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Plano de Gestão Abrolhos

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Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
Campus Baixada Santista
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PLANO DE GESTÃO ECOSSISTÊMICA 
da Zona de Interação do Banco de Abrolhos, Bahia, Brasil.
 
Kelly Rodrigues 
Letícia Fernanda da Silva
Mateus S. M. Frigerio Paulo
Thaís Cândido Lopes
- Santos -
2016
Apresentação
O Plano de Gestão Ecossistêmica da Zona de Interação do Banco de Abrolhos aqui apresentado foi desenvolvido conforme proposta do Módulo de Gestão Ambiental II, do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de São Paulo, e possui como principal objetivo o fornecimento de informações relevantes para a proposição e utilização de um plano de manejo que abranja as principais atividades antrópicas e seus atores em interação com a área marinha do banco dos abrolhos e suas relações ecológicas, de modo que não integra dentre os objetivos apresentar a prática utilização das ferramentas para para mensurar cada etapa deste plano. Desta forma, procura-se uma precisa exposição de dados atuais e a exposição das condições reais sociais influentes a área de tratamento, direcionando a tomada de ação para o efetivo manejo.
Índi
INTRODUÇÃO
A região do Arquipélago dos Abrolhos, reconhecida mundialmente pela costa das baleias, é a região que possui os mais ricos recifes de corais do Brasil e representa a região com maior biodiversidade do Atlântico Sul. Entende-se portanto tratar-se de uma área de relevante importância ecológica além de significar uma importante fonte de serviços ecossistêmicos para as populações humanas que permeiam a região, forjando uma complexa relação socioecológica, de modo que esta interação deve ser gerida sobre os princípios de uma gestão ecossistêmica. Procura-se uma relação pacífica e participativa onde os interesses ambientais, sociais e econômicos estejam continuamente intrínsecos nos diálogos sobre as principais atividades antrópicas envolvidas na zona de interação do bancos dos abrolhos.
Sobre esta premissa, desenvolve-se este plano de manejo, buscando explicitar i) as principais atividades humanas ii) que impõe pressões às condições ambientais naturais regulares, iii) que possam vir a provocar a alteração no estado do ambiente e que porventura iv) podem vir a gerar impactos em diferentes níveis e em diferentes interações socioecológicas, sendo necessário objetivar respostas que importam aos estabelecimento das condições ótimas de relação (DPSIR). E, o que embora possa ser sustentado pela capacidade ambiental resiliente, ainda que relativa quanto a real manutenção gerada, a falta de uma gestão eficiente pode vir a acarretar prejuízos ao meio ambiente e aos atores envolvidos à região do banco dos abrolhos.
Será discorrido sobre as características gerais da região do complexo recifal dos abrolhos, bem como das principais cidades costeiras inseridas diretamente a área marinha de interação e, proporcionado através do reconhecimento das principais atividades exercidas em interação com o rico banco dos abrolhos, far-se-á uma abordagem dos principais aspectos inerentes ao desenvolvimento regional das regiões de Nova Viçosa, Alcobaça e Caravelas, além das Unidades de Conservação existentes nessas áreas, para que então possa-se discorrer sobre as principais atividades reconhecidas nas regiões abrangidas, nas quais as atividades de turismo, da pesca industrial, da silvicultura de eucalipto e da extração de petróleo. Todas escolhidas através da ferramenta de análise de estabelecimento de problemas ambientais DPSIR, um modelo conceitual que fornece relevante aplicabilidade prática na medida que expõe de maneira simplificada a cadeia de eventos exercida por determinada atividade antrópica, possibilitando que se delimite cada ponto necessário a ser gerido como um indicador de fácil interpretação, bem como fornece ao tomador de decisão maior precisão na formulação de decisões específicas e da real necessidade de seus efeitos perante uma discussão com os atores envolvidos sobre os essenciais temas relevantes a uma eficiente gestão ecossistêmica na zona de interação do banco dos abrolhos.
 Caracterização da Área
 
A região marinha dos abrolhos possui 56.000 Km² (MMA, 2012; Marchioro et al, 2005) e encontra-se inserida em áreas marinhas de interação com as áreas costeiras do litoral sul da Bahia, abrangendo uma diversidade de ecossistemas que incluem recifes de corais, bancos de algas calcárias, fundos inconsolidados, manguezais, praias arenosas e costões rochosos. A região dos abrolhos inclui o banco dos Abrolhos e o banco Royal Charlotte, sendo que suas regiões recifais representam uma área de 6.000 Km² (Farias, 2010). Os recifes destacam-se pela seu crescimento em forma de cogumelo ao que formam estruturas chamadas de “chapeirões” e também pela excepcional distância de aproximadamente 200 Km na latitude da cidade de Caravelas, compreendendo portanto uma extensão da plataforma continental. A região dos abrolhos possui uma profundidade média em seu banco de 30 metros e estende-se desde a foz do rio Jequitinhonha (15° 50' de latitude sul) até a foz do rio Doce (19° 40' de latitude sul) em uma extensão de 409 Km, sendo 257 na região da Bahia e 152 na região do litoral do Espírito Santo (MMA, 2012; Marchioro et al, 2005). Os recifes do banco dos abrolhos estao 
Figura 1. Localização Arquipélago de Abrolhos e região de influências. Extraído de www.google.maps.com.br
A região circundada pela orla continental abriga bosques de manguezais, mosaicos de mata atlântica e extensões de recifes de corais (Primack & Rodrigues, 2001) cortadas por monocultura de eucalipto.
