RAMOS, 2012) 
12 
Percebemos que, no Brasil, a cada ano cresce o número de certificações, 
explicada por motivos diversos como:competitividade no mercado, preocupação 
ambiental, melhoramento da imagem da empresa perante as questões ambientais e por 
pressão dos consumidores que estão mais exigentes com a qualidade e, principalmente 
com o futuro das futuras gerações. Desta forma, o Brasil vem melhorando 
significativamente sua colocação no ranking internacional. 
 
Dicas importantes para a implementação da ISO 14001, segundo a BSI. (on-
line): 
 
 
 Obter o comprometimento e apoio da direção; 
 Envolver toda a empresa oferecendo boa comunicação interna; 
 Comparar os seus sistemas de qualidade existentes na organização com os requisitos 
da ISO 14001; 
 Fazer o mapeamento e compartilhar funções, responsabilidades e prazos; 
 Adaptar os princípios básicos da gestão ambiental para o negócio; 
 Obter o feedback do cliente e do fornecedor sobre a gestão ambiental atual; 
 Estabelecer uma equipe de implementação para obter os melhores resultados; 
 Estimular a participação da equipe com treinamentos e incentivos; 
 Compartilhar o conhecimento sobre a ISO 14001 e incentivar os integrantes da equipe 
a treinarem como auditores internos; 
 Revisar regularmente o sistema ISO 14001 para se garantir que a empresa o 
aprimore continuamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• ABNT-ISO 26000: Em Genebra, na Suíça no dia 1º de novembro de 2010, foi 
publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade 
Social. Já no Brasil, a versão em português da norma ABNT NBR ISO 26000, foi 
publicada no dia 8 de dezembro de 2010, em São Paulo. 
 
Essa norma visa estabelecer um melhor entendimento sobre a prática da 
Responsabilidade social visando orientar as empresas dos diversos setores (privado, 
público e sem fins lucrativos) sejam elas grandes, médias ou pequenas, a respeito dos 
cuidados e dos princípios que devem ser observados por organizações e demais 
entidades que desejam ser socialmente responsáveis. 
 
A Norma Internacional – NBR ISSO 26000 foi à primeira norma internacional de 
Responsabilidade Social. Esta norma traz definições e diretrizes sobre 
responsabilidade social, não tendo fins de certificação. Seu objetivo alinhado à 
responsabilidade social é de contribuir para o desenvolvimento sustentável 
reconhecendo a necessidade de engajamento com os stakeholders. A NBRS 
ISSO 2600, é diferente da ISSO 14001, não é um sistema de gestão, a NBR ISSO 
26000 foi desenvolvida para diversas instituições do setor privado, público e sem 
fins lucrativos, organizadas em um grupo multistakeholder que envolveu 
especialistas em mais de 90 países e 40 organizações. (AVILA, et al , 2014). 
 
É importante que as empresas ajustem seu comportamento em normas, 
diretrizes ou regras de conduta que estejam baseado nos princípios aceitos de uma 
conduta moral e correto na conjuntura de situações específicas, mesmo quando essas 
situações importarem um desafio à organização. 
 
Princípios norteadores da responsabilidade social 
 
A ABNT NBR ISO 26000:2010, oferece orientações relacionadas aos sete 
princípios norteadores da responsabilidade social: 
 
 “Accountability”: é importante que a organização preste contas e se responsabilize 
por seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente; 
 Transparência: é salutar que as decisões e atividades da organização que impactam 
diretamente na sociedade e no meio ambiente sejam transparentes; 
 Comportamento ético: convém que uma organização tenha um comportamento 
ético, com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, diante dos 
indivíduos e do meio ambiente; 
 
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 Respeito pelos interesses das partes interessadas: uma organização deve 
respeitar, apreciar e responder aos interesses de suas partes interessadas de forma 
acessível, clara, compreensível e em prazos adequados; 
 Respeito pelo estado de direito: uma organização dever aceitar que o respeito 
pelo estado de direito é indispensável, cumprir integralmente as leis do local onde 
está operando; 
 Respeito pelas normas internacionais de comportamento: a organização deve 
respeitar as normas internacionais de comportamento, ao mesmo tempo em que 
adere ao princípio de respeito pelo estado de direito; 
 Respeito pelos direitos humanos: é importante que uma organização respeite os 
direitos humanos e identifique sua importância, bem como sua universalidade, 
zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem. 
 
Conforme SEIXAS (2013) a partir do conhecimento desses princípios, a 
empresa deve analisar como o seu sistema de gestão se relaciona com a 
responsabilidade social. O autor recomenda que essa análise inclua os seguintes fatores: 
 
1) tipo de organização, propósito, natureza das operações e porte; 
2) locais em que a organização opera – estrutura jurídica do local de operação, 
características sociais, ambientais e econômicas das áreas de operação; 
3) características dos seus empregados; 
4) preocupações dos stakeholders relevantes à responsabilidade social; 
5) estrutura dos processos decisórios da organização; e 
6) cadeia de valor da organização. (Seixas, 2013) 
 
Relação entre a organização, suas partes interessadas e a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: ABNT NBR ISO 26000:2010 
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Conforme a ABNT NBR ISO 26000:2010, ao abordar sua responsabilidade 
social, é salutar que a empresa compreenda três relações: 
 
 Entre a organização e a sociedade: A organização deve compreender e reconhecer 
que suas decisões e atividades impactam diretamente na sociedade e o meio 
ambiente, bem como a organização também deve compreender as expectativas da 
sociedade quanto ao comportamento responsável no tocante a esses impactos de 
modo que seja realizado refletindo sobre os temas centrais e questões de 
responsabilidade social. 
 
