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Estrutura de mercado do setor supermercadista

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
ADMINISTRAÇÃO
MARCOS ROBERTO DE MENDONÇA PELLICIARI
Estrutura de Mercado do Setor Supermercadista 
São Carlos/SP
2015.2
MARCOS ROBERTO DE MENDONÇA PELLICIARI
Estrutura de Mercado do Setor Supermercadista 
Trabalho apresentado ao Curso de Administração da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a Atividade Interdisciplinar - 1º Semestre (03/08/2015 - 12/12/2015) - Matutino
São Carlos/SP
2015.2
Sumário
4Introdução	�
5Desenvolvimento	�
5Microeconomia e Macroeconomia:	�
5Principais estruturas de Mercado.	�
5Monopólio	�
6Concorrência Perfeita	�
7Oligopólio	�
8Métodos Quantitativos Aplicados à Gestão Empresarial	�
8Medidas Descritivas	�
9Medidas de Tendência Central	�
9A média aritmética	�
10A média ponderada	�
10A mediana	�
11A moda	�
11Medidas de Dispersão	�
12Medidas de Dispersão Absoluta	�
12Amplitude Total ou Intervalo Total	�
13Técnicas de Amostragem Probabilística	�
15Formas de amostragem probabilística	�
15Amostragem aleatória simples	�
16Amostragem sistemática	�
18Amostragem estratificada	�
19Amostragem por conglomerados	�
21Ética, Política e Sociedade	�
25Implicações sociais desta tendência	�
26Conclusão	�
27Referências	�
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Introdução
O seguimento supermercadista da economia gaúcha pode ser visto como um microcosmo de convergências globais, mais precisamente quanto à globalização de mercados, que por meio da adaptação deste sistema complexo, transforma a estrutura, assim como o modo operante do setor.
Tais observações, possíveis por meio da análise Micro e Macro econômicas, assim como pelo apoio de Métodos Quantitativos aplicados à Gestão Empresarial, não obstante também pelo entendimento da Ética, Política e Sociedade que norteiam os rumos do capitalismo, fornecem ferramentas de apoio à decisão, assim como ao entendimento deste fenômeno observado no Rio Grande do Sul, que é o aumento do índice de Concentração deste seguimento de mercado, o supermercadista (AGUIAR; CONCHA-AMIN, 2005). A passagem da estrutura do seguimento supermercadista de um grau de concentração moderadamente baixo, em 1992, para moderadamente alto em 2001, analisado por Aguiar e Concha-Amim (2005), deu-se pela entrada de redes de outros países, assim como a fusão e aquisições de concorrentes por estes, nos últimos anos da década de 1990. Exemplo de redes estrangeiras são o Carrefour e o grupo Sonae. 
O surgimento de uma estrutura oligopolizada no setor desta região do estado do Rio Grande do Sul deu-se pela aquisição do Grupo Sonae, que aparentava liderança consolidada, mas surpreendentemente, o setor foi surpreendido pela compra deste Grupo pelo grupo americano Wal-Mart, em 2006, podendo ter surgido até mesmo uma estrutura monopolista de mercado, mas as outras redes souberam lidar com o novo concorrente por meio da expertise adquirida pela experiência de mercado neste setor, e nesta região. Nesse cenário, a polarização mostrada elevada no setor de supermercados pela atuação de quatro redes varejistas (47,25% do faturamento do setor no Estado), consolida-se, principalmente em Porto Alegre e Região Metropolitana, onde as redes Sonae, Zaffari e Carrefour apostam mais, sendo que regiões mais distantes aparentam uma certa pulverização. O poder de mercado oriundo da manipulação de preços em favor do Oligopólio, que se mostra pelo planejamento de ações para deixar concorrentes menores à margem, pode gerar certo descontrole quanto ao ideal da Concorrência Perfeita, direcionando os lucros para o Oligopólio, enfraquecendo o eco sistema ao redor das redes com menos poder de barganha e negociação para com os fornecedores. 
Assim sendo, o presente trabalho procura traçar uma análise, por maio de um conhecimento das forças atuantes neste cenário ora em tela. 
	
Desenvolvimento
Microeconomia e Macroeconomia:
Principais estruturas de Mercado.
É mister demonstramos diferenciações quanto às estruturas de mercado, para que possamos compreender a evolução das estruturas no setor supermercadista do Rio Grande do Sul, neste período de tempo analisado no artigo “Estrutura de mercado do setor supermercadista do Rio Grande do Sul e identificação do seu grau de concentração” (SANTOS, 2009).
Monopólio
Para De Plácido e Silva (2004) o vocábulo monopólio é “derivado do latim monopolium, de origem grega (monos – só e poliem – vender), quer demonstrar o regime em que se dá o direito ou a faculdade a uma pessoa ou a um estabelecimento para que, com exclusividade, produza e venda certas naturezas de produtos. O monopólio, assim, que tanto pode ser de direito, como de fato, tende a subtrair uma soma de negócios ou de operações ao regime da livre concorrência ou à lei da procura e da oferta, facultando ao monopolizador em se tornar o particular senhor do comércio. O monopólio diz-se de direito, quando é fundado num a licença legal. É de fato, quando resulta de conjunturas de ordem econômica ou administrativa (SILVA, 2004).