Tradicionalmente a região abriga o terminal portuário da Aracruz, empresa de celulose brasileira e a cultura e população de pescadores artesanais que não só contribuem para manutenção da cultura local mas também sendo um dos grupos em conflito na região.
Caracterização dos Municípios costeiros de interação
Mucuri
Fica no ponto extremo, ao sul da Costa das Baleias. Possui duas praias. Está presente na cidade uma base do Projeto TAMAR. A cidade não é um grande centro turístico, possui pequenas pousadas. Há também um pequeno aeroporto regional perto da cidade.
Nova Viçosa
A última cidade ao longo da Costa das Baleias, há sete praias, duas delas - Pau Fincado e Lugar Comum - são muito procuradas; Sabacuí e Costa do Atlântico (pequena vila de pescadores) - são desertas e ocorrem pesca de robalo e camarão - e a Ilha de Coroa Vermelha (ponto turístico de mergulho). Possui uma população de 35.414 habitantes (2004). 
 
Caravelas
 	Localiza-se a 870 km de Salvador, às margens do Rio Caravelas. Possui uma população de 20 733 habitantes (2004). A cidade é conhecida pelas suas manifestações culturais e religiosas, além disso possuem várias praias, e atraem muitos turistas. Caravelas é um dos 3 pontos de saída para visitar o Arquipélago de Abrolhos, de julho a novembro é possível avistar as baleias jubarte, a cidade é a sede do Instituto Baleia Jubarte. 
 
Alcobaça 
Cidade no sul, a 26 km de Prado, possui 5 praias - excelente para surfe (Coqueiro), uma boa para pesca (Barra) e três apropriadas para banho. O centro de visitantes do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos se encontra nesta cidade, que é um dos pontos de saída para visitar o arquipélago.
 
Prado 
Localiza-se no extremo sul da Bahia. Excelente área de turismo de mergulho. Prado também possui um aeroporto regional.
Cumuruxatiba
	 Trata-se de um distrito de Prado estando próximo a Caravelas e Alcobaça e Porto Seguro. Com uma população de um pouco mais de 4 mil habitantes. Se diferencia das cidades vizinhas por apresentar-se como uma vila de pescadores com sua rusticidade, sua área conservada, que mantém a cultura local, raízes e costumes. 
Unidades de Conservação da Região
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos 
Criado em 1983, foi o primeiro Parque Nacional Marinho conta até hoje com um plano de manejo desenvolvido em 1991. Compostopor dois espaços distintos em uma área de 91.300 ha sendo a maior parte compreendida pelo parcel dos Abrolhos e o Arquipélago de Abrolhos, excluída deste a ilha de Santa Bárbara, cuja jurisdição e controle pertencem ainda ao Ministério da Marinha. A parte menor corresponde aos recifes de Timbebas.
A fauna marinha da região do Parque é uma das mais ricas da costa brasileira, apresentando várias espécies endêmicas como o coral cérebro (Diploria labyrinthiformis) e o búzio de chapéu (Strombus goliath), justificando-se assim a decretação da região como unidade de conservação.
A ocorrência de recifes de corais criaram condições para a existência de habitats que favoreceram o desenvolvimento de diversas espécies.
Entre as espécies de peixes estão Micrognathus crinitus, Scorpaena plumieri, Alphestes afer, não muito comum no Parque, sendo observada junto à ilha Santa Bárbara; Mycteroperca bonaci, Haemulon aurolineatum, H. parrai, H. plumieri, Holacanthus ciliaris, Pomacanthus arcuatus, P. paru, P. variabilis e Acanthurus coeruleus.
Já entre os mamíferos marinhos estão as baleias jubarte Megaptera novaeangliae, que chegam para se reproduzir na região na primavera e no inverno atraindo turistas.
Entre os répteis estão tartarugas marinhas como a tartaruga-verde (ou aruanã) Chelonia mydas, a tartaruga-mestiça Caretta caretta, a tartaruga-de-pente Eretmochelys Imbricata e a tartaruga-de-couro Dermochelys coriacea. 
O Parque é utilizado por turistas, pescadores do litoral próximo, funcionários do serviço da marinha e pesquisadores. Entre as ilhas é possível o mergulho devido a presença de trechos bem rasos. Apesar dos limites e restrições a pesca, é de costume dos pescadores se dirigirem até o parque para consertos de emergência nos barcos ou redes.
O acesso ao parque é em geral por pequenas embarcações contratadas que partem principalmente das cidades de Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri. (IBAMA,1991).
Resex Corumbau
A Reserva Extrativista (RESEX) Marinha do Corumbau foi criada em 21 de Setembro de 2000 com fins de exploração auto-sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista da área. Está localizada no litoral sul do município de Porto Seguro e ao norte do município de Prado. Possui uma população de cerca de 420 extrativistas que vivem nas comunidades de Cumuruxatiba, Imbassuaba e Barra do Cahy, Veleiro e Corumbau-município de Prado e nas comunidades de Aldeia da Barra Velha, Caraíva e Curuípe-município de Porto Seguro. Entre os recursos explorados estão:peixes e crustáceos marinhos destacando-se o camarão sete barbas e peixes da família Lutjanidae na atividade de pesca: e os recifes de corais e as praias nas atividades de turismo (ICMBIO, 2002)
APA Estadual Ponta da Baleia
A APA Ponta da Baleia localiza-se no extremo sul da Bahia possuindo 34.600 ha na área costeira dos municípios de Alcobaça e Caravelas. Essa região recebe a visita anual de baleias jubarte. A fonte de renda para muitas famílias nesta APA está relacionada a atividade de pesca, porém em épocas de veraneio o turismo aumenta o fluxo na região.
