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INTRODUÇÃO ATUARIAL AULA 1 Prof. Michel Dias Correa 2 CONVERSA INICIAL Os seguros estão presentes na vida de qualquer pessoa. Desde os primórdios, quando as Grandes Navegações se iniciaram, as operações de seguro também começaram, mesmo que de maneira bem rudimentar. A evolução foi inevitável, chegando aos dias de hoje, em que o mercado de seguros possui forte regulamentação, garante coberturas das mais variadas a toda a população e se apresenta como uma excelente área de estudos e de trabalho. Importante é saber não somente como funciona o mercado de seguros na prática, mas também as diferenças conceituais entre os diversos tipos de seguros, as instituições públicas e privadas que os regulamentam, além de toda a parte legal que norteia as operações entre seguradoras e segurados. É exatamente isso que começaremos a ver agora: os aspectos conceituais e legais dos seguros, vindos desde a época das Grandes Navegações até os dias atuais. CONTEXTUALIZANDO Você já comprou um carro ou já pensou em comprar? Você já comprou um imóvel ou já pensou em comprar? Esses itens podem ser muito caros, então você já comprou um celular ou pensou em comprar? É mais provável que sim. Pois saiba que até mesmo os celulares já possuem seguros disponíveis para alguns modelos. E se não existisse o seguro? O que aconteceria quando ocorre um acidente de carro em que o lado culpado notadamente não tem recursos para arcar com os prejuízos de todos? O seguro serve para isso: para “comprar” os riscos das operações mediante o recebimento de um valor chamado de prêmio. O que você consideraria na hora de contratar um seguro de veículo, que é um dos mais comuns no Brasil? O que faria uma seguradora ser considerada boa na sua opinião? São muitas questões e até agora nenhuma resposta, mas conforme você for lendo o material desta aula ficará claro o que deve ser considerado no momento da contratação de um seguro, seja para o celular, para a casa, para o carro ou para a vida. TEMA 1 – ASPECTOS CONCEITUAIS DE SEGUROS 3 Os seguros estão presentes na vida de todas as pessoas, quer elas queiram ou não. Muitas vezes nós fazemos seguros mesmo sem querermos, como é o caso dos veículos e de financiamentos imobiliários. A partir de agora nós veremos os aspectos conceituais de seguros no mundo, em Portugal e no Brasil. 1.1 A história do seguro no mundo Em algum momento da sua vida você já fez ou deve ter pensado em fazer um seguro, seja qual for a razão específica. Pode ser para um veículo, para sua casa, um seguro de vida ou até mesmo ligado a atividades profissionais. Os seguros estão muito presentes em nossa vida, e isso ocorre praticamente em todos os momentos dela. Para entender melhor os aspectos conceituais dos seguros, é necessário que nós tenhamos em mente que o seguro, de uma maneira mais ampla, surge para realizar o controle de algo que nós, apenas com a nossa própria vontade, não conseguimos fazer: o risco. O seguro é algo muito antigo em sua operacionalidade, pois já na Babilônia – e isso há mais de 2 mil anos antes de Cristo – as caravanas com um grande número de camelos que cruzavam o deserto arcavam, em conjunto, com os prejuízos decorrentes da morte dos animais, expostos à mais cruel das intempéries naturais: a secura extrema desértica. Também na porção de terra onde hoje está localizada a China e na época do Império Romano, os seguros, ou algo próximo a isso, eram operacionalizados por meio de associações com o objetivo de ressarcimento de prejuízos de seus membros (Larramendi et. al, 1997). Na China antiga, os comerciantes já reduziam os riscos nas operações com base em um princípio bem simples, o de não colocar todos os ovos dentro de uma mesma cesta. É claro que eles não viajavam com cestas e sim com carregamentos que completavam o espaço de cargas de um navio inteiro. Para evitar o problema de um navio afundar e todas as mercadorias serem perdidas, eles se juntaram entre si e passaram a distribuir de maneira igualitária e proporcional não somente os riscos, mas também as mercadorias a serem transportadas. No vídeo disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=QuuwYAriO uU> fica mais clara essa forma de ajuda que os grandes navegadores utilizavam 4 de maneira constante para diminuir as perdas associadas aos eventos que eles não conseguiam gerenciar. E isso acontecia não apenas com embarcações chinesas, mas também com as embarcações árabes e com os camelos, os quais levavam uma parte dos bens de cada dono e não tudo. Caso ocorresse algo inesperado com um camelo, as perdas seriam bem menores. Logo após o Renascimento veio um período em que era maior a quantidade de negociação de mercadorias, algo que era denominado Mercantilismo. Naquele momento da história da humanidade, o gerenciamento de riscos ganhou mais importância ainda. Naquela época, o que havia era uma forma de seguro diferente da que temos hoje em dia, mas que era bem viável para os navegadores. Vamos ver como ela funcionava. Em uma grande viagem, se ocorresse sucesso no transporte, o equivalente ao