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Aula 08 Auditoria Governamental p/ TCU-2015 - Auditoria Governamental e Tecnologia da Informação Professor: Rodrigo Fontenelle 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 56 AULA 08: Auditoria governamental segundo a INTOSAI (International Organization of Supreme Audit Institutions). Normas da INTOSAI: código de ética e padrões de auditoria. SUMÁRIO PÁGINA Apresentação 01 1. INTOSAI 02 Lista das questões comentadas durante a aula 48 Referências bibliográficas 56 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) Olá, Pessoal! Ao longo do curso vimos alguns conceitos de controle, de auditoria ± suas definições e evolução -, as diferenças e semelhanças entre a auditoria interna e a externa, e os papéis que desempenham no contexto dos trabalhos desenvolvidos nos órgãos públicos e nas instituições privadas. O assunto de hoje vai abranger a Auditoria Governamental segundo a INTOSAI (International Organization of Supreme Audit Institutions), bem como seu Código de Ética. Como não há muitas questões sobre o tema, proponho alguns exercícios ao final, para complementar a fixação do conhecimento teórico. ATENÇÃO! Esta aula já estava postada antes do edital. Favor desconsiderarem o item 1.3, pois em relação às normas da Intosai o que será cobrado na prova veremos na aula extra. Qualquer dúvida em relação à dinâmica do curso ou comentário, estou à disposição por meio do endereço de email: rodrigofontenelle@estrategiaconcursos.com.br. www.facebook.com/profrodrigofontenelle 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 56 1. Auditoria Governamental segundo a INTOSAI Como vocês já sabem a definição de Auditoria Governamental, a pergunta óbvia a ser feita agora seria: o que é INTOSAI? De acordo com a página da Instituição na internet - http://www.intosai.org ±, a Organização Internacional das Instituições Superiores de Auditoria (International Organization of Supreme Audit Institutions - INTOSAI) é a organização central de auditoria externa do Estado, que há mais de 50 anos fornece um quadro institucional para a transferência e o aumento do conhecimento para melhorar a auditoria de governo em todo o mundo fora e, por conseguinte, reforçar a posição, a concorrência e o prestígio das diferentes Entidades Fiscalizadoras Superiores ± EFS ± nos respectivos países. (tradução livre) De acordo com o lema da INTOSAI, a troca de experiências entre os membros, além das descobertas posteriores e perspectivas, é uma garantia para que a Auditoria Governamental continue avançando para novos objetivos. De DFRUGR�FRP�/LPD���������VXDV�DWLYLGDGHV�HQYROYHP�³R�LQWHUFkPELR��D� disseminação e o aprimoramento de técnicas de fiscalização, objetivando a LQGXomR�GH�PHOKRULDV�QD�JHVWmR�S~EOLFD´� A INTOSAI é um organismo autônomo, independente e apolítico, ou seja, não está vinculada a qualquer país em específico ± é uma organização não-governamental -, suas decisões devem visar ao atendimento das necessidades dos seus membros, e não a interesses externos, e não tem conotação política, procurando decidir seus temas tecnicamente. Foi fundada em 1953 por iniciativa do então Presidente da EFS de Cuba, Emilio Fernandez Camus, reunindo 34 EFS para o primeiro Congresso daquele ano, e que atualmente possui 189 membros de pleno direito e 4 membros associados. Principais normas abordadas na aula de hoje: Normas de Auditoria da INTOSAI 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 56 O que vocês devem estar imaginando é que o TCU seja o representante do Brasil na INTOSAI, o que está correto. Alguns autores afirmam que a INTOSAI congrega as entidades supremas de fiscalização pública dos países membros da Organização das Nações Unidas ± ONU ±, o que também está correto. (QWUHWDQWR��QmR�SRGHPRV� LQWHUSUHWDU�³VXSUHPD´�FRPR�DTXHOD�TXH�GHWpP� superioridade sobre as demais, pois sabemos que os órgãos de Controle Interno ± CGU, Secretarias de Controle Interno dos Poderes Legislativo e Judiciário, Auditoria Interna do MPU, dentre outros - não são subordinados ao órgão de Controle Externo ± TCU. Dessa forma, podemos afirmar que a INTOSAI congrega as entidades supremas de fiscalização, relacionadas ao Controle Externo, dos países membros da ONU. Uma dúvida que sempre surge entre os alunos em aulas presenciais é se os Tribunais de Contas dos Estados, do DF, dos Municípios e do Município, onde existem, são Entidades Fiscalizadoras Superiores. Levando-se em conta as finalidades e conceitos da INTOSAI, no Brasil, somente o TCU se enquadraria na definição de EFS. Passados esses comentários gerais, vamos falar sobre a Auditoria Interna segundo a INTOSAI. Os editais normalmente cobram três normas da INTOSAI: 9 Declaração de Lima. 9 Código de Ética. 9 Padrões (normas) de auditoria. A Declaração de Lima sobre Diretrizes para Preceitos de Auditoria, ou simplesmente Declaração de Lima, foi editada em 1977 na cidade de Lima, no Peru. A Declaração de Lima se constitui num documento básico da INTOSAI, e estabelece as linhas gerais de auditoria no Setor Público. Com base nesse documento, foram editados o Código de Ética e as Normas (padrões) de auditoria. 1.1 Declaração de Lima 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 56 De acordo com a norma, o conceito e o estabelecimento da auditoria são inerentes à gestão financeira pública, já que a gestão de recursos públicos envolve um voto de confiança. Lembrem-se do que dissemos na aula demonstrativa, sobre o proprietário dos recursos escolher um gestor para se responsabilizar por sua administração. Não há como se proceder dessa forma sem um mínimo de confiança nos responsáveis. No Setor Público, as coisas funcionam mais ou menos do mesmo modo: a sociedade (proprietária dos recursos) elege um governante (gestor) para se responsabilizar pelos recursos públicos, dando a eles um voto de confiança para essa gestão. Quanto à definição de Auditoria, para a INTOSAI: A auditoria não é um fim em si, e sim um elemento indispensávelde um sistema regulatório cujo objetivo é revelar desvios das normas e violações dos princípios da legalidade, eficiência, eficácia e economia na gestão financeira com a tempestividade necessária para que medidas corretivas possam ter tomadas em casos individuais, para fazer com que os responsáveis por esses desvios assumam a responsabilidade por eles, para obter o devido ressarcimento ou para tomar medidas para impedir - ou pelo menos dificultar - a ocorrência dessas violações. (tradução livre ± grifamos) Alguns pontos merecem destaque na definição. Inicialmente, vemos que a Auditoria não existe de forma isolada, mas fazendo parte de um sistema de regulação ± que podemos chamar de sistema de controle ± cujo objetivo pode ser dividido em 4 itens: 9 Assinalar desvios em relação às normas e aos princípios da gestão. 9 Possibilitar a efetivação de medidas para corrigir os desvios. 9 Promover a responsabilização dos que incorrerem nos desvios. 9 Impedir ou dificultar a reincidência dos desvios. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 56 Na Declaração de Lima, estão dispostos dois momentos de controle: o prévio, denominado pré-auditoria e o posterior, denominado pós- auditoria, não se fazendo menção ao controle concomitante. O controle prévio tem a vantagem de poder impedir prejuízos antes de sua ocorrência, mas tem a desvantagem de gerar um volume excessivo de trabalho e de tornar indistintas as responsabilidades previstas no direito público. Vamos trazer essa ideia para a vida prática para facilitar o entendimento. Do ponto de vista da prevenção ± estamos presos culturalmente à ideia de que prevenir é melhor que remediar ± o mais eficiente seria que realizássemos um controle prévio de todos os atos da administração pública. Mas imaginem como seria trabalhoso se a EFS ± TCU, no nosso caso ± tivesse que analisar todos os atos relativos à utilização de recursos públicos antes de sua realização. Imaginem quantos processos licitatórios, atos de admissão, convênios, teriam de ser analisados. Concordam que seria impraticável? O Tribunal não teria estrutura para isso tudo, além do fato de que atrasaria por demais a realização das atividades de governo. Outro problema seria a identificação dos responsáveis por um ato que ³DLQGD�QmR�DFRQWHFHX´��SRLV�QmR�VH�SRGH�FXOSDU�DOJXpP�SRU�XP�HUUR�TXH� ainda não tenha ocorrido. Já o controle posterior enfatiza a responsabilidade dos responsáveis pela gestão financeira, fiscal e patrimonial, e pode determinar o ressarcimento por prejuízos provocados, além de impedir novas ocorrências de violações às normas. Complementando, a Declaração de Lima dispõe que a existência de um controle prévio vai depender da situação jurídica de cada país, mas que o controle posterior sempre deverá existir, independentemente da existência, ou não, do controle prévio. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 56 Sobre a diferença entre Auditoria Interna e Externa, a INTOSAI HVFODUHFH�TXH�³Os serviços de auditoria interna são estabelecidos dentro dos órgãos e instituições governamentais, enquanto os serviços de auditoria externa não fazem parte da estrutura organizacional das LQVWLWXLo}HV�D�VHUHP�DXGLWDGDV�´�(�que, apesar de a auditoria interna ser subordinada ao chefe do departamento no qual foi estabelecida, deve ser, na maior medida possível, funcional e organizacionalmente independente. Nada de diferente do que já vimos na nossa aula demonstrativa. O que fica FODUR�� HP� VHJXLGD�� p� TXH� ³$V� Entidades Fiscalizadoras Superiores prestam serviços de auditoria externa´� Auditoria de Legalidade, de Regularidade e Operacional, segundo a INTOSAI, são os tipos de Auditoria que a EFS tem a seu dispor para cumprir suas finalidades, sendo que as duas primeiras são consideradas sua tarefa tradicional. Não há uma mais importante que as outras, apenas uma importância relativa dada pela EFS no momento de sua realização. Quanto à Auditoria Operacional, estabelece que sua finalidade é verificar o desempenho, a economia, a eficiência e a eficácia da administração pública, não se restringindo a operações financeiras específicas, abrangendo todas as atividades governamentais, inclusive seus sistemas organizacionais e administrativos. Prosseguindo no estudo da Declaração de Lima, vamos abordar o entendimento de independência para a INTOSAI. De acordo com a norma, a independência da EFS deve ser entendida sob três aspectos: 9 Independência da EFS propriamente dita: independência da entidade auditada e proteção contra influências externas, inclusive do Parlamento, conseguidas por meio de previsão constitucional. 9 Independência dos membros e diretores da EFS: no caso do TCU, a independência de seus Ministros, estabelecida na Constituição, incluindo seus quadros, que não podem ser dependentes das entidades auditadas. 9 Independência financeira: A EFS devem poder solicitar diretamente os recursos financeiros necessários junto ao órgão público responsável por decisões relativas ao orçamento nacional. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 56 Outro ponto abordado na Declaração de Lima se refere aos métodos e procedimentos de Auditoria, cujos aspectos principais estão relacionados a seguir: 1 ± as EFS deverão estabelecer programas de auditoria, embora alguns órgãos tenham a prerrogativa de poder solicitar auditorias específicas. 2 ± as EFS deverão avaliar a necessidade de adotar a amostragem na seleção do que será auditado. 3 ± as EFS devem elaborar manuais para orientação de seus auditores. Por fim, vamos ressaltar algumas competências das EFS, de acordo com a Declaração de Lima, especificadas nos tipos de auditoria seguintes: 9 Auditoria da Gestão Financeira Pública: todas as operações financeiras públicas, a despeito de estarem ou não refletidas no orçamento nacional, ficarão sujeitas à auditoria das EFS. 9 Auditoria de Instituições no Exterior: lembrem-se de que o que dá a competência de um órgão de fiscalização não é a área geográfica, mas a origem (o dono) dos recursos. 9 Auditorias Fiscais: relacionadas à arrecadação de receitas. 9 Contratos e Obras públicas. 9 Auditorias de sistemas de processamento eletrônico de dados. 9 Auditorias de empresas comerciais com participação pública. 9 Auditorias de instituições subsidiadas: aquelas que receberem subsídios públicos. No item a seguir vamos ver o Código de Ética e as normas de auditoria, que, por razões práticas, foram publicadas em conjunto, apesar de serem normas distintas. Em relação às Instituições controladas Dos membros e dos quadros Financeira 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCUTeoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 56 1.2 Código de Ética da INTOSAI Antes de tudo, questões relacionadas à Código de Ética geralmente podem ser resolvidas por bom senso. O Código de Ética da INTOSAI foi aprovado pelo Comitê de Normas de Auditoria, no XVI Congresso da INTOSAI (1998, Montevidéu, Uruguai). De acordo com a INTOSAI, o Código de Ética representa o próximo nível, após a Declaração de Lima, com a declaração dos valores e princípios que apoiam os auditores na execução de suas tarefas. Um dos princípios estabelecidos no Código de Ética é a obrigação do auditor de aplicar as normas de auditoria geralmente aceitas. Já as Normas de Auditoria, no nível subsequente, contêm postulados e princípios utilizados na condução das auditorias. O Código de Ética é dividido em cinco capítulos, da seguinte forma, além de um glossário: 1.2.1 Capítulo I - Introdução O Código de ética da INTOSAI apresenta os valores e princípios que guiam o trabalho dos auditores. A independência e as responsabilidades do auditor no setor público ocasionam elevadas exigências éticas das EFS, do seu pessoal e dos especialistas contratados para os trabalhos (lembrem-se de que aqui estamos falando do patrimônio público). Está dirigido ao auditor e a todas as pessoas que trabalham a serviço da EFS ou que intervenham no trabalho de auditoria, mas não deve influenciar a estrutura organizacional da EFS. Devido às diferenças nacionais de cultura, de idioma e de sistemas jurídicos e sociais, cada EFS deve elaborar um Código de Ética próprio, fundamentado no Código de Ética da INTOSAI. Qualquer conduta inadequada dos auditores em sua vida profissional ou pessoal prejudica a imagem de integridade dos próprios auditores, da EFS que representam, da qualidade e da validade de seu trabalho, podendo ocasionar dúvidas acerca da confiabilidade e da competência profissional da própria EFS. E como é que o auditor vai passar essa confiança? 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 56 De acordo com a INTOSAI, mediante a aplicação das exigências éticas descritas nos seguintes conceitos-chave: integridade, independência e objetividade, confidencialidade e competência profissional. Para que os relatórios e pareceres da EFS sejam considerados precisos e confiáveis, o Código de Ética prevê que todo o trabalho realizado seja submetido à avaliação pública acerca de sua correção, mediante inspeção realizada pelo Poder Legislativo e/ou Executivo. 1.2.2 Capítulo 2 ± Integridade A integridade constitui o valor central do Código de Ética da INTOSAI. Segundo esse princípio, os auditores estão obrigados a cumprir normas elevadas de conduta (honradez e imparcialidade) durante seu trabalho e em suas relações com o pessoal das entidades auditadas. Essa afirmação pode ser mais bem entendida quando imaginamos um auditor com excelente capacidade técnica, discreto, competente, impessoal, mas... desonesto. Vocês concordam que todo o trabalho resultante de seu julgamento seria suspeito? Conceitos- chave INTEGRIDADE INDEPENDÊNCIA e OBJETIVIDADE CONFIDENCIALIDADE COMPETÊNCIA PROFISSIONAL 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 56 Pode ser medida em função do que é correto e justo, e exige que os auditores ajustem-se às normas de auditoria e de ética, e aos princípios de objetividade e independência, além de manterem conduta profissional exemplar, tomando decisões de acordo com o interesse público. 