Entre os ecossistemas presentes estão os recifes e bancos coralíneos, associados a fauna e flora marinhas. Em terra ocorre a restinga e nos estuários há a presença de extensos manguezais (INEBA, 2016) 
Resex Cassurubá 
Esta RESEX abrange parte dos municípios de Caravelas, Alcobaça, Prado, Mucuri e Nova Viçosa com uma área de aproximadamente 100.767,56 ha voltada para comunidades extrativistas tradicionais, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. A criação da RESEX de acordo com o artigo 4º do Decreto de 5 de junho de 2009 tem o objetivo de “objetivo proteger os meios de vida e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista residente na área de sua abrangência”. Ficando garantido pelo seu artigo 5º “o exercício da livre navegação, bem como o exercício das atribuições da autoridade marítima nas áreas marítima e fluvial da Reserva Extrativista de Cassurubá.” As populações que vivem nas unidades possuem contrato de concessão de direito real de uso, tendo em vista que a área é de domínio público. A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e com o disposto no plano de manejo da unidade. A pesquisa é permitida e incentivada, desde que haja prévia autorização do ICMBio.
JUSTIFICATIVA
As zonas de conservação e preservação ambiental são em todos os locais do planeta Terra zonas de interesses e conflitos, sejam estes para garantir a manutenção do espaço seja para realizar usos sociais e econômicos tendo em vista sua biodiversidade e beleza natural.
Estes conflitos levam a dinâmicas complexas e que demandam diversas variáveis para ser solucionada sem acarretar perdas a qualquer um dos lados, ou que estas sejam minimamente aceitáveis. Uma das grandes tentativas é gerenciar de maneira sustentável, amenizar e mitigar conflitos, garantindo não só a preservação mas o uso harmonioso do ecossistema
Em geral, estas regiões após apresentarem forte conflitos entram em zona de atenção pois o resultado das pressões geralmente são impactos antrópicos que põem em risco a manutenção do ecossistema local. Uma das saídas para esta gestão é a criação de unidades de conservação.
Compreendendo que a existência de unidades de conservação são potenciais mecanismos para a preservação encontramos também certas limitações, como por exemplo Como garantir a preservação sendo que os organismos não estão em apenas um local, e não compreendem as barreiras criadas pelos humanos? ou então, a própria gestão destas áreas que se não feita ou feita de forma inadequada não alcançará seus objetivos.
Para estabelecer os pontos chaves de conflitos, neste plano foi utilizado o mecanismo do DPSIR (Drivers-Pressures-State-Impact-Responses) em que definiu 4 potenciais Drivers a serem tratados com grande atenção, sendo estes escolhidos com base na revisão bibliográfica local. 
Além dos drivers, existem ações que são necessárias para garantir o bom funcionamento ecossistêmico evitando impactos antrópicos, como por exemplo um plano que promova o saneamento ambiental em suas quatro pilastras em conformidade a Lei 11.4552007 : 
“a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas; “
No mesmo sentido é necessária a governança e ações de políticas públicas que garantam o funcionamento adequado das unidades de conservação, bem como a atualização e criação dos planos de manejo permitindo que estas áreas representem realmente zonas de calmaria e garanta a manutenção ecossistêmica.
Fica claro portanto a necessidade de um plano de gestão ecossistema que abranja não só a região do Banco dos Abrolhos mas toda sua zona de interação permitindo que o ecossistemas não se tornem mosaicos de preservação sem garantir suas funções e serviços.
OBJETIVOGERAL
Gerenciar a Zona de Interação do Banco dos Abrolhos, dando suporte para harmonização dos atores sociais amenizando e mitigando os conflitos de uso, levando em consideração a atuação e existências das Unidades de Conservação local, e garantindo o desenvolvimento sustentável, respeitando os limites do ecossistema.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Propor a criação de cooperativa de catadores;
● Propor planejamento urbano ordenado baseado na gestão ambiental;
● Estruturação do turismo local visando geração de renda para as comunidades e conservação dos recursos naturais;
● Atualizar o plano de uso do PARNAM Abrolhos;
 
 Métodos de desenvolvimento
Elaboração do DPSIR
O sistema de análise utilizado neste plano foi o sistema DPSIR (Drivers-Pressures-State-Impact-Responses) onde são ações que exercem potenciais pressões no ambiente e como consequência há a mudança no estado do ambiente, como a provisão de condições adequadas para a saúde, disponibilidade de recursos e biodiversidade, levando a impactos na saúde humana, ecossistemas e materiais que podem extrair respostas sociais que realimentam diretamente as forças motriz, impactos ou estado, através da adaptação ou ação remediadora (EEA, 1999).
Figura 2. Esquema Sistema DPSIR.
