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APÍTULO 18 - APOPTOSE As células nascem, crescem, se reproduzem e morrem. A morte celular é bem importante no desenvolvimento de animais e plantas ( no nosso caso só animais mesmo foda-se as planta). Em um humano saudável bilhões e bilhões de células morrem por hora. As células são expostas a centenas de estímulos (como receber e enviar sinais) fundamentais para a sua sobrevivência. Cada célula tem uma combinação específica de estímulos (sinais) que servem tanto para a diferenciação quanto para a proliferação celular. Já quando não há sinais as células ativam um programa de morte intracelular e matam a si mesmas de uma maneira controlada ( tudo suicida), esse processo é conhecido como morte celular programada. A morte celular não é um processo aleatório, mas ocorre por uma sequência de eventos moleculares programados, nos quais a célula se autodestrói sistematicamente e é fagocitada por outras células, não deixando traços. A morte celular também funciona como um processo de controle de qualidade no desenvolvimento, eliminando células que são anormais, posicionadas incorretamente, não funcionais ou potencialmente perigosas ao animal. As células podem sofrer morte celular de duas maneiras: 1. Acidental 2. Programada (não acidental, suicídio celular) Promovidos e regulados por proteínas (sintetizadas pela célula suicida) 3. Ocorre em resposta a diversos sinais ambientais.Ex.: danos no DNA 4. Detectado, regulado e ativado por um complexo sistema molecular. Via extrínseca ★ Proteínas de sinalização extracelular ligam-se a receptores de morte na superfície celular disparando a via extrínseca da apoptose. Receptores de ligação são proteínas transmembrana contendo um domínio extracelular de ligação ao ligante, um domínio de morte intracelular, o qual é requerido pelos receptores para ativar o programa apoptótico. ★ Nesse caso, as proteínas receptoras da superfície celular são chamadas receptores de morte (Fas). Estes receptores de morte se ligam à moléculas ligantes (Fas ligante) que se encontram na superfície de outras células, e o resultado é a apoptose dessas células. ★ O Fas ligante é expresso principalmente por linfócitos T citotóxicos. Enquanto o Fas (receptor de morte) é expresso na maioria das células do organismo, seu ligante FasL é observado nas membranas das células citotóxicas das respostas imune. Via intrínseca ➔ As células também podem ativar seus programas de apoptose de dentro da célula, geralmente em resposta a injúria ou estresses como por exemplo uma danificação no DNA, fala de nutrientes ou falta de oxigênio ou falta de sinais de sobrevivência extracelular. ➔ A via intrínseca depende da liberação no citosol de proteínas mitocondriais. Algumas das proteínas liberadas ativam a cascata proteolítica da caspase levando a apoptose. ➔ Uma proteína-chave na via intrínseca é o citocromo C, um componente solúvel em água da cadeia transportadora de elétrons da mitocôndria. ➔O programa de morte é regulado pela família Bcl2 de proteínas intracelulares. Alguns membros dessa família de proteínas promovem a ativação da pró-caspase e da morte celular, e outras inibem esses processos. Dois dos membros mais importantes da família promotora da morte são as proteínas chamadas de Bax e Bak. Essas proteínas ativam as pró-caspases indiretamente, pela indução da liberação do citocromo c a partir das mitocôndrias para o citosol. O citocromo c promove a montagem de uma grande estrutura de sete braços semelhante a um catavento que recruta moléculas de pró-caspases específicas, formando um complexo protéico chamado de apoptossomo. As moléculas de caspases se tornam ativadas dentro do apoptossomo, acionando uma cascata da caspase que conduz à apoptose. As proteínas Bax e Bak são ativadas por outros membros da família Bcl2 promotores da morte, que são produzidos ou ativados por várias lesões à célula, como o dano no DNA. INIBIÇÃO (IAPs) Inibidores de apoptose ➔ Pelo fato de a ativação da cascata de caspases causar morte