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Psicologia Positiva

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O PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES
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Para as definições básicas deve-se inicialmente distinguir os elementos constitutivos do pensamento.
Conceito: Formam a partir das representações.  Ao contrário das percepções, os conceitos não apresentam elementos sensoriais. Trata–se de elementos puramente cognitivos, intelectivo, não tendo qualquer resquício sensorial. Para formação dos conceitos são necessários dois passos fundamentais. (Eliminação dos caracteres sensoriais e generalização).
 O conceito é o elemento estrutural básico do pensamento.
Ex: Cadeira
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Juizo: Formar juízos é o processo que conduz o estabelecimento de relações significativas entre os conceitos básicos. O juízo consiste a princípio na afirmação de uma relação entre dois conceitos. O juízo tem por função básica formular uma relação unívoca entre sujeito e o predicado. Os conceitos representam por palavras e o juízo por frases e preposições
Ex: Cadeira + Utilidade
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Raciocínio: A função que relaciona o juízo recebe a denominação de raciocínio. O processo de raciocínio representa modo especial de ligação entre conceitos de sequência de juízo.
 
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Outra forma de analisar o pensamento como processo do pensar é distinguindo os seguintes aspectos: curso, forma e conteúdo.
Curso: Como o pensamento flui, a sua velocidade e seu ritmo ao longo do tempo.
Forma: Sua “arquitetura”, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo.
Conteúdo: Os temas predominantes, o assunto em si. 
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O processo de pensar
As alterações dos elementos constitutivos do pensamento
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As alterações dos conceitos:
Desintegração dos conceitos: Ocorre quando os conceitos sofrem um processo de perda de seu significado original. O objeto + a palavra não coincidem. É bastante característico na esquizofrenia também podendo ocorre nas síndromes de demência.
Condensação dos conceitos: Ocorre quando dois ou mais conceitos são fundidos, o paciente involuntariamente condensa duas ou mais ideias em um único conceito, que se expressa por uma única palavra 
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Juízo deficiente ou prejudicado: É um tipo de juízo falso que se estabelece porque a elaboração dos juízos é prejudicada por deficiência intelectual e pobreza cognitiva do individuo. Às vezes é difícil diferenciar um juízo deficiente de um delírio.
Juízo de realidade ou delírio: São de fato alterações juízo mais importante em psicopatologia.
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As alterações dos juízos
As alterações dos raciocínios
As alterações do raciocínio e do estilo de pensar: O que caracteriza o pensamento normal é ser regido pela lógica formal e orientar-se segundo a realidade e os princípios de racionalidade da cultura na qual o indivíduo se insere.
Princípio da identidade: Se A é A e B é B, então A não é B
Principio da causalidade: Se A é causa de B então B não pode ser a causa de A
Lei da parte e do todo: Se A é parte de B então B não pode ser parte de A
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Tipos de alterações do pensamento:
Pensamento mágico: É o tipo de pensamento que fere os princípios da lógica formal, e não respeita a realidade. O pensamento mágico segue os desígnios dos desejos, fantasias e dos temores consciente e inconsciente do sujeito adequando a realidade ao pensamento e não ao contrário. Frequente em crianças, em personalidade imatura, esquizofrenia, bordeline...
Ex: agir sobre um objeto = agir sobre seu dono. 
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Tipos de alterações do pensamento:
Pensamento Derreísta: Semelhante ao pensamento mágico. Se opõe radicalmente à realidade. Se adapta aos anseios do indivíduo e é mais voltado para o seu mundo interno. Ocorre em transtorno de personalidade, na esquizofrenia e em adolescentes normais.  
Pensamento Concreto: Ausência da distinção entre a dimensão abstrata e simbólica e uma dimensão concreta e imediata dos fatos. 
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Tipos de alterações do pensamento:
Tipos de alterações do pensamento:
Pensamento inibido: Ocorre a inibição do raciocínio, diminuição da velocidade, do número de conceitos, juízos e representações que são usados no processo de pesar. Ocorre em casos demenciais e depressivos graves. 
Pensamento Vago: Falta de clareza e relações conceituais, formação de juízos imprecisos no estabelecimento do raciocínio. Sinal de esquizofrenia, quadros demenciais e neurose graves
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Pensamento prolixo: Aqui o paciente não consegue chega a qualquer conclusão sobre o tema que está tratando, se não após muito tempo e esforço. O paciente das longas voltas ao redor do tema, mescla de forma imprecisa o essencial com o supérfluo. Comum em epiléticos, deficientes mentais, limítrofes, esquizofrênicos e neuróticos graves
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Tipos de alterações do pensamento:
Pensamento deficitário: É um pensamento de estrutura pobre e rudimentar. O indivíduo tende ao raciocínio concreto e os conceitos usados no sentido literal do que no sentido abstrato ou metafórico. A memorização pode ser extensa e numerosa, porém é mecânica e rígida. Esse fenômeno de extensa memorização mecânica é denominado de ilhotas de memória. Ocorrendo geralmente em deficientes mentais e autistas. 
 