 Entre a organização e suas partes interessadas: A empresa deve está ciente de 
suas várias partes interessadas. Estas são os indivíduos ou grupos cujos interesses 
podem ser comprometidos pelas decisões e atividades da organização. 
 
 Entre as partes interessadas e a sociedade: É importante que organização 
depreenda a relação entre os interesses das partes interessadas que são 
comprometidos pela organização, por um lado, e as perspectivas da sociedade por 
outro. Mesmo que as partes interessadas sejam uma parcela da sociedade, elas 
podem apresentar interesses conflitantes com as expectativas da sociedade. As partes 
interessadas possuem interesses sui generis em relação à organização, podendo ser 
diferenciado das expectativas da sociedade de comportamento socialmente 
responsável concernente a uma determinada questão. 
 
BENEFÍCIOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL SEGUNDO A ISO 26000:2010 
 
Segundo a norma ISO 26000:2010, os benefícios que a responsabilidade social 
pode trazer para a organização são diversos, tais como: 
 
 Progresso das práticas de gestão de risco da organização; 
 Estímulo a um processo decisório que leve em conta às expectativas da sociedade; 
 Melhoria da reputação da organização, 
 Geração de inovação; 
 Desenvolvimento da competitividade incluindo acesso a financiamento e status de 
parceiro preferencial; 
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 Promoção do relacionamento da organização com suas partes interessadas, aumento 
da fidelidade, envolvimento, motivação, participação e moral dos empregados; 
 Melhoria da saúde e segurança dos trabalhadores; 
 Eficiência no uso de recursos; 
 Maior confiabilidade e prevenção ou redução de possíveis conflitos com 
consumidores referentes a produtos ou serviços. 
 
Importante frisar, que um programa de Responsabilidade social deve ser muito 
bem planejado, caso contrário o efeito pode ser desastroso. A organização deve 
considerar os seguintes fatores (ABNT, 2010): 
 
 Verificar se a iniciativa é consistente comos princípios de responsabilidade social 
definidos na norma, abordando um dos temas centrais; 
 Conferir se foi elaborado para o tipo específico de organização ou áreas de interesse, 
se é local, regional ou tem aspecto global; 
 Averiguar se ajudará a organização a atingir grupos específicos ou partes 
interessadas; 
 Constatar se o programa é acessível, incluindo todos os tipos de recursos: 
financeiros, humanos, logísticos entre outros. 
 
O INMETRO (online) ao analisar a importância da ISO 2600 para a 
responsabilidade social afirma: 
 
A responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propósito das 
organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus 
processos decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e 
atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento 
ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja 
em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas 
internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social 
esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve 
em conta os interesses das partes interessadas. 
 
 A implantação da ISO 26000 para a responsabilidade social é indispensável, 
principalmente para pequenas e médias empresas, pois é uma norma bem didática e 
importante para gestores e empreendedores que querem inserir em suas atividades 
práticas de desenvolvimento sustentável. 
 
 
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CONCLUSÕES: 
 
É evidente que a certificação é um instrumento primordial para as empresas 
que almejam destaque no cenário nacional e, posteriormente, no internacional. Afinal de 
contas, a empresa que busca se adaptar a alguma norma e, por resultado dessa 
adaptação, obtém e mantém a certificação, criando um grande diferencial competitivo 
frente aos seus concorrentes. 
 
Atualmente as grandes organizações dos mais diversos setores têm exigido de 
seus fornecedores, tanto de produtos quanto de serviços, também a conquista de 
certificações demonstrando que a preocupação deve ser com o todo. 
 
Devemos ter em mente que a certificação, seja ela qual for, resultará sempre 
em uma grande mudança cultural dentro da organização. É salutar que todos os 
stakeholders entendam sua real importância e benefícios para a empresa. 
 
Podemos destacar alguns benefícios obtidos com o processo de certificação: 
uma poderosa ferramenta de marketing para impulsionar a imagem da organização; 
aumento da satisfação dos clientes; redução de risco ao negócio; implementação de 
inovações; mobilização em torno de um objetivo comum; e redução de desperdícios e 
custos. 
 
Enfim, a sociedade civil tem priorizado/valorizado empresas preocupadas com 
a questão ambiental. Organizações que incidem em violações sistemáticas ao meio 
ambiente têm a imagem prejudicada junto ao público, o que pode resultar em fragilidade 
na reputação e consequente diminuição de vendas. 
 
REFERÊNCIAS 
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sobre responsabilidade social, Rio de Janeiro, ABNT, 2010. 
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2002. 111f. Dissertação (Mestrado Profissional em Sistema de Gestão)- Universidade 
Federal Fluminense, Faculdade de Engenharia de Produção, Niterói. 
 
18 
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