segurador da época cobrava um valor do comerciante que realizou a viagem caso ele chegasse ao seu destino ileso, algo como o prêmio do seguro, conforme temos atualmente. Caso ocorresse algum fato inesperado e o navegador perdesse todo o seu produto durante o transporte, esse segurador pagaria todo o valor da carga, a qual já havia sido avaliada antes da embarcação zarpar. Nessa época, o seguro era operacionalizado por pessoas e não por empresas, e era comum a desconfiança por parte dos contratadores em relação a um eventual acionamento em caso de acidente, o que temos hoje como sinistro. A coisa foi evoluindo em forma e estrutura, e no ano de 1347, em Gênova, na Itália, há o registro da confecção do primeiro contrato de seguro do mundo, com diversas cláusulas que isentavam as empresas seguradoras do pagamento em caso de sinistros. Consequentemente, em 1385 e 1397 as primeiras apólices foram firmadas, respectivamente em Pisa e em Florença, ambas cidades italianas. Até que chegou a Revolução Industrial e o seguro se tornou algo tão comum que era peça quase obrigatória na formação de uma nova indústria. Desde aquela época até os dias de hoje, os processos produtivos e de distribuição têm potencial de gerar prejuízos enormes em eventualidades negativas como sinistros. Por essa razão, a atividade de uma empresa seguradora acaba por se tornar uma atividade de cunho social, pois garante a continuidade das atividades dentro de uma região qualquer. 5 1.2 A história do seguro em Portugal Considerando que o Brasil é uma ex-colônia portuguesa, não só nossos costumes como sociedade, mas também nossa herança comercial e de práticas mercantilistas é devida aos nossos descobridores. Por essa razão foi separado um tópico para que possamos ver como se estruturou o seguro em Portugal e, consequentemente, o que nós acabamos por adotar aqui. Inicialmente, no ano de 1293, o Rei D. Diniz de Portugal estabeleceu que os seguros deveriam ser exclusivamente destinados às atividades marítimas. Afinal de contas, Portugal era uma nação conquistadora, e tais conquistas eram predominantemente obtidas por vias marítimas. Então podemos imaginar que não somente as grandes descobertas, mas também prejuízos gigantescos derivavam das operações marítimas portuguesas. É de lá que vem o termo prêmio para os seguros, pois os mercadores pagavam quantias sobre as embarcações, as quais estavam vinculadas àsoperações futuras planejadas para cada uma delas. No ano de 1370, foram criadas as bolsas do Porto e de Lisboa por D. Fernando I, que determinou o pagamento de dois por cento sobre o valor das embarcações. Mas foi apenas em 1529 que o cargo de escrivão de seguros foi criado. Menos de três décadas depois, em 1552, foi criado um dos mais antigos tratados de seguros de toda a história, que é o Livro de Pedro de Santarém. Saiba mais Há mais informações sobre Pedro de Santarém em: <http://santaremhistorico.blogspot.com.br/2009/11/pedro-de-santarem.html>. Em 1578 foi criada a atividade do profissional responsável pela regulação dos seguros, que era o corretor de seguros. Ele tinha uma remuneração prevista de cinco vezes a do escrivão de seguros, e os seguros, a partir de então, só seriam considerados válidos se passassem pelas mãos de um corretor. Mas foi apenas em 1791 que as companhias privadas de seguros puderam operar em Portugal, por meio da criação da Casa de Seguros de Lisboa, criando o Alvará Régio naquele ano. Com isso, surgiu quase que automaticamente a primeira companhia portuguesa de seguros, denominada Companhia Permanente de Seguros. 6 Na sequência dos anos, muitas empresas foram criadas, algumas delas tendo atividades até os dias atuais, mas com outras denominações. Tais alterações ocorreram em decorrência de fusões e aquisições entre empresas, mas a base das operações continuou a mesma. Os seguros foram basicamente os seguros de incêndio e os terrestres, chegando aos seguros de vida, sem negociação prévia. A Revolução dos Cravos, período em que ocorreu a nacionalização das empresas privadas, foi sucedida pela volta das empresas às mãos privadas, e em 1982 foi criada a Associação Portuguesa de Seguradores. Atualmente há um sem-número de empresas e serviços oferecidos concernentes a seguros, todos seguindo a tendência mundial de coberturas e obrigações para os segurados. 1.3 A história do seguro no Brasil Seguindo os passos dos colonizadores, no Brasil o seguro apenas se desenvolveu após a vinda da Família Real Portuguesa e da consequente abertura dos portos, o que apenas ocorreu no ano de 1808. O seguro marítimo foi o primeiro a ser oferecido, naturalmente, e a companhia seguradora pioneira no Brasil foi a Companhia de Seguros Boa-Fé, também criada em 1808. O Banco do Brasil foi criado nesse mesmo ano, e embora hoje trabalhe com seguros e possua uma empresa que oferece exclusivamente este tipo de serviço, foi criado com o propósito de servir de suporte para a sede da Coroa Portuguesa, que se instalou em terras brasileiras. Saiba mais Quer saber mais sobre a história do Banco do Brasil desde a criação até os dias de hoje? Então acesse <http://www.bb.com.br/portalbb/page22,3669,36 69,22,0,1,8.bb?codigoNoticia=29857> e navegue pelos mais de 200 anos de história do banco. As leis portuguesas regularam a atividade securitária em território brasileiro até o ano de 1850, quando entrou em vigor o Código Comercial Brasileiro. Esse Código foi o responsável por profundos e mais elaborados estudos em termos de seguro marítimo. Os seguros terrestres também passaram a ser comercializados depois da entrada em vigor do Código e, embora proibido, o seguro de vida passou a ser comercializado em 1855. O mercado tinha tanta representatividade que, a partir 7 de 1862, algumas empresas estrangeiras começaram a operar em território brasileiro por meio da instalação de filiais. Um problema que começou a ocorrer é que essas empresas, ao recolherem dos clientes os valores relativos aos prêmios, enviavam-nos para as matrizes em países estrangeiros. Isso provocava uma verdadeira fuga de divisas, e em 1895 um dispositivo legal, a Lei n. 294, foi constituído, obrigando as empresas a reinvestirem o capital obtido no Brasil para fazer frente aos riscos assumidos por elas dentro do próprio país. Isso fez com que algumas empresas saíssem do mercado nacional, descontentes com o cenário legal instituído. Desde o século XIX o Brasil vem evoluindo muito em termos de legislação e práticas comerciais relativas aos seguros, e várias seguradoras estrangeiras já voltaram para território nacional. Atualmente as operações de seguro são fiscalizadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), fundada em 1966. TEMA 2 – LEGISLAÇÃO DE SEGUROS Há várias legislações diferentes que versam sobre o seguro, impondo normas ou simplesmente detalhando o que pode ou o que não pode ser feito em termos securitários. Essa normatização possui uma hierarquização formal muito bem constituída, começando pela Constituição Federal e terminando nas leis ordinárias, passando pelas leis complementares e pelo próprio Novo Código Civil. Vamos ver essas legislações com mais detalhes a partir de agora. 2.1 A Constituição Federal Não apenas no que concerne aos seguros, mas a qualquer ponto relativo à nossa vida cotidiana, a Constituição Federal é a lei maior. Significa dizer que não há dispositivo legal que possa se sobrepor à Constituição. Vejamos a seguinte situação: imaginemos que um município ou um estado brasileiro queira implantar um novo seguro-desemprego, talvez mais completo e abrangente do que o oferecido pelo Governo Federal. Como todas as prerrogativas do seguro-desemprego estão evidenciadas na nossa Constituição Federal, não há legislação que, direta ou indiretamente, possa alterá-la, sob o risco de se tornarem nulas antes mesmo de entrarem em vigor. 8 Outro exemplo, fugindo da parte securitária, para enfatizar o poder que a Constituição Federal possui nas nossas vidas está relacionado à segurança. Imagine que um governador ou um prefeito mais liberal resolva liberar o porte de armas a qualquer cidadão que resida em determinado estado ou cidade do Brasil. Ele simplesmente não poderá emitir dita lei, pois a Constituição Federal expressamente determina que é ela mesma quem define os critérios relativos à armamento e desarmamento no país. Portanto, ela pode, no máximo, delegar a autoridade para outros dispositivos legais, como leis ordinárias, lei complementares, decretos ou equivalentes. Mas se qualquer um desses dispositivos passar por cima de algum ditame constitucional, automaticamente perde a validade jurídica. Saiba mais Quer ficar por dentro de alguns aspectos adicionais sobre a Constituição Federal vigente no Brasil? Então acesse <https://www.youtube.com/watch?v=m5U2FgB5xzA> e aprenda mais. 2.2 Legislação básica de seguros A despeito da possibilidade de se comercializar o seguro de vida em terras nacionais, uma das primeiras legislações específicas sobre o tema é o Decreto- Lei n. 5.384, de 1943. Após essa regulamentação específica, promulgada durante a Segunda Guerra Mundial, apenas no ano de 1964 é que a profissão de corretor de seguros foi regulamentada, também por uma legislação específica, a Lei n. 4.594 daquele ano. Dois anos depois, em 1966, foi criado o Sistema Nacional de Seguros Privados, o qual regulava todas as operações de seguros em território nacional. No ano seguinte, o Decreto-Lei n. 261 dispunha sobre as sociedades de capitalização, que é uma operação muito comum no Brasil e que, embora formalmente não seja uma operação de seguro, assemelha-se muito a uma, pois normalmente assegura uma parcela de capital durante determinado período. Vários dispositivos legais durante esses anos apenas tratavam de regulamentar, corrigir ou extinguir outros dispositivos legais mais antigos, e a legislação pouco evoluiu em termos práticos. Apenas em 1968 foi que a Lei n. 5.488 incluiu a correção monetária nos casos de liquidação dos sinistroscobertos exclusivamente por contratos de seguros. 