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DESENVOLVIMENTO MINEIRO - HISTÓRICO 
Introdução 
A mineração juntamente com a agricultura é considerada a primeira empreitada do homem. Ambas, 
certamente, ocupam juntas a indústria primária básica da civilização. Outra forma de expressar a 
fundamental importância da mineração em ambas, antiga e moderna cultura é lembrar que a natureza 
é uma fonte limitada de recursos naturais ou caminha para gerar novas riquezas. 
Desde os tempos pré-históricos, a mineração tem sido essencial para a existência do homem. 
Devemos entender aqui, como mineração a extração de toda substância mineral ocorrida 
naturalmente, na forma de sólido líquido e gás, da Terra, para propósitos utilitários. Por utilitários, 
podemos entender as necessidades humanas essenciais e anseios que são unicamente encontrados 
nos minerais através da história. 
Tabela 1.1 - Uso dos minerais pelo homem 
Necessidades ou Usos Propósitos Época 
ferramentas e utensílios alimentação e proteção Pré - História 
Armas caça, defesa e proteção Pré - História 
Ornamentos e decoração jóias, cosméticos, tintas Antiguidade 
Moedas monetário Moderna 
Estruturas proteção, transporte Moderna 
Energia calor, eletricidade Média 
Máquinas indústria Moderna 
fusão nuclear energia, guerra Moderna 
Muitas das idades culturais do homem estão associadas com os minerais e seus derivados. Elas 
incluem a idade da Pedra (4000 AC), Bronze (4000 1500 AC), idade do Ferro (1500 AC a 1780 DC), 
Idade do Aço (1780 a 1945) e era Nuclear (desde 1945). Não é coincidência que muitos marcos da 
história da humanidade, viagem de Marco Polo à China, Vasco da Gama à África e Índia, descoberta 
do Novo Mundo por Colombo, corrida do ouro para a Califórnia, África do Sul, Austrália, Canadá, 
Entradas e Bandeiras no Brasil, Alasca, foram executadas graças à procura e valor dos minerais. 
Pode-se também observar que os minerais mais precisamente a mineração estão associados com a 
ascendência de grandes civilizações. Como exemplo, temos a expansão do Império Romano até a 
Espanha e Inglaterra, a conquista das Americas pelos espanhóis e portugueses, a colonização da 
África e parte da Ásia e mais recentemente os cartéis do petróleo. 
Desenvolvimento Tecnológico da Mineração 
Para entender a moderna prática da indústria mineral é interessante traçar a evolução da tecnologia 
mineral, que tem um paralelo com a evolução e desenvolvimento da civilização. 
Pode-se afirmar que a mineração iniciou-se no paleolítico a 450.000 anos atrás . De fato, não 
existiam dados substantivos que comprovem, mas algumas seixos tem sido encontrados com os 
fósseis de homens da antiga idade da pedra. Eles eram extraídos e trabalhados para as mais 
diversas necessidades como utensílios de caça e armas. Já no início da idade da pedra o homem 
começa a lavrar corpos subterrâneos em aberturas sistemáticas. mineradores subterrâneos 
empregavam métodos rústicos de controle em ventilação, iluminação e quebra de rocha. Minas 
subterrâneas atingiram profundidades de 250 metros nos tempos Egípcios. Minerais metálicos 
sempre atraíram a atenção do homem desde a pré - história. Inicialmente os metais foram usados na 
sua forma nativa, provavelmente obtidos pela lavagem de cascalhos dos rios em depósitos de 
pláceres. Com o advento das idades do Bronze e do Ferro, o homem descobriu a fusão, levando-o a 
reduzir minérios a metal nativo ou formar ligas. 
O primeiro fato tecnológico notável, que mudou mineração, foi a descoberta do modo de quebrar a 
rocha, através de fendas ou falhas no maciço rochoso e depois como as ferramentas feitas de ossos, 
madeira e da própria pedra não eram suficientes para quebra da rocha, surgiu a Técnica da fratura a 
rocha por aquecimento, seguido de um imediato resfriamento. Nenhum outro avanço tecnológico foi 
de tal importância, até o uso da pólvora no século 17 
Devido a rudeza e periculosidade dos trabalhos, escravos e prisioneiros eram frequentemente 
empregados nos trabalhos mineiros. Os egípcios foram os primeiro a descrever atividade de 
mineração. Entretanto, o sucesso maior é creditado aos romanos. Usando sua famosa habilidade de 
colonização, os romanos estabeleceram a industria de mineração que se desenvolveu e prosperou 
através do império. 
Um notável desenvolvimento político em 1185 ampliou a mineração e o status dos mineiros quando o 
bispo de Trend autorizou a mineração em seus domínios. O grande impacto gerado pela necessidade 
do uso dos minerais, entretanto, foi registrado pela revolução industrial. Juntamente com acrescente 
demanda por minerais, ocorreu um espetacular incremento na tecnologia de mineração, 
especialmente em conceitos científicos e mecanização, que tem continuado até os dias atuais. Estas 
teorias, vieram a formar a coluna vertebral da metodologia com a qual nos, subsequentemente, 
lidaremos. 
Não é possível precisar cronológicamente todos os desenvolvimento tecnológicos da mineração, mas 
alguns dos mais marcantes, que tiveram impacto na indústria ou na civilização de um modo geral, são 
numerados na tabela 1.2. Elas culminam no lançamento da moderna mineração, para o começo do 
século 20, com o advento da mecanização, produção em massa, computação e questões ambientais. 
Tabela 1.2 - Desenvolvimento Cronológico da Mineração 
Data Evento 
450.000 AC início da mineração - Paleolítico - ferramentas de pedra 
40.000 trabalhos subterrâneos - mina de hematita - Swaziland, África 
30.000 potes de argila queimados, usados na Checoslováquia 
18.000 possível uso do ouro e cobre na forma nativa 
5.000 marcas de fogo usado pelos egípcios para quebra de rocha 
4.000 uso de metais fabricados - Idade do Bronze 
3.400 Primeiras anotações sobre a mineração, Egípcios no Sinai 
3.000 
provável 1ª fundição de cobre com carvão pelos chineses. 
início do uso de instrumentos de ferro pelos egípcios 
2.000 conhecimento de artefatos de ouro, Peru 
1.000 aço usado pelos gregos 
100 DC crescimento da indústria mineral no Império Romano 
122 carvão usado pelos romanos 
1185 autorização do Bispo de Trend para minerar em seus domínios 
1524 primeira referência a mineração no Novo Mundo, Cuba 
1550 Primeiro uso de bomba de poço, Checoslováquia 
1556 
primeira publicação técnica, De Re Metallica, na Alemanha por 
Georgius Agrícola 
1627 
primeiro explosivo usado em minas da Europa, Hungria 
( possível primeiro uso na China ) 
1700 Descoberta de ouro nas Minas Gerais - Ouro Preto, Sabará, Mariana pelos bandeirantes 
1716 primeira Escola de Minas, Checoslováquia 
1780 início da Revolução Industrial, 
1800 Corrida do Ouro na Califórnia 
1815 Humphrey Davy inventa lâmpada de segurança na Inglaterra 
1867 invenção da Dinamite, por Nobel 
1903 era da mecanização e produção em massa 
Estágios na vida da mina 
A sequência das atividades envolvidas numa mineração moderna é frequentemente comparado aos 
estágios da vida de uma mina. Estes são quatro: prospecção, exploração, desenvolvimento e 
explotação. Prospecção e exploração, para a mineração atual são ligadas e algumas vezes 
combinadas. Geólogos e engenheiros de minas dividem responsabilidades para com esses dois 
estágios. Do mesmo modo, desenvolvimento e exploração são intimamente relacionados, sendo 
usualmente considerados constituir a mineração propriamente dita e são a principal ocupação do 
engenheiro de minas. 
Tabela 1.3 - Estágios na vida de uma mina 
estágio / nome 
projeto 
Procedimento 
duração 
(anos) 
custo / custo unitário (US$) 
Prospecção 
a- prospecção por métodos diretos: físicos, 
geológicos 
1 - 3 anos 
1 - 5 milhões ou 2 - 50 
cent./t 
 
b- fotografias aéreas, mapas, geofísica 
satélites e subterrânea, análise etc. 
 
Exploração definição do valor eextensão do minério 2 - 5 
0,5 - 10 milhões ou 10 
cent. - $1/t 
 
a- amostragem 
 
 
b- reserva e teor 
 
 
c- avaliação do depósito 
 
 
tomada de decisão 
 
Desenvolvimento preparação para lavra 2 - 5 
10 a 250 milhões 
ou 25 cent. - $5/t 
 
a- aquisição dos direitos de lavra 
 
 
b- EIA e estudos tecnológicos 
 
 
c- abertura de acessos, sistemas de 
transporte 
 
 
d- localização da usina de tratamento, 
pilhas de estéril, barragens de rejeito etc. 
 
