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Saneamento – Abastecimento público VI Prof. MSc Cleber Albuquerque Etapas Tratamento Convencional de Água Manancial Coagulação Floculação Sedimentação Filtração Desinfecção Fluoretação Correção de pH Água final Agente oxidante CAP (Carvão ativado em pó) Coagulante Alcalinizante Agente oxidante Polímero Polímero / Agente oxidante Agente oxidante Flúor Alcalinizante Flotação Desinfecção - Objetivos Eliminar, de modo econômico, os microrganismos patogênicos presentes na fase líquida. • Caráter corretivo: • Eliminação de organismos patogênicos (bactérias, protozoários, vírus) • Caráter preventivo: • Manter um residual para casos de eventual contaminação na rede de distribuição Agentes desinfetantes Agentes físicos • Temperatura • Radiação • Filtração Agentes químicos • Fenóis • Álcoois • Halogênios • Metais pesados • Ácidos e bases 5 Principais características de agentes desinfetantes Destruírem, em tempo razoável, os organismos patogênicos Solubilidade e Estabilidade Não serem tóxicos ao ser humano e animais Não causarem odor e sabor na água nas dosagens usuais Ausência de combinação com material orgânico estranho Principais características de agentes desinfetantes Apresentar toxicidade para os microrganismos em temperatura ambiente Ausência de poderes corrosivos e tintoriais Disponibilidade e custo acessível Produzirem residual persistente na água Terem a sua concentração na água determinada de forma rápida e precisa por meio de método simples Principais agentes desinfetantes usados em ETAs •Cloro (Cloro gasoso, Hipoclorito de Sódio e Hipoclorito de cálcio) •Cloraminas (Cloro + Amônia) Dióxido de cloro •Ozônio •Radiação Ultra-Violeta Modo de ação dos agentes desinfetantes 9 Destruição da estrutura celular Alteração da permeabilidade celular Inibição do metabolismo com inativação de enzimas Alterações das moléculas de proteínas e de ácidos nucléicos Eficácia do processo de desinfecção Tempo de contato com a água Dosagem Tipo de agente químico Intensidade e natureza do agente físico usado como desinfetante Tipo de organismos 10 Eficácia do processo de desinfecção Avaliação do processo: • Monitoramento da concentração de microrganismos patogênicos • Monitoramento da concentração de microrganismos indicadores Necessidade de determinação em laboratório do tipo de organismos e da qualidade da água bruta (potencial para formação de subprodutos e riscos sanitários) Microrganismos indicadores Coliformes totais Coliformes fecais ou termotolerantes Contagem de bactérias heterotróficas Padrão microbiológico para tratamento de água Parâmetro Valor Mais Provável Água para consumo humano Coliformes termotolerantes Ausência em 100 ml Água na saída do tratamento Coliformes totais Ausência em 100 ml Água tratada no sistema de distribuição (Reservatórios e Rede) Coliformes termotolerantes Ausência em 100 ml Coliformes totais Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês: Ausência em 100 ml em 95% das amostras examinadas no mês Sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês: Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100 ml Aplicação de cloro - funções • Oxidação de compostos inorgânicos (Fe+2 e Mn+2) • Desinfecção • Remoção de cor real • Controle de gosto e odor em águas de abastecimento • Oxidação de compostos orgânicos sintéticos • Auxiliar do processo de coagulação e floculação • Controle microbiológico das unidades componentes das ETAs Desinfecção por cloro Vantagens: • É facilmente disponível como gás, líquido ou sólido (hipoclorito) • É economicamente viável • Facilidade de aplicação devido à elevada solubilidade • Deixa residual em solução, de concentração facilmente determinável, protegendo o sistema de distribuição • É capaz de destruir a maioria dos microrganismos patogênicos Desinfecção por cloro Desvantagens: • É um gás venenoso e corrosivo • Reque cuidado no manejo • Pode estar relacionado ao desenvolvimento de sabor e odor na presença de fenóis • A cloração de águas contendo matéria orgânica natural (MON) favorece a formação de trihalometanos (THMs) e outros subprodutos da desinfecção. Aplicação de cloro – dosagens típicas Aplicação Dosagem típica pH ótimo Tempo de Reação Efetividade Oxidação de ferro 0,62 mg/mg Fe 7,0 < 1,0 hora Bom Oxidação de manganês 0,77 mg/mg Mn 7,5 a 8,5 9,5 1 a 3 horas Minutos Razoável, função do pH Controle de biofilmes 1 mg/l a 2 mg/l 6,0 a 8,0 Não Disponível Bom Controle de gosto e odor Variável 6,0 a 8,0 Variável Variável Remoção de cor Variável 4,0 a 7,0 Minutos Bom Aplicação de cloro - métodos Cloro gasoso (Líquido – Gás) Hipoclorito de sódio (Solução líquida) Hipoclorito de cálcio (Sólido) Capacidade de uma instalação de cloração A capacidade de uma instalação de cloração é definida pela vazão máxima de água a ser tratada e das dosagens de cloro requerido para a desinfecção Pode ser calculada por: em que: C = capacidade (kg/dia) Q = Vazão máxima da estação (m³/dia) D = dosagem máxima esperada de cloro (mg/L) C Q D 1000 Subprodutos da cloração • THM → descoberto em 1970: motivou a busca por desinfetantes alternativos • Halocetonitrilas • Halocetonas • Ácidos haloacéticos • Clorofenóis Potencialmente prejudiciais à saúde pública 20 Tratamento de água para remoção de THMs Processos mais utilizados: • Aeração • Carvão ativado em pó • Remoção dos compostos precursores (MON) antes da reação com cloro Métodos de cloração: A desinfecção pode ser realizada por um dos três métodos: • Cloração simples • Cloração ao “break-point” (oxidação tanto da matéria orgânica quanto das cloraminas formadas) • Amônia-cloração Portaria 2914: Assegurar que a água fornecida contenha um teor mínimo de cloro residual livre de 0,2 mg/L ou 2 mg/L de cloro residual combinado ou 0,2 mg/L de dióxido de cloro (reservatório e rede) Métodos de cloração: Cloração simples: • Uso mais generalizado • Não há preocupação de satisfazer a demanda de cloro na água; • Em águas não muito poluída: após 20 minutos de contato o cloro residual livre situa-se entre 0,1 e 0,2 mg/L Métodos de cloração: Cloração ao break-point: • Utilizado em casos de águas muito poluídas, nas quais a cloração simples seria ineficaz, uma vez que o cloro residual seria rapidamente consumido. • Reações entre cloro dosado e nitrogênio amoniacal presente depende do pH, temperatura e tempo de reação Desinfecção por cloraminas • Pré-cloração + aplicação de um sal de amônia ou solução de amônia: reação entre cloro e amônia resulta nas cloraminas • Dependendo do pH, cloro e nitrogênio, podem ser formadas monocloraminas (NH2Cl), dicloraminas (NHCl2) ou tricloraminas (NCl3) • Dicloramina tem maior poder que a monocloramina. A Tricloramina não tem poder desinfetante. • Menor poder de desinfecção que o cloro livre, mas minimizam a formação de compostos organoclorados Desinfecção por cloraminas Vantagens: • São menos reativas com a matéria orgânica do que o cloro (minimiza a formação detrihalometanos e ácidos haloacéticos) • São de fácil obtenção e baixo custo • Minimizam o surgimento de problemas de gosto e odor Desinfecção por cloraminas Desvantagens: • Têm menor poder de desinfecção que o cloro, ozônio e o dióxido de cloro • Tempo de contato para controle bacteriológico deve ser muito longo • Não oxidam ferro, manganês e sulfitos • Devem ser produzidas “in situ” (adição sequencial ou simultânea de cloro e amônia) Desinfecção por dióxido de cloro Vantagens: • Possui maior estabilidade em soluções aquosas • Hidrolisa compostos fenólicos (diminuindo a possibilidade de sabores e odores) • Reage em menor intensidade com a matéria orgânica Desinfecção por dióxido de cloro Desvantagens: • Produz subprodutos, como cloritos e cloratos, cujos padrões de potabilidade brasileiros são 0,2 mg/L • Altos custos do monitoramento de cloritos e cloratos • A luz solar decompõe o dióxido de cloro • Pode produzir odores repulsivos em alguns sistemas • O ozônio é uma forma alotrópica do oxigênio, onde 3 átomos de elemento oxigênio