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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA INTRODUÇÃO AO SANEAMENTO BÁSICO ALAN D’OLIVEIRA CORREA DIOGO MILANI MATHEUS KOPP PRANDINI MAURÍLIO CARVALHO JR VINÍCIUS ROGEL P. DE OLIVEIRA. Relatório de Tópicos especiais - Dessalinização da Água do Mar em Pontal do Paraná Pontal do Paraná, 28 de Setembro de 2018. Relatório de Tópicos especiais - Dessalinização da Água do Mar em Pontal do Paraná Relatório do seminário apresentado em aula na disciplina de Introdução ao Saneamento na Universidade Federal do Paraná como parte das exigências de avaliação na disciplina de Tópicos especiais do curso de engenharia ambiental e sanitária . Orientadora: Amanara Potykytã. Pontal do Paraná, 28 de Setembro de 2018. 1. INTRODUÇÃO Água nossa essência A água, recurso essencial para a manutenção da vida no ecossistema do planeta Terra, destaca-se em relação a sua distribuição no planeta, sendo 97% para águas marinhas, 2,2% para geleiras e apenas 0,8% de água doce que pode ser viabilizada para o abastecimento público, o que acaba gerando uma devida preocupação sobre a sua utilização, no intuito da preservação dos recursos hídricos, já que são finitos e necessitam de resguardo, evitando o seu desperdício e contaminação (SPERLING, 1996). Sabendo sobre a sua natureza limitada e sobre a demanda requerida para o fornecimento de água para diversas regiões do Brasil, surge a Portaria Nº. 2.914/2011, que oferece as informações necessárias ao abastecimento de água, com os parâmetros de qualidade e regularidade, que também devem ser acessíveis para a população e compatíveis com a realidade local das comunidades junto aos seus presentes recursos (HELLER, 2006). Os fatores relacionados ao crescimento demográfico, econômico e a má gestão generalizada estão exercendo pressões intensas nas reservas cada vez menores de água do mundo (BARROS, 2008) Além da má gestão, pode-se dizer que um grande problema em relação à água doce, é sua qualidade, quando relacionada para fins potáveis, causando problemas ambientais e econômicos para todo o mundo. Segundo a World Health Organization (WHO), em 2015, cerca de 9% da população mundial não tem acesso à água potável e tampouco condições mínimas de saneamento básico. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente 350 mil de pessoas em 25 países diferentes, especialmente no Médio Oriente e em África, sofrem com a escassez de água, e este número vai crescer para dois terços da população mundial, em 52 países até o ano 2025. Técnicas alternativas Segundo Carlon, 2005, a necessidade na busca de novas alternativas e tecnologias em decorrência da escassez de água potável em certas regiões ao longo do planeta. Dentre estas, surge a dessalinização da água do mar, com a busca de diversos países por este tipo de ciência, principalmente pelo fato de que a água do mar cobre o mundo cerca de 97% do globo. No Brasil, a dessalinização é muito comum no nordeste, como em regiões semiáridas, visando principalmente o tratamento de águas salobras de poços para o abastecimento de pequenas comunidades, tornando esta ação importante para a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes (SANTOS et al., 2010; DIAS et al., 2012). Historicamente, a destilação tem sido o método de escolha para a dessalinização da água do mar, apesar do seu elevado custo de capital e de energia, o que torna este método apenas adequado para os países em que o combustível necessário para a destilação é relativamente barato, o não é o caso no Brasil. Como na maioria dos casos, os lugares de difícil acesso a água doce são lugares pobres, o sistema de destilação não é muito utilizado, devido ao seu alto custo de operação. Atualmente, a técnica de dessalinização mais utilizada no Brasil e no mundo é o de filtração por membranas utilizando osmose reversa (OR), o qual este precisa de um alto consumo de energia devido à pressão aplicada, que depende da concentração de sais da água bruta a ser tratada (CHARCOSSET, 2009). Osmose