Buscar

DIABERT, resenha bantos cida

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

DIABERT, Robert. A religião dos Bantos: Novas Leituras sobre o Calundu no Brasil Colonial[1: Resenha apresentada ao curso de ]
Maria Aparecida Nogueira[2: Acadêmica ]
O artigo publicado por Diabert, tem como objetivo principal responder a seguinte indagação: Quais eram os elementos fundamentais sobre os quais se estruturava a religião dos bantos e que compunham um grande repertório simbólico com o qual ela podia jogar, selecionando lembranças e esquecimentos na construção de seu texto próprio enquanto sujeito da diáspora africana no Brasil?
Para responder, o autor parte da análise da Cosmologia e tradições centro-africanas, em especial a religião dos bantos. O autor faz analise a respeito da formação étnico-cultural levando em consideração..
[...]um sincretismo entre as religiões africanas e o catolicismo. Sem negar, obviamente, o contato entre elas, o autor defendeu a permanência de profundas diferenças entre os dois universos. A seu ver, se por um lado os africanos praticavam o catolicismo de modo superficial, por outro, as religiões africanas teriam permanecido intocadas e independentes em seu sistema de pensamento. Nesse sentido, para ele, o calundu deve ser encarado como uma religião tipicamente centro-africana recriada no Brasil.	
Neste sentido, percebemos que o autor vê no calundu de Luzia Pinta uma estratégia de mediação simbólica por meio de uma interpretação própria das duas tradições em diálogo. Mesmo que , até o presente momento, a historiografia não esclareceu de modo satisfatório quais eram as características e os preceitos gerais dessa tradição africana banto disponíveis a Luzia Pinta e a outros praticantes do calundu.
[...]a religião dos bantos era estruturada a partir da crença em uma pirâmide vital, dividida entre o mundo invisível e o mundo visível. Em uma ordem hierárquica de importância, no primeiro grupo encontravam-se a divindade suprema, os arquipatriarcas, os espíritos da natureza, os ancestrais e os antepassados. No segundo grupo estavam situados os reis, os chefes de reino, tribo, clã ou família, os especialistas da magia, os anciãos, a comunidade, o ser humano, os animais, os vegetais, os minerais, os fenômenos naturais e os astros.
	No segundo momento o autor discute sobre Calundus coloniais: reatualizações da religião dos bantos na diáspora africana no Brasil. O calundu de Luzia Pinta pode ser tomado como o mais completo e característico de que se tem notícia. Nele, parecem estar todos, ou quase todos os elementos de um ritual banto, de caráter coletivo, onde a possessão e um oficiante especializado têm papel de destaque.
Todo este aspecto são baseados em constatações nos levam a pensar na força da tradição banto na configuração da experiência religiosa do Calundu, visto como um ritual religioso de origem centro-africana era praticado no Brasil, principalmente na Bahia e em Minas Gerais, durante o período colonial. Embora seja evidente a presença de uma variedade de ritos distintos que recebiam o nome de calundu, muitos tinham em comum o uso de instrumentos de percussão, a invocação de espíritos
o esquema recorrente era baseado nos seguintes passos: invocação (com o auxílio dos cantos e toques de instrumentos executados pelos auxiliares do oficiante), possessão do oficiante (seguida de oferendas de comidas e bebidas ao espírito incorporado), adivinhação (dos males físicos ou espirituais que afligiam os presentes) e cura (prometida por meio da ingestão de preparos de ervas e raízes).
Trata-se, por um lado, de um caso onde o ritual e as práticas mágicas se combinam num todo articulado, que é denominado de calundu. Por outro, do seio deste complexo emerge uma definição específica de calundu, referida antes a um dom, virtude ou qualidade individual do que a um rito.
a dinâmica das experiências religiosas centro-africanas era sua capacidade de renovação, abrindo-se a novos movimentos religiosos. Mesmo em território africano, era comum que, sob a liderança de líderes carismáticos, ocorresse a reinterpretação de símbolos, objetos, rituais e mitos estrangeiros. Não se tratava, no entanto, do abandono dos aspectos centrais da religião dos bantos. As novas experiências religiosas eram conduzidas de modo a incorporar elementos estrangeiros
Há muitas diferenças formais entre tais práticas e as protagonizadas por Luzia Pinta, a maior delas sendo talvez o fato de, em momento nenhum, o ritual ser chamado de calundu, nomenclatura que remete antes à parte que ao todo. Cabe ressaltar ainda que o rito dos calunduzeiros de Mariana parece ter tido caráter muito mais restritivo, referido ao exclusivismo da nação - que não é especificada no documento - e menos dependente da figura central de um oficiante.
Assim, este trabalho oferece um repertório de sentidos e orientações cognitivas que eram acionados de modo diferenciado conforme as circunstâncias e a diversidade de experiências religiosas desfrutadas pelos bantos e seus descendentes no Brasil, que pode ser interpretado como uma reatualização da tradição religiosa dos povos bantos, em um processo lento que abrigava tanto a permanência de princípios gerais quanto a incorporação de alterações dentro de uma estrutura básica recorrente. Deixando evidente, que o conhecimento da religião dos bantos, a partir de suas dinâmicas de renovação e atualização, traz elementos significativos para o empreendimento de futuras

Continue navegando