combinam-se formando o O3 • Utilizado inicialmente na Holanda em 1893 • Pouco usado no Brasil • Dosagens usuais: 0,3 a 2,0 mg/L Desinfecção por Ozônio 30 Desinfecção por Ozônio Aspectos gerais: • Composto instável: produzido no local (descargas elétricas na presença de O2) • Muito volátil: decompõe com rapidez • É um poderoso oxidante, apresentando ação desinfetante mais intensa e mais rápida do que o cloro • Redutor de odor, gosto, ferro e manganês • Destrói fenóis, detergentes e pigmentos coloridos • Amplamente utilizado na Europa Desinfecção por Ozônio Vantagens: • Redução de odor, gosto e cor • Poderoso oxidante (atuação rápida sobre a matéria orgânica) • Ação desinfetante para uma ampla gama de pH • Ação bactericida 300 a 3000 vezes mais rápida do que a do cloro, para o mesmo tempo de contato • Superdosagem não acarreta perigo • Tem rápida ação desinfetante (5 a 10 minutos são suficientes) Desinfecção por Ozônio Desvantagens: • Não tem ação residual (não atua na desinfecção na rede de distribuição de água) • Gasto com energia elétrica de 10 a 15 vezes maior que o gasto com cloro • É um gás venenoso na atmosfera, o que exige mão de obra especializada para a sua manipulação. Desinfecção por radiação Ultra- violeta Aspectos gerais: • Comprimentos mais efetivos para desinfecção: entre 200 e 300 nm (radiações UVB e UVC) • Luz ultravioleta: produzida por lâmpadas de vapores de mercúrio com bulbo de quartzo • Também é eficiente na desinfecção de esgotos sanitários • Descoberta em 1877 Desinfecção por radiação Ultra- violeta Mecanismo de inativação dos microrganismos: • Ocorre quando a radiação UV penetra a parece celular e é absorvida pelos ácidos nucléicos e, em menor extensão, pelas proteínas e outras moléculas biologicamente importantes • Com a destruição do DNA não há a possibilidade de (ocorre, no entanto, reprodução dos microrganismos processos de reativação) Desinfecção por radiação Ultra- violeta Vantagens: • Não se introduz material na água, portanto, suas características físico-químicas não se alteram • Período de contato ou tempo de exposição pequeno (de 10 a 20 s) • A superdosagem não possui efeito nocivo Desinfecção por radiação Ultra- violeta Desvantagens: • Vírus são menos suscetíveis do que as bactérias • Não há ação residual • Material e energia de custo elevado • Problemas de manutenção • Não se determina rapidamente a eficiência do processo • Pode requerer a dosagem de um agente de desinfecção com ação residual Desinfecção por radiação Ultra- violeta Formas de utilização: • Lâmpadas imersas no líquido • Lâmpadas instaladas sobre o líquido • Lâmpadas instaladas externamente a tubos transparentes à radiação ultravioleta Desinfecção por radiação Ultra- violeta Parâmetros de projeto • O grau de destruição ou inativação dos microrganismos depende da dose de radiação; • A dose depende da intensidade da radiação UV e do tempo de exposição; D = I . t Em que: D = dose de radiação UV (mW.s/cm2 ou mJ/cm2); I = Intensidade da radiação (mW/cm2) t = tempo de exposição (s), Desinfecção por radiação Ultra- violeta 40 Desgastes das lâmpadas • Com o uso, há uma tendência da intensidade da lâmpada diminuir; • Isto resulta na redução da intensidade de radiação UV; • Este processo é conhecido como desgaste; • O desgaste das lâmpadas de UV com o tempo é influenciado: • Pelos ciclos de acionamento e desligamento; • Pela potência aplicada por unidade de comprimento da lâmpada. • Portaria 2914: •Deverá ser adicionado cloro ou dióxido de cloro de forma a manter residual mínimo no sistema de reservação e distribuição •Assegurar que a água fornecida contenha um teor mínimo de cloro residual livre de 0,2 mg/L ou 2 mg/L de cloro residual combinado ou 0,2 mg/L de dióxido de cloro (reservatório e rede) Desinfecção por ozônio e radiação Ultra-violeta Desinfecção por permanganato de potássio Vantagens: • Oxidante eficiente para o controle de sabor e odor da água • Oxida uma grande variedade de compostos orgânicos e inorgânicos (principalmente