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Direitos Sociais - Artigo de Direito Constitucional

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Introdução
Os direitos sociais surgiram a partir do século XIX na segunda geração de direitos fundamentais, quando os indivíduos passaram a exigir do Estado ações no sentido de proporcionar igualdade entre os indivíduos. José Afonso da Silva os conceitua como “dimensão dos direitos fundamentais, prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente enunciadas em normas constitucionais que possibilitam a melhoria das condições de vida dos mais fracos”. Segundo Comparato, com base no princípio da solidariedade os direitos sociais passam a integrar os direitos humanos, sendo necessária a atuação do Estado na criação de políticas públicas garantidoras de amparo e proteção àqueles que não possuem condições de viverem dignamente. Os direitos sociais podem ser entendidos como uma tentativa de garantir a equidade entre os indivíduos; e com o passar do tempo são aprimorados, ganham novas faces, novas versões, se adaptam à realidade vivida.
1. Direito à educação
Sobre o Direito a Educação, diz o artigo 205 da Constituição Federal que é um direito de todos e dever do Estado e da família. Esse direito é fundamental para o ser humano, sendo essencial e completamente indispensável à cidadania. 
Para que outros direitos possam ser usufruídos necessita-se a priori de uma educação plena. Apesar de a maioria dos países focarem prioritariamente nesse meio, muitas crianças ainda são privadas disso por vários motivos, dentre eles a pobreza (que ainda é um assunto delicado), os meios de transporte, etc. Para que haja educação em sua plenitude é necessário mais que o ensino na escola, tem que haver também a instrução em casa por parte dos pais, a fim de que os filhos cresçam com uma mentalidade ampla e se desenvolvam no âmbito escolar.
A educação é um direito fundamental imprescindível na garantia da dignidade da pessoa humana. A Constituição Federal de 1988 infere que a educação é um dos principais direitos sociais, com o objetivo de desenvolver a sociedade. Ainda na CF/88, artigo 208, I, o Estado está comprometido com a garantia de uma educação básica obrigatória e gratuita para os indivíduos dos quatro aos dezessete anos de idade. Todos têm direito à Educação, não importando raça, cor, religião, ou crença. Hodiernamente a educação é gerada desde cedo no ambiente familiar, porém várias pessoas mais velhas ainda buscam aprimorar seus conhecimentos investindo o tempo livre em alguma atividade educativa.
O direito à educação vem sendo incentivado no Brasil com o passar dos anos, tendo sido declarado constitucionalmente em 1934, tornando se matéria jurídica. A educação figura como um dos dispositivos que regula o mínimo legal, sendo umas das principais condições de que a pessoa necessita para ter uma vida minimamente digna na sociedade. Segundo John Locke “O caminho que leva à construção desta sociedade implica um processo gigantesco de educação, e não apenas a educação entendida no sentido da transmissão do conhecimento, mas no sentido da formação da cidadania”. (Oliveira, p. 181, 2000)
Atualmente muitos indivíduos preferem manter os filhos em escolas de ensino particular ou em internatos, tendo certo preconceito com o ensino público. Claro que existem algumas diferenças que favorecem ambos, fazendo os alunos se destacarem, porém o ensino é o mesmo, os educadores se esforçam pelo futuro de seus alunos a fim de que saiam preparados da escola pública ou particular para uma faculdade e se sobressaiam na profissão desejada. O ensino é o mesmo para todos e a educação vem de cada um, parte do seio familiar, sendo isso um bem ímpar, pois através dele tudo o mais virá. Vale lembrar que além da CF de 1988, existem leis que ainda completam esse direito como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). 