1.2.3 Capítulo 3 - Independência, objetividade e imparcialidade Para os auditores, é indispensável que haja independência em relação à entidade auditada e a outros grupos de interesses externos. Pessoal, muito importante: é essencial que não apenas sejam independentes e imparciais de fato, como também pareçam ser independentes. Esse aspecto é considerado muito importante: não basta SER independente, é preciso PARECER SER independente. Ou seja, não basta que o auditor atue com independência na apresentação do resultado final se, durante os trabalhos de auditoria, apresentou uma conduta muito próxima do auditado, participando de suas atividades, recebendo presentes, e outras condutas incoerentes com sua demonstração de independência. A partir do momento em que sua independência foi colocada em dúvida, sua confiabilidade já foi prejudicada. Em todas as questões relacionadas com o trabalho de auditoria, a independência dos auditores não deve ser afetada por interesses pessoais ou externos. Por exemplo, a independência poderia ser afetada pelas pressões e por influências externas; pelos prejulgamentos dos auditores; por haver trabalhado recentemente na entidade auditada; ou por relações pessoais ou financeiras que provoquem conflitos de lealdade ou de interesse. Para tanto, estão obrigados a não intervir em qualquer assunto em que tenham algum interesse pessoal. Essa objetividade e imparcialidade são requeridas em todo trabalho efetuado pelos auditores, e em particular em seus relatórios, que deverão ser exatos e objetivos. Suas conclusões devem se basear exclusivamente nas evidências obtidas. Isso serve para impedir que o auditor, em vista de um prejulgamento �³QDTXHOD� XQLGDGH� VHPSUH� HQFRQWUDPRV� SUREOHPDV���´�� FKHJXH� D� determinadas conclusões que não tenham amparo nas evidências apresentadas. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 56 Os auditores deverão utilizar a informação fornecida pela entidade auditada e por terceiros, que deverá ser considerada de modo imparcial nos pareceres emitidos. Essa informação deve ser analisada em relação à fonte H�j�IRUPD�FRPR�IRL�HODERUDGD�SHOR�³WHUFHLUR´� Neutralidade política É importante manter a neutralidade política da EFS ² tanto a real quanto a percebida. Isso é essencial, pois as EFSs trabalham em estreito contato com o Poder Legislativo, com o Poder Executivo e outros órgãos. Conflitos de interesses Quando os auditores estão autorizados a assessorar uma entidade auditada, não podem ser conduzidos a um conflito de interesses, nem podem incluir responsabilidades na gestão, que devem continuar sendo desempenhadas com transparência. Os auditores devem dispensar regalias ou gratificações que possam vir a ser interpretadas como tentativas de influenciar sua independência e integridade. Devem evitar qualquer tipo de relação com os diretores e com o pessoal da entidade auditada ou outras pessoas que possam influenciar sua independência. Não deverão utilizar o seu cargo oficial com propósitos privados enão deverão utilizar informação recebida no desempenho de suas obrigações como meio de obter benefícios pessoais para si ou para outrem. 1.2.4 Capítulo 4 - Segredo profissional (sigilo) A informação obtida no processo de auditoria não deve ser revelada a terceiros, salvo aos responsáveis pelo cumprimento de determinações legais ou outra classe que correspondam às EFSs, como parte dos procedimentos normais desta, ou em conformidade com as leis pertinentes. Aqui, segredo profissional se refere ao sigilo das informações obtidas no exercício de suas atividades profissionais. 1.2.5 Capítulo 5 - Competência profissional 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 56 Os auditores têm a obrigação de atuar de maneira profissional e de aplicar elevados níveis profissionais na realização de seu trabalho, para desempenhar suas atribuições de maneira competente e imparcial. Os auditores não devem realizar trabalhos para os quais não possuam a competência profissional necessária. Desenvolvimento profissional Os auditores devem atuar com o profissionalismo devido na realização e supervisão da auditoria e na preparação dos relatórios correspondentes, devem ajustar-se aos postulados básicos e às normas de auditoria, e tem a obrigação de se atualizarem, melhorando as capacidades requeridas para o desempenho de suas responsabilidades profissionais. 1.3 Normas (padrões) de Auditoria da INTOSAI 1RV� HGLWDLV� GH� FRQFXUVR�� p� FRPXP� TXH� VHMDP� FLWDGDV� DV� ³QRUPDV� GH� DXGLWRULD´�GD�,1726$,�FRPR�³SDGU}HV�GH�DXGLWRULD´��PDV�QD�SUiWLFD�VmR�D� mesma coisa. 2�GRFXPHQWR�³QRUPDV�GH�$XGLWRULD´�p�FRPSRVWR�SRU�TXDWUR�FDStWXORV��GD� seguinte forma, além de um glossário: - Capítulo I: Postulados básicos de auditoria pública - Capítulo II: Normas gerais e profissionais - Capítulo III: Normas de procedimentos na execução da auditoria - Capítulo IV: Normas para elaboração dos relatórios de auditoria Nosso objetivo, a partir de agora, é identificar os principais aspectos de cada um dos capítulos. 1.3.1 Capítulo I - Postulados Básicos de Auditoria Pública Os postulados básicos constituem pressupostos fundamentais, premissas consistentes, princípios e requisitos lógicos que contribuem para a formulação das normas de auditoria, auxiliando os auditores a 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 56 formar sua opinião e a elaborar seus relatórios, especialmente nos casos em que não existam normas específicas aplicáveis. As normas devem ser consequência dos postulados básicos e constituem um guia mínimo para o auditor, ajudando-o a determinar a amplitude da sua atuação e os procedimentos que devem ser aplicados na auditoria, além de auxiliarem na avaliação da qualidade dos resultados. Os postulados básicos são os seguintes: (a) As EFSs devem observar as normas de auditoria da INTOSAI em todas as questões consideradas relevantes. Em termos gerais, uma questão pode ser considerada relevante se houver a possibilidade de influir na opinião dos interessados. Frequentemente estima-se a relevância em termos de valor ± materialidade ±, mas determinado item ou conjunto de itens de uma questão pode, por sua natureza ou características, torná-la relevante, embora de pouco valor monetário. (b) As EFSs devem aplicar seus próprios critérios de julgamento às diversas situações que surjam no curso da auditoria governamental. As evidências de auditoria são essenciais na decisão do auditor quanto à seleção das questões e áreas a serem auditadas, assim como quanto à natureza, cronograma e extensão dos exames e procedimentos. A competência legal da EFS está acima de quaisquer convenções contábeis ou de auditoria com as quais possa conflitar e, portanto, guarda uma relação significativa com as normas de auditoria empregadas pelas EFS. Consequentemente, as normas de auditoria da INTOSAI ² e também quaisquer normas de auditoria de outras procedências ² não podem ser prescritivas nem de aplicação compulsória por parte da EFS ou de seu pessoal. Em certos aspectos de sua competência legal, em particular os relacionados com a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos da EFS podem ser similares aos do setor privado. Assim, normas do setor privado podem ser aplicáveis ao setor público. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 56 As normas de auditoria da INTOSAI não podem ser de aplicação compulsória por parte da EFS ou de seu pessoal!!!! (c) O maior grau de conscientização da sociedade torna mais evidente a necessidade do cumprimento da obrigação de prestar contas. As empresas públicas também são obrigadas a prestar contas, em última instância, ao órgão legislativo superior, e podem ter finalidades comerciais, como é o caso de empresas criadas por lei ou por disposição do Poder Executivo ou de empresas nas quais o governo seja acionista majoritário. (d) A implantação, nos órgãos públicos, de sistemas adequados de informação, controle, avaliação e elaboração de relatórios torna mais fácil o cumprimento da obrigação de prestar contas. Constitui obrigação da entidade o desenvolvimento de um sistema prático que forneça informações pertinentes e confiáveis. (e) De acordo com as necessidades do governo, as autoridades competentes devem promulgar normas de contabilidade aceitáveis atinentes à elaboração e divulgação dos relatórios financeiros. As EFS devem cooperar com os órgãos normatizadores da área contábil, a fim de garantir a adequação das normas à administração pública, além de recomendar às entidades auditadas que estabeleçam objetivos mensuráveis e claramente explicitados. No Brasil, quem tem essa responsabilidade no setor público é a Secretaria do Tesouro Nacional ± STN, do Ministério da Fazenda ± MF. (f) A aplicação efetiva de normas contábeis aceitáveis deve resultar na apresentação fidedigna da situação financeira. (g) A existência de um sistema de controle interno adequado reduz ao mínimo o risco de erros e irregularidades. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 56 A entidade auditada - e não o auditor - é responsável pelo desenvolvimento de sistemas adequados de controle interno para proteger seus recursos. Cabe ao auditor apresentar propostas e recomendações ao auditado, quando se verifiquem controles inadequados ou inexistentes. O importante nesse ponto é saber que não é a auditoriaque vai se responsabilizar pela implementação e manutenção de um sistema de controles internos, mas sim a diretoria da entidade. (h) O estabelecimento de disposições legais facilita a cooperação das entidades auditadas sobre acesso e à manutenção dos dados pertinentes. A EFS deve ter acesso às fontes de informações e aos dados, assim como aos funcionários e empregados da entidade auditada. O estabelecimento de disposições legais que garantam esse acesso contribui para reduzir problemas. (i) Todas as atividades de fiscalização da EFS devem ser desempenhadas no exercício de sua competência legal. Via de regra, a lei ou regulamento estabelece a forma de constituição da EFS, sua competência e outras questões relativas ao exercício do cargo de seus titulares e ao cumprimento de suas respectivas funções e deveres. Nesse ponto, cabe ressaltar que as auditorias das EFS podem ser classificadas em auditorias de regularidade e as operacionais ou de gestão, que veremos em seguida com mais detalhes. (j) As EFSs devem aperfeiçoar as técnicas usadas para auditar a validade dos procedimentos de mensuração do desempenho. Vamos tratar, a partir de agora, do escopo de atuação da fiscalização pública, que, de acordo com a INTOSAI, abrange as auditorias de regularidade e as operacionais ou de gestão. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 56 A auditoria de regularidade tem por objetivo: 9 Certificar que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de prestar contas, o que inclui exame e avaliação dos registros financeiros e emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis. 9 Emitir parecer sobre as contas do governo. 9 Auditar os sistemas e as operações financeiras, incluindo o exame da observância às disposições legais e regulamentares aplicáveis. 9 Auditar sistema de controle interno e funções da auditoria interna. 9 Verificar a probidade e a adequação das decisões administrativas adotadas pela entidade auditada. 9 Informar sobre quaisquer outros assuntos decorrentes ou relacionados com a auditoria que a EFS considere necessário revelar. A auditoria operacional ou de gestão preocupa-se em verificar a economia (economicidade), a eficiência e a eficácia, e tem por objetivo determinar: 9 Se a administração desempenhou suas atividades com economia, de acordo com princípios, práticas e políticas administrativas corretas. 9 Se os recursos humanos, financeiros e de qualquer outra natureza são utilizados com eficiência. 9 A eficácia do desempenho das entidades auditadas em relação ao alcance de seus objetivos. Escopo da Auditoria ͻ Regularidade ͻ Operacional ou de Gestão 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 56 Enquanto a auditoria de regularidade se caracteriza pelo exame da observância às disposições legais e regulamentares, a auditoria operacional ou de gestão preocupa-se em verificar a economicidade, a eficiência e a eficácia dos atos de gestão. Pode haver, na prática, uma superposição entre as auditorias de regularidade e operacional ou de gestão. Nesse caso, a classificação da auditoria dependerá de seu objetivo principal. Elas podem ser realizadas concomitantemente, porquanto são mutuamente reforçadoras: a auditoria de regularidade sendo preparatória para a de gestão, e a última levando à correção de situações causadoras de irregularidades. O controle das contas públicas será promovido de forma mais efetiva quando a competência legal da EFS permitir-lhe executar ou dirigir a execução de auditorias de regularidade e operacionais em todas as organizações públicas. 1.3.2 Capítulo II ± Normas gerais e profissionais 1.3.2.1 Normas Gerais de Auditoria Pública Estabelecem os requisitos para que o auditor e a EFS possam desempenhar corretamente o previsto nas normas de execução e de elaboração de relatórios, e as políticas administrativas e procedimentos que devem ser adotados pela EFS para: (a) Recrutar pessoal com a adequada qualificação. O pessoal da EFS deve possuir formação apropriada, bem como capacitação e experiência. A EFS deve estabelecer e revisar os requisitos mínimos de formação profissional exigidos para a nomeação de auditores. Na prática, o TCU não tem problemas quanto a estas exigências, pois o fato de, no Brasil, o concurso público ser obrigatório, facilita o 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 56 trabalho de recrutamento e mantém alto o nível profissional dos recém empossados. (b) Aperfeiçoar e treinar seu pessoal, a fim de capacitá-lo a desempenhar suas tarefas com eficácia, assim como definir critérios para a promoção dos auditores e demais servidores. Ações a realizar: 9 Proporcionar contínuo aperfeiçoamento. 9 Manter cadastro das qualificações profissionais de pessoal, para facilitar o planejamento e identificar necessidades de aperfeiçoamento. 9 Fixar e revisar periodicamente os critérios de promoção dos auditores. 9 Estabelecer e aperfeiçoar sistemas e procedimentos para o desenvolvimento profissional do pessoal. 9 Incentivar seu pessoal a se filiar a associações profissionais. (c) Elaborar manuais, guias e instruções para a execução das auditorias, importantes para a manutenção da qualidade. (d) Aproveitar a formação técnica e experiência profissional dos seus auditores e identificar os setores onde haja carência de conhecimentos técnicos. O grau de especialização necessária varia segundo o tipo da auditoria. Dessa forma, não é preciso que cada auditor seja especialista em todos os assuntos da competência legal das EFS, sendo possível, inclusive, o recrutamento de pessoal externo à EFS. As autoridades competentes da EFS devem dar sua devida autorização antes do início de cada auditoria. Essa autorização deve indicar claramente os objetivos da auditoria e seu escopo, os recursos aplicáveis, as datas para a conclusão dos trabalhos e para a entrega dos relatórios. Pessoal, a decisão sobre a realização da auditoria deve ser centralizada, a fim de se evitar a sobreposição de esforços e a concentração de trabalhos em uma área em detrimento de outra. Imaginem se cada servidor pudesse iniciar uma auditoria por conta SUySULD��)LFDULD�³PHLR´�LPSURGXWLYR��FRQFRUGDP" (e) Revisar a eficiência e a eficácia de suas normas e procedimentos. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 56 As EFS devemimplantar sistemas e procedimentos para: 9 Confirmar se os procedimentos de controle de qualidade funcionam satisfatoriamente. 9 Assegurar a qualidade dos relatórios de auditoria. 9 Promover melhorias e evitar que se repitam as deficiências. É conveniente que as EFSs instituam um sistema próprio de auditoria interna, dotado de amplos poderes, para ajudá-las a administrar eficazmente suas atividades e a manter a qualidade do seu trabalho. 1.3.2.2 Normas Profissionais do Auditor As normas gerais de auditoria estabelecem que: 9 O auditor e a EFS devem ser independentes. 9 A EFS deve evitar o conflito de interesse entre o auditor e a entidade auditada. 