Fe e Mn) • Utilizado no controle de algas em decantadores Desinfecção por permanganato de potássio Desvantagens: • Altas doses tem elevados custos • Resíduos de KMnO4 deixam a água rosada • Não há estudos sobre a formação de subprodutos Formas de aplicação dos desinfetantes Cloro livre, cloro combinado e o dióxido de cloro • Tanques de contato (com chincanas ou em serpentinas) Ozônio • Borbulhamento em câmaras Luz UV • Reatores específicos (tempo de contato muito curto) Formas de aplicação dos desinfetantes Cloradores: • Por aplicação direta sob pressão • O cloro é aplicado diretamente, aproveitando a pressão dos cilindros • Solução a vácuo • Forma mais usada, o cloro é previamente dissolvido em uma corrente auxiliar de água por meio de um injetor e distribuído por meio de vácuo (produzido pelo injetor) Formas de aplicação dos desinfetantes Cloro livre, cloro combinado e o dióxido de cloro Formas de aplicação dos desinfetantes Ozônio 47 Formas de aplicação dos desinfetantes Luz UV 48 Fluoretação - Definição Etapa do tratamento de água com a finalidade de adicionar produtos com flúor necessários para a prevenção de problemas odontológicos. 50 Fluoretação - Histórico Histórico • 1916 – flúor natural em águas para abastecimento publico provocando manchas nos dentes (fluorose) • 1931 – apesar da fluorose, o flúor diminuía a incidência de cáries. • Flúor natural > 1,5 mg/L: aumento proporcional da fluorose, para praticamente a mesma redução de cárie; • Flúor natural ~ 1,0 mg/L: eficiência na redução de cárie, com incidência mínima de fluorose; • Flúor natural < 1,0 mg/L: aumento da incidência de cáries. Fluoretação - Histórico - primeira cidade com água fluoretada • 1945 – EUA artificialmente. • 1953 – Baixo Guandu (ES), primeira cidade brasileira com fluoretação artificial. • Julho de 1969 – A OMS declara-se favorável a fluoretação • 24 de Maio de 1974 – decreto – lei 6050 torna-se obrigatória a fluoretação no Brasil, regulamentada pelo decreto federal 76.872 de 22/12/1975. da incidênciade cáries. Aplicação do fluoreto em ETAs Compostos utilizados: • Fluoreto de Sódio (NaF) • Fluoreto de Cálcio (CaF2) • Fluossilicato de sódio (Na2SiF6) • Ácido Fluossilícico (H2SiF6) Aplicação do fluoreto em ETAs Dosagem de flúor • Necessário determinar a concentração natural de flúor no manancial • Maiores concentrações são encontradas em águas subterrâneas profundas do que em águas superficiais • Concentração ótima na faixa de 1,0 mg/L Aplicação do fluoreto em ETAs Norma brasileira (Portaria 2914) : valor máximo de 1,5 mg/L de fluoreto Aplicação do fluoreto em ETAs Compostos Características Fluossilicato de Sódio (Na2SiF6) Fluoreto de Sódio (NaF) Fluoreto de Cálcio (CaF2) Ácido Fluossilícico H2SiF6 Forma pó pó pó líquido Peso Molecular (g) 188,05 42,00 78,08 144,08 % Pureza (comercial) 98,5 90-98 85-98 22-30 % Fluoreto (composto 100% puro) 60,7 45,25 48,8 79,02 Densidade (Kg/m3) 881-1153 1041-1442 1618 1,25(Kg/L) Solubilidade a 25C (g/100gH2O) 0,762 4,05 0,0016 infinita pH solução saturada 3,5 7,6 6,7 1,2 (sol. 1%) Fluoretação 57 Dúvidas quanto à aplicação do fluoreto em ETAs Argumentos favoráveis à aplicação: • Indicação de redução de 60 a 70% da incidência de cáries em crianças • Forma de atingir a população mais carente, com difícil acesso a dentistas, boa alimentação e informação • Dosagem controlada evita a incidência de fluorose Dúvidas quanto à aplicação do fluoreto em ETAs Argumentos desfavoráveis à aplicação: • Flúor afeta o sistema digestivo, cardiovascular, respiratório e nervoso • Flúor pode provocar fluorose óssea, sendo possível indutor de câncer ósseo Técnicas de tratamento de água Clarificação: • Destinada a remover sólidos presentes na água. Esta etapa ocorre nos decantadores, flotadores e filtros. Desinfecção: • Destinada a inativar microrganismos patogênicos Fluoretação: • Para prevenção de problemas odontológicos Estabilização química: • Para controle da corrosão e da incrustação da água nas tubulações, concreto, etc. Trata-se