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EXAME FÍSICO GENITAL MASCULINO Dados de identificação do paciente: Idade Vida sexual (sexarca, número de parceiros, ejaculação precoce, impotência, anorgasmia, dispaurenia) Transtornos miccionais (podem ser relacionados com a próstata) Desenvolvimento dos caracteres sexuais Dores, edemas, calor, rubor, hematúria, retenção urinária, priapismo, hemospermia, esterilidade, corrimento uretral Posição adequada para realização do exame: Em pé ou decúbito dorsal Maturação sexual: critérios de Tanner Como é feito o exame do pênis, escroto e testículos? INSPEÇÃO Pênis: Anomalias congênitas (agenesia, duplicação, macro e micropênis, hipospadia, epispadia, fimose) Bolsa escrotal: Formato, tamanho, características da pele e os aspectos vasculares Pele escrotal: enrugada; na criança e no adulto com insuficiência hormonal: lisa; Processos inflamatórios, neoplásicos ou traumáticos, alteram a configuração e o tamanho da bolsa escrotal; Hidrocele pode aumentar de maneira gigantesca o volume do escroto; Coloração avermelhada: processos inflamatórios agudos e acidentes vasculares. Região anoperineal Antes de fazer o toque retal Pele em volta do ânus: busca de sinais inflamatórios, alterações provocadas pelo ato de coçar, fissuras, pertuitos fistulosos, condilomas e abscessos. Orifício anal: pode revelar a presença de mamilos hemorroidários. PALPAÇÃO Pênis: Palpar o corpo; Retrair o prepúcio para expor a glande e o sulco balanoprepucial (lesões ulceradas, neoplasias, balanopostites, condilomas); Avaliar o diâmetro (normal= 8mm), aspecto e posição do meato uretral (secreção, lesões, ferida) Pode revelar áreas de endurecimento ao longo do corpo esponjoso, reflexo de processo inflamatório periuretral secundário ou mesmo consequência de cálculo impactado ao longo da uretra. Bolsa escrotal: Massas escrotais podem ser duras ou moles. Causas: epididimite, orquite, torção testicular, hematocele, neoplasias do cordão espermático e dos testículos, hidrocele, espermatocele, varicocele, hérnias inguinais indiretas, lipomas e gomas do cordão espermático. Testículo: Normal: esquerdo mais baixo que o direito, superfície lisa, consistência elástica e formato ovoide; Áreas endurecidas ou nodulares: suspeita de lesão maligna Feita com extrema delicadeza, por despertar dor intensa nos processos inflamatórios agudos, e pelo risco de disseminação venosa nos casos de neoplasia maligna; Compara um lado com o oposto, avaliando-lhe a consistência, o formato, os contornos e o tamanho, tendo sempre em mente a relação dos testículos com a túnica vaginal que os reveste anteriormente; Palpam-se os epidídimos (manobra de Chevassu- com o indicador e polegar, faz deslisá-los de baixo para cima e diante para trás ao longo das faces dos testículos), procurando reconhecer cabeça, corpo e cauda. Palpam-se os cordões espermáticos até o anel inguinal externo; por fim, procura-se determinar a existência de hérnia inguinal (pede-se ao paciente que contraia a musculatura abdominal ou que tussa repetidas vezes). Canais deferentes: Palpados desde seu ponto de junção na cauda epididimária até o orifício externo do anel inguinal Toque retal: Posições: De Sims ou lateral esquerda mantendo-se o membro inferior em semiextensão e o superior flexionado; Genupeitoral: é a mais adequada, preferida pela maioria dos examinadores; Decúbito supino, na qual o paciente fica semissentado com as pernas flexionadas. O examinador passa o antebraço por baixo da coxa do paciente (indicada para enfermos) Solicitar que a bexiga do paciente seja esvaziada Utilizar dedeira ou luva Médico do lado esquerdo do paciente, expõe-se o ânus com o dedo indicador e polegar da mão esquerda, coloca-se a polpa do indicador direito sobre a margem anal e faz-se uma compressão continuada e firme para baixo, com o intuito de relaxar o esfíncter externo; Introduz-se o dedo, lenta e suavemente, por meio de movimentos rotatórios, com delicadeza e suavidade para que não haja dor Espera-se encontrar fezes, caso contrário, pode estar havendo obstrução (apendicite) Avaliar se o esfíncter anal está funcionando. Próstata Avaliar: tamanho, consistência, superfície, contornos, sulco mediano e mobilidade Palpável na parede anterior do reto como uma estrutura em formato de coração (pirâmide invertida, maçã, pera), com a base voltada para cima e o vértice para baixo Lobos laterais: separados por um sulco mediano Normal: tamanho de uma castanha grande, regular, simétrica, depressível, apresenta superfície lisa, consistência elástica, lembrando borracha, contornos precisos e é discretamente móvel. BILATERAL BENIGNA NORMAL CARCINOMA BILATERAL CARCINOMA UNILATERAL MANOBRAS ESPECIAIS Transiluminação da bolsa escrotal: exame em sala escura, coloca-se uma luz atrás do testículo e quando a luz se propagar, vê-se