O uso desta ferramenta é fundamental para elencar as interações e o desenvolvimento socioambiental local, vez que não deixa de levar em consideração os usos do ambiente e as pressões locais (OLIVEIRA et al., 2006). O método vem sendo amplamente difundido principalmente para promover a gestão participativa, como exemplo a União Europeia que o usa de base para gestão dos recursos hídricos, adotado pela Water Framework Directive (WFD).[0: ]
Os produtos do dpsir irão auxiliar a compor o Plano de Gestão Ecossistemica para a Zona de Interação do Banco de Abrolhos, portanto, serão tratados não só os drivers selecionados por este mecanismo.
Apresentação do DPSIR 
O DPSIR aqui apresentado se baseia em 4 drivers bem definidos que serão explicados logo a seguir individualmente. Os drivers definidos foram:
Pesca
Turismo
Petróleo
Silvicultura
Pesca
Um dos grandes drivers conflitantes é a pesca, seja ela realizada de forma artesanal, industrial ou turística. Todos atuam diretamente realizando pressões sobre as espécies de explorações locais que são o badejo, garoupa, vermelho, lagosta, camarão e caranguejo. 
Além disso, a pesca artesanal, aporte econômico e exclusivo de parte da comunidade tradicional das cidades costeiras, acaba sendo suprimida pelos demais drivers já que estes competem diretamente pelo recurso ou oferecem ameaças a sua abundância e disponibilidade. Caso tal evidenciado pelas extrações de petróleo e embarcações de celulose (associado também a dragagem pela empresa NORSUL que ao manter fluxo de embarcações afastam os cardumes ou então, em ocasião de acidentes levam a morte dos mesmos.
A tradição pesqueira é antiga e conta histórias da época em que era comum a pratica de pesca de baleia para extrair o seu óleo muito utilizado como mistura junto ao cal para a construção de casas locais, fornecer iluminação a cidade, lubrificar motores, além de a carne alimentar a população e demais aportes como ossos proverem artigos artesanais para o comércio ou ração adubo (Nogueira, 2006).
A pesca artesanal é realizada em geral por homens, com barcos sem motor e traineiras no caso de pescas em alto mar, neste caso o lucro de todo pescado é dividido para arcar os gastos com a embarcação (Seixas & Pedrosa, 2005). As famílias dos pescadores, em sua maioria com 50-59 anos, são formadas por três filhos e as mulheres embora não saem para pesca também são pescadoras, já que trabalham diretamente na limpeza dos organismos ( Nogueira, 2009).
Em geral estes pescadores costumam utilizar o banco de abrolhos como local de pesca, sendo uma minoria que ruam até Porto Seguro (Nogueira, 2009), ou seja, a zona de conflito se torna cada vez mais intensa e com mais atores sociais envolvidos.
Neste estudo considera-se pescador toda profissional que retira seu alimento ou fonte de renda da atividade de extração de organismos vivos nos ecossistemas, sendo estes marisqueiros, extrativistas dos manguezais e outros que tem como produtos organismos vivos que dependem da água salina e ou salobra para desenvolvimento.
 
Plano de Ação
Realizar diagnóstico a partir da avaliação de disponibilidade e quantificação dos estoque pesqueiros. Os meios de avaliação podem ir de transectos amostrados e dimensionados estatisticamente à ferramentas mais tecnologias.
Realização de mapeamento coletivo, a partir da educação popular direcionada por Paulo Freire e a Nova Cartografia Social da Amazonas, construindo a cartografia pesqueira, a partir de definições de espaços de pescas, equipamentos\artefatos de pesca, técnicas de pesca, tempo, quantificação e qualificação de capturas. Deve-se levar em consideração os três usuários Industria, artesanal e uso turístico.
Apoiar a implementação e atualização de planos de manejo já existentes, bem como a criação em locais que não possuem. Deverá haver plano de manejo das espécies pescadas e comercializadas na Zona de Interação visando não levá-las a pressão com a execução dos planos de manejo das Unidades de Conservação. Note que este plano de manejo deverá levar em consideração os três usuários Industria, artesanal, uso turístico e outras atividades que impactem a pesca, como por exemplo o trânsito de embarcações da empresa ARACRUZ que em acordo aos pescadores artesanais têm diminuído os espaços de pesca.
Monitoramento das zonas de pesca pelo Ibama, garantindo que sejam respeitados os planos de manejo, bem como a fiscalização do desembarque.
Com todos os produtos será possível inferir sobre a valoração do território pesqueiro ao longo do tempo, tendo caracterizado um valor para o território. Tal fator é fundamental para reconhecimento dos envolvidos do valor do bem extraído bem como para ajudar a valorar em dinâmicas de licenciamento ambiental e multas por crimes ambientais. Deve-se ter atenção especial em que deve seguir o modelo da Lei da oferta e da Procura, ou seja, se os estoques diminuem ou o esforço de pesca aumenta o território se valoriza. Os serviços ecossistêmicos já valorados devem ser somados a esta nova cifra.
Objetivo específico da ação
Garantir a manutenção dos estoque e territórios pesqueiros
Metas: 
Diagnosticar o estoque e os mecanismos de pesca
Diminuir a pressão sobre os estoques pesqueiros
Garantir meios para valoração dos estoques pesqueiros
Fiscalização
Mapeamento
Stakeholders:
Pescadores artesanais
Pescadores Industriais
Agências de turismos/turistas
Ecossistemas Abrangidos: Necton → cardume de peixes
Informações guias
A Cartografia Pesqueira deverá seguir e ser moldada a partir das bases de referências da Nova Cartografia Social criada no Norte e Nordeste do Brasil.
