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Dermatite alérgica a picada de pulga

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DERMATITE ALÉRGICA POR PICADA DE PULGA – REVISÃO DE LITERATURA
PEREIRA, Jéssyka Phayther Vilela1
FONSECA, Mariluce Martins Ralile Diniz da1
ABREU, Hudson Felipe Porto de2
Acadêmicas do curso de Graduação em Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva¹
Doutor em Medicina Veterinária, docente da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva²
RESUMO
A Dermatite Alérgica por Picada de Pulga - DAPP é a forma mais comum de dermatopatia cutânea em cães e gatos, causada pela hipersensibilidade a antígenos contidos na saliva da pulga. Os anticorpos promovem a reação de hipersensibilidade do tipo I imediata e do tipo IV tardia na pele. Os animais atópicos talvez sejam mais predispostos a essa dermatite. Os principais sinais clínicos iniciais são o prurido intenso, alopecia e piodermatite bacteriana. É mais comum no verão e primavera, quando as pulgas estão mais ativas. Em cães verificam-se lesões dermatológicas nas áreas lombossacral e caudodorsal. Gatos apresentam crostas e alopecia no pescoço, e áreas caudomediais das coxas. O objetivo dessa revisão é identificar as formas de contaminação, prevenção e tratamento da dermatite.
Palavras-chave: autotraumatismo, hiperpigmentação, prurido, alopecia.
ABSTRACT
Allergic Dermatitis by Flea Bite - DAPP is the most common form of cutaneous dermatopathy in dogs and cats, caused by hypersensitivity to antigens contained in flea saliva. Antibodies promote the immediate type I and late type IV hypersensitivity reaction in the skin. Atopic animals may be more predisposed to this dermatitis. The main clinical signs are intense pruritus, alopecia and bacterial pyodermatitis. It is more common in summer and spring when fleas are more active. Dermatological lesions are seen in dogs in the lumbosacral and caudodorsal areas. Cats have crusts and alopecia in the neck, and caudomediais of the thighs. The objective of this review is to identify the forms of contamination, prevention and treatment of dermatitis.
Key words: autotraumatism, hyperpigmentation, pruritus, alopecia.
INTRODUÇÃO
A Dermatite Alérgica a Picada de Pulga (DAPP), é uma hipersensibilidade muito comum. Caracteriza-se por uma reação de hipersensibilidade aos alérgenos presentes na saliva da pulga. A espécie responsável pela DAPP é a Ctenocephalides spp. (SCOTT, et al. 2011).
A DAPP ocorre quando as pulgas injetam anticoagulante, presente na saliva, durante o repasto sanguíneo. Além dessa ação, as proteínas da saliva estimulam o sistema imunológico, que pode desencadear uma reação de hipersensibilidade (HNILICA, 2012).
Aparentemente, não há predileção quanto a sexo ou raça. A ocorrência de DAPP não depende de um número elevado de pulgas. Assim, nos animais alérgicos é indispensável controle rigoroso de ectoparasitas (RISTOW, 2012).
Acomete animais de qualquer raça, sendo mais observada em animais com idade média de 3-6 anos. O grau de hipersensibilidade pode diminuir à medida que o cão envelhece, devido à exposição contínua às pulgas. (KUHL, et al. 2003; RISTOW, 2012). 
Os sinais clínicos mais frequentes são erupções pruriginosas, crostas e pápulas, com eritema secundário, alopecia, seborreia e escoriações (HNILICA, 2012).
O tratamento deve ser realizado através do controle da população de pulgas no animal e no ambiente. Atualmente existem diversos produtos para tratamento ambiental, que possuem eficácia variável conforme as diferentes etapas do ciclo evolutivo da pulga. A maioria dos produtos possui boa atividade residual (RODRIGUES, 2008). 
O objetivo dessa revisão é identificar as formas de contaminação, prevenção e tratamento da dermatite.
 
DERMATITE ALÉRGICA A PICADA DE PULGA
As espécies responsáveis por provocar a DAPP em cães e gatos são Ctenocephalides felis e Ctenocephalides canis, sendo esta restrita a cães (HNILICA, 2012).
A Dermatite Alérgica a Picada de Pulga (DAPP) é uma desordem cutânea caracterizada pela presença de prurido e pápulas na pele de cães e gatos, que resultam de hipersensibilidade aos alergénos presentes na saliva da pulga (FERNANDES, 2014).
É uma enfermidade bastante comum em regiões tropicais, com ocorrência sazonal em outras áreas (PATEL; FORSYTHE, 2008).
A DAPP ocorre devido as proteínas presentes na saliva que estimulam o sistema imunológico, e desencadeiam reação de hipersensibilidade (HNILICA, 2012).
Podem ocorrer diversos tipos de reação alérgica em DAPP, como a hipersensibilidade basofílica cutânea, hipersensibilidade imediata carreada pela imunoglobulina E (IgE) e a reação de imunoglobulina E, com um início tardio ocorrendo a hipersensibilidade do tipo retardada. (BICHARD, et al.1998).
