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Licenciatura em Química
Disciplina: Didática
Docente: Mônica Moreira
Discente: Íngrede F. Silva
Didática Magna
O livro Didática Magna foi escrito por Comenius em 1649. Este texto faz referência aos capítulos do livro, retratando os pensamentos de Comenius sobre a vida do homem e sua formação.
O capítulo 1, “O Homem é a mais alta, a mais absoluta, e a mais excelente das criaturas” Comenius descreve o homem como um ser incrível, e aquele homem responsável por educar esses homens devem estar cientes de como são sublimes. O capítulo 2, “O fim último do homem está fora dessa vida”, afirma que “uma criatura tão excelente é destinada a um fim mais excelente que o de todas as outras criaturas”, ou seja, o homem que veio de Deus, e beira a perfeição é a melhor das criaturas feitas por Ele. Para Comenius, temos três espécies de vida: a vegetativa (nunca se manifesta fora do corpo), animal (operações do sentido e do movimento) e a intelectual ou espiritual (existe separadamente, assim como a vida dos anjos). Para o autor, a verdade do homem é conhecida pela experiência. Nesse capítulo ele nos diz que, “se alguém aplica a mente ao estudo da sabedoria, nunca encontra o fim, pois, quanto mais coisas uma pessoa sabe, tanto melhor compreende que lhe restam mais para saber.”
No capítulo 3, “Esta vida não é senão uma preparação para a vida eterna, Comenius reflete sobre a vida do homem. A primeira vida humana é a do útero materno que é uma preparação para a vida no corpo. Após o nascimento, a vida dará continuidade à vida presente e durará por toda a eternidade. Comenius explica como Deus criou o homem e para ele o mundo: “fez (na parte mais baixa do mundo) um pavimento sólido, a terra: e circundou-a de ar e banhou-a com as águas, e ordenou-lhe que produzisse plantas e animais multiformes, não apenas para satisfazer as necessidades do homem, mas também para seu deleite”. O ser humano é destinado à eternidade, pois, segundo o autor “depois que apareceu no mundo, não desapareceu de novo?“, 
Porém o homem não é imortal. A morte surge como punição divina. Comenius finaliza o capítulo louvando os “bem nascidos”, que para ele são homens com membros perfeitos e de alma limpa.
No capítulo 4, “Os graus da preparação para a eternidade são três: conhecer-se a si mesmo (e consigo todas as coisas), governar-se e dirigir-se para Deus”. Como o título já diz, há três tópicos importantes para Comenius para alcançar a eternidade: 1) conhecer todas as coisas; 2) dominar as coisas e a si mesmo; 3) reconduzir a si mesmo, levando consigo todas as coisas para Deus, que é fonte de todas as coisas. Daí surge os requisitos do homem: instrução, virtude (honestidade de costumes) e religião (piedade). 
A instrução significa o conhecimento pleno das coisas, das artes e das línguas; os costumes, não são apenas a urbanidade exterior, mas a plena formação interior e exterior dos movimentos da alma; e a religião é a veneração interior, pela qual a alma humana se liga e se prende ao Ser supremo. Essas três coisas são essenciais à vida do homem segundo Comenius.
O Capítulo 5, “As sementes daquelas três coisas (da Instrução, da moral e da Religião) são postas dentro de nós pela natureza”, retoma a ideia de que o homem precisa desses três tópicos, pois deles consiste toda a excelência do homem, porque só elas constituem a base da vida presente e futura. É percebível que os primeiros capítulos do livro relaciona a vida do homem e suas virtudes com a crença em Deus. Para o autor a religião trás essas virtudes para o homem racional criado por Ele. O autor tenta passar sua ideia de forma extremamente enraizada na religiosidade. Nesse capítulo o autor utiliza o termo “instrução” não mais utilizado, para afirmar que é “certo que também o homem foi criado com aptidão para entender as coisas”, por isso necessita de instrução. 