Podemos ainda determinar monopólio como posse, direito ou privilégio de somente uma pessoa ou empresa. O monopólio é então um desenho de mercado nas economias capitalistas, no qual uma empresa contém a produção e a oferta, de certo produto ou serviço que só ela tem. A empresa fica com um domínio muito grande no mercado. Como somente ela possui ou vende determinado produto, constitui o preço de acordo com seus interesses de lucro, que geralmente são muito elevados. Isso prejudica os compradores. Às vezes a empresa determina, dos compradores, quer sejam adquirir o produto, assim como o pagamento antecipado, e não determina com exatidão o prazo de entrega. 
Concorrência Perfeita
Corresponde ao caso de um mercado em que os diferentes produtores/vendedores de um certo bem ou serviço atuam de forma independente face aos compradores/consumidores, empregando diferentes instrumentos, tais como os preços, a qualidade dos produtos, os serviços pós-venda, etc. Ex. Setor Supermercadista; Mercado do Café, açúcar, petróleo, etc. (CASTANHEIRA, 2011)
O mercado de concorrência perfeita é analisado principalmente com o intuito de funcionar como paradigma para a análise de outros tipos de mercado. Trata-se de um mercado ideal, um referencial. É qualificado pela existência de um grande número de pequenos vendedores e compradores (mercado atomizado), de modo que, individualmente, pouco representa no total do mercado. Além disso, pressupõem-se que é transacionado um produto homogêneo, todas as empresas produzem bens idênticos, sem nenhuma distinção, e há livre entrada e saída de empresas do mercado.
Segundo Castanheira (2011), as hipóteses do modelo de concorrência perfeita são:
Existe um grande número de clientes e vendedores. Um grande número de compradores e vendedores se refere não a um valor acima de uma determinada quantidade, mas sim a que preço o produto é dado para as firmas e para os consumidores;
Os produtos são homogêneos, isto é, são substitutos perfeitos entre si; assim sendo, não pode haver preços diferentes no mercado;
Existe completa informação e informação sobre o preço do produto; esta hipótese é conhecida como transparência de mercado;
Entrada e saída de empresas no mercado são livres, não havendo barreiras. Esta hipótese também é conhecida como livre mobilidade. Isso permite que firmas menos eficiente saiam do mercado e que nele ingressem firmas mais eficientes.
Oligopólio 
Bem demonstrado por Silva (2005), o Oligopólio vem adquirindo força no setor supermercadista do Rio Grande do Sul nos últimos anos, cabendo uma análise mais aprofundada de seus entendimentos. 
Assim sendo, podemos definir Oligopólio como uma “estrutura de mercado com pequeno número de empresas que dominam o mercado, formando barreiras à entrada de novas empresas” (PINHO; VASCONCELLOS, 2005). 
Os principais fatores que irão trabalhar como barreira na estrutura oligopolista, segundo Vasconcellos (1996), sãoa proteção de patentes, controle de matérias-primas chaves, tradição e oligopólio puro ou natural, assim como o controle de preços, como demonstrado por Silva (2005), cabendo percebermos os pormenores desta estrutura, para melhor tomarmos decisões se formos desafiados a trabalhar em uma empresa com essa estrutura (VASCONCELLOS; TROSTER, 1996). Assim sendo, por conta da existência de um reduzido número de empresas dominantes no mercado, “elas têm o poder de fixar os preços de venda nos seus termos” (VASCONCELLOS; TROSTER, 1996, p. 162). O objetivo é antecipar-se ao movimento do concorrente para agir de forma eficaz. Uma vez que, nessa estrutura, há uma interdependência entre as empresas, a alteração de preço ou qualidade de uma afeta, diretamente, as demais organizações de um determinado ramo. Wonnacott (1982) afirma que “o oligopolista é bastante cônscio da concorrência” (WONNACOTT; WONNACOTT, 1982, p. 521).
Métodos Quantitativos Aplicados à Gestão Empresarial
Não obstante ao entendimento das estruturas de mercado, cabe sabermos como são demonstradas, na forma de informações estatísticas, as informações que são geradas pelas movimentações, tanto monetárias, como estratégicas, de grupos que atuam por meio de determinadas estruturas de mercado, como o supermercadista, com ênfase no Rio Grande do Sul. Para isso é importante partirmos do todo, para termos uma melhor compreensão das partes, conforme mostrado no Quadro 1.
Quadro 1 – O setor supermercadista brasileiro – Totais do setor – 1994 a 2005
 Fonte: Santos (2009)
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Medidas Descritivas
Foi Walter A. Shewhart quem começou a pôr em práticas nas fábricas alguns conceitos básicos de Estatística e Metodologia Científica, na década de 1930, nos Estados Unidos. Ele foi o pioneiro da área de Controle de Estatística de Processo (CEP). Hoje em dia largamente utilizado.
A percepção extraordinária de Shewart é de que a qualidade e a variabilidade são conceitos antagônicos no sentido de que onde tem muito de um terá necessariamente pouco do outro.
A ideia de Shewhart funciona tanto para tempo de processos quanto para produtos. Uma tarefa dentro de um processo que leva um tempo irregular para completar pode causar tanta confusão na linha de produção como a irregularidade das medidas de uma peça, uma hora saindo grande demais e outra hora pequena demais.