As reações de hipersensibilidade tipo I envolvem predileção genética, produção de anticorpos, imunoglobulinas E (IgE) e degranulação mastocítica, se estabelecendo logo após o contato com o antígeno, sendo a base aguda das respostas alérgicas (BROOKS, 2010). A hipersensibilidade do tipo IV é mediada diretamente por linfócitos T, que liberam citocinas responsáveis pelo acionamento de células de defesa (SILVA, et al. 2009; BROOKS, 2010). 
A reação alérgica é causada por alérgenos presentes na saliva da pulga, que contem compostos histamínicos que irritam a pele (KUHL; GREEK, 2005; MULLER, 2005).
CICLO REPRODUTIVO DA PULGA
A pulga adulta passa toda a sua vida transitando entre hospedeiros. Para sua reprodução, a fêmea necessita consumir sangue para realizar a postura dos ovos, que caem do animal e ficarão no ambiente. Após três dias ocorre a eclosão dos ovos e surgem as larvas, que se alimentarão de debris e fezes de outras pulgas. Em seguida se tornarão pupa e após isso, finalmente adultas que irão parasitar (Figura 01) (BERSTEIN, 2004; ALVES, 2012).
Figura 1- Ciclo evolutivo da pulga.
 O ciclo de vida da pulga é de 16 dias, da fase de ovo até a fase de adulto em postura. A temperatura ideal para o amadurecimento e eclosão varia entre 26º e 32ºC. É importante conhecer o ciclo de vida da pulga para que o controle seja eficaz (BERSTEIN, 2004)
SINAIS CLÍNICOS
Os sinais clínicos são variados, apresentando prurido, de moderado a intenso, presença de fezes de pulga (pequenos grânulos pretos), lesões dermatológicas nas regiões pélvicas e dorsais. Também podem ocorrer lesões secundárias devido à automutilação e alopecia (BERSTEIN, 2004; HNILICA, 2012). 
Os cães que não possuem hipersensibilidade à picada de pulga podem não manifestar sinais clínicos com a presença do parasita, mas podem desenvolver anemia, teníase, irritação cutânea discreta, dermatite acral por lambedura. Já os cães alérgicos podem apresentar alopecias, encontradas geralmente em área lombar, dorsal, abdome e flancos. As lesões incluem erupções pruriginosas, crostas e pápulas, com eritema secundário, alopecia, seborreia, escoriações, piodermite, hiperpigmentação e liquenificação (HNILICA, 2012). 
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico geralmente baseia-se em informações do histórico, distribuição das lesões e a presença de pulgas ou suas fezes. Também podem ser realizados testes intradérmicos com antígenos de pulga, no qual observa-se reações imediatas e tardias (KUHL; GREEK, 2005). A histologia, embora sirva como auxílio, não apresenta valor diagnóstico, revelando graus variáveis de dermatite perivascular ou intersticial superficial, com predomínio de eosinófilos (HNILICA, 2012).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 É importante realizar o diagnóstico diferencial de doenças com sinais clínicos semelhantes, como dermatites, endoparasitas e hipersensibilidade alimentar ou medicamentosa (RISTOW, 2012), sarna sarcóptica, reação a drogas, pediculose, queiletielose, hipersensibilidade parasitárias intestinal, dermatite por malassezia, foliculite bacteriana e atópica (SCOTT, et al., 2011).
TRATAMENTO
O tratamento ambiental é essencial para o controle dos parasitas. Ambientes internos podem ser tratados com inseticidas e inibidores de crescimento de insetos. Comumente há necessidade de um tratamento simultâneo com corticosteróides(prednisona ou prednisolona, por via oral, 0,25 a 1 mg/kg a cada 24 a 48 horas, durante três a sete dias) para alívio do prurido (HNILICA, 2012). 
Para o controle do prurido podem ser utilizados também anti-histamínicos como hidroxizine (2-3 mg/kg, BID/TID) VO (cães e gatos), clemastina (0,05-0,1 mg/kg, BID) (cães) ou corticosteroides como a prednisona (0,5-1,0 mg/kg, SID/BID) (ANDRADE, 2008).
 Os animais devem receber tratamento pour-on, via oral e banhos com xampu específico, de forma isolada ou em associação (CRIVELLENTI, 2012). 
Também é indicado o uso por via oral de Capstar® (Nitempiram) na dose de 1 mg/kg, em animais com mais de 4 meses de idade (CRIVELLENTI, 2012). 
A selamectina é uma avermectina semissintética que possui atividade inseticida e anti-histamínica. Sua ação ocorre através da abertura dos canais de cloro, que aumenta o limiar do potencial de ação de estímulos nervosos. Isso inibe a passagem de estímulos nervosos e causa paralisia flácida e consequentemente a morte do parasito. Sua principal via de excreção é a biliar e fecal. Seu efeito perdura por até 21 dias. A dosagem mínima recomendada de 6 mg/kg de peso corporal, uma vez ao mês (SCOTT, et al., 2011). 
