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Curso: Direito 1 Disciplina: Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Carga Horária: 44 horas Período: Agosto à Dezembro de 2018 Livro texto adotado Fundamentos de Economia Autores: Marco Antônio Sandoval de Vasconcelos e Manuel Enrique Garcia Editora Saraiva 5ª Edição 2014. O objetivo do estudo da Ciência Econômica é analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida (VASCONCELOS, GARCIA, 2015). Estamos diariamente lidando com temas relacionados à economia: •Aumento de preços; •Desemprego; •Déficit governamental; •Comportamento da taxa de juro; •Diferenças salariais; •Ociosidade de alguns setores de atividade; •Dívida Externa, etc. 2 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Conceito de Economia Palavra derivada do grego: “Administração da coisa Pública” É a ciência social que estuda de que maneira a sociedade decide empregar recursos produtivos (fatores de produção) escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 3 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Características do estudo da teoria econômica: • pertence ao campo das ciências humanas; • as decisões econômicas envolvem juízo de valor, pois são tomadas pelos seres humanos; • originam diferentes formas de interpretação; • originam diferentes correntes de pensamento econômico. 4 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Recursos Produtivos versus Necessidades Humanas • Os recursos produtivos ou fatores de produção são limitados. Ex: mão de obra, terra, capital, matérias-primas, etc. 5 Nenhum país consegue dispor de todos os recursos dos quais necessita. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr As necessidades humanas são ilimitadas e se renovam, pelo crescimento populacional e pela contínua elevação do padrão de vida. 6 Toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre vários grupos da sociedade. Surge então o problema da escassez. Temos então a questão central da economia: Como alocar recursos produtivos limitados, de forma a atender ao máximo às necessidades humanas. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 7 A escassez de recursos ou de fatores de produção associada às ilimitadas necessidades do homem geram os problemas econômicos fundamentais: Os problemas econômicos fundamentais 1) O que e quanto produzir; 2) Como produzir; 3) Para Quem produzir. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 8 1)O que e quanto produzir: Considerando a escassez dos recursos de produção, a sociedade deverá escolher os produtos que serão produzidos e as respectivas quantidades serem fabricadas. 2) Como produzir: Será preciso escolher quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços. A concorrência entre produtores influencia na forma de produção de bens e serviços. Os produtores vão sempre buscar maior eficiência com menor custo. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 9 3) Para quem produzir: A sociedade terá de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição de renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja da determinação dos salários, das rendas das terras, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade de da maneira como ela se transmite por herança. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 10 Concluí-se que os Problemas Fundamentais da Economia estão todos interligados. A variação de um depende da variação do outro. Eles precisam trabalhar sincronizados para garantir o pleno funcionamento da economia. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 11 Sistemas Econômicos O sistema econômico define como determinada sociedade está organizada em termos políticos, sociais e econômicos. Ele vai determinar a forma da organização da produção, da distribuição e do consumo de todos os bens e serviços da sociedade. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 12 Os elementos básicos de um sistema econômico são: • estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: incluindo os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial, o capital, a terra, as reservas e a tecnologia; • complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas; • conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são a base da organização da sociedade. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 13 Os Sistemas Econômicos podem ser classificados em: Sistema capitalista ou economia de mercado: as forças do mercado definem as regras do sistema. Predomina a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. Sistema socialista ou economia centralizada ou ainda economia planificada: não existe livre mercado. Quem define as regras do sistema é um órgão central de planejamento. Predomina a propriedade pública dos fatores de produção, conhecidos como meios de produção, engloba os bens de capital, a terra, os prédios, os bancos e as matérias primas. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 14 Até o início do século XX, o Liberalismo Econômico foi o sistema majoritário no ocidente. Prevalecia a concorrência pura sem a intervenção do estado na atividade produtiva. Em 1917, com o advento na revolução comunista na Rússia, o sistema econômico socialista foi implantado na sociedade russa. Este sistema permaneceu até à Queda do Muro de Berlim, que é considerado o marco do final do sistema socialista de produção. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Atualmente existem apenas cinco países no mundo que ainda têm economia socialista: República Popular da China, República de Cuba, República Socialista do Vietnam, República Democrática Popular do Laos e República Popular Democrática da Correia (Correia do Norte). 15 A partir dos anos 1930 passaram a predominar os sistemas de economia mista, nos quais ainda prevalecia as forças de mercado, mas com a atuação complementar do Estado, seja na produção de bens públicos, nas áreas de educação, saúde e saneamento, justiça, defesa nacional etc., seja induzindo investimentos no setor privado, principalmente para setores de infra-estrutura, como energia, transportes e comunicações. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 16 Diferenças entre economias de mercado e economias centralizadas Economia de mercado: a maioria dos preços dos bens, serviços e salários é determinada predominantemente pelo mecanismo de preços, que atua por meio da oferta e da demanda de bens e serviços e dos fatores de produção.Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Economias centralizadas: a maioria dos preços dos bens, serviços e salários é determinada por um órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos disponíveis e das necessidades do pais. Após a Queda do Muro de Berlim países com governos comunistas, têm aberto espaço para a iniciativa privada, caracterizando um socialismo de mercado ou capitalismo de estado. 17 Os Fatores de Produção Os Fatores de Produção são a mão de obra, a terra e o capital. •Lucro: remuneração do capital físico, como prédios, máquinas, e equipamentos. Inclui os dividendos pagos às famílias como proprietárias das empresas. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr A cada Fator de Produção corresponde uma remuneração ao seu proprietário: •Salário: remuneração aos proprietários do fator de produção mão de obra; •Juro: remuneração aos proprietários do capital monetário, aplicado pelas famílias ou empresas; •Aluguel: remuneração aos proprietários do fator terra (também chamado de renda da terra); 18 Funcionamento de uma Economia de Mercado ou Fechada Economia Fechada ou economia de mercado é aquela que não tem interferência do governo nem transações com o exterior. Os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). Numa economia fechada, as famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às unidades produtoras (empresas) no mercado dos fatores de produção. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr As empresas combinam fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. 19 Fluxo Real da Economia Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda Oferta Oferta Demanda Mercado de bens e Serviços Mercado de Fatores de Produção EmpresasFamílias A esse Fluxo de fatores de produção, bens e serviços denominamos Fluxo Real da Economia 20Fluxo Monetário da Economia Economia Professor: Nid D´Amorim Jr No entanto, o Fluxo Real da Economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para o pagamento dos bens e serviços e para a remuneração dos fatores de produção. Desta forma, paralelamente ao Fluxo Real da Economia, temos um Fluxo Monetário da Economia. Pagamento dos Bens e Serviços Remuneração dos Fatores de Produção EmpresasFamílias 21Fluxo Circular de Renda ou Fluxo Básico Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Unindo o Fluxo Real e o Fluxo Monetário temos o chamado Fluxo Circular de Renda ou Fluxo Básico. O quê e quanto produzir Demanda de Serviços dos fatores de produção Oferta de Bens e Serviços Oferta de serviços dos fatores de produção Demanda de bens e serviços Mercado de bens e Serviços Mercado de Fatores de Produção EmpresasFamílias Para quem produzir Como produzir Fluxo Real Fluxo Monetário 22 Preços, “o que”, “quanto”, “para quem’ e “como” Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta e da demanda, determinado o preço. Assim no Mercado de Bens e Serviços formam-se os Preços dos Bens e Serviços, enquanto no Mercado de Fatores de Produção são determinados os Preços dos Fatores de Produção (salários, juros, aluguéis,lucros). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr No Mercado de Bens e Serviços, determina-se “o que” e “quanto” produzir; no Mercado de Fatores de Produção, decide-se “para quem” produzir. A questão de “como” produzir é dada no âmbito das empresas, pela sua eficiência produtiva. 23 Bens de Capital, de Consumo, Intermediários e Finais •Bens de Capital são utilizados na fabricação de outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo produtivo e contribuem para a melhoria da produtividade da mão de obra. Exemplos: máquinas, equipamentos ou instalações. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr •Bens de Consumo destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. Podem ser Duráveis (máquinas, automóveis ou computadores) ou Não Duráveis (alimentos, produtos de limpeza). •Bens Intermediários são transformados ou agregados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo (insumos, matérias primas e componentes. •Bens Finais são vendidos para consumo ou utilização final. Os Bens de Capital , como não são “consumidos” no processo produtivo, são bens finais e não intermediários. 24 Divisão do estudo econômico. A economia é dividida em quatro áreas de estudo: 1) Macroeconomia; 2) Microeconomia ou Teoria de Formação de Preços; 3) Economia Internacional; 4) Desenvolvimento Econômico. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 25 Divisão do estudo econômico. 02) Microeconomia ou Teoria de Formação de Preços: examina como os consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem o preço e a quantidade para satisfazer a ambos simultaneamente. 01) Macroeconomia: estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, como produto interno bruto (PIB), o investimento agregado, a poupança agregada, o nível dos preços entre outros. Seu enfoque é de curto prazo ou conjuntural. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 26 Divisão do estudo econômico. 03) Economia Internacional: analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. 04) Desenvolvimento Econômico: preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo. Tem também enfoque macroeconômico, mas centrado em questões estruturais e de longo prazo (como progresso tecnológico, estratégias de crescimento, etc.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Microeconomia ou Teoria dos Preços 27 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 1.1 Conceito: Ramo da economia que analisa a formação de preços no mercado, isto é, analisa como a empresa e os consumidores interagem entre si para decidirem qual será a quantidade ofertada e o preço de determinado bem ou serviço (pão, geladeira, restaurantes) e de fatores de produção (salários, alugueis ou lucros) em mercados específicos. 28 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 1.2.1 A Hipótese Coeteris Paribus ou Ceteris Paribus A expressão Latina “Coeteris Paribus ou Ceteris Paribus” significa que tudo o mais permanece constante. 29 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr A Teoria Microeconômica se vale deste pressuposto, para analisar um determinado mercado, analisando-se o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que as outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta. 1.2 Pressupostos básicos da Análise Microeconômica MICROECONOMIA OU TEORIA DOSPREÇOS 30 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr A procura por uma determinada mercadoria é mais afetada por seu preço e pela renda dos consumidores. Para analisar o efeito do preço sobre a procura, supomos que a renda permanece constante (Ceteris Paribus); da mesma forma para analisar a relação entre a procura por determinado bem e a renda dos consumidores, supomos que o preço do bem permanece constante. Desta maneira, temos o efeito puro ou líquido de cada uma dessas variáveis sobre a procura. MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 31 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.2.2 Objetivos da Empresa A grande questão da economia reside na hipótese adotada quanto aos objetivos da empresa produtora de bens e serviços. 1.2 Pressupostos básicos da Análise Microeconômica MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 32 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Princípio da Racionalidade Segundo este princípio, o empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a utilização dos recursos que dispõe. Esta corrente enfatiza conceitos como receita marginal, custo marginal e a produtividade marginal em lugar de conceitos de média (receita média, custo médio e produtividade média), daí ser chamada de Marginalista. Nesta teoria, a maximização do lucro da empresa ocorre quando a receita marginal iguala-se ao custo marginal. MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 33 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr O Conceito Marginal em Economia baseia-se sempre em uma unidade de produção. As correntes alternativas da Economia consideram que o objetivo do empresário não seria a maximização do lucro, mas fatores como aumento da participação nas vendas do mercado, ou maximização da margem sobre os custos de produção, independentemente da demanda de mercado. A Abordagem Marginalista compõe a Teoria Microeconômica propriamente dita, pelo que é chamada de Teoria Tradicional. MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 34 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr A Teoria Microeconômica se apresenta como ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto para empresas como para políticas econômicas. 1.3 Aplicações da Análise Microeconômica MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 35 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Para as empresas, a análise Microeconômica pode subsidiar as seguinte decisões: •Política de preços da empresa; •Previsões de demanda e faturamento; •Previsões de custos de produção; •Decisões ótimas de produção; •Avaliação e elaboração de projetos de investimentos; •Política de propaganda e publicidade; •Localização da empresa; •Diferenciação de mercados. MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 36 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Tratando-se de Política econômica, a Teoria Microeconômica pode contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões: •Avaliação de projetos de investimentos públicos; •Efeitos de impostos sobre mercados específicos; •Política de subsídios; •Fixação de preços mínimos na agricultura; •Fixação do salário mínimo; •Controle de preços; •Política salarial; •Política de preços e tarifas públicas; •Fixação de tarifas alfandegárias; •Leis antitruste (defesa da concorrência). 