Explotação produção 10 - 30 
5 - 50 milhões/ a ou 1,8 - 
$90/t 
 
a- método de lavra - fatores 
 
 
b- métodos de lavra - tipos 
 
Fechamento da 
mina 
trabalhos de recuperação da área 
degradada, uso futuro da área, 
revegetação 
???? ?????????????????? 
DESENVOLVIMENTO MINEIRO 
Define-se como trabalho de abertura de uma jazida, para as atividades de lavra. Desta forma o 
acesso a jazida precisa ser obtido pelo decapeamento, ou seja, retirada o solo ou rocha de cobertura, 
para expor o minério próximo da superfície para a lavra a céu aberto, ou pela escavação de aberturas 
da superfície para a profundidade em depósitos profundos para serem lavrados por métodos 
subterrâneos. 
Em ambos os casos, certos trabalhos de desenvolvimento preliminares, tais como aquisição de 
direitos minerários e financiamento, provisão de estradas de acesso e outros transportes, fontes de 
energia, manuseio do minério, instalações de tratamento, depósito de estéril (eis) e barragens de 
rejeitos etc., precisam preceder, ou caminhar paralelamente à lavra. O descapeamento, tem um ciclo 
de operações para desmonte e manuseio do estéril, idêntico ao empregado nas operações de lavra 
propriamente dito. Considerações econômicas determinam a relação estéril / minério. 
O desenvolvimento para lavra subterrânea é geralmente mais complexo e caro. Requer um 
cuidadoso planejamento e projeto dos acessos, segurança e estabilidade. A abertura principal para a 
superfície é, geralmente, através de shafts, que podem ser de seção circular ou retangular, verticais 
ou inclinados, e de tamanho suficiente para permitir a passagem de homens e equipamentos e 
minério. Em terrenos acidentados, aberturas horizontais denominadas áditos ou túneis, podem ser 
usados para atingir o corpo do minério. 
Pela definição, a etapa de desenvolvimento antecede à explotação, entretanto, esta divisão não é 
cronológicamente definida, sendo o desenvolvimento realmente concluído somente quando a jazida é 
exaurida ou fechada. As razões pelas quais desenvolvimento e lavra caminham em sequência mas 
sobrepondo-se, são de natureza administrativa e tecnológica. (1) O investimento para 
desenvolvimento é muito grande para ser realizado por inteiro, de uma só vez, sem retorno financeiro 
e (2) é impossível desenvolver completamente uma mina, sem executar a lavra em determinados 
pontos. Da mesma forma como a pesquisa continua durante a lavra, o desenvolvimento ocorre 
concomitantemente com esta. A tese de um limitado desenvolvimento, a despeito da lavra, é 
amplamente defendida na mineração. Há um argumento contrário, que advoga a favor do máximo 
desenvolvimento antes da primeira produção, visto que para uma eficiente produção uma jazida 
requer que todos os acessos e instalações superficiais estejam preparadas antes que algum minério 
seja produzido. Muitos equívocos em projetos mineiros remontam da pressa e avareza na explotação 
de uma jazida. Desta forma, uma regra do desenvolvimento é que uma satisfatória locação de capital 
de trabalho seja designada para este propósito, de modo a permitir que um máximo de 
desenvolvimento antes do início da lavra. Em termos de engenharia é o mesmo que dizer que uma 
ótima taxa de desenvolvimento - explotação para maximizar o lucro total, precisa ser determinado 
para cada novo projeto mineiro. Outra regra estabelece que o desenvolvimento deve ser executado 
para acessar a máxima quantidade de minério, para um mínimo de desenvolvimento de aberturas. 
Uma exceção à regra ocorre em minas lavradas pelo método de câmaras e pilares, comumente 
usadas para carvão e não metálicos, onde o desenvolvimento de aberturas, assemelha-se às 
aberturas para explotação, porém com um custo maior. 
Desenvolvimento - Conceitos Gerais 
Do ponto de vista físico da abertura de uma mina, o principal propósito do desenvolvimento é prover 
acesso à jazida, permitindo a entrada de mineiros, equipamentos, suplementos, energia, ventilação e 
saída de minério e estéril produzido. Antes do início da fase de explotação, o desenvolvimento é 
limitado, tanto quanto possível, à construção de aberturas primárias ou principais. Na lavra a céu 
aberto, o acesso ao minério coberto pelo estéril ou solo de superfície, é obtido pelo decapeamento. 
Em minas subterrâneas, aberturas de pequeno tamanho são feitas a partir da superfície para 
interceptar o corpo de minério e eventualmente conectá-los com grandes aberturas de explotação. 
Outras atividades relacionadas ao desenvolvimento são trabalhos preparatórios, estruturas, pessoal e 
serviços que suportam a lavra e, usualmente, as funções de processamento. 
Fatores Influenciantes no Desenvolvimento Mineiro 
Após a fase de exploração, uma série de fatores vêem influenciar no desenvolvimento de uma mina, 
sendo organizados em três categorias. 
Localização 
Minerações são abertas onde existe uma jazida, e nem sempre isso é um ítem vantajoso. Poucos , 
por exemplo, estão idealmente localizados do ponto de vista econômico, outros com relação a fontes 
de insumos ou mercado. Desta forma, a geografia exerce uma forte influência na abertura de uma 
mina. Entre os efeitos da localização temos: 
1 - Facilidade de transporte do produto para o mercado consumidor e insumos para a mina; 
2 - Disponibilidade de mão de obra qualificada e serviços de suporte (moradia, educação, lazer, 
saúde etc.); 
3 - impactos operacionais e psicológicos das condições climáticas; 
Reconhecendo que estes fatores são nativos, um adequado gerenciamento deve compensar as 
Desvantagens da localização, como por exemplo de fornecimento de benefícios e vantagens aos 
funcionários etc. 
Fatores Geológicos e Naturais 
A natureza e os processos geológicos combinam para governar o aspecto chave de um 
desenvolvimento mineiro, especialmente com relação a abertura de acessos e locação de instalações 
de superfície. Vários fatores são apresentados aqui, entre eles: 
 topografia e tipo de solo; 
 relação espacial - tamanho, forma, atitude etc. da jazida, incluindo profundidade; 
 considerações geológicas ( mineralogia, petrografia, estrutura, gênese, gradiente de temperatura, 
presença de água etc.) 
 propriedades mecânicas das rochas (resistência, elasticidade, plasticidade, dureza, abrasividade 
etc.); 
propriedades química e metalúrgica do minério. 
Estes fatores exercem também uma forte influência na seleção do método de lavra 
Fatores Sociais - Econômicos - Políticos e Ambientais 
Fortemente relacionados a fatores externos, estes fatores exercem grande influência no 
desenvolvimento e operação da mina. São, de certo modo, difíceis de quantificar, entre eles: 
 características demográficas e ocupacionais da população local (força de trabalho); 
 mercado ( determina a escala de produção, continuidade da operação etc.); 
 estabilidade política; 
 legislação ambiental; 
 outras restrições governamentais aplicadas à indústria mineral 
Sequência de Desenvolvimento 
· Adoção do plano de aproveitamento econômico como documento, sujeito à modificação com o 
progresso do desenvolvimento; 
· Confirmação do método e plano geral de lavra, 
· Financiamento, baseado nos custos estimados do plano deaproveitamento econômico; 
· Aquisição da terra e dos direitos minerários, quando necessário; 
· Elaboração dos Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA); 
· Obtenção da licença dos orgãos ambiental e mineral; 
· Provisão dos acessos de superfície, transporte, comunicação e energia; 
· Planejamento e construção da usina, incluindo todas as instalações de apoio técnico e 
administrativo; 
· Planejamento e construção do depósito de estéril e barragem de rejeitos; 
· Seleção dos equipamentos para desenvolvimento e lavra; 
· Construção dos acessos e aberturas principais para o minério; 
· Recrutamento e seleção da força de trabalho 
1. Fechamento da mina 
Escolha entre Lavra a Céu Aberto e Lavra Subterrânea 
Uma série de fatores devem ser considerados na escolha entre os métodos a céu aberto e métodos 
subterrâneos. A seguir são descritos alguns destes fatores: 
Produção 
Diferentes métodos de lavra são usados para diferentes bens minerais. Por exemplo, ferro, cobre , 
fosfato, manganês, bauxita etc, são, principalmente, lavrados por métodos a céu aberto, enquanto 
que ouro, níquel, zinco, etc. , são, frequentemente, lavrados por métodos subterrâneos. A tabela II 
apresenta o nº de minas nos países capitalistas que produzem mais que 150.000 t/ano de minério 
(excluído carvão). A tabela II cobre cerca de 90% das minas em produção no mundo que 
aumentaram de 1900 x106 t/a para 2500 x 106 t/ano durante o período de 1968 a 1977. 
A tabela II mostra que o acréscimo na produção das minas não é devido a um acréscimo no nº de 
minas, mas sim devido a acréscimo no tamanho da minas. O nº de grandes minas aumentou, 
enquanto que durante o mesmo período o número de minas de tamanho médio e pequeno 
permaneceu constante ou declinou um pouco. Existem duas razões para o aumento das minas a céu 
aberto. A primeira é que uma grande parte do aumento de produção vem de novas minas 
especialmente de países desenvolvidos, onde há um aumento na taxa de produção das minas a céu 
aberto. A segunda razão é que os métodos a céu aberto são considerados mais vantajosos que os 
subterrâneos em termos de recuperação, controle de teor, economicidade, flexibilidade, segurança e 
ambiente de trabalho. 
Desenvolvimento da Produtividade 
O rápido desenvolvimento tecnológico durante as últimas décadas resultou num considerável 
acréscimo da produtividade. Esta produtividade é maior em grandes minas que em pequenas minas e 
muito maior em minas a céu aberto que em minas subterrâneas. Numa mina a céu aberto existem 
menos restrições na introdução de grandes equipamentos com alta capacidade, enquanto que em 
algumas minas subterrâneas é limitado devido a trabalhos em locais estreitos ou de pouca espessura 
( veios). 
Custos de Desenvolvimento 
Normalmente os custos para lavra a céu aberto são muito menores que os custos para lavra 
subterrânea. A exata relação da quantidade de estéril que precisa ser removida no método a céu 
aberto, do método de lavra subterrânea a ser empregado, etc. 
A alta produtividade dos equipamentos a céu aberto implicam em baixos custos. O maior nº de minas 
a céu aberto e a maior quantidade de minério extraído, possibilitam a fabricação de um maior nº de 
equipamentos, reduzindo os custos de produção. Também o mercado para equipamentos de lavra a 
céu aberto é grande, visto que estes equipamentos, em geral, podem ser usados para outros 
propósitos, como por exemplo, abertura de estradas, construção de hidroelétricas, etc. Um exemplo, 
apesar que em ordem inversa, foi a compra dos caminhões de 120 t utilizados na construção de 
Itaípu, pela Fosfértil. 
Por certo os custos de lavra são diferentes em diferentes minas, dependendo do método de lavra, 
tipo de minério, etc. Na tabela III há uma comparação hipotética de uma mina a céu aberto com uma 
produção anual de 6,5 milhões de t/ano de minério e aproximadamente a mesma quantidade de 
estéril, e uma mina subterrânea com 2 milhões de t/ano de minério e método de lavra por câmara e 
pilares. Pode-se observar que pela tabela III, que os custos subterrâneos são maiores que os custos 
a céu aberto. Os baixos custos dos métodos a céu aberto possibilitam a lavra de partes do minério 
que não seriam apropriados para a lavra subterrânea e um menor teor de corte que os praticados por 
métodos subterrâneos. 
Apesar da taxa de desenvolvimento da produtividade ter sido satisfatória para métodos subterrâneos, 
considera-se geralmente que os custos de lavra aumentam mais rapidamente nos métodos 
subterrâneos que nos a céu aberto. Existem duas razões para isto. Primeiro, é possível aumentar a 
produção, mais em minas a céu aberto que em minas subterrâneas e o equipamento necessário em 
minas subterrâneas para um aumento de produção é mais caro em termos de capacidade unitária 
que um correspondente equipamento de lavra a céu aberto. 
Riscos de Acidentes 
Um importante fator diz respeito ao risco de ao risco de acidentes em mineração. Para o mineiro, a 
frequência de acidentes por hora trabalhada é de grande importância. a figura abaixo mostra a 
frequência de acidentes por 100.000 h trabalhadas em minas a céu aberto e subterrânea na Suécia. 
Pela figura as minas a céu aberto são mais apropriadas, ou seja, apresentam um menor nº de 
acidentes. Entretanto, para uma empresa de mineração como um todo, a frequência de acidentes por 
tonelada de minério produzido é de maior interesse. Deste ponto de vista os métodos subterrâneos 
são menos favoráveis. Em adição os acidentes em minas subterrâneas tendem a ser mais sérios que 
os a céu aberto. 
Demanda de Energia 
A energia nas minas é necessária nas etapas de furação desmonte, carregamento, britagem primária, 
transporte de material para a superfície, ventilação e bombeamento. Algumas vezes (especialmente 
em minas subterrâneas e em algumas minas a céu aberto em cava profunda) o minério é no interior 
de modo a reduzir custos de transporte. A tabela IV, resume o consumo de energia elétrica e óleo 
combustível nas minas. 
Problemas Ambientais 
Em minas a céu aberto, tanto homens quanto equipamentos são diretamente afetadas pelas 
variações climáticas. Em minas subterrâneas existem problemas de ventilação, explosão, queima de 
combustíveis, poeira, emissão de rádio, umidade, e uma rejeição humana geral por trabalhos 
subterrâneos. A demanda para um aumento do ambiente subterrâneo é crescente. 
A lavra a céu aberto, entretanto, afeta consideravelmente o ambiente vizinho. O estéril e os rejeitos 
gerados devem ser locados em algum lugar. Para um engenheiro de minas uma cava, um depósito 
de estéril etc., podem ser muito bonito, mas o mesmo não é para as pessoas de um modo geral. 
Discussões sobre o ambiente afetam principalmente novas minas e são mais intensas e restritivas em 
áreas onde a população não é utilizada nas atividades de lavra, ou seja, não depende 
economicamente da mineração. 
Zonas de Segurança 
Em minerações próximas a centros urbanos, por exemplo existem delimitações de uma zona de 
segurança, principalmente devido ao potencial de perigo da detonações. Minas subterrâneas, a 
despeito da subsidência, apresentam neste caso maiores vantagens que as minas a céu aberto. 
Perdas de Minério 
As perdas de minério em minas subterrâneas são geralmente maiores que em minas a céu aberto. 
Em minas a céu aberto é possível recuperar 90 a 95% do minério, sendo o resto, em geral, 
transportado para o depósito de estéril. As perdas de minério em lavra subterrânea dependem do 
método utilizado e dos custos associados com a recuperação do minério adicional. Métodos de corte 
e enchimento (cut-and-fill) frequentemente possibilitam pouca perda de minério, enquanto que 
câmaras e pilares, frequentemente implicamem 40% de perda de minério. 
Fatores Psicológicos 
Muito frequentemente decisões e desenvolvimento tecnológicos são controlados por fatores 
subjetivos. Minerações a céu aberto dão uma impressão de ordem , flexibilidade e produtividade. Isto 
em geral, é mais difícil de se ver em atividades subterrâneas. Neste ponto a lavra a céu aberto é mais 
favorável. É comum encontrarmos uma quantidade de atitudes negativas em termos de lavra 
subterrânea. 
Principais Vantagens e Desvantagens da Lavra a Céu Aberto e Subterrânea 
Custo de Lavra - Exceto em casos raros, os custos relativos são significativamente mais baixos na 
lavra a céu aberto. 
Taxa de Produção - todos os métodos de lavra a céu aberto (exceto pedreiras), a taxa de produção é 
de moderada a alta. Em minas subterrâneas de baixa a moderada (exceto para caving e métodos 
sem suporte). 
Produtividade - Métodos a céu aberto são mais produtivos que os subterrâneos. 
Investimento de Capital - Geralmente grandes para lavra a céu aberto, porém maiores para lavra 
subterrânea. Equipamentos de superfície são geralmente mais caros, entretanto o desenvolvimento 
subterrâneos é mais caro. 
Taxa de Desenvolvimento - Mais rápida para lavra a céu aberto. 
Profundidade - limitada para lavra a céu aberto, limitada para métodos subterrâneos sem suporte, 
ilimitada para com suporte. 
Seletividade - Geralmente baixa para lavra a céu aberto, variável para subterrânea. 
Recuperação - Geralmente alta para lavra a céu aberto, variável para subterrânea. 
Diluição - Geralmente menor para subterrânea, exceto para caving 
Flexibilidade - subterrânea tende a oferecer mais flexibilidade que a céu aberto, embora a lavra a céu 
aberto possa ser mais adaptável a mudanças. 
Estabilidade das Aberturas - Geralmente maior para céu aberto; mais difíceis de obter e manter em 
lavra subterrânea. 
Riscos Ambientais - Substancialmente maiores para lavra a céu aberto. 
Disposição de Estéril - Pode ser um problema maior para lavra a céu aberto que para subterrânea. 
Saúde e Segurança - Amplamente superior para lavra a céu aberto. 
PLANEJAMENTO E DESIGN DO PIT (CAVA) 
Uma das mais difíceis tarefas no desenvolvimento de uma mina a céu aberto é o design ou projeto do 
pit final. Em geral existem três grupos de fatores envolvidos (Soderberg and Rausch, 1968; 
Atkinson,1983). 
 Fatores geológicos e naturais: condições geológicas, tipos de minérios, condições hidrológicas, 
topografia e características metalúrgicas do minério; 
 Fatores econômicos : teor do minério, reserva de minério, relação estéril/minério, teor de corte, custos 
operacionais, custo do investimento (taxas de juros), lucro desejado, taxa de produção e condições 
do mercado; 
 Fatores tecnológicos : Equipamentos, talude do pit, altura do banco, grade da estrada, limites de 
propriedade, limites do pit. 
ABERTURA DE ACESSOS - LAVRA A CÉU ABERTO 
Introdução 
A mineração a céu aberto requer, no mínimo, uma via ou mais, dependendo da configuração do 
corpo, para lavrar o depósito até a profundidade do pit final. Em geral, existem três considerações a 
serem tomadas na construção de uma estrada final. Estes fatores são o grade (inclinação ou rampa), 
a largura e a locação. 
O grade ou inclinação é melhor determinado através de gráficos de desempenho dos caminhões com 
respeito a velocidade e freagem. Como regra geral, o melhor grade está na faixa de 8 a 12%, que é a 
taxa normal permitida para resistência a rolagem. Em condições climáticas severas (neve, chuvas) a 
tendência é pela redução da inclinação. 
A largura da estrada é determinada elo tipo de transporte selecionado. A regra geral é projetar 
estradas com largura não inferior a 31/2 a largura da unidade de transporte. Este valor deve ser 
levemente acrescido nas curvas. Outros detalhes como características do material transportado, 
canaletas, bueiros, valetas, super elevação etc, devem seguir os padrões normais de construção de 
estradas. 
A locação da estrada final é talvez a tarefa mais difícil. Existem dois aspectos a serem considerados. 
O primeiro é o tempo no qual a estrada será locada. Idealmente, deve ser locada tão logo quanto 
possível, de modo a evitar construções temporárias. A estrada final irá, certamente, delimitar o limite 
do banco em cada horizonte, com o progresso da lavra até atingir a profundidade final do pit. 
Na figura a seguir é visto que uma maior quantidade de estéril precisa ser removida capa, banco por 
banco, para expor a parede do pit final. Pode-se observar, que a remoção de estéril, banco a banco, 
até o limite final do pit é contrário a prática econômica mineira. Neste caso particular, a remoção de 
estéril na capa, torna-se menor e a prática normal deve ser removê-la até o limite final do pit em 
bancos conforme o avanço em profundidade. Portanto a lógica locação da estrada deverá ser 
estabelecida imediatamente para permitir o progresso da lavra. Se o acesso ao pit é feito na capa, 
então várias estradas temporárias deverão ser requeridas ou um considerável descapeamento ou 
remoção de estéril deverá ser executado para locar a estrada final nas vizinhanças da capa com o pit 
final. 
O segundo aspecto na locação da estrada final é estabelecer a posição desta relativa ao contato 
estéril/minério. A largura da estrada normalmente excede a largura da berma final e 
consequentemente se a estrada é para ser posicionada de tal forma que nenhuma porção do minério 
seja abandonado, então uma remoção adicional de estéril é necessário. De fato, a estrada precisa ser 
posicionada baseada na condição de que o minério representa o lucro da operação e o estéril um 
ítem de custo. Através de métodos de tentativas e erros ou computacionais, é possível determinar a 
posição ótima de locação da estrada no contato estéril/minério. Existe um limite ótimo ou relação 
estéril/minério, que pode ser considerada tolerável para o posicionamento da estrada. 
Objetivos do projeto (design) de estradas 
Boas estradas de rodagem são um dos mais importantes requerimentos na prática de minas a céu 
aberto, e seu lay-out constitui uma importante tarefa. Uma estrada deve ser projetada num local que 
permita a remoção de material ao longo de uma curta e rápida rota no pit. A estrada, teoricamente 
ideal, para remoção de "x" toneladas de material de um certo nível dentro do pit, será a estrada que 
inicia no centro de gravidade do volume a ser removido, e eleva imediatamente e continuamente para 
um máximo gradiente aceitável, até atingir a borda do pit. É claro, ser economicamente inviável um 
grande número de estradas no pit. Os principais objetivos do projeto de estradas para minas a céu 
aberto são: 
· Eficiência das operações mineiras; 
· Segurança 
Fatores a serem considerados no design de estradas em minas a céu aberto 
· Custo mínimo para transporte de minério e estéril para fora do Pit, ao longo da vida útil da mina; 
· Mínimo de tráfego, máxima segurança e rápido acesso para as operações mineiras; 
· Restrições à áreas de instabilidade de taludes; 
· Vida útil longa da estrada. Isto implica na redução dos custos de construção, operação e demanda 
de material para construção 
Outros fatores incluem a localização do corpo de minério, usina de tratamento, pátio de estocagem, 
depósito de estéril, restrições ambientais etc. Todos estes fatores têm direta relação com o Lay-out, 
geometria e materiais de construção da estrada 
Seleção do lay-out da estrada 
· Características físicas do depósito. Ex. depósitos em estratos ð Zig - zag 
· Tamanho do Pit e distância de transporte. Ex. grande Pit e distância ðEspiral 
· Áreas com potencial de instabilidade de taludes. Ex. evitar espiral 
Geometria das estradas 
É claro, ser economicamente inviável um grandenúmero de estradas no pit. Na prática é adotado um 
número mínimo de estradas para reduzir custos de rodagem, execução e manutenção. portanto é 
comum ter um ou dois sistemas de rampas principais, das quais cada banco é acessado para lavra. É 
recomendável, sempre que possível, que dois acesso sejam projetados para alguma área da mina, 
de modo a evitar paradas de produção, quando um acesso e interrompido. 
Estradas em Pit em geral são construidas em linha única e única direção de tráfego, ou duas linhas e 
duas direções de tráfego, visando uma baixa densidade de tráfego e ou devido a problemas de 
espaço. 
O nº de linhas pode ser determinado pela expressão: 
 