9 Fora isso, nada andou muito ou teve alteração significativa até quase o meio da década de 1970, quando, em 1974, entrou em vigor a Lei n. 6.194, já no final do ano, quase em 1975, estabelecendo o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não. À época, esse seguro, obrigatório como o próprio nome dizia, alterou toda a dinâmica de funcionamento securitário no Brasil, pois obrigava todos os veículos a possuírem a cobertura, mesmo que não fosse vontade expressa do proprietário. Para entender como funciona melhor essa lei, em vigor até hoje, você pode acompanhar o desempenho do DPVAT, que é o seguro veicular obrigatório vigente no nosso país acessando <https://www.seguradoralider.com.br/Centro-de-Dados-e- Estatisticas/Desempenho-DPVAT> (acesso em: 12 jul. 2018). Novamente vivemos mais uma década meio apagada em termos de criação de legislações específicas para os seguros, e apenas em 1984 é que entrou em vigor a Lei n. 7.278, alterando alguns dispositivos previamente postos em vigor quando da regulamentação da profissão de corretor de seguros, a qual havia ocorrido duas décadas antes, em 1964. Outra importante lei que entrou em vigor em 1989 e que trata de seguros é a Lei n. 7.944, que instituiu a Taxa de Fiscalização dos mercados de Seguro, de Capitalização e da Previdência Privada Aberta. Este último ponto, inclusive, era pouquíssimo utilizado pela população em geral, que contava com os serviços da seguridade social para garantir a aposentadoria ao final da vida laboral. Hoje em dia é muito comum encontrarmos pessoas que já optam por não serem mais dependentes do seguro social, buscando formas alternativas de acumulação de capital para garantir tranquilidade financeira na aposentadoria, mas isso não é um assunto específico de legislação de seguros. Portanto, sigamos com nossa revisão das leis. De qualquer forma, verificando o aumento que ocorreu por serviços ligados à previdência privada (que na prática é uma espécie de seguro), o governo publicou em 1998 o Regimento Interno do Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização por meio do Decreto n. 2.824 daquele ano. Já no novo milênio, o Novo Código Civil estabeleceu em capítulo específico algumas regulamentações para os contratos de seguro. Do art. 757 10 até o art. 802 há uma série de especificidades acerca dos contratos de seguro, as quais devem ser seguidas tanto pelas empresas ofertantes dos serviços quanto pelos clientes, os segurados. TEMA 3 – CONTRATOS DE SEGURO Os contratos de seguro são instrumentos muito utilizados durante toda a nossa vida, mas dificilmente eles são obrigatórios. No Brasil não são muitos os seguros obrigatórios, como o de veículos e a seguridade social. Independentemente das modalidades de seguros, todas apresentam as mesmas características gerais, que norteiam a análise tanto da empresa seguradora como dos segurados. É exatamente isso que veremos neste tópico: as características gerais dos contratos de seguro. 3.1 Características dos contratos de seguro O contrato de seguro é o instrumento formal que faz com que o segurador se obrigue a garantir os direitos legítimos do segurado evidenciados em apólice, riscos estes previamente determinados, desde que tenha sido acordado o pagamento do prêmio respectivo. No Brasil, para que um seguro possa ser comercializado, é necessário que uma entidade seja formalmente constituída para tal fim e que seja legalmente autorizada para comercializar contratos de seguro. Saiba mais Você conhece as características dos contratos de seguros e como você pode resolver problemas que podem ocorrer em decorrência deles? O vídeo disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=mrdsGKTB1FQ> explica detalhadamente tal situação. Voltando às características dos contratos de seguros, quais são os itens mais comumente encontrados em um contrato celebrado no Brasil? Vamos começar a ver essas características agora. A primeira coisa que um contrato de seguro deve ter é a comprovação do pagamento do prêmio, que pode ser feita com a exibição da apólice ou do bilhete de seguro ou por qualquer instrumento que comprove o respectivo pagamento do prêmio ao segurador. 11 Os riscos e os interesses a serem garantidos para os segurados precedem a proposta de seguro propriamente dita, pois devem inicialmente ser definidos os pontos e itens a serem cobertos e, na sequência, é feita a avaliação de risco. Vamos pensar em uma situação em que o segurado quer que o seu veículo fique segurado. Ele procurará uma seguradora com os detalhes do veículo, itens opcionais e eventuais coberturas adicionais, como para-brisa ou outros itens que normalmente não são cobertos. É um procedimento normal a seguradora querer os dados pessoais do futuro segurado para identificar os riscos a serem cobertos. A idade, por exemplo, pode indicar estatisticamente a probabilidade do envolvimento em acidentes. Já os endereços residencial e comercial indicam possibilidades de roubos e furtos, de acordo com os índices oficiais divulgados. De qualquer forma, o objetivo é deixar o preço do prêmio o mais justo possível para ambas as partes: o segurador e o segurado. A nulidade do contrato é uma característica muito importante para os acordos de seguro celebrados. Nessa parte do contrato serão definidas as