2. Direito à saúde
A saúde influencia diretamente na qualidade de vida do indivíduo e figura no ordenamento brasileiro como direito fundamental o que já acontecia em constituições de outros países. A saúde é um direito essencial à vida e deve ser garantida a todos, para tanto exige-se, do Estado e dos demais, prestações tanto negativas quanto positivas. Negativas no sentido de não fazer algo que possa prejudicar ou colocar em risco a saúde de alguém, Positivas no sentido de o Estado promover a proteção e recuperação desta. A saúde é um pilar fundamental para a concretização do que a CF dispõe em seu artigo 1º, III, a dignidade da pessoa humana como fundamento da república. Apesar de toda essa proteção jurídica, no Brasil tal direito ainda não é garantido de forma efetiva. Não é incomum ver nos noticiários casos de pessoas que morrem por falta de tratamento médico adequado, isso evidencia o fato de que ainda será necessário evoluir muito para que o cidadão brasileiro seja respeitado como pessoa e tenha seus direitos preservados. Se considerarmos que a condição de vida do indivíduo reflete diretamente na sua saúde, concluiremos que a atuação estatal falha desde a prevenção, permitindo que pessoas vivam em condições indignas de moradia, sem saneamento básico ou infraestrutura. Tal situação fere sobremaneira o preceito constitucional que versa: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”(CF/88, art 196).
3. Direito à alimentação
O direito à alimentação está previsto no artigo 6º da CF/88; essa foi uma mudança feita pela EC nº 64/2010. A alimentação é um elo significativo para a efetivação de uma sociedade justa onde cada direito social interage com os demais formando uma cadeia que protege os indivíduos como um todo. Para haver alimentação é necessário haver trabalho, que depende de educação prévia, que somente será possível em um indivíduo saudável, o que somente ocorrerá se houver lazer, alimentação adequada, etc. Os direitos se completam se unem em um só ideal. 
O Brasil enfrenta uma profunda desigualdade social o que requer por parte do Estado ações no sentido de minimizar tal desigualdade. Seguindo por essa vertente o governo Federal criou em 2003 um programa assistencialista que, mediante alguns pré requisitos, fornece capital para custear a alimentação das famílias de baixa renda. De lá para cá vários outros programas de incentivo foram desenvolvidos, porém servem apenas como paliativos para um problema de tamanha dimensão. É evidente que têm contribuído para a diminuição da fome, mas ainda não é suficiente. Para este mérito todos os demais direitos sociais devem ser garantidos na sua integralidade. 
4. Direito ao trabalho
Conforme observa José Afonso da Silva, apesar de a CF/88 prever o trabalho como direito social em nenhum momento admite de forma expressa o direito ao trabalho. Tal prerrogativa pode ser extraída do texto constitucional como um todo. Um desses textos se encontra no artigo1º, IV que admite os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa como fundamentos da república. Isso influencia diretamente na ideia de dignidade da pessoa humana prevista no mesmo artigo. Quando a Constituição versa sobre direitos dos trabalhadores, traz garantias necessárias à tranquilidade do trabalhador quanto à sua relação de emprego. Nas ECs n.20/98, 28/2000 e53/2006 ocorreram mudanças significativas no que se refere á proteção dos trabalhadores.
Considerando o sistema de proteção ao direito social do trabalho ainda muito frágil faz-se necessária a institucionalização da justiça do trabalho, destinada a conciliar e julgar as questões individuais e coletivas relacionadas ao trabalho conforme consta no Art.114 CF/88. O Art 7°, IV da constituição menciona o salário mínimo e seus respectivos suprimentos, porém o salário mínimo no Brasil não consegue atender às necessidades básicas de um trabalhador o qual é digno de uma remuneração satisfatória e justa, capaz de garantiro seu sustento e o de sua família.
Apesar de o trabalhador brasileiro ter todas as garantias respaldadas na constituição federal, mas falta ainda a consciência por parte de alguns empregadores que insistem em não assegurar a seus empregados todos os direitos previstos em lei, restando a eles muitas vezes litigar judicialmente a conquista destes. 