Foi assim que Shewhart entendeu que medir, analisar e monitorar a variabilidade é o campo de estudo estatístico e que, com aplicações de estatística na fábrica, os processos e produtos poderiam chegar a melhores níveis de qualidade. O termo “melhores níveis de qualidade” significa menor variabilidade em medidas do processo e do produto e mais exatidão em alcançar metas e alvos.
Um dos pilares da estatística é a amostragem. Populações (na fábrica, o engenheiro utiliza a palavra “lotes”) em geral são grandes demais para serem analisadas em grandes detalhes, item por item. A inspeção a 100% em geral é um procedimento que não funciona adequadamente.
A seleção de amostras de tamanho muito menor que a população enxuga os custos e paradoxalmente acaba representando melhor as características da população. A amostragem também é necessária quando a inspeção necessita da destruição do item amostrado.
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Medidas de Tendência Central
A média aritmética
Silva (2005) afirma ser fácil calcular a média aritmética, ou simplesmente média, de um conjunto de dados. Basta somar todos os números e dividir o resultado pelo número de parcelas. Como exemplo: imagine que um aluno obteve as seguintes notas:
7; 8; 5; 9; 6.
Para obter a média, é preciso somar todas as notas e, depois, dividir a soma pelo número de parcelas. Obtém-se, assim, a média, que é:
7+8+5+9+6 = 35 = 7,0
5 5
Existe uma fórmula para calcular a média aritmética. Para entender essa fórmula, é preciso saber que a variável em estudo é indicada pela letra maiúscula X e os valores assumidos por essa variável são indicados pela letra minúscula x. Os índices distinguem um valor do outro. Então, o i-ésimo valor observado de X é indicado por xi. A média aritmética, que se indica por x (lê-se x-traço ou x-barra) é dada pela soma x1+x2+x3+ ... xn, dividida por n. Escreve-se
O símbolo índica que todos os valores de xi devem ser somados, desde o primeiro (xi) até o n-ésimo(xi). Para simplificar, muitas vezes se escreve apenas ∑ x. x= ∑ x/n
A média ponderada
Imagine que, durante a semana, um supermercado no Rio Grande do Sul vendeu determinado produto pelos seguintes preços:
5 unidades por 10 reais;
3 unidades por 11 reais;
2 unidades por 9 reais;
Para calcular o preço médio, você precisa ponderar cada preço praticado (x) pela frequência (f) com que foi praticado. Você obtém então:
X= 5*10+3*11+2*9 = 101 = 10,10
5+3+2 10
A mediana
Se o número de dados é par, a mediana é a média aritmética dos dois valores que ocupam a posição central dos dados ordenados. Por exemplo, dado o conjunto de números
8,1,7,0,6,4
para obter a mediana é preciso, primeiro, ordená-los:
0,1,4,6,7,8
A mediana é a média aritmética dos valores que ocupam a posição central dos dados ordenados, isto é, 4 e 6. Então, neste caso, a mediana é 5
A moda
A moda é o valor que ocorre com maior frequência. Então, dado o conjunto de números
7,8,9,5,3,7,1,0,7,2
a moda é 7, porque é o valor que ocorre o maior número de vezes.
Um conjunto de números pode não ter moda, porque nenhum valor se repete maior número de vezes, ou ter duas ou mais modas.
Exs.	O conjunto de números 1,2,3,4,5, não tem moda. Se chama também um conjunto a-modal. O conjunto de números 7,7,8,9,3,4,3,1, tem duas modas: 7 e 3. Se chama também um conjunto bimodal.
Medidas de Dispersão
Um conjunto de valores pode ser sintetizado por meio de procedimento matemático, como o cálculo da média, moda, mediana, quartis e percentis. No entanto, a interpretação de dados estatísticos exige que se realize um número maior de estudos, além dos estudados nas unidades precedentes. Torna-se necessário ter uma ideia de como se apresentam os dados, qual a variação em torno da média, qual a concentração (SILVA, 2005). Vejamos o seguinte exemplo:
	Foram avaliados três grupos de executivos, cada um com cinco elementos, no que se refere à criatividade e os testes mostraram os seguintes resultados:
Grupo A: - 5 5 5 5 5
Grupo B: - 3 4 5 6 7
Grupo C: - 1 2 5 7 10 
	
	Para simular cada grupo, podemos calcular a média e vamos verificar que os três grupos têm a mesma média 
 = 5, contudo observando a variação dos dados podemos perceber que os grupos se comportam de forma diferente, apesar de todos terem a mesma média. Nesse caso, a média ainda que considerada como um número que pode representar uma sequência de números, não pode destacar o grau de homogeneidade ou heterogeneidade que existe entre os valores que compõem o conjunto. Desse modo, precisamos efetuar outros artifícios matemáticos para caracterizar melhor os dados de cada grupo com o objetivo de tirarmos conclusões qualitativas. 
As medidas que mostram a variação dos dados de um conjunto são chamadas de Medidas de Dispersão ou Variabilidade
Medidas de Dispersão Absoluta
Amplitude Total ou Intervalo Total
O Símbolo da Amplitude Total é: AT
	Definição: A amplitude total de um conjunto de números é a diferença entre os valores extremos do conjunto observado:
 
 
 Exemplo 1: Calcular a amplitude total dos seguintes conjuntos de números:
	A = {10, 12, 13, 20, 25, 34, 45}
	B = {17, 18, 19, 20, 21, 22, 23}
	C = {-4, -3, -2, 3, 5}
Solução:
Para o conjunto A, temos: AT = 45 - 10 = 35
	Para o conjunto B, temos: AT = 23 - 17 = 6
	Para o conjunto C, temos: AT = 5 - (-4) = 9
	Se os dados vierem dispostos em uma tabela de freqüências, com os valores agrupados em classes, há duas formas de se definir a amplitude total:
	
Primeiro Método:AT = Ponto médio da última classe - ponto médio da primeira classe.