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Tipos de alterações do pensamento:
Pensamento demencial: Trata-se de um pensamento pobre, porém tal empobrecimento é desigual, ao contrário do que ocorre no pensamento deficitário, no qual o empobrecimento é mais homogêneo. Podendo apresentar elaborações mais ou menos sofisticadas. 
Pensamento confusional: Pensamento incoerente, impede a apreensão dos estímulos ambientais. Há uma dificuldade em formar vínculos entre os conceitos e juízos. Ocorre em síndromes confusionais agudas.
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Tipos de alterações do pensamento:
Pensamento desagregado: Radicalmente incoerente, sem nenhuma articulação de conceito e juízo. É como uma salada de palavras. Ocorre nas formas mais graves de esquizofrenia. 
Pensamento obsessivo: pensamento persistente e incontrolável, mesmo sendo no conteúdo repulsivo ou absurdo. Gera constante angustia para o individuo e pode apresentar aspectos do pensamento mágico. 
Ex: Se não conferir a porta 3 vezes, seu pai vai morrer com insetos nos ouvidos. 
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Tipos de alterações do pensamento:
Esquizofrenia: O pensamento interrompido podendo ser normal, acelerado ou alentecido. Quanto à forma, o pensamento é desagregado, podendo ser prolixo ou perseverante. No conteúdo, ocorre concretismo reificante ou coisificação. O empobrecimento do pensamento é um sintoma negativo da esquizofrenia .
Mania: pensamento acelerado, com fugas de ideias. Se a aceleração for muito intensa poderá haver desagregação.
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O pensamento nos transtornos mentais:
Depressão: Pensamento está em geral alentecido. Com temas de culpa e ruina eu podem se tornar perseverantes.
Demência: Em função de déficit intelectivo, o pensamento torna-se prolixo e concreto nos quadros de demenciais e no retardo mental. No caso da demência, a perseveração do pensamento se deve ao déficit mnêmico: O indivíduo não se recorda do que falou e, por isso, o repete.
Delirium: Pensamento acelerado ou alentecido, desagregado e concreto.
Epilepsia do lobo temporal: Na epilepsia do lobo temporal, observa–se prolixidade e perseveração.
Transtorno obssesivo-compulsivo: Pensamento é minucioso, com  a presença de ideias obsessivas.
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Curso do pensamento:
Aceleração do pensamento: O pensamento flui de forma muito acelerada. Ocorre nos quadros de mania, esquizofrenia, nos estados de ansiedade intensa, nas psicoses toxicas (anfetaminas e cocaína) e na depressão ansiosa.
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Alteração do processo de pensar:
Lentificação do pensamento: o pensamento progride lentamente. Ocorre nas depressões graves, em alguns casos de rebaixamento da consciência em certas intoxicações em determinados casos psico-orgânicos.
Bloqueio ou interceptação do pensamento: Interrupção brusca do pensamento sem motivo aparente. Trata-se de alteração quase que exclusiva da esquizofrenia.
Roubo do pensamento: pensamento roubado por força ou ente estranho. O individuo acha que está sendo roubado. Típico de esquizofrenia.
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Formas do pensamento
Fuga das ideias: Uma ideia se segue a outra de forma extremamente rápida, pertubando-se às associações logicas entre o juízo e os conceitos. As palavras passam a ocorrer por assonância. 
Dissociação do Pensamento: incoerente, não segue a lógica. Na fase inicial pode ser discreta e na com o agravamento da patologia pode ser incompreensível. Ocorre em alguns casos de esquizofrenia. 
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Formas do pensamento
Afrouxamento das associações: As associações parecem livres mas não tão bem articuladas. Ocorre nas fases iniciais da esquizofrenia e dos transtornos de personalidade.
Desagregação do pensamento: Perda profunda dos enlaces e da coerência. Sobram pedaços de pensamento sem articulação. Trata-se de alteração típica de formas avançadas de esquizofrenia e de quadros demenciais.
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Formas do pensamento
Descarrilamento do pensamento: O pensamento passa a extraviar–se de seu curso normal, toma atalhos colaterais, desvios, pensamentos supérfluos, retornando aqui e acolá ao seu curso original. Associado a distraibilidade. Se for frequente e longo pode não mais captar a sequencia lógica. É observado na esquizofrenia e transtornos maníacos
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Formas do pensamento
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Conteúdos do pensamento
	Alguns autores classificam os delírios como alterações do conteúdo do pensamento. Para Paulo Dalgalarrondo, é algo eu preenche a estrutura do processo de pensar, o que corresponde à temática do pensamento. Assim, não se pode falar propriamente em alterações patológicas do conteúdo do pensamento. Os principais conteúdos que preenchem os sintomas psicopatológicos são: 
Persecutórios: Importante para a sobrevivência em um mundo ameaçador. Tema onipresente em quase todos os grupos sociais. O oposto também, ser atacado ou destruído.
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Conteúdos do pensamento
Depreciativo: Relacionado a situações onde o individuo se sente desprezado, insultado. 
Religioso: Comum na psicopatologia pelo fato da religião desempenhar papel central nas diversas culturas ou grupos sociais. 
Sexuais: Apesar de ser reprimida, nunca deixou de ser tema de primeiro interesse ao ser humano. Está relacionado aos fatores instintivos-biológicos e psicológicos. 
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Conteúdos do pensamento
De poder, riqueza, prestigio ou grandeza: São conteúdos também relacionados à dimensão da sobrevivência.
De ruinas ou culpa: Formas graves de depressão, a temática é de coisas ruins, situações que demandam muita culpa. 
Conteúdos hipocondríacos: Revelam a importância que o corpo tem com a experiência humana. Relacionado também ao narcisismo, vivências corporais, desejo de bem-estar físico e temores relacionados ao risco de sofre e falecer. 
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Referências:
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais 2º ediçao - Artmed 2008. (cap: 18);
CHENIAUX, Elie. Manual de Psicopatologia - Guanabara 2015. (pág: 75, 76, 77).
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