situações em que a garantia oferecida ao segurado deixará de existir, normalmente proveniente de um ato doloso do segurado, de um beneficiário dele ou de um representante legal de qualquer um dos dois. Por exemplo, ainda considerando o seguro de veículos, caso um segurado tenha buscado os serviços de uma seguradora para garantir cobertura no caso de roubo ou furto e for comprovado que ele abandonou o veículo em local ermo para que este fosse roubado, está atestada a má-fé e o dolo por parte do segurado. Essa situação pode fazer com que o segurador declare o contrato como nulo, pois estava expressamente definido que qualquer ação dolosa por parte do segurado teria como consequência a nulidade contratual. Outra característica, embora pareça óbvia, é que apenas terão direito de indenização os segurados que estiverem adimplentes com os respectivos pagamentos. Pode ser que haja parcelas vincendas, ou seja, que ainda não venceram, mas o que não pode ocorrer é a existência parcelas já estejam vencidas e não pagas. Nessas situações o segurado não terá direito à indenização. 12 Partindo-se do pressuposto de que todos os lados agem de boa-fé, não é permitida a declaração inexata ou a omissão de dados que possam influenciar a empresa seguradora na tarefa de aceitar ou não os riscos e definir o preço do prêmio a ser pago. Vamos ver um exemplo? Imagine que o seguro de veículo prevê uma análise do perfil do futuro segurado. São perguntas simples, mas que englobam a rotina da pessoa. Se for perguntado se utiliza o veículo para realizar trabalhos como motorista, vendedor ou similar e a resposta for não, caso haja um sinistro durante o transporte de passageiros ou em deslocamento entre um cliente e outro, a seguradora pode se recusar legalmente a pagar a indenização com base no fato de ter havido omissão de fatos ou inexatidão nas informações prestadas no momento da formalização do contrato e da emissão da apólice. Não é apenas a empresa seguradora que possui obrigações em um contrato de seguros. O segurado também possui diversas obrigações, e entreelas está a de comunicar à empresa seguradora, no primeiro momento em que tiver conhecimento, quaisquer eventos que possam influenciar de alguma forma os riscos originalmente cobertos. Caso o segurado não comunique de maneira imediata e seja constatada má-fé por parte dele pela empresa seguradora, ele pode até mesmo perder o direito à garantia oferecida na apólice decorrente de eventos fortuitos. Exemplificando: se uma residência possui uma janela com problemas na tranca e o proprietário do imóvel não faz nada, mesmo sabendo que há o problema, se for comprovado pela seguradora a omissão do proprietário, no caso de um evento como um assalto ou um furto, nada será ressarcido pela empresa seguradora, pois o segurado não cumpriu com suas obrigações contratuais. A agravação de risco e a diminuição de risco são situações muito comuns, mas que não possuem o mesmo tratamento legal em se tratando de contratos de seguros. Vejamos a primeira situação: quando foi firmado um contrato de seguro de veículo, o proprietário declarou, verdadeiramente, que o carro possuía alarme antifurto. No entanto, devido a uma pane elétrica o alarme deixou de funcionar, não realizando o segurado a comunicação da agravação de risco à seguradora. Essa ocorrência deixou o veículo mais vulnerável ao risco de furto, já que não possuía qualquer dispositivo para evitar que isso ocorresse. Além disso, quando definiu o valor do prêmio, a seguradora considerou que o dispositivo 13 antifurto estaria disponível durante toda a vigência da apólice, funcionando no veículo. Dependendo do que seja o agravador do risco, a seguradora tem o direito de encerrar o contrato 15 dias após o recebimento da informação, comunicando o segurado diretamente. No entanto, tal encerramento contratual apenas será efetivo 30 dias após feita tal notificação, e os valores eventualmente pagos e não utilizados pelo segurado devem ser devolvidos pela seguradora. Se ocorrer o oposto, ou seja, houver uma diminuição do risco, que seria a situação inversa – por exemplo, um veículo que não possuía qualquer dispositivo antifurto e agora o possui –, isso não trará qualquer benefício obrigatório para o segurado e nenhuma obrigação para a seguradora. Só que, nesse caso, nada impede o segurado de solicitar uma revisão do prêmio pago e, em último caso, o encerramento do contrato se assim julgar justo. Quando ocorre um sinistro, o segurado deve comunicar imediatamente à seguradora e, a partir desse momento, todas as despesas de salvamento, desde o sinistro até o encerramento do contrato, devem correr por conta da empresa seguradora. Outro ponto que merece destaque é que, embora estejamos em níveis relativamente controlados de inflação, é obrigação do segurador efetuar a correção monetária dos valores devidos de indenização aos segurados, desde o momento do sinistro ocorrido até o efetivo pagamento. Há situações em que o segurador pode identificar um risco inexistente, o que o obrigaria a notificar ao futuro segurado sobre tal situação. Caso isso ocorra e o segurador ainda assim emitir a apólice, deverá pagar o valor estipulado como prêmio em dobro ao segurado. A título de exemplo, vamos verificar uma situação que é bem comum no Brasil. Você vai viajar e precisa fazer um seguro para cobrir os gastos com a sua viagem. Só que, ao comprar as passagens, você não se deu conta de que já havia um seguro de acidentes pessoais embutido no ticket emitido pela companhia aérea. Dessa forma, quando procurar uma seguradora, você levará os tickets emitidos para comprovar a sua viagem e solicitará uma cotação de seguro. Se a seguradora o emitir mesmo sabendo que você não necessita dele, há a situação de risco inexistente e a emissão da apólice sem necessidade e com ocorrência de má-fé por parte da seguradora. 