Segundo Método: AT = Limite superior da última classe - limite inferior da primeira classe.
Técnicas de Amostragem Probabilística
Segundo Almeida, Barbosa e Oliveira (2012) por mais que o estudo de todos os elementos da população possibilite um preciso conhecimento das variáveis que estão sendo pesquisadas, nem sempre é possível obter as informações de todos os elementos da população. Limitações de tempo, custo e vantagens do uso de técnicas de inferência justifica o uso de amostras. Por essa razão, o mais frequente é trabalhar com uma amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõe o universo (GIL, 2010). Torna-se claro que a representatividade da amostra dependerá do seu tamanho e da forma como é coletada visando obter uma amostra significativa, e que de fato represente toda a população (GONÇALVES, 2009). 
Uma amostra trata-se de um subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população. Sendo que, uma população ou universo nada mais é do que um conjunto de elementos que possuem determinadas características (MASSUKADO-NAKATANI, 2009). 
De forma concisa a amostra pode ser definida, de acordo com Levine et al., (2008), como uma parcela de uma população selecionada para fins de análise.
A representatividade e imparcialidade são duas questões importantes que devem ser levadas em conta na retirada da amostra, pois para ser apropriada a amostra tem que ser representativa, ou seja, deve conter em proporção tudo o que a população possui. Além do mais, todos os elementos da população devem ter igual oportunidade de fazer parte da amostra, ou seja, também deve ser imparcial (GONÇALVES, 2009).
Quando essa amostra é rigorosamente selecionada, os resultados obtidos tendem a aproximar-se bastante dos auferidos se todos os elementos do universo fossem pesquisados. E, com o auxílio de procedimentos estatísticos, torna-se possível até mesmo calcular a margem de segurança dos resultados obtidos (GIL, 2010, p. 109).
A amostragem pode ser dividida basicamente em amostragem probabilística e não probabilística. A primeira, por seguir as leis estatísticas, permite a expressão da probabilidade matemática, ou seja, de se encontrar na amostra as características da população, ao passo que a segunda depende de critério e julgamento estabelecido pelo pesquisador para a produção de uma amostra fiel. As vantagens e desvantagens dos dois tipos é que a amostra não probabilística é mais rápida e menos onerosa, enquanto, que a probabilística confere maior confiabilidade aos resultados obtidos, na medida em que, nesta, cada elemento da população possui a mesma probabilidade, previamente conhecida e diferente de zero, de ser incluído na amostra, além de que numa amostragem probabilística é possível extrair conclusões que podem ser generalizadas para toda a população – algo que não se pode fazer na não probabilística (STEVESON, 1986). 
As amostras por probabilidade são amostras em que os componentes são extraídos da população de acordo com probabilidades conhecidas. O mecanismo de probabilidade pelo qual os componentes são selecionados é especificado antes de iniciada a amostragem e não deixa ao investigador qualquer margem para decidir que itens da população devem ser incluídos na amostra (MERRILL; FOX, 1977).
Os elementos da amostra são selecionados através de alguma forma de sorteio não tendencioso, como por exemplo, tabelas de números aleatórios ou números aleatórios gerados por computador. Com a utilização de sorteio elimina-se a influência do pesquisador na obtenção da amostra, e garante que todos os integrantes da população tem a probabilidade de pertencer à amostra (FRANCO, 2012). 
Segundo Fonseca e Martins (1996), os métodos de amostragem probabilística exigem que cada elemento da população possua determinada probabilidade de ser selecionado. Normalmente possuem a mesma probabilidade. Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de cada elemento será 1/N. São métodos que garantem cientificamente a aplicação das técnicas estatísticas de inferência. E somente com base em amostragens probabilísticas é que se podem realizar inferências ou induções sobre a população a partir do conhecimento da amostra.
Merrill e Fox (1977) citam que ao delinear uma amostra por probabilidade, o investigador pode determinar o tamanho da amostra necessário para obter um determinado grau de exatidão na estimativa de um parâmetro. Além disso, há menos oportunidade para os inspecionadores ou entrevistadores introduzirem vícios na coleta de dados para a amostra, porque seu julgamento não entra no jogo na escolha dos itens da amostra. 
Formas de amostragem probabilística 
Amostragem aleatória simples
Trata-se do método mais elementar e frequentemente utilizado. Nesse processo de amostragem, assim como em outros métodos probabilísticos, é assegurado que todos os elementos do universo tenham a mesma possibilidade de serem considerados (FONSECA; MARTINS, 1996). 
Para realizar uma amostragem aleatória simples, recomenda-se fazer uma listagem dos elementos da população, atribuindo aleatoriamente um número para cada um desses elementos. Feito isso, o pesquisador deverá sortear dentro de toda a população, atribuindo aleatoriamente um número para cada um desses elementos. Feito isso, o pesquisador deverá sortear dentro de toda a população, desconhecendo inteiramente a quem esses números estão associados, os números adequados de elementos que irão compor a amostra (ANDERSON; SWEENEY; WILLIAMS, 2007).