No capítulo 6, “O homem tem necessidade de ser formado, para que se torne homem”, Comenius afirma que o homem para ser homem, precisa ter certas virtudes. É preciso ensiná-lo diversas coisas. Nesse capítulo Comenius apresenta sua preocupação na educação, pois para ele um homem sem ensinamentos (ou “instrução”), se torna apenas bruto, semelhante a qualquer 
animal. Para ele, tem necessidade de educação os homens inteligentes e estúpidos (nessa época provavelmente não havia estudos sobre dificuldade de aprendizagem, por isso o uso do termo “estúpido”, o que não deixa de ser ofensivo ao menos hoje em dia). Também os ricos, pobres e todos sem exceção precisam de educação: “Fique estabelecido, pois, que a todos os que nasceram homens a educação é necessária, para que sejam homens e não animais ferozes, não animais brutos, não paus inúteis. Segue-se que alguém só estará acima dos outros se for mais preparado que os outros”.
No Capítulo 7, intitulado “A formação do homem faz-se com muita facilidade na primeira idade, e não pode fazer-se senão nessa idade", Comenius discute sobre a idade em que se deve começar a educar o homem. Para ele, apenas quando criança, pois, seu cérebro “na idade infantil, é inteiramente úmido e mole e apto a receber todas as figuras que se lhe apresentam; mas depois, pouco a pouco, seca e endurece, de tal modo que nele mais dificilmente se imprimem ou esculpem as coisas”. Hoje sabemos que todos nós temos a capacidade de aprender em qualquer idade, a forma de educar um adulto e uma criança que é diferente. Há uma preocupação muito grande de Comenius em educar o homem logo quando possível para que este 
não se ocupe de coisas “inúteis”. Essas coisas inúteis podem ser difíceis de desaprender, perigosas e “vindas do mal”.
Comenius, no capítulo 8 “É Necessário, ao mesmo tempo, formar a juventude e abrir escolas", demonstra sua preocupação com o ambiente escolar e a formação dos jovens. Pois para ele “as plantazinhas do paraíso, ou seja, a juventude cristã, não podem crescer à maneira de uma selva, mas precisam de cuidados”. Esses cuidados devem ser iniciados em casa, pelos pais. Posteriormente o dever se passo pelos chamados preceptores, mestres, mestre-escola ou professores.
Sobre a educação de crianças, Comenius explica que "para orientar e guiar as crianças, são mais úteis os exemplos do que as regras: se algo é ensinado a uma criança, pouco fica gravado, mas se for mostrado o que os outros fazem, ela logo os imitará, sem precisar de ordens.” Para ele a educação infantil é muito importante e é como um fruto a ser colhido. Para isso, as escolas devem estar sempre abertas e preparadas para os jovens.
No capítulo 9, “Toda a Juventude de ambos os sexos deve ser enviada às escolas”, Comenius nos diz que “devem ser enviados às escolas não apenas os filhos dos ricos ou dos cidadãos principais, mas todos por igual, nobres e plebeus, ricos e pobres, rapazes e raparigas, em todas as cidades, aldeias e casais isolados”. Usando o termo “sexo frágil” em relação à educação das mulheres ele faz uma ressalva: elas devem ir para escola para melhor atender em casa, para fazer da melhor forma suas “obrigações de mulher”. Portanto, sua educação tem objetivo diferenciado dos homens. A forma totalmente machista sobre a educação da mulher é infelizmente culturalmente vivenciada até nos dias atuais.
O Capítulo 10, “Nas escolas, a formação deve ser universal”, Comenius reflete sobre a participação do ser humano na escola. Para ele, as escolas são oficinas da humanidade, onde o homem aprende a ser homem de verdade, a ser racional e ter consciência da própria criatura que é.