onde n = número de linhas por única direção de viagem 
v = velocidade Km/h 
T = densidade de tráfego (veículos/hora) 
db= distância segura entre caminhões 
A distância segura entre caminhões dependerá do tempo de reação do motorista (usualmente 2,0s) 
 
onde : 
db = distância segura 
Ct = coeficiente de adesão (menos que 1 unidade) 
i = inclinação ( expressa em fração ) 
2,0 = tempo de reação do motorista ( usualmente 2,0 s) 
5,0 = distância permitida 
Largura da estrada 
Tabela I - Largura mínima da estrada 
Nº de linhas x largura máx. do veículo 
1 2 
2 3.5 
3 5 
4 6.5 
Super Elevação 
Existem limitações práticas a super elevação das estradas em minas, visto que os caminhões 
trafegam a baixas velocidades nas curvas acentuadas causando : 
· sobrecarga no lado interno dos pneus; 
· em áreas de gelo, neve e chuvas intensas os caminhões tendem a deslizar para dentro da curva 
Tabela II - Taxas de Super - elevação 
Vel. do caminhão (Km/h) 15 25 35 40 50 > 60 
Raio (m) 
 
< 15 40 40 
 
30 40 40 40 
 
50 40 40 40 50 
 
75 40 40 40 40 60 
 
100 40 40 40 40 50 60 
200 40 40 40 40 40 50 
300 40 40 40 40 40 60 
Um método alternativo cálculo da super elevação das estradas é dado pela equação: 
2 
 
onde: 
e = super elevação, mm 
S = velocidade, km/h 
R = raio interno da curva, m 
Em condições razoávelmente secas, e, pode ter um valor máximo de 90 mm/m, entretanto onde a 
estrada está sujeita ao gelo, neve ou lama, o valor de e, não deve exceder a 60 mm/m. Em 
circustâncias totalmente adversas o máximo valor de e deve ser inserido na equação acima e o valor 
da velocidade máxima permitida deve ser calculada 
Gradientes 
O gradiente máximo pode ser estabelecido entre 10 e 15% ( 6 a 8,5º), entretanto quando considerado 
o fator economia de devido ao tranporte ascendente e a segurança do transporte descendente, o 
gradiente máximo para muitas situações é em torno de 8,5% (4,5º). Por razões de segurança e 
drenagem a cada 500 ou 600m de gradiente severo, deve-se incluir seções de 50 m com gradientes 
de 2% (1º). 
Estradas ou vias de acesso são um dos mais importantes fatores no planejamento da Cava. Sua 
presença deve ser incluída na fase inicial do processo de planejamento, visto que elas podem afetar 
significativamente o talude geral e este tem um importante efeito na reserva. De um modo geral o 
ângulo de talude geral podem ser definidos anteriormente à inclusão das estradas, no caso de um 
design preliminar da cava. Entretanto, a introdução das estradas numa etapa posterior pode significar 
uma grande remoção de estéril não planejada ou a perda de alguma parte da jazida computada. Por 
outro lado, um talude mais suave pode ser adotado inicialmente, o qual inclui uma estrada. 
Entretanto, esta atitude poderá implicar numa remoção de estéril além da necessária. 
Atualmente, a utilização de caminhões, os quais apresentam grande flexibilidade e habilidade, tem 
suplantado as dificuldades resultantes de um inadequado ou mal planejamento das cavas. Entretanto, 
como as cavas tendem a ser mais profundas e as pressões para corte dos custos é crescente, a 
abertura de vias de acesso certamente exigirá mais atenção dos engenheiros de minas envolvidos no 
planejamento das cavas (pits) 
Existem importantes questões que precisam ser respondidas quando da locação de estradas em 
mineração ou na Cava (Pit), entre elas: 
A primeira decisão a ser tomada é onde será a saída ou saídas da estrada na cava. Isto dependerá 
da localização do britador primário e do depósito de estéril. 
Deverá haver mais de um acesso? Mais de um acesso certamente permitirá maior flexibilidade de 
operação, mas o custo de decapeamento adicional pode ser alto. 
A(s) estrada(s) serão externas ou internas às paredes da cava? Ela(s) será(ão) temporária(s) ou 
semi-permanente(s) ? 
A estrada será em espiral ao redor da cava?...... 
Quantas linhas a estrada terá? A regra geral para duas direções de tráfico é: Largura da estrada ≥ 4 x 
largura do caminhão. A adição de uma linha extra para aumentar a velocidade de tráfico e portanto a 
produtividade implicará também num acréscimo do custo de decapeamento. 
Qual será a inclinação (grade) da estrada? Um número de minas operam com uma inclinação de 10% 
(ascendente ou descendente). Uma inclinação de 8% é preferível visto que ele .... 
Qual deverá ser a direção do tráfego? 
Esboço de uma Rampa em Espiral dentro da Cava (Pit) 
A adição de uma estrada na cava envolve a movimentação da parede desta e, portanto, a perda de 
algum material (geralmente minério). Já, quando a adição da estrada é do lado externo dos limites da 
cava, ocorre um incremento do material (geralmente estéril). O exemplo a seguir considera o primeiro 
caso, ou seja dentro dos limites da cava. A cava consiste de quatro bancos cujas cristas são 
mostradas na figura 1. As cristas e os pés são mostradas na figura 2. A dimensão, crista à crista, 
corresponde a 18 metros, a altura do banco é de 9 metros e a largura da estrada a 27 metros e uma 
inclinação de 10%. A estrada será locada ao norte da parede da cava. A face do banco tem um talude 
de 56º. 
 
Figura 1 – Linhas de crista dos quatro bancos de uma cava. 
 
Figura 2 – Crista (linha cheia e Pé (linha tracejada) de uma cava. 
Etapa de Construção 
Etapa 1- O projeto deste tipo de estrada começa pela base. A rampa descerá para os níveis inferiores 
ao longo das paredes Norte e Este. O ponto A é selecionado conforme a figura 3. 
 
Figura 3 – Início da Rampa no ponto A 
Etapa 2 - O local onde a rampa encontra a crista do banco superior é determinado considerando-se a 
altura do banco (h) e a inclinação (i%) da rampa. A distância horizontal (l) a ser percorrida pelo 
caminhão até o próximo nível será : 
 
O ponto b na crista do próximo banco superior é locado através de uma régua ou compasso. Os 
pontos c e D são locados de forma similar. 
Etapa 3 - Os seguimentos da estrada com base na sua linha de centro, comprimento aparente (la) é 
maior que o seguimento crista a crista (lc). O ângulo  que a estrada faz com a linha da crista é: 
 
onde d = distância entre os níveis 
então o comprimento aparente é dado pela expressão: 
 
Como la  lc, na prática considera-se lc=la=l. Desta forma linhas de comprimento l, perpendiculares 
aos pontos marcados anteriormente nas cristas, são tracejadas paralelas às cristas, conforme a figura 
4. 
 