Para realização do sorteio, normalmente são utilizadas Tabelas de Números Aleatórios (TNA) que consistem em sequencias de dígitos contendo os algarismos 0, 1, 2,..., 7, 8 e 9, distribuídos aleatoriamente (APÊNDICE A). Esses números podem ser lidos isoladamente ou em grupos; podem ser lidos em qualquer ordem, como por colunas, num sentido ou noutro, por linhas, diagonalmente, etc., e podem ser estimados aleatórios (STEVENSON, 1986).
Nesse tipo de amostragem, a variabilidade amostral ou erro amostral é bem acurado, e para se alcançar uma boa amostragem é recomendável que a população seja homogênea e grande, essa técnica também é mais adequada quando se conhece a lista de todos os elementos que compõem a população alvo (FRANCO, 2012).
Um simples exemplo dessa técnica pode ser observado ao aplicar um questionário sobre satisfação com os serviços da agência em 10 clientes de um banco de dados de 100 pessoas, em que, a aleatória simples está em atribuir um número a cada cliente e proceder com o sorteio de 10 clientes.
Amostragem sistemática
Segundo Merrill e Fox (1977), em muitos casos, as amostras sistemáticas podem ser tratadas como se fossem amostras aleatórias. A amostragem sistemática trata-se de uma variação da aleatória simples, que exige que cada elemento da população possa ser identificado de acordo com sua posição, o que só pode ser arranjado em caso de se poder identificar a posição de cada membro num sistema ordenado (FRANCISCO, 2011).
Em uma amostragem sistemática, todo k-ésimo elemento de uma população ordenada é incluído na amostra. O ponto de partida é escolhido, aleatoriamente, entre os k primeiros elementos, e a amostragem avança até que tenham sido escolhidos n elementos (MERRILL; FOX, 1977).
No mesmo exemplo usado para ilustrar uma amostragem aleatória simples, onde se aplica um questionário sobre satisfação com os serviços da agência em 10 clientes de um banco de dados de 100 pessoas, a amostragem sistemática se daria da seguinte forma: 
Tem-se N unidades (digamos N = 100) a serem escolhidas e precisa-se de uma amostra de tamanho n (digamos n =10);
Dividimos N por n = 100/10 = 10 (N/n);
Selecionamos ao acaso um número entre 1 e 10 – por exemplo, 7;
A primeira unidade a ser escolhida será 7ª, a segunda a 17ª, a terceira 27ª e assim pordiante... 77ª, 87ª..., 97ª;
Assim criou-se uma lógica de escolha aleatória sistemática (SILVA, 2005).
De acordo com Franco (2012), esse tipo de amostragem requer uma listagem dos componentes da população como a amostragem aleatória simples, entretanto, deve-se tomar cuidado se a população é do tipo homem, mulher, homem, mulher, ou se os itens se apresentam agrupados ou com caráter periódico, pois esta lógica poderia se criar uma tendenciosidade indesejada, pois poderiam ser escolhidos somente homens ou somente mulheres. Então, torna-se recomendável que a população seja homogênea (KARMEL; POLASEK, 1974).
Outra desvantagem desse modelo de amostragem, é que em populações muito grandes, pode ser muito trabalhoso a identificação de cada elemento.
Contudo, a amostragem sistemática é uma técnica relativamente simples e, em alguns casos, pode ser mais eficiente do que a amostragem aleatória simples. A principal dificuldade é realmente o fato de que as amostras sistemáticas nem sempre são aleatórias. Então, se a população é ordenada de modo sistemático em relação às características estudadas, então é possível que somente determinados tipos de elementos sejam incluídos, ou que certos tipos sejam sistematicamente mais incluídos do que outros (MERRILL; FOX, 1977). 
Para compreender melhor essa desvantagem de uma seleção sistemática quando há alguma periodicidade na lista dos elementos a serem sorteados, tornando a seleção tendenciosa, observe o seguinte exemplo: se uma lista de moradias, ordenadas segundo as ruas, é amostrada através da retirada do décimo domicílio, se houver dez casas em cada quadra da rua, a amostra conterá ou todas as casas de esquina ou não conterá nenhuma, o que pode afetar significativamente no resultado da pesquisa dependendo do parâmetro estudado. Mesmo assim, muitas seleções sistemáticas são equivalentes às escolhidas aleatórias (KARMEL; POLASEK, 1974).
Amostragem estratificada
A amostragem aleatória simples é o tipo mais fácil de esboço de amostragem, porém quando são disponíveis elementos suplementares sobre a população, além de apenas uma lista das unidades a serem amostradas, outros planejamentos podem ser usados, nesse caso, a amostragem estratificada seria mais interessante. Além disso, em certas circunstâncias, a amostra estratificada providencia erro de amostragem menor que uma aleatória simples, do mesmo tamanho (KARMEL; POLASEK, 1974).
Algumas vezes a amostragem aleatória simples não avaliza que a amostra seja tão representativa em relação à outra variável, como por exemplo, o levantamento de dados de uma população, em que esta pode ser estratificada (em subgrupos ou estratos) por sexo, idade, renda ou classe social poderia tornar-se mais apropriado para populações heterogêneas dependendo do foco da pesquisa (FRANCO, 2012). 
