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Introdução à Astronomia e à Astrofísica Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Jaime Sandro da Veiga Profa. Ms. Rachel Zuchi Faria Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros • Introdução • Mercúrio (Hermes) • Vênus (Afrodite) • Terra (Gaia) • Nosso Satélite Natural: a Lua • Marte (Ares) • Júpiter (Zeus) • Saturno (Cronos) • Urano (na mitologia romana Caelus ou Coelus – Céu) • Netuno (Poseidon) • Leis de Kepler · Conhecer e compreender os mecanismos que deram origem ao Sistema Solar. · Identificar algumas características dos planetas e de seus satélites naturais. OBJETIVO DE APRENDIZADO Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Introdução Figura 1 Fonte: nasa.org Nosso sistema solar encontra-se na periferia da Galáxia, mais precisamente no braço de Órion, que está bem distante do centro galáctico. Figura 2 - O Sol e o sistema solar na Via Láctea Fonte: nasa.org Desde o surgimento do Sol há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, já transladamos ao redor da Galáxia 22 vezes, ou seja, levamos cerca de 200 milhões de anos para dar uma volta em torno do seu centro. Você é capaz de dizer quais são os objetos celestes que compõem o Sistema Solar? Ex pl or 8 9 Se sua resposta foi: uma estrela conhecida como Sol, oito planetas, cinco planetas anões, centenas de satélites naturais, meteoroides, asteroides, centauros, cometas e poeira cósmica. Parabéns! Figura 3 - O Sistema Solar com as órbitas previstas Fonte: nasa.org E como será que se deu a formação do nosso sistema? Essa história começa há mais ou menos 4,5 bilhões de anos. A teoria mais aceita para a formação do sistema é conhecida como modelo padrão e é fundamentada na teoria nebular de Kant e Laplace. Vamos entender como isso aconteceu. Figura 4 - Representação esquemática da formação do Sistema Solar Fonte: Wikimedia Commons Uma nuvem difusa formada por gás e poeira situava-se na região onde hoje se localiza nosso sistema. Esse material seria restos deixados pela morte de uma estrela. Essa nuvem girava lentamente e foi chamada de nebulosa protossolar. A nebulosa protossolar começa a se contrair como resultado de sua própria força gravitacional aumentando assim a velocidade de rotação e provocando um achatamento em for- ma de disco com bojo central. Nesse disco, começa a ter um acúmulo de massa, aumentando de maneira progressiva sua temperatura em comparação com o disco. 9 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Essa massa ao atingir uma temperatura bastante elevada inicia a fusão nuclear (transformação de hidrogênio em hélio) nascendo assim o Sol. Os planetas tiveram sua origem no disco onde gás foi se condensando com grãos de poeira que existiam por ali, originando corpos cada vez maiores que atraiam corpos menores, formando assim os planetas e o resto do sistema. Figura 5 - Comparação entre o tamanho dos Planetas e o Sol Fonte: nasa.org 10 11 Solar System Exploration - https://goo.gl/csGa5w Ex pl or Por falar em planeta, você saberia enumerar os requisitos necessários para que um objeto celeste seja considerado um planeta? Desde 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) afirma que para um cor- po celeste ser considerado planeta é preciso: • Orbitar uma estrela. • Ter forma determinada pelo equilíbrio hidrostático (arredondado) resultante do fato de sua força de gravidade superar as forças de coesão dos materiais que o constituem. • Ter limpado sua vizinhança e ser o objeto predominante de sua órbita. Nosso sistema apresenta oito planetas separados em duas categorias: telúricos (também terrestres) ou rochosos, e jovianos ou gigantes gasosos. Os planetas rochosos (ou terrestres) são os mais densos do sistema, possuem pou- co ou nenhum satélite natural, têm pequeno diâmetro e massa, possuem atmosfera fina ou nenhuma atmosfera, nenhum anel e sua composição é predominantemente composta por materiais pesados como metais e silicatos. São representantes dessa categoria os planetas: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Já os gigantes gasosos possuem muitos satélites naturais, todos possuem anéis, são menos densos, têm grande massa e diâmetro, sua atmosfera é bastante espessa e sua composição é predominantemente composta por elementos leves como o hidrogênio, hélio, amônia e metano. São eles: Júpiter, Saturno Urano e Netuno. A seguir, alguns dados comparativos sobre os planetas. Os dados estão aproximados. Tabela 1 - Dados comparativos Planeta Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Distância média ao Sol (órbita em km) 57909227 108209475 149598262 227943824 778340821 1426666422 4498396441 2870658186 Duração do ano (período de revolução ou translação) ** 88 dias 225 dias 365 dias 687 dias 12 anos 29 anos 84 anos 165 anos Duração do dia (período de rotação) 59 dias –* 243 dias 24 horas 25 horas 10 horas 11 horas 16 horas – *17 horas Massa (kg) 3,3.1023 4,9.1024 6,0.1024 6,4.1023 1,9. 1027 5,7.1026 1,0. 1026 8,7. 