Figura 4 - Seguimentos de linha tracedos paralelamente às linhas de crista. 
Etapa 4 - A linha a - a’ é estendida para oeste da cava. Primeiramente ela é traçada paralela à crista 
superior e depois como as linhas da cava descrevem uma curva, a linha a - a’, fará um transição com 
a linha da crista original, conforme figura 5. O projetista, em geral, tem alguma flexibilidade para 
decidir como esta transição ocorrerá. Uma vez esta transição ter sido feita, as demais linhas serão 
traçadas paralelas à primeira. 
 
Figura 5 – Construção das novas linhas de crista 
Etapa 5 - As linhasexternas da cava original são removidas, As linhas da crista resultante com a 
rampa incluída são mostradas na figura 6. 
 
Figura 6 – Idem figura 5 
Etapa 6 - A rampa é estendida da crista do banco mais baixo até o fundo da cava. As linhas do pé 
dos bancos são adicionadas para auxiliar o processo, Figura 7. Na figura 8 os taludes dos bancos são 
tracejados para facilitar a visualização. Os cortes da estrada são mostrados nas linhas da crista. 
 
Figura 7 – Cava modificada pela inclusão da rampa 
 
Figura 8 – Adição dos pés dos bancos 
Rampa em Espiral - fora dos limites originais da Cava (Pit) 
Etapa 1 - O processo de abertura da estrada começa na crista do banco superior, figura 1. 
 
Etapa 2 - A partir da interseção do comprimento de arco da crista, pontos A,B,C e D, linhas de 
comprimento aparente, correspondente à largura da estrada são traçadas perpendiculares às 
respectivas linhas de crista. Em seguida uma linha paralela à crista e na direção da rampa, taçada à 
partir da extremidade da linha correspondente à largura da estrada, figura 2. 
 
Etapas 3 e 4 - À partir da crista do banco inferior, uma linha curva é traçada de modo à conectar a 
nova crista à original (velha). As porções restantes da nova crista, são traçadas paralelas à primeira 
crista (banco inferior), figura 3. 
 
Etapa 5 - Remoção das linhas estranhas ao novo design, figura 4. 
Etapa 6 - Os pés dos bancos são adicionados e a rampa é extendida até o fundo da cava. 
 