5. Direito à moradia
A moradia adequada tornou se um direito humano universal, que foi aceito e aplicado em todas as partes do mundo como um dos direitos essenciais para a vida das pessoas de modo geral, no ano de 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Vários tratados internacionais expressam que os Estados devem promover e proteger o direito á moradia. Há vários textos da ONU que reconhecem o direito à moradia, no entanto a aplicação deste direito de fato ainda é desafio. A moradia é um direito que vai além de uma casa, envolve diferentes fatores que promovam a convivência digna e segura entre os indivíduos. Podem ser considerados a infraestrutura, o saneamento básico, o acesso aos serviços de saúde, à escola etc. Há alguns anos no Brasil, possuir uma casa própria era um privilégio de poucos, daqueles que detinham expressivo poder econômico. Na última década o Governo Federal começou a investir em ações que pudessem corrigir tamanha desigualdade. Vê se que, assim como os demais programas governamentais, essas medidas não foram suficientes e apenas minimizaram a discrepância existente entre as classes, sendo alvo inclusive de corrupção por parte dos administradores. Mesmo com as medidas de intervenção estatal o déficit habitacional em 2012 passava dos cinco milhões, segundo o Ministério das Cidades.
O cenário demonstra que há muito que se fazer a fim de se chegar ao fim da desigualdade social.
6. Direito ao lazer
 A palavra lazer é decorrida do latim “LICERE” que significa “ser licito” ou “ser permitido”. O direito ao lazer surgiu em 1988 (surgiu como direito de 1° geração, ganhando logo mais o status de 2° geração, com apoio da doutrina e jurisprudência brasileira).
De acordo com o artigo 6°, caput, da constituição federal o direito ao lazer se adéqua como direito social e integra os Direitos Fundamentais, também consta nos respectivos artigos: 7°, IV, artigo 217°,§ 3°, e artigo 227.
A ONU traz uma declaração (Artigo 24° da Declaração Universal de Direitos Humanos) que todos os países de modo geral devem (sem restrições) promover o lazer, pois se trata de um direito inegável.
É dever do poder público incentivar o lazer, como forma de promoção social de acordo com o artigo, 217° parágrafo 3°, entretanto um dos problemas que o Estado aponta para o mau funcionamento desse benefício é a falta de verba para os devidos investimentos o que não é muito diferente em outras áreas (saúde, educação, segurança e moradia).
Não existe uma única forma de lazer. Pode se denominar lazer toda forma que encontramos para se divertir e distrair do estresse que o dia-a-dia causa como esporte, teatro e viagens. 
Assim como a saúde, educação e segurança têm grande importância e estão previstos na Constituição Federal como direito de todo cidadão, o lazer deve ser igualmente considerado, e o governo deve elaborar formas de aplicações e incentivar as pessoas a usufruir desse direito, podemos ter como exemplo a construção de praças com equipamentos de exercício físico e as propagandas que despertam o interesse cultural, em um campo onde todos devem ser contemplados, crianças, adolescentes, jovens, (artigo 227°, caput) adultos e idosos. 
O direito ao lazer busca a melhoria da vida humana, trazendo vários benefícios não somente para o corpo, mas para mente. O individuo que tem diversão inserida no seu cotidiano tem um estilo de vida mais produtivo e saudável, na vida pessoal, no trabalho e na sociedade de forma geral. Afinal não são máquinas e necessitam de descanso.
7. Direito à segurança
O direito à segurança, previsto no artigo 5º, tem a ideia central de garantia individual, no entanto, a previsão ao qual se refere o artigo 6º, está ligada à obrigação imposta ao Estado, que também é um direito e responsabilidade de todos. Neste sentido, o artigo 6º refere-se ao conceito de segurança pública, sendo exercida nos termos do artigo 144, caput, para preservar a ordem pública, e salvar de qualquer tipo de lesão às pessoas e o patrimônio. (Lenza, Pedro. 2014).
Sendo tal direito prerrogativa constitucional, garante a implementação de políticas públicas, impondo ao Estado o dever de atribuir soluções objetivas que efetivem o acesso à segurança no país. O poder judiciário poderá determinar que o Estado cumpra com seu dever, quando inadimplente, de políticas públicas prevista na constituição, sem que haja conflito no que tange o domínio discricionário do Poder Executivo (A Constituição e o Supremo, 2011).