1025 Densidade (g/cm3) 5,427 5,243 5,513 3,934 1,326 0,687 1,638 1,270 Temperatura (ºC) – 173/427 (super- fície) 462 (superfície) – 88/58 (superfície) – 153 a 20 (superfície) –148 (efetiva) –178 (efetiva) – 214 (efetiva) – 216 (efetiva) Aceleração da gravidade (m/s2) 3,70 8,87 9,81 3.71 24,8 10,4 11,1 8,87 Componentes da atmosfera N2, O2 CO2, N2 N2, O2 CO2, N2, Ar H2, He H2, He H2, He, CH4 H2, He, CH4 * Sinal negativo demostra o movimento retrógrado. ** Tirado de OLIVEIRA, K. de; SARAIVA, M.de F. Astronomia e Astrofísica. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2013. 780 p. 11 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Convido vocês agora para que façam um pequeno tour pelos planetas desse nosso peculiar sistema planetário.Já na antiguidade, cinco planetas, além da Terra, eram conhecidos: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno se faziam presentes e eram facilmente vistos. O céu de nossos antepassados era sem poluição de fumaça de carros e de indústrias e sem poluição lumi- nosa também, de forma que podiam ser vistos facilmente a olho nu. Mercúrio (Hermes) Figura 6 - Estrutura interna de Mercúrio Fonte: Doo Novaes Figura 7 - Superfície real de Mercúrio Fonte: nasa.org Apesar de apresentar uma superfície escura, é um dos objetos celestes mais bri- lhantes do céu devido a sua proximidade com o Sol. Aqui da Terra vemos esse planeta em dois momentos: assim que o Sol nasce e assim que ele se põe, pois sua elongação1 é sempre menor do que 28°. Recebeu esse nome em homenagem ao mensageiro dos deuses por sua rapidez. Mercúrio leva aproximadamente 88 dias terrestres para completar uma volta em torno do Sol. Sua rotação e revolução são acopladas. Esse acoplamento é de 3 por 2, ou seja, a cada duas rotações siderais2 realiza três revoluções ao redor do Sol. Seu dia solar é de 2 anos mercurianos, ou seja, 176 dias terrestres. 1 Elongação: é a distância angular entre um planeta e o Sol ao ser observada da Terra. 2 Rotações: Rotações medidas em relação às estrelas distantes e não ao Sol. Segundo Milone, dia solar corresponde ao intervalo de tempo entre duas passagens consecutivas do Sol pelo Meridiano Celeste do lugar. Ex pl or Mercúrio: Rotação e Translação - https://youtu.be/HPcwVaB5Xc4 Ex pl or 12 13 Esse planeta nos lembra em muito nosso satélite natural, a Lua, já que como ela possui uma fina atmosfera e por isso sua superfície é cheia de crateras e escarpas. Sua maior cratera de impacto é a bacia Caloris com cerca de 1300 km de diâmetro. Provavelmente, sua formação se deve ao impacto de algum meteorito em sua superfície. Essa cratera foi fotografada em 1974 pela sonda americana Mariner 10. Por sua proximidade com o Sol, sua temperatura chega a 427ºC durante o dia e por falta de atmosfera para reter o calor, sua temperatura chega a – 173ºC durante a noite. Não possui nenhum satélite natural. A sonda Messenger descobriu que o campo magnético de Mercúrio está deslocado perto ao polo norte e que seu lado noturno apresenta grandes concentrações de magnésio e cálcio. Em colaboração, as agências ESA (europeia) e JAXA (japonesa) enviarão em 2018 a sonda BepiColombo para estudar a atmosfera, a geofísica e a composição química e geológica do planeta. Vênus (Afrodite) Figura 8 - Estrutura interna de Vênus Fonte: Doo Novaes Figura 9 - Planeta Vênus Fonte: Doo Novaes Também conhecido como Estrela d’Alva, Estrela do Pastor, Estrela da Manhã ou Estrela Vespertina, durante um bom tempo acreditou-se que Vênus fosse dois objetos celestes distintos (Estrela da Manhã e Estrela Vespertina). Na mitologia representa a deusa da beleza e do amor. Considerado o mais quente do sistema em função de sua atmosfera extremamente densa e rica em dióxido de carbono (cerca de 96%), parte da radiação solar que incide em Vênus é absorvida e como sua atmosfera é muito espessa, essa radiação não tem como escapar para o espaço, causando assim, um aumento em sua temperatura. Suas nuvens apresentam um tom amarelado por causa do enxofre e seus compostos. Nelas também são encontradas gotículas de ácido sulfúrico. 13 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Não possui água líquida em sua superfície, sendo demasiadamente seco e, portan- to, um ambiente hostil ao desenvolvimento de vida. Apresenta estruturas parecidas com a Terra: núcleo de ferro, manto rochoso e crosta. Depois do Sol e da Lua, é o objeto celeste de maior brilho no céu noturno. Sua magnitude3 pode chegar a – 4,4. Sempre visível no amanhecer acima do horizonte leste e, no anoitecer, no horizonte oeste. 3 Magnitude: é o parâmetro que mede o brilho dos objetos celestes. Quanto menor seu valor, maior é o brilho.Ex pl or Assim como Mercúrio, Vênus também não possui satélites naturais. A duração de seu dia é maior do que a de seu ano. Sua rotação é retrógrada, ou seja, de leste para oeste. Sendo assim, um observador em Vênus veria o Sol nascer no horizonte oeste e se pôr no horizonte leste. Como nossa Lua, Vênus também possui fases e foram observadas por Galileu Galilei em 1610. O eixo de rotação Vênus está praticamente perpendicular ao plano da órbita ao redor do Sol (177°). Nesse planeta não ocorrem as estações do ano. Figura 10 - Regra da mão direita para observar o ângulo de inclinação do eixo de rotação Fonte: Wikimedia Commons Ficou conhecido como planeta irmão (ou gêmeo) da Terra por ser similar em densidade, tamanho e massa. Foi estudado pelo programa russo Venera entre os anos de 1961 a 1983. 