reversa A osmose reversa pode ser definida como o transporte forçado de uma solução contendo soluto, como alguns sais minerais, íons, elementos metálicos, para um solução com pouco ou sem a presença de soluto, através de uma membrana sintética semipermeável, ou seja, o processo ocorre no sentido de um maior gradiente de concentração, para um menor, pela membrana, através de um gradiente de pressão que impulsione a água para fluir neste sentido. É ideal que no procedimento haja o impedimento da passagem do soluto para a região que está sendo gerada, uma água com baixa ou nenhuma concentração destas substâncias (MACKENZIE, 2017). Pode-se notar o processo conforme a Figura 1. Figura 1 - Esquematização do procedimento de separação por osmose reversa. Fonte - Tratamento de águas para abastecimento e residuárias: Princípios e práticas Na figura 1, é observado a aplicação de uma pressão sobre o líquido, definida como pressão osmótica que é a força motriz para a difusão, sendo geralmente designada como um gradiente de concentração. O material em excesso que fica retido sobre a membrana, é empurrado com o fluxo de solvente, indo diretamente para o fluxo de resíduos contendo os componentes impermeáveis. Com o acúmulo do fluído permeado na região determinada como canal permeado, o líquido tende a ser levado para um tanque de armazenamento ou próxima etapa do sistema. Membranas filtrantes De acordo com Libânio (2016), as membranas mais utilizadas podem ser classificadas: i) Membranas de Microfiltração: os poros possuem um diâmetro nominal entre 0,1~10 µm, aptas a remover cistos e oocistos de protozoários, bactérias, algas, cianobactérias, zooplâncton e óxidos de ferro e manganês; ii) Membranas de Filtração: são adequadas à separação de partículas de partículas entre 0,001~0,02 µm e na remoção de substâncias como colóides, compostos orgânicos solúveis e vírus, variando o seu peso molecular entre 1000~2000 g/mol. iii) Membranas de Nanofiltração: remoção de diversos compostos químicos e íons, como e Ca+2 responsáveis pela dureza. Peso molecular entre 200 e 1000 g/mol.g ,M +2 iv) Membranas de Osmose Reversa: capazes de remover íons, sais dissolvidos e praticamente toda matéria orgânica, com peso molecular de corte inferior a 200 g/mol. Figura 2- Membranas filtrantes e seus constituintes comuns removidos. Fonte - Tratamento de águas para abastecimento e residuárias: Princípios e práticas. A composição das membranas varia com sua necessidade e aplicação de projeto, sendo a mais utilizada é oriundo de derivados de celulose e derivados de poliamida, onde o acetato de celulose (CA) é comercial, nãotolera temperaturas acimas de 30°C, tende hidrolisar com pH ácido menor que 3 ou alcalino maior que 8, passível à degradação biológica e desgasta-se com concentrações de cloro livre acima de 1 mg/L. As membranas de poliamida (PA) são geralmente resistentes à degradação biológica, são estáveis e resistem ao longo de um intervalo de pH de 3 a 11, não hidrolisando em água, no entanto, são mais suscetíveis à colmatação e não toleram o cloro livre em qualquer concentração. Como medida de comparação, as duas membranas em condições semelhantes de temperatura e pressão, onde as membranas de PA é capaz de fornecer um fluxo maior de água e com maior rejeição de sal, em relação às membranas de CA (MWH, 2005) Sistema adotado Para se ter uma boa eficiência no sistema de OR, é necessário um sistema de pré-tratamento da água salobra, como exemplo a utilização de um sistema de Ultrafiltração (UF). A membrana de UF tem porosidade de aproximadamente 0,10 mm que permite a retenção de partículas em suspensão e colóides. Um sistema de UF eficiente tem que apresentar um bom desempenho em termos de qualidade da água permeada e operação estável quanto à pressão (CHEN et al., 2015). A osmose reversa, em comparação com o processo de destilação gera uma quantidade menor de resíduos, denominado concentrado salino. Conforme o equipamento e as características da água salobra, a quantidade de resíduos pode variar