O direito à segurança vai além da simples garantia de não ser morto, roubado, agredido físico e moralmente entre tantas outras lesões, mas também é o direito de não sermos acusados de tais atos criminosos, sem que antes haja um devido processo legal ou ao menos, indícios que tal ato foi realmente praticado pelo acusado, neste sentido são as palavras do Ex Ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau:
“O Estado de Direito viabiliza a preservação das práticas democráticas e, especialmente, o direito de defesa. Direito a, salvo circunstâncias excepcionais, não sermos presos senão após a efetiva comprovação da prática de um crime. Por isso usufruímos a tranquilidade que advém da segurança de sabermos que, se um irmão, amigo ou parente próximo vier a ser acusado de ter cometido algo ilícito, não será arrebatado de nós e submetido a ferros sem antes se valer de todos os meios de defesa em qualquer circunstância à disposição de todos. (...).” (HC 95.009, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 6-11-2008, Plenário, DJE de 19-12-2008).
Com o aparecimento do Estado moderno, também faz surgir novas formas de punir, consequentemente, novas tentativas de garantir o bem comum, neste caso, o bem da segurança. Em meados do século XVIII na Europa e em vários outros países os transgressores da lei eram punidos de forma severa, eram queimados, enforcados, decapitados em praça pública, fazendo deste ritual de punições um espetáculo ao céu aberto. Com o tempo, os suplícios foram deixando de serem praticados, dando espaço para outras formas de punição, como a prisão, pena de morte etc., (Foucault, Michel. 2002).
No Brasil, após várias constituições implantadas, vigora a de 1988, que em seu artigo 144 define a quais órgãos do governo caberão a manutenção da segurança pública, sendo eles: a polícia federal, a polícia rodoviária federal, a polícia ferroviária federal, as polícias civis, as polícias militares e corpos de bombeiros militares. (Vade Mecum, 2014).
8. Direito à previdência social
Previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 6°, como um dos direitos sociais, o direito à previdência social tem por objetivo assegurar ao trabalhador a garantia de que, se por qualquer motivo, fique incapacitado de exercer a atividade da qual obtêm renda, lhe seja reservado uma fonte de renda adicional para preservar a sua subsistência e de sua família. Esta incapacidade pode ser temporária, como por doença, acidente, ou permanente, como por velhice, invalidez permanente devido à acidente ou morte. 
Conforme art. 194 do mesmo diploma, juntamente com os direitos relativos à saúde e à assistência social, o direito à previdência social compõe o sistema de seguridade social, que é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e de toda a sociedade para assegurar os citados temas. Não podendo ambos serem confundidos. No conceito de Sérgio Pinto Martins: 
 “O Direito da Seguridade Social é um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por açõesde iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. 
No país a previdência social é de responsabilidade do Ministério da Previdência Social e os seus atos são realizados pelo Instituto Nacional Do Seguro Social (INSS). Já no pagamento do salário, o trabalhador com carteira assinada, tem descontado o imposto para a contribuição com o INSS, tendo assim direito aos benefícios e serviços que são oferecidos pelo mesmo órgão.
Existem seis modalidades de contribuintes ao INSS, sendo eles os empregados, os empregados domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais, segurados especiais e segurados facultativos. Cada um tendo uma maneira diferente de integrar o sistema previdenciário, como por exemplo, o empregado doméstico que além de ter assinada a carteira de trabalho deve ainda comprovar o pagamento das contribuições pagas pelo seu empregador, e o trabalhador avulso que deve ter um cadastramento feito no sindicato ou no órgão do qual é integrante. Já o empregado, precisa apenas estar com a sua carteira assinada. 
A Constituição de 1824 já tratava sobre a previdência social em seu art 179, inciso XXXI, garantindo ao cidadão os então chamados “socorros públicos”. No entanto, a sua utilidade nunca existiu, já que não se dispunha de meios para se exigir a efetivação desta garantia.
É então na Carta Magna de 1988, que marcou a volta do Estado Democrático de Direito no país, que se vê uma maior preocupação quanto à efetivação desse direito, e também o ampliou. Dentro dessa ampliação o maior ganho foi para os trabalhadores rurais, que se equipararam aos trabalhadores urbanos, quando antes não existia nenhum tipo de previdência para os mesmos, e a determinação de que nenhum beneficio poderia ser menor que o valor de um salário mínimo.