9 O auditor e a EFS devem possuir a competência necessária. 9 O auditor e a EFS devem agir com o devido zelo profissional e cuidado ao observarem as normas de auditoria da INTOSAI, incluindo a especificação, reunião e avaliação das informações probatórias e ao relatar suas constatações, conclusões e recomendações. Atenção! Como vimos, alguns desses pontos estão também no Código de Ética da INTOSAI. Independência A necessidade de se proceder com independência e objetividade na auditoria é vital, qualquer que seja a forma de governo, tanto em relação ao Poder Legislativo, como ao Executivo, para a credibilidade do auditor e do resultado de seus trabalhos. A competência legal da EFS provém da Constituição ou de outras disposições legais e uma característica geral de sua função é fornecer informações ao legislativo. Os resultados da fiscalização da execução orçamentária do governo e dos órgãos da administração pública e as controvérsias e desentendimentos 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 56 com os órgãos auditados devem ser levados ao conhecimento do Legislativo por meio de relatório anual ou comunicação especial. A independência da EFS exige que não se sujeite ao comando do Legislativo ao programar, planejar e executar suas auditorias. A EFS precisa de liberdade para estabelecer prioridades e programar seu trabalho, inclusive quanto à metodologia apropriada. A relação precípua da EFS para com o Poder Executivo deve corresponder à de um auditor externo! Como tal, os relatórios da EFS auxiliam o Executivo ao apontarem as deficiências da administração e recomendarem medidas saneadoras. Mas a EFS deve tomar cuidado no sentido de evitar participar de atividades da alçada do Executivo que possam prejudicar a sua independência e objetividade. É importante para a independência da EFS que o governo não tenha nenhum poder de ingerência sobre o desempenho de suas funções. Assim, não deve ser obrigada a executar, modificar ou abster-se de realizar determinadas auditorias, nem tampouco retirar ou alterar constatações, conclusões e recomendações. O Executivo pode vir a propor trabalhos de auditoria de certos assuntos, mas deve ser facultado à EFS qualquer dessas propostas. É fundamental para a independência da EFS que as decisões relativas à programação dos trabalhos de auditoria caibam, em última instância, à própria EFS. A EFS deve comunicar ao Legislativo qualquer restrição em matéria de recursos que possam cercear o exercício de sua competência legal. A EFS deve dispor de livre e total acesso a todas as instalações e registros referentes às entidades auditadas, além de poderes suficientes para obter informações de pessoas ou entidades que as possuam, inclusive as confidenciais. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 56 A independência funcional da EFS não impede que ela compartilhe, com órgãos do Poder Executivo, certos aspectos de sua administração, tais como relações trabalhistas, administração de pessoal, administração do patrimônio ou aquisição de equipamentos e materiais. Ao contrário da auditoria do setor privado, onde se estipula o trabalho do auditor em um contrato de prestação de serviços, a entidade auditada não mantém uma relação de cliente para com a EFS, que não deve assumir qualquer responsabilidade perante a administração da entidade auditada quanto ao escopo ou natureza de sua auditoria. A EFS não deve tomar parte na administração nem nas atividades das entidades auditadas. Os auditores não devem ser membros de conselhos diretores e, caso necessitem prestar algum assessoramento, devem fazê- lo sob a forma de sugestão ou recomendação de auditoria. O auditor que mantiver relações com a administração que possam diminuir sua objetividade, não deverá ser designado o trabalho. Outro detalhe importante: o pessoal da EFS não deve instruir funcionários da entidade auditada quanto às suas obrigações. Conflitos de interesses A aplicação de normas gerais de auditora adequadas auxiliará a EFS a evitar o conflito de interesses. Competência Qualquer que seja a natureza da auditoria, ela deve ser realizada por pessoas cuja formação e experiência correspondam à natureza, ao escopo e à complexidade do trabalho de auditoria. A EFS deve contar com uma gama completa de métodos atualizados de auditoria. Zelo Profissional O uso e aplicação dos diferentes conhecimentos técnicos devem ser de uma qualidade apropriada à complexidade de cada auditoria. Os auditores devem estar atentos às falhas de controle, impropriedades contábeis, erros e operações ou resultados incomuns que possam ser indícios de fraude, gastos impróprios ou ilegais, operações não autorizadas, desperdício, ineficiência ou improbidade. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 56 Quando a EFS se valer de especialistas de procedência externa, inclusive auditores externos, para prestar-lhe assessoramento, deve fazê-lo com o devido zelo profissional, verificando se eles têm competência e capacidade para realizar o respectivo trabalho. Nesse tipo de contrato, a definição do planejamento, do escopo, da execução e do relatório da respectiva auditoria deve caber à EFS. Esse auxílio profissional não exime a EFS da responsabilidade pelas opiniões formadas. Quando a EFS usar o trabalho de outros auditores, deve aplicar os procedimentos adequados para ter certeza de que eles agiram com o devido zelo profissional e observaram as normas de auditoria pertinentes, podendo revisar seu trabalho para comprovar a qualidade. 1.3.3 Capítulo III - Normas de Procedimentos na Execução da Auditoria O objetivo das normas de procedimento na execução da auditoria é estabelecer os critérios ou sistemas gerais que o auditor deve seguir para permitir que suas atuações sejam objetivas, sistemáticas e equilibradas. Essas normas de procedimentos ditam as formas de execução e gerenciamento das atividades de auditoria. Relacionam-se com as normas gerais de auditoria que estabelecem os requisitos básicos para a realização das atividadesa que se referem essas normas de procedimentos. Também se relacionam com as normas para a elaboração dos relatórios, uma vez que os resultados decorrentes do cumprimento destas normas de procedimento constituem a principal fonte para o conteúdo dos pareceres ou relatórios. As normas de procedimento na execução da auditoria pública aplicáveis a todos os tipos de auditorias são: (a) O auditor deve planejar suas auditorias com o objetivo de garantir que sejam de alta qualidade, bem como executadas de forma econômica, eficiente, eficaz e oportuna. As EFSs devem dar prioridade às atividades de auditoria previstas em lei e fixar uma ordem de prioridade para as atividades a serem realizadas a seu critério. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 56 Ao planejar uma auditoria, o auditor deve: 9 Identificar aspectos importantes no campo de atuação da entidade. 9 Procurar compreender as relações de responsabilidade que a accountability. 9 Considerar a forma, o conteúdo e os destinatários dos pareceres, conclusões ou relatórios de auditoria. 9 Especificar os objetivos da auditoria e os procedimentos de verificação. 9 Identificar os principais sistemas e controles administrativos, avaliando- os previamente para descobrir seus pontos fortes e fracos. 9 Determinar a relevância das questões a serem estudadas. 9 Revisar a auditoria interna da entidade e seu programa de trabalho. 9 Avaliar confiança em outros auditores (p. ex. auditores internos). 9 Determinar o método de auditoria mais eficiente e eficaz. 9 Realizar um exame para verificar se foram tomadas providências adequadas com relação a constatações e recomendações anteriores. 9 Reunir a documentação referente ao plano de auditoria. No planejamento de uma auditoria normalmente deve-se seguir os procedimentos abaixo: 9 Compilar informações sobre a entidade auditada e sua organização, a fim de avaliar os riscos e determinar a relevância dos assuntos. 9 Definir o objetivo e o escopo da auditoria. 9 Realizar uma análise preliminar para determinar o método a ser adotado, assim como a natureza e a extensão dos exames posteriores. 