Sendo assim, a variação dentro dos subgrupos é menor por serem mais homogêneos do que a variação entre os subgrupos, tornando a amostragem mais representativa da população, oferecendo mais precisão do que as amostragens aleatórias simples e sistemática, e dessa forma, decretando maior conhecimento (mais informações) da população.
Para Stevenson (1986), a amostragem estratificada implica a divisão da população em subgrupos (estratos) de itens decorrendo então à amostragem em cada subgrupo. A coerência do processo é que, arranjando os itens da população global, isso leva à necessidade de um menor tamanho de amostra. É possível entender isto considerando um caso extremo: Suponha análogos os itens em cada estrato. Em tal caso, basta uma única observação de cada subgrupo para dizer da sua conduta. Assim, quanto maior a afinidade entre os elementos de cada estrato, menor o tamanho da amostra mandatória.
No entanto, para uma amostragem não proporcional, não se observa a extensão dos estratos em relação à população, o que pode afetar expressivamente no resultado da pesquisa (FRANCISCO, 2011).
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Amostragem por conglomerados
Na amostragem por conglomerados, os elementos da população são desmembrados em grupos distintos denominados conglomerados. Cada elemento da população compete a um e somente um conglomerado. Extrai-se, então, uma amostra aleatória simples dos conglomerados. Todos os elementos contidos em cada conglomerado amostrado formam a amostra. A amostragem por conglomerados tende a produzir os melhores resultados quando os elementos neles contidos não são similares. No caso ideal, cada conglomerado é uma variante representativa em pequena escala da população inteira (ANDERSON; SWEENEY; WILLIAMS, 2007). 
Trata-se de um tipo de amostragem por núcleo, em que os núcleos são subdivisões geográficas, como quarteirões, cidades, ou estados. Os conglomerados (unidades de amostragem) a serem abarcados na amostra são escolhidos aleatoriamente, e as unidades elementares de onde se alcançarão as informações desejadas são, então aleatoriamente selecionadas em relações a todas as unidades dentro de cada área (MERRILL; FOX, 1977).
Karmel e Polasek (1974) incluem o uso desse método para amostras de populações humanas, pois uma das coisas mais difíceis para esse tipo de amostra, seja para qualquer proposito, é decorrente do fato de que a população pode estender-se sobre uma área muito grande.
O valor da amostragem por conglomerados é dependente de quão representativo é cada conglomerado da população inteira. Se todos os conglomerados forem similares nesse sentido, a amostragem de um pequeno número de conglomerados determinará boas estimativas dos parâmetros populacionais (ANDERSON; SWEENEY; WILLIAMS, 2007). 
Aconselhada para situações onde é difícil a identificação dos elementos, como por exemplo, para a população de uma cidade, em que a seleção da amostra por conglomerado poderia ser realizada em quarteirões ou em bairros. Normalmente, os conglomerados típicos para a seleção de amostras são quarteirões, famílias, organizações, edifícios, fazendas e bairros (MASSUKADO-NAKATANI, 2009).
Segundo Merrill e Fox (1977), a amostragem por conglomerado, também conhecida como amostragem por área, abole o problema de relacionar todos os itens de uma ampla população finita. É, portanto, um processo muito benéfico na obtenção de amostras por probabilidade em pesquisas de âmbito nacional. Os departamentos governamentais, por exemplo, empregam frequentemente a amostragem por conglomerado.
Segundo Francisco (2011), uma amostragem por conglomerado é recomendada quando:
É preciso fazer entrevistas ou observações em grandes áreas geográficas; 
O custo de obtenção dos dados cresce com o aumento da distância entre os elementos;
Não se tem a lista de todos os elementos da população ou a obtenção desta listagem é dispendiosa;
Um exemplo típico desse tipo de amostragem é: como deve ser escolhida uma amostra para estimar o rendimento médio familiar em uma grande cidade?
Como não há uma listagem de todas as famílias da cidade e é praticamente impossível obtê-la, não é possível usar a amostragem aleatória simples e estratificada. Então, a cidade pode ser dividida em bairros (conglomerados) e tomada uma amostra aleatória dos bairros e neles pesquisa-se a renda de todas as famílias do bairro.
A amostragem por conglomerados é bastante aproveitada em casos nos quais a população é muito extensa, então, essa forma de amostragem torna-se extremamente útil (FRANCISCO, 2011).
Levine et al., (2008) alegam que a amostra por conglomerado pode exigir maiores amostras do que outros tipos de amostragem, para ajustar o mesmo grau de exatidão nas estimativas, mas essa desvantagem é mais do que compensada pela redução de custos que se obtém concentrando-se os entrevistadores em um número limitado de zonas geográficas, acarretando menores despesas, por exemplo. Esse aspecto é carro-chefe no caso de pesquisas de âmbito nacional.
É respeitável que não se confunda os métodos de amostragem por conglomerado com o método de amostragem estratificada, pois como já foi mencionado anteriormente, o primeiro método divide a população em vários subgruposhomogêneos com elementos heterogêneos, selecionados baseando-se na facilidade ou disponibilidade de acesso, já o segundo método a população e dividida em subgrupos heterogêneos com elementos homogêneos, escolhidos com base nos critérios relacionados às variáveis em estudo. 