Seleção de Equipamentos de lavra 
Princípios Fundamentais 
O principal objetivo na seleção de equipamentos é o de assegurar, na medida do possível, que a 
mina seja provida de recursos para capacitá-la a fornecer minério da melhor qualidade, a um baixo 
custo por tonelada, para a usina de tratamento por um longo e contínuo período. 
A seleção de equipamentos de mineração é um dos fatores de primordial importância nas etapas de 
transformação da lavra de um bem mineral numa operação econômica. Deste modo, a seleção dos 
equipamentos deve ser tratada com muito cuidado, visto que decisões incorretas nesta etapa podem 
prejudicar muitas ou todas as vantagens de um cuidadoso projeto e planejamento da ótima geometria 
do pit e estabilidade dos taludes. 
De um modo geral, o processo de seleção pode ser dividido nos seguintes estágios : 
· Tipo de equipamento exigido; 
· Tamanho e/ ou número de equipamentos; 
· Tipo específico do equipamento; 
· Especificações dos equipamentos ( desempenho, manutenção) 
· Seleção dos fabricantes ou fornecedores 
Requerimento Geral 
Para se chegar a conclusão da 1ª etapa na seleção de equipamentos de lavra, um grande número de 
informações sobre a jazida, o esboço do pit e operações devem ser conhecidas. Com relação ao 
corpo do minério e usina de tratamento, faz-se necessário conhecer o tipo de processo utilizado, a 
massa de minério a ser tratada por dia, por hora, o grau de controle de qualidade requerido para a 
alimentação da usina. 
Os fatores que dizem respeito ao minério e precisam ser conhecidos são: 
· A taxa alimentação de minério, requerida e permitida, pela usina, por carregamento individual, por 
hora, por turno, por dia etc.; 
· A blendagem requerida para controle do teor do minério ou balanço dos constituintes do mesmo; 
· Tipo de segregação requerida para evitar misturas indesejáveis; 
· A rota e a distância percorrida pelo minério; 
· A diferença de cota entre o ponto de carregamento e o ponto de descarga do minério; 
No caso do estéril o problema é de certo modo mais simples, entretanto deve-se saber: 
· A relação estéril/minério; 
· A forma como o estéril ocorre no jazimento, se externo ou sobre o corpo, se intercalado etc. 
Deve-se conhecer, ainda, a natureza física do minério e estéril, tais como, densidade in situ e 
empolada, compactibilidade, umidade, dureza, abrasividade, grau de fragmentação, resistência à 
compressão etc. 
Em geral os equipamentos de lavra estarão envolvidos nas atividades de desmonte, carregamento e 
transporte do minério e estéril da mina. 
Tamanho e/ou número de equipamentos 
Duas questões são primordiais 
1 - Qual o número ideal de cada tipo de equipamento ? 
Como exemplo, o seguinte pode ser sugerido como considerações preliminares no esforço de 
minimizar a quantidade de equipamentos: 
· Uma perfuratriz para cada escavadeira; 
· Uma escavadeira para cada tipo de material, isto é, uma para minério e outra para estéril; 
· Três ou quatro caminhões para cada escavadeira. 
Entretanto, existem numerosos fatores a serem considerados em cada caso, como por exemplo : 
· É possível reduzir o número de perfuratrizes se um máquina de capacidade suficientemente alta e 
de alta mobilidade é adotada; 
· Mais carregadeiras podem ser necessárias, se é exigido blendagem ou segregação; 
· O número de caminhões é usualmente ditado pela distância de transporte, e, idealmente, nem deve 
um caminhão esperar para ser carregado, nem deve uma escavadeira esperar por um caminhão 
vazio. 
2 - Qual o tamanho ideal do equipamento ? 
Seguindo a premissa de que os custos operacionais são altos e que continuarão a subir e que 
equipamentos para uma adequada operação são escassos e serão mais ainda no futuro, todo o 
esforço deve ser feito para maximizar o tamanho do equipamento. É significante observar que 
embora haja uma grande diferença no investimento inicial, os trabalhos de operação e manutenção 
requeridos, são aproximadamente os mesmos para diferentes tamanhos de um mesmo equipamento, 
como por exemplo : 
escavadeiras de 4 1/2 jc e 15 jc 
caminhões de 25 e 100 t 
Tipo Específico de Equipamento 
Nesta fase de seleção de equipamentos de lavra , a experiência é de suma importância, sob todos os 
aspectos. Especificações de fabricantes serão de muita utilidade , mas devem ser usadas 
prudentemente. Por outro lado, certos detalhes técnicos e dados de desempenho dos equipamentos 
somente serão encontrados nos impressos dos fabricantes. 
Descrição Detalhada das Especificações dos Equipamentos 
O objetivo da descrição detalhada das especificações é assegurar: 
· Que o equipamento cotado corresponderá àquele necessário e desempenhará a função desejada; 
· Que as proposições e especificações fornecidas pelos fornecedores ou fabricantes permitirão 
significativas comparações de custos e méritos dos vários equipamentos específicos 
Geralmente estas especificações devem ser descritas em duas partes para melhor atingir o resultado 
desejado. A primeira deve descrever todos os requerimentos, com respeito ao desempenho, 
capacidade, força, peso, tamanho etc. A segunda parte deve descrever separadamente todos os 
ítens desejáveis de um equipamento ideal, que permita melhor, segura e econômica operação, fácil 
manutenção e reduzidos custos de reparos. Esta parte deve incluir também alternativas para o 
equipamento especificado, tais como pneus ou esteiras, diferentes motores etc. 
Estas etapas devem permitir uma fácil comparação quando no levantamento de custos das várias 
máquinas e ainda uma avaliação de vários ítens como investimento inicial, desempenho e custos 
operacionais das várias unidades, que precisam então ser relacionadas a todos os fatores 
econômicos da operação. 
Seleção do Fabricante 
Um cuidadoso estudo comparativo das diversas propostas recebidas dos fabricantes permitirá uma 
análise com relação a custos e adaptabilidade técnica e, ainda, um estudo da relativa facilidade ou 
dificuldade de manutenção e reparos. 
Deverá também, ser feita uma avaliação da reputação e tomada de opinião sobre os vários 
fabricantes e fornecedores em relação aos serviços técnicos prestados, disponibilidade e custos de 
peças e garantias. 
Seleção com Relação ao Valor AtualUm dos critérios de seleção consiste em se determinar os valores atuais das séries de desembolsos 
ocorrentes durante a vida da mina, para cada uma das alternativas tecnicamente viáveis, a uma 
determinada taxa anual de desconto e escolher a alternativa que apresentar menor valor atual. 
Sendo um estudo comparativo, é necessário que as grandezas a serem comparadas sejam 
equivalentes. Esta equivalência é obtida considerando-se, para cada alternativa os investimentos e 
custos operacionais ocorrentes durante a vida da mina e referentes a produção de uma quantidade 
constante de minério bruto, colocado à boca do britador primário. os investimentos e custos 
operacionais a partir deste ponto são constantes, pois o processo de beneficiamento independe da 
alternativa em análise, não afetando o estudo comparativo. Também, os equipamentos de apoio às 
diversas alternativas não devem ser considerados, pois seu peso se fará sentir igualmente em cada 
uma delas. 
Deste modo, após dimensionamento dos equipamentos, calcula-se o custo operacional 
correspondente a cada alternativa. Tais custos referem-se ao minério à entrada do britador primário, 
neles incluídos os relativos à remoção de estéril. Assim são determinados: 
· Custos operacionais anuais para cada alternativa; 
· Investimentos a serem realizados ao longo da vida da mina, resultantes da reposição de 
equipamentos retirados de operação por terem atingido os limites de sua vidas úteis; 
· Datas de reposição da cada equipamento, para as dadas alternativas 
Torna-se, então possível montar um cronograma financeiro, onde aparecem os desembolsos a serem 
realizados durante a vida da mina, ano por ano. Estes desembolsos são constituídos pelo 
investimento inicial, das reposições e eventuais ampliações do número de equipamentos, das perdas 
de equipamentos, aos quais se dá um valor residual e que aparece como entrada de caixa e dos 
custos operacional que podem ser crescentes com a vida da mina, no caso em que as distâncias de 
transporte tornam-se maiores, exigindo um maior número de equipamentos de transporte. 
Com base no cronogramas financeiros de casa alternativa, determinam-se os respectivos valores 
atuais, uma determinada taxa de desconto. A alternativa que apresentar um menor valor atual será a 
escolhida. 
A solução final tomando-se em conta todos os fatores econômicos será baseada então no balanço 
dos seguintes fatores: 
· investimentos; 
· adaptabilidade técnica; 
· considerações de manutenção e reparos; 
· aprovação dos fabricantes ou fornecedores; 
· valor atual 
Equipamentos de Perfuração, Carregamento e Transporte 
Equipamentos de Perfuração 
O procedimento para a seleção de um equipamento de perfuração em particular para um mineração a 
céu aberto, geralmente, envolve os seguintes itens: 
· determinação e especificação das condições dentro das quais o equipamento será usado, tais como 
tipos de serviços, horas de trabalho, local, condições climáticas etc.; 
· estabelecimento dos objetivos para os ciclos de produção de desmonte, considerando restrições de 
escavação e carregamento, capacidade do britador, cota de produção, geometria do pit, 
fragmentação, lançamento etc.; 
· Baseado nos requerimentos de desmonte, determinação do tipo de broca, tamanho, profundidade e 
inclinação do furo, carregamento etc.; 
· determinação dos fatores de perfurabilidade das rochas e seleção do método de perfuração que 
parece exequível; 
· especificação e comparação dos parâmetros de performance incluindo custos. Os itens de maior 
custo são os bits, depreciação do equipamento, manutenção, energia e fluidos; 
· seleção dos sistemas de perfuração que melhor satisfaça todos os requerimentos e que tenha o 
menor custo total. 
Carregamento 
Diversos equipamentos desempenham esta função. Abaixo são listados alguns equipamentos bem 
como os critérios ou fatores que influem na escolha de um em relação aos outros. 
Escavadeiras 
Os fatores que devem ser considerados na seleção de escavadeiras em relação a outros tipos de 
equipamentos de carregamento são: 
· A escavadeira é de certo modo inflexível na sua operação, ou seja, é um equipamento básico de 
carregamento e/ou escavação; 
· Devido ao seu alto custo comparativamente, são normalmente limitadas a projetos de longa vida. A 
vida econômica de uma escavadeira é em torno de 40.000 horas ou mais e portanto deve ser usada 
para operar por um longo período, de modo que seus benefícios de baixo custo operacional possam 
ser sentidos. Visto que a maior parte da amortização de um equipamento se dá geralmente no dois 
ou três primeiros anos de operação, um curto tempo de operação de uma escavadeira não é 
recomendado. Também é virtualmente impossível negociar ou vender uma escavadeira no meio de 
seu tempo de vida, deixando um zero valor residual; 
· Devido a sua baixa mobilidade, uma escavadeira é confinada para operar em pequenas áreas de 
uma mina, ou geralmente fixada em locais de carregamento. Uma única escavadeira seria 
normalmente excluída quando se faz necessário uma lavra seletiva ou uma blendagem; 
· Os cuidados com a distribuição elétrica e manejo dos cabos de linha, utilizados pelas escavadeiras 
merecem devida consideração no planejamento de um adequado sistema de distribuição elétrica; 
· O uso de motores elétricos e sofisticados sistemas de controle permitem às escavadeiras uma 
segurança e eficiência operacional, excepcionalmente altas. A maioria dos controles vitais da 
escavadeira está numa cabine geralmente pressurizada, com filtros de ar, que a permite operar 
dentro de condições mais favoráveis que outros equipamentos; 
· As escavadeiras têm excelente habilidade para escavação devido ao seu peso, tração e alta 
capacidade de deslocamento do guindaste. 
· Devido a sua lenta movimentação as escavadeiras têm uma distinta vantagem em relação aos 
equipamentos sobre pneus em locais onde as condições do solo são normalmente negativas aos 
pneus; 
· Dada a grande facilidade de operação, a fadiga do operador é bastante reduzida, não acarretando 
grandes efeitos na produção das escavadeiras. 
A aplicação das escavadeiras pode ser sumarizada como: 
Vantagens 
· Construção robusta e bastante adequada para escavações de material de dureza relativamente alta 
e serviços de carregamento; 
· Excelentes segurança e eficiência; 
· Baixo custo operacional em projetos de longa duração. 
Desvantagens 
· Pouca flexibilidade e mobilidade; 
· Alto investimento inicial 
Considerações a serem feitas na seleção de um tipo específico 
Os seguintes pontos são de importância na seleção das escavadeiras: 
· Produção diária requerida; 
· Tonelada total a ser movimentada; 
· Tamanho da área onde irá operar; 
· Número de faces a ser trabalhada; 
· Capacidade dos caminhões. Como regra geral uma escavadeira deve ter de 3 a 5 passes para 
carregar um caminhão. Esta, entretanto, não é uma regra fixa e varia com a distância de transporte; 
· Disponibilidade requerida. Grandes escavadeiras, geralmente, são mais disponíveis que pequenas 
escavadeiras; 
· Tipo de material a ser carregado. Se o material é pouco fragmentado a eficiência da caçamba é 
baixa, sendo necessário grandes escavadeiras para manter a requerida produção 
Pás Carregadeiras 
A seleção de pás carregadeiras sobre pneus ou esteiras como carregamento primário deve ser 
baseado nas seguintes condições: 
· Onde a mobilidade é requerida devido às operações em diverso bancos e onde é necessário 
blendagem do material; 
· Onde a expedição de capital para um equipamento de carregamento mais caro (escavadeira), não é 
justificado. A vida útil de uma escavadeira é de 40.000 horas contra 10.000 horas para uma 
carregadeira. 
Comparaçãoentre Escavadeiras e Pás Carregadeiras 
· Quando se lavra um material com um demanda flutuante, o relativo baixo custo de investimento e 
mercado das carregadeiras favorecem sua escolha; 
· A operação de uma pá carregadeira é mais simples, ou seja requer menos habilidade do operador 
que uma escavadeira; 
· As carregadeiras geralmente podem trabalhar independentes de equipamentos auxiliares; 
· Quando escavadeiras e carregadeira são consideradas como equipamentos primários de 
carregamento, o retorno nos investimentos devem ser considerados . A alta produção e baixo 
investimento relativo podem favorecer às carregadeiras; 
· O investimento médio anual para carregadeiras é geralmente menor; 
· Quando as carregadeiras são forçadas a escavar material, a produção cai e os custos por tonelada 
sobem muito. A escavação de um banco deve ser reservada para as escavadeiras. 
Buckets Wheels 
Avanços recentes no design e construção destas escavadeiras têm permitido escavação de materiais 
de dureza média. O mercado mundial de mineração, entretanto, tem sido lento para aceitar este 
equipamento de alta produção e baixo custo. Talvez devido a tradição de usar escavadeiras e 
draglaines e/ou a falta de informações com relação a operação, design e custo. De certo, 
escavadeiras e draglaines não podem ser substituídos por Bucket Wheels em todos os casos, más 
dentro de condições apropriadas podem ter uma performance superior às outras convencionais e 
simultaneamente permite uma significante economia operacional. 
Dentre os fatores a serem considerados para a seleção de bucket wheels temos: 
· Custo - como as peças do equipamento são caras, requer longo período de amortização para ser 
economicamente viável. Os custos de operação são difíceis de estabelecer e dependem da 
recomendação de fabricantes sobre planos e estimativas de manutenção; 
· Tipo de material a ser manejado - São mais apropriadas para depósitos espessos de materiais 
inconsolidados ou semi- consolidados; 
· Produtividade - apropriada quando se requer uma alta produção; 
· Planejamento da mina - requer um cuidadoso design e planejamento da mina para que se possa 
alcançar uma ótima produção e baixo custo; 
· Sistema de transporte - apropriada para correias, caminhões e vagões. 
Draglaines 
A seleção de Draglaines é analisada considerando os seguintes fatores, tais como: 
· remoção de material dentro d'água; 
· minérios suficientemente moles; 
· operações em subníveis; 
· carregamento em grandes equipamentos 
· capacidade de remoção de solos semi-consolidados; 
· grande capacidade; 
· habilidade para trabalhos em locais lamacentos e em condições instáveis; 
· capacidade de executar em uma única operação a remoção e empilhamento do material 
Apresenta as seguintes desvantagens para a seleção : 
· alto investimento inicial; 
· aplicação restrita; 
· não opera em terrenos inclinados; 
· necessidade de boa fragmentação das rochas para uma eficiente remoção. 
Equipamentos de Transporte 
Caminhões 
Como critério geral, para seleção de caminhões, os seguintes pontos devem ser levados em 
consideração : 
· Material a ser manejado e métodos de carregamento empregado; 
· Possíveis restrições de espaço para manobras, pontes, extensão e largura das estradas de 
transporte, cabos suspensos etc.; 
· O efeito de rampas acentuadas, particularmente quando carregado; 