Fluralaner, uma nova molécula da classe isoxazoline, tem se mostrado um potente inseticida e acaricida, tem alta seletividade por artrópodes e é administrado por via oral em cães. (GASSEL, et al., 2014). 
As doenças secundárias devem ser tratadas de acordo com a sua gravidade e apresentação clínica. A forma de tratamento pode ser a via oral, injetável ou tópica, isoladas ou em conjunto (MOÇO, et al., 2007; CRIVELLENTI, 2012). 
PROFILAXIA
O controle do ambiente é fundamental para o controle das pulgas. Apenas as pulgas na fase adulta procuram o hospedeiro para realizar o repasto sanguíneo e começar sua reprodução. As pulgas adultas representam apenas 5% do total restante de pulgas que está espalhado pelo ambiente, em camas tapetes, rachaduras, fendas e entre outros. Por este motivo é essencial o controle não só do animal, como do ambiente em que ele vive, com a higienização correta (IHRKE, 2007). 
Podem ser utilizados o Fipronil, talcos a base de Piretrinas, aplicados sobre todas superfícies, incluindo fendas, rachaduras, áreas sob árvores e arbustos. O produto deve ser reaplicado dentro de 1 a 2 semanas para atingir os novos adultos que emergirão dos casulos. Novas aplicações devem ser realizadas conforme a infestação do local (CRIVELLENTI, 2012).
CONCLUSÃO
A DAPP é uma doença de caráter alérgico bastante comum na clínica de caninos. Seu diagnóstico é realizado com base na anamnese, exame clínico e resposta ao tratamento (diagnóstico terapêutico).
Para tratar a DAPP, é essencial controlar a população de pulgas existente, quer no animal, quer no ambiente em que ele vive. Assim, nos animais alérgicos é indispensável fazer uma boa prevenção de ectoparasitas.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNSTEIN, M; Controle e Prevenção das Pulgas; Disponível em: <www.veterinariaonline.com.br/especialidade.php?cd_artigo=88> Acesso em: 11 out. 2016.
BIRCHARD. S. J; SHERDING. R. G; Manual Saunders de Clínica de pequenos animais; 3º edição; Cap 5; p; 415-617; São Paulo; Editora Roca, 2008.
BROOKS, H. Pathology and the imune system. In: _____ General Pathology of Veterinary Nurses. New York. Willey-Blackey, cap. 5, p. 90-122, 2010.
CRIVELLENTI. L. Z; CRIVELLENTI. S. B; Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos Animais; São Paulo; MedVet, pg 32-34, 2012.
GASSEL, M. et. al., The novel isoxazoline ectoparasiticide fluralaner: Selective inhibition of arthropod y-aminobutyric acid – andL-glumatate-gated chloride channels and insecticidal/acaricida activity. Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 45, p. 111-124, 2014.
HNILICA. K. A; Dermatologia de Pequenos Animais: Atlas colorido e guia terapêutica 3º edição; Cap.7; p. 175-225; Rio de Janeiro; Editora Elsevier, 2012.
KUHL, K. A.; GREEK, J. S. Pulgas e Controle de Pulga. In: _____ RHODES, K. H. Dermatologia de Pequenos Animais: Consulta em 5 minutos. Rio de Janeiro, Revinter Editora, cap. 22, p. 185-189, 2005.
MOÇO. H. F; DIAS. L. C; RAYA. D. A; WALTENPUHL M.G. Dermatite por Malassezia. In X Simpósio de Ciências Aplicadas da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF); Garça: Editora FAEF; pg. 241 a 243, 2007.
MUELLER, R. S. Flea control in veterinary dermatology. In: _____ Congresso Nazionale Multisala Scivac, 50, 2005, Rimini, Proceedings, Rimini, Sivac, p. 2-5, 2005.
PATEL, A.; FORSYTHE, P. J. Flea allergic dermatitis. In: _____ Sauders Solutions in Veterinary Pratice: Small Animal Dermatology, Oxford: Elsevier, cap. 5, p. 28-34, 2008.
RISTOW. L.E; Dermatite Alérgica à Picada de Pulgas (DAPP) Disponível em <http://www.nossoclinico.com.br/Dermatite-Alergica-a-Picada-de-Pulgas-(DAPP)---Edicao-n%C2%BA-88/7/dicas-laboratorio.aspx> Acesso em: 21 out.2016.
RODRIGUES; Newsletter. Dermatite alérgica a picada de pulga. Ed. 7; 2008 Disponível em:<http://www.veterinaria.com.pt/media/DIR_88123/newsletter$207.pdf> Acesso em: 21 out. 2016.
SCOTT. D. W; MILLER; GRIFFIN; Doenças Imunológicas de Pele. Dermatologia de Pequenos Animais; 5. Ed; Editora Interlivros; p. 496-500, 2011.
SILVA, S. et. al., Estudo casuístico de dermatites por reação de hipersensibilidade em cães e gatos. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, Lisboa, v. 104, n. 569, p. 45-53, 2009.
IHRKE, J.P; Distinguishing Between Allergies. Department of Medicine & Epidemiology, School of Veterinary Medicine University of California, Davis, California, U.S.A. 2007.

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