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Microeconomia

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MICROECONOMIA: NOÇÕES BÁSICAS E ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
Joelson Gonçalves de Carvalho1 
Sebastião Ferreira da Cunha2 
Wagner de Souza Leite Molina3 
 
Introdução ao Estudo da Microeconomia 
 
Como o próprio termo sugere, a microeconomia diz respeito a todos os 
fenômenos que ocorrem na escala dos agentes econômicos: os indivíduos, as famílias, os 
empreendimentos produtivos (dos quais estes participam) e se há interesse em 
compreender os agentes econômicos, deve-se dar atenção também aos ambientes de 
comercialização por eles frequentados, a relação existente entre os próprios bens 
econômicos a serem acessados, ou mesmo o modo pelo qual diferentes ramos de 
atividades econômicas podem estar estruturados. 
Cada uma destas coisas merece uma atenção especial da microeconomia, mas 
todas elas estão inter-relacionadas. Assim, muitas vezes a observação cotidiana pode 
extrapolar as fronteiras deste ou daquele assunto que nos livros são tratados em partes 
distintas – e quando se percebe isto, provavelmente já se entende um bocado de economia! 
Como não dá para entender tudo ao mesmo tempo, a separação entre temas se faz 
necessária – mas isso é apenas uma estratégia didática. Na prática, tudo está junto 
(inclusive a micro e a macroeconomia...). É também em nome da didática que as questões 
microeconômicas serão aqui abordadas a partir de situações corriqueiras, pois é no 
cotidiano e a partir decisões tomadas por pessoas comuns que as grandes tendências 
econômicas têm início. 
 
Oferta, Demanda e Equilíbrio de Mercado 
 
Demanda 
 O conceito de demanda é simples: demanda é o ato de procurar um produto (bens 
econômicos) no mercado. Todos os produtos têm diversas variáveis que o consumidor 
leva em consideração ao decidir procurá-los no mercado. Contudo, dada a restrição 
 
1 Professores de Economia do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar. 
2 Professores de Economia do Departamento de Ciências Econômicas e Exatas da UFRRJ. 
3 Professores de Economia do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar. 
orçamentária que, em maior ou menor grau, é compartilhada pela grande maioria das 
pessoas, o preço a ser pago pelos produtos é a variável fundamental, comum a qualquer 
produto demandado. Sendo assim, pode-se considerar que: i) a demanda de arroz se dá 
em função do preço, qualidade, marca, tipo, etc; ii) a demanda de cerveja se dá em função 
do preço, marca, temperatura, local, entre outros e, entre outros exemplos possíveis, iii) 
a demanda de perfume se dá em função do preço, cheiro, e marca, entre outros. 
 A partir da condição coeteris paribus, ou seja, tomando como constantes todas as 
demais variáveis que interferem na demanda de um produto, a demanda pode ser definida 
em função do preço de o bem em questão, uma vez que ela é a única que interfere na 
demanda de todos os bens. E tendo como base a renda rígida dos consumidores, fica claro 
que a curva de demanda é negativamente inclinada, demonstrando uma relação inversa 
entre preço e quantidade demandada. Em outras palavras: quanto maior os preços (do 
arroz, da cerveja, do perfume), menor a demanda pelos produtos, e vice-versa, conforme 
o gráfico abaixo. 
 
 
 
 A condição coeteris paribus é importante, pois ela significa que as outras variáveis 
que interferem na demanda são tomadas como constantes. Ou seja, não que não sejam 
importantes, mas são consideradas iguais para todos os produtos e, portanto, são deixadas 
para análises específicas. Assim, em síntese, a demanda de qualquer bem se dá em função 
de seu preço. Esquematicamente: 
 
𝐷 = 𝑓 (𝑃) 
 
 
 
 
Box 1 – Bens de Giffen: uma exceção à regra 
Os bens de Giffen são uma exceção à lei de demanda, pois, para estes bens, aumentos 
de preço geram um aumento na quantidade demandada, enquanto reduções de preço 
geram redução na quantidade demandada. Ou seja: a curva de demanda de um bem de 
Giffen terá inclinação positiva. O exemplo mais citado na literatura é o caso de batatas 
para as famílias pobres inglesas. Quanto mais as batatas subiam de preço, menos 
dinheiro as famílias tinham para comprar outros alimentos, por isso compravam mais 
batatas. Pode-se fazer uma análise inversa usando o exemplo de obras de arte que 
quanto mais caras, mais atraem o interesse por elas. Mas os bens de Giffen, na 
literatura, estão associados aos bens destinados mais ao consumo de baixa renda. 
 
Além do preço do próprio produto, outras variáveis – verificáveis para quase todos 
os produtos – costumam ser levadas em conta para explicar eventuais oscilações nas 
quantidades demandadas, principalmente quando estas ocorrem em situações em que o 
preço do próprio produto analisado não sofreu alterações, entre elas: i) os preços de outros 
produtos que se relacionem com o produto em questão, sejam eles produtos 
complementares ou substitutos ao bem demandado; ii) alteração na renda dos 
consumidores; iii) alterações nas taxas de juros e condições de financiamento ao consumo 
e, entre outras possibilidades, iv) mudanças de hábitos e gostos dos consumidores, ao 
longo do tempo. Dentre as variáveis destacadas acima, as três primeiras são bastante 
investigadas pela ciência econômica, enquanto a quarta costuma ser foco de análises de 
outras áreas do conhecimento, como o marketing ou mesmo a sociologia. 
 