14 A renovação do contrato de seguro pode ocorrer de maneira tácita, ou seja, automaticamente se estiver expressa no contrato de seguro, mas não poderá ocorrer mais de uma vez, devendo ser realizado novo procedimento de análise de riscos e, se for o caso, do perfil do segurado ou dos segurados. Normalmente a forma de pagamento mais utilizada pelas seguradoras é em dinheiro pelo valor equivalente à coisa segurada. Mas podem ocorrer situações em que seja convencionado em contrato o pagamento na forma de reposição da coisa ora segurada, dependendo da concordância expressa do segurado no momento da assinatura do contrato de seguro. Em termos gerais, essas são as características comuns a todos os contratos de seguros. É claro que, a depender do que esteja segurado, um contrato de seguro pode ter mais detalhes e minúcias, mas nunca fugirá do que foi visto neste tópico. TEMA 4 – ESTRUTURA DO MERCADO SEGURADOR É muito importante que nós conheçamos a estrutura do mercado de seguros no Brasil. Até mesmo para saber aonde ir quando necessitamos de alguma informação mais específica é fundamental este conhecimento. Saber, por exemplo, que os seguros de saúde possuem uma regulamentação totalmente diferente de todos os outros seguros é algo que deve ser uma preocupação para quem pretende ingressar nesse mercado tão concorrido e aquecido quanto o de seguros. Afinal de contas, você conhece alguém que nunca tenha utilizado os serviços de um seguro, seja ele de qualquer natureza? Bem difícil, não é mesmo? Então vamos ver a partir de agora como está estruturado esse mercado no Brasil. 4.1 Sistema Nacional de Seguros Privados O Sistema Nacional de Seguros Privados foi criado por consequência de um instrumento legal, o Decreto-Lei n. 73, de 1966, que no decorrer dos anos foi sofrendo alterações de leis posteriores e possui atualmente os seguintes órgãos: Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e resseguradores. 15 A SUSEP, por ser um dos mais importantes órgãos relacionados aos seguros no Brasil, merece destaque no nosso material. No vídeo <https://www.youtube.com/watch?v=B1kiZoxeOKM> (acesso em: 12 jul. 2018) apresenta-se a comemoração do cinquentenário dessa instituição, servindo de ferramenta para vocês aprenderem mais um pouquinho sobre essa instituição. A nossa explicação mais detalhada vai se iniciar com o CNSP, que hierarquicamente é o órgão supremo do setor de seguros no Brasil. Esse órgão tem o poder regulatório e, consequentemente, pode ditar as regras e definir as políticas gerais de seguros e resseguros no Brasil. Também pode exercer a regulação na criação, na organização, na inspeção e no funcionamento tanto das seguradoras quanto dos corretores de seguros. Com relação aos seguros privados no Brasil, é responsabilidade do CNSP a fixação de diretrizes e normas de seguros. Tem como presidente o Ministro da Fazenda e contém representantes de diversos setores governamentais, entre eles o Superintendente da SUSEP, membros dos Ministérios da Justiça e da Previdência e Assistência Social, além de integrantes da Comissão de Valores Mobiliários e do Banco Central do Brasil (SUSEP, 2018). A SUSEP é uma autarquia de nível federal e apenas não fiscaliza nem regula os seguros de saúde, fiscalizando também os mercados de previdência privada e de capitalização. O CNSP estabelece as políticas regulatórias e a SUSEP as põe em prática. Trocando em miúdos, é como se o CNSP fosse o chefe de um departamento e a SUSEP fosse a funcionária, colocando em prática tudo o que tenha sido definido previamente pelo chefe. Entre essas tarefas está a supervisão de toda a parte operacional das seguradoras, desde sua constituição, passando pelos possíveis arranjos constitutivos que possam ocorrer, chegandoà definição de limites operacionais praticados por elas. O terceiro componente do sistema são as resseguradoras, que possuem um papel importantíssimo no mercado de seguros, pois faz com que grandes apólices mantenham viabilidade, mesmo considerando a possibilidade de ocorrência de um sinistro com proporções gigantescas. Vamos imaginar uma empresa que trabalhe com mineração. Ela terá projetos muito grandes de exploração dos terrenos, e é certo que terá apólices vigentes para garantir a sobrevida das atividades operacionais. E se ocorrer algum sinistro e ela precisar acionar o seguro? É nesse momento que o 16 resseguro entra, garantindo que as seguradoras não quebrem por causa de eventos maiores. É uma diluição de uma apólice entre diversas seguradoras. É como se fosse o seguro das seguradoras. 