Ética, Política e Sociedade 
O capitalismo moderno não abandonou as bases do regime de acumulação financeira, em que os mercados e os operadores adquiriram certa importância (CHESNAIS, 2003), porém anunciou o desenvolvimento do regime capitalista por meio dos fatores cognitivos. O capitalismo contemporâneo consagra-se por apresentar um novo modelo de desenho do mundo e um novo modelo de acumulação. Ambos, situado, sobretudo, nos movimentos do capital financeiro, na circulação de bens e serviços, na informação, na satisfação e na eficiência, do que situado apenas na unidade de produção. Esta fase depende mais de uma atividade intelectual, comunicativa e/ou afetiva, criadora de símbolos e de subjetividades do que da própria composição produtiva materialista. De acordo com Pelbart (2003), “a produção de subjetividade, os processos vitais ricos em relações intelectuais e valores afetivos, passam a ocupar um lugar cada vez mais central do processo produtivo” (PELBART, 2003, p. 36).
Pode-se ponderar que esta ordem capitalística advém da produção de desejo, subordinada às formas de inconsciente expressivo, sob os fluxos decodificados que se precipitam e confundem o sujeito. De modo que a produção materialista, diligenciados pelos universos linguísticos, implica e condiciona a apropriação e a utilização do consumo pelo viés do capital. O desejo brota um imaginário que expande a realidade como se houvesse um objeto sonhado por detrás de cada objeto real ou uma cultivo mental por detrás das produções reais (DELEUZE; GUATTARI, 1996).
« (...) o capitalismo liberta os fluxos desejantes, mas nas condições sociais que definem o seu limite e a possibilidade da sua própria dissolução, de modo que contraria constantemente com todas as suas desesperadas forças o movimento que o impele para este limite ». (DELEUZE & GUATTARI, 1996, p. 143).
O capitalismo iguala-se a ponto de um aparelho moderno que tem o objetivo de intervir no desejo e transformá-lo numa categoria fundamental da economia. O capitalismo acercar-se para um limiar que liberta os fluxos de desejos num campo desterritorializado do sujeito e o impulsiona a consumir.
A imagem, aparelho das estratégias capitalistas, autentica a sociedade do consumo e contribui para tornar a racionalidade humana num imaginário puro. E isso incute sobre a razão do indivíduo na construção e reprodução de uma imagem distorcida e particular do mundo. Assim, o indivíduo torna-se cativo daquilo que descreve e ao mesmo tempo compactua com o capitalismo (LIPOVETSKY, 1989; SFEZ, 1994).
O capitalismo contemporâneo inscreve-se no tecido social de forma a domesticar o ser humano por meio da linguagem e das relações cognitivas. Este sistema descobre na produção materialista, aquilo que são consideradas comuns e naturais às maneiras de confundir o sujeito a levá-lo a consumir sob o pressuposto do novo.
Na percepção de Hardt e Negri (HARDT; NEGRI, 2000), as grandes forças industriais e financeiras determinam não apenas mercadoria, mas também subjetividades, ou seja, produzem um universo de linguagem que encerram por construir o simbólico e o imaginário. A subjetividade é afrontada como produção social. Ela é fundamentalmente fabricada e modelada no registro social e tomada por indivíduos em suas existências particulares. (GUATTARI; ROLNIK, 1986).
Desta forma, a produção da subjetividade, toma o lugar das coisas materiais e constrói desde o modelo de consumo até o mundo do consumidor. Esta cria o universo das necessidades, das relações sociais, dos corpos e mente. A sociabilidade entre os indivíduos e o mundo passa, no contexto do capitalismo contemporâneo, pela a artificialidade das coisas. Segundo Moles :
“As relações do indivíduo com o meio social passam, a partir de agora e fundamentalmente, pelos objetos e produtos transformados nas expressões mais tangíveis da presença e da sociedade em seu ambiente, desde o momento em que tomam o lugar das coisas naturais” (MOLES, 1975, p. 12).
Contudo, sob a pressão do atual período histórico, os fatores de competitividade e lucratividade nunca ficaram tão presente. Estes se tornaram formas de sociabilidade, sendo que o que se constrói é uma sociedade desumana e concorrencial. A sociedade civil burguesa, fusão das relações sociais movidas pela representação do capital, visa somente acumular e as empresas usufruem deste paradigma capitalista.
Nesta fase do capitalismo só uma coisa é comum, o mercado. Este passou a conduzir não só o paradoxo da produção de pobreza como também o da riqueza.
Desta forma, as estratégias empresariais alteraram profundamente a maneira de como apropriar-se de alguns segmentos do mercado. Essas estratégias modernizaram as inter-relações entre os elementos representados das empresas: produção, administração, marketing, transporte, entre outros; e possibilitaram um bom posicionamento no mercado.
« A empresa controla não somente todo o aparelho da sua produção, que compreende seres e coisas, mas também controla, de uma forma mais indireta, os seres e as coisas por intermédio de seu ou de seus mercados. Quando entra em concorrência com outras empresas, coloca na balança tudo ou parte de seus trunfos ». (RAFFESTIN, 1993, p. 59)
Na estrutura interna do capitalismo contemporâneo, seguindo as consignações do capital, as empresas conseguiram utilizar dessas novas ferramentas para convencer o consumidor desguarnecido. Isto é, as empresas aproveitam, cada vez mais, das ferramentas da comunicação social para assegurar os objetivos propositados, quanto à mercadoria, do que as realizações harmônicas. Raffestin (1993) diz que “(...) fizemos da imagem um ‘objeto’ em si e adquirimos, com o tempo, o hábito de agir mais sobre as imagens, simulacros dos objetos, do que sobre os próprios objetos.” (RAFFESTIN, 1993, p. 145).