14 15 Terra (Gaia) Figura 11 - Estrutura interna de Terra Fonte: Doo Novaes É o único planeta conhecido até o momento em que existe vida da forma que a conhecemos. Encontra-se na zona de habitabilidade do Sistema Solar. É um planeta rochoso de forma esférica, mas com leve achatamento nos polos. Sua superfície está em constante mudança em função de processos que ocorrem em seu interior, nos seus oceanos e em sua atmosfera. Em sua superfície é encontrada água no estado líquido e sua atmosfera é rica em oxigênio (tem cerca de um quinto da atmosfera em abundância) e mais rica em nitrogênio (71%), gases essenciais para vida complexa, como é o caso do ser humano. Possui um satélite natural situado a aproximadamente 348.000 km de distância que é chamado de Lua. É o planeta mais denso do sistema solar. A Terra possui vários tipos de movimentos sendo que os principais são: a rotação em torno de seu eixo, a revolução ou translação em torno do Sol, a precessão (movi- mento em forma de cone, como a de um pião que está parando) e o movimento de nutação (composição de um movimento de oscilação entre dois cones de precessão com o próprio movimento de precessão). A rotação é o movimento realizado em torno do seu próprio eixo e leva cerca de 23 horas 56 minutos e 04 segundos para completar uma rotação completa. Este intervalo de tempo é conhecido como dia sideral. Esse movimento explica o dia e a noite, já que somente uma porção metade da esfera é iluminada pelo Sol. A revolução ou translação é o movimento em que a Terra dá uma volta com- pleta em torno do Sol e demora em média 365 dias 5 horas 48 minutos (e mais um tempinho, mas que só interessa em casos particulares e muito necessários). Chamamos a isto de ano tropical. As estações são consequência da inclinação do eixo de rotação do planeta Terra em relação ao eixo perpendicular à sua órbita (o plano da órbita em que estão os planetas e o Sol é conhecido por eclíptica). 15 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros O movimento de precessão é semelhante ao movimento de um pião e é provocado por torques gravitacionais devido à Lua e ao Sol. O eixo do planeta muda de posição apontando para pontos diferentes e acompanha a superfície de um cone. O tempo da precessão é de aproximadamente 26.000 anos ou um grau a cada 72 anos. Um dos efeitos desse movimento é que a posição aparente das constela- ções muda ao longo do período. Hoje, para encontrar o polo celeste norte, basta olhar nas proximidades da es- trela Polar na constelação da Ursa Maior. Daqui a 13.000 anos o polo celeste norte estará próximo a estrela Vega na constelação da Lira. Finalmente, a nutação é um movimento oscilatório do eixo de rotação da Terra. Pode-se dizer que é a componente de pequeno período da precessão. Tem uma amplitude de 18’’ e um período de 18,6 anos. A Terra realiza mais de 1.300 ciclos de nutação durante uma volta completa de precessão. Nosso Satélite Natural: a Lua Figura 12 - Face oculta da Lua Fonte: Wikimedia Commons Figura 13 - LuaTerrestre Fonte: Wikimedia Commons Quatro Teorias acerca de como a Lua se formou A Lua era um viajante celestial que veio parar por aqui ou ela foi ela foi arran- cada da Terra? Além dos mistérios e efeitos naturais que a Lua possui e o impacto que causa nos românticos, ela pode ser considerada realmente misteriosa, pois não sabemos sua exata origem. Galileu foi o primeiro cientista a acusar que a Lua possuía crateras, vales e mon- tanhas, um relevo bastante parecido com o que temos aqui na Terra. 16 17 Com o passar do tempo, outros cientistas construíram uma variedade de teorias acerca do que a Lua é e de onde ela vem. A partir das principais hipóteses levantadas até à teoria atual que vem prevalecendo, há um debate envolvendo vários cenários, cada um poderia explicar a formação da Lua, mas nenhum sem falhas. Teoria da Fissão No século XIX, o filho de Charles Darwin, chamado George Darwin, sugeriu que a Lua se parecia tanto com a Terra que provavelmente essa semelhança não era uma simples coincidência. Sugeriu que a Lua havia sido lançada da Terra por causa de alguma rotação irregular que acelerou o planeta para velocidades angulares mui- to altas e houve uma fissão, uma quebra em dois pedaços, em que a maior parte ficou, mas uma parte menor foi lançada para fora e acabou ficando em órbita, pois ainda era atraída por gravidade para a parte maior do planeta que hoje é a nossa Terra atual. Todos os que aceitam essa teoria da fissão ou outra qualquer de que a Lua foi ejetada da Terra acreditam que o Oceano Pacífico seria o lugar de onde a Lua saiu. Tudo muito bonito, todavia, após a análise da composição das pedras lunares e a comparação com as rochas do Oceano Pacífico, os cientistas tenderam a descartar essa teoria. Em resumo, o Oceano Pacífico é muito jovem comparado com a Lua e não pode ter sido o local de onde ela foi criada. Teoria da Captura De acordo com a teoria da captura da Lua pela Terra, a Lua viajava pelo