Oferta 
 A oferta é o ato de colocar o produto à venda. De modo simples, a oferta não pode 
ser confundida com a produção e nem com a efetivação da venda. Obviamente é ofertado 
o que foi produzido com o intuito de vender, contudo, o simples fato de produzir não 
indica diretamente que o produto será ofertado como supunha a Lei dos Mercados de Say. 
Na análise da oferta supõem-se ainda que os preços são dados no mercado, ou seja, que a 
empresa trabalha com concorrência perfeita. Essa última afirmação não é trivial, uma vez 
que, ao senso comum, pode parecer que quanto menor o preço de um produto, mais a 
empresa deseja vender para compensar a redução de preços, todavia, se os preços são 
dados pelo mercado e não pela empresa, quanto maiores os preços de mercado do bem 
que a empresa produz mais ela coloca à venda, buscando maximizar sua lucratividade. 
Assim, existe uma relação diretamente proporcional entre o preço de mercado e a 
quantidade ofertada pelas empresas. 
Obviamente, muitos fatores interferem para que determinada empresa oferte mais 
ou menos uma quantidade dada de um produto, ou mesmo um outro bem qualquer, dentre 
elas, o clima, o nível tecnológico dado, o custo da força de trabalho e, especialmente, 
mudanças nos preços dos produtos complementares ou substitutos ao bem ofertado em 
questão. Entretanto, assim como na demanda, a oferta se dá, coeteris paribus, em função 
do preço do bem. 
 
𝑂 = 𝑓 (𝑃) 
 
A título de ilustração, se o preço da soja cai ao passo que o do milho sobe, os 
produtores vão querer plantar menos soja e mais milho, portanto, a quantidade de soja 
diminui enquanto a de milho sobe. A tendência é que os produtores de qualquer bem 
busquem produzir o que tem um maior no preço no mercado. Em sendo assim, a curva de 
oferta é positivamente inclinada, como pode ser visto abaixo: 
 
 
 
Mercado e equilíbrio do consumidor 
 O conceito de Mercado é, muitas vezes, apresentado de modo estereotipado pela 
mídia. É comum se ouvir falar “o mercado está nervoso”, “o mercado não reagiu bem”, 
entre tantas outras frases que acabam por mitificar um conceito tão simples. Mercado é o 
lócus de interação entre agentes que ofertam e demandam. Ou seja, sendo uma interação 
entre agentes, não é algo automático, autônomo, apartado de determinada realidade 
histórica
e sim uma construção social. Todavia, as visões mais conversadoras de mercado 
são as mais hegemônicas, visões essas que insistem na redução da concepção de mercado 
como um mecanismo que ajusta o consumo, a produção, fixa os preços e as quantidades 
e os recursos de uma economia, a partir do confronto de interesses entre compradores e 
vendedores de bens e serviços e, visto desta forma, a ideia de equilíbrio impera. 
 
 
 
 
O equilíbrio do consumidor é uma situação na qual o consumidor maximiza sua 
utilidade (satisfação) tendo como restrição um determinado nível de renda. Essa abstração 
acima indica um elevado grau de racionalidade do consumidor, em termos gerais, 
racionalidade essa que indica, por exemplo, impulsos, desejos, consumismo, influências 
midiáticas não têm nenhum efeito sobre eles. Muitas críticas foram feitas a este sistema 
de representação das escolhas do consumidor individual – e dos consumidores em seu 
conjunto – supondo que o padrão consumo de uma sociedade seja a somatória de escolhas 
individuais, a partir da extrapolação de uma racionalidade extrema à toda a sociedade. 
Assim, atualmente, pode se dizer que estas representações gráficas servem para 
ilustrar o seguinte: dada uma restrição no orçamento, sempre serão buscadas combinações 
de bens e serviços que possam proporcionar o máximo de satisfação. E uma vez feita a 
escolha, ela pode ser apresentada na forma de um gráfico. Para além disso, restam apenas 
suposições, dentre elas, a tendência inexorável ao equilíbrio de mercado, defendida pela 
economia neoclássica. 
 
 
 
Para qualquer preço superiora P0, a quantidade que os ofertantes desejariam 
vender é seria maior que a que os consumidores desejariam comprar. Em linguagem 
técnica, diz-se que existe um excesso de oferta. Quanto maior o preço, maior será o 
interesse em ofertar bens e serviços por parte das empresas. De outra parte, para qualquer 
preço inferior a P0 surgirá um excesso de demanda. Quanto menor o preço, maior será a 
demanda dos consumidores. 
As situações descritas acima ilustram o desequilíbrio. Mas em qualquer delas, a 
tendência é o retorno ao ponto de interseção entre oferta e demanda, ilustrado por E no 
gráfico acima, pois, no caso de excesso na demanda, os preços tendem a subir, 
impactando nas decisões dos empresários que buscaram produzir mais. De outro lado, em 
caso de excesso de oferta os preços tendem a cair e, assim, fazendo com que consumidores 
busquem – por conta da redução de preços – adquirir esses bens ou serviços. 
Por fim, importante destacar que as suposições acima são mais características de 
uma estrutura de mercado denominada de “concorrência perfeita”. Porém, como se verá 
a frente, a economia real é caracterizada por outros tipos de interações e estruturas que, 
cada vez mais, se distanciam da ideia de uma concorrência harmônica. A título de 
exemplo, que será melhor explorado adiante, a realidade é muito mais marcada por 
monopólios e oligopólios do que por uma concorrência dita perfeita. 
 