Assim, pode-se ajuizar que as empresas não existem fora dos consumidores, estes que são objeto de sua manutenção do mercado. Conforme Marx:
“(...) a produção não produz somente um objeto para o sujeito. A produção produz, portanto, o consumo, primeiro fornecendo-lhe materiais, segundo deturpando o modo de consumo e, terceiro, excitando no consumidor a necessidade dos produtos colocados por ela como objetos.Logo, ela produz o objeto de consumo, o modo de consumo, e a tendência para o consumo” (MARX, 1977, p. 210).
Marx já assinalava que a produção cria os artefatos de consumo, e o consumo cria o sujeito para esse objeto, mas além de cunhar o sujeito para esse objeto, na atualidade, o consumo inventa todo espaço que esse sujeito faz parte. A empresa não institui o objeto (a mercadoria), mas o mundo onde o objeto existe. Ela não indica tampouco o sujeito (trabalhador e consumidor), mas o mundo onde o sujeito existe (LAZARATTO, 2004).
Assim, as empresas admitem que o sujeito se expresse como sua própria expansão territorial. De forma que, o território torna-se resultado também, de ações administradas por sujeitos. Neste caso, o valor do território é existencial: ele atém, para cada um, o campo do familiar e do vinculante, mas as distâncias em relação a outrem o abriga do caos (DELEUZE, 1997). Contudo, esse território também é volátil e seu produto está conexo com os benefícios oferecidos pelas empresas ao consumidor, e de como este se identifica com a empresa. Para isso, as empresas trabalham de forma a anular o efeito das possibilidades do consumidor em reaver seus conceitos sobre aqueles produtos oferecidos e não perder de maneira nenhuma o território apoderado para os demais concorrentes.
Essas empresas foram adotando, cada vez mais, a ação de representantes nas economias capitalistas por meio da internacionalização da produção que o permitiu o surgimento de um mundo globalizado. Desse modo,surgem no cenário mundial as multinacionais, as quais cooperaram para que os espaços econômicos nacionais não mais combinassem com os espaços geopolíticos dos capitais.
Para isto, as companhias alteraram para uma estratégia internacional, começando a dedicar-se a uma viva estratégia de produção global em plano a uma política aguerrida de penetração em outros mercados nacionais.
Além de dominar o setor de exportações as empresas multinacionais incidiram no investir em unidades de produção e comercialização destes produtos em outros países, distintos e distantes da localização da matriz. Por conseguinte, as empresas ampliaram a presença em outros lugares. Segundo Hymer (HYMER, 1983, p. 47), “as grandes empresas dos Estados Unidos começa-se a deslocar-se para países estrangeiros logo após se completar sua integração em escala continental” e que “as grandes empresas de todos os países terminaram, cada vez mais, por ‘ter como habitat o mundo’” (idem, p. 114). Em exemplos das grandes empresas norte americanas, destaca-se a rede varejista Wal-Mart (SANTOS, 2009) que vive, na década de 1990, o início do seu processo de internacionalização, como vislumbrado neste trabalho. Um exemplo prático pode ser visto no Quadro 2.
Quadro 2 - faturamento bruto e market-share das maiores empresas do setor supermercadista do Rio Grande do Sul
Fonte: Santos (2009)
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Implicações sociais desta tendência 
A concorrência global pode sugerir a vivência de monopólios locais. É conveniente compreender que, ultimamente, os defensores do livre mercado têm-se retornado com interesse reconstruído para a teoria da inovação de Schumpeter. Eles argumentam, como o Krugman dos primeiros anos, que, se a inovação tecnológica determina que as empresas cultivem inovações por meio da promoção ao monopólio, a presença de monopólios provisórios, que maximizem a inovação será imperativa para que se possa obter em sua plenitude os frutos da competição. A força e os benfeitorias da concorrência virão mais tarde, quando a tecnologia tiver sido completamente adiantada e amortizada, e for difundida para outros empresários. A partir desse contexto, chega-se prontamente à posição de que seria do mérito dos países em desenvolvimento admitir que as empresas globais dos países desenvolvidos dominassem seus mercados, uma vez que isso iria preparar o caminho para que as empresas locais entrassem no ulterior processo de difusão das novas técnicas.
Conclusão
O trabalho individual analisou as alterações estruturais advindas do setor supermercadista do Rio Grande do Sul entre 1994 e 2005, se atentando ao paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (E-C-D) e considerações dele decorrentes, além de fatores que com ele interatuam. Avaliou-se o grau de centralização de mercado, utilizando-se o Índice de Concentração (Ck). Os resultados assinalaram para um agrupamento nesta fatia da economia gaúcha, avaliado oligopólio com franjas, que segue as tendências nacionais e mundiais, no qual as quatros maiores redes supermercadistas são responsáveis por 41,64% do faturamento do setor em 2003, 42,02% em 2004 e 47,25% em 2005.�
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