Mapa produto da Nova Cartografia Social do Amazonas.
Deve inclusive gerar dados de fácil compreensão pela população local. Note que as observações feitas pelos pescadores artesanais podem em muitas vezes conferir correlação a dados cientificamente comprovados:
imagem 1: Trecho extraído do Plano de Gestão da Tainha para pesca sustentável do Sul e Sudeste do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Imagem 2: Avaliação realizada por pescadores artesanais da Ilha Diana, Santos, SP, buscando a cartografia dos territórios pesqueiros bem como utilizar os estudos etnográficos junto aos dados quali-quantitativos de diagnóstico. Autor: Henrique Simões. 
 Resultados e Indicadores de efetividade
	Atividades
	Resultado
	Indicador de Efetividade
	Diagnóstico pesqueiro
	Garantir reconhecimento quali-quantitativo dos recursos pesqueiros
	número de espécies pescadas e estimativa da quantidade
	Cartografia Pesqueira
	Garantir o envolvimento da comunidade e construção coletivo, ativando a governança pesqueira
	Mapas temáticos construídos junto com os stakeholders de conflito na pesca
	Plano de Manejo
	Criação ouatualização do plano de manejo da área de interação do Banco de Abrolhos e das unidades de conservação citadas neste plano
	Planos de manejo operantes
	Monitoramento e fiscalização
	Garantia de respeito do plano de manejo e técnicas, bem como a aplicação de multas aqueles que desrespeitarem.
	Aumento do número de embarcações em mar e encostas, acompanhamento diário dos desembarques
	Valoração
	Garantir maior cuidado bem como sentimento de parte por parte dos usuários, ativando a governança pesqueira.
	Territórios pesqueiros valorados a partir de modelagem numérica com a junção dos instrumentos usuais e a cartografia.
Cronograma de Atividades
	Atividade\Trimestres
	1º
	2º
	3º
	4º
	5º
	6º
	8º
	9º
	10º
	11º
	12º
	Diagnóstico
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Cartografia Pesqueira
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Plano de Manejo
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Monitoramento e fiscalização
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Valoração
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Turismo 
 O turismo na costa das baleias é movimentado pela atividade de mergulho, devido aos naufrágios presentes na região e claro, ao banco dos Abrolhos que apresenta recifes de corais. Além disso, a região é bastante procurada para a observação das Baleias Jubartes.
	Parte do banco dos Abrolhos é protegido pelo Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, que foi criado em 1983, sendo o primeiro parque nacional marinho do país. Essa posição e as belezas naturais do lugar atraíram a atenção da mídia que divulgou a região chamando a atenção dos visitantes. 
O aumento de turistas foi de 870 para 15.230 visitantes por ano (Morete et al. 2000). Isso movimentou a economia regional, tornando o turismo a segunda atividade econômica em importância da região. Com a recuperação das populações de baleias, a temporada de visitantes se alterou de Janeiro a Março para Julho a Novembro (Brumati et al. 2003). As jubartes passaram a ser um importante atrativo turístico para a região.
Apesar dos atrativos naturais, a falta de políticas públicas de incentivo ao turismo, fizeram que a atividade tivesse uma queda na última década. O acesso a região é difícil, não há aeroportos na região, os acessos rodoviários são precários. Há uma falta de investimento público ao acesso a região. As cidades da região também não apresentam grandes redes hoteleiras, há apenas pequenos hotéis e pousadas. Outro fator bem questionado pelos empresários da região é a insegurança para investir no setor, visto que não há uma concessão para as agências dos serviços de visitação.
Além dos problemas de infraestrutura, o aumento da atividade turística nas cidades pode influenciar nos impactos ambientais da região, neste caso, degradação aos recifes de corais, stress a fauna marinha, entre outros. 
Plano de Ação
Criação de uma cartilha com instruções de mergulho e conscientização sobre a importância dos recifes de corais para os mergulhadores. 
Objetivo Específico da Ação: 
Proteger os recifes de corais da degradação causada pelo mergulho
Metas: 
Ordenar a atividade de mergulho
Diminuir a degradação do ambiente recifal
Stakeholders:
Mergulhadores
Agências de Mergulho
Universidades e parceiros
Ecossistemas Abrangidos: Bentos → Recifes de Corais
Prazo: 
Elaboração da Cartilha → Julho de 2017
Distribuição → Dezembro de 2017
Monitoramento dos Corais → Dezembro de 2018
Indicadores de Efetividade da Ação: 
Integridade do Recife de Corais → Monitoramento da situação ambiental em áreas de mergulho - antes e depois.
Criação de uma agenda de reuniões entre moradores e empreendedores de turismo para discutir os problemas e potencialidades do turismo local, bem como soluções. 