Funções de demanda e de oferta 
A observação do comportamento do conjunto de demandantes de um bem ao 
longo do tempo possibilita a compreensão de como estes costumam reagir a estímulos 
(ex.: variações no preço do bem em questão ou nos preços dos bens relacionados a ele no 
mercado, variações na renda, etc..), e para alguns destes, pode-se até quantificar estes 
comportamentos, representando-os por meio de uma função demanda. O mesmo pode 
ser dito sobre o comportamento dos ofertantes, de forma se obter uma função oferta. 
De forma muito simplificada, costuma-se estabelecer uma função demanda – que 
mede a variação das quantidades demandadas de um bem em função de seu preço e de 
outros fatores – como no exemplo abaixo: 
 
𝑫(𝒙) = 𝟏𝟎𝟎𝟎 – 𝑷(𝒙) + 𝑷(𝒚) – (𝑷𝒛) +/− 𝑹 
 
Na função acima, 1000 representa uma certa quantidade inicial, tida como a demanda 
“natural” esperada para o bem; neste caso, o valor é arbitrário, valendo apenas para 
viabilizar a análise. Já as outras variáveis: 
 
➢ – P(x) representa o preço do bem “x” que, não sendo um bem de Giffen, diminui 
a propensão ao consumo do bem, quanto maior for o seu preço no mercado; 
➢ + P(y) representa o preço de um bem “y”, que é visto pelos consumidores como 
uma alternativa, um substituto do produto “x” no mercado. Perceba que quanto 
maior o preço cobrado por “y”, mais as pessoas decidirão consumir “x”. Por isso 
o sinal positivo na equação; 
➢ - P(z) representa o preço de um bem (z) que costuma ser consumido em conjunto 
ou de forma complementar ao bem “x”. Neste caso, quanto maior o preço do bem 
“z”, menos motivos terão os consumidores para comprar também o bem “x”. Por 
isso o sinal positivo na equação e, 
➢ +/- R representa o nível de renda das pessoas que participam do mercado 
analisado. Se “x” for um bem considerado normal, admite-se que quanto maior o 
nível de renda dos consumidores, maiores serão as quantidades do bem “x” que 
estes estarão dispostos a adquirir, o que garante que o sinal associado à variável 
“R” seja positivo. Mas se “x” for um bem inferior (como a “carne de segunda”), 
o sinal associado à “R” será negativo, pois neste caso, a elevação no nível de renda 
fará que a demanda por “x” diminua. 
Assim como é possível representar o comportamento dos demandantes por meio 
de uma função, também costuma-se fazê-lo em relação ao comportamento dos ofertantes 
de um bem “x”. Como na função oferta abaixo, que representa o comportamento agregado 
dos ofertantes de “x”: 
 
𝑶(𝒙) = 𝟕𝟓𝟎 + 𝑷(𝒙) – 𝑷(𝒊) + 𝑻 
 
Assim, como na descrição da função de demanda, aqui na função de oferta, 750 
corresponde à quantidade normalmente oferecida ao mercado pelos produtores do bem 
“x”. Neste exemplo, trata-se também de um valor arbitrário, para tornar o exemplo viável. 
No que se refere às demais variáveis: 
 
➢ + P(x) corresponde ao preço que “x” tem alcançado no mercado, e é claro que 
quanto maior for este preço, maiores serão as quantidades que os produtores 
estarão dispostos a oferecer; 
➢ - P(i) corresponde ao preço do conjunto de insumos necessários à produção de 
“x” (nível salarial, valor das matérias-primas, etc..). É óbvio que uma elevação 
nestes preços desestimula a oferta do bem, portanto o sinal negativo e, 
➢ + T corresponde à variável “tecnologia”, que diz respeito às técnicas e 
equipamentos disponíveis para a produção de “x” em determinada época. Quanto 
maior o desenvolvimento tecnológico, maior tende a ser a quantidade ofertada. 
 
Tanto na função demanda quanto na função oferta, inúmeras outras variáveis 
poderiam ser incluídas: taxa de câmbio, taxa de juros, impostos, etc. A questão consiste 
– como sempre, já que a economia é uma ciência social – em saber quais são as variáveis 
mais relevantes (e como mensurá-las) no mundo real. E isso muda conforme o bem 
analisado, conforme o lugar, a cultura, o nível tecnológico, entre outras variáveis. Por isso 
vale a ressalva: as fórmulas e modelos econômicos podem ajudar a entender e até fazer 
algumas previsões em economia, desde que estejam apoiadas no que é observado na 
realidade em determinadas épocas e locais. Modelos e fórmulas prontos, trazidos de 
outros contextos, são sempre perigosos, pois via de regra, não estão adequadamente 
“calibrados” para explicar realidades distintas daquelas e que foram concebidos. 
 