No capítulo 11,” Até agora não tem havido escolas que correspondam perfeitamente ao seu fim”, há uma discursão sobre o papel da escola e sua finalidade. Para Comenius, “Para instruir os jovens, ademais, a maioria adota ainda um método tão duro que as escolas geralmente são consideradas espantalhos para crianças e tortura para a mente”. É fato que nessa época as escolas eram muito rígidas e os alunos não sentiam prazer em aprender. Se hoje ainda existem dificuldades nesse sentido, um comentário do autor pode ser utilizado para refletir sobre a educaçãoatual: o aluno passa grande parte da vida em sala de aula e parece não ter nenhum sentido. Segundo o autor “o que se poderia inculcar e infundir suavemente nos espíritos, é neles impresso violentamente, ou melhor, é neles enterrado e ensacado”.
Com as críticas sobre o papel da escola feitas no capítulo 11, o capítulo 12, “As escolas podem ser reformadas”, vem propor uma organização escolar. Todas as pessoas tem direito a educação, exceto “aqueles que Deus negou a inteligência”. A educação é feita para a vida, e deve ser feita de forma espontânea, leve e não da forma violenta que vinha sendo feita até então. É nesse capítulo que Comenius trás a proposta de uma escola nova onde os alunos saibam sua verdadeira função. É preciso comentar a total descriminação da época em relação a pessoas com dificuldade em aprender, em todo o livro é possível notar o desprezo pela educação dessas pessoas.
O capítulo 13, “O fundamento da reforma das escolas é a ordem exata de tudo”, Comenius faz sua colocação sobre a arte de ensinar. Para ele, “arte de ensinar não exige mais que uma disposição tecnicamente bem feita do tempo, das coisas e do método”, as coisas são feitas com o domínio do tempo e com métodos para haver ordem. Ele compara a forma de ensinar a um relógio, onde todas as peças trabalham em ordem para atingir um objetivo.
No capítulo 14, “A ordem aprimorada das escolas deve ir buscar-se à natureza e ser tal que nenhuns obstáculos a possam entravar”, são discutidos os cinco obstáculos em vista dos quais poucos alcançam o cume das ciências: a brevidade da vida, a quantidade enorme de coisas que se submetem ao ao intelecto, a falta de ocasião para aprender as artes e as ciências, a obtusidade de do engenho e a obscuridade de juízo e finalmente, o pouco interesse em aprender a essência das coisas por meio de longa observação e repetidos experimentos.
No capítulo 15, “Fundamentos para prolongar a vida”, é feitas observações para o prolongamento da vida: alimentar-se com moderação, exercitar o corpo e ajudar o desenvolvimento da natureza para manter a saúde e a vida durante o maior tempo possível. Relacionando bem estar e a escola, Comenius diz que “parte da correta organização escolar residirá na cuidadosa distribuição do cansaço e do repouso, ou seja, dos trabalhos, das férias, das recreações”.
O capítulo 16, “Requisitos gerais para ensinar e para aprender, isto é, como se deve ensinar e aprender com segurança, de modo que seja impossível não obter bons resultados”, Comenius demonstra preocupação sobre ensino-aprendizagem. Há alguns fundamentos importantes para chegar ao objetivo principal de Comenius. São eles resumidamente: respeitar o tempo de aprender; formar a inteligência antes da língua e dar exemplos antes de ensinar regras; assiduidade do aluno; ocupação do aluno em uma matéria por vez; a procura do professor por caminhos para abrir a inteligência dos alunos e fazê-los percorrer de modo conveniente e a aprendizagem feita a partir dos fundamentos das coisas.
A Didática Magna de Comenius comentada até aqui foi o ponto a pé inicial para o estudo da didática e para se pensar sobre ensino e aprendizagem do homem. Apesar de ser um livro medieval com ensinamentos machistas, ultrapassados e discriminatórios, o livro tem o seu valor no papel pedagógico. Muitas reflexões valiosas são feitas a fim de mostrar que é preciso transformar a escola para transformar a vida do homem através do conhecimento. O livro tem o papel importante de fazer o professor pensar a respeito sobre sua atuação na educação, pois, se nesta época foi possível trazer ideias tão diferentes do que era vivido nas escolas daquele tempo, hoje podemos pensar muito mais para melhorar a educação.

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