sistema solar quando passou perto da Terra e foi capturada pelo campo gravitacional ter- restre. Essa teoria sugere que a Lua tem sua origem em algum lugar da Via Láctea, de forma completamente independente da Terra. Então, enquanto viajava antes de se ligar à Terra, a Lua foi presa pela armadilha formada pelo campo gravita- cional terrestre. Os furos dessa teoria vão desde sugestões de que a Lua acabaria por se libertar da gravidade da Terra porque a gravidade da Terra teria sido massivamente alterada pela captura da Lua, até que os componentes químicos de ambas sugerem que elas foram formadas no mesmo lugar. Figura 14 - A Lua poderia ter sido capturada pela Terra Fonte: Doo Novaes 17 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros 1 2 3 Sol Terra Lua Figura 15 - Captura Lunar 1 2 3 Sol Terra Lua Teoria da Condensação ou da Acreção Conjunta Figura 16 - Terra, Lua e um Buraco Negro em que as duas orbitavam Fonte: iStock / Getty Images A teoria da condensação postula que ambas, Terra e Lua foram formadas juntas enquanto orbitavam em torno de um buraco negro. Essa hipótese, contudo, não oferece uma explicação do porquê a Lua orbita a Terra e nem explica a diferença em densidades que existe entre as duas. 18 19 Hipótese de um Impacto Gigante com um Meteorito Figura 17 - Representação artística da colisão de um grande meteorito com a Terra Fonte: nasa.org A teoria mais aceita atualmente é a de que um meteorito do tamanho de Marte co- lidiu com a Terra ainda em formação, aproximadamente há 4,5 bilhões de anos. Esse meteorito foi apelidado pelos cientistas de Theia lembrando a mitologia grega. Theia era mãe da deusa lua Selena. Quando Theia golpeou a Terra, uma parte do planeta foi lançada para fora e, eventualmente, endureceu formando a Lua. Essa teoria ajusta- -se melhor do que as outras ao explicar as semelhanças nas composições químicas da Terra e da Lua. Contudo, não explica o porquê a Lua e a Terra são quimicamente idên- ticas. Os cientistas sugeriram que, entre outras alternativas, Theia poderia ter sido feita de gelo, ou que Theia poderia ter derretido na Terra, não deixando nenhum traço em separado, um sobre a Terra e outro sobre a Lua; ou Theia poderia ter compartilhado uma composição química próxima àquela que é hoje a da Terra. Enquanto não pudermos determinar quão grande foi Theia, em qual ângulo atingiu a Terra e precisamente do que era quimicamente constituído, a hipótese do impacto colossal terá de permanecer como sendo apenas uma hipótese. Um possível refinamento da hipótese de impacto gigante foi publicado na Nature Geoscience em 2017. O novo estudo postula que múltiplos objetos do tamanho que variava entre o tamanho da Lua e o tamanho de Marte atingiram a Terra, e os restos dessas colisões formaram discos ao redor da Terra – imagine os discos de Saturno - antes de se transformarem em mini-Luas. Essas mini-Luas eventualmente se afastaram da Terra e se fundiram para criar a Lua que conhecemos hoje. Os autores do estudo afirmam que essa hipótese de múltiplos impactos ajuda a explicar 19 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros as semelhanças da composição química. Se vários objetos colidiram com a Terra, as assinaturas químicas entre esses objetos e a Terra iriam mais longe à medida em que a Lua se formou do que se tivesse sido apenas um único evento de impacto. Novos achados lunares irão fornecer informações para continuar a discussão acerca das origens da Lua. Também conhecida como Selena, a Lua companheira de jornada da Terra é um objeto celeste cravado de crateras de impacto em razão da escassa atmosfera que a envolve. Suas crateras foram ob- servadas pela primeira vez em 1610 por Galileu Galilei em seus estudos utilizando uma pequena luneta. São encontrados também em solo lunar mares vulcânicos de coloração escura. Figura 18: Lua Fonte:iStock /Getty Images Um dos mares da Lua que ficou muito conhecido por nós foi o Mar da Tran- quilidade, onde ocorreu o pouso da Missão Apollo 11. Até o momento, é o único objeto celeste do nosso sistema solar que já recebeu a visita do homem. Recomendamos a leitura do livro “A conquista do Espaço: do Sputnik à Missão Centenário” dos organizadores Othon Cabo Winter e Antônio Fernando Bertachini de Almeida Prado para conhecer um pouco mais sobre Astronáutica. Ex pl or O tempo que nosso satélite leva para efetuar seu movimento de rotação ao redor de seu eixo coincide com o tempo que demora em sua revolução em torno da Terra. Portanto, ele nos mostra sempre a mesma face. Dizemos então que seu movimento de translação em torno da Terra é sincronizado com o movimento de rotação de nosso planeta. Esse tempo é de aproximadamente 28 dias. Faz também o movimento de translação ao redor do Sol em parceria com a Terra, porém é o movimento de translação em torno da Terra que determina suas fases. São várias as fases da Lua e elas mudam constantemente, sendo que as principais são conhecidas por: cheia, quarto minguante, nova e quarto crescente. Cada fase principal está separada uma da outra por 7 dias em média. 