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Artigo Karl Marx

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KARL MARX: SOCIEDADE CAPITALISTA E ORGANIZAÇAO DO SISTEMA ESCOLAR
Priscila Dos Santos Salgado
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO - UFMA
NÚCLEO DE EDUCAÇAO A DISTANCIA - NEAD
Resumo: O presente artigo tem por finalidade comprovar a relação de dominação entre a sociedade capitalista e a organização do sistema escolar. Iniciamos da hipótese que existe uma ligação entre a educação escolar e o sistema capitalista, pois a escola sofre influencias diretas da sociedade capitalista. Para dar conta deste propósito, em um primeiro momento foi executada uma análise histórica sobre o surgimento da sociedade capitalista; posteriormente sobre Karl Marx e sua visão sobre a sociedade capitalista. Essa análise possibilita demitologizar o sentido apresentado pelos governantes, de que a educação escolar esta sendo trabalhada de forma satisfatória. Expectamos que esse artigo possa contribuir para lançar um novo olhar ao sistema escolar, pois ao relacionar o ensino escolar com a sociedade, ficará visível entendermos, que as relações socioeconômicas, políticas e culturais alienadas pelo sistema capitalista, esta vedando os olhos da classe trabalhadora, a fim de atender interesses lucrativos próprios dos capitalistas e não da sociedade em um aspecto geral.
Palavras-chave: sociedade capitalista; sociedade trabalhadora; sistema escolar.
INTRODUÇAO
 Karl Marx (1818-1883) foi um filosofo e revolucionário socialista alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo, sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Politica, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras. Karl Marx nasceu em Tréves, cidade ao sul da Prússia, um dos muitos reinos que a Alemanha estava fragmentada no dia 5 de maio de 1818. Filho de Herschel Marx, advogado e conselheiro da justiça, descendente de judeu, era perseguido pelo governo absolutista de Frederico Guilherme III.
 Em 1835 conclui o curso ginasial no Liceu Friedrich Wilhelm, ainda nesse ano e boa parte de 1836, Karl Marx estudou Direito, História, Filosofia, Arte e Literatura na Universidade de Bonn. No final, de 1836, vai para Berlin, onde se propagam as ideias de Hegel, filósofo e idealista alemão. Marx se alinha com os hegelianos de esquerda, que procuram analisar as questões sociais, fundamentados na necessidade de transformações na burguesia da Alemanha. Entre 1838 e 1840, dedica-se a elaboração de sua tese. Doutorou-se em Filosofia em 1841, de Demócrito e a Epicuro.
 Por motivos políticos, Karl não é nomeado professor, as universidades não aceitam mestres que seguem as ideias de Hegel. Desiludido, dedica-se ao jornalismo, escreve artigos para os Anais Alemães, mas a censura impede sua publicação. Em outubro de 1842, muda-se para colônia, e assume a direção do jornal Gazeta Renana, mas logo após a publicação do artigo sobre o absolutismo russo, o governo fecha o jornal. Em julho se casa com Jenne, o casal muda-se para Paris, onde Marx junto com Rude funda a revista, Anais Franco Alemães, e publica os artigos de Fredrich Engels.
 Publica também Introdução à crítica da Filosofia do Direito de Hegel, e sobre a questão Judaica. Ingressa numa sociedade secreta, mas é expulso da cidade. Em fins de 1844, Marx, começa a escrever para o Vornaerts, em Paris. As opiniões desagradam o governo de Frederico Guilherme V, imperador da Prússia, que pressiona o governo francês a expulsar Marx e Engels. Em fevereiro é obrigado a sair da França e vai para a Bélgica, dedica-se a escrever teses sobre o socialismo e mantem contato com o movimento operário europeu. Funda a Sociedade dos trabalhadores Alemães. Junto com Engels, adquirem um seminário e se integram á Liga dos Justos, entidade secreta dos operários alemães, com filias em toda Europa.
No segundo Congresso da liga, são solicitados para redigir um manifesto.
 No dia 21 de fevereiro de 1848, com base no trabalho de Engels, Os Princípios do Comunismo. Marx escreve o Manifesto Comunista, pouco tempo depois, Karl e sua esposa são presos e expulsos da Bélgica. Depois de vários exílios e privações, Marx se instala em Londres. Com ajuda de Engels, publica em 1867, o primeiro volume de sua obra mais importante, O Capital, Karl Heinrich Marx morreu em Londres, Inglaterra, no dia 14 de março de 1883.
CONTEXTO HISTORICO
 A partir da Revolução Industrial, na Inglaterra durante o séc. XVIII as fabricas necessitavam da mão de obra dos camponeses, que outrora trabalhavam como artesãos em suas residências. Marx verificou as discrepâncias do sistema capitalista em desfavor da classe trabalhadora. Nesse sistema da economia burguesa, no contexto industrial, aparece uma nova divisão do trabalho ou classe social. O proletariado e os donos das fábricas.
 Para Karl Marx o desenvolvimento das relações de produção entre essas classes no sistema capitalista configurava uma alienação da classe proletária. Com a industrialização a produção era feita em maior escala além de mais lucrativa para os industriais, porque detinham maior capital para os investimentos e para as despesas com os funcionários, pagando menos do que eles necessitavam e em péssimas condições. Vale ressaltar que atualmente em nossa sociedade esses reflexos são bem nítidos. A Revolução Francesa em 1789 com seu lema “liberdade, igualdade e fraternidade” expõem as ideias socialistas em oposição ao capitalismo.