· Padronização e possíveis combinações de novos caminhões; 
· Flexibilidade requerida, isto é, vários trabalhos que poderão ser requeridos a fazer. 
Scrapers 
Atualmente o movimento de material da mina tem sido maior, usando-se rápidos push-loaded 
scrapers, que outros sistemas. As vantagens econômicas deste sistema são tais que sua benéfica 
aplicação suplanta a grande extensão das atuais condições encontradas no campo. A chave para a 
econômica aplicação de scrapers, deve-se a facilidade deste na obtenção da carga, produzindo um 
carregamento a um custo relativamente baixo, comparado a outras formas de carregamento. 
Em geral os scrapers podem escavar seu próprio carregamento, transportá-lo a uma velocidade de 
30 - 35 Km/h efetivamente espalha-lo no depósito. 
Skips Inclinados 
Podem ser considerados em minas pequenas, profundas, lavradas em flanco, onde as estradas para 
caminhões são proibitivamente longas, inclinadas e de difícil manutenção. 
Trata-se normalmente de uma instalação permanente ou semi-permanente, devendo por esta razão 
ser locada em local fora da área de lavra. A inclinação da instalação, por outro lado, deve ser 
cuidadosamente projetada, de forma que deslocamentos da parede não afetem o lastro no qual está 
fixo o skip. 
Os questionamentos para seleção de um sistema de skips são : 
· Existe um local apropriado para instalação de uma estrutura permanente ou semi-permanente ? 
· A jazida contribui para um transporte a um ponto central ? 
· A estabilidade e inclinação do talude e adequa para a instalação do sistema ? 
· O tamanho do material fragmentado a ser transportado e adequado para transporte por skips ? 
· O transporte pode ser executado por outros meios mais econômicos ? 
Correias Transportadoras 
A demanda das indústrias, de um modo em geral, por altas taxas de manuseio de materiais e baixos 
custos, tem tido um significante efeito no desenvolvimento tecnológico das correias transportadoras. 
Esses avanços tecnológicos tem possibilitado, não somente, alcançar aceitação como o método 
preferível de movimentação de materiais soltos, mas também a ser usada para transporte destes 
materiais a longa distância, particularmente em áreas de relevo ondulado. 
Como vantagens das correias transportadoras, pode-se citar : 
· Excelente para relevos acentuados e longa distância; 
· Alta capacidade; 
· Requer pouca supervisão e manutenção; 
· Baixo custo por tonelada transportada; 
· Fácil operação 
As desvantagens do sistema de transporte por correias são: 
· Alto custo inicial; 
· Sistema permanente ou semi-permanente; 
· Granulometria do material limitada a finos ou rocha britada 
Trens 
A introdução de outros sistemas de transporte tem suplantado a utilização de trens dado a 
preferência e melhor aplicabilidade de dos outros sistemas às exigências de cada projeto de 
mineração. 
Se é mantida uma alta produção para uma grande distância, o transporte por trem tem um menor 
custo por tonelada transportada que outros sistemas. Entretanto, rápidos movimentos de tráfego 
dentro e fora da mina, requerem linhas duplas para abastecimento da linha principal. As curvas 
devem ser cuidadosamente esboçadas e o alinhamento dos trilhos e superfície devem ser mantidos 
constantes se se deseja uma máxima eficiência. 
O sistema de transporte por trens apresenta as seguintes vantagens : 
· Baixo custo de transporte onde exigências de produção e volumes justificam sua instalação; 
· Alta capacidade; 
· Carregamento simples por escavadeiras e bucket wheels; 
· Transbordamento mínimo de material; 
· Mínima manutenção; 
· Podem ser controlados por controle remoto; 
· Controle de tráfego simples. 
O sistema de transporte por trens apresenta as seguintes desvantagens : 
· Investimento inicial alto; 
· Limitadas a longas estradas, planas com inclinação máxima de 3%; 
· Inflexibilidade do sistema; 
· Necessidade de dispositivos especiais de descarregamento; 
· Não apropriado para transporte de estéril, devido a dificuldade de espalhamento deste. 
PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA ESCOLHA DE LOCAIS PARA CONSTRUÇÃO DE DEPÓSITOS 
DE ESTÉREIS E BARRAGENS DE REJEITOS 
Introdução 
No passado, pouca consideração era dada no planejamento e construção de depósitos de estéreis e 
barragens de rejeitos. O procedimento padrão consistia na seleção de um locale um método que 
pudesse minimizar a distância de transporte do estéril ou rejeito, da fonte geradora ao depósito ou 
barragem, e ainda, minimizar os custos de construção. Aplicações indiscriminadas desta prática 
frequentemente resultaram em dispendiosos remanejamentos, questionável estabilidade, desastres 
ecológicos, perda de equipamentos, instalações, e, quando não, perda de vidas humanas. 
A seleção de um local apropriado para construção de um depósito de estéril ou barragem de rejeito 
envolve considerações de ordem econômica, técnica, ambiental e social. Tais fatores, após análise 
em separado devem ser avaliados conjuntamente, a fim de se determinar uma área, onde os 
objetivos econômicos e técnicos ( estabilidade etc.), sejam maximizados e os impactos ambientais 
minimizados. Por outro lado, estes fatores são interrelacionados, pois o mérito de um depende 
fundamentalmente do nível de estudo adotado na avaliação dos demais. Por exemplo, a escolha de 
um local em função apenas do fator econômico, distância de transporte, pode não ser viável do ponto 
de vista técnico ou ambiental. Desta forma, é necessário adotar uma série de análises econômicas, 
investigações geotécnicas e ambientais dos possíveis locais alternativos. 
Por motivos de ordem econômica, um depósito de estéril deve ser locado o mais próximo, possível do 
centro de massa do estéril a ser lavrado, respeitando-se os limites do pit final e procurando 
compatibilizar a forma do depósito a ser formada com o relevo do terreno disponível de modo com 
que este depósito seja permanentemente estável. Da mesma forma, a localização de uma barragem 
de rejeitos deve ser tal, que os custos para construção da mesma, transporte dos rejeitos 
(bombeamento ou gravidade), sejam mínimos, respeitando-se as condições de segurança e 
ambientais. 
Os requerimentos ambientais têm sido tão importantes com respeito a depósitos de estéreis e/ou 
barragens de rejeitos, que a localização de um adequado depósito ou barragem tem grande 
importância na elaboração de um projeto de lavra e tratamento de minérios. 
Do ponto de vista ambiental dois procedimentos precisam ser tomados. O primeiro refere-se a um 
estudo prévio das áreas disponíveis. É necessário conhecer se determinado local é designado a 
parques (nacional, estadual ou municipal ), reserva ecológica, se é um sítio arqueológico ou histórico, 
se é nascente de alguma bacia hidrográfica etc. Tais locais precisam ser previamente identificados e 
listados, pois necessitam da liberação de orgãos cabíveis. O segundo procedimento refere-se a 
listagem e classificação dos possíveis impactos ambientais, causados pelo depósito ou barragem a 
serem construidos numa determinada área. O local a ser escolhido deverá ser aquele onde os 
impactos ambientais sejam mínimos. 
Estudos Geotécnicos 
A seleção prévia dos locais para construção de depósitos e/ou barragens é feita com base nas 
investigações preliminares das áreas. Uma vez definido os possíveis locais, detalhadas investigações 
são necessárias a fim de que se possa determinar o local que se enquadre dentro dos requisitos 
econômicos, ambientais e de segurança. Sendo assim, a elaboração de um criterioso programa se 
faz necessário, onde os principais fatores a serem analisados são a topografia, o clima, a geologia, 
hidrogeologia, hidrologia, sismíca, estratigrafia, propriedades físicas e químicas dos solos e das 
rochas etc. Tais fatores são normalmente correlacionados como parte das investigações de 
engenharia, geralmente tratados, coletivamente, como estudos geotécnicos do local. 
Os estudos geotécnicos podem ser feito em dois estágios. O primeiro estágio refere-se usualmente 
às investigações preliminares do local, de modo a possibilitar uma avaliação superficial do local. 
Deste modo, torna-se possível a realização de comparações entre locais alternativos, de forma que o 
mais adequado seja selecionado para uma investigação detalhada. O segundo estágio usualmente 
refere-se a uma detalhada investigação geotécnica do local, cobrindo todos os ítens anteriormente 
citados em detalhes suficientes para a execução do esboço do depósito de estéril e/ou barragem de 
rejeito, de forma econômica, segura e ambientalmente satisfatória, que satisfaça todos os 
regulamentos exigidos. 
A primeira etapa das investigações preliminares dos possíveis locais envolvem a coleta de todos os 
dados disponíveis da área. Estes dados incluem, mapas topográficos, fotografias aéreas, clima 
(registros de temperatura, precipitação, vento, radiação solar e evaporação), rede hidrográfica, 
geologia regional e mapas geológicos, hidrogeologia, sísmica etc. Em conjunção com a coleta e 
estudo dos dados acima mencionados, inclui uma interpretação fotoaérea para determinar a geologia 
local da área proposta. Os fatores geológicos que podem afetar o esboço do depósito e/ou barragem, 
e, portanto, devem ser avaliados incluem, evidências de deslizamentos de terra, evidências de plano 
de falhas nas rochas, evidências de falhas, provável permeabilidade das rochas etc. O exame local 
em combinação com a interpretação fotoaérea, normalmente, propicia uma boa avaliação preliminar 
da geologia local. 
A confecção de mapas topográficos em pequena escala fornecerá dados para estudo da área ao 
redor da cava e locação dos possíveis locais do depósito e/ou barragem. São também úteis para 
fazer, estimativas preliminares dos volumes dos referidos depósitos, tamanho da área, provável 
direção de fluxo de águas subterrâneas e superficiais e possíveis efeitos do depósito ou barragem 
nas proximidades da cava, usina ou outras áreas operacionais. Os dados sobre o clima e cursos 
d'água, quando combinados com dados topográficos, possibilitam uma avaliação preliminar da 
drenagem característica dos locais. Isto fornece ao projetista informações sobre o volume médio dos 
cursos d'água superficiais provenientes das chuvas. 
A combinação das informações coletadas com os dados publicados e as investigações locais podem 
não ser suficientes para permitir uma completa avaliação dos méritos dos locais pré-estabelecidos. 
Em alguns casos, fatores óbvios como abatimentos de solo ou ocupação de grandes áreas podem 
eliminar um local. Em outras instâncias a vegetação superficial e/ou depósitos podem mascarar as 
condições locais, tal que posteriores trabalhos de campo sejam requeridos antes do proposto local 
ser efetivamente avaliado. Nestes casos, a próxima etapa das investigações preliminares, envolverá 
coletas de amostras, através de abertura de trincheiras e furos de sondagem e, talvez, trabalhos 
preliminares de geofísica. 
Com base nas investigações geotécnicas preliminares do local, é possível avaliar de um ponto de 
vista geotécnico, a relativa capacidade dos locais alternativos examinados. Entretanto, deve-se 
observar que, devido a vários fatores que impactuam a seleção do local para o depósito de estéril 
e/ou barragem de rejeitos, o local mais apropriado do ponto de vista geotécnico, pode não ser o mais 
satisfatório, por outras razões como proximidade com áreas habitadas, conflitos com outros usos da 
área, restrições ambientais etc. Consequentemente, a importância de se considerar mais que um 
possível local e avaliar a capacidade de cada um é óbvio. 
Uma vez concluídos os estudos geotécnicos preliminares e a definido o local, compatível como todas 
as exigências necessárias, faz-se necessário a realização de detalhadas investigações geotécnicas. 
O principal objetivo de uma detalhada investigação geotécnica deve incluir a determinação da: 
· estratigrafia do local, incluindo profundidade, espessura, continuidade e composição de cada 
estrato; 
· geologia local, incluindo história de deposição erosão, glaciação, cobrindo ítens como canaisencobertos, estruturas de colapsos, cavernas, movimentos tectônicos e falhas, planos de 
cisalhamento etc. Deve-se fazer um mapa geológico do local; 
· hidrogeologia do local, incluindo definição de todos os aquíferos, determinação da espessura dos 
sedimentos inconsolidados, determinação de sistemas de fluxo de água subterrânea local e regional, 
pressão piezométrica nos aquíferos; 
· propriedades geotécnicas do solo, como, umidade, granulometria, testes de consolidação, 
compressão triaxial e ou testes de cisalhamento, testes de permeabilidade, capacidade de troca 
iônica de argilas (quando propostas como camada impermeável ). Para as rochas deve-se incluir 
testes de cisalhamento ao longo de camadas fracas e permeabilidade dos vários estratos. 
PILHAS DE ESTÉRIL - PLANEJAMENTO E CONSTRUÇÃO 
INTRODUÇÃO 
Com a exaustão das jazidas de minério de alto teor e consequente aumento no consumo de matéria-
prima, o homem se viu obrigado a lavrar depósitos de baixo teor e mais profundo. Estes depósitos 
quando economicamente viáveis necessitam, regulamente, de uma grande remoção de material 
estéril para que se possa ter acesso ao minério e início das atividades de lavra. Entretanto, a 
atividade de remoção e posterior deposição do material estéril num dado local envolve custos, 
planejamento e controle da construção. Apesar de sua primeira implicação ser econômica, o seu 
planejamento visa, também, encontrar um meio de manejá-lo de forma responsável, segura e 
ambientalmente satisfatório. 
No passado, o estéril removido nos trabalhos de lavra era simplesmente basculado em pontos de 
aterro, nas encostas ou terrenos circunjacentes às minas, formando pilhas de maneira desordenada, 
em condições precárias de estabilidade. Comumente estes locais eram chamados de bota-fora. A 
década de 80, notabilizou-se pela disposição controlada e planejada dos novos depósitos de estéril e 
pela recomposição dos depósitos mal formados, aliado a uma recuperação ambiental das áreas 
degradadas pela mineração. Hoje, além das exigências de ordem ambiental, questões sociais e de 
segurança, é sabido que construir adequadamente um depósito de estéril é certamente menos 
trabalhoso e oneroso, que corrigir um depósito em processo de ruptura generalizada. 
O planejamento de um depósito de estéril não é, geralmente, tão detalhado como um projeto de lavra. 
Isto é natural, visto que o objetivo primeiro da mineração é a produção do melhor minério possível 
para ser processado. O desenvolvimento de uma mina depende em geral da remoção de estéril, 
deste modo, promover um gerenciamento do depósito de estéril, pode significar a diferença entre o 
lucro e o prejuízo e o planejamento do depósito deve, frequentemente, reclamar mais atenção do que 
o esperado. 
MODELOS DE PLANEJAMENTO 
O planejamento de um depósito de estéril envolve a projeção num dado espaço do material estéril 
removido da mina. Os modelos, em geral, podem ser algo como um simples conhecimento que existe 
um local fora da área da mina para deposição de todo o estéril removido, até a detalhados 
simulações em computador ou maquetes do futuro depósito. 
O primeiro destes modelos, pode ser chamado como "Modelo de Confiança". Este é baseado na 
confiança de que existe um depósito suficiente para depositar todo o estéril. Em geral, não é um mal 
modelo para ser usado nos estágios iniciais da lavra, quando usualmente um certo vale ou uma área 
próxima à mina possa ser designada como destino para o estéril inicial transportado. A pressão para 
a abertura da mina usualmente limita os esforços, nos estágios iniciais, para o planejamento do 
depósito, a não ser que haja restrições de propriedades ou questões ambientais que seiamente 
restrijam a dispoisção de estéril. Portanto, devido aos esforços primários serem impletados no 
suplimento de minério, o modelo de confiança não é comumente mudado, até que o espaço para o 
depósito ou problemas com transporte de estéril, requeiram um modelo melhor. 
O segundo e mais comum tipo de modelo é o da "Capacidade Final". Nese modelo, o depósito e 
locado num mapa topográfico dentro da área de servidão, e os volumes dos espaços disponíveis são 
medidos para determinar qual a capacidade final do depósito. Indicações de estradas são também 
feitaspara prover o melhor uso do espaço disponível. Este é um bom tipo de modelo, onde pode-se 
ter um conhecimento das potencialidades e limites das diversas áreas disponíveis. A disvantagem de 
se depender exclusivamente deste método é que ele não mostra o que ocorrerá na sequência de 
deposição e a capacidade final pode não ser atingida a não ser que o método de disposição e a 
sequência sejam considerados. 
O detalhado layout ou "Map Layout Model", usualmente, segue o modelo da capacidade final, quando 
acumulações de estéril atingem o estágio, onde sequências de deposição afetarão os custos ou 
onde, existe uma variedade de produtos que precisam ser depositados em diferentes áreas. Como 
exemplo pode-se citar uma dada ocasião onde diferentes partes do deposito podem receber estéril de 
diferentes áreas de modo a equilibrar a distâncias de transporte. Algumas vezes, a menor distância 