9 Destacar os problemas especiais previstos ao planejar a auditoria. 9 Elaborar um orçamento e um cronograma para a auditoria. 9 Identificar as necessidades de pessoal e escolher a equipe; e 9 Dar conhecimento aos responsáveis pela entidade auditada do escopo, dos objetivos e dos critérios de avaliação, e discuti-los se necessário. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 56 A EFS pode revisar o plano de auditoria durante sua execução, sempre que necessário. O plano não é estático, e deve ser atualizado sempre que novas informações venham a ser inseridas no processo. (b) O trabalho do pessoal de auditoria deve ser adequadamente supervisionado durante sua execução e um funcionário hierarquicamente superior deve revisar a documentação obtida. A supervisão é essencial para garantir a consecução dos objetivos da auditoria e a manutenção da qualidade do trabalho, e é independente da competência individual dos auditores. Ou seja, sempre deve haver. A supervisão deve ser orientada, tanto para o conteúdo como para o método de auditoria, e isto implica garantir que: 9 Os membros da equipe de auditoria tenham compreensão do plano. 9 A auditoria seja realizada de acordo com as normas e práticas da EFS. 9 O plano de auditoria e a estratégia de ação nele especificada sejam seguidos, exceto por alterações autorizadas. 9 Os papéis de trabalho contenham informações probatórias que fundamentem as conclusões, recomendações e pareceres. 9 O auditor atinja os objetivos de auditoria estabelecidos. 9 O relatório de auditoria contenha todas as conclusões, recomendações e pareceres pertinentes. A revisão deve ocorrer antes que os respectivos pareceres ou relatórios sejam concluídos, na medida em que se vai cumprindo cada fase da auditoria, e contribui mais do que a uniformidade de critério e de avaliação e deve garantir que: 9 Todas as avaliações e conclusões tenham sido solidamente fundamentadas e respaldadas em informações probatórias. 9 Todos os erros, deficiências e questões incomuns tenham sido convenientemente identificados, documentados e sanados a contento ou levados ao conhecimento de um funcionário superior da EFS. 9 As alterações e melhorias necessárias a auditorias posteriores tenham sido identificadas, registradas e sejam levadas em 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 56 conta nos futuros planos de auditoria e atividades de aperfeiçoamento de pessoal. (c) O auditor, ao definir a extensão e o escopo da auditoria, deve examinar e avaliar a confiabilidade do controle interno. O exame e a avaliação do controle interno devem ser realizados de acordo com o tipo de auditoria. Na auditoria contábil: controles existentes para proteger bens e recursos e garantir a exatidão e a integridade dos registros contábeis. Na auditoria de cumprimento legal: controles que auxiliam a administração a cumprir as leis e os regulamentos. Na auditoria operacional: controles que ajudam a entidade auditada a desempenhar suas atividades de modo econômico, eficiente e eficaz. A extensão do exame e da avaliação do controle interno depende dos objetivos da auditoria e do grau de confiabilidade pretendido. (d) Nas auditorias de regularidade (contábil e de cumprimento legal) deve-se verificar a observância às leis e regulamentos aplicáveis. Nas auditorias operacionais, deve-se avaliar a observância às leis e regulamentos aplicáveis, sempre que necessário, para satisfazer aos objetivos da auditoria. Qualquer indício da existência de irregularidades, atos ilegais, fraude ou algum erro que possa ocasionar efeitos materiais sobre a auditoria em andamento deve motivar o auditor a aprofundar seus procedimentos auditoriais, com vistas a verificar ou dissipar esse tipo de incerteza. A auditoria de regularidade constitui uma parte essencial da auditoria pública. Um dos mais importantes objetivos é o de assegurar a integridade e a validade do orçamento e das contas públicas. Para atingir esse objetivo, as EFSs examinam as contas e demonstrações contábeis da administração pública, com o intuito de 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 56 garantir que todas as operações tenham sido corretamentecontabilizadas. A verificação do cumprimento das leis e regulamentos é particularmente importante na auditoria de programas governamentais. (e) Deve-se obter informações probatórias que sejam adequadas, pertinentes e razoáveis para fundamentar a opinião e as conclusões do auditor. As constatações, conclusões e recomendações de auditoria devem basear-se em evidências de auditoria. A escolha dos métodos e procedimentos deve levar em conta a qualidade das evidências de auditoria a serem obtidas, as quais devem ser adequadas, pertinentes e razoáveis. Os auditores devem documentar adequadamente as evidências de auditoria nos papéis de trabalho, incluindo planejamento, trabalho executado e constatações. A documentação adequada é importante por vários motivos. Ex.: 9 Confirma e fundamenta as opiniões e relatórios do auditor. 9 Facilita o planejamento e a supervisão. 9 Proporciona provas do trabalho realizado para futuras referências. (f) Na auditoria de regularidade (contábil e de cumprimento legal) e, quando for o caso, em outros tipos de auditoria, o auditor deve analisar as demonstrações contábeis para verificar a observância às normas contábeis aceitáveis na elaboração e divulgação dos relatórios financeiros. A análise das demonstrações contábeis deve permitir a expressão de um parecer sobre elas, e visa a apurar se elas mantêm entre si e entre seus 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 56 vários elementos a correlação esperada, identificando desvios e tendências anômalas. O auditor deve apurar se: 9 Foram preparadas de acordo com normas contábeis aceitáveis. 9 Foram apresentadas levando em conta as peculiaridades da entidade auditada. 9 Foram prestadas informações suficientes sobre seus elementos. 9 Seus elementos foram avaliados, mensurados e apresentados de forma apropriada. 1.3.4 Capítulo IV - Normas para Elaboração dos Relatórios de Auditoria As normas de auditoria buscam auxiliar o julgamento do auditor ao elaborar um parecer ou relatório. $�H[SUHVVmR�³HODERUDomR�GH�XP�UHODWyULR´�DEUDQJH�WDQWR�R�SDUHFHU�H outras observações do auditor sobre um conjunto de demonstrações contábeis, formulados em decorrência de uma auditoria de regularidade (contábil e de cumprimento legal), como também o relatório propriamente dito do auditor, ao término de uma auditoria operacional. Para facilidade de referência, a palavra ³SDUHFHU´, neste capítulo, é usada para as conclusões do auditor resultantes de uma auditoria de regularidade (contábil e de cumprimento legal); a palavra ³UHODWyULR´ é usada para as conclusões do auditor resultantes de uma auditoria operacional. As normas para a elaboração do relatório prescrevem que: 9 Ao final de cada auditoria, o auditor deve redigir, conforme o caso, um parecer ou relatório expondo apropriadamente suas constatações. 9 Cabe à EFS decidir, em última instância, sobre as providências a serem tomadas com relação a irregularidades graves constatadas. Nas auditorias de regularidade, o auditor deve redigir um parecer sobre a verificação do cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis, o qual pode tanto fazer parte do parecer sobre as demonstrações contábeis, como constituir um parecer separado. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 56 Nas auditorias operacionais, o relatório deve consignar todos os casos relevantes de descumprimento das leis e regulamentos que sejam relacionados com os objetivos da auditoria. Ou seja, como já vimos em aulas anteriores, nas auditorias operacionais devem ser verificados, além Dos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia, o cumprimento da legalidade e da legitimidade. O conteúdo do parecer deve indicar tratar-se de um parecer pleno, de um parecer com ressalvas quanto a certos aspectos, de um parecer adverso ou de um parecer com negativa de opinião. A) Parecer Pleno O Parecer Pleno é dado quando o auditor fica convencido, em todos os aspectos relevantes, de que: 9 As demonstrações contábeis foram elaboradas segundo princípios e normas de contabilidade aceitáveis, aplicados de modo consistente. 