37 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr A Teoria Microeconômica é dividida nos seguintes pontos: 1.4.1) Análise da Demanda; 1.4.2) Análise da Oferta; 1.4.3) Análise das Estruturas do Mercado; 1.4.4) Teoria do equilíbrio geral ou bem estar; 1.4.5) Imperfeições do Mercado 1.4 Divisões do Estudo Microeconômico MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 38 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.4.1) Análise da Demanda A Teoria da Demanda ou Procura de uma mercadoria ou serviço, divide-se em Teoria do Consumidor (Demanda Individual) e Teoria da Demanda de Mercado. 1.4 Divisões do Estudo Microeconômico MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 39 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.4.2) Análise da Oferta A Teoria da Oferta de um bem ou serviço também se subdivide em Oferta da Firma Individual e Oferta de Mercado. Dentro da análise da Oferta da Firma são abordadas a Teoria da Produção, que analisa as relações entre quantidades físicas do produto e os fatores de produção, e a Teoria dos Custos de Produção, que incorpora os preços dos insumos. 1.4 Divisões do Estudo Microeconômico MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 40 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.4.3) Análise das Estruturas do Mercado A partir da demanda e da oferta de mercado, são determinados o preço e a quantidade de equilíbrio de um dado produto ou serviço. O preço e a quantidade, contudo, dependerão da forma do mercado, isto é, se ele é competitivo, com muitas empresas produzindo um dado produto, ou concentrado em poucas ou em até uma única empresa. Na Análise das Estruturas de Mercado, avaliam-se os efeitos da oferta e da demanda, tanto no mercado de bens e serviços como no mercado de fatores de produção. 1.4 Divisões do Estudo Microeconômico MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 41 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.4.3) Análise das Estruturas do Mercado (continuação) Existem diversas estruturas no Mercado de Bens e Serviços: •Concorrência perfeita; •Concorrência imperfeita ou monopolista; •Monopólio; •Oligopólio. 1.4 Divisões do Estudo Microeconômico MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 42 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.4.4) Teoria do equilíbrio geral ou Teoria do Bem Estar A partir Teoria do Bem Estar, estuda-se como alcançar soluções eficientes para o problema da alocação e distribuição dos recursos ou seja, busca-se encontrar a “alocação ótima dos recursos”. 1.4 Divisões do Estudo Microeconômico MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS 43 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.4.5) Imperfeições do Mercado Na análise das Imperfeições do Mercado, estudam-se as situações nas qual o mercado isoladamente não promove a perfeita alocação de recursos. Estas duas últimas teorias não serão discutidas neste curso por serem fundamentalmente abstratas e por exigirem conhecimentos profundos de matemática. 1.4 Divisões do Estudo Microeconômico MICROECONOMIA OU TEORIA DOS PREÇOS Demanda, Oferta e Equilíbrio do Mercado 44 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 45 1.1.1) Conceito de Utilidade: A Utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. A Utilidade é a qualidade que os bens econômicos possuem de satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências subjetivas, a Utilidade difere deconsumidor para consumidor. 1.1 Conceitos Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilibrio de Mercado 46 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 1.1.2) Conceito do valor de um Bem: O valor de uso de um bem é a utilidade que ele representa para o consumidor. 1.1.3) Conceito do valor de Troca de um Bem: O valor de troca de um bem se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem. 1.1 Conceitos Demanda, Oferta e Equilibrio de Mercado 47 1.1.4) Conceito da Teoria do Valor-Trabalho: A Teoria do Valor-trabalho foi desenvolvida pelos economistas clássicos Malthus, Adam Smith, Ricardo e Marx. Esta teoria considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporados ao bem. Os custos de produção seriam representados basicamente pelo fator mão de obra, já que a terra era praticamente gratuita (abundante) e o capital era pouco significativo. Pela Teoria do Valor-trabalho, o valor do bem surge da relação social entre homens, dependendo do tempo produtivo (em horas) que eles incorporam na produção de mercadorias. Por isso, a Teoria do Valor-Trabalho é objetiva (depende dos custos de produção). 1.1 Conceitos Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 48 1.1.5) Conceito da Teoria do Valor-Utilidade: A Teoria do Valor-Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. É uma teoria subjetiva, pois pressupõe que o valor nasce da relação do homem com os objetos. Representa a visão utilitarista, em que prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo. A Teoria do valor-utilidade complementou a teoria do valor-trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens e serviços apenas com base nos custos da mão de obra sem considerar a demanda. A Teoria do valor-utilidade permitiu, também, distinguir o valor de uso do valor de troca de um bem. A Teoria da Demanda vai se basear na Teoria do valor-utilidade. 1.1 Conceitos Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 49 1.2) Utilidade Total e Utilidade Marginal No final do século passado, alguns economistas elaboraram o conceito de Utilidade Marginal e dele derivaram a Curva de Demanda e suas propriedades. Utilidade Total: A utilidade total tende a aumentar quanto maior for a quantidade consumida do bem ou serviço. Utilidade Marginal: A utilidade marginal, que é a satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente, porque o consumidor vai perdendo a capacidade de percepção da utilidade proporcionada por mais uma unidade do bem, chegando à saturação. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 50 1.2.1) Conceito: A Demanda ou procura é definida como a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. 1.2 Demanda de Mercado Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 51 A Demanda ou procura depende de algumas variáveis: •Preço do bem ou serviço; •Preços dos outros bens; •Renda do consumidor; •Preferências e hábitos dos indivíduos; •Fatores sazonais (demanda por sorvete no verão); •Localização dos consumidores; •Disponibilidade de crédito. Para se estudar a influencia isolada dessas variáveis utiliza-se a hipótese do Ceteris Paribus, ou seja, analisa-se cada uma das variáveis isoladamente, supondo que demais permaneçam fixas. 1.2 Demanda de Mercado Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 52 1.2.2) Relação entre quantidade procurada e o preço do bem: a Lei Geral da Demanda Existe uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, ceteris paribus. É a chamada Lei Geral da Demanda. Esta relação quantidade procurada/preço pode ser representada por uma escala de procura (tabela a seguir), Curva de Procura ou Função Demandada (curva a seguir). 1.2 Demanda de Mercado Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 53 1.2.2) A Lei Geral da Demanda Curva de Procura ou Função Demandada do Bem X A B C D E 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 0 2000 4000 6000 8000 1000 0 1200 0 1400 0 Quantidade Demandada A lte rn at iv as de Pr eç o s Y= -0,001 X + 12Escala de Procura do Bem X Pontos na Curva Quantidade Demandada Alternativas de Preço A 2000 10 B 4000 8 C 6000 6 D 9000 3 E 11000 1 A Curva de Procura ou Função Demandada revela as preferenciais dos consumidores, sob a hipótese de que estão maximizando sua utilidade, ou grau de satisfação, no consumo daquele produto. Isto é, subjacente à Curva de Procura há toda uma teoria de valor, que envolve os fundamentos psicológicos do consumidor. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 54 Matematicamente, a relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem ou serviço pode ser expressa pela chamada Função Demanda ou Equação da Demanda: Qd = f (P) Qd = quantidade procurada de determinado bem ou serviço, num dado período de tempo; •P= preço do bem ou serviço A expressão Qd = f (P) significa que a quantidade demandada Qd é uma função f do preço P, isto é, depende do preço P. 1.2 Demanda de Mercado 1.2.2) Lei Geral da Demanda Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 55 A Curva de Demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demandada será provocada por esses dois efeitos somados: a) Efeito Substituição: se um bem X possui um bem substituto Y, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando o preço do bem X aumenta, ceteris paribus, o consumidor passa a adquirir o bem substituto (o bem Y), reduzindo a demanda do bem X. Exemplo marcas de cerveja. b) Efeito Renda: quando aumenta o preço de um bem X, tudo o mais constante (renda do consumidor e preços de outros bens constantes), o consumidor perde poder aquisitivo, e a demanda por este produto (X) diminui. Desta forma, embora seu salário monetário não tenha sofrido nenhuma alteração, seu salário “real”, em termos de poder de compra, foi corroído. 1.2 Demanda de Mercado 1.2.2) Lei Geral da Demanda Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 56 Existem diversas variáveis que também afetam a procura de um bem, além do seu preço. A Demanda será também afetada pela renda dos consumidores, pelo preço dos bens substitutos (ou concorrentes), pelo preço dos bens complementares e pelas preferenciais ou hábitos dos consumidores. 1.2 Demanda de Mercado 1.2.3) Outras Variáveis que afetam a Demanda de um BemEconomia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 57 1.2.3.1) Demanda afetada pela Variável Renda Bem Normal: a demanda do bem aumenta sempre que renda do consumidor aumenta. Bens Inferiores: a demanda do bem varia em sentido inverso às variações de renda do consumidor. Exemplo: se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo de carne de segunda e aumentará o consumo de carne de primeira. 1.2 Demanda de Mercado 1.2.3) Outras Variáveis que afetam a Demanda de um Bem Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 58 Bens Superiores ou de Luxo: a demanda do bem varia em sentido direto às variações de renda do consumidor. Exemplo: se o consumidor ficar mais rico, aumentará o consumo de produtos de maior qualidade e consequentemente mais caros. Bens de Consumo Saciado: quando a demanda do bem não é influenciada pela renda dos consumidores. Exemplo: Quando o consumidor fica mais rico, não aumenta o consumo de produtos como arroz, farinha, sal ou açúcar. 1.2.3.1) Demanda afetada pela Variável Renda (continuação) 1.2 Demanda de Mercado 1.2.3) Outras Variáveis que afetam a Demanda de um Bem Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 59 Bens Substitutos, Concorrentes ou Sucedâneos: quando há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade de outro, ceteris paribus. Exemplo: um aumento do preço da carne de boi deve elevar a demanda do frango, com tudo o mais constante. e consequentemente mais caros. 1.2.3.2) Demanda afetada pelo Preço de outros Produtos 1.2 Demanda de Mercado 1.2.3) Outras Variáveis que afetam a Demanda de um Bem Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 60 Bens Complementares: quando há uma relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade de outro, ceteris paribus. Exemplo: quantidade de automóveis e o preço da gasolina, ou então a quantidade de camisas sociais e o preço das gravatas. 1.2.3.2) Demanda afetada pelo Preço de outros Produtos (continuação) 1.2 Demanda de Mercado 1.2.3) Outras Variáveis que afetam a Demanda de um Bem Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 61 Finalmente, a Demanda de um Bem também sofre a influência dos hábitos e preferências dos consumidores. A propaganda e a publicidade visam aumentar a procura de bens e serviços influenciando preferências e hábitos. Alguns produtos, contudo, são afetados por fatores mais específicos, como efeitos sazonais e localização do consumidor, ou fatores mais gerais, como condições de crédito, perspectivas da economia, congelamento ou tabelamento de preços e salários. 1.2.3.3) Demanda afetada pelos hábitos e preferências dos consumidores 1.2 Demanda de Mercado 1.2.3) Outras Variáveis que afetam a Demanda de um Bem Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 62 Desta forma, as principais variáveis que afetam a demanda de determinado bem ou serviço são: Demanda do Bem X = f (preço de X, preços dos bens substitutos do bem X, preço dos bens complementares ao Bem X, renda dos consumidores, preferências dos consumidores). 1.2 Demanda de Mercado 1.2.3) Outras Variáveis que afetam a Demanda de um Bem Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 63 Demanda: é toda escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Quantidade Demandada: é um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade. 1.2 Demanda de Mercado 1.2.4) Distinção entre demanda e quantidade demandada Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 64 P Q P0 P1 Q1 Q0 D0 Na figura ao lado, a Demanda corresponde à reta indicada por D0; já quantidade demandada para o preço P0 é Q0. Caso o preço do bem aumentasse para P1, haveria uma diminuição na quantidade demandada de Q0 para Q1, não na demanda. Ou seja, as alterações da quantidade demandada ocorrem ao longo da própria curva de demanda (reta D0). 1.2 Demanda de Mercado 1.2.4) Distinção entre demanda e quantidade demandada Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 65 Consideramos agora que a curva da procura inicial fosse a reta indicada pela letra D0. P Q P0 P1 Q1 Q0 D0 Q3 Q2 D1 Considerando-se que o Bem é normal (a demanda do bem aumenta sempre que renda do consumidor aumenta), caso houvesse um aumento na renda dos consumidores, ceteris paribus, a curva D0 iria se deslocar para a direita, o que estaria indicando que, aos mesmos preços, por exemplo, P0, o consumidor estaria disposto a adquirir maiores quantidades do bem, passando de Q0 para Q2. A nova curva de demanda é representada pela reta D1. Antes do aumento da renda Ao preço P0 o consumidor pode comprar Q0 Ao preço P1, o consumidor pode comprar Q1 Após o aumento da renda Ao mesmo preço P0, o consumidor pode comprar Q2 Ao mesmo preço P1, o consumidor pode comprar Q3 1.2 Demanda de Mercado 1.2.4) Distinção entre demanda e quantidade demandada Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 66 Desta forma, movimentos da quantidade demandada ocorrem ao longo da própria curva, devido a mudanças no preço do bem. Quando a curva de procura se desloca (em virtude de variações de renda ou de outras variáveis, que não o preço do bem), temos uma mudança na demanda (e não na quantidade demanda). 1.2 Demanda de Mercado 1.2.4) Distinção entre demanda e quantidade demandada Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 67 Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores, entre eles, de seu próprio preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das metas ou objetivos dos empresários. 1.3 Oferta de Mercado Ao contrário da função demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e nível de preços, ceteris paribus. É a chamada Lei Geral da Oferta. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 68 Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X dada uma série de preços, quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço. 1.3 Oferta de Mercado Y= X/1000 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Escala de Procura do Bem X Pontos na Curva Preços Quantidade Ofertada A R$ 1,00 1.000 B R$ 3,00 3.000 C R$ 6,00 6.000 D R$ 8,00 8.000 E R$ 10,00 10.000 Curva de Oferta ou Lei Geral da Oferta A B C D E R$ 0,00 R$ 1,00 R$ 2,00 R$ 3,00 R$ 4,00 R$ 5,00 R$ 6,00 R$ 7,00 R$ 8,00 R$ 9,00 R$ 10,00 R$ 11,00 R$ 12,00 0 2.00 0 4.00 0 6.000 8.00 0 10.0 00 12.0 00 14.0 00 Quantidade Ofertada Pr eç o s 69 1.3 Oferta de Mercado Matematicamente, a Função ou Equação da Oferta é dada pela expressão: Q0 = f (P) Q0 = quantidade ofertada de um bem ou serviço, num dado período de tempo; P= preço do bem ou serviço A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que, ceteris paribus, um aumento do preço de mercado eleva a rentabilidade das empresas, estimulando-as a elevar a produção. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 70 Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada por: 1.3 Oferta de Mercado • por alterações tecnológicas; • custos dos fatores de produção (matérias primas, salários, preço da terra); • pelo aumento do número de empresas no mercado. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 71 A relação entre a oferta de um bem e o custo dos fatores de produção é inversamente proporcional 1.3 Oferta de Mercado A relação entre a oferta de um bem e o nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias de produtividade no uso dos fatores de produção, e portanto, aumento da oferta. Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 72 Similarmente à Demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. A Oferta refere-se a toda a curva enquanto a quantidade ofertada refere-se a um ponto específico da curva de oferta. 1.3.1 Oferta e Quantidade Ofertada 1.3 Oferta de Mercado Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 73 P1 P Q P0 Q0 Q1 O Aumento na Quantidade Ofertada O aumento no preço de um bem provoca um aumento da quantidade ofertada, ceteris paribus. 1.3.1 Oferta e Quantidade Ofertada 1.3 Oferta de Mercado Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 74 Um aumento no custo das matérias primas provoca uma queda na oferta: mantido o preço P0 (isto é, ceteris paribus), as empresas são obrigadas a diminuir a produção, deslocando-se a curva de oferta para a esquerda. P Q P0 Q0Q1 O1 O0 Diminuição da Oferta 1.3.1 Oferta e Quantidade Ofertada 1.3 Oferta de Mercado Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 75 Se houver uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica em sua utilização, ou ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, desloca-se, desta forma, a curva de oferta para a direita. P Q P0 Q1Q0 O0 O1 Aumento da Oferta 1.3.1 Oferta e Quantidade Ofertada 1.3 Oferta de Mercado Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 76 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.1 A Lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio A interação da curvas de demanda e oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 77 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.1 A Lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio A tabela ao lado representa a oferta e a demanda do bem X. O equilíbrio entre a oferta e a demanda é obtido quando o preço é igual a R$ 6,00. Preço (R$) Quantidade Demandada Quantidade ofertada R$ 10,00 2.000 10.000 R$ 8,00 4.000 8.000 R$ 6,00 6.000 6.000 R$ 3,00 9.000 3.000 R$ 1,00 11.000 1.000 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 78 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.1 A Lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio Graficamente teremos: Preço (R$) Quantidade Demandada Quantidade ofertada R$ 10,00 2.000 10.000 R$ 8,00 4.000 8.000 R$ 6,00 6.000 6.000 R$ 3,00 9.000 3.000 R$ 1,00 11.000 1.000 Equilíbrio de Mercado R$ 0,00 R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 8,00 R$ 10,00 R$ 12,00 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Quantidades Pr eç o s Equação da Oferta Y= X/1000 Equação da Demanda Y= -0,001 X + 12 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Oferta Demanda 79 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.1 A Lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio Equilíbrio de Mercado R$ 0,00 R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 8,00 R$ 10,00 R$ 12,00 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Quantidades Pr eç o s Na interseção das curvas de oferta e de demanda (ponto E), teremos o preço e a quantidade de equilíbrio. Isto é, o preço e a quantidade que atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores simultaneamente. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Oferta Demanda E 80 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.1 A Lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio Equilíbrio de Mercado R$ 0,00 R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 8,00 R$ 10,00 R$ 12,00 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Quantidades Pr eç o s Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Oferta Demanda A E Se a quantidade ofertada (ponto A) for menor do que a quantidade de equilíbrio(ponto E),teremos uma situação de escassez do produto. Haverá competição entre os consumidores, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio (ponto E). 81 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.1 A Lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio Equilíbrio de Mercado R$ 0,00 R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 8,00 R$ 10,00 R$ 12,00 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Quantidades Pr eç o s Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Oferta Demanda B E Se a quantidade ofertada (ponto B) for maior do que a quantidade de equilíbrio(ponto E),teremos um excesso ou excedente de produção. Haverá competição entre os consumidores, o que forçará a redução dos preços, até atingir-se o equilíbrio (ponto E). 82 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.1 A Lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Quando há competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacionário, sem filas e sem estoquesnão desejados pelas empresas. Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será observada esta tendência natural de o preço e a quantidade atingirem um determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes. Para que isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas, que têm o poder de afetar o preço de mercado. 83 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.2 Deslocamento da Curva de Demanda Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Existem vários fatores que podem provocar o deslocamento da Curva de Demanda, com evidentes mudanças do ponto de equilíbrio. Suponhamos que o mercado do bem X (um bem normal, não inferior) esteja em equilíbrio. O preço inicial é P0 (R$ 6,00) e a quantidade é Q0 (6.000 unidades) (ponto A). Caso os consumidores obtenham um aumento real de renda, ceteris paribus, a demanda do bem X, aos mesmos preços anteriores, será maior. 84 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.2 Deslocamento da Curva de Demanda Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado O novo equilíbrio se dará ao preço P1 (R$ 8,00) e quantidade Q1 (8.000 unidades) (Ponto B). Logo haverá um deslocamento da Curva de Demanda para a direita, para D1. Assim, haverá inicialmente um excesso de demanda quantidade é Q2 (10.000 unidades) (ponto C) ao preço P0 (R$ 6,00) e logo em seguida um aumento de preços até que o excesso de demanda acabe. 