entre 40 a 60% no total da água processada (PORTO et al., 2001). A qualidade da água pode ser representada através de diversos parâmetros e características como físicas, químicas e biológicas, processos que devem ser feitos na estação de tratamento e análise de água. Dos parâmetros físicos devem ser levados em consideração a cor, turbidez, sabor e odor, temperatura, dos parâmetros químicos pH, alcalinidade, acidez, dureza, ferro e manganês, cloretos, nitrogênio, fósforo, oxigênio dissolvido, matéria orgânica, micropoluentes inorgânicos e orgânicos e parâmetros biológicos uso de organismos indicadores, algas e bactérias decompositoras. Dado ao seus usos como abastecimento doméstico, industrial, irrigação, dessedentação de animais, preservação de flora e fauna, recreação e lazer, criação de espécies, geração de energia elétrica, navegação, harmonia paisagística e diluição e transporte de despejos. O sistema de dessalinização descrito neste trabalho, está em estudo pela Companhia de Águas do Paraná (SANEPAR), em parceria com pesquisadores da University of North Texas, University College London e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O projeto piloto conta com as tecnologias de osmose reversa e luz ultravioleta, possuindo as funções de dessalinização e desinfecção da água. 2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho foi trazer informações cruciais sobre novas tecnologias e metodologias sobre processos de tratamento de água, com as técnicas de osmose reversa e ultrafiltração, podendo demonstrar e proporcionar detalhamentos sobre o sistema piloto de dessalinização da água do mar, localizada na estação de tratamento de água da SANEPAR, em Praia de Leste, balneário da cidade de Pontal do Paraná, litoral. Demonstrado o cenário e os aspectos de saneamento da cidade de Pontal do Paraná, destaca-se a questão referente às águas servidas, e o seu tratamento, à água potável, em parâmetros de potabilidade, envolvendo todo o amparo técnico elaborado pelos pesquisadores deste projeto piloto, o qual utiliza a osmose reversa para a retirada do sal e luz ultravioleta para a desinfecção da água, mostrando a viabilização e implementação deste tipo de tecnologia para a cidade em seu futuro. 3. METODOLOGIA Área de Estudo Praia de Leste é um dos 48 balneários que fazem parte do município de Pontal do Paraná, fruto do desmembramento do Município de Paranaguá. Situa-se no litoral do Paraná a uma distância de aproximadamente 100 km de Curitiba, tendo como atividades econômicas principais o turismo, comércio, pesca e artesanato. O município faz divisas ao Sul com o município de Matinhos, a Oeste com o Município de Paranaguá e a leste e norte é banhado pelo Oceano Atlântico, sendo a norte pela baía de Paranaguá (PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTAL DO PARANÁ, 2015). Conforme a Figura 3. Figura 3 - Localização do município de Pontal do Paraná, litoral paranaense. Fonte: Adaptado de Secretaria do Estado do Turismo (2018). Considerando os dados do IBGE (2018), Pontal do Paraná possui uma área de 199,847 km² e cerca de 26.636 habitantes. Porém, como característica da cidade e conforme o Conselho do Litoral (COLIT, 2004) está o contraponto entre população residente e população flutuante (domicílios de uso eventual). Essa movimentação de veranistas impacta de forma significativa na prestação de serviços básicos (FARIA et al. 2015). A água de abastecimento de Praia de Leste é proveniente do rio das Pombas, um afluente do rio Guaraguaçu. A captação está a aproximadamente 10 km de distância da ETA da Sanepar. O tratamento é do tipo convencional, que contempla as etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção e correção de pH. Local de instalação do protótipo O sistema piloto de dessalinização foi instalado nas dependências da ETA de Praia de Leste, que pertence à Sanepar. Conforme representado na Figura 4, o sistema de abrandamento e OR foram montados dentro de um container fornecido pela empresa Permution. A captação da água do rio das