certa, as célula empregam múltiplos mecanismos robustos para assegurar que essas proteases sejam ativadas apenas quando necessário. ➔ Outros membros da família Bcl2, incluindo a própria Bcl2, atuam para inibir a ativação da pró-caspase e da apoptose, em vez de promovê-las. Uma maneira delas o fazerem é bloqueando a capacidade de Bax e Bak de liberar citocromo c a partir das mitocôndrias. Alguns dos membros da família Bcl2 que promovem a apoptose, incluindo a proteína denominada Bad, assim o fazem se ligando e bloqueando a atividade de Bcl2 e outros membros da família Bcl2, supressores da morte. O equilíbrio entre as atividades dos membros da família Bcl2 pró-apoptóticos e anti apoptóticos determinam se uma célula de mamífero morre ou vive pela apoptose. ➔ Em resumo, as atividades combinadas de proteína BcI2, IAPs e antiIAPs determinam a sensibilidade de uma célula animal a estímulos indutores de apoptose. ➔ Fatores de sobrevivência extracelulares inibem a apoptose em várias vias. Esses fatores de sobrevivência se ligam a receptores da superfície celular que ativam vias de sinalização intracelulares que suprimem o programa apoptótico. Porque temos que eliminar célula? Qual a importância da morte celular programada nos processos fisiológicos? Desenvolvimento embrionário: Eliminação de tecidos e órgãos transitórios -> remodelamento tecidual. Ex: Retração da cauda de girinos e a eliminação da membrana interdigital das patas de mamíferos. Desenvolvimento do sistema nervoso: No cérebro embrionário existe um número desnecessariamente maior de neurônios. Este excesso é uma maneira de garantir o sucesso das conexões neuronais. Logo, neurônios que não se conectarem de maneira apropriada entrarão em apoptose e serão eliminados. Em certas regiões do cérebro, mais de 80% dos neurônios morrem desta maneira durante o desenvolvimento embrionário. Manutenção do número constantes de células: As células epiteliais, sanguíneas e os hepatócitos possuem um tempo de vida predeterminado, após o qual morrem por apoptose e são substituídos por células diferenciadas a partir de células-tronco. A apoptose garante que, no adulto saudável, o número de células se mantenha constante. Entre outros processos fisiológicos como: defesa do organismo e eliminação de células anormais ( câncer por exemplo) A apoptose sem controle pode ser alvo para doenças degenerativas como a esclerose lateral amiotrófica, mal de Huntington, Parkinson e Alzheimer estão fortemente relacionadas à capacidade dos neurônios de entrar, de maneira exagerada, nas vias de apoptose -> perda das conexões das células cerebrais e degeneração celular. As células sem apoptose é como se elas esquecessem de morrer e esse esquecimento pode levar a doenças auto-imune, viroses que duram muito tempo e tumores. Necrose: é um processo no qual a célula morre em resposta a um dano muito grande ou por algum traumaou ainda falta de suprimento sanguíneo. É importante falar que as células que sofrem necrose elas se expandem e explodem . Depois que elas explodem elas liberam seus conteúdos no citosol o que acaba causando uma resposta inflamatória. A morte necrótica é geralmente catalisada por enzimas lisossomais e pelo rompimento das organelas celulares; geralmente atinge várias células ao mesmo tempo, em uma mesma região (diferente da apoptose), já que os agentes causadores de necrose atingem grandes áreas celulares. Envelhecimento celular: As células podem se dividir por um número limitado de vezes ( esse controle é feito pelas partes terminais dos cromossomos). Sua principal função é impedir o desgaste do material genético e manter a estabilidade estrutural do cromossomo; A cada divisão, um pedaço desta terminação é retirado, até que, em certo momento o cromossomo fica instável sem os telômeros. Assim, a célula, ao se dividir, não duplica seu material genético de maneira correta, ativando a proteína p53. Caso a proteína p53 não consiga fazer o reparo, o processo de apoptose é ativado. Resumo
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