20 21 Figura 19: Fases da Lua Fonte:iStock /Getty Images A Lua nova não pode ser vista por nós aqui da Terra à noite. A Lua se situa entre o Sol e a Terra, portanto a parte iluminada pelo Sol fica do lado oposto ao lado que enxergamos aqui da Terra. Em sua fase nova a Lua acompanha o Sol, nascendo por volta das 6 horas e se pondo em torno das 18 horas. Em geral, ao meio dia se encontra no ponto mais alto do céu. A Lua quarto crescente é designada assim somente quando uma porção do disco é iluminada pelo Sol. Nessa fase, ela nasce por volta do meio dia e se põe aproximadamente à meia noite. Encontra-se no ponto mais alto do céu em torno das 18 horas. Essa é umaótima fase para fazer observação do nosso satélite por meio de telescópio. Na Lua cheia ocorre o momento em que a Terra se encontra entre o Sol e a Lua, portanto todo seu disco é iluminado pelo Sol. Seu nascer é aproximadamente às 18 horas e seu por é em torno das 6 horas. Por volta da meia noite se encontra no ponto mais alto do céu. A Lua quarto minguante possui nessa fase, assim como na fase de Lua crescente, só metade do disco que fica iluminado pelo Sol. A Lua nasce por volta da meia noite, ascende no céu no ponto mais alto aproximadamente às 6 horas, e se põe em torno do meio dia. As Fases da Lua - https://youtu.be/q904EEU2-VU Ex pl or O balé realizado pelo sistema Sol-Terra-Lua faz com que em determinados mo- mentos esses corpos fiquem alinhados e então temos um dos mais belos fenôme- nos astronômicos: os eclipses. Os eclipses acontecem em duas fases específicas da Lua, ou seja, em sua fase cheia e em sua fase nova. 21 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros São nessas fases que acontecem os alinhamentos entre Sol, Terra e Lua já que, a Lua tem uma inclinação de aproximadamente 5° em relação a órbita da Terra. Se não fosse essa inclinação, sempre que tivéssemos a Lua em sua fase cheia ou nova, teríamos eclipses. Em sua fase cheia, a Terra encontra-se entre a Lua e o Sol e então temos o eclipse lunar. Nesse eclipse, a Lua entra no cone de sombra da Terra. Ele pode ser parcial ou total. Ao entrar totalmente no cone da sombra da Terra, a Lua adquire um tom avermelhado devido ao espalhamento da luz pela atmosfera e nesse mo- mento nosso satélite é conhecido como Lua de sangue ou Lua sangrenta. Figura 20: Eclipse Lunar Fonte: iStock/Getty Images Já no eclipse solar, a Lua fica entre o Sol e a Terra e projeta um cone de sombra na superfície da Terra. Nesse cone de sombra, também conhecido como umbra, ocorrem os eclipses solares totais. Na penumbra temos os eclipses solares parciais. Quando a Lua se encontra no apogeu, ponto mais distante de sua órbita em relação a Terra, temos o eclipse anular, já que devido ao aumento da distância entre a Terra e a Lua, esta não consegue ocultar todo o disco solar. 22 23 Figura 21: Eclipse Anular Fonte: Wikimedia Commons Outro fenômeno envolvendo esses três corpos são as marés. Elas acontecem devido a atração gravitacional da Lua e Sol e o planeta Terra. Essa atração é mais perceptível em porções fluidas e isso pode ser presenciado em nossa costa. A lei da gravitação de Newton mostra que quanto mais massivo um corpo se mostra, maior a força de atração, já que estas grandezas são diretamente proporcio- nais. Em contrapartida, quanto menor a distância entre os corpos, maior também será a força de atração, já que estas grandezas são inversamente proporcionais. Resumindo, a lei da Atração Universal de Newton é dada por: 1 2 2 G.m .m F d = Sendo G a constante de gravitação universal e seu valor é G = 6,67.10-11 N.m²/kg². Apesar do Sol ser mais massivo (1,989.1030kg) que a Lua (7,3477.10²² kg) ou seja, cerca de 27 milhões mais massivo que nosso satélite, sua influência gravitacional durante o fenômeno das marés é menor do que o da Lua, pois ele se encontra a 149,6 milhões de km da Terra enquanto a Lua se situa a 384.400 km de nosso planeta, ou seja, o Sol se encontra cerca de 389 vezes mais distante do que a Lua. Portanto, sua participação nos efeitos de marés é menos perceptível. O que são preia-mar, baixa-mar, marés vivas e marés mortas? Para fi car por dentro desse assunto recomendamos acessar o link abaixo: https://goo.gl/0K5LLa Ex pl or 23 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Marte (Ares) Figura 22 - Estrutura interna de Marte Fonte: Doo Novaes Planeta desértico e gelado de coloração avermelhada devido ao óxido de ferro em sua superfície, muitas vezes vemos ele ser chamado de planeta vermelho. Por causa de sua coloração, recebeu o nome do deus da guerra. Possui duas luas pequenas e irregulares Fobos (medo) e Deimos (terror), que podem ser asteroides capturados pela gravidade do planeta. Marte possui o maior vulcão extinto do Sistema Solar, o Monte Olympus, com cerca de aproximadamente 25 km de altura, situado na região de Tharsis. Possui também um gigantesco desfiladeiro conhecido como Valles Marineris, situ- ado no equador do planeta vermelho e que foi descoberto pela sonda espacial Mariner 9 (1971-1972) do programa Mariner. Sua extensão é de aproximadamente 4.000 km. O Programa Mariner foi desenvolvido pela NASA para explorar os planetas interiores Mercúrio, Vênus e Marte. Primeiro programa de