de uma preocupação econômica com a integridade das instalações domiciliares e do sistema de distribuição Subprodutos da desinfecção 10 5 0 15 20 25 30 1900 1910 1920 1930 1940 1970 1980 1990 2000 1950 1960 Ano T a x a d e m o rt a li d a d e p o r 1 0 0 .0 0 0 h a b it a n te s Início do processo de cloração Identificação dos DBP’s Protozoários resistentes a ação dos agentes desinfetantes convencionais Taxa de mortalidade de febre tifóide nos Estados Unidos da América Fonte: Jacangelo, M. (2001) Processos de adsorção 62 Processo de adsorção Utilizados para remover constituintes orgânicos e inorgânicos da água • Exemplo: carvão ativado granular (CAG) e carvão ativado em pó (CAP) • Remoção de compostos orgânicos causadores de sabor e odor em águas de abastecimento Processo de adsorção Processo pelo qual as moléculas são transferidas de uma corrente fluida e concentradas sobre uma superfície sólida por meio de forças físicas • Atração física: forças de van der Walls (nível molecular) • Quanto mais hidrofóbico for o composto, maior o potencial de adsorção Eficiência do processo: • Relacionada com a área superficial – local onde ocorre o processo de adsorção Processo de adsorção Tipos de adsorventes • Adsorvente mais aplicado: carvão ativado (granular ou em pó) • Hidróxido férrico granular também apresenta características de adsorção (remoção de arsênio e selênio) Processo de adsorção Local de aplicação: • Em camadas do leito filtrante • Adicionado à água bruta antes da unidade de mistura rápida ou na entrada do filtro antes da filtração em areia (depende das etapas do tratamento) Pode interferir com a pré-oxidação e/ou processo de coagulação Sistemas de separação por membranas 67 Processos de separação por membranas 10 Utilização de membranas semipermeáveis para separação de contaminantes na água Possibilitam a separação dos seguintes contaminantes: • Sólidos em suspensão, inclusive colóides • Bactérias e vírus • Compostos orgânicos dissolvidos • Substâncias inorgânicas dissolvidas Processos de separação por membranas Conforme o tamanho do poro da membrana descresce, a pressão “transmembrana” aumenta Princípio de funcionamento: água bombeada sob pressão através de uma membrana semipermeável Processos de separação por membranas Seleção do tipo de membrana: depende dos constituintes que serão removidos • Microfiltração (MF) • Ultrafiltração (UF) • Nanofiltração (NF) • Osmose reserva (OR) Principais processos de separação por membranas Microfiltração: • Utilizado para separação de sólidos em suspensão e bactérias Ultrafiltração: bactérias, vírus e • Utilizado para separar sólidos em suspensão, compostos orgânicos de elevado peso molecular Nanofiltração: • Remoção de compostos orgânicos de baixo peso molecular e íons bivalentes dissolvidos Osmose reversa: • Separação de espécies de baixo peso molecular Comparação entre processos: convencional e por membranas Constituinte a ser removido Sistema convencional Separação por membranas Turbidez, sólidos suspenso e contaminantes microbiológicos Coagulação, floculação, filtração e desinfecção Microfiltração Cor, odor e compostos orgânicos Carvão ativado, cloração e filtração e aeração Ultrafiltração Dureza, sulfatos, ferro e metais pesados Abrandamento com cal, troca iônica, oxidação e filtração e coagulação floculação Nanofiltração Sais dissolvidos Evaporação e troca iônica Osmose reversa Características dos processos de separação por membranas Tipo de membrana Tamanho do poro Pressão de operação Microfiltração 0,1 µm 0,2 a 1,0 bar Ultrafiltração 0,01 µm 1 a 5 bar Nanofiltração 0,001 µm 5,0 a 6,7 bar Osmose reversa Passagem apenas de constituintes do tamanho das moléculas de água 13,4 a 80,4 bar 16 17 Materiais das membranas • Formas: tubular, placas planas ou como fibras ocas finas • Materiais sintéticos ou naturais • Materiais naturais: acetato de celulose, diacetato de celulose, triacetato de celulose • Materiais sintéticos: poliamida, polissulfona, acrilonitrilo, polietersulfona, teflon, náilon