Elasticidades 
 
A elasticidade é um cálculo que mede o grau de sensibilidade entre duas variáveis. 
Na microeconomia existem três principais elasticidades: a que mede a relação entre preço 
e quantidade; outra que mede a relação entre demanda e renda e, por fim, uma que mede 
a relação entre quantidade
de um produto com a demanda de outro. Abaixo segue um 
detalhamento mais aprofundado de cada uma. 
 
Elasticidade Preço da Demanda (EPD) 
 Esta elasticidade mede a variação percentual na quantidade demandada a partir de 
uma variação percentual no preço do produto. De modo mais esquemático: 
 
 
𝑬𝒑𝒅 = 
𝛥%𝑄𝑥
𝛥%𝑃𝑥
 
 
Com a expressão algébrica acima, pode-se verificar como uma variação do preço 
de um determinado bem interfere na quantidade demandada desse mesmo bem. Entre 
outras análises, é possível determinar se: 
 
Epd > 1, o bem é elástico; 
Epd < 1, o bem é considerado inelástico e, 
Epd = 1, o bem tem elasticidade unitária. 
 
Uma observação importante é que a elasticidade-preço da demanda representa o 
comportamento do consumidor quanto à variação dos preços. Portanto, sendo a curva de 
demanda negativamente inclinada, o valor da Epd deve ser analisado em módulo sempre, 
já que sempre será negativo. 
 Um bem elástico é aquele que, quando seu preço aumenta (ou abaixa), a redução 
(ou aumento) da quantidade demanda varia mais que a variação dos preços. Os exemplos 
mais citados na literatura são os dos bens supérfluos. Já os inelásticos são pouco sensíveis 
à variação de preços, sendo os exemplos mais usuais o arroz e feijão para as famílias 
brasileiras. 
 Segundo o inglês Alfred Marshall (1842-1924), economista pioneiro nos estudos 
de elasticidade: i) Quanto mais essencial for o bem, menor será a sua elasticidade (quanto 
menos essencial, maior será a elasticidade), ii) Quanto maior for a representatividade do 
bem demandado no orçamento, maior será a sua elasticidade de demanda, iii) Quanto 
menos substitutos existir para um bem, mais inelástica é a sua demanda (quanto mais 
substitutos, maior será a elasticidade da demanda) e, iv) A elasticidade preço de demanda 
pelo bem é maior no longo prazo do que no curto prazo. 
 
Elasticidade-Renda da Demanda (Er) 
 A elasticidade-renda da demanda, ou simplesmente, elasticidade-renda, mede a 
variação percentual da quantidade demandada a partir de uma variação percentual na 
renda do consumidor. 
𝑬𝒓 = 
𝛥%𝑄𝑥
𝛥%𝑌
 
 
Er < 0, o bem é considerado inferior; 
0 < Er < 1, o bem é considerado normal e, 
Er > 1, o é considerado superior. 
 
 Por meio da elasticidade-renda é possível verificar o grau de importância de 
determinado bem no consumo de um indivíduo ou família. Caso a renda do consumidor 
aumente e o consumo de determinado bem se reduza, nas ciências econômicas, esse bem 
é considerado inferior – a exemplo de produtos de qualidade inferior tais como “carne de 
segunda” – e no cálculo realizado a partir da expressão algébrica acima, o resultado será 
negativo. Caso a renda aumente e o consumo do produto aumente ele é considerado 
normal, mas se aumentar, em termos relativos, mais que o aumento da renda, ele será 
considerado superior e, feitos os cálculos, terá um valor superior a 1. 
 
Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda (Ex,y) 
 A elasticidade-preço cruzada da demanda, ou simplesmente elasticidade cruzada, 
mede a variação percentual da quantidade demandada de um bem x a partir de uma 
variação percentual no preço de um bem y. Ou seja, ela tem o intuito de verificar como 
oscilações de preços em um mercado afetam a demanda de bens em outro mercado. 
 
𝑬𝒙𝒚 = 
𝛥%𝑄𝑥
𝛥%𝑃𝑦
 
 
Exy < 0, os bens são considerados complementares entre si 
Exy > 0, os bens são considerados substitutos entre si 
Exy = 0, os bens são considerados independentes 
 
Um exemplo clássico que ilustra essa elasticidade é expresso pela relação entre 
pão, manteiga e margarina. Se o preço do pão aumenta a tendência é que se compre menos 
pão e, portanto, menos manteiga ou margarina, demonstrando a relação de 
complementariedade que o pão tem com esses dois produtos. Mas caso o preço da 
manteiga suba, a tendência é o aumento da demanda por margarinas já que esses dois 
produtos são substitutos entre si. 
 