excesso de líquido claro, hialino (hidrocele). Se a luz não se propagar, significa que há sangue (hematocele). Os raios luminosos não ultrapassam as tumefações intraescrotais sólidas (lesões inflamatórias, infecciosas e não infecciosas ou neoplásicas). DOENÇAS DOS GENITAIS MASCULINOS Criptoquirdia: defeito de desenvolvimento. O testículo fica retido em alguma parte de seu trajeto normal e não chega à bolsa escrotal. Pode ser lombar, ilíaca ou inguinal. É possível classificá-la, também, em intra-abdominal e intracanalicular. (Pode ocorrer descida). Ectopia testicular: gônada localiza-se fora de seu trajeto normal. Testículo ectópico, portanto, é aquele que migrou para uma posição anatômica anormal. Apresentações mais comuns: inguinal, superficial, perineal, pubiana, crural, peniana e no hilo esplênico. (Os testículos devem ser retirados). Varicocele: dilatação e tortuosidade das veias do plexo pampiniforme do cordão espermático. Acomete mais o lado esquerdo, devido a ausência ou incompetência valvular na junção da veia espermática interna com a veia renal esquerda, que possibilita fluxo sanguíneo retrógrado mais acentuado na posição ortostática Primária: aparecimento lento, geralmente em indivíduos com menos de 40 anos de idade, desaparecendo o novelo venoso quando o paciente fica deitado. Secundária: surgem repentinamente, acometendo com mais frequência indivíduos acima de 40 anos de idade. Novelo venoso não desaparece na posição deitada. Podem resultar da compressão venosa por neoplasias renais, hidronefrose, artérias renais acessórias ou neoplasias retroperitoneais. Os pacientes podem ser assintomáticos ou se queixar de dor testicular de intensidade e características variáveis, sensação de peso ou de desconforto intraescrotal, sobretudo quando as veias ficam túrgidas. Balanite: inflamação aguda ou crônica da glande; Balenopostite- condições higiênicas precárias Postite: inflamação aguda ou crônica do prepúcio; Causas: reação alérgica ou irritação química (preservativo de látex, geleia contraceptiva); infecções fúngicas (Candida albicans), bacterianas (estafilococos, estreptococos, Borrelia vicentii), afecções mucocutâneas (líquen plano, psoríase, eritema fixo, doença de Behçet), reação medicamentosa (sulfas, tetraciclinas, barbitúricos). Hipospádia: anomalia mais comum da uretra, o meato uretral externo localiza-se na face ventral ou inferior do pênis, ou mesmo no períneo. Pênis hipospádico: apresenta excesso de prepúcio na superfície dorsal - "pênis encapuçado" - e acúmulo de tecido fibroso na superfície ventral, distalmente ao meato uretral. (Muito severa quando é testicular). Epispadia: meato uretral externo localiza-se na face dorsal ou superior do pênis. Epididimite: infecção do epididímio que podem ser de origem gonocócica, tuberculosa, sifilítica, blastomicótica, brucelótica ou esquistossomótica. Doença de Peyronie: dor e encurvamento do pênis durante a ereção, redução da capacidade eretora distai à placa de fibrose, interferência com o coito e impotência sexual gradativa. A curvatura do pênis se faz no sentido da lesão. A dor é diretamente proporcional à extensão da fibrose e menos intensa nos pacientes mais idosos.Uretrite: é gonocócica ou não gonocócica. Manifestações clínicas mais comuns: ardor à micção, disúria e corrimento, cujas características podem sugerir a provável etiologia. Corrimento purulento, profuso, é sugestivo de blenorragia; corrimento esbranquiçado sugere uretrite não gonocócica. Hérnia inguinal: conteúdo abdominal na região testicular Fimose: afecção na qual o orifício prepucial é tão pequeno que não se consegue expor a glande. Pode ser congênita ou adquirida. PRINCIPAIS ANORMALIDADES QUE AFETAM ESSAS ESTRUTURAS: Herpes: Período de incubação: 3 a 7 dias. Lesão múltipla vesicular (mole e irregular), autolimitada, com ligeira ardência ou prurido no local, com períodos de latência, causada pelo Herpes vírus humano. As vesículas podem se confluir e formar úlcera superficial que cicatriza espontaneamente. Condiloma: Lesões verrucosas, que podem ter aspecto de couve-flor; devem ser retiradas, pois podem aumentar a quantidade e o tamanho das lesões. Pode ser transmitida pelo contato. Cancro duro: Período de incubação: 9 a 90 dias (média: 21 dias). Lesão ulcerativa, única, indolor, superficial, borda dura e base lisa amarelada, aspecto limpo, causado pelo Treponema pallidium. Também pode ser chamado de cancro sifilítico, pois sua primeira causa é a sífilis. Pode permanecer no corpo mesmo se as lesões desaparecerem. Tratamento: benzetacil. Cancro mole: Período de incubação: 1 a 5 dias. Múltiplas lesões ulcerativas, fundo irregular, mole, muito dolorosa, com extensão local comum, causado por Haemophilus ducreyi. Câncer peniano: raro. Principal causa: má higienização. Géssica Ramos Prado – 4º Período – Medicina