4.2 Seguros, previdência complementar e capitalização Compondo este item estão o IRB Brasil Resseguros, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a Escola Nacional de Seguros. O primeiro é uma sociedade de economia mista, sendo o controle exercido o estatal. Até o ano de 2007 foi o único ressegurador atuante no país. Desde 1996 tal monopólio já havia sido revogado pela Emenda Constitucional n. 13, mas apenas com a Lei Complementar n. 126, de 2007, é que o mercado efetivamente foi aberto. A ANS também é uma autarquia e foi criada por lei em 2000, sendo vinculada ao Ministério da Saúde. A finalidade da ANS é bem clara, que é a promoção da defesa dos interesses públicos na assistência suplementar à saúde. Portanto, todos os seguros de saúde no país são regulamentados e fiscalizados por este órgão. O último organismo da estrutura do mercado segurador é a Escola Nacional de Seguros, criada em 1971 para espalhar o ensino, a pesquisa e o conhecimento de seguros de forma mais ampla em todo o território nacional. Possui convênios com instituições de dentro e de fora do Brasil, atuando fortemente também na educação continuada, responsável pelo alto nível de conhecimento dos profissionais de seguro no nosso país. Desde 2005 oferece no Rio de Janeiro um curso superior com ênfase em seguros e em previdência, atestando seu alto nível de comprometimento com a profissão. Com sede no Rio de Janeiro, possui outras unidades regionais espalhadas pelo Brasil, todas comprometidas com o mesmo propósito da sede, que é a difusão do conhecimento no setor de seguros. TEMA 5 – SEGURO DE PESSOAS Os seguros de pessoas são muito requisitados não somente por profissionais, mas por aqueles que querem que suas famílias fiquem resguardadas caso ocorra um infortúnio e a pessoa venha a faltar. Mas um seguro de pessoas não serve apenas para cobertura em caso de morte. Há desde os seguros que cobrem a atividade profissional por uma doença 17 temporária até aqueles que cobrem uma invalidez total e permanente. Há também os que são comercializados em conjunto, mas como se fossem um só, pois já se identificou que as pessoas sempre os contratam como se fossem um só. Vamos identificar essas modalidades a partir de agora. 5.1 Formas de cobertura Há duas formas diferentes para se contratar um seguro de pessoas: com cobertura de risco e com cobertura por sobrevivência. A primeira delas é a que veremos agora. As coberturas de risco são muito comuns e contam com grande quantidade de ocorrências e características. Por exemplo, pode-se contratar um seguro para cobertura de acidentes pessoais, invalidez temporária ou permanente, sendo ainda total ou parcial, coberturas por incapacidade laboral temporária, cobertura de doenças graves, da perda de renda, cobertura de despesas médicas e odontológicas, dentre mais uma ampla quantidade de possibilidades de contratação, desde que esteja associado o contrato de seguro a um risco de ocorrência de algo. Algumas necessidades são tão comuns que já estimularam as empresas seguradoras a formarem pacotes de seguros, pois foi identificada a necessidade conjunta de transferência de riscos. Os financiamentos imobiliários, por exemplo, são oferecidos com um seguro prestamista e com um seguro residencial. Esses dois tipos de seguro são vendidos como se fossem um só, ganhando uma identidade única e sendo caracterizados praticamente como uma única operação. Saiba mais Veja neste vídeo – <https://www.youtube.com/watch?v=d4iZPRMXFAs> mais sobre o seguro prestamista. No caso da cobertura por sobrevivência, os objetivos são a compensação de algo que não está completo na vida do segurado, por exemplo, para complementar a renda da aposentadoria ou para o custeio da educação dos filhos. Nesse caso, o responsável pela formação do capital que será utilizado é o próprio segurado, no que se chama de regime de capitalização. 18 Além de formarem o capital, esses recursos são associados a apólices de seguro, oferecendo segurança adicional aos segurados que, enquanto se capitalizam, mantêm-se segurados. A previdência privada é uma das formas mais buscadas ultimamente, pois o hábito de economizar para complementar a renda no futuro traz benefícios financeiros diretos, dado que diminui a dependência do seguro social, mas também gera benefícios indiretos como os seguros oferecidos em conjunto com esses planos. 