Quadro 1 – Classificação sintética de elasticidade 
Elasticidade-preço da demanda 
 
Elasticidade renda 
 
Elasticidade cruzada 
Epd > 1: bens elásticos 
 
Er < 0: bens inferiores 
 
Exy > 0: bens substitutos 
 
Epd < 1: bens inelásticos 
 
0 ≤ Er ≤ 1: bens normais 
 
Exy > 0: bens complementares 
 
Epd = 1: elasticidade unitária 
 
Er > 1: bens superiores 
 
Exy = 0: bens independentes 
 
 
 Outra importante análise gráfica consiste nos chamados casos extremos. Estes 
casos são representados pelos gráficos abaixo. O primeiro é quando a demanda é 
totalmente inelástica, ou infinitamente inelástica. 
 
 
 
 No gráfico acima percebe-se que as variações nos preços dos produtos não 
interferem ou não provocam variações nas quantidades demandadas. Exemplos reais são 
difíceis, mas um exemplo próximo seria o do "sal". Mas também pode-se pensar em 
exemplos hipotéticos, como um medicamento necessário à vida e que o consumidor 
precise tomar diariamente. Há também a demanda totalmente elástica, ou perfeitamente 
elástica, que demonstra que pequenas variações nos preços causam variações que tendem 
ao infinito. Perceba que as quantidades podem variar mesmo sem variação nos preços. 
 
 
 
 Exemplos factíveis que apresentem uma demanda totalmente elástica são difíceis, 
mas levando-se em consideração a existência de uma concorrência perfeita na qual 
existem muitos ofertantes e muitos demandantes e muitos produtos substitutos, uma 
variação para cima no preço de um produto pode fazer com que os consumidores desistam 
de comprá-lo. Na ausência dessa hipótese, um mercado que apresente uma curva 
perfeitamente elástica é improvável. 
 
 
Box 2 – Elasticidades nas funções de oferta e demanda 
Sabe-se que, além do preço de um bem “x” qualquer (Px), algumas outras variáveis 
costumam interferir tanto em sua demanda quanto em sua oferta: os preços de outros 
produtos (de consumo substituto ou complementar ao bem “x”), a renda, etc. Assim 
como a intensidade em que a demanda (ou a oferta) de um bem reage a variações em 
seu preço é dada pelo coeficiente associado à variável preço (Px), o mesmo ocorre em 
relação a outras variáveis, como o preço de um bem substituto (Py) ou complementar 
(Pz), ou mesmo a renda (R). Desta forma, uma equação demanda, por exemplo, pode 
fornecer informações sobre a elasticidade-preço da demanda pelo bem “x”, ou sobre as 
elasticidades cruzadas envolvendo outros bens, ou sobre a elasticidade-renda, etc. Em 
suma: pode-se calcular elasticidades para qualquer variável considerada relevante na 
determinação das quantidades demandadas ou ofertadas de um bem, e indicá-las em 
funções demanda ou oferta; basta que as variáveis propostas sejam mensuráveis. 
 
 
 
ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
 Até o momento, apresentou-se argumentos e hipóteses sobre o funcionamento do 
ambiente de mercado, na concepção mais usual, que pressupõe a racionalidade e o 
interesse próprio como orientadores da ação de cada um de seus participantes. Todavia, 
nesse capítulo serão apresentados outros argumentos e lógicas de modo a verificar como 
os mercados podem estar organizados – e isso costuma variar bastante, conforme o 
segmento da economia a ser analisado. As diferentes formas de organização de um 
mercado são classificadas em grandes grupos básicos, cada um representando um tipo de 
estrutura de mercado. Cada uma delas baseia-se em hipóteses e características observadas 
a partir da interação entre oferta e demanda, e fornece informações sobre o grau de 
autonomia de seus participantes para fixar o preço dos bens que são negociados no 
mercado. Existem quatro principais estruturas de mercado,
são elas: Concorrência 
Perfeita; Monopólio; Concorrência Monopolista e Oligopólio. 
 
 
Concorrência Perfeita 
 Essa estrutura descreve o funcionamento equilibrado ou ideal do mercado, em que 
os participantes não têm autonomia em relação ao preço, pois este é determinado de forma 
inteiramente impessoal, por meio da interação entre as forças de oferta e demanda, 
restando a cada um se adaptar diante do preço determinado pelo conjunto do mercado. 
Para sua análise é necessário o estabelecimento de diversos pressupostos que pouco se 
observam na prática, contudo, sua importância enquanto modelo de análise está no fator 
comparativo com estruturas mais reais, presentes no cotidiano econômico. Esses 
pressupostos podem assim ser sintetizados: 
 
1. Atomização do mercado: existência de grande número de compradores e de 
vendedores atuando isoladamente, que se comparado ao tamanho do mercado, 
nenhum deles conseguem influenciar no preço. Assim, os preços dos produtos são 
fixados uniformemente no mercado; 
2. Produtos homogêneos: isto é, são substitutos perfeitos entre si; dessa forma não 
pode haver preços diferentes no mercado. Os compradores são indiferentes em 
relação às firmas (vendedores) no momento de adquirir o produto; 
3. Informações simétricas: transparência de mercado, ou seja, existe completa 
informação e conhecimento sobre o preço do produto. Assim, nenhum vendedor 
colocará seu produto no mercado por um preço inferior ao do concorrente; da 
mesma forma, os consumidores não estariam dispostos a pagar um preço superior 
ao vigente; 
4. Livre mobilidade de capital e trabalho: a entrada e saída de firmas e trabalhadores 
no mercado são totalmente livres, não havendo barreiras legais e econômicas. Isso 
permite que agentes menos eficientes saiam do mercado e que nele ingressem 
outros mais eficientes e, 
5. Lucratividade normal: consiste em lucros que apenas remunerem fatores de 
produção, isto é, inexistem lucros extraordinários. 
 