de transporte não é a melhor, se ela enche uma área que deverá ser reservada para fazer uma futura 
estrada muito melhor. Outra razão para um detalhado layout deve a produtos contaminados que 
devem ser colocados fora da drenagem, ou onde existe segregação de material de baixo teor ou 
marginal, que poderão vir a ser aproveitados no futuro. Considerações deste tipo levam a divisão do 
palnejamento em estágios sequênciais, preferívelmente relatadas para definir perídos de deposição. 
Modelos de escala física são poucos usuais no planejamento atual. Tais modelos são algumas vezes 
usados na explicação para a diretoria ou outras pessoas, muitas vezes leigas, os sobre os problemas 
ou requerimentos de um depósito. Em geral, podem ajudar na visualização de problemas, que por 
outro modo, podem passar despercebidos ou serem subestimados. As principais desvantagens de 
modelos tridimensionais é o tempo e esforços envolvidos na construção deles. 
Modelos computacionais do depósito de minério são bastante comuns, principalmente em muitas 
minas metálicas. Entretanto o uso de computadores para deposição de estéril é pouco aplicado, por 
uma variedade de razões, entre elas : os depósitos de estéreis, em geral não requerem um detalhado 
banco de dados e são relativamente fáceis de serem traçados graficamente. Por outro lado, em 
trabalhos futuros o emprego de computadores no planejamento e construção de depósitos de estéreis 
têm sido visto como uma importante ferramenta, principalmente com relação à simulação de estradas 
de transporte. 
CONFIGURAÇÃO DO DEPÓSITO 
A configuração geometria do depósito depende amplamente da topografia da área onde o depósito 
será construído. Outro importante fator é a forma como o depósito é construído. Algumas das 
possíveis configurações dos depósitos são apresentadas a seguir. 
Se a região é moderadamente plana e a espessura do depósito não é tão grande, os depósitos, 
espalham-se, deixando uma geometria de um grande leque, usualmente com algumas curvas. Em 
geral estes grandes depósitos em leque podem estender, cobrindo grandes áreas com talvez alguns 
quilómetros de perímetro. A limitação na extensão lateral é, se não há considerações de limite de 
propriedades, uma função da distância de transporte, desta forma, chegará um tempo, onde será 
mais barato elevar o depósito e transporte para cotas superiores, que estender o depósito por toda a 
extensão da área da mineração. O processo de deposição em sucessivas camadas num depósito em 
leque, produz o que chamamos de depósito laminado. Estes são caracterizados por camadas comalgum grau de classificação, similares aos depósitos sedimentares criados pela natureza. Se são 
construídos por caminhões, as maiores camadas normalmente chegam a atingir de 6 a 60 metros de 
espessura. Dentro destas camadas está uma série de camadas inclinadas causada pelo fluxo de 
material abaixo do talude do depósito com o avanço deste. Desta forma, são formadas camadas 
cruzadas que podem ser classificadas de fine a grossas, apresentando diferentes graus 
permeabilidade de acordo com a direção destas. Se o depósito é feito por scrapers, as camadas 
podem variar de dezenas de centímetros de espessura. 
Depósitos em terraços são construídos também pela deposição ao redor de um depósito mais 
elevado ou curtas paradas da crista do depósito inferior durante um overlay. O efeito de ambos os 
métodos é produzir um depósito em escadas ou terraços com desníveis capazes de servir como 
estradas acesso ou como plataformas para vegetação. Tais terraços são também valiosos no controle 
da erosão e fluxos d'água. 
Em regiões montanhosas a configuração comum se dá na forma de cunhas. A altura do talude à 
jusante pode atingir de 300 a 600 m com uma área mais larga na base ou pé deste. Tais depósitos 
frequentemente apresentam grande capacidade e podem ser bastante estáveis se as condições do 
solo ou rocha dentro do depósito são favoráveis. Se existem construções próximas ao depósito, tais 
como estradas ou vilas, medidas especiais de segurança, tais como bermas de contenção devem ser 
requeridas para limitar os efeitos do rolamento de rochas e deslizamentos de solo. Uma variação 
usual de depósitos em cunha é o livre basculamento em encostas. Esta configuração é de limitada 
aplicação e pode ter sérias consequências ambientais. 
E, finalmente existe o depósito em cava, ou backfill dump. O backfilling tem sido bastante comum e 
importante em muitos seguimentos da indústria mineral, tais como minas de urânio com uma série de 
pit vizinhos que podem ser individualmente enchidos, ou em depósitos estratificados (carvão), onde 
há um progressivo descapeamento e deposição do material estéril nas porções descobertas que ficou 
na retaguarda, ou em minas subterrâneas onde o enchimento pode ser usado como suporte. Em 
grandes minas metálicas, o enchimento é pouco apropriado, devido a longa vida útil da mina, onde o 
alargamento e aprofundamento do pit ocorre de forma gradual até atingir a exaustão da jazida. 
ESTUDO PRELIMINAR 
A escolha de locais mais favoráveis para a disposição de estéreis, deve levar em consideração a 
distância de transporte, estradas de acesso, capacidade de armazenamento, aspectos hídricos, 
declividade das encostas, necessidade de desmatamento, implicações com áreas rurais ou urbanas a 
jusante etc. E, também, que não comprometa a continuidade da lavra, instalações de tratamento de 
minério ou expansões futuras. Para execução de tais estudos, faz-se necessário um mapeamento 
geológico / topográfico detalhado, enfatizando os cursos da água, nascentes, áreas pantanosas, perfil 
dos talvegues principais etc. Faz-se também importante ter um conhecimento da hidrologia e 
hidrogeologia da região, regime de chuvas, medição das vazões perenes, características da bacia de 
constituição, vazões de pico, fluxo de águas subterrâneas etc. Condições hídricas desfavoráveis 
podem inviabilizar um local aparentemente promissor. De maneira geral, por motivos econômicos, 
costuma-se depositar esses materiais em encostas o mais próximo possível de áreas de lavra, muitas 
vezes por simples basculamento em ponta de aterro. A disposição indiscriminada, sem atentar para 
os problemas geotécnicos envolvidos, tende a acarretar uma série de problemas ecológicos, tais 
como: 
· Instabilidade dos depósitos, causando danos pessoais e a propriedade; 
· Erosão de superfície por águas pluviais, podendo acarretar problemas estéticos e de estabilidade, 
assoreamento e eventualmente poluição química de cursos de água; 
· Erosão eólica da superfície, com grande formação de poeira; 
· Modificação danosa das características fisiológicas locais. 
Obs. Uma operação de lavra envolve, geralmente, a movimentação de dezenas de milhões de 
toneladas de estéril, acarretando a formação de depósitos que chegam a atingir alturas de taludes de 
centenas de metros. Essas grandes massas tendem a agravar sobremaneira os problemas 
ambientais retrocitados. 
INVESTIGAÇÕES DE CAMPO 
Através de investigação de campo, via sondagens, poços e trincheiras, são coletadas amostras para 
determinação, em ensaios de laboratório, dos parâmetros geotécnicos do material estéril e 
capacidade de suporte dos solos da fundação. Estes ensaios compreendem: 
· análise da composição do solo e das rochas; 
· índices físicos; 
· massa específica natural e saturada; 
· cisalhamento; 
· coesão; 
· ângulo de atrito. 
Tais investigações devem vir acompanhadas de uma descrição geológica e geotécnica. 
DENSENVOLVIMENTO DO PROJETO 
Por fim, após tais investigações, entra-se na fase de desenvolvimento do projeto, onde são 
delineadas todas as feições geométricas desde o dimensionamento da drenagem da fundação, até a 
proteção final das bermas e o acabamento paisagístico. Um ítem de suma importância refere-se a 
análise da estabilidade do depósito e de sua fundação. Esta análise baseia-se em dados obtidos 
durante o estudo preliminar e principalmente nas investigações de campo. Em algumas 
circunstâncias, seções de ensaio são construídas no campo, amostras são coletadas e analisadas 
em laboratórios e simulações de várias hipóteses de ruptura para as diversas geometrias (alturas e 
inclinações) dos depósitos sob diferentes condições (material seco e saturado) devem ser realizadas. 
A questão da estabilidade é um aspecto que deve ser assegurado durante as fases de construção, 
bem como após a finalização das atividades mineiras. A instabilidade em depósitos de estéril 
incrementa os custos operacionais sob os seguintes aspectos: 
· indenização de acidentes pessoais; 
· indenizações e recuperações de propriedades; 
· perda ou dano em equipamentos; 
· danificações de estradas de acesso, linhas de energia e de instalações mineiras; 
· paralisação da produção para limpeza e correção das instabilidades; 
· adoção de medidas estabilizadoras para impedir a continuidade dos fenômenos de instabilidade e 
permitir a retomada segura do lançamento do estéril; 
· limpeza e recuperação do meio ambiente. 
ESTABILIDADE DE UM DEPÓSITO DE ESTÉRIL 
O estéril de mineração, de uma forma geral, é constituído por solo, rocha sã e alterada, cujas 
relações recíprocas (minério ou estéril), dependem do estágio da mineração ou de alterações no 
planejamento da lavra decorrente de considerações econômicas. O material apresenta uma 
distribuição granulométrica ampla, com partículas de dimensões de argila variando até matacões. 
Em maciços de solos ou fragmentos de rocha admite-se a validade da equação que define a 
resistência a cisalhamento: 
S = c + ( - u ) tg 
Nessa equação "c" e "f" são, respectivamente, a coesão e o ângulo de resistência a cisalhamento, 
que dependem principalmente do tipo de material e do seu estado de compactação. " s " é a pressão 
total normal à superfície de cisalhamento, e "u" é a pressão neutra que se desenvolve nos poros do 
material; essa última pode ser gerada por compressão do material, durante o seu adensamento, ou 
lençóis de água no seu interior. O método de formação do maciço influi nos parâmetros "c" e "f" no 
que tange à sua compactação. Ao contrário de obras de engenharia civil, onde se especificam o grau 
de compactação e o teor de umidade, trabalhando-se com rolos compactadores e camadas de 
espessura pequena; em pilhas de estéril costuma-se trabalhar com camadasque podem atingir até 
vários metros, sem controle de umidade, e com compactação produzida apenas pelo tráfego de 
construção (caminhões e tratores). 
De maneira geral, a deposição em camadas mais espessas é mais vantajosa economicamente. Em 
contrapartida, isso acarreta uma diminuição dos parâmetros de resistência "c" e "f" afetando também 
a pressão neutra "u" , de uma forma que pode inclusive ser mais sensível. Com efeito, camadas mais 
espessas são mais compressíveis. Dessa maneira, em casos onde o estéril é pouco permeável, o 
teor de umidade é relativamente elevado, e as velocidades de alteamento da pilha são altas, a 
compressão da água intersticial pode acarretar pressões neutras muito elevadas. A observação direta 
deste fenômeno é feita através de piezômetros instalados em pontos do maciço criteriosamente 
escolhidos (estes mediriam as pressões neutras, permitindo adaptações do projeto ou do método 
construtivo). 
TIPOS DE RUPTURA 
As rupturas observadas são condicionadas pela ação de um ou mais dos seguintes fatores: 
· fundações com baixa resistência ao cisalhamento; 
· inclinação das superfícies de deposição; 
· altura e ângulo de inclinação da pilha; 
· pressão da água na fundação e/ou no corpo do depósito; 
· características de resistência dos materiais constituintes do depósito. 
Basicamente, as rupturas podem ser enquadradas num dos seguintes tipos: 
a) Rotacional 
São características de materiais coesivos com componentes de atrito. Podem abranger o corpo do 
depósito e as fundações. 
b) Quase Planar 
São características de material secos, sem coesão, formados pelo lançamento de material no ângulo 
de repouso. 
c) Planar 
É uma modificação do tipo rotacional. Pode ser causada pela presença de material fraco abaixo da 
face de avanço. Tais materiais poderiam ser: 
· zonas intemperizadas correspondentes ao encobrimento de faces antigas que sofreram inteperismo; 
· estratos de material fino lançado e incluído em pilhas de material mais grosseiro e resistente. 
CARACTERIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES 
A estabilidade de um depósito de estéril pela fundação é condicionada por fatores tais como: 
a) inclinação e forma da superfície das encostas 
Encostas regulares e côncavas são mais favoráveis para deposição do que encostas convexas e 
irregulares. Quanto inclinação, de uma forma geral, encostas com 10 graus são consideradas planas, 
acima de 10 graus são consideradas íngremes; 
b) ocorrência de tálus e movimentos superficiais nas encostas 
A sobrecarga decorrente do lançamento de estéril sobre encostas com depósitos de tálus apresentam 
movimento de rastejo, poderiam induzir ou acelerar processos de instabilização da própria pilha de 
estéril, e mesmo das encostas de todo o vale; 
c) surgências de água e drenagens perenes 
Visto que a estabilidade é influenciada pelas condições das pressões neutras, deve-se evitar a 
construção de depósitos de estéril interceptando talvegues perenes e surgências de água 
significativas. Em caso alternativo, a ação da água poderá ser minimizada através da adoção de um 
sistema de interceptação e desvio dos talvegues naturais, ou através da construção de uma 
drenagem de base adequada; 
d) porte da vegetação 
Principalmente em encostas íngremes, a não remoção da vegetação densa (mata), poderá 
desenvolver uma superfície mais fraca no contato do depósito de estéril com o terreno natural. Tal 
superfície pode ser o condicionante de instabilidade; 
e) matéria orgânica e estratos "moles" 
Mesmo em encostas planas a presença de camadas fracas poderá induzir movimentações de massa 
ao longo da base da pilha de estéril. Recomenda-se a remoção de solos orgânicos fracos quando 
estes atingem uma espessura superior a 0,3 m. Muitas vezes, entretanto, a remoção pode 
representar custos elevados, podendo ser economicamente inviável. Nesse caso a estabilidade 
deverá ser analisada e certos recursos utilizados como: 
· Suavização de taludes e emprego de bermas de equilíbrio; 
· Deposição controlada em camadas de pequena espessura, minimizando-se a velocidade de 
alteamento; 
· Deposição de material drenante sobre a fundação para facilitar o adensamento; 
f) permeabilidade 
g) compressibilidade 
A presença ao longo da encosta de deposição de horizontes de compressibilidade muito diferentes, 
poderá causar recalques diferenciais significativos no corpo da pilha com consequente 
desenvolvimento de trincas de tração. Por ocasião de grandes precipitações, poderão ocorrer 
aumento de pressões neutras em tais trincas, suficientes para levarem à ruptura porções 
significativas do depósito; 
h) resistência ao cisalhamento 
No caso da resistência ao cisalhamento da fundação ser menor do que o material constituinte do 
depósito de estéril, a geometria do aterro será condicionada pela fundação. Em caso contrário, as 
características de resistência dos materiais do depósito serão os condicionantes de sua geometria. 
CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS CONSTITUINTES DE UM DEPÓSITO DE ESTÉRIL 
As características de resistência do depósito são condicionadas por fatores tais como: 
· tipo e qualidade do material lançado; 
· método de construção e equipamentos utilizados; 
· resistência dos materiais à degradação por agentes químicos e atmosféricos; 
· selagem de porções externas decorrentes de ações intempéricas; 
· nível da água; 
· teor de umidade; 
· estado de compactação (a compactação pode ser controlada por mudanças de equipamento e por 
procedimentos de manuseio que influenciam fatores, como: fragmentação, mistura de solo e rocha, 
segregação e manuseio seletivo de um horizonte particular, drenagem afetando teor de umidade 
etc.); 
· grau de alteração; 
· presença de argilo-minerais. 
A deposição de materiais obedece a critérios de qualidade dos mesmos, ou seja, materiais de 
estabilidades inferiores (baixo ângulo de atrito, alta umidade e alta percentagem de argilas) não 
devem ser depositados em contato com o terreno natural ou nos taludes finais das bancadas. 
PROCESSO CONSTRUTIVO 
De um modo geral a formação ordenada de depósitos de estéreis deve compreender seguintes 
pontos básicos. 
DESMATAMENTO 
A área escolhida deve ser objeto de desmatamento, destocamento e remoção de toda madeira e 
resíduos florestais. Este procedimento se faz necessário de modo a evitar a formação de camada 
orgânica em decomposição por motivos já explicados anteriormente. Caso haja a remoção também 
do solo rico em húmus, reaproveita-lo como suporte da vegetação na superfície final do depósito. 
DRENAGEM DE FUNDAÇÃO 
Para calcular a vazão de infiltração são necessários dados como: permeabilidade média do solo, 
gradiente hidráulico do local a se drenar (perda de carga por comprimento do talvegue), além da 
área. de posse deste dados a vazão infiltrante é encontrada utilizando a lei de Darcy ou ábacos 
apropriados. 
Lei de Darcy 
 