9. Direitos individuais do trabalhador
O trabalho integra o rol de direitos sociais presentes no artigo 6º da CF/88 e junto com os demais visa garantir o tão almejado ideal de igualdade social. Os direitos dos trabalhadores bipartem-se em duas ordens distintas, quais sejam: direitos dos trabalhadores em suas relações individuais e direitos coletivos dos trabalhadores (SILVA, 2007). A CF dispõe no artigo 7º uma série de direitos voltados para o trabalhador individual e nos artigos 8º a 11 os direitos coletivos visando ao desenvolvimento social suficiente para que se cumpra o princípio da igualdade. Tais se destinam a trabalhadores urbanos, rurais e mais restritamente aos domésticos que por meio da emenda constitucional n.72/2013 passaram a ter maior proteção. Além de possuir firmes garantias os trabalhadores contam ainda com uma lei específica, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que regula as relações entre empregados e empregadores. Não obstante uma relação constitucional considerável de direitos trabalhistas, nenhum deles garante expressamente o direito ao trabalho. Conforme observa José Afonso da Silva, essa garantia pode ser extraída da junção de outros dispositivos constitucionais e ainda assim não é de forma absoluta, uma vez que protege apenas a relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa (art.7º, I CF/88). 
O legislador ao listar no art.7º da CF os direitos dos trabalhadores preocupou se em dar a estes uma proteção além do emprego, mas também boas condições de trabalho, salário digno, descanso remunerado etc. A garantia da relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa prevista no inciso I do artigo 7º é complementada pelo enunciado nº 2 da primeira jornada de direito material na justiça do trabalho, onde fica determinado que na omissão do legislador o poder judiciário poderá atuar no cumprimento da norma constitucional garantindo tal direito nela previsto; e caso haja lesão a direito fundamental disfarçado por prática empresarial o ônus da prova caberá a este.
Quanto às condições de trabalho a CF prevê a duração da jornada de trabalho que não ultrapassará 44 horas semanais (art.7º, XIII) e ainda a redução de riscos inerentes ao trabalho utilizando se de normas de segurança, saúde e higiene. A CLT determina no seu artigo 162 que as empresas estão obrigadas a oferecer serviços especializados em segurança e medicina do trabalho e a criação das CIPAs (comissão interna de prevenção de acidentes) a qual será constituída por representantes da empresa e dos empregados; também deverá haver o fornecimento de EPIs (equipamento de proteção individual) entre outros.
Já o repouso remunerado será preferencialmente aos domingos, salvo motivo de necessidade imperiosa ou conveniência pública (art. 7º, XV, CF c/c art.67, CLT). Vale ressaltar o repouso de 120 dias concedidos às gestantes (licença maternidade) e de 05 dias aos pais (licença paternidade), ambos devidamente remunerados.
José Afonso da Silva analisa o direito ao salário sob dois aspectos: fixação e proteção. No campo da fixação observa-se o salário mínimo que atenda às necessidades básicas do trabalhador e de sua família, piso salarial de acordo com a complexidade e extensão do trabalho, salário nunca inferior ao mínimo para os que recebem remuneração variável, décimo terceiro, respeito à isonomia salarial, etc. Já o aspecto da proteção integra a irredutibilidade do salário e a constituição de crime caso haja sua retenção dolosa.
10. Direitos coletivos dos trabalhadores
10.1. Direito de associação profissional ou sindical
A CF no art. 8º garante aos trabalhadores o direito à associação profissional ou sindical e veda a interferência ou intervenção do poder público em suas atividades exigindo apenas o registro em órgão competente. José Afonso da Silva diferencia a associação profissional da sindical, mesmo ambas sendo associações profissionais; segundo ele, a profissional é voltada para estudo, defesa e coordenação dos direitos dos associados enquanto que a sindical cuida de interesses especiais, como os individuais e coletivos (até mesmo em questões judiciais), negociações coletivas e celebração de acordos coletivos, eleição de representantes da categoria, etc. Apesar da ampla proteção oferecida pelos sindicatos aos trabalhadores, ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a eles (CF/88 art.8,º v). 