exploração interplanetária americano. Ficou ativo de 1962 a 1973, mas nem todas as missões tiveram sucesso. Ex pl or Marte, assim como a Terra, possui também calotas polares e estações do ano. Suas tempestades de poeira podem durar meses. Que tal fazer um tour pelo planeta vermelho? - https://goo.gl/FzBi9o Ex pl or 24 25 Fobos e Deimos companheiros de Marte Em agosto de 1877 o astrônomo Asa- ph Hall descobre dois satélites de Marte. São nomeados de Fobos e Deimos em homenagem ao deus da guerra. São obje- tos celestes pequenos e irregulares de pe- quena densidade e com muitas crateras. Ao que tudo indica, esses satélites de- vem tratar-se de asteroides do grupo Amor (são os asteroides que mais se aproximam do planeta) capturados pela força da gravi- dade de Marte. Tanto Fobos como Deimos apresen- tam sempre a mesma face voltada para o planeta. Em Marte não há eclipses totais, já que seus satélites são muito pequenos para cobrir a superfície do Sol por inteiro. Um observador em solo marciano ve- ria Fobos cruzar o céu aproximadamente três vezes mais do que Deimos. Figura 23 - Fobos e Deimos, os satélites de Marte Fonte: Wikimedia Commons Fobos está aproximadamente a 6.000 km da superfície do planeta e a cada 100 anos essa distância diminuiu cerca de 2 metros. Essa aproximação entre os corpos acontece porque a velocidade orbital do satélite é maior que a velocidade de rota- ção de Marte e vem causando várias ranhuras e fraturas na superfície de Fobos. Pesquisadores acreditam que dentro de 30 a 50 milhões de anos esse satélite será destruído. Duas são as hipóteses para sua destruição: cair sobre Marte ou ser fragmentado pela força gravitacional do planeta, criando um fino anel ao redor do mesmo. Essa segunda hipótese é a mais provável de acontecer. Um observador na superfície de Marte veria Fobos nascer no oeste e se pôr no leste, já que o tempo que o satélite leva para dar uma volta ao redor do planeta (cerca de 7 horas e 42 minutos) é menor que a noite marciana (cerca de 12 horas e 18 minutos). Deimos é o menor dos dois satélites e se encontra cerca de 23.500 km de Marte. É muito parecido com asteroides do tipo C (condritos carbonáceos escuros) que existem no cinturão exterior de asteroides. Sua superfície é mais lisa, sem grandes crateras. Leva cerca de 30 horas para orbitar Marte. 25 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Júpiter (Zeus) Figura 24 - Estrutura interna de Júpiter Fonte: Doo Novaes Esse gigante gasoso é o maior planeta do nosso sistema e seu brilho o coloca entre os quatro mais brilhantes. Sua massa de 1,8981.1027 kg chega a ser 2,5 a massa combinada de todos os outros planetas do sistema. Comparado com o nosso planeta, sua massa é 318 vezes maior, em seu diâmetro daria para alinhar 11 planetas Terra e se Júpiter fosse um planeta oco seria capaz de abrigar cerca de 1321 Terras. Ex pl or Ao orbitar o Sol, demora cerca de 12 anos terrestres e sua rotação é a mais rápida de todo o Sistema Solar, sendo o seu dia de apenas 9h50 min 30s. Essa rapidez faz com que os polos se achatem e o equador se alongue. Não possuisuperfície sólida, portanto não temos como pousar uma nave no pla- neta. Em sua atmosfera, encontramos hélio e hidrogênio e em menor escala metano, água, amônia. Seus anéis e luas encontram-se em seu campo magnético, a magnetosfera. Foi visitado pelas sondas Voyager 1, Voyager 2 e Galileo. Calisto, Europa, Ganímedes e Io são os quatro maiores dos muitos satélites que Júpiter possui, observados por Galileu em 1610. 26 27 Uma de suas características mais marcantes é sua Grande Mancha Vermelha. Está em constante mudança, seja de cor, tamanho ou forma. Observada há mais de 300 anos é maior do que nosso planeta, chegando inclusive em algumas ocasiões ter três vezes seu tamanho. A rotação dos gases na Grande Mancha Vermelha nos faz lembrar dos furacões que acontecem aqui na Terra. Essa tormenta que acontece na mancha vem acompa- nhada de descargas elétricas. Figuras 25 e 26 - A grande mancha de Júpiter Fonte: Wikimedia Commons Por ser bastante massivo, Júpiter acaba perturbando a órbita dos pequenos cor- pos celeste, alterando a dinâmica do sistema. Em 1994, o mundo pode acompanhar a aniquilação do cometa Shoemaker-Levy ao se chocar com Júpiter após ter sido fragmentado ao passar muito perto do Sol. Segundo Horvath, a energia cinética liberada foi cerca de 800 vezes maior do que todo arsenal nuclear disponível no planeta. Os Satélites Naturais de Júpiter Planeta com maior número de satélites, em 2017 já são 53 confirmados e 16 à espera de confirmação. Os quatro maiores e mais importantes são conhecidos desde 1610. Descobertos por Galileu Galilei (1564-1642), eles são chamados de galileanos. A descoberta dos satélites galileanos contribuiu como prova de que a Terra não estava no centro do Universo, já que outros objetos giravam ao redor do planeta Júpiter. A existência de satélites orbitando outro planeta é um excelente argumen- to, mesmo que indireto, em prol do heliocentrismo. 