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Éverton Henrique dos Santos Silva 6º Semestre B – Direito – UNITOLEDO Araçatuba CONTRATOS EMPRESARIAIS Prof.ª Ma. Flávia Elaine Soares Ferreira Lombardi QUESTÕES DE REVISÃO DE CONTRATOS BANCÁRIOS 1. Analise a seguinte afirmativa: “Dado que aos contratos bancários aplica-se o Código de Defesa do Consumidor (CDC), por ser norma de ordem pública, é facultado ao julgador conhecer, de ofício, abusividade de cláusula neles prevista”. Julgue fundamentadamente se verdadeira ou falsa a afirmativa. RESPOSTA: A afirmativa é falsa porque mesmo estando sujeitos às normas do Código de Defesa do Consumidor, os contratos bancários não podem ter suas cláusulas declaradas abusivas, de ofício, pelo juiz. É o que dispõe a Súmula 381 do STJ. Se houver suposição de abuso contratual, este deverá ser cabalmente comprovado pela parte interessada. Em tempo: é conhecido que a abusividade das cláusulas contratuais bancárias se concentra no valor da taxa de juros remuneratórios e moratórios pelo uso do crédito bancário por parte do consumidor. Portanto, infere-se que o fundamento da Súmula 381 do STJ é o fato de a taxa de juros no Brasil ser regulada por leis complementares e atos normativos do Conselho Monetário Nacional (CMN). Desse modo, não são abusivas ou ilegais as taxas de juros médias do mercado, estipuladas pelo CMN porque essas são regulamentadas pela política de juros governamental. 2. Há um tipo de contrato através do qual o Banco (instituição financeira) empresta ao cliente certa quantia em dinheiro. O cliente assume as obrigações de restituir-lhe o valor emprestado, de acordo com correção monetária, juros, encargos e demais taxas previstas no ajuste firmado entre as partes, além de amortizar o valor emprestado, de acordo com as condições e prazos estabelecidos. Identifique o contrato acima mencionado. RESPOSTA: O contrato em questão é o de mútuo bancário (também chamado de empréstimo bancário). Objetivamente, é contrato bancário próprio por meio do qual o banco disponibiliza determinada quantia ao cliente, cabendo a este pagar àquele o valor correspondente, com os acréscimos legais, no prazo contratualmente estipulado. Éverton Henrique dos Santos Silva 6º Semestre B – Direito – UNITOLEDO Araçatuba 3. Julgue o item a seguir, relativo a operações de crédito: “O contrato de alienação fiduciária em garantia não pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor”. Justifique sua resposta. RESPOSTA: A afirmativa é falsa, posto que a Súmula 28, do STJ, estabelece que o contrato de alienação fiduciária em garantia pode, sim, ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor. É o que se chama, no jargão do comércio, de refinanciamento; o que é feito geralmente por pessoas que estão em crise financeira momentânea e precisam de recursos imediatos: faz-se um empréstimo (mútuo) e entrega-se, em garantia do pagamento, um bem de sua propriedade, formalizando essa operação num contrato de alienação fiduciária em garantia. 4. Diferencie o contrato de leasing do contrato de alienação fiduciária em garantia. RESPOSTA: Dentre as diferenças entre esses dois contratos bancários atípicos, destacam- se aquelas quanto ao objeto, à resolução da propriedade e a cobrança em caso de inadimplemento. Na alienação fiduciária, o objeto do negócio jurídico é a aquisição do bem, enquanto no contrato de leasing a compra do bem é uma opção facultada ao arrendatário que só se verifica no final do contrato, não sendo obrigatório que se fique, de fato, com o bem, admitindo-se, de tal modo, sua devolução ao arrendante, se assim o preferir o arrendatário. Portanto, não há intenção inicial de aquisição do bem. Quanto à resolução da propriedade, na alienação, resolve-se automaticamente com o cumprimento da obrigação; já no leasing, o arrendatário deve exercer a opção de aquisição do bem. Finalmente, quanto a cobrança em caso de inadimplemento, no leasing, utiliza-se a reintegração de posse, ao passo que na alienação fiduciária emprega-se a busca e apreensão. 5. Defina o contrato de factoring: RESPOSTA: É o contrato de fomento mercantil por meio do qual o empresário vende seus créditos, gerados por suas vendas a prazo, a uma empresa de Factoring (que não precisa ser, necessariamente, um banco) ou lhe transfere as atribuições atinentes à administração deles, inclusive, podendo receber da fomentadora orientações acerca da concessão de créditos aos seus clientes. Além disso, algumas vezes, esse contrato também envolve a antecipação desse crédito ao empresário, com a correspondente assunção do risco pelo eventual inadimplemento deles. Éverton Henrique dos Santos Silva 6º Semestre B – Direito – UNITOLEDO Araçatuba 6. Diferencie o contrato de fomento mercantil do contrato de desconto bancário. RESPOSTA: O contrato de Factoring distingue-se do desconto bancário, dentre outras maneiras, pelo fato de que neste a instituição financeira opera com recursos captados de terceiros, enquanto naquele o faturizador opera com recursos próprios. 7. Disserte acerca da aplicação da Lei de Usura às empresas de fomento mercantil. RESPOSTA: Acerca da aplicação da Lei de Usura às empresas de fomento mercantil, prevalece o entendimento do STJ que as compreende como não abrangidas pelo Sistema Financeiro Nacional, razão pela qual não lhes são aplicadas as disposições da Lei nº. 4.595/1964, mas as limitações previstas na Lei de Usura, como o limite de até 12% ao ano na cobrança de juros remuneratórios, por exemplo. Nesse sentido, o contrato de fomento mercantil não é considerado contrato bancário típico, e é por esse motivo, inclusive, que as faturizadoras não precisam de autorização do Banco Central para funcionar nem lhes é aplicável a regra do dever de sigilo. 8. “Segundo entendimento do STJ, é possível a cobrança de taxas de emissão de carnês e boletos em operações de crédito e leasing”. Julgue a afirmativa e justifique sua resposta. RESPOSTA: A afirmativa é falsa. Tendo em vista que contratos bancários se submetem à disciplina do Código de Defesa do Consumidor, conforme Súmula 297, do STJ, o Conselho Monetário Nacional (CMN), entre outras determinações, proibiu os bancos de cobrarem de seus clientes qualquer taxa para emissão de boletos bancários ou carnês referentes a operações de crédito e de leasing. O STJ chegou a considerar legítima a cobrança de tais taxas, desde que pactuadas expressamente no contrato, mas a Segunda Seção do Tribunal pacificou o entendimento, no sentido de que a TAC (tarifa de abertura de crédito) e a TEC (tarifa de emissão de carnê), ainda que recebam outra denominação, não podem mais ser cobradas, desde 30 de abril de 2008.
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