Alexandre de Moraes lista uma série de direitos sindicais: liberdade de constituição, inscrição, direito de auto-organização, de exercício de atividade sindical na empresa, independência, autonomia, etc todos ancorados no texto constitucional. O autor explica que não há que se confundir as duas modalidades de contribuição sindical cuja obrigatoriedade depende de filiação para uma delas. Uma está prevista na CF/88 e deve ser descontada em folha para custear o sistema confederativo de representação de classe, sendo constitucionalmente obrigatória; a outra depende de lei que a defina e somente se torna obrigatória a partir da filiação. A legislação brasileira adota o princípio da unicidade sindical, vedando a criação de mais de uma organização sindical numa mesma base territorial, aqui compreendidos, no mínimo, os limites da área de um município.
10.2. Direito de greve
A greve é a recusa de trabalhar sob condições não satisfatórias. É um direito assegurado pela CF ao empregado, porém, os abusos que forem cometidos estão sujeitos às penas da lei (Guimarães, 2012).
A greve é utilizada por determinada categoria com o objetivo de conquistar melhorias para todo o grupo. José Afonso da Silva coloca a greve como uma última instância para a conquista de direitos. Ela tem início após acordo firmado pelos trabalhadores em assembleia e é representada pelo sindicato. A doutrina fala em espécies de greves, que podem ser: reivindicativas, de solidariedade, políticas ou de protesto, porém, independente da espécie, deve ser garantido os serviços mínimos à sociedade, de modo que esta não venha a ser lesada em seus direitos básicos, como saúde e segurança por exemplo. Quanto ao direito de greve para os servidores públicos, deve ser observado legislação específicapodendo a administração pública, segundo a jurisprudência, descontar dos servidores em greve os dias não trabalhados. Além desses, os trabalhadores possuem outros direitos a exemplo da participação nos lucros e outros que envolvem também os dependentes. 
10.3. Direito de substituição processual, participação e representação
A substituição processual é assim denominada pelo fato de os sindicatos poderem ingressar em juízo em nome próprio, porém, em defesa de terceiros. Esse é um direito garantido pela CF/88 que versa em seu art.8º, III: “Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.” Já o direito de participação não é exclusivo dos trabalhadores pois se estende aos empregadores conforme o artigo 10 da CF/88 que diz ser assegurada a participação de empregadores e trabalhadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus direitos profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão. No que tange ao direito de representação cabe salientar, de acordo com José Afonso da Silva, que houve uma tentativa de inserir na norma constitucional a possibilidade de existência de delegados de fábrica; ideia que não progrediu, restando apenas o que versa o artigo 11 da CF: “Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores”.
Conclusão
Dado o histórico e eficácia dos direitos sociais, estes podem ser reconhecidos como realmente necessários e um tanto quanto deficientes. Ainda que existam direitos previstos, o objetivo a que se destinam somente será alcançado mediante políticas fortes e concretas que além de prever, garanta o direito. Ainda que tenhamos bolsas X e Y, cotas nas universidades, PROUNI, etc, a igualdade de fato não existe e estes são apenas paliativos, senão máscaras, que apenas disfarçam o problema da nação. É difícil falar em igualdade se as pessoas matam as outras por serem diferentes, se as pesquisas mostram que mulheres recebem salários menores que os homens ainda que tenham a mesma qualificação, se o negro ainda é obrigado a usar o elevador de serviço pela cor da sua pele, se nas ruas das grandes cidades mendigos fazem parte do cenário e vivem sem casa, sem trabalho, sem alimentação adequada. É impossível referir-se à segurança ou saúde numa sociedade em que todos vivem constantemente ameaçados pelo medo mesmo dentro de suas residências e os casos de pessoas mortas por falta de atendimento médico é recorrente. Os Direitos Sociais vão sendo ampliados no transcorrer do tempo de maneira a adaptar-se à realidade vigente, porém não conseguem alcançar a todos de forma plena.
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