e polímeros de propileno • Membranas cerâmicas são restritas aos processos de microfiltração e ultrafitração • Alguns materiais são sensíveis a: temperatura, pH e oxidantes (p. ex. cloro) Projetos e dimensionamento É necessário conhecer as características do produto a ser obtido e da alimentação; Também devem estar disponíveis: • A vazão de água a ser produzida ou volume de efluente a ser tratado; • Recuperação de água no sistema; • Capacidade de produção das membranas Projetos e dimensionamento 20 Valores típicos do fluxo de água através das membranas são: Osmose reversa 15 a 25 L/h.m2; Nanofiltração 20 a 30 L/h.m2; Ultrafiltração 25 a 50 L/h.m2; Microfiltração não há uma regra. No caso de sistemas de microfiltração os valores máximos situam-se na faixa de 50 a 70 L/h.m2. Projetos e dimensionamento Componentes de um sistema de membranas: • Subsistema de pré-tratamento: • Deve ser previsto para minimizar os problemas operacionais nas membranas. • Subsistema de membranas: • Irá promover a separação dos contaminantes da água. • Subsistema de pós-tratamento; • Subsistema de limpeza química: • Tem por finalidade recuperar a capacidade de produção das membranas. Formação de biofilme – problemas de operação Problema crítico nos processos de separação por membranas; Refere-se à formação de uma camada viscosa sobre a superfície da membrana, resultante do acúmulo de microrganismos; Processo resultante dos mecanismos de adesão e crescimento Formação de biofilme – problemas de operação Adesão: • Mecanismo responsável pela fixação dos microrganismos na superfície da membrana; Crescimento: • Multiplicação dos microrganismos após a sua adesão na membrana, utilizando os nutrientes que são transportados para superfície da membrana. 81 Formação de biofilme – problemas de operação A formação de biofilme representa um sério problema em sistemas de membranas (> que depósitos coloidais ou a incrustação) Os microrganismos se multiplicam em progressão geométrica, podendo resultar em danos severos às membranas Águas com baixa contagem de microrganismos também apresenta a formação de biofilme Formação de biofilme – problemas de operação Sólidos em suspensão em combinação com o biofilme podem resultar na formação de depósitos – perda de eficiência no sistema; O biofilme funciona como uma fonte de microrganismos para o sistema; O monitoramento da formação de biofilme pode ser feita através da contagem microbiana Formação de biofilme – problemas de operação A ocorrência de biofilme reduz o desempenho do sistema de membranas; Os efeitos adversos da formação do biofilme são mais observados em sistemas com menores porosidades, como a NF e a OR; Tratamento de água de mananciais eutrofizados – presença de algas 85 Eutrofização Proliferação de algas e macrófitas em corpos d’água Resultado do aumento da concentração de nutrientes Comprometimento do uso da água para abastecimento doméstico e industrial Algas de interesse Gênero da Alga Problema Anabaena Odor, interferência na coagulação e toxinas Chlorella Odor, coloração e persistência no sistema de distribuição Asterionella Odor, persistência no sistema de distribuição e interferência na coagulação Euglena Odor, corrosão em concreto e interferência na coagulação Spirogyra Odor e produção de lodo Fonte: Di Bernardo, L. Algas e suas influências na qualidade das águas e nas tecnologias de tratamento, 1995. Algas potencialmente tóxicas As algas potencialmente tóxicas pertencem à divisão Cyanophyta, geralmente denominadas de cianobactérias; Vários gêneros e espécies de cianobactérias que formam florações produzem toxinas, conhecidas como Cianotoxinas; Algumas das toxinas produzidas pelas cianobactérias têm ação rápida, podendo causar a morte de mamíferos. 