9 As demonstrações obedeceram às exigências legais e regulamentares pertinentes. 9 A situação refletida pelas demonstrações contábeis está de acordo com os conhecimentos do auditor sobre a entidade. 9 Todos os assuntos relevantes relativos às demonstrações contábeis foram evidenciados adequadamente. Parágrafo de Ênfase Em determinadas circunstâncias, o auditor pode achar que o leitor não compreenderá plenamente as demonstrações contábeis, a menos que chame sua atenção para certos assuntos incomuns ou importantes, utilizando, para isso, um ³SDUiJUDIR� GH� rQIDVH´, separado do parecer. Contudo, não deve ser utilizado para suprir a falta de esclarecimentos adequados nas demonstrações contábeis ou como substituto de um parecer com ressalvas. Impossibilidade de emissão de parecer pleno Quando ocorrer qualquer uma das circunstâncias abaixo, cujo efeito, na sua opinião, for significativo para as demonstrações contábeis: 9 Limitações ao escopo da auditoria. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 56 9 Demonstrações consideradas pelo auditor como incompletas ou enganosas. 9 Incertezas quanto às demonstrações contábeis. B) Parecer com Ressalvas Quando discordar ou tiver dúvida quanto a um ou mais elementos específicos das demonstrações contábeis que sejam relevantes, mas não fundamentais para a compreensão delas. Os termos do parecer normalmente indicam um resultado satisfatório para a auditoria. C) Parecer Adverso Quando for incapaz de formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo, em virtude de discordar tão fundamentalmente delas, que a situação por elas apresentada fica comprometida, tornando inadequada a emissão de um parecer com ressalvas. D) Parecer com Negativa de Opinião Existem incertezas ou restrições ao escopo da auditoria tão fundamentais que tornem inadequado o parecer com ressalvas. As EFS costumam apresentar um relatório detalhado, ampliando seu parecer, nos casos em que não tenha sido possível emitir um parecer pleno. É comum que os alunos se confundam com as definições de Parecer Adverso e Parecer com Negativa de Opinião. Para não errar, em outras palavras: - Se o auditor encontrou muitas divergências / distorções nas demonstrações contábeis, emite Parecer Adverso. - O auditor teve muitas restrições ao seu trabalho, impossibilitando-o de obter evidências suficientes e adequadas sobre a fidedignidade das demonstrações contábeis, emite um Parecer com Negativa de Opinião. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamentalpara TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 56 As EFS com poder judicante têm competência para tomar medidas quanto a determinadas irregularidades descobertas nas demonstrações contábeis. Elas podem impor multas aos responsáveis e, em certos casos, suspendê- los ou demiti-los. Em contraste com a auditoria de regularidade, sujeita a exigências e expectativas relativamente específicas, a auditoria operacional é bastante abrangente por natureza e mais susceptível de julgamentos e interpretações. Normalmente não lida com demonstrações contábeis específicas, nem de qualquer outra natureza. Assim, seus relatórios são variados e apresentam mais pontos de discussão e argumentação criteriosa. O relatório de auditoria operacional deve mencionar claramente os objetivos e o escopo da auditoria. Os auditores devem reconhecer que aplicam sua capacidade de julgamento a atos resultantes de decisões administrativas passadas. Ao ressaltar claramente o escopo, os objetivos e as constatações da auditoria, o relatório demonstra que o auditor está sendo imparcial. A imparcialidade também implica que as deficiências ou constatações críticas sejam apresentadas de tal modo a incentivar a sua correção e o aperfeiçoamento dos sistemas e das diretrizes adotadas pela entidade auditada. Portanto, geralmente se busca entrar em acordo com a entidade auditada quanto aos fatos. Pode também ser preciso incluir, na íntegra ou resumidamente, as respostas da entidade auditada às questões levantadas. Os relatórios de auditoria operacional, ao invés de se limitarem a criticar fatos passados, devem ser construtivos. As conclusões e recomendações do auditor constituem um aspecto importante da auditoria e, quando apropriado, representam diretrizes a serem seguidas. Na auditoria de regularidade (contábil), se o auditor concluir que, segundo os critérios mais apropriados para as circunstâncias, determinada questão não afeta de forma significativa a situação das demonstrações contábeis, deve emitir um parecer pleno. Quando, ao contrário, estiver convencido de que aquela questão é relevante, deve emitir um parecer com ressalvas. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 56 Na auditoria operacional, o julgamento do auditor é mais subjetivo, uma vez que o relatório não se relaciona tão diretamente com demonstrações, sejam elas contábeis ou de outra natureza. Por conseguinte, é possível que o auditor considere determinada questão mais relevante em função de sua natureza ou contexto do que em função de sua materialidade (valor monetário). 1.4 Glossário Pessoal, a seguir trazemos o que acreditamos serem as principais definições apresentadas no Glossário da INTOSAI. Em alguns casos pode ser útil na hora da prova. Accountability Pública (Obrigação de Prestar Contas Públicas) A obrigação que têm as pessoas ou entidades as quais se tenham confiados recursos públicos (incluídas as empresas e corporações públicas) de assumir as responsabilidades que lhes foram conferidas; e de informar a quem lhes delegou essas responsabilidades. Auditoria da devida gestão Análises dos gastos públicos com base nos princípios gerais da devida gestão. Controle Interno Conjunto de sistemas de controles financeiros e outros ² que abarcam a estrutura organizacional, os métodos, os procedimentos e a auditoria interna ² estabelecido pela direção como parte de seus objetivos corporativos para ajudar a realizar as operações da entidade auditada de forma regular, econômica, eficiente e eficaz; para permitir a observância às políticas administrativas; para salvaguardar os bens e recursos; para assegurar a exatidão e a completude dos registros contábeis; e para produzir informação financeira e gerencial oportuna e confiável. Economia Consiste em reduzir ao mínimo o custo dos recursos utilizados para desempenhar uma atividade a um nível de qualidade apropriado. Eficácia A medida em que se alcançam os objetivos, e a relação entre os resultados pretendidos e os resultados alcançados. Eficiência 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 56 Relação entre o produto ² expresso em bens, serviços e outros produtos ² e os recursos utilizados para produzi-los. Escopo da Auditoria O marco ou limites da auditoria e as matérias que são objeto da mesma. Evidências de Auditoria Informação que constitui a base em que se sustentam as opiniões, conclusões ou relatórios do auditor ou da EFS. Adequadas: informação que, quantitativamente, é suficiente e apropriada para alcançar os resultados da auditoria; e que, qualitativamente, tem a imparcialidade necessária para inspirar confiança e confiabilidade. Pertinentes: informação que é pertinente em relação aos objetivos da auditoria. Razoáveis: informação que é econômica, ou seja, que o custo de reuni-la guarda razoável proporção com o resultado que o auditor ou a EFS tem de alcançar. Postulados Pressupostos básicos, premissas coerentes e princípios lógicos que representam o marco geral de referência para a elaboração de normas de auditoria. Procedimentos de Auditoria Comprovações, instruções e detalhes incluídos no programa de auditoria que devem ser executados de forma sistemática e razoável. Resultados, Conclusões e Recomendações Os resultados ou fatos postos em destaque são as evidências concretas reunidas pelo auditor para cumprir os objetivos da auditoria; as conclusões são declarações deduzidas pelo auditor a partir desses fatos; as recomendações são medidas sugeridas pelo auditor, atendendo aos objetivos da auditoria. Sistema de Controle Série de ações que se consideram como parte do sistema total de controle interno e que se refere à realização dos fins contábeis da entidade. Isto inclui o cumprimento das políticas e dos procedimentos contábeis e financeiros, a salvaguarda dos recursos da entidade e a preparação de relatórios contábeis confiáveis. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 56 Sistema de Controle Administrativo Série de ações que é parte integrante do sistema de controle interno e que se refere aos procedimentos administrativos necessários para adotar decisões gerais, alcançar a máxima eficiência econômica e administrativa possível, e assegurar a aplicação das políticas administrativas relacionados ou não a assuntos financeiros. QUESTÕES COMENTADAS 1 - (CESPE/TCU/2013) - As entidades fiscalizadoras superiores que compõem a Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI) estão obrigadasa adotar um código de ética comum, o qual se aplica tanto aos auditores governamentais e aos dirigentes de suas próprias organizações quanto aos auditores das respectivas entidades auditadas. Comentários: Segundo a INTOSAI, devido às diferenças nacionais de cultura, idioma e sistemas jurídicos e sociais, é responsabilidade de cada EFS a elaboração de um Código de Ética próprio que se ajuste otimamente às suas próprias características. O Código de Ética da INTOSAI se propõe a servir apenas como fundamento aos Códigos de Ética nacionais. Além disso, o Código de Ética da INTOSAI está dirigido ao auditor individualmente, ao diretor da EFS, aos responsáveis executivos e todas as pessoas que trabalham a serviço da EFS ou em representação desta e que intervenham no trabalho de auditoria. Dessa forma, o auditor da entidade auditada não está abrangido por esse código de ética. Resposta: E 2 - (CESPE/TCU/2013) - Acerca das Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) e da Declaração de Lima, julgue os itens a seguir. Consoante a Declaração de Lima de Diretrizes para Preceitos de Auditoria, é permitido às Entidades Fiscalizadoras Superiores usar, à sua discrição, os recursos alocados a elas em uma rubrica orçamentária separada. Comentários: De acordo com a Declaração de Lima, a independência da EFS deve ser entendida sob três aspectos: 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 56 - independência da EFS propriamente dita: independência da entidade auditada e proteção contra influências externas, inclusive do Parlamento; - independência dos membros e diretores da EFS: seus quadros não podem ser dependentes das entidades auditadas; - independência financeira: A EFS devem poder solicitar diretamente os recursos financeiros necessários junto ao órgão público responsável por decisões relativas ao orçamento nacional. Com base no terceiro aspecto, podemos concluir que as EFS possuem a discricionariedade na utilização dos recursos alocados a elas no orçamento público. Resposta: C 3 - (CESPE/TCU/2012) - Julgue os itens a seguir, relativos às entidades fiscalizadoras superiores (EFSs) e à Declaração de Lima. A Organização das Entidades Fiscalizadoras dos Estados partes do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), da Bolívia e do Chile, além de seus respectivos órgãos nacionais, admitidos como membros ativos, pode admitir, como membros associados, organizações supranacionais de controle e fiscalização dos recursos públicos, bem como EFSs dos países com expressão comunitária e organismos internacionais de crédito. Comentários: $�TXHVWmR�IRL�DQXODGD�SHOR�&(63(��FRP�D�VHJXLQWH�MXVWLILFDWLYD��³$� utilização do termo "experiência" no lugar do termo "expressão" prejudicou R�MXOJDPHQWR�REMHWLYR�GR�LWHP�´��"� O Gabarito inicial havia sido dado como certo, mas em nossa opinião, a matéria não constava do edital do concurso (TCU/2012), o que justificaria sua anulação. O estatuto da Organização das Entidades Fiscalizadoras dos Estados partes do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), da Bolívia e do Chile pode ser consultado por meio do link: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/relacoes_institucionais/r elacoes_internacionais/organizacoes_internacionais/ESTATUTO_MERCOSU L.pdf Resposta: Anulada 4 - (CESPE/TCU/2012) - Julgue os itens a seguir, relativos às entidades fiscalizadoras superiores (EFSs) e à Declaração de Lima. O fato de órgãos e entidades governamentais serem objeto do controle exercido por uma EFS não implica subordinação de tal 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 56 maneira que eles possam isentar-se de responsabilidades em relação às suas operações e decisões. Se, entretanto, em vez de recomendações, a EFS emitir resoluções ou atos similares, o seu cumprimento se tornará obrigatório. Comentários: A questão apresenta duas informações principais, ambas corretas. Primeiro, afirma que não há subordinação entre a EFS e os órgãos e entidades governamentais auditados. Logo após, informa da possibilidade de a EFS editar resoluções e outros atos normativos de cumprimento obrigatório. Resposta: C 5 - (CESPE/TCU/2012) - Julgue os itens a seguir, relativos às entidades fiscalizadoras superiores (EFSs) e à Declaração de Lima. As obras públicas, em geral, por envolverem recursos consideráveis, requerem atenção especial, cabendo à EFS exclusivamente o controle da regularidade das despesas efetuadas. A avaliação dos resultados e a qualidade da execução das obras constituem responsabilidade exclusiva dos próprios contratantes. Comentários: Como vimos, as EFS podem avaliar os resultados e a qualidade das obras públicas, por meio das auditorias operacionais, não se limitando à verificação da regularidade das despesas. Resposta: E Texto para a próxima questão: ³As auditorias gerais ou controladorias e as cortes de contas surgiram na Europa e influenciaram a organização de quase todos os Estados nacionais. As primeiras predominam nos países de tradição anglo-saxônica, enquanto as últimas são mais comuns nos países influenciados pela Europa continental. As cortes surgiram com a preocupação de controlar a legalidade da gestão financeira do setor público. Esse controle pressupõe que o exato cumprimento da lei é condição necessária para a correta aplicação dos recursos públicos. Por essa razão, a primeira atribuição das cortes de contas foi verificar se o gestor havia agido conforme a legislação, se seus atos estavam respaldados nas normas aplicáveis. O controle gerencial, por sua vez, é a principal marca das auditorias gerais ou controladorias. 04235609130 04235609130 - waldney neves da silva de oliveira Curso de Auditoria Governamental para TCU Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle ʹ Aula 08 Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 56 Essa modalidade de controle prioriza a análise dos atos administrativos em relação tanto aos seus custos quanto aos resultados almejados e alcançados. Em relação ao estatuto jurídico e à efetividade de suas decisões, as entidades fiscalizadoras superiores diferem de país para país. Algumas têm natureza administrativa, ou seja, as suas decisões podem ser revistas pelo Poder Judiciário. Outras, porém, apresentam natureza jurisdicional, ou seja, as suas decisões são definitivas em relação ao seu objeto.´ Alexandre Amorim Rocha. O modelo de controle externo exercido pelos tribunais de contas e as proposições legislativas sobre o tema. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações). Com base nas ideias do texto acima, julgue o item a seguir. 6 - (CESPE/TCE-ES/2012) - A diferença entre as entidades fiscalizadoras superiores de cada país restringe-se ao estatuto jurídico e à efetividade que suas decisões apresentam em cada nação. Comentários: O texto tomado como referência realmente afirma que, em relação ao estatuto jurídico e à efetividade de suas decisões, as entidades fiscalizadoras superiores
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