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Universidade Estácio de Sá Disciplina: Automatização de Comandos Elétricos – CCE0697 Unidade 2 – Dispositivos de Comandos ➢ Unidade 2 – Dispositivos de Comandos. 2.1 – Contatores: Os contatores são elementos principais de comandos eletromecânicos, que permitem o controle de elevadas correntes por meio de um circuito de baixa corrente. O contator é caracterizado como uma chave de operação não manual, eletromagnética, com única posição de repouso, capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito. Complementando o texto acima, dentre as muitas vantagens, pode-se destacar ainda: • Permitem o comando à distância; • Possibilitam o acoplamento de dispositivos de segurança; • No caso de falta de energia elétrica, o motor desliga-se e não volta a ligar-se sem a intervenção do Operador; 2 Prof. Ricardo Toscano • Possuem câmara para extinção do arco elétrico; • Exigem pequenos espaços para montagem; • Resistem a elevado número de manobras. O contator é utilizado para comandar cargas como, por exemplo, motores elétricos, resistências de fornos, geradores, entre outros. Na área industrial ele é muito utilizado em painéis elétricos no comando das máquinas. 2.3 – Bobinas dos Contatores: O contator é constituído internamente por uma bobina que, quando alimentada, cria um campo magnético no núcleo fixo que atrai o núcleo móvel que fecha o circuito. Cessando a alimentação da bobina, é interrompido o campo magnético, provocando o retorno do núcleo por molas. Os contatores são compostos basicamente de: núcleo magnético fixo e móvel, bobina eletromagnética, contatos fixo e móvel, bornes ou terminais, molas e o invólucro externo ou carcaça. 3Prof. Ricardo Toscano 2.2 – Aplicação dos Contatores: Abaixo seguem as principais partes internas de um contator. • Bobina eletromagnética: representa a entrada de controle do contator que, ao ser ligada a uma fonte de tensão, circula na mesma corrente elétrica que cria um campo magnético que envolve o núcleo. • Núcleo magnético móvel: atraído para dentro da bobina pelo campo magnético. Está acoplado ao contato e, consequentemente, o movimento do núcleo fecha o contato. • Contato: é acionado pelo núcleo magnético e está acoplado a uma mola que tende a levá-lo à posição de repouso. Porém, quando a bobina é energizada, a força do campo magnético é maior que a da mola, fazendo com que o núcleo magnético fixo atraia o núcleo magnético móvel. • Mola: elemento responsável por levar de volta o contato à posição de repouso quando a bonina é desconectada da fonte, ocasião que cessa o campo magnético e a mola torna-se mais forte que o núcleo. 4 A identificação dos terminais das bobinas é representada por um código alfanumérico, ou seja, formado por letras e números A1 A2 A1 A2 Simbologia com identificação dos terminais A1 e A2 As bobinas dos contatores são especificadas para tensões alternadas e para tensões contínuas. 5 Prof. Ricardo Toscano Os contatores se dividem, basicamente, em dois grupos: • contatores de potência; • contatores auxiliares. Os terminais dos contatores de potência, de acordo com a norma NBR IEC 60947-4 (2008), são identificados pela seguinte sequência: um número, uma letra maiúscula e um número. A figura a seguir ilustra essa condição. Os contatores de potência (ou de carga), normalmente, possuem 3 contatos normalmente abertos (NO) de potência, geralmente usados para o acionamento de motores trifásicos, e possuem um ou mais contatos auxiliares. Temos também os contatos A1 e A2 para a alimentação da bobina. 6 Prof. Ricardo Toscano De forma básica, eles se diferenciam, tipicamente, na capacidade de corrente que eles suportam. 7 Número do primeiro terminal (entrada) de potência do contator (ímpar) 1 L 1 Primeiro condutor da rede (L1) Número do primeiro terminal (saída) de potência do contator (par) 2 T 1 Primeiro condutor (T1) a ser conectado ao terminal 1 da carga Portanto, para conectar os terminais de potência do contator no circuito principal, deve-se conectar os condutores que vem da rede elétrica nos terminais 1L1, 3L2, 5L3 e nos terminais 2T1, 4T2 e 6T3, os condutores que vão para a carga. Contator de Potência A figura ao lado ilustra a simbologia de um contator de potência com a bobina, conforme normas NBR 12523 e IEC 60617-7. É importante observar que o símbolo contém o símbolo de atuação eletromecânica (tracejado). Os contatores de potência também podem se denominados de contatores de força. Esses contatos são fechadores, pois estão normalmente abertos (NA). Prof. Ricardo Toscano 8 Os contatores auxiliares, ou de comando, são aqueles usados para ligar e desligar circuitos de baixa potência, pois tem capacidade de corrente da ordem de 10 A. São utilizados, também, para fazer a lógica de comando, acionando bobinas dos contatores de potência, lâmpadas do painel de comando e solenoides de válvulas. É fundamental verificar as informações de identificação que constam nos contatos do contator. Essa identificação do contator auxiliar segue a mesma norma citada anteriormente (NBR IEC 60947-4 – 2008), que será ilustrada a seguir, juntamente com a simbologia baseada na norma NBR 12523 e IEC6-717-7. Alguns contatores de potência possuem contatos auxiliares diretamente em sua carcaça. Existem, também, blocos de contato, que são acessórios que podem ser acoplados aos contatores de potência. Os contatos auxiliares podem ser abertos (NO) ou fechados (NC), não tendo uma regra que define essa condição. Uma consideração importante, para fins de diferenciação entre os contatores de potência e auxiliar, é que as dimensões dos mesmos não necessariamente definem o tipo de contator. 