Objetivos Específicos da Ação: 
Promover o diálogo entre a comunidade e empreendedores
Discutir as melhores formas de gerenciamento de turismo
Buscar incentivos governamentais 
Metas: 
Criação de um plano de Desenvolvimento ao Turismo local
Criação de um núcleo de Turismo de Base Comunitária
Stakeholders:
Moradores interessados em atividades turísticas
Agências de Turismo
Agências de passeios turísticos
Ecossistemas Abrangidos: ----
Prazo: 	Reuniões sendo realizadas até Dezembro de 2017
Indicadores de Efetividade da Ação: 
Aumento no número de visitantes
Adotar um sistema de poitas com bóias sinalizadoras para a amarração das embarcações
Objetivos Específicos do Plano:
Proteger os organismos bentônicos dos danos causados pela ancoragem
Metas:
Prevenção dos danos causados pela ancoragem
Stakeholders: 
Turistas
Agências de turismo - que promovem passeio de barco
Ecossistemas Abrangidos: Recifes de Corais
Prazo: Julho de 2017
Indicadores de Efetividade da Ação:
Integridade do Benthos
Silvicultura 
 	A produção de celulose no sul da Bahia, especificando as áreas pertinentes elencadas (Caravelas, Nova Viçosa e Alcobaça), teve o seu início no começo da década de 90, onde encontrou maiores condições produtivas que outras áreas do país. Entretanto as relações comerciais que tinham como objeto a madeira acontecem desde a época do descobrimento entre os colonizadores e os índios, com fins de conseguir o Pau-Brasil destes para aqueles, em troca de mercadorias de pouco valor.
Mais adiante, a partir da década de 50 a região foi travada por um sistemático desmatamento para a criação de gado e lavoura, na qual se expandiu significativamente com a abertura da rodovia BR-101, atraindo madeireiros para a região sul da Bahia, devido sobretudo a presença farta de madeiras nobres associadas à incentivos fiscais. O desmatamento gerado levou a instalação da pecuária extensiva, na qual promovendo grandes áreas de pastagens sem o devido tratamento de cuidado do solo, gerou uma produção precária às condições ambientais da região. É neste contexto e cenário que as culturas de eucalipto foram implementadas na região.
Da fibra do eucalipto extrai-se a celulose para a produção de diversos tipos de papel, tecido sintético e cápsulas de remédios. Também, a madeira é utilizada na produção de móveis, acabamentos refinados da construção civil, pisos, postes e mastros para barcos. Ainda, do eucalipto se obtém o óleo essencial usado em produtos de limpeza, alimentícios, perfumes e remédios. Adicionando-se a tudo isso o mel proveniente do pólen de suas flores.
No extremo sul da Bahia, entende-se haver condições favoráveis ao cultivo de eucalipto, tais quais a distribuição das chuvas, luminosidade, temperatura, etc., representando um importante negócio produtivo para a região, com vantagens competitivas. Entretanto, alguns problemas derivam desta atividade, como por exemplo por ser caracterizada como uma monocultura, exigir grandes concentrações fundiárias, o que impossibilita a concorrência com produtores de menor porte, bem como prejudica as condições do solo para outros usuários devido aos efeitos associados, como a degradação dos recursos hídricos, o não cumprimento de condicionantes jurídico-legais, dentre outros.
Objetivo Específico da Ação
● Propor uma abordagem preventiva e de precaução através do levantamento de dados necessários para o reconhecimento de potenciais impactos da Silvicultura no Banco dos Abrolhos;
	Meta
Reconhecer de modo preciso 
 
 Extração de Petróleo 
A Bacia de Campos representa a principal região com potencial petrolífero no Brasil e se estende do Espírito Santo ao litoral norte do Rio de Janeiro. Além disso, a atual caracterização de existência de novas áreas potencialmente produtoras aumentou as expectativas de ampliação da exploração e os interesses inerentes à atividade. Em 2003, durante a quinta Rodada de Licitações Internacionais para a exploração de P&G no Brasil, realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), dos mais de 1000 blocos leiloados, 247 encontravam-se sobre o banco dos abrolhos ou em áreas adjacentes. O Ministério Público Federal, através de uma liminar, excluiu 163 blocos reivindicados, visando impossibilitar aqueles que se encontravamem um raio de 50km do PARNAM. Entretanto, apenas em 2006 a portaria nº 39/2006 definiu uma área de amortecimento de aproximadamente 95 Km². No mesmo ano o Governo da Bahia entrou com ação na justiça federal na qual em 2007 anulou a Zona de Amortecimento e Zona de Exclusão imposta pela portaria do Ibama (Farias, 2010). O Banco de Abrolhos, região marinha com maior biodiversidade do atlântico sul, encontra-se em área que circundam os campos de extração petrolífera. Sendo assim, a proximidade entre essas áreas representa a possibilidade de ocorrência de derramamentos de óleo com capacidade de gerar impactos a área em estudo. 
Quando derramado no mar, o óleo se espalha como uma película sobre a água. O transporte e o destino do óleo derramado são geralmente governados por processos físicos, químicos e biológicos que dependem das propriedades do óleo em questão e das condições meteorológicas, hidrodinâmicas e ambientais da região atingida. Estes processos são denominados conjuntamente de intemperismo, onde ocorrem em taxas variáveis, sendo mais efetivas nos primeiros períodos do derrame. Como consequência da ação do intemperismo, o óleo sofre modificações em sua composição original, tornando-se menos tóxico, mais denso e viscoso e mais persistente, de modo que pode vir a sofrer diferentes processos de intemperismo. Além disso, deve-se levar em conta que embora grandes derramamentos possam vir a gerar graves efeitos, as maiores ocorrências são provenientes de ocorrências de menor porte, a citar as operações de carga e descarga de tanques, durante o abastecimento de navios, devido à acidentes da navegação acontecidos, descargas operacionais e acidentais durantes operações de exploração e produção, bem como nas operações de limpeza dos tanques (Souza, 2010).