85 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.2 Deslocamento da Curva de Demanda Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Preço (R$) Quantidade Demandada Quantidade ofertada R$ 10,00 2.000 10.000 R$ 8,00 4.000 8.000 R$ 6,00 6.000 6.000 R$ 3,00 9.000 3.000 R$ 1,00 11.000 1.000 Preço (R$) Quantidade Demandada Quantidade ofertada R$ 10,00 6.000 10.000 R$ 8,00 8.000 8.000 R$ 6,00 10.000 6.000 R$ 3,00 13.000 3.000 R$ 1,00 15.000 1.000 Deslocamento das Curvas de Demanda e Oferta R$ 0,00 R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 8,00 R$ 10,00 R$ 12,00 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Quantidades Pr e ço s Oferta D0 D1 B A c 86 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.2 Deslocamento da Curva de Oferta Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Da mesma forma, um deslocamento da Curva de Oferta afetará a quantidade de mercado e o preço de equilíbrio. Suponhamos que o mercado do Bem X (um bem normal, não inferior) esteja em equilíbrio. O preço inicial é P0 (R$ 6,00) e a quantidade é Q0 (6.000 unidades) (ponto A). Suponha que haja uma diminuição dos preços das matérias-primas usadas na produção do bem X. 87 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.2 Deslocamento da Curva de Oferta Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado O novo equilíbrio se dará ao menor preço P1 (R$ 4,00) e quantidade maior Q1 (8.000 unidades) (Ponto B). Logo haverá um deslocamento da Curva de Oferta para a direita, para O1. 88 1.4 Equilíbrio de Mercado 1.4.2 Deslocamento da Curva de Oferta Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Preço (R$) Quantidade Demandada Quantidade ofertada R$ 10,00 2.000 10.000 R$ 8,00 4.000 8.000 R$ 6,00 6.000 6.000 R$ 3,00 9.000 3.000 R$ 1,00 11.000 1.000 Preço (R$) Quantidade Demandada Quantidade ofertada R$ 10,00 2.000 14.000 R$ 8,00 4.000 12.000 R$ 6,00 6.000 10.000 R$ 4,00 8.000 8.000 R$ 1,00 11.000 5.000 Deslocamento das Curvas de Demanda e Oferta R$ 0,00 R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 8,00 R$ 10,00 R$ 12,00 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Quantidades Pr e ço s O0 D0 O1 B A Estruturas de Mercado 89 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 90 1.1 Introdução Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado As diversas formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três características: a) número de empresas que compõem esse mercado; b) tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados; c) Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam o lucro total, que corresponde ao nível de produção no qual a receita marginal se iguala ao custo marginal. Essa é a hipótese da teoria tradicional ou marginalista. 91 1.2 Concorrência Perfeita (mercado competitivo) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado A concorrência perfeita é um tipo de mercado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente não afeta a oferta do mercado nem, consequentemente, o preço de equilíbrio. O grande número de empresas nesse mercado faz com que elas sejam apenas tomadoras de preços ou price-takers. 92 1.2 Concorrência Perfeita (mercado competitivo) (Cont..) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado Nesse tipo de mercado devem prevalecer as seguintes premissas: • Mercado Atomizado: composto de grande número de empresas, como se fossem “átomos”; • Produtos homogêneos: não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes; • Não existem barreiras para o ingresso de empresas no mercado; • Transparência do mercado: todas as informações sobre lucros, preços etc. são conhecidas por todos os participantes do mercado. 93 1.2 Concorrência Perfeita (mercado competitivo) (Cont..) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado No mercado de concorrência perfeita, no longo prazo, não existem lucros econômicos ou extraordinários (em que as receitas superam os custos), mas apenas os chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita do empresário (seu custo de oportunidade). Isso ocorre porque, em concorrência perfeita, como o mercado é transparente, se existirem lucros extraordinários a curto prazo, isso atrairá novas firmas para o mercado, pois também não há barreiras ao acesso. Com o aumento da oferta o mercado (devido ao aumento do número de empresas), os preços do mercado tenderão a cair, e consequentemente, também os lucros extras tenderão a zero. Existirão apenas lucros normais, implícitos nos custos, quando então cessa o ingresso de novas empresas nesse mercado. 94 1.3 Monopólio Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado No Mercado Monopolista existe apenas um empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta, de um lado, e todos os consumidores de outro. Não há, portanto, concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Neste caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto. Nessa estrutura de mercado, a curva da demanda da empresa é a própria curva da demanda do mercado como um todo. Aoser exclusiva no mercado, a empresa monopolista determina o preço de equilíbrio, de acordo com sua capacidade de produção: se ela aumentar a oferta, o preço do mercado diminuirá; se reduzir a oferta, o preço aumentará. 95 1.3 Monopólio (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado No monopólio a firma terá uma curva de demanda negativamente inclinada, conforme figura a seguir. P Q Demanda de Mercado (= Demanda da Firma monopolista Monopólio 96 1.3 Monopólio (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado Quando não existirem bens concorrentes ou substitutos, como acontece no mercado monopolista, a demanda de mercado tende a ser constante. Então, quando o preço se elevar, haverá uma queda relativamente pequena no consumo da mercadoria, o que redundará em aumento da receita total da empresa (o aumento do preço supera proporcionalmente a queda no consumo). Contudo, isso não significa que o monopolista poderá aumentar os preços indefinidamente: se o preço se elevar em demasia, pesará muito no orçamento dos consumidores, que tenderão a consumir menos do produto. Em outras palavras, a demanda deixará de ser afetada pela elevação do preço (quando, então, a queda no consumo supera o aumento do preço). 97 1.3 Monopólio (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado Os monopólios necessitam de barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas empresas no mercado: a) Monopólio puro ou natural: ocorre quando o mercado exige elevado volume de capital. As empresas já instaladas operam com grandes plantas industriais, com elevadas economias de escala e custos unitários bastante baixos, o que possibilita a cobrança de preços relativamente baixos por seu produto; b) Patentes: enquanto a patente não cair em domínio público, a empresa é a única que detém a tecnologia apropriada para produzir aquele determinado bem; c) Controle de matérias-primas básicas: por exemplo, o controle das minas de bauxita pelas empresas produtoras de alumínio. 98 1.3 Monopólio (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado Existe, ainda, o monopólio institucional ou estatal em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional (por exemplo, energia, comunicações e petróleo), em que os preços não são fixados pelo mercado, mas sim pelo Estado. Isso ocorreu e ainda ocorre com muitos desses setores no Brasil e no mundo. Devido a existência de barreiras à entrada de novas empresas, os lucros extraordinários devem persistir também no longo prazo em mercados monopolistas, diferentemente do que ocorre em concorrência perfeita, quando no longo prazo só existirão lucros normais. 99 1.4 Oligopólio Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado O oligopólio é um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Ele pode ser de duas formas: a) Definido como um mercado em que há pequeno número de empresas (exemplo: a indústria automobilística); b) ou então um mercado em que há grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado (exemplo: indústria de bebidas). O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado (exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria do papel, industria química, industria farmacêutica, bebidas, alimentos entre outras). 