Pombas para o sistema piloto foi feita pela tubulação adutora da ETA adaptada a uma mangueira. A coleta de água do mar foi realizada no Centro de Aquicultura Marinha e Repovoamento (CAMAR) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Pontal do Paraná e encaminhada a Sanepar por meio de caminhão pipa. O sistema de alimentação foi composto por 3 tanques com capacidade de 10000 L cada, nos quais eram armazenadas água do rio das Pombas, água do mar e água salobra. Para obtenção da água salobra como água de alimentação do sistema de dessalinização, foi realizada a mistura da água do rio das Pombas com a água do mar, pela bomba de recirculação, atingindo uma concentração de SDT de 1500 (± 100) mg/L, devido à especificação do equipamento de OR. Hidrômetros na saída dos tanques de água do rio e de água do mar foram instalados para controlar o volume necessário para obter a água salobra com as concentrações desejadas de SDT. A partir do tanque de mistura, a água salobra era enviada para o sistema de ultrafiltração por bombeamento. A água salobra foi coagulada em linha com cloreto de polialumínio (PAC) e seguia para o processo de ultrafiltração com uma membrana de escoamento vertical ascendente. O permeado da UF era encaminhado para o sistema de OR composto por cinco membranas de escoamento horizontal. O sistema de dessalinização de água salobra operou por aproximadamente 3h por diadevido à capacidade de armazenamento de água. A rede da Companhia Paranaense de Energia (COPEL) supriu toda a energia necessária para os sistemas. Sistema de Osmose Reversa No sistema piloto de dessalinização da água do mar de Praia de Leste, foram utilizados a técnica de osmose reversa. A osmose reversa é o processo de separação do solvente de uma solução mais concentrada para uma mais diluída, por meio de uma pressão aplicada muito maior que a pressão osmótica, com isso a água passa por uma membrana semipermeável chegando no outro recipiente e o soluto fica no mesmo. No caso a solução foi a água do mar misturada com água do Rio das Pombas formando uma solução salobra, que submetida à uma pressão maior que 30 atm que faz com que somente a água passe pela membrana chegando no outro recipiente como água pura, separando os sais das moléculas de água. Figura 4 - Sistema piloto de osmose reversa Fonte: Adaptado de PERMUTION (2016) Outra técnica utilizada no sistema de osmose reversa foi a luz ultravioleta, pode-se observá-la na Figura 4, ela foi utilizada no sistema para a desinfecção dos materiais genéticos (ácidos nucleicos) que são destruídos pela radiação ultravioleta quando a luz penetra as células. O sistema também conta com filtros de discos, sistema de abrandamento duplo e um filtro de cartucho, ele funcionou durante 3h diárias, durante vinte dias não consecutivos. Obtendo uma capacidade de geração de 1 m³ de água doce por hora. Foram analisadas amostras de água de nove pontos de coletas durante a primeira, a segunda e a terceira hora de operação. Para a avaliação de qualidade da água foram utilizados os parâmetros de sólidos dissolvidos totais, pH, condutividade, alcalinidade, turbidez, dureza total, cálcio, cloreto, cor aparente, coliformes totais e Escherichia coli. Para avaliar a eficiência do sistema calculou-se a taxa de recuperação e o fluxo de filtração, além da pressão osmótica e potencial de oxirredução 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com Moura et al. (2008), a água de alimentação é o elemento principal para a produção de água doce em sistemas de dessalinização e sua qualidade depende diretamente do tipo de fonte hídrica que abastece o sistema. Figura 5 - Variação dos parâmetros da água do rio, da água do mar e da água salobra. Fonte - BOVAROTI (2018). Ao analisar a Figura 5, observou que a cor aparente apresentou uma grande amplitude de variação (147,8 uH) para a água do rio e para a água salobra (132,7 uH). Eficiência de Remoção A figura abaixo apresenta a eficiência do sistema de dessalinização para a remoção global ou parcial em relação aos