Os derramamentos de Petróleo vem sendo objeto de foco no cenário internacional já que a definição de diretrizes capazes de mitigar possíveis danos gera universais benefícios. 
No Brasil, em consonância com a Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei Nº. 9966/2000 dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional. Conseguintemente, a portaria Nº. 293/01 do Ibama regulamentou aquela lei se referindo aos Planos de Emergência Individuais para incidentes de poluição por óleo as atividades, sobretudo, portuárias e de exploração de petróleo. Esta portaria foi substituída pela portaria 398/2008 do mesmo órgão. A portaria propõe uma série de procedimentos a serem pautados nas respostas aos caso de ocorrência de poluição por petróleo.
A utilização de modelagem computacional tem sido cada vez mais usada para estudos sobre corpos hídricos, tornando-a de fato uma importante ferramenta auxiliadora da proposição de estratégias de gerenciamento ambiental. O modelo OSCAR (Oil Spill Contingency and Response) foi desenvolvido pela SINTEF (Fundação de Pesquisa Científica e Industrial do Instituto de Tecnologia da Noruega), e possui como objetivo dar suporte a planos de contingência de situações que envolvam óleo para uma mais precisa tomada de decisão. O modelo está pautado em quatro componentes de seu sistema que interagem entre si, sendo a) um o modelo de intemperismo do óleo, b) um modelo tridimensional do destino químico e trajetória do óleo (na superfície da água, ao longo da linha de costa, na coluna d’água e nos sedimentos), c) um modelo de resposta a derramamentos de óleo no mar, onde realizam-se simulações que consideram o desempenho dos equipamentos utilizados na elaboração das respostas, o que permite a simulação de cenários determinísticos e probabilísticos, d) e modelos de exposição dos organismos marinhos (tais como peixes, mamíferos marinhos, etc) ao petróleo que calculam os impactos de acordo com a intensidade do derramamento.
Componentes chave do sistema do modelo OSCAR. Fonte: Reed et al, 2005, apud Farias, 2010
Os dados de entrada (inputs) como por exemplo o tipo e composição do óleo, taxa e condições do vazamento (taxa, localização, profundidade, temperatura e salinidade), caracterização da linha de costa e dados meteoceanográficos (ventos, correntes e ondas) são tipos de entrada do modelo OSCAR que visa simular os processos intempéricos e a destinação do óleo. Os resultados são apresentados na forma de balanço de massa, mapas de distribuição geográfica do óleo e gráficos de distribuição temporal e espacial do óleo em toda coluna d’água.
Contudo, embora complexo, o modelo OSCAR é um modelo de código fechado. A única forma de interação do usuário com o modelo é através de janelas gráficas onde são determinados os parâmetros do modelo e dos cenários de derramamentos que se pretende simular. Sendo assim, o destino do óleo no mar após um derramamento é resultante das forçantes meteorológicas e oceanográficas que modificam o seu padrão de distribuição, além do intemperismo químico do óleo. E ao final das simulações, sejam elas determinísticas ou probabilísticas, o modelo OSCAR gerará variados mapas, nos quais definiram a maior ou menor capacidade de risco sobre as atividades de exploração de petróleo no entorno do banco dos abrolhos. Os parâmetros ambientais devem ser fornecidos pelo usuário de acordo com o cenário a ser simulado, representando neste aspecto a única forma de interação efetiva com o usuário do programa. A metodologia pode ser aplicada a qualquer área que por algum motivo necessita ser preservada. Para tanto, necessário variar a posição, o comprimento e o número das radiais e adequá-las num ponto médio da área de estudo. Dessa forma, através da utilização desta ferramenta de importante alcance tecnológico para obtenção dos resultados de modo mais preciso sobre as possíveis ocorrências de derramamento de óleo que possam vir a incidir no bancos dos abrolhos, tem se uma importante forma de subsídio para a escolha dos tratamentos de mitigação disponíveis, se necessários.
Objetivos Específicos da Ação
● Propor um plano de contingência para a ocorrência de possíveis vazamentos e contaminação por petróleo advindo dos poços petrolíferos da Bacia de Campos adjacente ao banco dos abrolhos através da utilização da ferramenta OSCAR .
	Metas
Compreender a dinâmica do balanço de massas de óleo na área de proteção do banco dos abrolhos (entrada e saída do óleo em função dos parâmetros ambientais hidrodinâmicos em função da capacidade de síntese da ferramenta OSCAR) expressadas através de mapas finais que informarão sobre distribuição podendo gerar gráficos de distribuição espacial e temporal do óleo ao longo da área de tratamento
	Plano de ação
Delimitação da área de proteção, no caso o banco dos abrolhos e estabelecimento de pontos iniciais de derramamento, visando fixar pontos específicos para cada área de vazão
Realização de simulações probabilísticas através da ferramenta OSCAR, estimando a probabilidade de alcance do óleo as áreas de proteção
Análise e agrupamento dos resultados obtidos através do enquadramento das condições conectadas com os parâmetros definidos da ferramenta OSCAR expressados pelo Mapa probabilístico final
Através da análise de dados obtidas escolher dentre os principais métodos de tratamento para mitigação dos efeitos do derramamento de óleo
Atividades adicionais do Plano de Gestão Ecossistêmica
Linha de ação: RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES 
Entre os principais problemas relacionados às zonas urbanas está a geração de resíduos sólidos e efluentes industriais, domésticos e hospitalares. Apenas 1/3 dos municípios brasileiros (28,5%) apresentam tratamento de esgoto. A região nordeste encontra-se entre os municípios com as menores porcentagens de tratamento de esgoto quando comparado às outras regiões do Brasil.