k = coeficiente de permeabilidade em m/s; 
Q = vazão infiltrante em m/s; 
i = gradiente hidráulico 
i = dh / l onde: dh = perda de carga, 
l = comprimento talvegue, 
e, A = área em m2; 
O dimensionamento dos drenos de profundidade também leva em conta os mesmos dados, mas com 
uma preocupação a mais. O dreno deve possuir espaços vazios suficientes pequenos entre os 
materiais constituintes deste, para não carrear partículas muito finas de solo para seu interior e ao 
mesmo tempo vazios grandes que permitiram o fluxo de água. Torna-se necessário, então, um filtro 
de areia (ou material que funcione similarmente; ex. manta geotextil) em torno do dreno, que impeça 
a entrada de finos e a colmatagem. Sua utilização exigirá uma análise granulómetrica e a observação 
quanto ao grau de pureza e qualidade de aplicação. 
Os drenos podemassumir a forma de um lençol, cobrindo o terreno natural ou de trincheiras a uma 
certa profundidade, preenchidas por manilhas porosas envoltas em brita e areia (podem vir a ser 
recobertas com a manta geotextil). 
Quanto aos cursos de água que percorrem o local selecionado para a disposição do estéril, estes 
devem ser captados na cota e vazão máxima possíveis e desviados. Isto a meia encosta, para fora 
da área a ser ocupada. Pode-se promover o escoamento a céu aberto através de calhas resistentes a 
erosão caso a cota final do depósito for superior a cota de desvio. Como conclusão da drenagem de 
fundação, constrói-se uma barragem de enrocamento ao sopé da futura pilha com todos os seus 
detalhes construtivos. Os drenos da fundação passam sob a barragem com descarga a jusante, sem 
risco de terem suas saídas obstruídas. 
DISPOSIÇÃO DO MATERIAL 
A geometria e a configuração que estes depósitos podem assumir depende largamente da topografia 
da área e do modo como será construído. A maioria dos depósitos de estéreis são construídos por 
unidades móveis com o basculamento direto do material nas encostas (ponta de aterro). O estéril 
basculado flui pela encosta assumindo um ângulo de repouso (37 graus em média para materiais 
não-coesivos), ocorrendo ainda uma segregação do mesmo material, onde os fragmentos grosseiros 
"escoam" para a base e os finos ficam na parte superior do talude. Isto gera um ângulo ligeiramente 
mais íngreme no topo do que na base do talude. Na berma inferior, tratores espalham o material e 
desta forma o depósito progride com uma elevação razoavelmente uniforme. 
É um método apropriado para terrenos de fundação relativamente competentes e que demandam 
pouco ou quase nenhum trabalho de preparação. Neste caso, as distâncias de transporte iniciais são 
menores, fator relevante se considerado os altos investimentos iniciais de implantação de uma 
mineração. Outra forma de lançamento é o ascendente. Neste o depósito é alteado do fundo do vale 
para as cabeceiras, ou seja, de jusante para montante. É o procedimento adotado quando o local de 
deposição apresenta topografia muito íngreme, ou, o material lançado apresenta propriedades 
mecânicas muito baixas, ou ainda, ocorrem materiais incompetentes cuja remoção seja impraticável. 
Este processo exige uma aplicação imediata de recursos para a construção de acessos até o fundo 
do vale e, também, da drenagem da base. Nesta foram de desenvolvimento, nos estágios iniciais, as 
distâncias de transportes são maiores. 
Em regiões moderadamente planas, o depósito de estéril estende-se lateralmente pelo local 
denominado para o propósito, obtendo a aparência de um grande leque. A limitação de sua extensão 
lateral é uma função da distância de transporte. Desta forma, a partir de uma determinada extensão é 
economicamente preferível elevar o depósito e o transporte para cotas superiores do que estendê-lo 
por toda área. Em qualquer procedimento, se há alguma evidência de civilização abaixo do depósito, 
tais como estradas ou construções, medidas especiais como bermas de contenção podem ser 
requeridas para limitar os efeitos do rolamento de rochas e deslizamentos de solos. 
Outro prático depósito de estéril que merece um comentário, se dá pelo enchimento de porções da 
cava já lavradas, desta forma diminuindo as distâncias de transporte entre as frentes de remoção e 
os pontos de descargas de estéreis e também não necessitando de uma preparação de outro local 
para o depósito. Ambientalmente também é favorável, pois alteraria menos a fisiográfia do local. 
ACABAMENTO 
DRENAGEM SUPERFICIAL 
A principal razão da existência de uma drenagem de superfície é a erosão. A erosão é um processo 
de transporte de massa onde o meio transportador é a água, o ar e o gelo, sendo que no nosso clima 
predominam os processos transportados pela água. Os processos erosivos iniciam-se pelo impacto 
da massa aquosa com o terreno, desagregando suas partículas. Esta primeira ação de impacto é 
complementada pela ação do escoamento superficial, a partir do acúmulo de água em volume 
suficiente para propiciar o arraste das partículas liberadas. As diversas forma de erosão podem ser 
descritas como: 
· Erosão laminar - acorre quando o escoamento da água, encosta abaixo, "lava" a superfície do 
terreno como um todo, transportando as partículas sem formar canais definidos. 
· Erosão em sulcos - ocorre por concentração do fluxo d'água em caminhos preferenciais, arrastando 
as partículas e aprofundando os sulcos, podendo formar ravinas com alguns metros de profundidade. 
· Erosão por voçorocas - constituem-se no estágio mais avançado da erosão, sendo caracterizadas 
pelo avanço em profundidade das ravinas até estas atingirem o lençol freático ou o nível d'água do 
terreno. 
A intersecção da superfície do terreno com o nível da água propicia a erosão interna ou "piping", que , 
além de promover a remoção de material do fundo e das paredes da voçoroca, pode avançar para o 
interior do terreno, carreando material em profundidade e formando vazios no interior do solo. Estes 
vazios tendem a forma de tubos que, ao atingirem proporções significativas, dão origem a colapsos 
ou desabamentos, que alargam ou criam novos ramos na voçoroca. 
O processo de "piping" não é exclusivo das voçorocas, podendo ocorrer também em situações onde 
existam surgências d'água na superfície de taludes, naturais ou não, que propiciem o carreamento de 
material sólido. 
Os principais fatores dos processos erosivos são: 
· volume d'água que atinge o terreno: o volume e sua distribuição no espaço e no tempo são 
determinantes da velocidade dos processos erosivos; 
· cobertura vegetal: o tipo determina maior ou menor proteção contra o impacto e remoção de 
partículas de solo pela água; 
· tipo solo/rocha: determina a suscetibilidade dos terrenos à erosão, em função de suas 
características granulómetricas, estruturais, de espessura etc; 
· lençol freático: a profundidade do lençol nos solos é fator decisivo para o desenvolvimento de 
voçorocas; 
· topografia: maiores declividades determinam maiores velocidades de escoamento das águas, 
aumentando sua capacidade erosiva; e maior comprimento da encosta implica maior tempo de 
escoamento e, conseqüentemente, maior erosão. 
A água também é o principal agente detonador de movimentos gravitacionais de massa 
(rastejamento, escorregamentos etc). Pode atuar através da elevação do grau de saturação nos 
solos, diminuindo a resistência destes (tensões capilares, ligações por cimentos solúveis); aumento 
do peso específico do solo e também pela introdução no maciço de pressões hidrostáticas (vazios, 
fissuras, trincas, juntas etc) que podem levar à ruptura do talude. 
Construir uma drenagem nada mais é, então, do que proporcionar um caminho preferêncial para o 
escoamento do fluxo d'água. Na ausência de uma drenagem ou no mau dimensionamento de uma, 
vários outros problemas podem surgir além da erosão, tais como: redução da resistência ao 
cisalhamento do solo, variação do volume do solo, diminuição da capacidade de suporte, pressões 
hidrostáticas não aliviadas etc. 
Para águas de escoamento superficial são necessários drenos superficiais, onde os condutos estão a 
céu aberto e as paredes são impermeáveis. Como medidas para se dimensionar o escoamento 
superficial, têm-se, a determinação de parâmetros hidrológicos do local, a caracterização física da 
bacia (área de contribuição, fator de forma, tempo de concentração), e dados hidráulicos do dreno 
(vazão de pico, obtida através de várias fórmulas empíricas; velocidade do fluxo; dissipação de 
energia e geometria do canal). 
As bermas deverão ter, para efeito de direcionamento do fluxo de água, inclinação de 1% 
descendentedo centro para as extremidades do depósito, na secção longitudinal e 5% descendente 
da crista do banco inferior para o pé do banco superior, na transversal. A inclinação transversal 
funcionará como uma valeta ao pé de cada bancada, onde recomenda-se que seja depositada uma 
leira de estéril. Não só levando em conta a questão da estabilidade dos taludes, mas também 
considerando o percurso que água irá realizar sobre a terra até o dreno, carreando assim material e 
provocando erosão. O estéril agirá como um filtro e uma barreira para a quebra de energia do fluxo 
d'água. A água coletada deverá seguir para drenos laterais ao depósito ou para drenos localizados na 
própria superfície do talude, separados por distâncias fixas. 
REVEGETAÇãO 
O processo de recuperação envolve algumas etapas a serem seguidas durante o planejamento e 
construção de um depósito de estéril. São elas: 
· compromisso empresarial; 
· planejamento; 
· preparo da área a ser lavrada; 
· remoção da camada fértil do solo e estocagem; 
· recomposição topográfica e paisagística; 
· tratos a superfície final; 
· revegetação. 
A recomposição da vegetação teria como funções principais também, além da questão ambiental 
(impacto visual), o aumento da resistência do solo pela presença das raízes, proteção contra a 
erosão superficial e redução da infiltração da água no solo. Inicialmente se planta gramíneas para 
posteriormente se utilizar a flora nativa. O plantio destas gramíneas pode ser feito por semeadura, 
hidrosemeadura, mudas ou através de grama em placas. A técnica de plantio e o tipo de gramínea 
mais adequados dependem de fatores como solo, inclinação do talude e condições climáticas, sendo, 
portanto, específicos para cada caso. 
CUSTOS 
Os custos de disposição de estéril de mina estão concentrados no transporte, na drenagem/proteção 
vegetal, na retenção de finos gerados por carreamento durante e após a formação da pilha e na 
manutenção de drenagens ao longo dos anos. Destes custos, o mais significativo em qualquer 
situação é o transporte do estéril da mina até a pilha e cuja otimização depende mais dos 
equipamentos e perfis de transportes e menos do projeto ou do método executivo da pilha. Porém os 
outros custos, apesar das pequenas incidências percentuais, podem significar grandes montantes de 
desembolso ao longo e após a formação da pilha. Estes custos podem ser minimizados através de 
um bom projeto de engenharia e de métodos executivos apropriados. 
A formação controlada de depósitos de estéreis é evidentemente mais onerosa ao empreendimento 
mineiro que o simples basculamento do material nas encostas ou terrenos adjacentes à mina. 
Entretanto, como benefícios, podem ser apontados, dentre outros, a ocupação racional das áreas 
disponíveis, estabilidade dos taludes, controle da erosão e drenagem, estética, possibilidade de 
recomposição da paisagem natural e reaproveitamento futuro do material. Com um bom 
conhecimento geológico/geotécnico, o projeto do depósito pode levar em conta muitas variáveis 
otimizáveis como: 
· drenagem de fundação; 
· drenagem interna da pilha; 
· forma e altura de lançamento das camadas; 
· zoneamento de acordo com características geotécnicas dos materiais lançados;

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