100 1.4 Oligopólio (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado No oligopólio, tanto as quantidades ofertadas como os preços são fixados entre as empresas por meio de concluíos ou cartéis. O cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ela pertencem. No Brasil, a política de cartéis é proibida por lei. Os cartéis podem agir de duas maneiras: 1) Eles podem adotar uma política de preços comum, agindo como monopolistas (chamada de solução de monopólio). 2) Podem ainda fazer uma concorrência extra preço em termos de propaganda, publicidade, promoções etc. 101 1.4 Oligopólio (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado Nos oligopólios, há empresas líderes que fixam o preço, respeitando as estruturas de custos das demais, e há empresas satélites que seguem as regras ditadas pelas líderes. Esse é um modelo chamado de liderança de preços (exemplo: a indústria de bebidas no Brasil). Os oligopólios podem ainda ser divididos em duas categorias: 1)Oligopólios com produtos diferenciados (a indústria automobilística); 2) Oligopólios com produtos homogêneos (indústria de alumínio, indústria de cimento). 102 1.5 Concorrência Monopolista Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado A concorrência monopolista é uma estrutura intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características: • Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, Seja por características físicas, embalagem, seja pela prestação de serviços complementares (pós-venda); • Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado. 103 1.5 Concorrência Monopolista (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado Estas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço do produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolística, que é aparentemente contraditório). Exemplo: Na área médica, existe um grande número de profissionais em todas as áreas, mas os mais credenciados e famosos cobram preços pela consulta, tratamento ou operação muito maiores que a média (como Ivo Pitangui na área de Cirurgia plástica). Como em concorrência perfeita, não há barreiras ao acesso de empresas no mercado. Assim, lucros extraordinários a curto prazo atrairão novas empresas, e, a longo prazo, só existirão lucros normais. 104 RESUMO Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Estruturas de Mercado Características das Estruturas de Mercado Concorrência Perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência imperfeita ou monopolista Quanto ao Número de Empresas Muito Grande. Só há uma empresa. Pequeno. Grande. Quanto ao Produto Homogêneo. Não háquaisquer diferenças. Não há substitutos próximos. Pode ser homogêneo ou diferenciado Diferenciado. Quanto ao Controle das empresas sobre os preços Não há possibilidades de manobra pelas empresas. As empresas têm grande poder para manter preços relativamente elevados, sobretudo quando há intervenções restritivas do governo (leis antitruste). Embora dificultado pela interdependência entre as empresas, essas tendem a formar cartéis, controlando preços e cotas de produção. Pouca margem de manobra, devido à existência de substitutos próximos. Quanto à concorrência extra preço (promoções, atendimento, propaganda, pós- venda etc) Não é possível e nem seria eficaz. A empresa geralmenterecorre a campanhas institucionais, para salvaguardar sua imagem. É intensa, sobretudo quando há diferenciação do produto. É intensa, exercendo-se pelas diferenças físicas, de embalagens e prestação de serviços complementares. Quanto às condições de ingresso na indústria Não há Barreiras aos entrantes. Existem Barreiras ao acesso de novas empresas. Com barreiras ao acesso de novas empresas Não há barreiras ao acesso de novas empresas. O quadro a seguir resume as principais diferenças entre as estruturas do mercado de bens e serviços. Introdução à Macroeconomia 105 Economia Professor: Nid D´Amorim Jr 106 1.1 Introdução Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia A Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio. A Macroeconomia trata o mercado de bens e serviços como um todo (agregando produtos agrícolas, industriais e serviços de transporte), assim como o mercado de trabalho (não se preocupando com diferenças na qualificação, sexo, idade, origem da força de trabalho etc). 107 1.1 Introdução (continuação) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia A Teoria Macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos de curto prazo. Especificamente, trata de questões como o desemprego, que aparece sempre que a economia está trabalhando abaixo do seu máximo de produção, e da estabilização do nível geral de preços (inflação). Em outras palavras, a análise de curto prazo avalia fundamentalmente questões conjunturais, como desemprego e inflação. 108 Variáveis da análise macroeconômica 1) Produção econômica; 2) Taxa de Desemprego; 3) Taxa e Índice de Inflação; 4) Taxa de Juro. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.1 Introdução (continuação) 109 Variáveis da análise macroeconômica 01) Produção econômica A Produção econômica ou de renda de um país é medida em função do Produto Interno Bruto (PIB). Os países com PIBs mais elevados tendem a ser nações economicamente mais desenvolvidas. O Produto Interno Bruto (PIB) é o somatório de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional num dado período, valorizados a preço de mercado, sem levar em consideração se os fatores de produção são de propriedade de residentes ou não residentes. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.1 Introdução (continuação) 110 Variáveis da análise macroeconômica 02) Taxa de Desemprego A Taxa de Desemprego representa a percentagem da população ativa (capaz de exercer uma atividade) que procura um emprego, mas que não consegue. O percentual só leva em conta o número de pessoas que estão procurando ativamente emprego. Aqueles que estão desempregados e que não procuram emprego são "voluntariamente" desempregados. A Taxa de Desemprego é o número de trabalhadores desempregados dividido pela força de trabalho total. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.1 Introdução (continuação) 111 Variáveis da análise macroeconômica 03) Taxa e Índice de Inflação A taxa de inflação mede a variação dos preços e o impacto no custo de vida da população em função de um determinado índice de inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice oficial do Brasil. O IPCA é calculado pelo IBGE em função da variação de preços de uma cesta de diversos produtos. Cada item dessa cesta tem um peso relativo no índice geral. Ele é medido entre os dias 1º e 30 de cada mês. O IPCA considera gastos com: alimentação, bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais. O indicador reflete o custo de vida de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.1 Introdução (continuação) 112 Variáveis da análise macroeconômica 03) Taxa e Índice de Inflação (continuação) Se o preço de determinado item da cesta subir 35%, o consumidor pagará mais por ele, contudo o aumento do índice não será de 35%, porque o produto que foi majorado não é o único da lista e além disso ele tem um certo peso no cálculo do índice. Por este motivo, a inflação que as pessoas sentem no bolso poderá ser maior ou menor em função dos produtos que ela consume. Existem também outros índices, entre eles temos o IGP-M (índice geral de preços para o mercado) calculado pela FGV. O IGP-M é muito usado na correção de aluguéis e tarifas públicas, Serve para todas as faixa de renda. Ele é medido entre o 21º dia do mês anterior e o 20 dia do mês de referência. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.1 Introdução (continuação) 113 Variáveis da análise macroeconômica 04) Taxa de Juro A taxa de juro representa o custo do dinheiro. É o valor que o fornecedor do dinheiro cobra pelo seu empréstimo. Componentes da taxa de juros: 1. Custo de captação do banco; 2. Risco de emprestar o dinheiro para o tomador do crédito; e 3. A margem de lucro. Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.1 Introdução (continuação) 114 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia São os seguintes os objetivos da política macroeconômica: • 1.2.1 Alto Nível de Emprego; • 1.2.2 Estabilidade de Preços (inflação); • 1.2.3 Crescimento Econômico; • 1.2.4 Distribuição Eqüitativa de Renda. As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas conjunturais, de curto prazo. É a preocupação central das chamadas políticas de estabilização. As questões relativas ao crescimento econômico e à distribuição de renda envolvem aspectos também estruturais, que são predominantemente de longo prazo. 115 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.1 Alto Nível de Emprego Antes da crise mundial dos anos 1930, o desemprego não preocupava a maioria dos economistas, pelo menos nos países capitalistas. Isso porque predominava o pensamento liberal, que acreditava que os mercados, sem interferência do Estado, conduziriam a economia ao pleno emprego de seus recursos, ou a seu produto potencial: milhões de consumidores e milhares de empresas, como que guiados por uma “mão invisível”, determinariam os preços e a produção de equilíbrio, e, desse modo, não haveria problemas de desempenho. 116 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.1 Alto Nível de Emprego (Cont..) A evolução da economia mundial, no século XX, trouxe novas variáveis que complicaram e trouxeram incertezas no funcionamento da economia. Entre elas pode-se destacar: • Surgimento do sindicato dos trabalhadores;• Surgimento de grupos econômicos; • Desenvolvimento do Mercado de Capitais; • Desenvolvimento do comercio internacional. A não interferência do governo levou à quebra da Bolsa de Nova York em 1929, e uma crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental nos anos seguintes. 117 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.1 Alto Nível de Emprego (Cont..) O livro de John Maynard Keynes, Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, de 1936, fortaleceu aos governantes os instrumentos necessários para que a economia recuperasse seu nível de emprego potencial ao longo do tempo. Com a contribuição de Keynes, contudo, fincaram-se as bases da moderna Teoria Macroeconômica e da intervenção do Estado na economia de mercado: qual deve ser o grau de intervenção do Estado na economia e em que medida ele deve ser produtor de bens ou serviços? 118 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.1 Alto Nível de Emprego (Cont..) A corrente dos economistas liberais (hoje chamados de neoliberais ou monetaristas) prega que, na economia, o governo deve cuidar basicamente da política monetária, do fornecimento de bens públicos (justiça, defesa nacional) e da regulação do mercado, e deixar a produção de bens e serviços para o setor privado. Enquanto outras correntes apregoam mais grau de atuação do Estado na atividade econômica. 119 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.2 Estabilidade de Preços (Inflação) Define-se Inflação como o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. A Inflação acarreta diversos problemas, entre eles: • Afeta a distribuição de renda; • Interfere nas expectativas dos agentes econômicos; • Afeta o mercado de capitais; • Interfere no balanço de pagamentos; • Afeta o crescimento econômico do país. 120 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.2 Estabilidade de Preços (Inflação) (Cont..) As tentativas dos paises em via de desenvolvimento de alcançar estágios mais avançados de crescimento econômico dificilmente se realizam sem que também ocorram, concomitantemente, elevações no nível geral de preços (inflação). O Brasil experimentou altas taxas de crescimento desde os anos 1930, mas sempre com elevadas taxas de inflação, com o que produziu uma das piores distribuições de renda do mundo, que se reflete até os dias atuais. 121 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.3 Crescimento Econômico Sempre que existir desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional por meio de políticas econômicas de curto prazo que estimulem a atividade produtiva. No entanto, feito isso, há um limite à quantidade que se pode produzir com a tecnologia e os recursos disponíveis (o chamado produto potencial). Para o crescimento econômico a longo prazo, é necessário elevar o produto potencial da economia, o que exigirá: a) um aumento nos recursos disponíveis; b) ou um avanço tecnológico, ou seja, melhoria tecnológica, novas maneiras de organizar a produção, qualificação da mão de obra. 122 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.3 Crescimento Econômico (Cont..) Crescimento econômico significa crescimento da renda nacional per capita, ou seja, colocar à disposição da coletividade uma quantidade de mercadoria e serviços que supere o crescimento populacional. A renda per capita é considerada um razoável indicador – o mais operacional - para se aferir a melhoria do padrão de vida da população, embora apresente falhas (os países árabes têm uma das maiores rendas per capita do mundo, mas não o melhor padrão de vida em relação a outros países com renda per capita elevada). 123 1.2 Objetivos da Política Macroeconômica (Cont.). Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia 1.2.4 Distribuição Equitativa de Renda A economia brasileira foi uma das que mais cresceu no mundo desde os anos 1930 até pelo menos a década de 1980. Apesar disso, verifica-se uma disparidade muito acentuada de nível de renda, tanto entre diferentes grupos socioeconômicos como entre regiões brasileiras. Tal situação fere o sentido de equidade ou justiça social. Entre os anos de 1967 e 1973 (regime militar), o Brasil experimentou altos níveis de crescimento. Este período ficou conhecido como “Milagre Econômico”. A concentração de renda no Brasil piorou neste período, devido a uma política deliberada do governo de primeiro crescer para depois distribuir (a chamada teoria do bolo). 124 1.3 Instrumentos de Política Macroeconômica Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia A Política Macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agregada), com os seguintes objetivos: a) Permitir que a economia opere em pleno emprego; b) Baixas taxas de inflação; c) Distribuição de renda justa; d) Crescimento de forma contínua e sustentável. Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são as políticas: Fiscal, Monetária, Cambial, Comercial, e de Rendas. 125 1.3 Instrumentos de Política Macroeconômica (Cont..) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para arrecadar Tributos (política tributária) e controlar suas despesas (política de gastos). 1.3.1 Política Fiscal A política tributária, além de influir sobre o nível de tributação, é utilizada, por meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, para estimular ou inibir os gastos de consumo do setor privado. 126 1.3 Instrumentos de Política Macroeconômica (Cont..) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia Se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais normalmente adotadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o consumo). Logo, essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade. 1.3.1 Política Fiscal (Cont..) Se o objetivo for maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada: aumento dos gastos públicos e/ou o diminuição da carga tributária (o que favorece o consumo). 127 1.3 Instrumentos de Política Macroeconômica (Cont..) Economia Professor: Nid D´Amorim Jr Introdução à Macroeconomia Para uma política que vise melhorar a distribuição de renda, esses instrumentos devem ser utilizados de forma seletiva, em benefício dos grupos menos favorecidos. 1.3.1 Política Fiscal (Cont..) Por exemplo: • impostos progressivos; • gastos do governo em regiões mais atrasadas etc. 128 1.3 Instrumentos
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