Figura 2. Comparação entre as regiões do Brasil de acordo com as ampliações e melhorias nas redes de coleta de esgoto. Fonte:: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico IBGE 2008.
Figura 3. Relação da quantidade de municípios com lixões a céuaberto por região do Brasil. Fonte: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico IBGE 2008.
 
	Além de afetar questões como o turismo nas cidades pelo seu aspecto visual e físico, o lançamento de efluentes e deposição de resíduos sólidos em corpos d’água e solo constituem um sério problema de saúde pública e ecossistêmica, relacionado aos recifes de corais e recursos pesqueiros na região.
Dentre os municípios que influenciam o Parnam Abrolhos, o município de Nova Viçosa apresenta-se como a única que não possui uma rede de saneamento total, não apresentando rede de esgoto, nem catadores de sucata e coleta seletiva, possuindo apenas o abastecimento de água (IBGE,2008). Além disso apesar de haver o manejo dos resíduos sólidos, a disposição final ainda é realizada em lixões a céu aberto. Os município de Alcobaça, Prado e Mucuri apresentam saneamento básico completo, entretanto a coleta seletiva não é realizada. 
DPSIR 
● Disposição dos resíduos em corpos d'água e lixões 
○ Produção e percolação de chorume nos lençóis freático, corpos d’água superficiais e solo
○ Presença de polímeros sintéticos nos corpos d’água
 ○ Geração de vetores de doenças
 ○ Aumento da carga orgânica 
■ Eutrofização dos corpos d’água
■ Problemas na saúde pública (proliferações de doenças)
■ Problemas na saúde das espécies presentes nos recifes de corais
■ Redução do oxigênio presente nos corpos d’água (Aumento DBO)
■ Redução da produção fotossintética
■ Mortalidade das espécies
■ Mudança na turbidez da água
■ Contaminação, mortalidade e doenças causadas nos organismos pela ingestão de polímeros
● Elaboração de Planos Municipais de Gerenciamento de resíduos sólidos, Implantação de aterro sanitário, criação de cooperativa de catadores e educação ambiental
Lançamento de esgoto in natura nos recursos hídricos
Aumento na concentração de coliformes termotolerantes nos corpos d’água
Aumento de carga orgânica
Eutrofização dos corpos d’água
Redução do oxigênio presente nos corpos d’água (Aumento DBO)
Redução da produção fotossintética
Mortalidade das espécies
Mudança na turbidez da água
Implementação de unidade de tratamento de efluentes
Ações 
Ações comunitárias :
Palestras nas igrejas dos bairros, cursos para a formação de agentes multiplicadores de esgotamento sanitário, feiras, trabalho com crianças nas escolas. Realizando-se a conscientização sobre as necessidades de esgotamento sanitário e disposição adequada dos resíduos sólidos adequados exercendo forçando o governo a implantação (ação bottom-up)
Objetivo Específico da Ação: 
Conscientizar a população a fim de favorecer a implementação de saneamento básico no município de Nova Viçosa
Metas: Elaboração de Planos Municipais de Gerenciamento de resíduos sólidos, Implantação de aterro sanitário, criação de cooperativa de catadores e educação ambiental e implementação de unidade de tratamento de efluentes
Stakeholders: 
Primários: Moradores Locais, Prefeitura, Escolas, ONGs, Empresas, Comerciantes, Indústrias. 
Secundários: Turistas
Ecossistemas Abrangidos: Aquático e Terrestre
Prazo: Dezembro de 2017 ( De acordo com Decreto 8.629 de dezembro de 2015 que prorrogou a elaboração de planos de saneamento básico). 
Indicadores de Efetividade da Ação: Redução dos valores de DBO, aumento da turbidez dos corpos hídricos, ausência de lixões nos municípios, redução na geração de resíduos.
Referências Bibliográficas
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ICMBio. Plano de Utilização Resex Corumbau. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/UC-RPPN/DCOM_ICMBio_plano_de_utilizacao_Resex_Corumbau_abril2016.pdf>. Data de Acesso: 24/09/2016.
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Nogueira, Fernanda S. de Etnoecologia e investigação do impacto de redes de pesca sobre a população de baleia Jubarte (Megaptera novaeangliae, Baleenopteridae) do Banco dos Abrolhos (Ba, Brasil), UFRGS, 2006.
Nogueira, Fernanda S de Conflitos em áreas de conservação ambiental: o caso de Caravelas e do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, Bahia, Porto Alegre, 2009.
Oliveira, R., Lima, M.M.C.L., Vieira, J.M.P. Desenvolvimento de um sistema de indicadores de qualidade de águas superficiais numa bacia hidrográfica. “8º Congresso da água : actas”, Anais... Figueira da Foz, Portugal, 2006 Disponível em Universidade do Minho – Repositorium: http://hdl.handle.net/1822/7159.
Primack, Richard B.; Rodrigues, Efraim. Biologia da Conservação. Londrina, Gráfica Editora Midiograf, 2001. 
Seixas, Luana; Pedroso, Leila de Redução das capturas acidentais de Tartarugas Marinhas do Banco dos Abrolhos. Relatório Final. Caravelas (BA), CBC\CI Brasil FY04, 2005.
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