O modelo de concorrência perfeita descreve um mercado no qual nenhum agente 
tem capacidade para influenciar os preços (poder de mercado nulo). Assim, cada empresa 
age individualmente, sem ter em conta as decisões das outras. Observando o preço de 
mercado, decide que quantidade pretende vender a esse preço. Estas hipóteses justificam 
o pressuposto seguinte, que, na prática, define concorrência perfeita: ao preço de mercado 
(P), a empresa vende a quantidade de produto que quiser. A um preço superior, a empresa 
não consegue vender qualquer quantidade. Admitindo-se que o objetivo da empresa seja 
maximizar o seu lucro, e tento em vista que em concorrência perfeita o preço de mercado 
é independente da quantidade ofertada (tomando-se um produtor individualmente), resta 
à empresa escolher o volume de produção que maximiza a diferença entre a receita total 
e o custo total - tendo como dado o preço pago no mercado. 
 
Monopólio 
O monopólio consiste em uma situação em que um setor do mercado com 
múltiplos compradores é controlado por um único vendedor de mercadoria ou serviço, 
sendo assim não existe concorrência na oferta. A empresa domina sozinha o mercado, 
tendo, portanto, um grande poder de barganha na formação do preço do produto. Nessa 
estrutura de mercado a demanda da firma é sempre igual à procura do mercado, havendo 
uma relação inversa entre o preço fixado e a quantidade vendida: quanto mais elevado for 
o preço, menor é a quantidade que os consumidores estão dispostos a adquirir o produto. 
Estando sujeito à procura do mercado, o monopolista deve escolher o ponto mais rentável 
da curva da procura. Dentre as razões para a existência de um monopólio podemos citar 
as barreiras estratégicas e estruturais. 
As barreiras estruturais decorrem de características tecnológicas, econômicas ou 
legais dos mercados. Temos como exemplos as ditas Economias de escala (monopólios 
naturais); Economias de aprendizagem; Economias de relacionamento/confiança; 
Diferenciação; Patentes; Concessões; Tarifas e quotas aplicadas ao comércio 
internacional. 
No que se refere às barreiras estratégicas são devidas à ação deliberada dos 
monopolistas, que procuram evitar a entrada de concorrentes e manter a sua posição 
dominante. Os exemplos são a prática de Preços-limites, quando os preço fixado não com 
o objetivo de maximizar o lucro, mas com o objetivo de fazer com que a entrada no 
mercado não seja rentável; Excesso de diferenciação, caracterizada pela proliferação de 
marcas de uma mesma empresa cobre o mercado de forma a não deixar espaço a 
potenciais concorrentes; Controle de inputs e outlets quando a integração vertical e os 
contratos de exclusividade garantem vantagens competitivas à empresa instalada em 
termos de custos de transação e, entre outras, a Publicidade quando essa consegue 
fidelização e a imagem de marca podem tornar a entrada de uma concorrente demasiado 
dispendiosa. 
Outra forma de diferenciar estruturas monopolistas é pela possibilidade ou não de 
concorrência. Em monopólio podemos diferenciar duas situações, o monopólio puro ou 
natural e ainda o monopólio não natural. No natural, existe apenas uma empresa e existe 
a impossibilidade de entrada de outra empresa, seja por questões ambientais, legais, 
econômicas ou outra qualquer. Já no monopólio não natural, em que pese existir apenas 
uma empresa, nada impede a entrada de outra empresa, ou seja, o monopólio pode ser 
apenas temporário, como, por exemplo, uma única faculdade em uma cidade ou um único 
cinema. É bom que se diga que a legislação da maioria dos países proíbe o monopólio, 
com exceção dos exercidos pelo Estado, geralmente em produtos e serviços estratégicos. 
O monopólio puro é tratado na literatura ortodoxa como uma falha de mercado e, 
sendo assim, o governo tem um papel importante para impedir que os preços sejam 
demasiadamente elevados. No caso brasileiro, a título de exemplo, o governo age por 
meio de suas Agências Reguladoras, tais como a Agência Nacional dos Transportes 
Terrestres (ANTT) e a Agência Nacional de Energia Elétrica(ANEEL), entre outras. 
 No monopólio não natural, a empresa ofertante precisa se atentar à concorrência 
potencial e, com isso, estabelecer o preço de barreira de modo a impedir a entrada de 
concorrentes, pois, em caso de preços elevados em relação aos custos, o mercado se torna 
atrativo a potenciais entrantes que buscam nichos com lucratividade extraordinária. 
Todavia, caso o monopolista trabalhe com preços relativamente baixos em relação aos 
custos de produção, corre o risco de defasagem tecnológica, que pode gerar condições 
favorecedoras à entrada de novos concorrentes. 
A situação de monopólio apresenta, segundo diferentes análises, vantagens e 
desvantagens para a sociedade. Os argumentos favoráveis aos monopólios concentram-
se principalmente nas vantagens da produção em grande escala, como a elevação de 
rendimento propiciado pelas inovações tecnológicas e a redução dos custos. Também se 
afirma que os monopólios podem racionalizar as atividades econômicas, eliminar os 
excessos de capacidade e evitar a concorrência desleal. Outra das vantagens que lhes são 
atribuídas é a garantia de um determinado grau de segurança no futuro, o que torna 
possível o planejamento a longo prazo e a introdução de uma maior racionalidade nas 
decisões sobre investimentos. Os argumentos contrários estão centrados no fato de que o 
monopólio, graças a seu poder sobre o mercado, prejudica o consumidor ao restringir a 
produção e a variedade, e ao obrigá-lo a pagar preços arbitrariamente fixados pelo 
monopolista. Também se assinala que a ausência de concorrência pode incidir 
negativamente sobre a redução dos custos e levar
à subutilização dos recursos produtivos. 
 