5.2 Formas de contratação Em se tratando de seguros de pessoas, a contratação pode ser realizada de maneira individual ou coletiva. Se for contratado na modalidade individual, esses seguros recebem contribuições exclusivamente do contratante. Quando um seguro é coletivo, ou seja, contratado por uma empresa para várias pessoas, essa empresa também pode capitalizá-lo, ou seja, incluir recursos em sua estrutura. Nesse caso, será a empresa que estipulará quem será o beneficiário e as condições para a retirada dos recursos por parte dos segurados. Para os casos de um seguro ser criado para garantir uma dívida, no momento do falecimento do segurado, por exemplo, a dívida deixará de existir, pois o seguro será acionado para quitá-la. Se houver algum saldo remanescente, ele deverá ser encaminhado aos herdeiros do segurado. Vejamos um exemplo: foi contratado um seguro para cobrir um financiamento realizado pelo chefe de determinada família. No momento da contratação, o seguro previa o pagamento total do financiamento, que estava em torno de R$ 150 mil. Passados alguns anos, a dívida foi diminuindo conforme o chefe dessa família ia pagando, e o valor a ser coberto foi sendo corrigido por índices oficiais. No momento do falecimento do chefe da família, a dívida estava em torno de R$ 70 mil, e o seguro cobria o total de R$ 180 mil. Sendo assim, a cobertura serviu prioritariamente para a quitação da dívida a que estava atrelada, e a diferença, que era de R$ 110 mil, deverá ser encaminhada para os herdeiros do segurado. 19 Saiba mais Esta matéria mostra qual a melhor forma de contratar um seguro, considerando todas as variáveis possíveis que incidem nesse momento. Acesse <http://www.jornalahora.com.br/2017/07/31/qual-a-melhor-forma-de-contratar- um-seguro/>. TROCANDO IDEIAS O que estimularia você a contratar um seguro? E o que faria você pensar duas vezes antes de contratar um? Itens como custo, riscos e os benefícios certamente serão considerados no momento da tomada de decisão entre a contratação ou não de um seguro. Poste no fórum um comentário citando um bem comum na vida dos brasileiros e as razões que fariam você procurar ou não procurar os serviços de uma seguradora, justificando de maneira clara sua decisão pela contratação ou não. NA PRÁTICA Você é funcionário de uma empresa seguradora e foi destacadopara realizar uma diligência em determinado bairro para verificar se os segurados ativos de fato deixam os veículos dormir nos endereços indicados. Por ser um bairro de classe alta, os índices de roubo são baixos, o que faz com que a seguradora cobre menos dos segurados. No entanto, houve denúncias anônimas de que segurados estariam forjando comprovantes de endereço para pagar menos pelos seguros, além de frequentarem faculdades e utilizarem os veículos com ferramenta de trabalho. Você tem duas semanas para realizar esta diligência juntamente com sua equipe de mais três pessoas. O que você e seus colegas de trabalho devem levar em consideração? Quais são as consequências possíveis do trabalho de vocês? Passos para resolução do problema Na identificação do que deve ser feito, você e sua equipe devem verificar os endereços informados como residenciais, comerciais e acadêmicos dos clientes a serem investigados. Após isso feito, deve ser conferido o perfil de cada 20 um: quem estuda deve ter informado que estuda, quem usa apenas para se deslocar até o trabalho deve realizar esse trajeto de maneira predominante etc. Se possível, entre em contato com o Departamento de Trânsito para solicitar o endereço em que os veículos estão registrados. Caso isso não seja possível, sua equipe deve dividir os veículos que receberam as denúncias para averiguar. No texto é apresentado o ponto em que, se houver omissão ou inexatidão por parte do segurado, a seguradora perde a obrigação de cobrir os prejuízos eventuais decorrentes de um sinistro. Essa é a chave para a resolução da situação-problema. Resolução do problema Você e sua equipe devem sair em busca das informações junto a órgãos oficiais ou de maneira independente. O objetivo é averiguar se houve inexatidão ou omissão por parte dos segurados em relação aos riscos que supostamente eles correm e ao perfil apresentado à seguradora. No caso de ser constatada tal situação, a seguradora pode produzir as provas que suportem a não cobertura por falta do segurado, deixando de indenizá-los na eventualidade de ocorrência de um sinistro. FINALIZANDO Os seguros são ferramentas tão presentes no nosso dia a dia quanto tomar um transporte público ou assistir a um telejornal. No entanto, é preciso conhecer suas origens, seus meandros legais e sua evolução histórica para saber os passos que esta área deu desde a sua origem até os dias atuais. Adicionalmente, é necessário que se saiba quais são os órgãos governamentais ou não que regulam a atividade securitária, definindo regras que devem ser seguidas tanto por seguradoras quanto por segurados. A exatidão de informações e a boa-fé são pressupostos básicos para que a relação entre seguradora e segurado seja a melhor possível, não importando se sinistros ocorram ou não. 21 REFERÊNCIAS AZEVEDO, G. H. W. de. Seguros, matemática atuarial e financeira. São Paulo: Saraiva, 2008. GOLDBERG, I. Direito de seguro e resseguro. Rio de Janeiro: Forense, 2012. (Série FGV Direito Rio) POLIDO, W. Contrato de seguro: novos paradigmas. São Paulo: Roncarati, 2010. SUSEP – Superintendência de Seguros Privados. Apresentação. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/apresentacao>. Acesso em: 12 jul. 2018.
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