27 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Vamos conhecer esses satélites mais de perto. Figura 27 - Satélites Galileanos Fonte: nasa.org Io Satélite mais próximo ao planeta. É o objeto celeste do Sistema Solar que apresenta maior atividade vulcânica. Essa atividade pode ser causada pelas interações gravitacionais entre Io e Jú- piter, além de Ganimedes e Europa. Seu diâmetro é de 3.643 km. Em sua super- fície são encontrados dióxido de enxofre e enxofre, dando ao satélite uma colora- ção amarelada. Orbita Júpiter a cada 43 horas, aproximadamente. Figura 28 - Io, satélite de Júpiter Fonte: Wikimedia Commons Europa Um dos satélites do sistema que apre- senta probabilidade de desenvolver vida. Em 2014, o Telescópio Espacial Hubble observou atividade no planeta ao se depa- rar com gêiseres de vapor d’água. Ao que tudo indica existe um oceano líquido abaixo de sua superfície. Apresenta uma superfície cheia de estrias. Sua rotação é sincronizada com a rotação de Júpiter, portanto somen- te uma face é vista do planeta. Figura 29 - Europa, satélite joviano Fonte: Wikimedia Commons 28 29 Calisto Dos satélites vistos por Galileu, Calisto é o mais distante e sua idade é aproximada- mente a mesma do planeta. De acordo com pesquisadores da NASA, é composto por rocha, gelo e núcleo de silicato. Muito pro- vavelmente exista água em sua forma líquida logo abaixo de sua superfície. Figura 30 - Satélite galileano Calisto Fonte: Wikimedia Commons Ganimedes Apresenta um diâmetro de 5.262 km, o que o torna a maior lua do Sis- tema Solar. Nesse corpo já foi com- provada a existência de água salgada em seu subsolo. Muitos acreditam que haja mais água nessa lua do que em nosso planeta. Figura 31 - Ganimedes, satélite de Júpiter Fonte: Wikimedia Commons 29 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Saturno (Cronos) Figura 32 - Estrutura interna de Saturno Fonte: Doo Novaes O que aconteceria com o planeta Saturno se conseguíssemos colocá-lo dentro de um dos oceanos da Terra, onde a densidade é de 1,03 g/cm3?Ex pl or O deus do tempo, conhecido como senhor dos anéis, é o mais belo planeta dos gi- gantes gasosos. Seus anéis são compostos por matéria congelada e rochas, e os que possuem maior reflexibilidade entre os planetas jovianos por serem constituídos de materiais claros. Esses anéis são perceptíveis aqui da Terra por meio de telescópios. Seus anéis concêntricos são separados em intervalos. Possui mais de mil anéis. Saturno é formado essencialmente por hidrogênio e alguma quantidade de hélio. Já foi visitado pelas sondas Voyager 1, Voyager 2 e Cassini-Huygens. Figura 33 - Estrutura interna de Saturno Fonte: Wikimedia Commons 30 31 Titã e Encélado, luas de Saturno Titã Titã, a maior lua de Saturno, nos cha- ma atenção por sua atmosfera ser pa- recida com a atmosfera da Terra primi- tiva, composta de metano e carbono e, principalmente, nitrogênio. É um mundo congelado com oceano salgado. Figura 34 - Titã, Lua de Saturno Fonte: Wikimedia Commons A aterrissagem da sonda Huygens em Titã - https://youtu.be/1pk3UyPInw0 Ex pl or Encélado Descoberto por William Herschel em 1789, Encélado é uma das luas do nosso sistema com possibilidades de abrigar algum tipo de vida. Abaixo de sua superfície congelada encontra-se um oceano de água líquida. Figura 35 - Encélado, Lua de Saturno Fonte: Wikimedia Commons Encélado, lua de Saturno, está “sangrando” água após impacto. - https://goo.gl/fdLixs Ex pl or 31 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Figura 36 - Gêiser de água em Enceladus Fonte: Wikimedia Commons Urano (na mitologia romana Caelus ou Coelus – Céu) Figura 37 - Estrutura interna de Urano Fonte: Doo Novaes Figura 38 - Planeta Urano Fonte: nasa.org Descoberto por William Herschel em 1781 com auxílio de telescópio. Sua com- posição química é muito parecida com a de Netuno. Em sua atmosfera encontramos hidrogênio, hélio, metano e pequena quantidade de amônia. Sua coloração azulada é devido a presença de gás metano em sua superfície. Esse gigante gasoso apresenta um eixo de rotação, quase noventa graus em relação a uma perpendicular ao plano de sua órbita; essa inclinação não é somente do planeta, mas estende-se também para seus anéis, satélites naturais e campo magnético. Essa estranha inclinação pode ser consequência de um choque com outro objeto celeste no período de sua formação. Possui um movimento de rotação retrógrado, similar ao de Vênus. Foi visitado pela sonda Voyager 2. 32 33 Satélites de Urano e a Literatura Inglesa Enquanto a maioria dos satélites do nosso sistema faz uma homenagem a seres mitológicos, os satélites de Urano homenageiam os personagens criados por William Shakespeare e Alexander Pope. Dos 27 satélites encontrados em Urano até 2017; William Herschel descobriu Oberon e Titania, William Lassell descobriu Ariel e Umbriel e Gerard Kuiper en- controu Miranda. Dez deles foram encontrados em 1986 pela nave espacial Voyager 2 e os demais pela ação conjunta do Telescópio Espacial Hubble e telescópios baseados em terra. A maior parte de seus satélites são pequenos e muito escuros e ficam muito dis- tante do Sol, a cerca de 2,9 bilhões de km. Ariel possui uma grande quantidade de pequenas crateras e possui superfície brilhante. Umbriel é escuro e possui grandes crateras e