Concorrência Monopolista 
 É uma estrutura de mercado na qual são produzidos bens diferenciados uns dos 
outros, entretanto, com substitutos próximos e passíveis de concorrência. Nesta estrutura, 
podem participar muitas empresas, de diferentes portes empresariais, sempre oferecendo 
produtos que podem ser diferenciados entre si (ainda que compondo um mesmo segmento 
de bens). Sendo assim, podemos dizer que existe geralmente uma empresa líder, grandes 
empresas, empresas médias e um elevado número de empresas pequenas, sem que o 
mercado, em sua totalidade, esteja concentrado em uma ou poucas empresas. 
A diferenciação dos produtos pode se dar por meio de características físicas 
(composição química, receita exclusiva), pela embalagem ou pelo esquema de promoção 
de vendas (propagandas, atendimento ao cliente, brindes, entre outros). Na concorrência 
monopolista, cada empresa tem certo poder sobre a fixação de preços, no entanto a 
existência de substitutos próximos permite, aos consumidores, alternativas para fugirem 
do aumento de preços. 
Em síntese, uma estrutura de concorrência monopolista é observada quando: i) 
existem muitos compradores e vendedores; ii) os consumidores têm as suas preferências 
definidas e os vendedores tentam diferenciar seus produtos (preços baixos, elevado 
padrão de qualidade, etc.); iii) não há barreiras para entrada de novas firmas; iv) cada 
empresa tem certa autonomia para fixar seu preço, conforme o grau de diferenciação de 
seu produto em relação à ampla concorrência e, v) quando, dentro dessa estrutura de 
mercado, uma empresa lança algo exclusivamente novo, que apenas ela detém, isso pode 
configurar um monopólio (temporário) dentro de um mercado com ampla concorrência. 
Aliás, decorre daí o nome dessa estrutura de mercado, pois, em outras palavras, os 
produtos podem ser similares, mas cada empresa vai tentar diferenciá-los de modo que 
estes pareçam únicos em relação à concorrência. 
 
Oligopólio 
 O oligopólio caracteriza-se por um mercado no qual a oferta de um produto ou 
serviço é controlada por um pequeno grupo de vendedores, ou seja, pequeno número de 
ofertantes. Cabe ressaltar que esse número reduzido de empresas ofertantes depende da 
natureza e tamanho do mercado. O número para ser considerado pequeno está mais 
relacionado ao fato de este ser um mercado no qual as ações de uma interferem na decisão 
das outras. Em outras palavras, a noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da 
interdependência econômica, ou seja, as decisões sobre o preço e a produção de equilíbrio 
são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no comportamento 
econômico dos outros vendedores. As empresas tornam-se interdependentes e guiam suas 
políticas de produção de acordo com a política das demais empresas por saberem que, em 
setores de pouca concorrência, a alteração de preço ou qualidade de uma firma afeta 
diretamente as demais. 
Ademais, importante observar que nessa estrutura as empresas podem ofertar 
produtos tanto homogêneos como diferenciados. Quando o oligopólio oferece produtos 
homogêneos (substitutos perfeitos entre si) ele é considerado oligopólio “Puro”, a 
exemplo da indústria do cimento, de aço, etc. Caso contrário será considerado oligopólio 
diferenciado como é o caso da indústria automobilística, de eletrodomésticos, etc. 
Por ser uma estrutura bastante observável no mundo real, notadamente pelas 
constantes fusões e aquisições presentes nesses mercados, é importante analisar as formas 
mais usuais de competição presentes no oligopólio. São elas: 
 
 1. Demanda quebrada: 
Explica porque os preços dos oligopólios permanecem constantes por longos 
períodos, mesmo quando há pequenas alterações nos custos. Os oligopolistas supõem que 
a curva de demanda seja quebrada e se um empresário aumentar o preço, os outros não o 
seguiram, pois, a demanda é elástica. Por outro lado, se um empresário baixar os preços, 
os outros também abaixarão, talvez mais do que ele, gerando uma “guerra de preços” em 
um ramo inelástico da demanda de mercado. Tem-se como exemplos as empresas aéreas 
e as empresas de cigarros. 
 