2.4 – Contatores Auxiliares: Prof. Ricardo Toscano 9 13 21 31 43 14 22 32 44 Ordem do contato (1º, 2º, 3º e 4º) Tipo de contato (NO = 3 e 4; NC = 1 e 2) Contatos NAs (normalmente abertos) Contatos NFs (normalmente fechados) A1 A 2 É importante lembrar, que os contatores auxiliares nunca devem ser utilizados para acionamento de cargas de potência, tal como motores elétricos. Se isso ocorrer, existe o risco do contator “colar” ou fundir os seus contatos, fazendo com que o motor fique ligado mesmo quando seja acionado o comando desligar. Contator Auxiliar Prof. Ricardo Toscano 10 Quando existe a necessidade de mais contatos de comando do que o contator dispõe, podemos acrescentar blocos aditivos de contatos em alguns modelos de contatores. Os blocos adicionais mais comuns são 2 NAs, 1 NA e 1 NF e, em um mesmo bloco, 2 NAs mais 2 NFs ou, ainda, 4 NAs. Prof. Ricardo Toscano 11 A figura abaixo ilustra a vista explodida do contator. Prof. Ricardo Toscano 12 2.5 – Tensão e Regulação: Para a escolha de um contator, deve-se conhecer suas características, que são informações padronizadas por normas e constam, tipicamente, nos selos de identificação e nos catálogos dos fabricantes. Abaixo seguem alguns dados importantes na especificação de um contator: • Tipo de carga a ser controlada (motor, resistência, lâmpada - tipo de lâmpada e quantidade); • Tensão de alimentação da carga (tensão em Vca ou Vcc); • Tensão de alimentação do comando elétrico (tensão da bobina do contator Vca ou Vcc); • Valor da corrente nominal (corrente máxima que os contatos de um dispositivo suportam); • Valor da corrente nominal e classe de trabalho (por exemplo: AC1, DC1); • Número de polos de potência (por exemplo: tripolar); • Quantidade de contatos auxiliares. 13 2.6 – Dimensionamento do Contator: O dimensionamento do contator tem as seguintes finalidades: • Segurança da instalação dos equipamentos e das pessoasenvolvidas; • Diminuição de custos, em função da escolha certa do contator, baseado em especificações técnicas; • Problemas na operação como, por exemplo, o aquecimento demasiado, em função do erro de dimensionamento, ocasionado uma redução considerável na vida útil do componente.. Fórmula para dimensionamento: 𝐼𝑒 ≥ 𝐼𝑁 × 1,15 𝐼𝑒 = corrente nominal de emprego (corrente do contator); 1,15 = fator de segurança (acréscimo de 15% da corrente de trabalho do contator). 14 𝐼𝑁 = corrente nominal da carga; Prof. Ricardo Toscano Exemplo: Dimensionamento da corrente de um contator para um motor com 𝐼𝑁 igual a 2,9 A. 𝐼𝑒 ≥ 𝐼𝑁 × 1,15 𝐼𝑒 = 2,90 × 1,15 = 3,35 𝐴 Qualquer contator com 𝐼𝑒 superior a 3,35 A é indicado para operar na instalação. 2.7 – Classificação dos Contatores: Dependendo do tipo de carga que um contator aciona, o desgaste de seus contatos será mais rápido ou mais lento. Para que a vida útil de um contator seja a maior possível, os limites de corrente são determinados em função do tipo de carga que os contatos acionarão. Assim, um único contator poderá acionar diferentes potências dependendo do que for a carga. Isto é denominado de categoria de emprego, sendo divididas em dois grupos, cujas algumas categorias serão apresentados a seguir: Prof. Ricardo Toscano 15 • Categorias de corrente alternada (as mais empregadas): AC 1 Manobras leves: Cargas resistivas ou levemente indutivas (exemplo: aquecedores, lâmpadas incandescentes). AC 2 Manobras leves: motores de anel (exemplo: bombas, compressores). AC 3 Serviço normal: motores com rotor gaiola (exemplo: bombas, ventiladores, compressores). AC 4 Manobras pesadas: Acionamento de motores em carga plena, comando intermitente, reversão a plena marcha (exemplo: ponte rolantes, tornos). AC 14 Circuitos de comando até 72 VA. AC 15 Circuitos de comando superiores à 72 VA. • Categorias de corrente contínua (as mais empregadas): DC 1 Cargas resistivas ou levemente indutivas (exemplo: aquecedores). DC 3 Motores CC Shunt: partindo, em operação contínua ou chaveamento intermitente. Frenagem dinâmica de motores CC. DC 5 Motores CC com excitação série: partindo, em operação contínua ou chaveamento intermitente. Frenagem dinâmica de motores CC. Prof. Ricardo Toscano 17 ➢ Bibliografia Complementar: ❖ CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 15. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007; ❖ EDMINISTER, Joseph A. Circuitos elétricos. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1985; ❖ FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos elétricos. São Paulo: Érica, 2007. ➢ Bibliografia Complementar: ❖ AHMED, Ashfaq. Eletrônica de potência. São Paulo: Prentice-Hall, 2000; ❖ COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações elétricas. 3. ed. São Paulo: Makron, 1993; ❖ NISKIER, Julio; MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Elétricas. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008; ❖ SANCHES, Durval. Eletrônica industrial: montagem. Rio de Janeiro: Interciência, 2000; ❖ CAVALCANTI, Paulo João Mendes. Fundamentos de eletrotécnica: para técnicos em eletrônica. 21. ed. rev. e melh. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2001. ➢ Outras Bibliografias: ❖ Elétrica World – www.youtube.com
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