parâmetros de qualidade da água analisados. Pode-se observar a remoção total de sulfato, cor aparente, dureza total e cálcio no permeado da OR. A eficiência de remoção média de cloreto foi de 97,4%, e de 90,6% para a alcalinidade Figura 6 - Comparativo da eficiência de remoção média do sistema de dessalinização com relação à qualidade da água. Fonte - BOVAROTI (2018). No trabalho realizado por Almeida (2017), a eficiência de remoção média de SDT foi de 99,1%, e de 99% para o parâmetro de condutividade elétrica, valores muito próximos aos obtidos no presente trabalho. Parametros Operacionais A partir dos resultados da vazão média de entrada de água salobra na UF e das vazões média do permeado e do concentrado da OR, foi possível calcular a taxa de recuperação global do sistema. O sistema de OR produziu em média aproximadamente 1,1 m³/h de permeado e em média aproximadamente 0,6 m³/h¹ de concentrado salino. A pressão osmótica se manteve constante durante os dias de operação, próximo de 8 kgf/cm² , indicando que não houve alterações na eficiência do tratamento. De acordo com a figura 5, a taxa de recuperação global mínima foi de 42,6% e a máxima foi de 57,4% durante os vinte dias de operação. Elasaad et al. (2015) obteve uma taxa de recuperação de aproximadamente 33%. No experimento de Almeida (2017), a taxa de recuperação do sistema de dessalinização por OR variou de 56,48 a 99,94%. Concluiu-se que os valores próximos a 100% coincidiram com a alteração da configuração do equipamento para obtenção de maiores volumes de permeado, o que não é recomendado pelo fabricante do sistema de OR. O cálculo da taxa de filtração foi baseado na área de filtração total das cinco membranas de OR (42 m² ). Figura 7 - Resultados médios dos parâmetros operacionais durante os dias de operação Fonte - BOVAROTI (2018). A taxa de filtração obteve média de 28,7 L/m²*h , atingindo a vazão de 1m³/h de permeado especificada pelo fabricante do sistema de OR, conforme a Tabela 14. O trabalho de Almeida (2017) apresentou média de 25,9 L/m²*h para o fluxo do permeado, também atingindo a vazão de permeado especificada pelo fabricante do equipamento de OR. A taxa de recuperação global (UF e OR) foi menor do que a parcial (OR) devido ao volume de água gasto para a limpeza das membranas de UF. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A utilização do coagulante cloreto de polialumínio obteve grande significância na remoção da cor aparente (98,6%) e (95,1%) de turbidez da água salobra após a membrana de Ultrafiltração (UF), mesmo sendo que a água salobra tenha tido alta variedade. A dosagem se diferenciou conforme o pH, cor aparente e turbidez da água de alimentação do sistema, obtendo valores médios de 14,7 mg/L. O sistema de Ultrafiltração removeu integralmente os coliformes totais e Escherichia coli da água salobra de alimentação, não havendo também à presença dos microrganismos no permeado da osmose reversa (OR), coletado logo após à etapa de desinfecção por ultravioleta. O sistema de osmose obteve 99,4% para sólidos dissolvidos totais e 99,3% de remoção para condutividade elétrica. A utilização de cloreto de polialumínio e de 15,3% de água salobra no sistema de OR diminui a concentração do pH da água salobra em 5,6% no ponto de ultrafiltração 2. Constatou-se uma média acima de 90% para remoção do sulfato e para o cloreto no sistema OR. O protótipo obteve uma taxa de dessalinização de 46,7%. O sistema operou em pressão média de 8,71 kgf/m². Produzindo um média de 1,1 m³/h de permeado e em média 0,6 m³/h de concentrado salino. O sistema de filtração produziu uma média de 28,7% L/m²*h, alcançando uma vazão de 1 m³/h de permeado, especificada pelo equipamento de OR. O sistema piloto de dessalinização foi eficiente quanto à qualidade da água dessalinizada na remoção de sólidos dissolvidos totais, condutividade elétrica, cor aparente, turbidez, sulfato, cloreto, alcalinidade total, dureza total, cálcio, coliformes totais e E. coli. 6. 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