2. Liderança de Preços: 
É uma coalizão imperfeita, na qual as empresas de um setor oligopolista decidem 
tacitamente estabelecer o mesmo preço, aceitando a liderança de uma empresa da 
indústria. A firma líder fixa o preço e é seguido pelas demais. O melhor exemplo para o 
caso brasileiro é a indústria de cimento. 
 
3. Cartel Perfeito: 
É uma associação formal ou informal de produtores que transferem para uma 
organização central todas as decisões referentes a preços visando aumentar o seu lucro, 
tal qual no monopólio. Nesse caso, os oligopolistas reconhecem a interdependência que 
têm, procurando se unir para maximizar o lucro do cartel. A Organização dos Países 
Exportadores de Petróleo (OPEP) é um exemplo dessa estratégia. 
 
4. Teoria da Organização Industrial moderna: 
Essa estratégia consiste em maximizar o crescimento da firma, mantendo uma 
margem (mark-up) fixa sobre os custos. A estratégia de crescimento da firma é a 
inovação. Quanto maior a diversificação do produto (inovação) maior o crescimento 
equilibrado da firma. 
 
5. O processo de destruição criativa: 
Segundo um dos autores mais influentes da teoria econômica contemporânea, o 
economista Joseph Schumpeter, no oligopólio, a forma de concorrência mais intensa não 
se dá pela guerra de preços como já se antecipou, mas sim pela inovação. As inovações 
podem ser tanto de processos, quando se melhora o modo de se fazer o produto, quanto 
de produto, quando se melhora o produto propriamente dito. A concorrência é 
influenciada pelas inovações nos processos ou nos produtos, que podem ser: 
 
a) Inovação radical: consiste em destruir o produto anterior e sua cadeia produtiva 
de modo rápido e irreversível, a partir do surgimento de um novo produto e 
consequentemente uma nova cadeia produtiva. Exemplo: das antigas máquinas de 
escrever ao computador pessoal; 
b) Inovação incremental: quando um produto ou processo é constantemente 
modificado e se torna melhor do que era. Isso vai destruir o produto velho em um 
hiato de tempo mais longo. Exemplo: dos primeiros televisores a válvula à atual 
TV de LCD; 
c) Inovação adaptativa: inovação para a empresa e não para o mercado. A empresa 
em questão se equipara às outras que já evoluíram. De modo simplificado seria 
um “Control C – Control V” empresarial, no qual a empresa que inova apenas 
copia as inovações já presentes no mercado. 
 
 sobre os monopólios em geral, eles proporcionam lucros bastante vantajosos para 
as empresas, o que possibilita o investimento em novas tecnologias, proporcionando 
assim que as antigas fiquem mais acessíveis à uma parcela da população menos 
favorecida. O preço do produto novo, entretanto, é bastante elevado, isso é conhecido 
como “lucro do inovador” e serve para aumentar a capacidade de inovações futuras. A 
empresa que não consegue inovar não consegue os lucros extraordinários, não se 
capitalizando o suficiente e, portanto, tendendo a se endividar e no futuro se alvo de 
aquisição pelos concorrentes. 
 
 
 
Quadro 2 – Caracterização sintética das estruturas de mercado 
Características/ 
Estrutura 
Concorrência Perfeita Monopólio 
Concorrência 
Monopolística 
Oligopólio 
Número de 
concorrentes 
Muito grande. Mercado 
perfeitamente 
atomizado. 
Apenas um. 
Prevalece a 
unicidade. 
Grande. 
Prevalece a 
competitividade. 
Geralmente 
pequeno. 
Tipo de produto 
Padronizado. Não há 
quaisquer diferenças 
entre os ofertados. 
Não têm
substitutos 
satisfatórios ou 
próximos. 
Diferenciado. A 
diferenciação é 
fator-chave. 
Pode ser 
padronizado ou 
diferenciado. 
Controle sobre 
preços 
Não há qualquer 
possibilidade. 
Muito alto, 
sobretudo 
quando não há 
intervenções 
corretivas. 
Há 
possibilidades, 
mas são 
limitadas pela 
substituição. 
Dificultado pela 
interdependência 
das concorrentes 
rivais. Amplia-se 
quando ocorrem 
conluios. 
Concorrência 
extra-preço 
Não é possível nem 
seria eficaz. 
Admissível para 
objetivos 
institucionais. 
Decorrente da 
diferenciação. 
Resulta de 
fatores como 
marca imagem, 
localização e 
serviços 
complementares. 
Vital, sobretudo 
nos casos de 
produtos 
diferenciados. 
Condições de 
ingresso 
Não há quaisquer tipos 
de obstáculos. 
Impossível. A 
entrada de 
concorrentes 
implica o 
desaparecimento 
do monopólio. 
São 
relativamente 
fáceis. 
Há consideráveis 
obstáculos, 
geralmente 
derivados de 
escalas e de 
tecnologias de 
produção. 
Acesso a 
informações 
Fácil ao extremo. Total 
transparência do 
mercado 
Opacidade. 
Geralmente é 
amplo. 
Há visibilidade, 
embora limitada 
pela rivalidade.

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