um anel brilhante. Oberon além de ter uma superfície acraterada, apresenta vestígios de atividade em seu interior. Miranda é o menor dos cinco principais satélites e alguns locais de sua superfície se mostram muito antigos, enquanto outras regiões têm aparência bem mais novas. Figura 39 - Miranda Fonte: nasa.org Figura 40 - Oberon Fonte: nasa.org Figura 41 - Ariel Fonte:nasa.org Figura 42 - Umbriel Fonte: nasa.org Figura 43 - Titânia Fonte: nasa.org 33 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Netuno (Poseidon) Figura 44 - Estrutura interna de Netuno Fonte: Doo Novaes Descoberto em 1846, por meio de cálculos matemáticos, pelo astrônomo fran- cês Urbain Jean Joseph Le Verrier (1811 – 1877). Conhecido como deus dos oceanos, é o menor e mais distante dos planetas gasosos. Se encontra cerca de 30 UA do Sol e por essa razão recebe pouquís- sima radiação solar. Essa radiação recebida pelo Sol não consegue explicar o clima violento, com tempestades fortes e ventos que podem chegar até 2.000 km/h. Acredita-se que o planeta possua uma fonte interna de calor. Assim como a Terra, Netuno também possui quatro estações que duram mais de 40 anos cada. Sua coloração azul, assim como Urano, é devido ao metano, mas Netuno nos parece mais azul devido a um componente desconhecido. Hoje são conhecidos seis anéis, treze satélites confirmados e um esperando con- firmação, afirma Dunford. Em 2011, Netuno completou sua primeira volta ao redor do Sol desde sua des- coberta em 1.846. 34 35 Figura 45 - Planeta Netuno Fonte: nasa.org Tritão e Nereida companheiros de Netuno Tritão foi descoberto um mês após Netuno por William Lassell, em 1846. É seu maior satélite e possui uma forma arredondada diferente dos outros que possuem formas irregulares. Como gira ao redor do planeta em direção contrária aos demais satélites, tudo leva a crer que ele foi capturado por Netuno. O planeta está atraindo Tritão e daqui a milhões de anos ele estará tão próximo que as forças gravitacionais de Netuno irão destruí-lo. Figura 46 - Tritão Fonte: nasa.org Nereida foi descoberta em 1849 por Gerard Kuiper. Por estar muito longe, demora aproximadamente 360 dias para dar uma volta completa ao redor de Netuno. 35 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Leis de Kepler 1ª Lei de Kepler (Lei das Órbitas) “As órbitas dos planetas em torno do Sol são elipses nas quais ele ocupa um dos focos.” Numa elipse existem dois focos e a soma das distâncias aos focos é constante. a + b = c + d São definidos: semieixo maior é metade do “diâmetro” maior e semieixo me- nor é a metade do “diâmetro” menor. Foco a + b = c + d Foco a b c d ELIPSE Figura 47 2ª Lei de Kepler (Lei das Áreas) “A área desrita pelo raio vetor de um planeta (linha imaginária que liga o planeta ao Sol) é diretamente proporcional ao tempo gasto para descrevê-la”. • Velocidade Areolar - velocidade com que as áreas são descritas. A2 A1 Velocidade Areolar = A ∆t Figura 48 36 37 A2 A1 Velocidade Areolar = A ∆t Figura 49 Afélio Afélio ��ponto de maior afastamento entre o planeta e o sol Figura 50 Periélio Periélio ��ponto de maior proximidade entre o planeta e o sol Figura 51 37 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros A2 A1 Com isso, tem-se que a velocidade no periélio é maior que no afélio Afélio = 29,3 km/s Periélio = 30,2 km/s Figura 52 Geocentric model and Heliocentrism - https://goo.gl/vKCs1N Ex pl or 3ª Lei de Kepler (Lei dos Períodos) “O quadrado do período do período da revolução de um planeta em torno do Sol é diretamente proporcional ao cubo do raio médio de sua elipse orbital.” • Raio Médio - média aritmética entre as distâncias máximas e minímas do planeta ao Sol. 38 39 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites As Surpresas de Netuno https://goo.gl/pi6Huc Mercúrio tem Campo Magnético mais antigo do Sistema Solar https://goo.gl/nBdbv9 Como as fases da Lua influenciam as marés? https://goo.gl/uCwcrv Leitura As variações dos Intervalos de Tempo entre as principais da Lua https://goo.gl/s3b95J 39 UNIDADE Os Planetas do Sistema Solar e seus Companheiros Referências DUNFORD, B. Solar System Exploration. Disponível em: <https://solarsystem. jpl.nasa.gov/planets/>. Acesso em: 01 jul. 2017. __________, B. Solar System Exploration. Disponível em: < https://solarsystem. nasa.gov/planets/sun/facts >. Acesso em: 01 jul. 2017. __________, B. Solar System Exploration. Disponível em: < https://solarsystem. nasa.gov/planets/moon/facts>. Acesso em: 01 jul. 2017. FERREIRA, R. S. O que há na lua Europa? NASA descobriu aberturas para o ocea- no líquido. Diário de Notícias (DN). Disponível em: <http://www.dn.pt/sociedade/ interior/o-que-ha-em-europa-nasa-faz-anuncio-de-atividade-surpreendente-5410276. html>. Acesso em: 01 jul. 2017. HORVATH, J. E. O ABCD da Astronomia e Astrofísica. 1 ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2008. 232 p. MILONE, A. de C. Introdução à Astronomia e Astrofísica. Disponível em: <http://www.das.inpe.br/ciaa/cd/HTML/dia_a_dia/dia_a_dia.html>. Acesso em: 01 jul. 2017. MOURÃO, R. R. de F. O Livro de Ouro do Universo. 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