CONTRIBUIÇOES TEORICAS DE KARL MARX PARA A EDUCAÇAO
 Podemos dizer que Karl Marx foi muito mais do que um escritor, mesmo depois de seu falecimento, suas ideias continuaram, e passaram a ser conhecidas, como Marxismo, que é um sistema de ideias e da doutrina de Karl Marx como relata Lenin (1979). A teoria marxista aborda quatro níveis fundamentais para a análise: filosófico, econômico, político e sociológico em torno de uma ideia central de transformação permanente.
 É importante lembrar, que Karl Marx via que a sociedade era composta por divisões de classes sociais. De acordo com Oliveira e Quintaneiro (2007, p. 43), Karl Marx caracteriza as classes em um conjunto de membros de uma sociedade que são identificados por partilhar determinadas condições objetivas, ou a mesma situação no que se refere à propriedade dos meios de produção, “das classes para si, classes que se organizam politicamente para a defesa consciente de seus interesses, cuja identidade é construída também do ponto de vista subjetivo”. Sendo que a sociedade possui dois lados, “de um lado, os proprietários ou possuídos dos meios de produção, de outro, os que não os possuem”, ou seja, a classe dos dominantes e dos dominados (OLIVEIRA; QUINTANEIRO, 2007, p. 41).
Marx não deixou uma teoria sistematizada sobre as classes sociais, embora este seja um tema obrigatório para que suas interpretações a respeito das desigualdades sociais, da exploração, do Estado e da revolução sejam compreendias. Tal teoria acabou por ser constituída a partir dos elementos disseminados em seus distintos trabalhos. O ponto de partida é que a produção é “a atividade vital do trabalhador, a manifestação de sua própria vida”, e através dela o homem se humaniza. No processo de produção os homens estabelecem entre si determinados relações sociais através das quais extraem da natureza o que necessitam. Desde aí, Marx reflete sobre o significado – para o indivíduo e a sociedade – da apropriação por não produtores (pessoas, empresas ou o Estado) de uma parcela do que é produzido socialmente, e desenvolve sua concepção de classe, exploração, opressão e alienação (OLIVEIRA, QUINTANEIRO, 2007, p.40).
 Karl Marx desse modo identificou os problemas históricos da sua época (século XIX), gerando caminho para o estudo das formações econômicas e socais das classes da sociedade, assim, foi possível analisar que a vida social está repleta de contradições, como ricos e pobres, e que cabe a história nos mostrar a luta entre povose sociedades, a que Karl Marx se refere como luta das classes. 
 Karl Marx considera que a sociedade é constituída por indivíduos e pelo trabalho, sendo o trabalho que mobiliza a sociedade, pois o ato de trabalho detém uma dimensão social, antes de tudo porque ele também é o “resultado da história passada, é expressão do progresso anterior de toda a sociedade”, em segundo, porque o “novo objeto promove alterações na situação histórica concreta em que vive toda a sociedade; abre novas possibilidades e gera novas necessidades que conduzirão ao desenvolvimento futuro”, e em terceiro porque os conhecimentos adquiridos passam a abranger duas dimensões: “tornam-se aplicáveis às situações mais diversas e transformam-se em patrimônio genérico de toda a humanidade na medida em que todos os indivíduos passam a compartilhar dos mesmos”.
(LESSA; TONET, 2008, p. 26).
 Karl Marx afirma que todo ato humano é fundamentado nas evoluções da sociedade passada, ou seja, é um ato histórico e social. O trabalho é considerado um fundamento do ser social, pois por meio da transformação da natureza, se produz a base material da sociedade. Andery et al (1999, p. 401), relata que para
Karl Marx, o trabalho é uma categoria essencial “que lhe permite não apenas explicar o mundo e a sociedade, o passado e a constituição do homem, como lhe permite antever o futuro e propor uma prática transformadora ao homem, propor-lhe como tarefa construir uma nova sociedade”. 
 Uma das ideias que Karl Marx trabalha bastante as diferenças entre classes e suas relações, o opressor e o oprimido, uma luta que sempre existiu e possivelmente sempre existirá. Marx tinha uma visão otimista com relação à luta de classes, imaginava que, ao final da luta entre capitalistas e operários, os operários levariam a vitória por serem a maioria em quantidade de pessoas, ou seja, a grande maioria da sociedade. Constrói-se, a partir disso, um mundo ideal onde todas as diferenças de classes desapareceriam. Foi o que Marx escreveu em sua obra O manifesto Comunista em 1848: “Os proletários nada têm a perder a não serem seus grilhões. E têm um mundo a ganhar.”.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
FUSFELD, Daniel Roland. A era do economista. São Paulo: Saraiva, 2007
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. 16. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006
RODRIGUES, Adriana Aparecida; FAVARO, Neide de Almeida Lança Galvão. A contribuição do Pensamento de Karl Marx para a compreensão da estruturação do sistema educacional. Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí. Paraná, 2010.

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