30 Impactos sobre o sistema de tratamento A presença de algas na água bruta podem ocasionar problemas • Operacionais • Qualidade final da água tratada • Potencial formação de subprodutos tóxicos (reação com oxidantes químicos) • Potencial liberação de toxinas Impactos sobre o sistema de tratamento Problemas operacionais – Etapa de coagulação e floculação • Implica em uma maior estabilidade das partículas em suspensão • Necessidade de maiores dosagens de produtos químicos • Aumento do custo de tratamento Impactos sobre o sistema de tratamento Problemas operacionais – Sedimentação • Com menor peso específico das algas, há uma tendência de que ocorra flotação • Deterioração da qualidade da água decantada • Qualidade do lodo formado (maior dosagem de produtos químicos) • Aumento dos custos de desidratação e disposição do lodo formado Impactos sobre o sistema de tratamento Problemas operacionais – Filtração • Menores carreiras de filtração devido a maior carga de material sólido • Maior frequência nas operações de lavagem dos filtros • Menor produtividade devido ao aumento no consumo de água de lavagem (menores carreiras de filtração) Impactos sobre o sistema de tratamento Problemas operacionais – Desinfecção • Aumento no consumo de agente de desinfecção • Geração de maior quantidade de matéria orgânica no efluente dos filtros • Maior possibilidade do desenvolvimento de gosto e odor na água Impactos sobre o sistema de tratamento Problemas operacionais – Distribuição • Maior potencial de crescimento bacteriano em função da utilização da matéria orgânica como substrato • Potencial aumento da taxa de corrosão na rede de distribuição de água devido a formação de biofilme Impactos sobre o sistema de tratamento Problemas de qualidade na água tratada • Presença de substâncias potencialmente tóxicas • Compostos organoclorados; • Ácidos halo-acéticos. • Gosto e odor na água • 2,6-dimetil biciclo decan-1-ol Geosmina – utilizado na fabricação de perfumes; • 2-Metil-isoborneol (MIB). Impactos sobre o sistema de tratamento Formação de subprodutos tóxicos na pré-oxidação • Rompimento das células de algas • Aumento na concentração de matéria orgânica • Aumento no potencial de formação de subprodutos tóxicos (depende do tipo de agente pré-oxidação e de sua dosagem) Impactos sobre o sistema de tratamento Formação de subprodutos tóxicos na desinfecção e distribuição • Devido à reação entre a matéria orgânica não removida e a ação dos desinfetantes (cloro) • Processo continua a ocorrer no sistema de distribuição (cloro residual) Impactos sobre o sistema de tratamento 40 Potencial liberação de toxinas • Algas do tipo cianofíceas, na ocorrência de floração, liberam toxinas • Essas toxinas tem ação hepatotóxicas ou neurotóxicas • Durante o processo de tratamento de água, essas toxinas podem ser liberadas Tratamento de água de mananciais eutrofizados Tratamento envolve atividades de manejo até a distribuição da água • Evitar a proliferação de algas nos reservatórios • Minimizar a entrada de algas na estação de tratamento • Remover as algas presentes na água • Interromper o abastecimento em casos extremos Tratamento de água de mananciais eutrofizados Ações de gestão na área de manancial • Controlar a entrada de nutrientes • Preservar as áreas de manancial • Coleta e tratamento de efluentes • Controlar o florescimento de algas por meio da utilização de algicidas (é vedado o uso de algicidas para o controle do crescimento de cianobactérias ou qualquer intervenção no manancial que provoque a lise celular quando a densidade é superior a 20000 célular/mL) Tratamento de água de mananciais eutrofizados Minimizar a entrada de algas na estação de tratamento • Alocar o ponto de captação onde o potencial de acúmulo de algas é menor • Condição de ventos • Margens dos mananciais • Avaliar o perfil vertical de distribuição das algas ao longo do dia (captar empontos de menor concentração) Tratamento de água de mananciais eutrofizados Minimizar a entrada de algas na estação de tratamento • Utilizar barreiras para evitar que a escuma de algas atinja o ponto de captação • Pré-filtração na margem: Remoção de algas no sistema de tratamento Utilização de pré-oxidação com cloro ou ozônio Pode conduzir ao rompimento da membrana celular das algas e ocasionar a liberação de toxinas e precursores de THM’s Em sistemas convencionais, gera flocos mais leves no processo de coagulação e floculação Diminui a eficiência da sedimentação 103 Remoção de algas no sistema de tratamento Pré-oxidação com permanganato de potássio • Para evitar a liberação de toxinas, é necessário que as algas sejam removidas intactas • O permanganato de potássio utilizado na sequencia da coagulação ajuda na eficiência de remoção de partículas • Cautela na dosagem – muito elevado ocasiona a coloração da água • Necessário aumentar a dosagem de coagulantes Remoção de algas no sistema de tratamento Flotação • Remoção física – não é necessário o processo de pré- oxidação • Eficiência elevada Separação por membranas • Eficiência elevada • Não necessita pré-oxidação • Formação de depósitos na superfície da membrana Remoção de toxinas no sistema de tratamento A remoção de toxinas pode ser realizada através de: • Oxidação química com ozônio (após a decantação), cloro (após a filtração) e permanganato de potássio • Adsorção em carvão ativado em pó ou granular • Adsorção e degradação em carvão ativado granular com crescimento biológico Tratamento da fase sólida em ETAs 107 Esquema de geração de lodo em ETA convencional 50 109 Adensador para separação do lodo 110 Lodo gerado na ETA Miringuava – após adensamento 111 Características do lodo de ETAs Lodos de ETAs podem variar em função de: • Qualidade da água bruta • Técnica utilizada para tratar a água • De como ocorre o processo de coagulação • Da quantidade e dos tipos de produtos químicos utilizados durante o tratamento da água • Dos locais onde foram gerados (decantador, floculador, filtros, etc) • Do intervalo de limpeza dos decantadores e dos filtros Características do lodo de ETAs Composição básica: • Microrganismos • Sólidos orgânicos e inorgânicos • Sólidos do próprio coagulante e de outros produtos químicos utilizados para o tratamento As características químicas e físicas do lodo estão relacionadas com as características da água do manancial, com os produtos químicos utilizados e com o modo como a coagulação ocorre. As propriedades químicas do lodo podem influenciar nas físicas. Características do lodo de ETAs Parâmetros utilizados para a caracterização do lodo de ETAs: • pH • DBO e DQO • Concentração de metais • Sólidos Características do lodo de ETAs Potencial tóxico depende de: • Teor de metais presentes (Alumínio, cobre, chumbo, níquel, etc) • Reações sofridas durante o processo • Forma e tempo de retenção • Características do curso d’água • Composição e impureza dos coagulantes e outros produtos químicos utilizados Desidratação do lodo de ETAs A função de desidratar o lodo de ETAs é importante para: • Redução dos custos de transporte e disposição final (menor volume) • Facilidade para o manuseio do lodo desidratado quando comparado com ele ainda com alto teor de umidade Espessamento → desidratação Desidratação do lodo de ETAs Formas de desidratação do lodo de ETAs: • Desidratação Natural • Leitos de Secagem • Desidratação Mecânica • Filtros Prensa de Esteira • Centrífugas • Filtro Prensa Parafuso • Filtros Prensa de Placas Disposição do lodo de ETAs 60 Disposição – função do teor de sólidos presente: • Aterros sanitários (teor de sólidos > 30%) • Disposição controlada em certos tipos de solos • • em estações de Co-disposição com biossólidos gerados tratamento de esgotos • Incineração dos resíduos • Lançamento em rede coletora de esgotos • fabricação de Aplicações industriais diversas, tais como tijolos ou outros materiais de construção Etapas Tratamento Convencional de Água Manancial Coagulação Floculação Sedimentação Filtração Desinfecção Fluoretação Correção de pH Água final Agente oxidante CAP (Carvão ativado em pó) Coagulante Alcalinizante Agente oxidante Polímero Polímero / Agente oxidante Agente oxidante Flúor Alcalinizante Flotação
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